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Servidão no Direito Civil

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Servidão no Direito Civil 
Conceito: É um direito real, voluntariamente imposto a um prédio (serviente) em favor de outro 
(dominante), em virtude do qual o proprietário do primeiro perde o exercício de seus direitos 
dominiais sobre o seu prédio, ou tolera que dele se utilize o proprietário do segundo, tornando 
este mais útil. Sinteticamente, poder-se-ia definir servidões prediais como sendo os direitos 
reais de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes, se impõem sobre o 
prédio serviente em benefício do dominante. 
Daí a necessidade dos seguintes requisitos para que a servidão predial se configure: 
1-Existência de um encargo que pode consistir numa obrigação de tolerar certo ato ou de não 
praticar algo por parte do possuidor do prédio serviente, porém tal ônus é imposto ao prédio e 
não à sua pessoa; 
2-Incidência num prédio em benefício de outro; 
3-A propriedade desses prédios deve ser de pessoas diversas; 
 
Não se deve confundir servidões com direito de vizinhança, nem com usufruto, os quais 
são institutos distintos. 
Finalidade: As servidões prediais têm por objetivo precípuo proporcionar uma valorização do 
prédio dominante, tornando-o mais útil, agradável ou cômodo. Implica, por outro lado, uma 
desvalorização econômica do prédio serviente, levando-se em consideração que as servidões 
prediais são perpétuas, acompanhando sempre os imóveis quando transferidos. Por isso, são 
esses direitos designados “servidões”, uma vez que a coisa onerada “serve”, ou melhor, presta 
uma utilidade ou vantagem real e constante ao prédio dominante. Sendo direito real, a servidão 
adere à coisa, apresentando-se como um ônus que acompanha o prédio serviente em favor do 
dominante. Logo, a servidão serve à coisa e não ao dono, restringindo a liberdade natural da 
coisa (art. 1.378 – CC), por isso é um direito real, ao passo que a obrigação restringe a liberdade 
natural da pessoa. 
Princípios Fundamentais: Com base na definição de servidão predial, poder-se-á extrair seus 
princípios fundamentais, que decorrem não só de seus caracteres como também das normas 
jurídicas que a regem. 
São eles: 
1-É, em regra, uma relação entre prédios, embora a contiguidade entre os prédios dominante e 
serviente não seja essencial, pois, apesar de não serem vizinhos, um imóvel pode ter servidão 
sobre outro, desde que se utilize daquele de alguma maneira. 
2-A servidão não pode recair sobre prédio do próprio titular, logo não há servidão sobre a 
própria coisa, isto porque a existência da servidão implica circunstância de que os imóveis 
(dominante e serviente) pertençam a donos diversos. 
3-A servidão serve a coisa e não ao dono, por essa razão distingue-se da obrigação, uma vez que 
o titular do domínio do imóvel serviente não se obriga à prestação de um fato positivo ou 
negativo, mas apenas assume o encargo de tolerar certas limitações de seus direitos dominiais 
em benefício do prédio dominante, tendo o dever de não se opor a que este último desfrute das 
vantagens que lhe são outorgadas pela servidão. 
https://jus.com.br/tudo/propriedade
https://jus.com.br/tudo/usufruto
4-Não se pode de uma servidão constituir outra, logo o titular do domínio do imóvel dominante 
não tem o direito de ampliar a servidão a outros prédios. 
5-A servidão, uma vez constituída em benefício de um prédio, é inalienável, não podendo ser 
transferida total ou parcialmente, nem sequer cedida ou gravada com uma nova servidão. 
6-A servidão deve ser constituída de modo expresso pelos proprietários, ou por testamento, e 
registrada no Cartório de Imóveis. 
 
Natureza Jurídica: É a servidão predial um direito real (art. 1.225, III – CC) de gozo ou 
fruição sobre imóvel alheio, de caráter acessório, perpétuo, indivisível e inalienável. 
Classificação: As servidões prediais se classificam: 
1-Quanto à natureza dos prédios: rústicas e urbanas. Para Clóvis são rústicas as que se 
referem a prédios rústicos, localizados fora do perímetro urbano (Ex: tirar água do prédio 
vizinho, onde há poço, fonte ou rio partícula), e são urbanas as servidões constituídas para a 
utilidade dos prédios edificados, situados nos limites das cidades, vilas ou povoações e 
respectivos subúrbios (Ex: não cria obstáculo a entrada de luz no prédio dominante). 
2-Quanto ao modo de exercício: 
a) Contínuas e Descontínuas – São contínuas quando subsistem independentemente de ato 
humano direto, embora seu exercício possa interromper-se. (Ex: servidão de passagem de água, 
de energia elétrica). São descontínuas quando seu exercício de funcionamento requer ação 
humana sequencial (Ex: a de trânsito, tirar água do prédio alheio); 
 b) Positivas e Negativas – Nas positivas o proprietário do prédio dominante tem direito a uma 
utilidade do serviente, podendo praticar neste os atos necessários a esse fim. Nas negativas o 
proprietário do serviente deve abster-se de certo ato ou renunciar um direito que poderia exercer 
no prédio se não houvesse servidão; 
c) Ativas e Passivas – As ativas no direito do dono do prédio dominante e as passivas no 
encargo do prédio serviente; 
d) Quanto à sua exteriorização - Aparente e Não-Aparentes. São aparentes as que se observam 
por obras ou sinais, que sejam visíveis e permanentes (Ex: aquedutos). As não-aparentes são as 
que não se revelam externamente (Ex: a de não construir acima de certa altura); 
e) Quanto à sua origem - É uma questão controversa, pois para posição majoritária dos 
doutrinadores, não existe a possibilidade da servidão legal pois fere o previsto no art. 1.378 – 
CC, sendo neste caso a servidão uma espécie de contrato, instituído com a declaração expressa 
dos contratantes. Outrora para uma minoria dos doutrinadores há essa possibilidade, os quais 
dividem a servidão em Legal, Natural e Convencional. 
Modos de Constituição: Pelo teor do art. 1.378 – CC, sabe-se que a servidão não se 
presume, de maneira que para ter validade erga omnes precisa ser comprovada e ter título de 
sua constituição registrado no Cartório de Imóveis. 
Os atos constitutivos que requerem tal assento são: 
1-Ato jurídico Inter vivos ou causa mortis – Esse ato jurídico Inter vivos deve ser oneroso 
porque o proprietário do prédio serviente é indenizado pela restrição que é imposta ao seu 
domínio. Pode ser constituída por testamento (art. 1.378 – CC), caso em que o testador institui 
servidão sobre o prédio que deixa a algum beneficiário, que já receberá sua propriedade gravada 
em favor de outro prédio. 
2-Sentença Judicial – As servidões poderão ser instituídas judicialmente pela sentença que 
homologar a divisão, estando ela devidamente registrada. 
3-Usucapião – Pelo art. 1.379 – CC admitiu-se que a servidão advenha de usucapião. Pois o 
referido artigo prescreve que “o exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por 
dez anos, nos termos do art. 1.242 – CC autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no 
Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. 
4-Destinação do proprietário – Descreve Lafayette sobre o tema: “Se o senhor de dois prédios 
estabelece sobre umas serventias visíveis em favor de outro, e posteriormente aliena um deles, 
ou um e outro passam por sucessão a pertencer a donos diversos, as serventias estabelecidas 
assumem a natureza de servidões, salvo cláusula expressa em contrário. ” 
 
Direitos e Deveres dos Proprietários dos Prédios Dominante e Serviente: Claro está que o 
exercício da servidão acarreta aos proprietários dos prédios dominante e serviente uma série de 
direitos e obrigações que, concomitantemente, limitam a utilização do direito de propriedade do 
dono do serviente e ampliam o uso e gozo do titular do domínio do prédio dominante. 
 De maneira que o dono do prédio dominante tem o direito de: 
1-Usar e gozar da servidão; 
2-Realizar obras necessárias à sua conservação e uso, a fim de poder atingir os objetivos da 
servidão (art.1.380 – CC). 
3-Exigir a ampliação da servidão para facilitar a exploração do prédio dominante, mesmo contra 
a vontade do proprietário do prédio serviente, que tem, contudo, o direito à indenização pelo 
excesso (art. 1.385, § 3º - CC). 
4-Renunciar à servidão (art. 1.388 – CC). 
5-Remover, à sua custa, a servidão de um local a outro, desde que aumente consideravelmente 
sua utilidade e não prejudique o prédio serviente (art. 1.384 – CC). 
 
Entretanto, o dono do imóvel dominante tem o dever de: 
1-Pagar e fazer todas as obras para uso e conservação da servidão (art. 1.381 – CC). 
2-Evitar qualquer agravo ao prédio serviente, uma vez que a servidão deve ater-se às 
necessidades do prédio dominante (art. 1.385 – CC). 
3-Indenizar o dono do prédio serviente pelo excesso do uso da servidão em caso de necessidade 
da cultura ou indústria para melhorar seu aproveitamento econômico e social (art. 1.385, § 3º - 
CC). 
 
O proprietário do prédio serviente, por sua vez, tem o direito de: 
1-Exonerar-se de pagar as despesas com o uso e conservação da servidão, quando tiver que 
suportar esse encargo, desde que abandone total ou parcialmente a propriedade em favor do 
proprietário do prédio dominante (abandono liberatório) e se este recusar-se a receber a 
propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear a obra (art. 1.382 e parágrafo único) 
de conservação e uso. 
2-Remover a servidão de um local para outro, que seja mais favorável à sua utilização, sem que 
isso acarrete desvantagem ao exercício normal dos direitos do dono do prédio dominante (art 
1.384 – CC). 
3-Impedir que o proprietário do prédio dominante efetive quaisquer mudanças na forma de 
utilização da servidão, pois esta deve manter sua destinação (P ex: evitar que se façam 
edificações em imóvel destinado a agricultura). 
4-Cancelar a servidão, pelos meios judiciais, embora haja impugnação do dono do prédio 
dominante, nos casos de renúncia do titular da servidão, de impossibilidade de seu exercício em 
razão de cessação da utilidade que determinou a constituição da servidão e de resgate da 
servidão (art. 1.388, I a III – CC). 
5-Cancelar a servidão, mediante prova de extinção, quando houver: a) reunião dos dois prédios 
no domínio da mesma pessoa; b) supressão das respectivas obras em virtude de contrato ou 
outro título; c) desuso por 10 anos ininterruptos (art. 1.389, I a III – CC). 
 
O proprietário do prédio serviente tem a obrigação de: 
1-Permitir que o dono do prédio dominante realize as obras necessárias à conservação e 
utilização da servidão (art. 1.380 – CC). 
2-Respeitar o exercício normal e legítimo da servidão (art. 1.383 – CC). 
3-Pagar as despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir as vantagens do 
prédio dominante, que decorrem dessa mudança (art. 1.384 – CC). 
 
Proteção Jurídica: No direito brasileiro as ações que amparam as servidões são: 
1-Ação Confessória: tem por escopo reconhecer a sua existência, devendo o proprietário do 
prédio dominante provar a existência da servidão pelo título próprio, quando negada ou 
contestada pelo proprietário do prédio gravado. 
2-Ação Negatória: utilizada pelo dono do prédio serviente para provar que inexiste ônus real, 
ou para defender direitos contra o proprietário do imóvel dominante. 
3-Ação de Manutenção de Posse: outorgada ao dono do prédio dominante se este tiver sua 
posse protestada pelo dono do serviente. 
4-Ação de Nunciação de Obra Nova: utilizada para defender a servidão tigni immittendi (art. 
934, I – CPC). 
5-Ação de Usucapião: nos casos expressamente previstos em lei, desde que a servidão seja 
aparente (art. 1.379 – CC). 
https://jus.com.br/tudo/posse
Extinção: As formas peculiares de extinção da servidão, são: 
1-A renúncia do seu titular, que declara sua intenção de afastá-la de seu patrimônio (art. 1.388, I 
– CC). 
2-A cessação da utilidade ou comodidade a constituição do ônus real (art. 1.388 – CC). 
3-O resgate, ou seja, quando o proprietário do imóvel serviente resgatar a servidão (art. 1.388, 
III – CC), efetuando o pagamento ao dono do prédio dominante para liberar-se do ônus. 
 
Já os modos comuns que levam à sua extinção estão arrolados no art. 1.389, I, II e III do CC: 
1-A confusão, que se dá pela reunião de dois prédios no domínio da mesma pessoa. 
2-A supressão das respectivas obras (nas aparentes) por efeito de contrato ou de outro título 
expresso. 
3-O desuso durante 10 anos consecutivos, o que demonstra o desinteresse do titular e a 
inutilidade da serventia. 
 
Além desses modos extintivos poder-se-á acrescentar: 
1-O perecimento ou desaparecimento do objeto. 
2-O decurso do prazo, se a servidão foi constituída a termo, ou o implemento da condição, se a 
ela estava subordinada. 
3-A desapropriação. 
4-A convenção, se a servidão é oriunda de vontade, poder-se-á cessar se houver acordo entre as 
partes interessadas o distrato. 
5-A preclusão do direito da servidão, em razão de atos opostos e a resolução do domínio do 
prédio serviente. 
 
Esclarece o art. 1.387, parágrafo único – CC, que se o prédio dominante estiver 
hipotecado, e se a servidão estiver mencionada no título hipotecário, será necessário, para 
o cancelamento daquela servidão, o consentimento expresso do credor hipotecário, para 
que não seja lesado com a desvalorização sofrida pelo imóvel onerado. 
Usufruto 
O Usufruto é um direito real que recai sobre coisa alheia, de caráter temporário, inalienável e 
impenhorável, concedido a outrem para que este possa usar e fruir coisa alheia como se fosse 
própria, sem alterar sua substância e zelando pela sua integridade e conservação. O usufrutuário 
poderá utilizar e perceber os frutos naturais, industriais e civis da coisa, enquanto o nu-
proprietário possui a faculdade de dispor da mesma. 
Diz-se que este instituto possui caráter temporário porque não se prolonga além da vida do 
usufrutuário (conforme disposição do artigo 1410 do Código Civil). O usufruto pode admitir 
menor duração quando convencionado a termo ou condição resolutiva. Tal caráter temporário 
deriva de sua função intuito personae, dada sua finalidade de beneficiar pessoas determinadas. 
Dada a vitaliciedade do usufruto, caso ocorra a morte do usufrutuário, se os herdeiros resistirem 
na restituição da coisa, poderá o nu-proprietário ajuizar ação de reintegração de posse, em função 
do esbulho pela precariedade. 
A inalienabilidade é a impossibilidade de o usufrutuário transmitir a coisa a outrem, de forma 
onerosa ou gratuita, em função de seu caráter intuito personae. (Artigo 1393, CC). Entretanto, o 
usufrutuário poderá ceder o exercício do direito, de forma gratuita ou onerosa, como no caso de 
arrendamento. (Artigo 1399, CC). A impenhorabilidade é outra característica deste instituto, 
porém, não impede que o penhor recaia sobre seus frutos. O usufruto se constitui através de lei 
(usufruto legal), de negócio jurídico (usufruto convencional) ou de usucapião. 
No usufruto legal é instituído por lei, para a proteção de determinadas pessoas que se encontram 
em presumível estado de vulnerabilidade. A título de exemplo, o artigo 1689 do Código Civil 
determina que os pais sejam usufrutuários em relação aos filhos menores, em virtude do poder 
familiar. O usufruto convencional se constitui através de negócio jurídico bilateral ou unilateral, 
podendo ser Inter vivos ou causa mortis. Ou seja, poderá constituir-se entre o nu-proprietário e o 
usufrutuário ou por testamento. 
Na constituição Inter vivos, o nu-proprietário mantém a nua-propriedade da coisa e transfere o 
direito real de usufruto à outra pessoa, através de contrato. Já na constituição causa mortis, o 
testamentário por meio de disposição de última vontade, transmite o usufruto aos seus herdeiros. 
O usufruto constituído por usucapião é reconhecido expressamente pelo Código civil de 2002, em 
seu artigo 1391. Não se confunde a usucapião de usufruto com a usucapiãoda propriedade, pois 
sua posse não contou com o animus, mas sim a intenção de ser possuidor usufrutuário. Desta 
forma, a sentença de usucapião não privará o nu-proprietário da titularidade formal, mas apenas 
lhe limitará o domínio. 
Existem cinco espécies de usufruto, estas se classificam em relação à origem, à duração, ao objeto, 
à extensão e aos titulares: 
1-Quanto à origem, o usufruto poderá ser legal (instituído por lei) ou convencional (constituído 
por negócio jurídico). 
2-Quanto à duração, o usufruto poderá ser temporário; quando estipulado com prazo estipulado 
para seu término ou condição resolutiva; ou vitalício; quando não há prazo estipulado para seu 
fim – durando até o fim da vida do usufrutuário. Deve-se ressaltar que a duração do usufruto para 
pessoa jurídica é de no máximo trinta anos. 
3-Quanto ao objeto, o usufruto poderá ser próprio; quando recai sobre coisa inconsumível e 
infungível; e impróprio (ou quase-usufruto); quando recai sobre coisa consumível ou fungível. 
Neste caso, conforme dispõe o artigo 1392, CC, o usufrutuário deverá restituir o nu-proprietário 
o valor da coisa ou outra coisa com equivalente quantidade, gênero e qualidade. 
4-Quanto à extensão, o usufruto poderá ser universal; quando recai sobre uma universalidade de 
bens (herança, patrimônio, fundo empresarial); particular; quando recai sobre apenas um bem; 
pleno; quando não há restrições no uso da coisa; e restrito; quando há restrições no uso da coisa. 
5-Quanto aos titulares, este direito real poderá ser simultâneo; quando é estipulado 
simultaneamente em nome de mais de uma pessoa; ou sucessivo; quando é estabelecido por prazo 
certo em nome de duas ou mais pessoas sucessivamente. 
https://www.infoescola.com/direito/usucapiao/
O usufrutuário tem direito à posse, ao uso, à administração e à percepção dos frutos. (De acordo 
com o artigo 1394, CC). A transmissão da posse justa e direta ao usufrutuário é condição básica 
ao exercício do usufruto. Caso não ocorra a transmissão, o mesmo poderá se valer das ações 
possessórias. O usufrutuário tem direito de perceber os frutos naturais, industriais e civis da coisa, 
sendo vedada a alteração da substância da coisa ou de sua destinação. 
Os artigos 1396 a 1398 do Código Civil determinam as regras de distribuição dos frutos entre o 
nu-proprietário e o usufrutuário. O artigo 1396 determina que ao iniciar o usufruto, os frutos 
pendentes pertencerão ao usufrutuário, entretanto, na data da extinção do usufruto, pertencerão o 
nu- proprietário. O artigo 1397 estabelece que as crias de animais geradas na constância do 
usufruto pertencerão ao usufrutuário, porém, incumbe ao mesmo a preservação dos animais que 
juá viviam antes do usufruto se iniciar. O artigo 1398 mantém a regra geral do vencimento diário 
dos frutos civis, sendo remetidos ao proprietário aqueles que se vençam ao início do usufruto e, 
do usufrutuário aqueles vencidos no termo ad quem. 
O usufrutuário tem o dever de inventariar os bens recebidos, ou seja, arrolar tudo que recebeu e o 
estado em que recebeu; de dar caução real ou fidejussória, caso o nu-proprietário reclame-a; de 
conservar a coisa; de realizar reparações normais; de pagar as contribuições do bem; de pagar o 
seguro (se a coisa já estava segurada antes da constituição do usufruto); de restituir a coisa no 
mesmo estado em que a recebeu. 
A extinção do usufruto está relacionada no artigo 1410 do Código Civil e em seus incisos. Pode 
se dar pela morte do usufrutuário, pois como o usufruto é direito real temporário e intransmissível, 
a morte do usufrutuário é o limite máximo de sua duração, ainda que o direito tenha se 
estabelecido por prazo determinado, se o usufrutuário falecer antes do término deste prazo, 
extinguir-se-á o usufruto. 
A relação jurídica também poderá se extinguir pela destruição total da coisa concedida em 
usufruto, pois o direito não sobrevive sem seu objeto. A consolidação (quando na mesma pessoa 
se reúnem a qualidade de usufrutuário e nu-proprietário), o fim do termo de duração prefixada no 
título constitutivo (condição do término do usufruto a um evento futuro e certo), o acontecimento 
da condição resolutiva - caso se tenha sido convencionado (fim do usufruto condicionado a um 
evento futuro e incerto) e a decadência (neste caso, aplica-se o maior prazo de prescrição – artigo 
205, CC) também causam a extinção do usufruto. 
A Posse no Direito Brasileiro 
Teoria Subjetiva da posse: Para ser o possuidor, o sujeito deveria ter o corpus e o animus, 
conjunção cumulativa e o corpus está relacionado ao objeto, significa dizer que ele está 
apreendendo o bem sobre ele. O animus chamado de elemento anímico está voltado ao animus 
da pessoa, ou seja, é a intenção de ser dono. Saber do animus da pessoa é algo subjetivo. 
Teoria Objetiva da Posse: em um exemplo mais contemporâneo, tijolos no terreno qualquer, 
para construir, embora não esteja ninguém ao lado, se alguém pegar é furto. Ou seja, se 
perceber como proprietário, tem a posse. Não precisa ter o corpus, não precisa saber se tem 
animus ou não, precisa entender se está agindo como dono. 
Posse: é a exteriorização da propriedade, o possuidor é aquele que age como se fosse 
proprietário. 
 
O artigo 1196 trata da posse no Código Civil e diz que: Possuidor é aquele que exerce, de 
fato ou não, algum (qualquer um) dos poderes inerentes à propriedade. 
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI277565,41046-A+Posse+no+Direito+Brasileiro
 O artigo 1228 diz que o proprietário é aquele que pode usar, gozar, dispor ou pode 
reaver a coisa. 
Usar é servir-se das utilidades da coisa, direito de uso; Gozar a coisa é receber os frutos; 
Dispor em regra é o direito de se desfazer da coisa: vender, doar, destruir, abandonar, dar em 
garantia ou pagamento; Reaver é o direito de ir atrás, o direito de retomar a coisa. 
Nesse ponto, vale mencionar que dispor da coisa, tem suas ressalvas e uma delas é a 
função social, como exemplo a reserva legal da fazenda, o rodízio de veículos, que é uma 
limitação do direito de propriedade e o direito de reaver é um fundamental dos direitos 
reais acima dos outros. 
 Propriedade, Posse e Detenção: A Propriedade é plena quando o proprietário possui os três 
poderes nas mãos usar, gozar e dispor, um exemplo de propriedade limitada é o usufruto. São 
duas pessoas exercendo o direito: o usufrutuário tem o direito de usar e gozar da coisa e o 
nu-proprietário que só tem o direito de dispor da coisa. Usufruto é temporário. 
Propriedade precisa de ato solene e a Posse é situação de fato. Como características do direito 
de propriedade a principal é a Faculdade de usar, gozar, a disposição e ainda o direito de reaver 
a coisa de quem injustamente a detenha. Direito absoluto, mas com as devidas ressalvas como 
exemplo a Função social e as limitações como o direito de vizinhança, servidões 
administrativas, parcelamento do solo, rodízio de veículos entre outros. Direito exclusivo, até 
prova em contrário, com exceções como a figura do Condomínio, em que mais de uma pessoa 
exerce direito de propriedade sobre o mesmo bem. 
Plena ou Alodial é a propriedade em que o proprietário concentra em suas mãos todos os 
poderes inerentes. Limitada ou Restrita, em que algum dos poderes inerentes a propriedade 
não está nas mãos do proprietário em razão de um ônus ou de um direito real sobre coisa alheia. 
Exemplo: Usufruto, já mencionado anteriormente, em que o nu- proprietário não pode usar e 
gozar ou o titular de direito de habitação, que só poderá usar para moradia 
A Propriedade Resolúvel está sujeita à termo ou à condição resolutiva, artigo 1359 do Código 
Civil. Como Exemplo: Cláusula de Retrovenda, doação com cláusula de reversão e alienação 
fiduciária. 
 
A Retrovenda, pelo artigo 505, tem que coisa imóvel pode recobrá-la no prazo máximo de 
decadência de 3 anos. Exemplo: Vende casa por 100 mil reais e estabelece a retrovenda pelo 
prazo deum ano, vendeu e registrou o imóvel em seu nome, mas reserva o prazo de um ano 
para chegar com o montante que pagou mais despesas e benfeitorias, desfaz o negócio 
independente da vontade, não faz nova compra, desfaz o negócio. Nesse período quem 
comprou tem a propriedade resolúvel. 
 
A Doação com cláusula de reversão pelo artigo 547, o doador pode estipular que o bem volte 
ao seu patrimônio se sobreviver ao donatário. 
 
A alienação fiduciária existe a posse indireta e propriedade resolúvel. 
 
Outras características do direito de propriedade podem ser listadas como: Direito 
perpétuo, diferencia da maior parte dos direitos reais e perpétuo não é o mesmo que vitalício, 
maior parte dos direitos reais não é perpétuo, é temporário. Direito elástico, Direito complexo, 
tudo isso faz com que a propriedade seja um direito complexo. E por fim um Direito 
fundamental estabelecido no artigo 5° da Constituição da República. 
 
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI277565,41046-A+Posse+no+Direito+Brasileiro
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI277565,41046-A+Posse+no+Direito+Brasileiro
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI277565,41046-A+Posse+no+Direito+Brasileiro
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI277565,41046-A+Posse+no+Direito+Brasileiro
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Distinção entre Posse e Detenção se faz necessário pois termina por causar confusão entre os 
dois institutos. O detentor não tem posse, ou seja, ele não pode se valer a defesa possessória. 
Falta legitimidade e não vai conseguir adquirir a propriedade pela usucapião o exemplo 
clássico da detenção é o caseiro, ou legalmente chamado de fâmulos da posse pelo artigo 1198, 
que ainda menciona os atos de mera permissão ou tolerância e os atos violentos ou 
clandestinos, como formas que não são possíveis adquirir a propriedade pela usucapião. 
Ato violento é o uso da força e ato clandestino, entende-se como ocultos, as escusas. Cessada 
a violência ou a clandestinidade terá a posse. Quando a posse ficar velha cessa a violência. A 
posse fica velha quando ela atinge mais de um ano e um dia. Usucapião, por exemplo, depois 
de cessada a violência e a clandestinidade que vai contar o prazo. Vale mencionar que como 
bem público não pode ser objeto de usucapião, a invasão de bem público não vai caracterizar 
posse. Nesses casos, não cabe retenção por benfeitorias e nem por acessões. Um efeito da posse 
de boa-fé é o direito de ser indenizado por benfeitorias úteis ou necessárias. Acessões são as 
construções ou plantações em imóvel alheio. Existe para a posse de boa-fé o direito de retenção 
até receber a indenização. Nos casos mencionados, não há esse direito. 
Classificação da posse 
 
Quanto aos vícios subjetivos: Posse de boa-fé e Posse de má-fé. Pelo artigo 1201, posse de 
boa-fé, quando o possuidor ignora o vício da posse ou obstáculo que impede a aquisição da 
coisa. A posse de má-fé é aquela que o possuidor tem ciência de seus vícios. Hipótese de boa-
fé subjetiva no código civil de 2002, porque para provar que ele está de má-fé tem que provar 
que ele sabe. Exceção à regra do código civil que usa o princípio da boa-fé objetiva. Para o 
caso existe a presunção, ou seja, admite prova em contrário, estamos diante de uma presunção 
relativa. 
Quanto aos vícios objetivos: Posse Justa, a que não é violenta, clandestina ou precária e a 
Posse Injusta é violenta, clandestina ou precária. 
Posse precária é uma posse que começa justa e depois passa a ser injusta. Exemplo: amparada 
em um contrato de comodato, começa com promessa de compra e venda de bem imóvel, um 
contrato solene a partir da primeira parcela do sinal já tomaria posse e depois não paga o 
restante acordado, se torna posse injusta por ser precária. O que caracteriza a posse precária é 
uma posse obtida por abuso da confiança. Não convalesce em usucapião, ela não se torna justa. 
A Posse Nova e Posse Velha pelo artigo 924 do CPC que diz quando a ação for ajuizada 
dentro de um ano e um dia segue o rito especial, segue tal prazo para distinção. Dentro de um 
ano e um dia posse nova e passado esse prazo, posse velha. 
A Posse Ad Usucapionem é a posse mansa ou pacífica, ininterrupta e com animus domini. A 
Posse mansa não é posse de boa-fé ou posse justa, é a posse que não sofreu oposição, ela pode 
até ser de má-fé desde que não tenha oposição. Ininterrupta tem que ser contínua com a 
possibilidade de somar a posse através da acessio possessionis e sucessio possessionis. 
Sendo acessio possessionis por ato Inter vivos e sucessio possessionis mortis causa. Para 
cumprir o requisito da usucapião extraordinária pode somar a posse do antecessor. O Animus 
domini ou ânimo de dono se caracteriza como a intenção de ser dono ou agir como dono. Aqui 
tem como lógica, impedir o locatário de adquirir a propriedade por usucapião, impede também 
o comanditário, tem um contrato no imóvel. 
A Interversão da posse é a inversão da natureza da posse, exemplo: A posse de boa-fé passa a 
ser uma posse de má-fé ou a posse justa passa ser uma posse injusta. 
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Efeitos da Posse: É a faculdade de invocar os interditos possessórios, efeito da defesa 
possessória. Como exemplo as ações de manutenção e reintegração da posse. Para tanto 
precisamos diferenciar tais possibilidades e hipóteses que permitem a utilização das ações 
acima mencionadas. 
Turbação é a agressão que não priva o possuidor da posse, ou seja, continua na posse ele vai 
ingressar com ação de manutenção da posse. 
Esbulho é agressão que priva o possuidor da posse, aqui ocorre a perda da posse e a ação que 
será ajuizada será a ação de reintegração de posse, uma ação para retomar a posse. O esbulho 
pode ser total ou parcial, se alguém invadiu uma parte é esbulho parcial se invadiu tudo é 
esbulho total. A diferença é que na turbação não é privado da posse, existe uma perturbação 
quanto ao direito do possuidor. 
O artigo 1210 do Código Civil menciona que: O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo 
receio de ser molestado. 
Por fim, existe a chamada autotutela da posse que consiste em uma defesa extrajudicial da 
posse, realizada pela própria força. Legítima defesa da posse na hipótese de turbação e 
desforço direto, imediato para caso de esbulho. Para ser legítima será proporcional à agressão 
e tem que ser feita logo, em regra é entendido como imediato. 
A Súmula 228 do STJ diz que: É inadmissível o interdito proibitório para a proteção do 
direito autoral. 
Em relação aos efeitos da Posse com relação aos frutos, tem-se que: Frutos são utilidades 
produzidas periodicamente pela coisa que quando colhidas não alteram sua substância. São 
bem acessórios e periódicos. 
A diferença do produto que não é periódico e altera a substância da coisa. O possuidor de boa-
fé tem direito enquanto durar aos frutos percebidos, os frutos pendentes ao tempo em que 
cessar a boa-fé, devem ser restituídos. 
Os Frutos Pendentes ainda não foram colhidos os Percebidos são aqueles que já foram 
colhidos e os Percipiendos não foram colhidos, mas já deveriam ter sido. Os artigos 1214 e 
1216 do código civil tratam desta questão. 
"Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser 
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também 
restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem 
como pelos que, por culpa sua, deixou deperceber, desde o momento em que se constituiu 
de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio." 
Sobre os efeitos da posse com relação às benfeitorias, entende-se como Benfeitorias 
Necessárias as obras ou despesas para a conservação, Benfeitorias úteis, a melhoria e como 
Benfeitorias voluptuárias as de mero deleite. O Possuidor de boa-fé tem direito de retenção 
para benfeitorias necessárias e úteis, voluptuária pode retirar desde que não afete a coisa. 
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O possuidor de má-fé tem direito apenas a indenização pelas benfeitorias necessárias. Não 
cabe retenção para o possuidor de má-fé. A Súmula 335 do STJ menciona que nos contratos 
de locação cláusula que impede a retenção da coisa para recebimento de benfeitoria é válida. 
A doutrina diz que se o contrato for de adesão, esta seria abusiva, nesse caso poderia invalidá-
la. Posição que seguimos, pois se trata de cláusula abusiva e em contrato de adesão se 
estabeleceria em não equânime para as partes. 
 
Função social da posse: Muito se fala em função social da propriedade, mas esquecem da 
figura da função social da posse que também é estabelecida no ordenamento jurídico brasileiro. 
Como exemplo o artigo 1228 §4° que trata da desapropriação por posse trabalho ou por posse 
pró-labore. Como requisitos: Imóvel de extensa área e considerável número de pessoas por 
mais de 5 anos, com posse ininterrupta e de boa-fé realizando nessa área obras e serviços de 
interesse social. 
 
Não é espécie de usucapião, em virtude do artigo 1228 §5° falar em pagamento. Posição 
majoritária que o instituto deve ser aplicado em virtude da função social da posse. Se os 
possuidores são de baixa renda a indenização deve ser paga pelo estado e não se aplica a bem 
público, depois com novo entendimento, aplica-se à bens públicos dominicais. 
Outro exemplo de função social da posse, é o artigo 1238 que trata da Usucapião 
Extraordinário, onde traz a redução do prazo para 10 anos se o possuidor usar o imóvel como 
moradia ou realizar obras ou serviços de caráter produtivo. O artigo 1242, parágrafo único 
também tem redução do prazo de 10 para 5 anos a usucapião ordinário pela destinação ao bem. 
Sendo assim, se consagra tal possibilidade de atribuir função social ao instituto da posse. 
 
Perda da propriedade de um imóvel: O simples não uso, sem as características de 
abandono, não determina a sua perda, se não foi usucapido por outrem, ainda que se passem 
mais de 15 (quinze) anos. O artigo 1.275 do Código Civil enumera alguns casos de perda da 
propriedade, tais como: alienação, renúncia, abandono, perecimento e a desapropriação. 
Os três primeiros são modos voluntários, sendo o perecimento e a desapropriação modos 
involuntários da perda da propriedade. O Código Civil traz ainda outras formas, as quais estão 
enumeradas nos artigos 1.276 e 1.228, §§ 3º, 4º e 5º, complementando o rol taxativo do 
Código. 
Após essa breve introdução, vamos aos modos de perda da propriedade: 
1-Alienação: A alienação ocorre por meio de contrato pelo qual o titular transfere a 
propriedade a outra pessoa. Pode ser a título oneroso, como na compra e venda de um 
bem, ou a título gratuito, como na doação de um imóvel. Em qualquer dos casos, os efeitos da 
perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo, como bem 
preceitua o artigo 1.275, parágrafo único, do Código Civil. 
2-Renúncia: Ela será ato unilateral, pelo qual o titular abre mão de seus direitos sobre a coisa, 
de forma expressa. Para isso, o ato renunciativo de imóvel deve também ser registrado no 
Registro de Imóveis competente. Exige-se ainda a escritura pública para a “renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo 
vigente no País” (artigo 108 do Código Civil). De igual modo, quando ocorrer a renúncia à 
sucessão aberta, esta deve constar expressamente de instrumento público ou ser tomada por 
termo nos autos. 
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10650131/artigo-1275-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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3-Abandono: Importante mencionar que o abandono também ocorre por ato unilateral, pelo 
qual o titular abre mão de seus direitos sobre a coisa. Podendo ocorrer, por exemplo, quando o 
proprietário não tem meios de pagar os impostos que oneram o imóvel. Por isso, a conduta do 
proprietário caracteriza-se, no abandono, pela intenção de não mais ter a coisa para si. Assim, 
abandonado o imóvel, qualquer pessoa pode dele apossar-se. 
4-Perecimento da coisa: Já a perda da propriedade pelo perecimento da coisa decorre de ato 
involuntário, através de acontecimentos naturais (terremoto, raio, incêndio, etc.) ou de ato 
voluntário, como no caso de uma destruição por seu titular. 
5-Desapropriação administrativa por necessidade ou utilidade pública ou interesse 
social: Neste caso, trata-se de um procedimento administrativo em que o Poder Público, de 
forma compulsória (forçada), priva alguém de uma propriedade e a adquire para si, mediante 
indenização, desde que fundada em interesse público. Destaca-se que essa indenização deverá 
ser prévia, justa, pagável em dinheiro ou se o sujeito passivo concordar, poderá ser pago em 
título de dívida pública com cláusula de correção monetária. 
6-Direito de requisição da propriedade particular: Aqui o Estado, em prol do interesse 
público, constitui alguém na obrigação de prestar um serviço ou ceder, mesmo que de forma 
transitória, a utilização de uma coisa, obrigando a indenização pelos prejuízos que arcar ao 
obrigado. Permite-se, ainda, que a autoridade competente use, provisoriamente, a propriedade 
em casos de perigo iminente, como guerra ou comoção intestina, além dos casos de 
implantação de um traçado viário, a fim de que seja promovida a política habitacional 
popular. 
7-Desapropriação judicial baseada na posse pro labore ou posse-trabalho: Este instituto 
tem fundamento na função social da propriedade, sendo promovida quando o proprietário é 
privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de 
boa-fé, desde que tenha mais de 05 (cinco) anos, de considerável número de pessoas, sendo 
que estas tenham, conjuntamente ou separadamente, realizadas obras e serviços que, pelo juiz 
como considerados de interesse social e econômicorelevante, fixando o magistrado inclusive 
a justa indenização devida ao proprietário, assim, pago o preço, terá como validade de um 
título para registro imobiliário com o nome de seus possuidores, conforme §§ 4º e 5º do 
artigo 1.228 do Código Civil. 
8-Usucapião: Outra forma de perda da propriedade imóvel é a usucapião, visto que, quando 
uma parte adquire o direito real de propriedade e de outros direitos, o seu antigo titular perde 
a propriedade por um conjunto de motivos, como o descuido e desleixo, podendo ser ainda 
por não cumprir a sua função social. 
9-Acessão: Na acessão, assim como na usucapião, também há a figura de dois sujeitos, sendo 
que um deles adquire a propriedade imóvel nas suas formas, tais como: por formação de ilhas; 
por aluvião; por avulsão; por abandono de álveo e por plantações ou construções 
(artigo 1.248, CC). 
10-Implemento de condição resolutiva: Decorre quando a propriedade é resolúvel, 
extinguindo o direito pela verificação, transmitindo a outrem. 
 
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11-Confisco: É ato do Estado de forma unilateral, sem indenização, devido o cultivo ilegal de 
plantas psicotrópicas (art. 243, da Constituição Federal). 
 
Obrigação propter rem 
É uma obrigação real, que decorre da relação entre o devedor e a coisa. Difere das obrigações 
comuns especialmente pelos modos de transmissão. Propter rem significa “por causa da coisa”. 
Assim, se o direito de que se origina é transmitido, a obrigação o segue, seja qual for o título 
translativo. A transmissão é automática, independente da intenção específica do transmitente, e 
o adquirente do direito real não pode recusar-se a assumi-la. São exemplos da obrigação, que 
pode ser identificada em vários dispositivos esparsos do Código Civil, já que não a disciplinou 
isoladamente: a obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas de conservação 
da coisa comum (artigo 1.315); a do condômino, no condomínio em edificações, de não alterar 
a fachada do prédio (artigo 1.336, III); a obrigação que tem o dono da coisa perdida de 
recompensar e indenizar o descobridor (artigo 1.234); a dos donos de imóveis confinantes, de 
concorrerem para as despesas de construção e conservação de tapumes divisórios (artigo 1.297, 
§ 1º) ou de demarcação entre os prédios (artigo 1.297); a obrigação de dar caução pelo dano 
iminente (dano infecto) quando o prédio vizinho estiver ameaçado de ruína (artigo 1.280); e a 
obrigação de indenizar benfeitorias (artigo 1.219). 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642247/artigo-243-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988

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