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Módulo-Básico-Caderno-de-Questões-1

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Caderno de Questões
mais de 1.700 exercícios gabaritados
TÉCNICO E ANALISTA
módulo 
básico
VERSÃO 2020
Língua Portuguesa • Noções de Informática • Atualidades • Noções de Direito 
Constitucional Noções de Direito Administrativo • Regime Jurídico dos Servidores 
Públicos Federais Raciocínio Lógico e Matemático • Noções de Administração Geral e 
Pública • Noções de Arquivologia • Noções de Gestão de Pessoas • Noções de 
Licitações e Contratos
Língua Portuguesa ................................................................................................................................................................. 3
Noções de Informática ......................................................................................................................................................... 21
Atualidades .......................................................................................................................................................................... 44
Noções de Direito Constitucional ........................................................................................................................................ 67
Noções de Direito Administrativo ....................................................................................................................................... 91
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais ........................................................................................................... 108
Raciocínio Lógico e Matemático ........................................................................................................................................ 172
Noções de Administração Geral e Pública ........................................................................................................................ 133
Noções de Arquivologia ..................................................................................................................................................... 155
Noções de Gestão de Pessoas ........................................................................................................................................... 117
Noções de Licitações e Contratos ...................................................................................................................................... 165
SUMÁRIO
Questões Gabaritadas
MÓDULO BÁSICO
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LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÕES CEBRASPE/CESPE
EMAP/Analista/2018
Texto CB1A1AAA
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sen-
síveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. se a gente 
lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer 
pessoa normal responderia “bem, obrigado!” — com 
o Juca a coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia 
uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contra-
balançado por um olhar heroicamente exultante, até 
que esse exame de consciência era cortado pela voz do 
interlocutor, que começava a falar chãmente em outras 
coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque 
as pessoas sensíveis são as criaturas mais egoístas, mais 
coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, 
meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse 
continuava... E que impasse!
estavam-lhe ministrando a extrema-unção. e, 
quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, 
chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te 
dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela 
erosão da morte, a dúvida começava a redesenhar, 
reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa 
espécie de ridícula ressurreição. e a resposta não foi 
“sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre 
não fosse tão compreensivo. Ou apressado. despachou-
-o num átimo e absolvido. Que fosse amolar os anjos 
lá no Céu!
e eu imagino o Juca a indagar, até hoje:
— Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, 
que ele poderia ter-me absolvido?
Mário Quintana. Prosa & Verso. Porto alegre: 
Globo, 1978, p 65 (com adaptações)
Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto 
Cb1a1aaa, julgue os itens a seguir.
1. O trecho “Que fosse amolar os anjos lá no Céu!” (l.11) 
expressa o que o padre havia dito no momento em que 
Juca morreu.
2. Caso seja suprimido o pronome “lhes” (l.1), a correção 
gramatical do texto será mantida, embora o trecho se 
torne menos enfático.
3. Na linha 2, caso a forma verbal “era” fosse substituída 
por seria, a respectiva afirmação sobre o comportamen-
to de Juca seria mais categórica que a que se verifica 
no texto.
4. Caso o advérbio “heroicamente” (l.3) fosse deslocado 
para logo após “contrabalançado” (l.3), haveria altera-
ção de sentido do texto, embora fosse preservada sua 
correção gramatical.
5. É correto estabelecer a referência do pronome “que” 
(l.4) tanto com “voz do interlocutor” (l.4) quanto com 
“outras coisas” (l.4).
Ainda a respeito das estruturas linguísticas do texto CB1A-
1aaa, julgue os próximos itens.
6. se, após “animal” (l.5), o ponto final fosse substituído 
por ponto de interrogação, tanto a correção gramatical 
quanto os sentidos do texto seriam preservados, pois a 
pergunta resultante da substituição teria efeito apenas 
retórico.
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7. No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi 
o Juca, o impasse continuava...” (l.5 e 6), o elemento 
“Pois” introduz uma concessão.
8. em “reanimando-a” (l.9), o pronome “a” refere-se a 
“dúvida” (l.8).
9. Sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido 
do texto, o trecho “que ele poderia ter-me absolvido” 
(l.13) poderia ser assim reescrito: que ele poderia ter 
absolvido-me.
O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do 
nosso valor próprio; a vaidade é a consciência (certa 
ou errônea) da evidência do nosso valor aos olhos dos 
outros. um homem pode ser orgulhoso sem ser vai-
doso, pode ser a um tempo vaidoso e orgulhoso, pode 
ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem 
ser orgulhoso. À primeira vista, é difícil compreender 
como podemos ter consciência da evidência do nosso 
valor no conceito dos outros sem a consciência do nosso 
valor em si. se a natureza humana fosse racional, não 
haveria qualquer explicação. No entanto, o homem vive 
primeiro uma vida exterior, e depois uma vida interior; 
a noção do efeito precede, na evolução do espírito, a 
noção da causa interior desse mesmo efeito. O homem 
prefere ser tido em alta conta por aquilo que não é a 
ser tido em meia conta por aquilo que é. Assim opera 
a vaidade.
Walmir ayala (Coord. e introd.). Fernando Pessoa Antologia de 
Estética. Teoria e Crítica Literária. rio de Janeiro: ediouro, 
1988, p 88-9 (com adaptações)
Acerca dos aspectos linguísticos do texto precedente e das 
ideias nele contidas, julgue os próximos itens.
10. De acordo com os sentidos do texto, “a noção da causa 
interior” (l.6) refere-se à expressão “a consciência do 
nosso valor em si” (l.4).
11. infere-se do texto que, na evolução espiritual do ser 
humano, o processo de autoconhecimento provém da 
consciência das impressões alheias sobre o indivíduo.
12. Na linha 7, as expressões “por aquilo que não é” e “por 
aquilo que é” exprimem causa.
13. Na linha 7, a forma verbal “opera” foi empregada com 
o sentido de produz.
14. A correção gramatical e as informações do texto seriam 
preservadas caso o período “À primeira vista, (...) do 
nosso valor em si” (l.3 a 5) fosse assim reescrito: Como 
é possível ser vaidoso sem ser orgulhoso, parece algo, à 
um primeiro olhar, difícil de se entender.
Serviço de tráfego de embarcações
(Vessel Traffic Service – VTS)
O Vts é um sistema eletrônico de auxílio à na-
vegação, com capacidade de monitorar ativamente o 
tráfego aquaviário, melhorando a segurança e eficiência 
desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimen-
tação de embarcações ou risco de acidente de grandes 
proporções.
internacionalmente, os sistemas de Vts são regu-
lamentados pela International Maritime Organization, 
sendo seus aspectostécnicos detalhados em recomen-
dações da International Association of Maritime Aids to 
Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe 
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à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, de-
finir as normas de execução de Vts e autorizar a sua 
implantação e operação.
uma estrutura de Vts é composta minimamente 
de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego 
nas imediações do porto, um sistema de identificação 
de embarcações denominado automatic identification 
system, um sistema de comunicação em VHF, um cir-
cuito fechado de tV, sensores ambientais (meteoroló-
gicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e 
apresentação de dados. todos esses sensores operam 
integrados em um centro de controle, ao qual cabe, 
na sua área de responsabilidade, identificar e moni-
torar o tráfego marítimo, adotar ações de combate à 
poluição, planejar a movimentação de embarcações e 
divulgar informações ao navegante. adicionalmente, o 
Centro Vts pode fornecer informações que contribuam 
para o aumento da eficiência das operações portuárias, 
como a atualização de horários de chegada e partida 
de embarcações.
internet: <www defensea com br> (com adaptações)
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto 
apresentado, julgue os itens que seguem.
15. O primeiro parágrafo do texto apresenta uma definição.
16. infere-se do texto que os elementos que compõem 
estruturas de Vts citados no período “uma estrutura 
de Vts (...) e apresentação de dados” (l.8 a 11) fazem 
parte das recomendações da International Association 
of Maritime Aids to Navigation and Lighthouse Autho-
rities.
17. a forma verbal “haja” (l.2) poderia ser flexionada no 
plural — hajam —, preservando-se a correção grama-
tical e os sentidos do texto.
18. Seria preservada a correção gramatical do texto se, no 
trecho “composta minimamente de um radar” (l.8), 
fosse empregada a preposição por, em vez da prepo-
sição “de”.
19. O sentido do texto seria preservado se o trecho “To-
dos esses sensores operam integrados em um centro 
de controle” (l.11) fosse substituído por: Todos esses 
sensores integrados operam em um centro de controle.
20. A correção gramatical e o sentido do texto seriam pre-
servados se as vírgulas empregadas logo após “maríti-
mo” (l.12) e “poluição” (l.12) e a conjunção “e” (l.12) 
fossem substituídas por ponto e vírgula.
Ebserh/Nível Superior/2018
Texto CB1A1AAA
Já houve quem dissesse por aí que o rio de Janeiro 
é a cidade das explosões. Na verdade, não há semana 
em que os jornais não registrem uma aqui e ali, na 
parte rural.
a ideia que se faz do rio é a de que é ele um vasto 
paiol, e que vivemos sempre ameaçados de ir pelos 
ares, como se estivéssemos a bordo de um navio de 
guerra, ou habitando uma fortaleza cheia de explosivos 
terríveis.
Certamente que essa pólvora terá toda ela em-
prego útil; mas, se ela é indispensável para certos fins 
industriais, convinha que se averiguassem bem as cau-
sas das explosões, se são acidentais ou propositais, a 
fim de que fossem removidas na medida do possível. 
isso, porém, é que não se tem dado e creio que até hoje 
não têm as autoridades chegado a resultados positivos.
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Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submeti-
das a dadas condições, explodem espontaneamente, e 
tem sido essa a explicação para uma série de acidentes 
bastante dolorosos, a começar pelo do Maine, na baía 
de Havana, sem esquecer 19 também o do aquidabã.
Noticiam os jornais que o governo vende, quando 
avariada, grande quantidade dessas pólvoras.
tudo indica que o primeiro cuidado do governo 
devia ser não entregar a particulares tão perigosas 
pólvoras, que explodem assim sem mais nem menos, 
pondo pacíficas vidas em constante perigo.
Creio que o governo não é assim um negociante 
ganancioso que vende gêneros que possam trazer a 
destruição de vidas preciosas; e creio que não é, por-
quanto anda sempre zangado com os farmacêuticos 
que vendem cocaína aos suicidas. Há sempre no estado 
curiosas contradições.
Lima Barreto. Pólvora e cocaína. In: Vida urbana, 
5/1/1915 internet (com adaptações)
Com relação às ideias do texto Cb1a1aaa, que data de ja-
neiro de 1915, julgue os itens a seguir.
21. infere-se do texto que seu autor concorda com a ideia 
de que a cidade do rio de Janeiro, à época, assemelha-
va-se a um vasto paiol.
22. Conforme o texto, o governo vendia a particulares todo 
o excedente de explosivos não utilizados.
23. Conclui-se do texto que as autoridades do estado do 
Rio de Janeiro eximiam-se de investigar as causas das 
explosões que ocorriam no estado.
No que se refere às estruturas linguísticas do texto CB1A1A-
aa, julgue os itens seguintes.
24. Feitas as devidas alterações nas letras maiúsculas e mi-
núsculas e retirada a vírgula após “Na verdade” (l.1), 
esta expressão poderia ser deslocada para o final do 
período, logo após “rural”, sem prejuízo para a correção 
gramatical e para os sentidos do texto.
25. O trecho “se são acidentais ou propositais” (l.6) exprime 
uma condição sobre a ideia expressa na oração anterior.
26. a inserção de caso fossem imediatamente antes do ter-
mo “submetidas” (l.8) explicitaria o sentido condicional 
do trecho “submetidas a dadas condições” (l.8) sem 
que houvesse prejuízo para a correção gramatical do 
texto.
27. A correção gramatical do texto seria mantida, se o perí-
odo “Noticiam os jornais que o governo vende, quando 
avariada, grande quantidade dessas pólvoras” (l.11) 
fosse reescrito como Uma grande quantidade dessas 
pólvoras é vendida pelo governo, quando avariadas 
— noticia-se nos jornais, embora a ênfase nas infor-
mações desse período fosse alterada.
28. A correção gramatical do penúltimo parágrafo do texto 
seria preservada, embora seu sentido fosse alterado, 
caso o advérbio “não” (l.11) fosse deslocado para ime-
diatamente após “governo” (l.11).
29. O sujeito elíptico da forma verbal “anda” (l.15) retoma 
a expressão “um negociante ganancioso” (l.14)
Texto CB1A1BBB
são José do rio Preto, centro urbano de tama-
nho médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, 
localizada na região noroeste do estado de são Paulo, 
em área de clima tropical, é uma cidade reconhecida 
pelo seu calor intenso. em 1985, a superintendência 
de Controle de endemias do estado de são Paulo de-
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tectou a presença de focos do Aedes aegypti em doze 
cidades paulistas, entre elas, são José do rio Preto, e 
confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram 
encontrados em locais com concentração de recipien-
tes, denominados pontos estratégicos (Pes). Foi então 
estruturado o Programa de Controle de Aedes aegypti 
em São Paulo, que previa a visitação sistemática e pe-
riódica aos Pes dos municípios e a realização de deli-
mitações de foco, quando do encontro de sítios posi-
tivos. Considerava-se que o vetor estava presente em 
um município quando continuava presente nos imóveis 
após a realização das medidas de controle que vinham 
associadas à delimitação de foco.
Logo após a detecção de focos positivos do mos-
quito em são José do rio Preto, realizaram-se as deli-
mitações e a aplicação de controle, as quais não foram 
suficientes para eliminar o vetor. Diante da situação, em 
1985, o município foi definido como área de infestação 
domiciliar e risco de dengue. Os primeiros casos autóc-
tones da dengue no município foram registrados em 
1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A primeira grande 
epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos autóc-
tones. Posteriormente, com a introdução dos demais 
sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/
ano) apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 
1.351,1; em 2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior in-
cidência, 6.173,8; e, em 2015, até outubro, a segunda 
maior incidência, 5.070,8.
apesar de não se descartar a hipótese de que o 
aumento progressivodas incidências da dengue no mu-
nicípio já seria um efeito do aumento das temperaturas, 
parece que esse fenômeno estaria mais relacionado 
com a circulação dos múltiplos sorotipos do vírus da 
dengue. de modo geral, a persistência e a intensidade 
da dengue em são José do rio Preto são esperadas por 
se tratar de cidade de clima tropical e com condições 
ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua relação 
com o patógeno.
internet (com adaptações)
Com relação às ideias do texto Cb1a1bbb, julgue os itens 
que se seguem.
30. segundo o texto, realizava-se a delimitação de foco, 
medida de prevenção à reprodução do Aedes aegypti, 
no caso de serem identificados os pontos estratégicos 
de ocorrência do mosquito em são José do rio Preto.
31. de 1991 a 2015, houve um aumento progressivo de 
casos de dengue no município de são José do rio Pre-
to, devido à resistência do mosquito Aedes aegypti às 
medidas implantadas para seu controle.
32. A correção gramatical do texto seria preservada caso a 
preposição que inicia o trecho “em área de clima tropi-
cal” (l.2) fosse eliminada.
33. a inserção de uma vírgula imediatamente após o vocá-
bulo “Logo” (l.9) alteraria os sentidos do texto, apesar 
de manter sua correção gramatical.
34. A expressão “com a introdução dos demais sorotipos” 
(l.12 e 13) exprime ideia de causa.
35. Os vocábulos “mosquito” (l.9) e “patógeno” (l.18) têm 
o mesmo referente no texto: “Aedes aegypti” (l.3 e 5).
STJ/Técnico Judiciário/2018
Texto CB4A1AAA
as discussões em torno de questões como “o que é 
justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para 
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produzir situações cada vez mais justas ao conjunto 
da sociedade?” não são novidade. autores do século 
XIX já procuravam construir análises para identificar 
qual o sentido exato do termo justiça e quais formas 
de promovê-la eram possíveis e desejáveis ao conjun-
to da sociedade à época. O debate se enquadra em 
torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e 
desenvolvimento; e promoção de formas democráti-
cas de participação. Autores importantes do campo da 
ciência política e da filosofia política e moral se debru-
çaram intensamente em torno dessa questão ao lon-
go do século XX, chegaram a conclusões diversas uns 
dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um 
desses autores divirja entre si, eles estão preocupados 
em desenvolver formas de promoção de situações de 
justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar 
a esse estado de coisas.
Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é per-
cebida e mensurada por meio da distribuição e do al-
cance social das liberdades. Para rawls, ela se manifesta 
principalmente nas estruturas básicas da sociedade e 
sua solução depende de uma nova forma de contra-
to social e de uma definição de princípios básicos que 
criem condições de promoção de justiça. Já para Ha-
bermas, a questão gira em torno da manifestação no 
campo da ação comunicativa, na qual a fragilidade de 
uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca 
representação pode enfraquecer a qualidade da demo-
cracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamen-
to, tendo, por consequência, desdobramentos sociais 
injustos. em síntese, os autores argumentam a favor 
de instrumentos variados para a solução da injustiça, 
os quais dependem da interpretação de cada um deles 
acerca do conceito de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: 
Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 
(com adaptações).
Julgue os seguintes itens, relativos ao sentido e às ideias do 
texto Cb4a1aaa.
36. Depreende-se do texto que o debate acerca da justi-
ça organiza-se em torno de parâmetros básicos, mas 
que não há consenso quanto ao conceito de justiça e 
às formas concretas para alcançá-la entre filósofos e 
cientistas políticos do século XX.
37. Para o autor do texto, uma correta definição do termo 
justiça e a compreensão de sua manifestação social são 
imprescindíveis para que se possam traçar soluções 
adequadas a cada tipo de sociedade.
38. Os autores mencionados no segundo parágrafo apre-
sentam ideias contrárias acerca da noção de injustiça: 
amartya sen a relaciona à liberdade na sociedade; ra-
wls entende injustiça como uma questão de contratos 
civis; e Habermas, como uma manifestação linguística 
e de ação coletiva.
39. O verbo enquadrar, no trecho “O debate se enquadra 
em torno de três principais ideias” (l.4), foi empregado 
com o sentido de circunscrever.
40. a expressão “estado de coisas” (l.8) refere-se a “situa-
ções de justiça social” (l.7 e 8).
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, 
julgue os próximos itens.
41. Embora haja semelhança de sentido entre os verbos 
divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja” 
(ℓ .7) por difere prejudicaria a correção gramatical do 
texto.
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42. O sujeito da forma verbal “têm” (l.8) está elíptico e 
retoma “cada um desses autores” (l.7).
43. Nos trechos “se debruçaram” (l.5) e “se chegar” (l.8), 
a partícula “se” recebe classificações distintas.
44. A correção gramatical e os sentidos do texto seriam 
preservados se o seu último período fosse reescrito 
da seguinte maneira: em síntese, os autores argumen-
tam a favor de instrumentos variados para a solução 
da injustiça e dependem da interpretação de cada um 
desses instrumentos relativos ao conceito de justiça.
45. A correção gramatical do texto seria mantida caso se 
empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo 
“a” em “a esse estado de coisas” (l.8).
IFF/Técnico-Administrativo em Educação/2018
Texto CG1A1AAA
Volto hoje às minhas criaturas, aos rudes homens 
do cangaço, às mulheres, aos sertanejos castigados, às 
terras tostadas de sol e tintas de sangue, ao mundo 
fabuloso do meu romance, já no meio do caminho.
Os dias de França me deram uma sensação de 
pausa, de espanto, de novos contatos sonhados desde 
menino. Vi terras por onde andaram os doze pares de 
França, os heróis do meu Carlos Magno, lido e relido 
como história de trancoso. Vi terras do sul, o mar Me-
diterrâneo, o mar da história, o mar dos gregos, dos 
egípcios, dos fenícios, dos romanos. Mas o nordestino 
tinha que voltar à sua realidade, à realidade maior que 
a história do mundo, isto é, à história dos seus homens, 
dos cangaceiros brutais, carregados de vida bárbara, 
de instintos cruéis de uma força, porém, que não se 
extingue nunca, porque é a energia de uma raça de 
homens mais duros do que as pedras dos seus lajedos.
Volto aos “Cangaceiros” e desde logo tudo o que 
vi e senti se refugia no fundo da sensibilidade, para que 
a narrativa corra, como em leito de rio que a estiagem 
secara, mas que as águas novas enchem, outra vez, de 
correntezas.
Volto ao terrível aparício, que mata igual a um 
flagelo de Deus, ao monstruoso Negro Vicente, ao triste 
Bentinho, ao místico Domício, aos umbuzeiros carrega-
dos de frutos, aos mandacarus de floração de sangue, 
aos cantadores de estrada, às mulheres sofredoras, às 
noites de lua, aos tiroteios, ao crime e ao amor, à poesia 
barbaresca e vigorosa de um povo que é maior do que 
a terra que o criou.
Volto contente e disposto a tudo.
adeus, doce França. agora os espinhos me arranham o 
corpo e as tristezas me cortam a alma. José Lins do Rego. 
Adeus, doce França. internet: <www.releituras.com> 
(com adaptações)
46. Com relação às ideias do texto CG1a1aaa, assinale a 
opção correta.
a) O narrador apresenta sua experiência na França 
como insignificante para o seu ofício.
b) Infere-se do texto que a história dos povos da Anti-
guidade é inferior à história do Nordeste brasileiro.
c) O narrador retrata o povo nordestino como um povo 
duro, insensível, cuja realidade se caracteriza por 
experiências de angústia e tristeza.
d) No último parágrafo do texto, verifica-se um con-
traste entre as impressões do narrador sobre a vidana França e a vida no Nordeste brasileiro.
e) No texto, apresenta-se uma descrição objetiva da 
paisagem natural nordestina, que destaca os efeitos 
nocivos do clima seco sobre a natureza.
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47. No que se refere aos sentidos do texto CG1A1AAA e 
às suas estruturas linguísticas, é correto inferir que a 
expressão ‘Cangaceiros’ (l.9)
a) é usada para designar os heróis de Carlos Magno, 
que repovoam as memórias do autor, como se lhe 
fossem próximos, após sua visita à França.
b) faz referência a indivíduos que, para o narrador, apa-
rentam ser, embora não o sejam, cangaceiros, cujos 
nomes ele lista no antepenúltimo parágrafo do texto.
c) faz referência ao título do romance cujos personagens 
e ambientes são descritos no primeiro parágrafo.
d) é empregada para designar, de modo geral, a ativi-
dade dos sertanejos nordestinos à semelhança de 
nomes de profissões.
e) é utilizada para destacar a importância do cangaço 
na vida dos homens nordestinos.
48. tendo em vista que, no texto CG1a1aaa, algumas 
expressões têm a função de acrescentar uma explica-
ção ao conteúdo de outras, assinale a opção em que 
o primeiro trecho apresentado é uma explicação do 
segundo.
a) “de novos contatos sonhados desde menino” (l.3) 
— “de pausa” (l.3)
b) “o mar da história, o mar dos gregos, dos egípcios, 
dos fenícios, dos romanos” (l.5) — “o mar Mediter-
râneo” (l.5 e 6)
c) “à história dos seus homens” (l.6) — “a história do 
mundo” (l.6)
d) “como em leito de rio que a estiagem secara” (l.10) 
— “no fundo da sensibilidade” (l.9)
e) “que é maior do que a terra que o criou” (l.13 e 
14) — “à poesia barbaresca e vigorosa” (l.13)
49. a respeito dos recursos coesivos e da coerência do texto 
CG1a1aaa, assinale a opção correta.
a) as expressões “meu” (l.4) e “trancoso” (l.4) indicam 
que, em sua infância, o narrador atribuía sentido 
equivocado às histórias de Carlos Magno, por ignorar 
seu contexto original.
b) O pronome possessivo “seus” (l.8) refere-se a “mun-
do” (l.6).
c) O vocábulo “energia” (l.7) retoma o sentido de “vida 
bárbara” (l.7).
d) A locução conjuntiva “para que” (l.9) introduz uma 
consequência do trecho “desde logo tudo o que vi 
e senti se refugia no fundo da sensibilidade” (l.9).
e) Por meio da expressão “igual a” (l.11), compara-se o 
modo como “aparício” (l.11) mata à maneira como 
“deus” (l.11) pune.
50. Cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta 
de reescrita do trecho “agora os espinhos me arranham 
o corpo e as tristezas me cortam a alma.” (l.16). assinale 
a opção em que a reescrita, além de manter o sentido 
da informação originalmente apresentada, também 
preserva a correção gramatical, a coesão e a coerência 
do texto CG1a1aaa.
a) Meu corpo foi a pouco arranhado por espinhos, e 
minha alma está dilacerada em tristeza.
b) estou arranhado, espinhos por meu corpo agora; e, 
ante tristezas cortada minha alma.
c) agora, em mim, arranha-se o corpo com espinhos; 
corta-se, pois, minha alma de tristezas.
d) agora, pelos espinhos é arranhado meu corpo; pelas 
tristezas, cortada minha alma.
e) O meu corpo, agora arranham-lhe os espinhos; a 
minha alma, cortam-lhe as tristezas.
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Texto CG1A1BBB
Xaveco, mulato, brevilíneo de canelas arqueadas, 
revela imediatamente a sua classe de grande artilheiro: 
tem fôlego, tem velocidade, tem cada tiro direito ou 
canhoto —tanto faz — que arranca aplausos frenéticos 
da torcida. Outra grande figura em campo é o goleiro 
dos visitantes. e o jogo vai indo muito bem, bola para lá 
e para cá, passe, cabeçada, chute a gol, gol — não, gol 
não, passou por cima da trave. O couro vai para bira, 
bira perde para um galalau amarelo dos “estrangeiros”, 
o galalau perde para Zico, Zico passa para Lucas, que 
perde para o capitão dos visitantes, um louro de gorro 
de meia. aí Xaveco interfere na raça, toma a bola, o 
louro tranca, Xaveco dá-lhe uma carga, o louro acha 
ruim, revida, o juiz apita, os dois se agarram e por trás 
chega bira, que é gordo e violento, e larga um pontapé 
no terço inferior da coluna vertebral do louro. Fecha-se 
o tempo, o juiz apita, a assistência pula a cerca e invade 
o campo, o pau começa a comer, mormente nas costas 
dos forasteiros, o juiz retira-se e se encosta à cerca, 
aguardando aparentemente que os ânimos serenem. 
O jogo recomeça.
O time local perde terreno, o galalau passa a mar-
car Xaveco, que não dá mais uma dentro. e o diabo 
do louro tornou-se proprietário do balão, marca um 
gol de saída, depois o seu “secretário”, um crioulinho 
ligeiro que é uma faísca, marca o segundo tento; e aí 
Xaveco, desesperado (talvez dentro da área penal), atira 
uma canelada terrível no galalau, derruba-o, avança no 
crioulo, larga-lhe o salto da chuteira por cima do dedão, 
o crioulo grita, o louro acode, Xaveco já completamente 
louco lhe dá um tapa na cara, o juiz apita, uns gritam 
foul, outros gritam penalty, e um engraçado diz que foi 
só hands, já que Xaveco apenas meteu a mão na lata 
do loureba. O juiz continua apitando, parece que vai 
mesmo marcar o penalty. e um torcedor local puxa o 
revólver, dizendo que aquele penalty só se for passando 
por cima de algum cadáver.
O juiz nessa altura se declara cheio com a partida 
e larga o apito ali mesmo. um paredro fala que ele será 
expulso do quadro de árbitros e o juiz dá troco, quadro 
de árbitros uma ova! Mas um dos bandeirinhas volun-
tários logo se apossa do apito, passa a dirigir o pessoal 
com surpreendente autoridade e, quando se vê, o jogo 
começa outra vez. Vai macio, vai de valsa, é um minueto, 
até que, consultados os cronômetros, verifica-se que 
acabou o primeiro half time.
rachel de Queiroz. O amistoso. internet 
(com adaptações)
51. O narrador do texto CG1a1bbb conta a história com 
tom subjetivo, demonstrando interesse pelos fatos 
narrados, o que se constata no trecho
a) “O couro vai para bira” (l.4).
b) “o juiz apita, a assistência pula a cerca e invade o 
campo” (l.7 e 8).
c) “e o diabo do louro tornou-se proprietário do balão, 
marca um gol de saída” (l.10 e 11).
d) “O juiz nessa altura se declara cheio com a partida 
e larga o apito ali mesmo” (l.17).
e) “Mas um dos bandeirinhas voluntários logo se apos-
sa do apito” (l.18).
52. Como elemento coesivo, verifica-se várias vezes, no 
texto CG1A1BBB, o recurso da substituição lexical, em 
que uma palavra substitui outra para retomar o mesmo 
referente. são exemplos desse recurso
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a) “tiro” (l.2) e “passe” (l.3).
b) “visitantes” (l.3) e “forasteiros” (l.8).
c) “pontapé” (l.7) e “tento” (l.12).
d) “coluna vertebral” (l.7) e “costas” (l.8).
e) “terreno” (l.10) e “área penal” (l.12).
53. No texto CG1a1bbb, exprime circunstância de modo a 
expressão
a) “na raça” (l.5).
b) “talvez” (l.12).
c) “só” (l.14).
d) “logo” (l.18)
e) “nessa altura” (l.17).
54. No texto CG1A1BBB, para transmitir a fala de uma per-
sonagem, o narrador adota o discurso direto no trecho
a) “o louro acha ruim” (l.6).
b) “um engraçado diz que foi só hands” (l.14).
c) “dizendo que aquele penalty só se for passando por 
cima de algum cadáver” (l.15 a 16).
d) “O juiz nessa altura se declara cheio com a partida” 
(l.17).
e) “o juiz dá troco, quadro de árbitros uma ova!” (l.17).
55. assinale a opção correta acerca do emprego de vírgulas 
no texto CG1a1bbb.
a) a vírgula empregada logo após “visitantes” (l.5) 
pode ser substituída por travessão, sem prejuízo 
para a correção gramatical e para o sentido do texto.
b) Caso fosse suprimida a vírgula empregada logo após 
“comer” (l.8), seriam preservados a correção grama-
tical e o sentido do texto.
c) Caso a vírgula empregada após “hands” (l.14) fosse 
omitida, seria preservada a correção gramatical, mas 
haveria prejuízo ao sentido do texto.
d) a vírgula empregada logo após “revólver” (l.15) po-
deria ser substituída por ponto e vírgula sem prejuízo 
para a correção gramatical e para o sentido do texto.
e) as vírgulas que isolamo trecho “consultados os cro-
nômetros” (l.20) são de uso facultativo.
TCM-BA/Auditor de Controle Externo/2018
Texto 1A1AAA 1
ainda existem pessoas para as quais a greve é um 
“escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou 
um delito, mas também um crime moral, uma ação 
intolerável que perturba a própria natureza. “inadmis-
sível”, “escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores 
do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a 
verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da res-
tauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a 
época em que a burguesia, que assumira o poder havia 
pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a 
moral e a natureza, oferecendo a uma a garantia da ou-
tra. temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a 
natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem 
natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis 
estruturais da sociedade que se quer defender. Para os 
prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do 
Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, 
um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer 
greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que in-
fringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade 
“natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral 
e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.
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Nesse caso, o escândalo provém de uma ausên-
cia de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda 
precisamente aqueles a quem ela não diz respeito. É 
a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, 
mecânica, essa causalidade é perturbada; o efeito se 
dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-
-lhe, o que é intolerável e chocante. ao contrário do 
que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, 
essa classe tem uma concepção tirânica, infinitamen-
te suscetível, da causalidade: o fundamento da moral 
que professa não é de modo algum mágico, mas, sim, 
racional. simplesmente, trata-se de uma racionalidade 
linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa corres-
pondência numérica entre as causas e os efeitos. O que 
falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das 
funções complexas, a imaginação de um desdobramen-
to longínquo dos determinismos, de uma solidariedade 
entre os acontecimentos, que a tradição materialista 
sistematizou sob o nome de totalidade.
roland barthes. O usuário da greve. in: r. barthes. Mito-
logias. tradução de rita buongermino, Pedro de souza 
e Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 
(com adaptações).
56. Com relação às ideias do texto 1a1aaa, assinale a opção 
correta.
a) infere-se do texto que seu autor considera a gre-
ve um crime moral, um delito contra a natureza do 
mundo e da sociedade.
b) argumenta-se, no texto, em favor de uma lógica na-
tural que explique a articulação das tensões sociais 
que a greve manifesta.
c) Conclui-se do texto que a intolerância com relação 
à greve advém da ignorância da complexidade de 
seus efeitos sobre os membros de uma sociedade.
d) de acordo com o texto, a percepção do senso comum 
sobre a burguesia é a de que esta é uma classe social 
cujos membros são caracterizados pelo comporta-
mento tirânico e dominador.
e) infere-se do texto que é inadequada a aplicação do 
pensamento racional à compreensão das relações 
sociais.
57. Sem prejuízo para a correção gramatical e para as in-
formações veiculadas no texto 1a1aaa, poderia ser 
suprimida a vírgula empregada imediatamente após
a) ‘revoltante’ (l.2).
b) “Carlos X” (l.7).
c) “sim” (l.15).
d) “fundada” (l.16).
e) “acontecimentos” (l.18).
58. No texto 1a1aaa, com o emprego da forma verbal “as-
sumira” (l.4), exprime-se
a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.
b) a concomitância de uma ação em relação a outra.
c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.
d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.
e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.
59. Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do 
texto 1a1aaa, se o trecho “porque incomoda” (l.11) 
fosse substituído por
a) porquanto incomoda.
b) à medida que incomoda.
c) a par de incomodar.
d) consoante incomode.
e) uma vez que incomode.
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60. assinale a opção que apresenta trecho do texto 1a1aaa 
que expressa uma ideia de comparação.
a) “mas também um crime moral” (l.1 e 2).
b) “mais do que infringir uma legalidade cívica” (l.8 
e 9).
c) “a quem ela não diz respeito” (l.11 e 12).
d) “o que é intolerável e chocante” (l.13).
e) “que a tradição materialista sistematizou sob o nome 
de totalidade” (l.18).
Abin/Oficial Técnico de Inteligência/2018
Texto CB1A1AAA
A atividade de busca por dados e informações e 
a interpretação de seu significado, o que se conhece 
hoje por inteligência, sempre desempenhou um papel 
preponderante na história da humanidade, principal-
mente na política internacional, em maior ou menor 
grau, conforme a época.
atualmente, como em nenhum outro período da 
história, crescem e se multiplicam as agências governa-
mentais em uma complexa rede internacional à procura 
de ameaças veladas ou qualquer tipo de informação 
considerada sensível, em um jogo estratégico de poder 
e influência globais. E é esse processo de identificação 
de ameaças, a busca por informações e dados, que pre-
tende detectar intenções dissimuladas que ocultem os 
mais diversos interesses, o que chamo de guerra se-
creta. essa modalidade de guerra se desenvolve entre 
agências ou serviços secretos, em uma corrida para ver 
quem chega primeiro. trata-se do mais complexo dos 
conflitos, pois ocorre nas sombras, nos bastidores do 
poder, identificando propagandas enganosas, desin-
formação, e celebrando acordos cujas partes sabem 
antecipadamente que nunca serão cumpridos. Muitas 
das informações levantadas por agentes secretos em 
ações de espionagem foram utilizadas em guerras ou 
mesmo serviram de pivô central para desencadear tais 
conflitos.
Convivemos com a guerra secreta há muito tem-
po, embora de forma não perceptível, e, a cada ciclo 
histórico, com maior intensidade.
André Luís Woloszyn. Guerra nas sombras: os bastidores 
dos serviços secretos internacionais. são Paulo: 
editora Contexto, 2013, p. 7-8 (com adaptações)
A respeito das ideias e das estruturas linguísticas do 
texto Cb1a1aaa, julgue os itens seguintes. 61. Para o 
autor do texto, há muito tempo o mundo encontra-se 
em uma guerra cuja intensidade aumenta a cada ciclo 
histórico e cujos efeitos já estão bem divulgados.
62. depreende-se do texto que a guerra secreta é o mais 
complexo dos conflitos porque é um jogo estratégico de 
poder, de interesses e de influência que se desenvolve 
em um espaço específico: nos bastidores do poder polí-
tico internacional, onde governos semeiam inverdades 
e encenam acordos sem validade.
63. A próclise observada em “se multiplicam” (l.4) e “se 
desenvolve” (l.8) é opcional, de modo que o emprego 
da ênclise nesses dois casos também seria correto — 
multiplicam-se e desenvolve-se, respectivamente.
64. Os vocábulos “é” (l.6) e “que” (l.7) poderiam ser su-
primidos, sem prejuízo para a correção gramatical do 
texto, visto que constituem expressão de realce sem 
função sintática no período em que se inserem.
65. A correção gramatical e os sentidos do texto seriam pre-
servados caso seu primeiro parágrafo fosse desmem-
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brado em dois períodos da seguinte forma: a busca de 
dados e informações, e a interpretação do significado 
destes, tratam-se do que hoje se conhece pelo nome 
de inteligência. Mais ou menos, conforme a época, essa 
atividade sempre teve papel predominante na história 
humana, sobretudo na de política internacional.
CB1A1BBB
No começo dos anos 40, os submarinos alemães 
estavam dizimando os cargueiros dos aliados no atlân-
tico Norte. O jogo virou apenas em 1943, quando Alan 
turing desenvolveu a bomba, um aparelho capaz dedesvendar os segredos da máquina de criptografia na-
zista chamada de enigma. a complexidade da enigma 
— uma máquina eletromagnética que substituía letras 
por palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma 
série de rotores — estava no fato de que seus elementos 
internos eram configurados em bilhões de combinações 
diferentes, sendo impossível decodificar o texto sem 
saber as configurações originais. Após espiões polo-
neses terem roubado uma cópia da máquina, turing e 
o campeão de xadrez Gordon Welchman construíram 
uma réplica da enigma na base militar de bletchey Park. 
a máquina replicava os rotores do sistema alemão e 
tentava reproduzir diferentes combinações de posições 
dos rotores para testar possíveis soluções. após quatro 
anos de trabalho, turing conseguiu quebrar a enigma, 
ao perceber que as mensagens alemãs criptografadas 
continham palavras previsíveis, como nomes e títulos 
dos militares. turing usava esses termos como ponto 
de partida, procurando outras mensagens em que a 
mesma letra aparecia no mesmo espaço em seu equi-
valente criptografado.
Gabriel Garcia. 5 descobertas de Alan Turing que muda-
ram o rumo da história. in: Exame, 2/fev./2015. internet 
(com adaptações).
Considerando os aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, 
julgue os itens subsequentes.
66. O termo “um aparelho capaz de desvendar os segredos 
da máquina de criptografia nazista chamada de Enigma” 
(l.2 e 3) introduz uma explicação a respeito do aparelho 
“bomba” (l.2), tal como o faz o termo “uma máquina 
eletromagnética que substituía letras por palavras ale-
atórias escolhidas de acordo com uma série de rotores” 
(l.3 e 4) em relação a “enigma” (l.3).
67. do emprego da forma “estavam dizimando” (l.1) infere-
-se que a ação de dizimar foi contínua durante a época 
citada no início do primeiro período do texto.
68. No trecho “para testar possíveis soluções” (l.8), o em-
prego da preposição “para”, além de contribuir para a 
coesão sequencial do texto, introduz, no período, uma 
ideia de finalidade.
69. a vírgula logo após o termo “máquina” (l.6) poderia 
ser eliminada sem prejuízo para a correção gramatical 
do período no qual ela aparece.
70. A correção gramatical e o sentido do texto seriam pre-
servados caso o período “após quatro anos de trabalho, 
turing conseguiu quebrar a enigma, ao perceber que as 
mensagens alemãs criptografadas continham palavras 
previsíveis, como nomes e títulos dos militares” (l.8 e 
9) fosse reescrito da seguinte forma: turing conseguiu 
quebrar a enigma, depois de quatro anos de trabalho, 
quando notou que haviam, nas mensagens alemãs 
criptografadas, palavras previsíveis, tais como, nomes 
e títulos dos militares.
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36. C 
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39. C 
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41. C 
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43. C 
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51. c 
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56. c 
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58. e 
59. a 
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61. e 
62. e 
63. C 
64. C 
65. e 
66. C 
67. C
68. C
69. e
70. e
QUESTÕES FCC
TRT 15ª Região (SP)/Analista Judiciário/Área Administra-
tiva/2018
atenção: para responder a questão, baseie-se no texto abaixo.
[Cientistas e artistas]
Por meio de seu processo criativo, o cientista viabili-
za sua visão de mundo. Na minha opinião, a obra de um 
cientista, assim como a de um artista, é um reflexo de sua 
personalidade, da escolha do tema de pesquisa ao estilo e 
às técnicas usadas na solução de problemas. Claro, o veículo 
e as linguagens da expressão do cientista e do artista são 
completamente diferentes. Mas existe um momento entre 
o surgir de uma ideia e sua expressão, seja por meio de uma 
equação ou de uma aquarela, que é essencialmente idêntico.
Ao recriar o mundo matematicamente, o cientista rein-
venta a realidade à sua volta, representando-a com símbolos 
universais. Mesmo que o processo criativo científico seja 
tão subjetivo quanto o processo criativo artístico, o produto 
final do trabalho do cientista é acessível a qualquer outro 
cientista que domine o vocabulário técnico da ciência. E, 
espero, também ao público não especializado, pelo esforço 
da comunidade científica em transmitir suas ideias de modo 
acessível.
Em princípio, não deve existir subjetividade na inter-
pretação de uma obra científica; os modelos criados por 
cientistas são universais. É justamente nessa universalidade 
que reside a força da ciência. as equações que descrevem 
um fenômeno são idênticas para todos os cientistas, inde-
pendentes de diferenças religiosas, raciais ou políticas. A 
Natureza não se presta a jogar nossos tolos jogos de poder. 
a ciência, em sua versão mais pura, é uma das formas mais 
humanas de conhecimento.
Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. são Paulo: Com-
panhia das Letras, 1999, p. 24-25.
1. A comparação possível entre a obra de um cientista e a 
obra de um artista repousa no fato de que em ambas:
a) a forma de conhecimento, sendo essencialmente a 
mesma, acaba por levar a resultados próximos que, 
no limite, chegam a confundir-se.
b) verifica-se uma mesma motivação do criador, qual 
seja, a de materializar uma ideia por meio de uma 
expressão que a revele para o público.
c) projeta-se um reflexo da personalidade do criador, o 
que dispensa o público de ter qualquer familiaridade 
com linguagens específicas.
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d) a recriação da Natureza se faz segundo princípios 
básicos e objetivos, que alcançam uma validade logo 
reconhecida como universal.
e) o efeito que provocam no público depende de que 
este reconheça o valor universal e objetivo dos mo-
delos empregados pelo criador.
2. depreende-se da leitura do 2o parágrafo do texto que
a) um mesmo princípio de universalidade determina 
tanto o acolhimento de uma obra científica como o 
de uma obra artística.
b) o sentido universal da produção de um cientista pode 
ser reconhecido por todos que têm familiaridade 
com a linguagem utilizada.
c) uma obra de arte, ao contrário do que ocorre com 
uma obra de valor científico, não depende de lin-
guagem simbólica para alcançar expressão.
d) o sucesso de uma produção científica junto ao pú-
blico leigo depende de que cada comunidade valide 
o que há de universal nos símbolos empregados.
e) não há presença de qualquer fator subjetivo na 
produção científica que se processa por meio de 
símbolos de alcance universal.
3. No contexto do 3o parágrafo, a frase A Natureza não 
se presta a jogar nossos tolos jogos de poder leva em 
conta o fato de que
a) a Natureza, por conta do arbítrio de suas leis, torna 
irrelevante o princípio de universalidade a que al-
guns homens se agarram.
b) os jogos da Natureza são mais irracionais do que 
imaginam os homens que tanto se esforçam para 
vir a dominá-la.
c) a audácia da ciência humana é incompatível com a 
forma de atuação e o poder dos elementos naturais.
d) os homens, com suas diferenças e ambições, deixam-
-se levar por valores subjetivos desprovidos de uni-
versalidade.
e) os jogos de poder da Natureza são mais eficazes do 
que os nossos, uma vez que é nela que se encerram 
os valores universais.
4. a frase abaixo ganha nova, correta e coerente redação 
em: Uma aquarela ou uma equação são formas de ex-
pressão convocadas por uma ideia de um artista ou de 
um cientista.
a) Tanto uma aquarela quanto uma equação, consti-
tuem ideias cuja forma de expressão lhes foi con-
vocada por artista ou cientista.
b) Um cientista ou um artista podem convocar uma 
ideia, como uma aquarela ou equação, uma vez que 
lhes conceda forma de expressão.
c) Formas de expressão como uma aquarela ou uma 
equação respondem a uma ideia que nasce de um 
artista ou de um cientista.
d) a forma de expressão de uma aquarela, ou mesmo 
de uma equação, traduzem-se segundo a ideia hora 
de um artista, horade um cientista.
e) uma aquarela ou uma equação, são convocadas 
como ideias que se expressam através dos meios 
de um artista, ou mesmo, de um cientista.
5. a frase Ao recriar o mundo matematicamente, o cien-
tista reinventa a realidade à sua volta, representando-
-a com símbolos universais permanecerá correta e 
preservará seu sentido caso se substituam as formas 
sublinhadas, respectivamente, por
a) Se recriasse − reinventara − representá-la-á.
b) Para recriar − há de reinventar − representá-la.
c) Uma vez que recriasse − terá de reinventá-la − quan-
do a representará.
d) Vindo a recriar − reinventaria − tendo-a representado.
e) Caso venha a recriar − reinventará − ao representá-la.
6. um segmento do texto conservará a correção e o sen-
tido, ao se substituir o elemento sublinhado pelo que 
se indica em:
a) a obra de um cientista, assim como a de um artista 
(1o parágrafo) = mesmo ocorrendo com
b) seja por meio de uma equação ou de uma aquarela 
(1o parágrafo) = e inclusive uma
c) Mesmo que o processo criativo científico seja tão 
subjetivo (2o parágrafo) = Não obstante
d) É justamente nessa universalidade (3o parágrafo) = 
É aonde
e) independentes de diferenças religiosas (3o parágrafo) 
= salvaguardadas as
Disse-me o cientista: − Agindo deste modo, sou como o ar-
tista, uma vez que damos expressão às nossas ideias.
7. transpondo-se o texto acima para o discurso indireto, 
obtém-se, adequadamente, a seguinte formulação: 
Disse-me o cientista que,
a) ao agir daquele modo, era como o artista, uma vez 
que ambos davam expressão às suas ideias.
b) ao agir desse modo, seria como o artista, desde que 
expressando-lhes as ideias.
c) como agisse deste modo, equipararia ao artista, uma 
vez que expressassem ambos as respectivas ideias.
d) por agir a seu modo, terá sido como o artista, em 
quem também se expressam nossas ideias.
e) agisse de tal modo, seria como o artista, cujas ideias 
têm a mesma expressão.
Prefeitura de São Luís-MA/Auditor Tributário
atenção: a questão refere-se ao texto que segue.
a vida privada não é uma realidade natural, dada desde 
a origem dos tempos: é uma realidade histórica. a história 
da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua defi-
nição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do 
século XX? Como o domínio da vida privada variou em seu 
conteúdo e abrangência?
a questão é tanto mais importante na medida em que 
não é certo que seu contorno tenha o mesmo sentido em 
todos os meios sociais. Para a burguesia da belle Époque1, 
não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa 
claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a vida 
privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse do-
mínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião: 
se os pais que querem casar os filhos consultam o notário 
ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de 
um eventual pretendente, é porque a família oculta cuida-
dosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes 
dissolutos e o montante das rendas. e Jaurès2, respondendo 
a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão 
solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que 
quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a 
fronteira entre sua existência de político e sua vida privada.
essa separação era organizada por uma densa teia de 
prescrições. A baronesa Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto 
menos relações mantemos com a vizinhança, mais mere-
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cemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não 
devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou ami-
gos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O 
apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por 
uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os de-
mais aposentos. O lugar da família propriamente dita não 
é o salão: as crianças não entram no aposento quando há 
visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam 
deslocadas nesse recinto. ademais, as salas de visitas não 
são abertas a todos. se toda dama da boa sociedade tem seu 
“dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita 
à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. 
as salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de 
transição para a vida privada propriamente dita.
adaptado de: PrOst, antoine. Fronteiras e espaços do privado. in: 
PrOst, antoine; ViNCeNt, Gérard (orgs.). História da vida priva-
da 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.
Observações!
• Período de cultura cosmopolita na história da europa que 
vai de fins do século XIX até a eclosão da Primeira Guerra 
Mundial.
• Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.
• Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-
1911), autora francesa, célebre em seu tempo pela obra 
Uso do mundo, sobre como saber viver na sociedade 
moderna.
• região da França, ao sul-sudeste de Paris.
8. O texto legitima a seguinte inferência:
a) A reflexão sobre a vida privada tem como contra-
ponto obrigatório a reflexão sobre a vida pública, 
esta cujos contornos não conhecem flexibilidade.
b) Sociedades de distintos países constroem sua com-
preensão de como devem ser preservadas as ativi-
dades privadas em subordinação ao regime político 
que historicamente adotam.
c) A burguesia da Belle Époque exemplifica uma espe-
cífica visão de vida privada e vida pública, tida como 
padrão a ser adotado porque o grupo francês não 
conheceu nenhuma dúvida na delimitação dessas 
esferas.
d) situações que envolvem questões do indivíduo na 
relação direta com seus familiares delimitam com 
precisão a vida privada, conceito este de força in-
discutível, por ter valor universal.
e) se, na belle Époque, as condições de vida de meios 
sociais como os camponeses, operários ou camadas 
mais baixas das cidades não lhes permitiam abrigar 
de olhares estranhos uma parte de sua vida, o senti-
do de “privada” era, para eles, distinto daquele que 
os burgueses conheciam.
9. No processo argumentativo,
a) a consulta dos pais é mencionada porque constitui a 
causa de as famílias ocultarem cuidadosamente ao 
público fatos que poderiam ser considerados social-
mente nocivos. (2o parágrafo)
b) a resposta de Jaurès é citada para, na composição do 
painel da vida francesa, destacar que, já em fins do 
século XIX e começo do XX, havia críticas a políticos 
que usavam a vida particular para alavancar suas 
pretensões de homem público. (2o parágrafo)
c) a presença do advérbio aliás sinaliza um oportuno 
acréscimo ao já dito acerca dos domínios da vida pri-
vada, agora demarcados pelo próprio espaço físico 
da burguesia francesa do século XX. (3o parágrafo)
d) a menção a família propriamente dita delimita, no 
contexto do objeto focalizado, a referência a “aque-
les que descendem de um casal”. (3o parágrafo)
e) a alusão a notário ou pároco faz parte da caracteri-
zação da sociedade da belle Époque, com o intuito 
de demonstrar que a eles cabia, respectivamente, a 
responsabilidade pelas fortunas e pela vida religiosa 
das famílias. (2o parágrafo)
10. Formulação alternativa à do segmento transcrito que 
não prejudica o sentido original é:
a) para “tomar informações” sobre a família de um 
eventual pretendente (2o parágrafo) / para discre-
tamente examinar a vida familiar do então candidato 
à mão da jovem em idade de casar.
b) era organizada por uma densa teia de prescrições 
(3o parágrafo) / era assentada em cerrada estrutura 
de explícitas proibições.
c) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos 
(3o parágrafo) / O mais relevante é que as salas de 
visitas não são facultadas a todos.
d) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresen-
tação prévia (3o parágrafo) / quem queira visitar o 
cônjuge de uma pessoa de grande influência social 
tem de submeter-se a uma avaliação impreterível.
e) As salas de recepção estabelecem, portanto, um es-
paço de transição para a vida privadapropriamente 
dita. (3o parágrafo) / as salas de recepção são, assim, 
compatíveis com um espaço em que se transita pela 
vida privada dos moradores, tomada a expressão 
“vida privada” em seu sentido exato.
11. Afirma-se com correção:
a) No primeiro período, o segmento de valor adjetivo 
dada desde a origem dos tempos caracteriza A vida 
privada, estrutura esta última que exerce a função 
sintática de sujeito. (1o parágrafo)
b) em os pais que querem casar os filhos consultam o 
notário ou o pároco para “tomar informações” sobre 
a família de um eventual pretendente, o isolamento 
da oração adjetiva por meio de vírgulas não alteraria 
a relação sintático-semântica que estabelece origi-
nalmente com seu antecedente. (2o parágrafo)
c) as aspas em “dia” sinalizam que a palavra está em-
pregada com traço semântico específico, nem sem-
pre explorado no emprego da palavra; no contexto 
de uso, sugerem uma circunstância favorável à exi-
bição de condutas sociais. (3o parágrafo)
d) Com respeito à clareza, à norma-padrão e ao con-
texto, o modo de reportar o que está em “Quanto 
menos relações mantemos com a vizinhança, mais 
merecemos a estima e consideração dos que nos 
cercam” é: “a baronesa comenta que, quanto menos 
pessoas, inclusive ela, mantiverem relação com a sua 
vizinhança, mais elas merecem a estima e conside-
ração dos que lhes cercam”. (3o parágrafo)
e) em “Quanto menos relações mantemos com a vizi-
nhança, mais merecemos a estima e consideração 
dos que nos cercam”, os segmentos, demarcados 
pela vírgula, associam-se estabelecendo correlação 
diretamente proporcional entre as ideias que con-
têm. (3o parágrafo)
Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber 
− em 1907, são 178 em Nevers −, a visita à esposa de um 
figurão supõe uma apresentação prévia.
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12. Considere o acima transcrito e as assertivas que se-
guem, acerca de elementos da frase.
 i – a conjunção Se introduz um fato comprovado.
 ii – a estruturação do período denota que a conjunção 
Se faz parte de esquema comparativo.
 iii – É aceitável entender que a conjunção Se anuncia 
um fato eventual, que, existindo, gerará a consequência 
citada depois do último travessão.
 iV – a expressão boa sociedade e as palavras figurão e 
dama exemplificam o uso informal da linguagem.
 V – em a visita à esposa de um figurão, o acento grave 
sinaliza adequadamente a contração da preposição com 
um artigo, exatamente como ocorre em “a visita àquela 
mansão”.
 Está correto o que se afirma apenas em
a) i e iV.
b) iii e V.
c) ii e iV.
d) i e ii.
e) ii, iii e V.
E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe cen-
surava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você 
sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava 
com grande precisão a fronteira entre sua existência de po-
lítico e sua vida privada.
13. sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comen-
ta-se com propriedade
a) sendo certo que a forma simples do gerúndio expres-
sa uma ação em curso, que pode ser imediatamente 
anterior ou posterior à do verbo da oração principal, 
ou simultânea a ela, é reconhecível, na frase acima 
transcrita, a simultaneidade.
b) O desenvolvimento da oração reduzida respondendo 
a um deputado socialista deve gerar a forma “ao 
responder”.
c) O verbo “censurar” está empregado com adequada 
regência, assim como estaria se houvesse a forma 
“que lhe censurava à comunhão solene da filha”.
d) O emprego de você exemplifica a forma linguística 
usada para interpelação ao interlocutor, como vo-
cativo, no discurso direto.
e) em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, 
o verbo destacado está empregado como vicário, 
uso exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias, 
como fazem alguns”.
atenção: a questão refere-se ao que segue.
Na primeira audiência, ele se esforçou em manter-se 
calado. indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer 
gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse. 
Via no banco quem o acusava do que não fizera. Era coisa 
que levaria tempo para digerir. Ou então, seria motivo de 
vingança, até mesmo de crime.
14. A alternativa que deve ser desprezada, por conter co-
mentário inapropriado, é:
a) Do sentido do verbo manter-se, decorre, logicamen-
te, uma informação implícita, mas nenhuma outra 
palavra presente na frase aciona, por seu sentido, 
ideia não declarada.
b) Considerando que, em Indignado com tudo, rejei-
tava e respondia a qualquer gesto que considerasse 
suspeito, os verbos destacados têm o mesmo com-
plemento, o do primeiro verbo vem elíptico por an-
tecipação; essa construção é inadequada, visto que 
os verbos têm distintas regências.
c) a coesão entre Era coisa que levaria tempo para 
digerir e a frase anterior se dá por meio de retomada 
realizada por substantivo de uso coloquial, que, por 
ser usado em tantas distintas acepções, não permite 
uma precisa delimitação de sentido.
d) a expressão Ou então sinaliza a introdução de ideia 
que tem orientação argumentativa diferente da ado-
tada na frase anterior, levando a conclusão oposta à 
nesta sinalizada.
e) a expressão até mesmo introduz o ponto mais alto 
de uma dada escala.
atenção: a questão refere-se ao que segue.
Na primeira audiência, ele se esforçou em manter-se 
calado. indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer 
gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse. 
Via no banco quem o acusava do que não fizera. Era coisa 
que levaria tempo para digerir. Ou então, seria motivo de 
vingança, até mesmo de crime.
... respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de 
quem quer que fosse.
15. seguem propostas de alteração na frase acima. a reda-
ção que está em conformidade com a norma-padrão e 
não prejudica o sentido original é:
a) respondia a quaisquer que fosse os gestos que con-
siderasse suspeito, de quem quer que fosse.
b) respondia a quaisquer gestos que considerasse sus-
peitos, fossem de quem fossem.
c) respondia a todo e qualquer gesto que os conside-
rasse suspeitos, de quem quer que fosse.
d) respondia a gestos, qualquer um, que considerasse 
suspeitos, vindo de quem quer que fossem.
e) respondia a gesto qualquer que fosse, que o consi-
derasse suspeito, de quem fosse a pessoa.
16. redação clara e em concordância com a norma-padrão 
da língua está presente na alternativa:
a) Atitudes como aquela do renomado ator são mo-
ralmente condenável, por isso sanções previstas na 
lei devem ser efetivamente aplicadas, como forma 
de coibir comportamentos indiscutivelmente inade-
quados.
b) O tumultuado revesamento de funcionários respon-
sáveis pela revisão dos cinco últimos processos em 
análise impediu o coordenador de inclui-los num dos 
malotes recém-enviados à direção, sob a rúbrica de 
urgência.
c) a tendência de alguns jovens empresários do setor 
adotar regras de conduta distintas dos empresários 
mais antigos merece ser analisada com cautela, pois 
é relevante considerar a experiência já adquirida.
d) Se o debate desse assunto foi consensualmente tido 
como fundamental para o desenvolvimento do pro-
grama, os responsáveis haveriam de ter comunicado 
isso antes, porque agora a inclusão do tema é ex-
temporânea.
e) Foi convidado à defesa e argumentou de forma con-
tundente, com um preciso e belo jogo de palavras 
que não deixassem dúvidas sobre a veracidade dos 
fatos, como comprova o resultado a favor do acusa-
do.
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17. a redação clara e correta, segundo a norma-padrão da 
língua, é:
a) Quando se atribui a toda uma categoria a necessida-
de de obter algo que foi atingido por um indivíduo 
particular, corre-se o risco de provocarem frustra-
ções, como ocorre ao se tratar da fama; nesse caso, 
peca-se ainda, ao tomar como eterno algo que pode 
ser bastante efêmero.
b) O coordenador de um dos grupos defendeu que mais 
escassez adiviria se os plantadores, principalmente a 
agricultura familiar, se recusassem a investir na pro-
dução que, aliás, já conhecera maisde uma intem-
périe; não fomos nós, revendedores, que freiamos 
a carestia.
c) diziam que pelo fato de a presença de um animador 
ser incômoda, muitos recusariam participar da con-
fraternização dos veteranos; mas enquanto vigir o 
respeito ao combatente mais idoso é a ele que todos 
seguirão, e tudo indica que, daqui há duas semanas, 
todos lá estarão.
d) O guia dos turistas proveu-os de tudo que seria 
necessário para a escalada, e isso explica por que 
não houve conflitos ou dissidências; não se trata de 
excesso de zelo por parte da pessoa encarregada, 
mas da capacidade de prever possíveis empecilhos 
e se antecipar a providências para contorná-los.
e) Muitos não se adéquam a novos caminhos e lamen-
tam que nada é mais como era antes − é notório, 
certamente, a impressão que o novo destruirá uma 
ordem perfeita e imporá o caos, mas isso não pro-
cede, pois passos em outra vereda nos faz conhecer 
novas e sempre enriquecedoras paisagens.
TRT 15ª Região (SP)/Técnico Judiciário/Segurança/2018
Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fasci-
nado. Isso era filosofia sobre a vida, sobre encontrar sentido 
e sobre como se conduzir.
“a existência precede a essência.” se houvesse um con-
curso para a frase mais curta que resumisse uma posição filo-
sófica inteira, essas palavras de Sartre venceriam. Trata-se da 
base sobre a qual o existencialismo moderno foi construído.
sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do 
mundo – por exemplo, minha torradeira – os seres humanos 
não podem ser definidos pelas suas propriedades. A torra-
deira é criada para tostar pão; a capacidade de tostar é o 
propósito e a essência da torradeira. No entanto, nós, seres 
humanos, podemos gerar e alterar nossas propriedades e 
propósitos fundamentais ao longo do caminho, de modo que 
não faz sentido dizer que temos alguma essência definidora 
imutável. Em primeiro lugar, nós existimos, e, em seguida, 
criamos a nós mesmos. isso não é algo que minha torradeira 
poderia fazer.
Naturalmente, sartre não quis dizer que podemos 
autocriar nossas propriedades físicas. Eu não posso querer 
ser alto. Nem posso querer ser marroquino. as questões 
importantes, porém, cabe a mim determinar, por exemplo: 
como exatamente eu quero viver, o que eu quero fazer com 
meu tempo limitado na terra, pelo que eu estaria disposto 
a morrer – as qualidades que fundamentalmente fazem de 
mim um indivíduo. tudo isso está aí para ser conquistado. 
Minhas conquistas.
sartre não está apenas descrevendo esse potencial que 
é único para os seres humanos, ele está exortando-nos a 
adotá-lo e com ele nossa responsabilidade por aquilo que 
nos tornamos. e isso é assustador: se eu sou o mestre do 
meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não 
tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.
Adaptado de: KLEIN, Daniel. O livro do significado da vida. 
Trad. Leonardo Abramowicz. São Paulo, Gente, 2017, p. 54-55
18. da leitura do texto, entende-se que a frase “A existência 
precede a essência” pressupõe que
a) a existência do homem seja predefinida por seus 
propósitos.
b) as ações humanas sejam orientadas pelo livre-arbí-
trio.
c) a essência humana não possa ser alterada pela his-
tória.
d) o tratamento dado a um indivíduo resulte de sua 
essência.
e) o homem sinta-se potente por ter uma essência 
mutável.
19. Uma frase coerente com o que se afirma no 1° parágrafo 
e escrita com clareza e de acordo com a norma-padrão é:
a) O autor diz que as palavras de sartre o fascinaram, 
por lhe possibilitarem refletir acerca do sentido da 
vida.
b) O autor fascinou-se perante à obra de sartre, a pri-
meira vez que lhe leu, haja vista poder pensar na 
vida.
c) A filosofia de Sartre logo fascinou o autor, por indicá-
-lo uma maneira de fazer indagações a partir da vida.
d) A filosofia de Sartre problematizava a vida, o que fas-
cinou o autor ao levar-lhe a conscientizar-se sobre ela.
e) A vida era a matéria das reflexões de Sartre, fasci-
nando o autor que buscava atribuí-la sentido e se 
conduzir.
20. A argumentação do 3° parágrafo organiza-se a partir
a) da alusão a exemplos pessoais, com que se contesta 
o alcance da teoria de sartre.
b) da oposição de opiniões, com a qual se aponta uma 
contradição na filosofia existencialista.
c) do raciocínio comparativo, com o qual se ilustra um 
aspecto da condição humana.
d) da relação de causa e efeito, com a qual se explica 
a falta de propósito das escolhas humanas.
e) do resumo das ideias de sartre, com o qual se põe 
em dúvida a realidade da essência.
21. a expressão esse potencial (último parágrafo) remete
a) à capacidade que o homem tem de escolher seus 
aspectos materiais.
b) à possibilidade que cada pessoa tem de decidir que 
tipo de indivíduo será.
c) à consequência negativa de certas escolhas que o 
homem faz ao longo da vida.
d) ao ideal pelo qual cada indivíduo estaria disposto a 
lutar e até mesmo morrer.
e) aos acontecimentos imprevistos que determinam o 
destino de cada um.
Considere o trecho do último parágrafo:
E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o 
meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém 
para culpar além de mim mesmo.
22. Caso se queira explicitar a relação de sentido entre as 
orações separadas pelos dois-pontos, deve-se substituir 
o sinal de dois-pontos fazendo-se as devidas alterações, 
por:
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a) conquanto.
b) contudo.
c) porém.
d) pois.
e) mesmo que.
23. A frase de Sartre (2° parágrafo), destacada entre as-
pas, está corretamente reportada em discurso indireto 
e com a forma verbal na voz passiva em:
a) Para sartre era a existência que precedia a essência.
b) Nas palavras de Sartre: − A essência vem precedida 
da existência.
c) segundo sartre, a existência é que precede a essência.
d) sartre defendia que à essência precedia a existência.
e) Sartre afirmou que a essência era precedida pela 
existência.
Considere a frase:
Sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo 
– por exemplo, minha torradeira – os seres humanos não 
podem ser definidos pelas suas propriedades. (3° parágrafo)
24. Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, o 
segmento que pode vir apresentado entre vírgulas é:
a) não podem ser definidos
b) está dizendo que
c) ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, 
minha torradeira −
d) os seres humanos
e) dos objetos do mundo
TRT 15ª Região (SP)/Analista Judiciário/Área Judiciária/2018
Sabedoria de Sêneca
Entre as tantas reflexões sábias que o filósofo estoico 
sêneca nos deixou encontra-se esta: “deve-se misturar e 
alternar a solidão e a comunicação. Aquela nos incutirá o 
desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos; e 
uma será o remédio da outra: a solidão curará nossa aversão 
à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão”. É uma pro-
posta admirável de equilíbrio, válida tanto para o século i, na 
pujança do império romano em que sêneca viveu, como para 
o nosso, em que precisamos viver. É próprio, aliás, dos gran-
des pensadores, formular verdades que não envelhecem.
Nesse seu preciso aconselhamento, sêneca encontra 
a possibilidade de harmonização entre duas necessidades 
opostas e aparentemente inconciliáveis. O decidido amor à 
solidão ou a necessidade ingente de convívio com os outros 
excluem-se, a princípio, e marcariam personalidades radi-
calmente distintas. Mas Sêneca sabe que ambas podem ser 
insatisfatórias em si mesmas: a natureza humana comporta 
impulsos contraditórios. Por isso está no sistema filosófico 
dos estoicos a noção de equilíbrio como princípio inescapável 
para o que consideram, como o melhor dos nossos destinos, 
a “tranquilidade da alma”.
esse equilíbrio supõe aceitarmos as tensões polarizadas 
de nossa natureza dividida e aproveitar de cada polaridade 
o que ela tenha de melhor: a solidão nos impulsiona para 
o reconhecimento de nós mesmos, para a nossa identidade 
íntima, para a diferença que nos identifica entre todos; a 
companhia nos faz reconhecer a identidadedo outro, mo-
vida pela mesma força que constitui a nossa. Sêneca, ao 
reconhecer que somos unos em nós mesmos, lembra que 
essa mesma instância de unidade está em todos nós, e tem 
um nome: humanidade.
Altino Sampaio, Inédito.
25. Em síntese, a reflexão de Sêneca transcrita no texto 
incide sobre
a) um diálogo entre duas situações radicalmente opos-
tas, no qual cada uma só se afirma na medida em 
que suprime a outra.
b) uma oposição entre sentimentos supostamente in-
conciliáveis que, no entanto, ganham complemen-
taridade em sua alternância.
c) uma contenda entre duas iniciativas de comporta-
mento na qual ambas são superadas pelo surgimen-
to de uma terceira alternativa.
d) uma alternância entre duas soluções para um único 
problema, qual seja, o do indivíduo que só deseja 
superar seu estado de isolamento.
e) um confronto entre duas providências radicalmente 
opostas, que devem ser mantidas nessa condição 
estática para se fortalecerem.
26. ao considerar uma relação entre a aversão à multidão 
e o tédio à solidão, sêneca subentende que
a) ambos os sentimentos representam a mesma neces-
sidade que têm as pessoas de afirmar sua autossu-
ficiência diante da incompletude alheia.
b) a qualidade salientada em cada um desses estados 
faz com que nenhum deles, em separado, seja visto 
com carga negativa.
c) multidão e solidão são, em si mesmas, condições 
humanas satisfatórias, sobretudo quando a cada 
uma delas se atribua um valor absoluto.
d) a comunicação e o isolamento são alternativas pas-
sageiras, já que sempre optamos por um deles como 
escolha definitiva.
e) a qualidade negativa de cada um dos termos dessa 
relação é o que levará ao reconhecimento da neces-
sidade que tem do outro.
27. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente 
o sentido de um segmento do texto em:
a) formular verdades que não envelhecem (1° parágra-
fo) = fomentar razões permanentes.
b) Esse equilíbrio supõe aceitarmos (3° parágrafo) = Tal 
estabilidade conta com que admitamos.
c) necessidades opostas e aparentemente inconciliáveis 
(2° parágrafo) = motivos divergentes e supostamente 
irretratáveis.
d) princípio inescapável (2° parágrafo) = postulado ina-
preensível.
e) nos incutirá o desejo do convívio (1° parágrafo) = 
estimulará nosso intento de cumplicidade.
28. está plenamente correta, clara e coerente a redação 
deste livre comentário sobre o texto:
a) Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se 
de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, 
uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto 
nossas virtudes.
b) É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qual-
quer custo o equilíbrio onde as forças opostas en-
sejem combinar-se de modo a constituir uma plena 
harmonização entre si.
c) trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento 
social, quando este significa sobretudo, esquecer-
mos de que somos uma espécie constituída para se 
contar com as regras de um bom convívio.
d) Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aver-
são à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento 
pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à 
busca da multidão.
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15
e) Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pes-
soal e vida pública a fórmula para remeter uma a 
outra, de modo que ambas possam ser objeto de 
insatisfação à medida mesma em que se comple-
mentam.
29. Há forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às 
normas de concordância na frase:
a) aconselhamentos precisos, como os de sêneca, são 
aqueles a que não faltam a certeza da boa aplicação, 
seguido do efeito maior da paz de espírito.
b) São de se exaltar entre as tantas reflexões de Sêneca 
sua acuidade em buscar preservar o senso de equi-
líbrio nas difíceis escolhas humanas.
c) em meio a tensões polarizadas, é comum que se 
ignorem a necessidade de equilíbrio dentro da alter-
nância, parece advertir-nos o postulado de Sêneca.
d) Não há por que considerar definitivo, em nosso co-
tidiano, impulsos contraditórios que dividem nossos 
desejos e desafiam nosso equilíbrio.
e) uma vez atendidas as duas necessidades humanas a 
que sêneca faz referência, preservam-se igualmente 
o senso de equilíbrio e a dialética.
30. a pontuação e a correlação entre tempos e modos ver-
bais ocorrem de modo plenamente adequado na frase:
a) Sêneca numa de suas reflexões mais sábias acredita 
que nossa natureza, dividida pode compensar essa 
divisão, com o recurso da consciente alternância.
b) se a solidão não nos impulsionasse, para o reco-
nhecimento de nós mesmos, não haverá qualquer 
vantagem, em nos rendermos ocasionalmente a ela.
c) acredita sêneca que toda lição sabiamente apre-
endida por um poderá servir-nos a todos, uma vez 
reconhecidos como seres igualmente unos em nós 
mesmos.
d) esse equilíbrio, suporia que aceitemos as tensões 
que venham a polarizar nossa natureza dividida por 
exemplo, entre o estado de solidão e a vida comu-
nicativa.
e) Caso a solidão venha a ocorrer, como um estigma 
definitivo, seria possível que se perca de vez a pró-
pria necessidade de comunicação, que estaria na 
nossa natureza.
31. Tratando do estado de solidão ou da necessidade de 
convívio, Sêneca vê no estado de solidão uma contra-
partida da necessidade de convívio, assim como vê na 
necessidade de convívio uma abertura para encontrar 
satisfação no estado de solidão. evitam-se as viciosas 
repetições do texto acima substituindo-se os elementos 
grifados, na ordem dada, por:
a) naquele − desta − nesta − naquele
b) nisso − daquilo − naquela − deste
c) este − do outro − na primeira − no último
d) nisto − disso − naquela − desse
e) na primeira − do segundo − numa − noutra
TRT 2ª Região (SP)/Analista Judiciário/Área Administrati-
va/2018
atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.
A importância do imperfeito
O conceito de perfeição guia muitas aspirações nossas, 
seja em nossas vidas privadas, seja nos diversos espaços pro-
fissionais. Falamos ou ouvimos falar de “relações perfeitas” 
entre duas pessoas como modelos a serem seguidos, ou de 
almejar sempre a realização perfeita de um trabalho. em 
algumas religiões, aprendemos que nosso objetivo é chegar 
ao paraíso, lar da perfeição absoluta, final de jornada para 
aqueles que, se não conseguiram atingir a perfeição em vida, 
pelo menos a perseguiram com determinação.
Historicamente, o perfeito está relacionado com a es-
tética, andando de mãos dadas com o belo, conforme rezam 
os preceitos da arte clássica. Muito da criatividade humana, 
tanto nas artes como nas ciências, é inspirado por esse ideal 
de perfeição. Mas nem tudo. Pelo contrário, várias das ideias 
que revolucionaram nossa produção artística e científica vie-
ram justamente da exaltação do imperfeito, ou pelo menos 
da percepção de sua importância.
Nas artes, exemplos de rompimento com a busca da 
perfeição são fáceis de encontrar. de certa forma, toda a 
pintura moderna é ou foi baseada nesse esforço de explorar 
o imperfeito. romper com o perfeito passou a ser uma outra 
possibilidade de ser belo, como ocorre na música atonal ou 
na escultura abstrata, em que se encontram novas perspec-
tivas de avaliação do que seja harmônico ou simétrico. Na 
física moderna, o imperfeito ocupa um lugar de honra. De 
fato, se a Natureza fosse perfeita, o universo seria um lugar 
extremamente sem graça. Do microcosmo das partículas ele-
mentares da matéria ao macrocosmo das galáxias e mesmo 
no universo como um todo, a imperfeição é fundamental. a 
estrutura hexagonal dos flocos de neve é uma manifestação 
de simetrias que existem no nível molecular, mas, ao mesmo 
tempo, dois flocos de neve jamais serão perfeitamente iguais. 
Não faltam razões, enfim, para que nos aceitemos como seres 
imperfeitos. Por que não?
Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 189-190.
32. Os três parágrafos do texto organizam-se de modo a 
constituírem, na ordem dada, as seguintes operações 
argumentativas:
a) relativização do conceito

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