Prévia do material em texto
PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS MÓDULO 1: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MÁQUINAS ELÉTRICAS PROF. ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS DEFINIÇÃO: Máquinas Elétricas são dispositivos que fazem conversão eletromecânica de energia. O equipamento que converte energia elétrica (relacionada com tensão e corrente) em energia mecânica (torque, rotação) é denominado MOTOR ELÉTRICO. Ao contrário, a máquina que converte energia mecânica em energia elétrica é chamada de GERADOR ELÉTRICO. As máquinas elétricas são reversíveis, isto é, podem operar como motor ou gerador, como ilustra a Figura 1. MÁQUINAS ELETRICAS Figura 1 – Conversão Eletromecânica de Energia. MOTOR GERADOR Elétrica Elétrica Mecânica Mecânica PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS Um gerador elétrico deve estar mecanicamente acoplado a uma máquina motriz (ou máquina primária), capaz de fornecer energia mecânica, para movimentar a parte móvel do gerador. Exemplos de máquinas motrizes são: turbinas hidráulicas, turbinas à vapor, motor à combustão, motor elétrico, turbina eólica, etc. A Figura 2 ilustra alguns exemplos de máquinas motrizes. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS (a) (b) (c) Figura 2 – Exemplos de Máquinas Motrizes em: (a) Usina Hidrelétrica; (b) Usina Termoelétrica; e (c) Turbina Eólica. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS As constantes modificações de normas e das tecnologias associadas às instalações industriais torna necessária uma atualização constante dos profissionais que desenvolvem atividades dentro ou no entorno das indústrias. Assim, esta disciplina tem por objetivo contribuir para a capacitação dos profissionais da área industrial, bem como daqueles que de alguma forma trabalham com instalações elétricas no que tange aos conceitos introdutórios mínimos necessários a compreensão das tecnologias associadas às máquinas elétricas básicas encontradas nas inúmeras modalidades de indústrias. O correto dimensionamento e especificação dos condutores e demais componentes associados aos motores elétricos vai proporcionar maior robustez e acima de tudo segurança aos processos industriais¹. É fundamental também que o profissional tenha sempre atualizadas suas capacitações pertinentes às técnicas de segurança aplicadas ao trabalho com eletricidade². MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS ¹ Dimensionamento inadequado e manutenção precária ou inexistente geram fugas de corrente que oneram as contas de energia e principalmente causam incêndios. ² Destaca-se aqui o treinamento atualizado ao menos da NR 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES: São dispositivos sem partes móveis, nos quais por meio do fenômeno da indução eletromagnética ocorre transferência de energia elétrica de um ou mais circuitos primários para outros circuitos secundários, mantendo a mesma frequência, porém podendo garantir tensões e intensidades de corrente diferentes entre os enrolamentos primário e secundário. A Figura 3 apresenta alguns transformadores. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 3 – Exemplos de Transformadores. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: Conforme visto no circuito a seguir, o Indutor A é alimentado por uma Corrente Elétrica Variável e um Campo Magnético Variável é gerado. MÁQUINAS ELETRICAS Figura 4 – Princípio de Funcionamento. PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Fluxo Magnético INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: Se o Indutor B for colocado suficientemente próximo do Indutor A, o Campo Magnético Variável irá induzir uma Tensão no Indutor B. MÁQUINAS ELETRICAS Figura 4 – Princípio de Funcionamento. PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Fluxo Magnético INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: Se o Indutor B for colocado suficientemente próximo do Indutor A, o Campo Magnético Variável irá induzir uma Tensão no Indutor B. [Indutância Mútua] MÁQUINAS ELETRICAS Figura 4 – Princípio de Funcionamento. PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Fluxo Magnético INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS SIMBOLOGIA DO TRANSFORMADOR: A simbologia usual do transformador é apresentada a seguir. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 5 – Simbologia do Transformador. Um Transformador é geralmente constituído por um Núcleo de Ferro e por um par de Enrolamentos (Indutores) com diferentes números de espiras, N1 e N2. O Enrolamento ligado à Fonte de Alimentação é chamado Enrolamento Primário, e o ligado à Carga é chamado Enrolamento Secundário. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO: A relação entre o número de espiras do enrolamento primário N1 e o número de espiras do enrolamento secundário N2 definem o fator de transformação, pois também relacionam como ocorrerá a transformação de tensão do primário V1 para o secundário V2. N1 __________ N2 V1 __________ V2 → 𝑎 = N1 N2 = V1 V2 ou V1 N1 = V2 N2 Neste caso, fica evidente que tensão elétrica e número de espiras são diretamente proporcionais. Entende-se por transformador ideal aquele no qual não há perda de potência. Considerando um transformador ideal, é possível enunciar a seguinte equação. P1 = P2 → V1 × I1 = V2 × I2 → I2 I1 = V1 V2 Assim, corrente e tensão são inversamente proporcionais. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS (Relação de Transformação) INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES REAIS: Entretanto, transformadores reais sofrem com a perda de potência e isso implica na necessidade de que seja considerado o rendimento do referido circuito. η = P2 P1 → I2 I1 = η V1 V2 Assim, para um rendimento de 100%, o modelo real se torna idêntico ao modelo ideal. CLASSIFICAÇÃO: Os transformadores podem ser classificados a partir da relação de transformação nas seguintes categorias: ▪ Elevadores de Tensão (𝑎 < 1): N1 < N2 → V1 < V2 ▪ Abaixadores de Tensão (𝑎 > 1): N1 > N2 → V1 > V2 ▪ Igualadores de Tensão (𝑎 = 1): N1 = N2 → V1 = V2 MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TRANSFORMADORES: Num transformador apenas tensão e corrente podem ser modificadas. As propriedades como a forma de onda, período e frequência não são alteradas pelo transformador. Agora será apresentado um exemplo de um circuito elétrico com um transformador, para que seja possível exercitar os conceitos vistos até agora. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 6 – Tensões nos Enrolamentos Primário e Secundário de um Transformador Monofásico. 𝐕𝟏 𝐕𝟐 𝐕𝟐 𝐕𝟏 Amplitudes Distintas, mas sincronismo nas formas de onda. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - EXERCÍCIOS: Exemplo de Aplicação: Calcule a corrente eficaz na carga no circuito a seguir, considerando uma relação de transformação N1: N2 igual a 22: 1 e um rendimento de 80% para o transformador. Em seguida, deve ser calculada a potência no primário (alimentação) e no secundário (carga) e, posteriormente, calculada a corrente na carga a partir da tensão e da potência (secundário). 𝐏𝟏 = 𝐕𝟏 × 𝐈𝟏 = 𝟐𝟐𝟎𝐕 × 𝟏𝐀 = 𝟐𝟐𝟎𝐖; 𝛈 = 𝐏𝟐 𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝛈𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝟖𝟎% 𝐝𝐞 𝟐𝟐𝟎𝐖 = 𝟏𝟕𝟔𝐖 𝐏𝟐 = 𝐕𝟐 × 𝐈𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝐏𝟐 𝐕𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝟏𝟕𝟔𝐖 𝟏𝟎𝐕 → 𝐈𝟐 = 𝟏𝟕, 𝟔𝐀 MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Solução: Inicialmente, calcule a tensão no enrolamento secundário do transformador. 𝐍𝟏 _____ 𝐍𝟐 𝐕𝟏 _____ 𝐕𝟐 𝟐𝟐 _____ 𝟏 𝟐𝟐𝟎 _____ 𝐕𝟐 𝐕𝟐 = 𝟐𝟐𝟎 𝟐𝟐 = 𝟏𝟎𝐕 𝐈𝟐 Carga Resistiva INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - EXERCÍCIOS: Solução: Inicialmente, calcule a tensão no enrolamento secundário do transformador. 𝐍𝟏 _____ 𝐍𝟐 𝐕𝟏 _____𝐕𝟐 𝟏 _____ 𝟓 𝟐𝟐𝟎 _____ 𝐕𝟐 𝐕𝟐 = 𝟐𝟐𝟎 × 𝟓 = 𝟏𝟏𝟎𝟎𝐕 Em seguida, deve ser calculada a potência no primário (alimentação) e no secundário (carga) e, posteriormente, calculada a corrente na carga a partir da tensão e da potência (secundário). 𝐏𝟏 = 𝐕𝟏 × 𝐈𝟏 = 𝟐𝟐𝟎𝐕 × 𝟐𝐀 = 𝟒𝟒𝟎𝐖; 𝛈 = 𝐏𝟐 𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝛈𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝟗𝟎% 𝐝𝐞 𝟒𝟒𝟎𝐖 = 𝟑𝟗𝟔𝐖 𝐏𝟐 = 𝐕𝟐 × 𝐈𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝐏𝟐 𝐕𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝟑𝟗𝟔𝐖 𝟏𝟏𝟎𝟎𝐕 → 𝐈𝟐 = 𝟎, 𝟑𝟔𝐀 𝐨𝐮 𝟑𝟔𝟎𝐦𝐀 MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Exercício 1: Calcule a corrente eficaz na carga no circuito a seguir, considerando uma relação de transformação N1: N2 igual a 1: 5 e um rendimento de 90% para o transformador. Em seguida, defina o tipo de transformador (elevador de tensão, abaixador de tensão ou igualador de tensão). 𝐈𝟐 𝟐𝟐𝟎𝐕 𝟔𝟎𝐇𝐳 𝟐𝐀 (Elevador de Tensão) Carga Resistiva INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - EXERCÍCIOS: Solução: Inicialmente, calcule a tensão no enrolamento secundário do transformador. 𝐍𝟏 _____ 𝐍𝟐 𝐕𝟏 _____ 𝐕𝟐 𝟏 _____ 𝟏 𝟏𝟏𝟎 _____ 𝐕𝟐 𝐕𝟐 = 𝟏𝟏𝟎𝐕 Em seguida, deve ser calculada a potência no primário (alimentação) e no secundário (carga) e, posteriormente, calculada a corrente na carga a partir da tensão e da potência (secundário). 𝐏𝟏 = 𝐕𝟏 × 𝐈𝟏 = 𝟏𝟏𝟎𝐕 × 𝟒𝐀 = 𝟒𝟒𝟎𝐖; 𝛈 = 𝐏𝟐 𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝛈𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝟗𝟓% 𝐝𝐞 𝟒𝟒𝟎𝐖 = 𝟒𝟏𝟖𝐖 𝐏𝟐 = 𝐕𝟐 × 𝐈𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝐏𝟐 𝐕𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝟒𝟏𝟖𝐖 𝟏𝟏𝟎𝟎𝐕 → 𝐈𝟐 = 𝟑, 𝟖𝐀 MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Exercício 2: Calcule a corrente eficaz na carga no circuito a seguir, considerando uma relação de transformação N1: N2 igual a 1: 1 e um rendimento de 95% para o transformador. Em seguida, defina o tipo de transformador (elevador de tensão, abaixador de tensão ou igualador de tensão). 𝐈𝟐 𝟏𝟏𝟎𝐕 𝟓𝟎𝐇𝐳 𝟒𝐀 (Igualador de Tensão) Carga Resistiva INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - EXERCÍCIOS: Solução: Inicialmente, calcule a tensão no enrolamento secundário do transformador. 𝐍𝟏 _____ 𝐍𝟐 𝐕𝟏 _____ 𝐕𝟐 𝟐 _____ 𝟏 𝟑𝟖𝟎 _____ 𝐕𝟐 𝐕𝟐 = 𝟑𝟖𝟎 𝟐 = 𝟏𝟗𝟎𝐕 Em seguida, deve ser calculada a potência no primário (alimentação) e no secundário (carga) e, posteriormente, calculada a corrente na carga a partir da tensão e da potência (secundário). 𝐏𝟏 = 𝐕𝟏 × 𝐈𝟏 = 𝟑𝟖𝟎𝐕 × 𝟓𝐀 = 𝟏𝟗𝟎𝟎𝐖; 𝛈 = 𝐏𝟐 𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝛈𝐏𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝟖𝟓% 𝐝𝐞 𝟏𝟗𝟎𝟎𝐖 = 𝟏𝟔𝟏𝟓𝐖 𝐏𝟐 = 𝐕𝟐 × 𝐈𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝐏𝟐 𝐕𝟐 → 𝐈𝟐 = 𝟏𝟔𝟏𝟓𝐖 𝟏𝟗𝟎𝐕 → 𝐈𝟐 = 𝟖, 𝟓𝐀 MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Exercício 3: Calcule a corrente eficaz na carga no circuito a seguir, considerando uma relação de transformação N1: N2 igual a 2: 1 e um rendimento de 85% para o transformador. Em seguida, defina o tipo de transformador (elevador de tensão, abaixador de tensão ou igualador de tensão). 𝐈𝟐 𝟑𝟖𝟎𝐕 𝟔𝟎𝐇𝐳 𝟓𝐀 (Abaixador de Tensão) Carga Resistiva INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS TRANSFORMADORES - EXERCÍCIOS: MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Exercício 4: Calcule a corrente eficaz na carga no circuito a seguir. Solução: Avaliando cada um dos transformadores, tem-se que: ▪ Transformador 1: ▪ 𝐕𝟐 = 𝐍𝟐 𝐍𝟏 × 𝐕𝟏 = 𝟔 𝟏𝟏 × 𝟐𝟐𝟎 = 𝟏𝟐𝟎𝐕 → 𝐏𝟏 = 𝟐𝟐𝟎𝐕 × 𝟏𝐀 = 𝟐𝟐𝟎𝐖 → 𝐏𝟐 = 𝟗𝟓% 𝐝𝐞 𝟐𝟐𝟎𝐖 = 𝟐𝟎𝟗𝐖 ▪ Transformador 2: ▪ 𝐕𝟐 = 𝐍𝟐 𝐍𝟏 × 𝐕𝟏 = 𝟐 𝟏 × 𝟏𝟐𝟎 = 𝟐𝟒𝟎𝐕 → 𝐏𝟏 = 𝟐𝟎𝟗𝐖 𝐒𝐚 ƴ𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐓𝐫.𝟎𝟏 → 𝐏𝟐 = 𝟗𝟎% 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟗𝐖 = 𝟏𝟖𝟖, 𝟏𝐖 ▪ Transformador 3: ▪ 𝐕𝟐 = 𝐍𝟐 𝐍𝟏 × 𝐕𝟏 = 𝟏 𝟏𝟎 × 𝟐𝟒𝟎 = 𝟐𝟒𝐕 → 𝐏𝟏 = 𝟐𝟎𝟗𝐖 𝐒𝐚 ƴ𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐓𝐫.𝟎𝟐 → 𝐏𝟐 = 𝟗𝟐% 𝐝𝐞 𝟏𝟖𝟖, 𝟏𝐖 = 𝟏𝟕𝟑, 𝟎𝟓𝟐𝐖 ▪ 𝐈𝐂𝐀𝐑𝐆𝐀 = 𝟏𝟕𝟑,𝟎𝟓𝟐𝐖 𝟐𝟒𝟎𝐕 → 𝐈𝐂𝐀𝐑𝐆𝐀 = 𝟕, 𝟐𝟏𝟎𝟓𝐀 Carga Resistiva INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TRANSFORMADORES: Em geral, os transformadores são estudados juntamente com os geradores e motores, porque os transformadores funcionam com base nos mesmos princípios, ou seja, dependem da ação de um campo magnético para que ocorram mudanças no nível de tensão. Há na literatura bibliografia que entende o transformador como um tipo de Máquina Elétrica (classificando o mesmo como uma Máquina Elétrica Estática). Entretanto, não estaremos interpretando desta forma em nossa disciplina devido a dois motivos: ▪ Entende-se como parte da definição de máquina elétrica a capacidade de transformar energia de uma modalidade para outra. Transformadores não realizam transformação de energia. Neles ocorre apenas transferência de energia mediante acoplamento magnético. ▪ Assumir que o transformador é uma máquina elétrica apenas pelo princípio da ação de um campo magnético para o seu funcionamento dilui o conceito de máquina elétrica, ao passo que impede uma boa interpretação do termo de forma técnica. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS PRINCIPAIS TIPOS DE MÁQUINAS ELÉTRICAS: ▪ Máquina Síncrona: Não possui torque de partida, portanto é usada normalmente como gerador. Apresenta velocidade constante, para frequência constante. O sistema de excitação, geralmente montado no rotor, requer alimentação em corrente contínua. Pode ser usada para corrigir fator de potência no sistema elétrico quando opera na região de sobre-excitação. É um equipamento de alto custo e sujeito a manutenção periódica. ▪ Máquina de Corrente Contínua: Possibilita grande variação de velocidade, com comando muito simples. Também requer fonte de corrente contínua para alimentação do circuito de excitação, que geralmente é montado no estator. Utiliza escovas e comutador, resultando em altos custos construtivos e com manutenção. Opera muito bem como gerador ou como motor. ▪ Máquina de Indução: Opera normalmente como motor e pode ser trifásica ou monofásica (bifásica). Possui torque de partida, que no caso monofásico é obtido por artifícios especiais. Dispensa fonte CC, sendo robusta, versátil e de baixo custo. É encontrada tanto em grandes potências quanto para potências fracionárias. Como não utiliza escovas, requer pouca manutenção. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS ASPECTOS CONSTRUTIVOS: Do ponto de vista físico a máquina elétrica é dividida em três partes: ▪ Rotor: é a parte girante da máquina e constituída basicamente por um eixo, por um circuito magnético e por um ou mais enrolamentos. É comum possuir também um ventilador para bombear para fora o calor gerado internamente; ▪ Estator: é a parte estática da máquina, composta de um circuito magnético e um ou mais enrolamentos; ▪ Carcaça: serve como suporte para o rotor e o estator. Nas máquinas CC a carcaça faz parte do circuito magnético do estator. Do ponto de vista eletromagnético a máquina elétrica é dividida em duas partes: ▪ Indutor ou Campo: responsável pela magnetização do circuito magnético da máquina; ▪ Induzido ou Armadura: é o local onde ocorre a conversão eletromecânica de energia. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS ASPECTOS CONSTRUTIVOS: MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Carcaça Estator Rotor Figura 7 – Aspecto Construtivo de uma Máquina Elétrica. Máquina Elétrica em Operação Ex.: Motor de Indução INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS CONCEITOS BÁSICOS: Conjugado: Também denominado de torque, momento ou binário, corresponde à medida do esforço necessário para girar um eixo. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Ԧ𝐫 Ԧ𝐅 Figura 8 – Força Aplicada a um Eixo. 𝐏𝐞𝐬𝐨 Matematicamente definimos o torque a partir da expressão: 𝛕 = Ԧ𝐫 × Ԧ𝐅 Sendo: 𝛕: Conjugado (ou torque) em newton-metro; Ԧ𝐅: Força em newtons; Ԧ𝐫: Distância do ponto ao eixo em metros. A análise da expressão nos permite afirmar que a força aplicada a uma manivela depende docomprimento 𝐫. Por exemplo, se dobramos o 𝐫 a força 𝐅 cai pela metade. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS CONCEITOS BÁSICOS: Conjugado: Também denominado de torque, momento ou binário, corresponde à medida do esforço necessário para girar um eixo. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Ԧ𝐫 Ԧ𝐅 Figura 8 – Força Aplicada a um Eixo. 𝐏𝐞𝐬𝐨 Exemplo 1: Calcule o conjugado (torque) sabendo-se que na Figura 8 a força aplicada 𝐅 vale 20 N e o comprimento 𝐫 é de 10 cm. Solução: Aplicando a equação apresentada, tem-se o seguinte. 𝛕 = Ԧ𝐫 × Ԧ𝐅 𝛕 = 𝟏𝟎 𝐜𝐦 𝐜𝐦 ด⟶ ÷𝟏𝟎𝟎 𝐦 × 𝟐𝟎 𝐍 𝛕 = 𝟎, 𝟏 𝐦 × 𝟐𝟎 𝐍 𝛕 = 𝟐 𝐍 ∙ 𝐦 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS CONCEITOS BÁSICOS: Conjugado: Também denominado de torque, momento ou binário, corresponde à medida do esforço necessário para girar um eixo. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Ԧ𝐫 Ԧ𝐅 Figura 8 – Força Aplicada a um Eixo. 𝐏𝐞𝐬𝐨 Exemplo 2: Calcule o comprimento 𝐫 em centímetros para que seja obtido um conjugado (torque) de 4 N∙m aplicando uma força de 8 N. Solução: Aplicando a equação apresentada, tem-se o seguinte. 𝛕 = Ԧ𝐫 × Ԧ𝐅 𝟒 𝐍 ∙ 𝐦 = 𝐫 × 𝟖 𝐍 𝐫 = 𝟒 𝐍 ∙ 𝐦 𝟖 𝐍 = 𝟎, 𝟓 𝐦 𝐦 ด⟶ ×𝟏𝟎𝟎 𝐜𝐦 = 𝟓𝟎 𝐜𝐦 𝐫 = 𝟓𝟎 𝐜𝐦 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS CONCEITOS BÁSICOS: Potência e Energia: potência mede a rapidez com que a energia é aplicada ou consumida. Matematicamente, temos: ด𝐏 Potොencia = ฏ𝐄 Energia ด∆𝐭 Tempo ด𝐄 Energia = ด𝐅 Força × MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS ฏ𝐝 Deslocamento Exemplo 3: Com base no sistema visto no Exemplo 1, calcule a energia gasta para erguer um bloco do fundo até a boca do poço. Considere que a profundidade total do poço é de 24,5 metros e que a força aplicada foi de 20 newtons. Sabendo que a operação demorou 7 segundos para ser realizada, calcule também a potência demandada. Solução: 𝐄 = 𝟐𝟎 𝐍 × 𝟐𝟒, 𝟓 𝐦⟶ 𝐄 = 𝟒𝟗𝟎 𝐉 𝐣𝐨𝐮𝐥𝐞𝐬 𝐏 = 𝟒𝟗𝟎 𝐉 𝟕 𝐬 ⟶ 𝐏 = 𝟕𝟎𝐖 Figura 8 – Força Aplicada a um Eixo. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: Motores elétricos são equipamentos destinados a transformar energia elétrica em outras formas de energia, principalmente energia mecânica. Seu funcionamento baseia-se no princípio da indução eletromagnética. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 9 – Motores Elétricos. Motores ideais são motores que transformam integralmente a energia elétrica em energia mecânica sem perdas. Na prática não existem motores ideais. Na conversão de energia elétrica ocorrem perdas, ocasionadas, por exemplo, por atrito entre os componentes, efeito joule, histerese, dentre outras causas. A maioria dos motores funciona com rendimento acima de 90%. Em geral maiores potências implicam em maiores rendimentos. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: A ligação dos motores elétricos deve ser adequada à tensão de alimentação disponível na rede a qual os mesmos serão instalados. Algumas vantagens dos motores elétricos quando comparados com outras modalidades de motores são: a) Baixo custo; b) Construção simples; c) Grande versatilidade de adaptação às cargas; d) Melhores rendimentos. Quanto ao princípio de funcionamento e à tensão de alimentação, os motores podem ser divididos em motores monofásicos (1ɸ) e trifásicos (3ɸ). Podem ainda ser divididos em motores de corrente contínua e corrente alternada. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CC Os motores CC necessitam de um retificador eletrônico para transformar a corrente de entrada da forma alternada em corrente contínua para alimentar o motor. Em instalações industriais antigas eram utilizados geradores de corrente contínua denominados de dínamos para alimentar os motores CC. Em geral tem custo mais elevado quando comparados com os motores alimentados por fontes de tensão alternadas. Como vantagens podemos citar o fato de que podem funcionar com velocidade ajustável dentro de amplas faixas de valores. Também possuem bom rendimento em aplicações associadas a controles de alta flexibilidade e precisão. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 10 – Tipos de Motor de Corrente Contínua. MOTORES CC Excitação Série Excitação Independente Imã Permanente ou Excitação Paralela Excitação Compound ou Composto INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CC O uso de máquinas CC em ambientes industriais é restrito, sendo indicado apenas em aplicações muito específicas, devendo quase sempre ser realizada uma análise financeira do custo x benefício, principalmente devido ao seu custo elevado de instalação e manutenção. As máquinas CC podem funcionar tanto como motor quanto como gerador sem modificar drasticamente sua estrutura. Suas partes fundamentais são: Carcaça, peças polares, induzido e coletor (estão em contato com as escovas). MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 10 – Tipos de Motor de Corrente Contínua. MOTORES CC Excitação Série Excitação Independente Imã Permanente ou Excitação Paralela Excitação Compound ou Composto INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CC [Excitação Série] Também chamado simplesmente de motor CC série. A bobina de campo está em série com a bobina do rotor (indutor). De um modo geral não podem funcionar em vazio, pois sua velocidade aumenta indefinidamente até danificar o motor, possui conjugado de partida elevado e sua velocidade varia de acordo com a carga. Pode ser encontrado em aplicações tais como: tração elétrica, guindastes, pontes rolantes e compressores. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 10 – Tipos de Motor de Corrente Contínua. MOTORES CC Excitação Série Excitação Independente Imã Permanente ou Excitação Paralela Excitação Compound ou Composto INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CC [Excitação Independente] Nesta configuração o circuito de excitação da máquina é alimentado por uma fonte adicional independente ou separada da fonte de corrente contínua que alimenta a armadura. Em geral o enrolamento de campo que produz a excitação é constituído de condutores que não suportam grandes correntes, pois a excitação em geral utiliza correntes baixas para produzir o campo magnético em comparação com as correntes que circulam no enrolamento de armadura. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 10 – Tipos de Motor de Corrente Contínua. MOTORES CC Excitação Série Excitação Independente Imã Permanente ou Excitação Paralela Excitação Compound ou Composto INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CC [Excitação Paralela] Também denominado de derivação, shunt ou paralelo é caracterizado pelo fato de possuir a bobina de campo ligada em paralelo com o indutor, ambas diretamente alimentadas pela fonte. Como características podemos citar o fato de que possuem uma velocidade aproximadamente constante e um conjugado proporcional a carga. São encontrados em aplicações tais como turbo bombas, ventiladores e esteiras transportadoras. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 10 – Tipos de Motor de Corrente Contínua. MOTORES CC Excitação Série Excitação Independente Imã Permanente ou Excitação Paralela Excitação Compound ou Composto INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CC [Excitação Compound ou Composto] Neste tipo de motor elétrico, o campo é constituído de duas bobinas uma ligada em série e outra em paralelo com o induzido. Incorpora as vantagens dos motores CC de excitação série e shunt tais como a velocidade aproximadamente constante e um elevado conjugado de partida. São encontrados principalmente em bombas alternativas. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIASFigura 10 – Tipos de Motor de Corrente Contínua. MOTORES CC Excitação Série Excitação Independente Imã Permanente ou Excitação Paralela Excitação Compound ou Composto INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA A principal vantagem é fato de que podem ser conectados diretamente na rede de distribuição da concessionária uma vez que sua alimentação também ocorre em tensão CA. A primeira classificação dos motores CA consiste em dividi-los em dois tipos: a) Motor síncrono; b) Motor de indução assíncrono. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 11 – Tipos de Motor de Corrente Alternada. Motor Síncrono Motor de Indução Assíncrono MOTORES CA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA [Motor Síncrono] Tipo de motor caracterizado por funcionar com velocidade fixa (constante). Não possuem escorregamento e possuem seus campos independentes um do outro. Estão associados quase que totalmente para aplicações de grande potência, principalmente em função de seus altos custos de fabricação quando destinado a tamanhos menores, ou ainda em situações nas quais se necessite de velocidade invariável. Tem como principal característica o fato de que a velocidade do eixo (η) é igual à velocidade do campo girante. (ns). MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 11 – Tipos de Motor de Corrente Alternada. Motor Síncrono Motor de Indução Assíncrono MOTORES CA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA [Motor Síncrono] Como vantagens, citamos: a) Sua velocidade é independente da carga; b) Possuem alto fator de potência. Quanto às desvantagens: a) Difícil regulação de velocidade; b) Alto custo. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 11 – Tipos de Motor de Corrente Alternada. Motor Síncrono Motor de Indução Assíncrono MOTORES CA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA [Motor Síncrono] O indutor (rotor) é alimentado com corrente contínua e o induzido (estator) é alimentado com corrente alternada. Os motores síncronos possuem pequenas diferenças quando alimentados de forma monofásica ou trifásica. No caso do motor síncrono monofásico as polaridades dos indutores são fixas e a polaridade das bobinas induzidas varia com a frequência. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 11 – Tipos de Motor de Corrente Alternada. Motor Síncrono Motor de Indução Assíncrono MOTORES CA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA [Motor Síncrono] O motor síncrono monofásico não pode arrancar sozinho. Em virtude da inercia do motor os polos induzidos trocaram de polaridade antes que o indutor inicie sua rotação. Já os motores síncronos trifásicos são capazes de arrancar sozinhos em função das Correntes de Focault³ produzidas no ferro do rotor. Quando a velocidade se aproxima do sincronismo alimentam-se os indutores. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 11 – Tipos de Motor de Corrente Alternada. Motor Síncrono Motor de Indução Assíncrono MOTORES CA 3 Corrente de Foucault (também conhecida por corrente parasita ou ainda corrente de fuga; e em inglês por eddy current) é o nome dado à corrente elétrica induzida dentro de um material condutor, quando sujeito a um campo magnético variável devido à lei de indução de Faraday. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA [Motor de Indução Assíncrono] Sua velocidade é aproximadamente constante variando ligeiramente em função do tipo de carga mecânica aplicada no seu eixo4, logo são descritos como motores de velocidade variável. Seus campos são independentes. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 11 – Tipos de Motor de Corrente Alternada. Motor Síncrono Motor de Indução Assíncrono MOTORES CA 4 A velocidade do rotor é menor que a velocidade do campo magnético girante. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA [Motor de Indução Assíncrono] É o motor de uso mais difundido nos ambientes industriais principalmente por seu baixo custo, simplicidade e robustez, sendo estes dois últimos aspectos decisivos uma vez que tornam a manutenção das máquinas menos onerosa. Sua velocidade pode ser controlada e/ou adaptada a determinadas situações ou tipos de cargas fazendo uso de um dispositivo denominado de inversor de frequência. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Figura 11 – Tipos de Motor de Corrente Alternada. Motor Síncrono Motor de Indução Assíncrono MOTORES CA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Velocidade do Motor: A velocidade síncrona do motor pode ser determinada através da expressão matemática: 𝐧 = 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 A seguir temos uma tabela que associa o número de polos do motor com suas respectivas velocidades. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS 𝐧: Velocidade ou rotação síncrona do motor em RPM; 𝐟: Frequência da rede em Hz; 𝐩: Número de polos do motor. 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝟔𝟎 𝟐 = 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝟓𝟎 𝟐 = Tabela 1: Número de polos × velocidades do motor. Número de Polos Velocidade Síncrona por Minuto 60 Hz 50 Hz 2 polos 3600 RPM 3000 RPM INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Velocidade do Motor: A velocidade síncrona do motor pode ser determinada através da expressão matemática: 𝐧 = 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 A seguir temos uma tabela que associa o número de polos do motor com suas respectivas velocidades. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS 𝐧: Velocidade ou rotação síncrona do motor em RPM; 𝐟: Frequência da rede em Hz; 𝐩: Número de polos do motor. Número de Polos Velocidade Síncrona por Minuto 60 Hz 50 Hz 2 polos 3600 RPM 3000 RPM 4 polos ??? ??? 6 polos ??? ??? 8 polos ??? ??? 10 polos ??? ??? Tabela 1: Número de polos × velocidades do motor. COMPLETE A TABELA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Velocidade do Motor: A velocidade síncrona do motor pode ser determinada através da expressão matemática: 𝐧 = 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 A seguir temos uma tabela que associa o número de polos do motor com suas respectivas velocidades. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS 𝐧: Velocidade ou rotação síncrona do motor em RPM; 𝐟: Frequência da rede em Hz; 𝐩: Número de polos do motor. Número de Polos Velocidade Síncrona por Minuto 60 Hz 50 Hz 2 polos 3600 RPM 3000 RPM 4 polos 1800 RPM 1500 RPM 6 polos 1200 RPM 1000 RPM 8 polos 900 RPM 750 RPM 10 polos 720 RPM 600 RPM Tabela 1: Número de polos × velocidades do motor. COMPLETE A TABELA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Velocidade do Motor: A velocidade síncrona do motor pode ser determinada através da expressão matemática: 𝐧 = 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 A seguir temos uma tabela que associa o número de polos do motor com suas respectivas velocidades. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS 𝐧: Velocidade ou rotação síncrona do motor em RPM; 𝐟: Frequência da rede em Hz; 𝐩: Número de polos do motor. Número de Polos Velocidade Síncrona por Minuto 60 Hz 50 Hz 2 polos 3600 RPM 3000 RPM 4 polos 1800 RPM 1500 RPM 6 polos 1200 RPM 1000 RPM 8 polos 900 RPM 750 RPM 10 polos 720 RPM 600 RPM Tabela 1: Número de polos × velocidades do motor. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Escorregamento: Corresponde à diferença entre o campo girante do estator e o campo do rotor. Em geral vem expresso em valores percentuais relacionados à velocidade de sincronismo. Para motores funcionando em vazio (sem carga) o sincronismo possui valores muito baixos. A seguir é apresentada a expressão matemática correspondente: 𝐬 = 𝐧𝐬 − 𝐧𝐑 𝐧𝐬 × 𝟏𝟎𝟎 Quando em plena carga os motores demaior potência tem escorregamento próximo de 3% no caso dos motores de menor porte o escorregamento aproxima-se de 6%. MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS 𝐬: 𝐧𝐬: 𝐧𝐑: Escorregamento em %; Velocidade síncrona5; Velocidade do rotor (velocidade nominal ou real do motor). 5 Velocidade do campo magnético no estator. . INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Velocidade do Motor e Escorregamento: Ex.1.: Considere um motor CA de indução de 6 polos (220V – 60Hz) cuja rotação do eixo é de 1170 RPM. Sendo assim, responda o que se pede: a) Qual a velocidade síncrona deste motor? b) Solução: Aplica-se a equação referente ao cálculo da velocidade síncrona. 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝟔𝟎 𝟔 ⟶ 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎𝟎 𝐑𝐏𝐌 b) Qual o escorregamento deste motor? a) Solução: Aplica-se a equação referente ao cálculo do escorregamento. 𝐬 = 𝐧𝐬 − 𝐧𝐑 𝐧𝐬 × 𝟏𝟎𝟎 = 𝟏𝟐𝟎𝟎 − 𝟏𝟏𝟕𝟎 𝟏𝟐𝟎𝟎 × 𝟏𝟎𝟎 = 𝟑𝟎 𝟏𝟐𝟎𝟎 × 𝟏𝟎𝟎 ⟶ 𝐬 = 𝟐, 𝟓% MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Velocidade do Motor e Escorregamento: Ex.2.: Considere um motor CA de indução de 4 polos (220V – 50Hz) cuja rotação do eixo é de 1455 RPM. Sendo assim, responda o que se pede: a) Qual a velocidade síncrona deste motor? b) Solução: Aplica-se a equação referente ao cálculo da velocidade síncrona. 𝐧𝐒 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝐟 𝐩 = 𝟏𝟐𝟎 × 𝟓𝟎 𝟒 ⟶ 𝐧𝐒 = 𝟏𝟓𝟎𝟎 𝐑𝐏𝐌 b) Qual o escorregamento deste motor? a) Solução: Aplica-se a equação referente ao cálculo do escorregamento. 𝐬 = 𝐧𝐬 − 𝐧𝐑 𝐧𝐬 × 𝟏𝟎𝟎 = 𝟏𝟓𝟎𝟎 − 𝟏𝟒𝟓𝟓 𝟏𝟓𝟎𝟎 × 𝟏𝟎𝟎 = 𝟒𝟓 𝟏𝟓𝟎𝟎 × 𝟏𝟎𝟎 ⟶ 𝐬 = 𝟑, 𝟎% MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS 𝐬: 𝐧𝐬: 𝐧𝐑: Escorregamento em %; Velocidade síncrona5; Velocidade do rotor (velocidade nominal ou real do motor). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Velocidade Nominal: Corresponde a velocidade em RPM de um motor, quando o mesmo esta funcionando a potência nominal, frequência e tensão nominal. Em termos matemáticos a velocidade nominal vai depender do escorregamento e da velocidade síncrona do motor: 𝐧𝐑 = 𝐧𝐒 × 𝟏 − 𝐬 𝟏𝟎𝟎 MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS 5 Velocidade do campo magnético no estator. . MOTORES CA MONOFÁSICO TRIFÁSICO UNIVERSAL Figura 12 – Classificação dos motores de corrente alternada. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MOTORES ELÉTRICOS: MOTORES CA Considerações Importantes: MÁQUINAS ELETRICAS PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS Obs. 1.: Os motores CA do tipo universal são muito utilizados em eletrodomésticos. Obs. 2.: Motores síncronos do tipo relutância6 e histerese são menos utilizados na prática. Obs. 3.: Motores assíncronos do tipo gaiola de esquilo são também designados de motores de rotor em curto-circuito. Obs. 4.: Os motores CA monofásicos do tipo gaiola de esquilo possuem menor capacidade de condução de corrente por este motivo tratam-se de motores de baixa potência (normalmente até 2 cv). Obs. 5.: Motores CA monofásicos necessitam de condutores de maior seção e tem maior capacidade de condução de corrente uma vez que são utilizados em motores de alta potência. Obs. 6.: Para inverter o sentido de giro do motor trifásico basta invertermos a sequência de fase, ou seja, trocarmos duas fases entre si. 6 Oposição à passagem de fluxo magnético. . PROFESSOR ALOÍSIO FERNANDES DIAS MÓDULO 1: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS MÁQUINAS ELÉTRICAS PROF. ALOÍSIO FERNANDES DIAS