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1 Tricologia e Terapia capilar: uma abordagem necessária enquanto formação profissional Carolina da Cunha Pastana1 pastana.post@gamil.com Flaviano Gonçalves Lopes de Souza² Pós-graduação em Tricologia e Terapia Capilar. – Faculdade Fasserra Resumo Este artigo tem por objetivos, compreender a necessidade de formação, pesquisar o início dos salões de beleza como profissão, identificar de forma objetiva e concisa a abordagem da tricologia e as terapias capilares. Pesquisa teórica e bibliográfica, embasada por material autêntico e atual de cunho técnico - cientifico. E de grande relevância social devido o atual cenário profissional no setor da beleza em sua maioria. Estima-se um número alarmante de profissionais da beleza em todo o mundo, indústrias cosméticas encontram-se em altos níveis e crescentes de desenvolvimento. Portanto, qual a padronização de ensino para esse profissional, quais as exigências que fundamentam esta profissão; direcionam os questionamentos desta pesquisa. Cabelo e couro cabeludo dependem de parâmetros de conhecimento afirmando a necessidade de capacitação e formação profissional afim de compor a segurança necessária ao cliente- paciente Palavras-chave: cabelo, profissão, qualificação. 1.Introdução O mercado da beleza de uma forma geral é o que mais cresce no Brasil, salões de beleza ou espaços voltados a esse tipo de atendimento está cada vez mais difundido, no entanto, não existem padronizações formais para a formação profissional neste setor. No Brasil a única exigência para a formação de cabelereiros é idade mínima de 16 anos e um curso técnico básico em uma unidade de ensino. 1 Pós graduanda em Tricologia e Terapia capilar 2 graduado em Fisioterapia – Faculdade São Miguel,2012. pós-graduado em Fisioterapia Cardiopulmonar – Faculdade Redentor, 2012. Cursando Mestrado em Educação pela USAL-Faculdade el Salvador 2 O que realmente conta hoje para determinar um profissional de excelência é o tempo de mercado. E atualmente não há uma cobrança significativa de proficiência nas diversas áreas de conhecimento, seja para o profissional em âmbito acadêmico ou empresarial. 1 O setor de beleza envolve várias necessidades, auto-estima, valorização pessoal, e principalmente confiança. Se delimitarmos o atendimento para as transformações capilares já temos um aspecto claro quanto á necessidade de conhecimento resultante do profissional. A técnica exige não somente conhecimento do produto, como da estrutura a ser trabalhada (no caso o cabelo), do histórico de químicas processadas anteriormente (anamnese), além de aptidão para realizar um perfil psicológico deste cliente- paciente. ² Portanto, levanta-se uma problemática, porque não há uma cobrança educacional para os profissionais da beleza diante da necessidade multidisciplinar que a profissão exige? Neste trabalho de conclusão do curso de pós-graduação em Tricologia e Terapia Capilar tem por objetivo principal compreender a necessidade de formação profissional. 2. O surgimento dos salões de beleza Indiscutivelmente trata-se o nascimento dos salões um paralelo a história da beleza de uma forma geral. Referências quanto ao trabalho na Grécia com cabelos característicos em cachos e fitas, sendo em Atenas meio praças públicas os encontros masculinos para o corte de cabelo e reuniões avulsas fazem à primeira ideia de salões de beleza. Na Idade Média os cabelos deveriam ser escondidos por uma questão religiosa dominante, mas voltam a ganhar força no séc. XVIII com o uso das perucas de até 50 cm que determinavam a classe social e o poder. ³ Salões de beleza e a profissão cabelereiro já existem há muito tempo. Existem achados arqueológicos de possíveis navalhas produzidas a partir de pedras, e inúmeros relatos nos livros de história geral sobre a preocupação de Cleópatra com sua rotina de beleza. No descrito, o 1° salão de beleza surgiu em 1635 em Paris, mas só disseminou no século XX com a ascensão da mulher. ¹ Na corte francesa os cabelereiros eram tratados como celebridades e na Paris dos anos 20 invenções movidas a gás, vapor e eletricidade movimentam o comércio. ³ A colunista Janaina Freitas relata em um artigo na maior feira brasileira – HAIR BRASIL que na década de 1920 foi um tempo de mudanças sociais e políticas, mas também capilares. 4 A revolução feminina também começou no corte de cabelo, com as mulheres abandonando as longas madeixas e investindo no visual despojado e mais 3 curto. 3 Obrigadas a trabalhar na indústria bélica na Primeira Guerra e indo as ruas para conseguir o sustento depois da crise, as mulheres passaram a beber, fumar, dirigir e procuravam um look que combinasse com suas novas atividades. Conhecida como a tesourada do século: O cabeleireiro parisiense Antoine é considerado o responsável por criar essa vontade de fios mais curtos. 4 Sites do mundo inteiro citam os cabelereiros que fizeram sucesso no decorrem dos tempos, nomes como: o polonês Champangne- cabelereiro da realeza, Leonárd – conhecido por penteados altos como verdadeiras esculturas da realeza francesa, Marcel Grateau- século XIX como o primeiro método para ondular os cabelos, Alexandre de Paris- atendia as famosas da tv nos anos 40 e 60, Vidal Sansson- responsável por cortes geométricos dos anos 60, Chris Mcmillan- famoso pela virilização dos cabelos descoloridos na tv em 2000. Sem falar nas mudanças dos espaços físicos e na tecnologia recém oferecida para a era da beleza. 5 2.1 O consumo da beleza Os cuidados com os cabelos são uma preocupação constante para o homem e a mulher moderno. Sua forma e aparência ainda hoje indicam posição social, politica e estilo. O autor afirma que estamos num estágio de grande evolução na cosmética e nos tratamentos capilares, sistemas complexos e evoluídos. ² Há todo momento existem novos produtos e tratamentos no mercado, e o consumidor por sua vez está cada vez mais antenado a essa evolução. A partir do século XX, o desejo de consumo sustentado pelo marketing despertou, originando, assim, uma sociedade voltada para as imagens. 5 No Brasil, a partir de 1970, houve um aumento significativo no número de aparelhos de televisão, rádios, jornais e revistas acessadas pelas pessoas, o que se tornou um fator determinante para aumentar a questão do conceito de imagem e consumo na década de 80. O encantamento para com os bens de consumo desgastou-se, transformando em mais uma atividade automática e rotineira que as pessoas experimentam em busca do encontro de si mesmas. 6 Com isso, as empresas começaram a se diferenciar da concorrência na construção das marcas através da subjetividade que associa simbologias ao tipo de mercadorias de consumo com o propósito de incentivar o consumidor a se identificar com o produto, criando uma moda, tornando mais fácil a visualização das diferenças entre as marcas e o apego. 4 3. Metodologia: O trabalho foi subdividido em secções para melhor compreensão do tema proposto. Pesquisa bibliográfica realizada a partir de levantamento exploratório em aproximadamente 50 autores brasileiros na área de Tricologia, marketing, didática, ensino superior, formação profissional entre outros dos quais foram selecionados 21 trabalhos, todos encontrados em língua portuguesa entre 1995-2017, por aproximadamente 4 meses pesquisa entre levantamento de dados e finalização do texto. Entre critérios de exclusão e/ou inclusão foram avaliados a periodicidade de publicação mínima de 10 anos, revistas científicas, portais universitários e livros da área de conhecimento. 4.Resultados e Discussão Conhecimento cientifico envolve a habilidade de explicar fatos estabelecidose causa física; química, biologia e física são exemplos de ciência. Tricologia significa ciência dos cabelos e o termo ciência é a busca do conhecimento sobre o universo ao nosso redor. 7 O tricologista de formação depende do conhecimento profundo da estrutura do cabelo, sendo este parte do tecido corporal, formado por proteína e subdividida em várias estruturas maiores como cutícula, córtex e medula e menores como a relação de ácidos graxos e aminoácidos em toda a sua extensão. 8 Um estudo que se iniciou na Inglaterra em 1902 com o objetivo de diagnosticar e tratar doenças dos cabelos e do couro cabeludo, mas com o avanço da tecnologia no Brasil e em outros países; difundiu o interesse crescente pelos tratamentos, podendo ser alternativos e/ou preventivos além de suprir a demanda e disponibilização de informações sobre os cabelos e o couro cabeludo, voltados a área da estética; Inicialmente uma especialidade médica, mas com a expansão do mercado da beleza torna-se um atrativo para os cabelereiros. 9 A tricologia deve integrar as áreas da saúde e da estética, envolvendo a multidisciplinaridade, de químicos, biólogos, cosmetologias, farmacêuticos, nutricionistas, médicos e áreas afins; E salões de beleza tornam-se ‘’Centros de 5 Serviços’’ com áreas temáticas diferenciadas e voltadas para a necessidade do corpo como um todo. 10 Profissionais qualificados são capazes de selecionar cosméticos para o uso, diagnosticar e tratar as disfunções estéticas bem como, gerenciar os serviços na área da saúde e beleza, mantendo uma ampla visão nas inovações tecnológicas e respeitando os princípios estéticos e éticos. 11 Terapias podem ou não estar aliados aos cosméticos. Couro cabeludo e cabelo saudável exigem tratamentos. 12 Por exemplo, a massagem craniana que pode realizar mobilização do tecido muscular com a finalidade de melhorar as condições circulatórias, liberar aderências, eliminar resíduos metabólicos e consequentemente aumentando a nutrição capilar. 13 De propriedades variadas a argila, pode conforme sua composição, desempenhar ativação do metabolismo, ação absorvente, bactericida, antisséptica, analgésica, cicatrizante, desodorante, além de neutralizar e absorver radioatividade, quando umidecida. 14 Alguns autores defendem o uso individual e/ou associado de óleos essenciais por sua ação antisséptica, cicatrizante, antinfecciosa e no couro cabeludo – desde que devidamente extraído e corretamente conservado. 15 Outro grande avanço nas terapias capilares é associação do laser dermatológico com ação antienvelhecimento, baseada na função apresentada de estimulo e renovação celular. 16 O laser de baixa frequência estimula a biossíntese do colágeno em duas ou três vezes ao nível normal. 17 O segmento de beleza vem crescendo incessantemente no Brasil e abrange os mais variados setores da beleza. 18 Atualmente, o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) é o terceiro maior mercado consumidor do mundo, atrás apenas do Japão e dos EUA. 19 E a qualidade dos serviços deve ser mensurada pelo cliente em questão diretamente relacionada ao mercado e as necessidades do individuo. 20 No Brasil não existem restrições para exercer a profissão, no entanto, órgãos de pesquisa nacional enfatizam que a maior debilidade do setor é a mão de obra qualificada; estando entre outros motivos a escassez de formação seja de caráter técnico, tecnológico, graduação e/ou especialização independente das razoes que dificultem esse acesso. 1 O profissional deve estar sempre atento por mudanças periódicas do mercado, seja de nível técnico ou prático. Afinal, método científico por observação mais raciocínio são essenciais para a melhoria evolutiva. 9 6 O processo de aprendizagem, conhecimentos e capacidades nas áreas do saber marcam o ensino. O processo de formação seja inicial ou contínuo podem conduzir esse profissional ao sucesso ou ao fracasso diante da prática. 21 Existe um expressivo avanço científico e tecnológico exigido ao educador, posturas e reflexões. 10 ensinar advém competência e qualidade adquirida por uma formação adequada e refletem o conhecimento profissional. 21 5. Conclusão Apesar de plausível a pesquisa apresenta várias dificuldades, o baixo índice de pesquisa técnica cientifica é um deles. O setor de beleza atual, altamente competitivo, não está caracterizado por qualificação profissional, mas por saldo lucrativo. Um mercado movido pela mídia de uma forma geral. Entretanto, a mídia não é um recurso tangível e sim momentâneo, a educação, todavia evolui constantemente e nenhuma informação é perdida apenas aprimorada. Em todo o país estima-se cerca milhares de profissionais do setor de beleza com nível de formação heterogêneo, portanto, diferentes níveis de conhecimento sobre a saúde e afins. Muitos profissionais acabam cedendo aos conhecimentos de outros profissionais independentes de instituições, que, no entanto podem apresentar qualidade técnica duvidosa. A multidisciplinaridade abordada no curso de especialização superior e cursos de capacitação continuada (devidamente credenciadas) nos permite este parâmetro de conhecimento. Afinal couro cabeludo e cabelos saudáveis exigem tratamentos que podem estar ligados ou dependentes de produtos e/ou processos, portanto, indústrias visionárias investem crescentemente neste seguimento. Podemos concluir por entrelinhas a necessidade de padronizar profissionais especialistas tricologistas e terapeutas capilares em espaços de beleza e afins, a propiciar segurança e responsabilidade para com a técnica de embelezamento a ser realizada. Além de proporcionar para o meio acadêmico grandes possibilidades de novas pesquisas. Há uma necessidade de conscientização humana quanto aos riscos durante um processo químico de embelezamento, podendo este ser irreversível – tema a ser discutido em uma pesquisa paralela- o profissional da beleza especialista está apto cientificamente a realizar tanto procedimentos de transformação como de prevenção a possíveis lesões a pele e a fibra capilar, um profissional apto a associar 7 terapias complementares á procedimentos médicos podendo este apresentar um resultado promissor. O que afirma a necessidade imposta neste artigo, profissionais atuantes no seguimento de beleza com conhecimentos técnicos-científicos e práticos compondo a segurança necessária ao cliente-paciente diariamente submetido nos mais variados procedimentos em busca do seu ideal de beleza. Além de numerosas oportunidades de novas pesquisas 6. Referências: 1. SEBRAE. Estudo de mercado – salões de beleza. Carteira Beleza e Estética- UACS, 2013. 2. GOMES, Alvaro Luis. O uso da tecnologia cosmética no trabalho profissional cabeleiro. 5°ed- SP. ED.: Senac, 2013. 3. VITTA, Ana Carlota R. A história da maquiagem, do cabelo e do penteado. Em busca da perfeição. São Paulo: Anhembi Morumbi. 2008. 4. FREITAS , Janaina. – História do profissional cabelereiro ao longo dos tempos. Hair Brasil . 2014 < disponível em www.hairbrasil.com/noticias/3252. Acessado em 20/03/2017> 5. BARTHES.R. Sistema da moda. São Paoulo: Martins Fontes, 2009. 6. SEMPRINI, Andrea. 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