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Aula 1: Os 4 principais erros no rótulo de alimentos - Erro 1: O primeiro erro – e o mais comum – é escrever em negrito e caixa alta a frase “não contém lactose” após a lista de ingredientes. Essa informação somente é necessária quando o alimento for destinado para dietas com restrição de lactose. Nesse caso, a expressão “isento de lactose”, “zero lactose” ou “baixo em lactose” deve estar no painel principal da embalagem e próximo à informação que indica a denominação de venda daquele produto. Além disso, nas legislações vigentes (RDC 135/2017 e a Portaria 29/1998), não existe nenhuma especificação de caixa alta, negrito e qualquer outro tipo de destaque. Importante: produtos naturalmente sem lactose não devem trazer nenhuma informação a respeito. - Erro 2: Colocar nos rótulos alegações referentes a ausência de aditivos, como “sem conservantes” ou “sem corantes artificiais”. Essas informações induzem o consumidor ao erro quanto à natureza e a qualidade dos produtos, já que produtos “sem conservantes” podem conter outros tipos de aditivos ou ingredientes que auxiliem na conservação, como o sal e o açúcar, por exemplo. - Erro 3: Declarar os valores da tabela nutricional fora dos padrões da legislação. As quantidades de valor energético e do percentual de valor diário não devem ser declaradas com números decimais, mas sim com números inteiros. Já os nutrientes podem apresentar uma cifra decimal, mas somente quando os valores forem inferiores a 10 – com exceção de vitaminas e minerais, que podem declarar duas cifras decimais caso o valor seja inferior a 1. - Erro 4: Adicionar palavras inexistentes na declaração de alergênicos. A declaração de alergênicos é dada pela RDC 26/2015 e indica que a informação deve ser feita das seguintes formas: alérgicos: contém + alergênico ou alérgicos: pode conter + alergênico. Outros formatos encontrados em embalagens, como “pode conter traços...” estão equivocados de acordo com a legislação. Aula 2: Os 3 pilares de um rótulo correto e seguro - 1º pilar: Conhecer tudo que envolve o alimento e seu processo de fabricação (ingredientes e suas funções, fornecedores de matéria prima, ficha técnica, etc). Sem as informações necessárias sobre o produto, as chances de cometer um erro ao elaborar o rótulo é muito grande, colocando em risco a saúde do consumidor por falta de informações – como a indicação de alergênicos, por exemplo. - 2º pilar: Conhecer a legislação. É importante ter o próprio conhecimento da legislação para não ficar a mercê do conhecimento de outras pessoas ou ter a necessidade de copiar o rótulo de produtos similares já existentes no mercado e que podem conter erros que, consequentemente, acabariam sendo replicados. Um único ingrediente pode exigir uma informação única no rótulo que faz toda a diferença. - 3º pilar: Seguir um mapa que mostre o caminho correto. Saber por onde se deve começar e quais as legislações que devem ser consultadas para elaboração, correção e validação de um rótulo. Na grande maioria das vezes, as mesmas legislações são válidas para todos os alimentos, com algumas exceções. Portanto, as informações gerais começam pela RDC 259 e Decreto Lei 986. Em seguida é preciso verificar o Regulamento Técnico específico do alimento, caso existente, e adicionar as informações complementares e necessárias de alergênicos, glúten, lactose e tabela nutricional. Posteriormente, verificar as legislações mais específicas, como a de Informação Nutricional Complementar, de aditivos, suplementos, etc. Seguir estes passos para a elaboração de um rótulo é uma grande ajuda para organizar o pensamento e as informações que devem constar. Por fim, verifica-se todas as informações a partir de um check list. Aula 3: Analisando o rótulo na prática A análise em questão foi de um rótulo fictício de pão de queijo congelado com zero lactose. Para fazer a análise é preciso entender do produto, do processo de fabricação, ter conhecimento das legislações e seguir o mapa. Pontos importantes sobre a empresa fictícia e seu produto: - Fabrica apenas pães de queijo; - A empresa decidiu inovar e iniciou a fabricação de pão de queijo com nozes: alerta para contaminação cruzada; - Utiliza aromas artificiais. Sabendo agora sobre a empresa, da produção e ingredientes, o próximo passo é a verificação das legislações gerais (RDC 259 e Decreto Lei 986) e se há um Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) para pães de queijo. - Legislação 259 e os pontos importantes que devem estar presentes no rótulo: denominação de venda, lista de ingredientes, conteúdo líquido, identificação de origem, identificação de lote, prazo de validade e instruções sobre o preparo e uso do alimento. - No painel principal: - Denominação de venda: Pão de queijo congelado para dietas com restrição de lactose. - Conteúdo líquido: conforme portaria 157 do INMETRO – peso líquido entre 1 e 1000 g indicado em fonte com tamanho mínimo de 4 mm. - Verso do rótulo: - Lista de ingredientes: ordem decrescente de acordo com a quantidade presente no produto. - Identificação de origem: fabricado em + razão social da empresa; endereço completo: rua, cep, município e país. - Identificação de lote - Prazo de validade: superior a 3 meses – pode ser informado somente MÊS E ANO se o produto for válido até o final do mês indicado; inferior a 3 meses – pode ser informado somente DIA e MÊS. - Data de fabricação é obrigatória somente para produtos de origem animal. - Instrução de preparo: ESTA INFORMAÇÃO ESTÁ FALTANDO NO RÓTULO FICTÍCIO, PORÉM É OBRIGATÓRIA. Assim como as instruções de armazenamento. - Decreto Lei 986 - No painel principal: - Expressão “aromatizado artificialmente” quando o aroma é utilizado para reforçar o sabor do alimento. - Possibilidade de colocar a marca da empresa no rótulo: “AAALIMENTOS”. - Informação sobre a presença de aromatizantes: obrigatório. - Legislação de lactose: a informação de que o produto é zero lactose ou com baixo teor de lactose deve estar presente no painel principal e próximo à denominação de venda do alimento. - Declaração de alergênicos: deve estar seguido da lista de ingredientes ou logo abaixo, em caixa alta e negrito. - Glúten: no caso do pão de queijo, não contém glúten, pois não existe nenhum ingrediente que possa ter e também não há nenhum risco de contaminação cruzada com outro alimento ou ingrediente que possa conter glúten. - “Diabéticos: contém glicose”: em alimentos para fins especiais é necessário indicar a presente de mono ou dissacarídeos (glicose, frutose e/ou sacarose), conforme o caso. - A expressão “imagem meramente ilustrativa” recomenda-se para que o consumidor não seja induzido ao erro ou engano. - Nome fantasia (pode ser utilizado): Pão de queijo zero lactose - Lei 4502 no artigo 43: fabricante é obrigado a colocar a expressão “indústria brasileira” no rótulo do produto. - A Informação Nutricional Complementar dada pela RDC 54 de 2012 determina que o requisito para que o produto seja fonte de fibras é que este tenha pelo menos 2,5 g de fibra por porção do alimento. No caso deste pão de queijo do exemplo, o produto não cumpre este requisito, por isso a informação no rótulo está incorreta. - SAC: não é obrigatório para alimentos! - Código de barras: não é obrigatório! - Tabela nutricional: em alimentos para dietas com restrição de lactose, a informação nutricional deve ser declarada por 100 g ou ml e sem medida caseira do alimento tal qual exposto à venda, bem como das informações nutricionais do alimento pronto para o consumo de acordo com as instruções do fabricante. É por isso que neste caso há a presença de duas tabelas nutricionais. - Atenção: Erro na tabela: a informação de gorduras totais está declarada como 15,2. Entretanto, os valores devem sempre ser declarados em númerosinteiros.
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