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Caderno de Questões mais de 1.700 exercícios gabaritados TÉCNICO E ANALISTA módulo básico VERSÃO 2020 Língua Portuguesa • Noções de Informática • Atualidades • Noções de Direito Constitucional Noções de Direito Administrativo • Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais Raciocínio Lógico e Matemático • Noções de Administração Geral e Pública • Noções de Arquivologia • Noções de Gestão de Pessoas • Noções de Licitações e Contratos Língua Portuguesa ................................................................................................................................................................. 3 Noções de Informática ......................................................................................................................................................... 21 Atualidades .......................................................................................................................................................................... 44 Noções de Direito Constitucional ........................................................................................................................................ 67 Noções de Direito Administrativo ....................................................................................................................................... 91 Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais ........................................................................................................... 108 Raciocínio Lógico e Matemático ........................................................................................................................................ 172 Noções de Administração Geral e Pública ........................................................................................................................ 133 Noções de Arquivologia ..................................................................................................................................................... 155 Noções de Gestão de Pessoas ........................................................................................................................................... 117 Noções de Licitações e Contratos ...................................................................................................................................... 165 SUMÁRIO Questões Gabaritadas MÓDULO BÁSICO Q u es tõ es G a b a r it a d a s 3 LÍNGUA PORTUGUESA QUESTÕES CEBRASPE/CESPE EMAP/Analista/2018 Texto CB1A1AAA O Juca era da categoria das chamadas pessoas sen- síveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. se a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “bem, obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contra- balançado por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que impasse! estavam-lhe ministrando a extrema-unção. e, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula ressurreição. e a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado. despachou- -o num átimo e absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu! e eu imagino o Juca a indagar, até hoje: — Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido? Mário Quintana. Prosa & Verso. Porto alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações) Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto Cb1a1aaa, julgue os itens a seguir. 1. O trecho “Que fosse amolar os anjos lá no Céu!” (l.11) expressa o que o padre havia dito no momento em que Juca morreu. 2. Caso seja suprimido o pronome “lhes” (l.1), a correção gramatical do texto será mantida, embora o trecho se torne menos enfático. 3. Na linha 2, caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o comportamen- to de Juca seria mais categórica que a que se verifica no texto. 4. Caso o advérbio “heroicamente” (l.3) fosse deslocado para logo após “contrabalançado” (l.3), haveria altera- ção de sentido do texto, embora fosse preservada sua correção gramatical. 5. É correto estabelecer a referência do pronome “que” (l.4) tanto com “voz do interlocutor” (l.4) quanto com “outras coisas” (l.4). Ainda a respeito das estruturas linguísticas do texto CB1A- 1aaa, julgue os próximos itens. 6. se, após “animal” (l.5), o ponto final fosse substituído por ponto de interrogação, tanto a correção gramatical quanto os sentidos do texto seriam preservados, pois a pergunta resultante da substituição teria efeito apenas retórico. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 7. No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava...” (l.5 e 6), o elemento “Pois” introduz uma concessão. 8. em “reanimando-a” (l.9), o pronome “a” refere-se a “dúvida” (l.8). 9. Sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto, o trecho “que ele poderia ter-me absolvido” (l.13) poderia ser assim reescrito: que ele poderia ter absolvido-me. O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do nosso valor próprio; a vaidade é a consciência (certa ou errônea) da evidência do nosso valor aos olhos dos outros. um homem pode ser orgulhoso sem ser vai- doso, pode ser a um tempo vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. À primeira vista, é difícil compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso valor no conceito dos outros sem a consciência do nosso valor em si. se a natureza humana fosse racional, não haveria qualquer explicação. No entanto, o homem vive primeiro uma vida exterior, e depois uma vida interior; a noção do efeito precede, na evolução do espírito, a noção da causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser tido em alta conta por aquilo que não é a ser tido em meia conta por aquilo que é. Assim opera a vaidade. Walmir ayala (Coord. e introd.). Fernando Pessoa Antologia de Estética. Teoria e Crítica Literária. rio de Janeiro: ediouro, 1988, p 88-9 (com adaptações) Acerca dos aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue os próximos itens. 10. De acordo com os sentidos do texto, “a noção da causa interior” (l.6) refere-se à expressão “a consciência do nosso valor em si” (l.4). 11. infere-se do texto que, na evolução espiritual do ser humano, o processo de autoconhecimento provém da consciência das impressões alheias sobre o indivíduo. 12. Na linha 7, as expressões “por aquilo que não é” e “por aquilo que é” exprimem causa. 13. Na linha 7, a forma verbal “opera” foi empregada com o sentido de produz. 14. A correção gramatical e as informações do texto seriam preservadas caso o período “À primeira vista, (...) do nosso valor em si” (l.3 a 5) fosse assim reescrito: Como é possível ser vaidoso sem ser orgulhoso, parece algo, à um primeiro olhar, difícil de se entender. Serviço de tráfego de embarcações (Vessel Traffic Service – VTS) O Vts é um sistema eletrônico de auxílio à na- vegação, com capacidade de monitorar ativamente o tráfego aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimen- tação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções. internacionalmente, os sistemas de Vts são regu- lamentados pela International Maritime Organization, sendo seus aspectostécnicos detalhados em recomen- dações da International Association of Maritime Aids to Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe 1 4 7 10 13 16 1 4 7 10 Q u es tõ es G a b a r it a d a s 4 à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, de- finir as normas de execução de Vts e autorizar a sua implantação e operação. uma estrutura de Vts é composta minimamente de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego nas imediações do porto, um sistema de identificação de embarcações denominado automatic identification system, um sistema de comunicação em VHF, um cir- cuito fechado de tV, sensores ambientais (meteoroló- gicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de dados. todos esses sensores operam integrados em um centro de controle, ao qual cabe, na sua área de responsabilidade, identificar e moni- torar o tráfego marítimo, adotar ações de combate à poluição, planejar a movimentação de embarcações e divulgar informações ao navegante. adicionalmente, o Centro Vts pode fornecer informações que contribuam para o aumento da eficiência das operações portuárias, como a atualização de horários de chegada e partida de embarcações. internet: <www defensea com br> (com adaptações) Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue os itens que seguem. 15. O primeiro parágrafo do texto apresenta uma definição. 16. infere-se do texto que os elementos que compõem estruturas de Vts citados no período “uma estrutura de Vts (...) e apresentação de dados” (l.8 a 11) fazem parte das recomendações da International Association of Maritime Aids to Navigation and Lighthouse Autho- rities. 17. a forma verbal “haja” (l.2) poderia ser flexionada no plural — hajam —, preservando-se a correção grama- tical e os sentidos do texto. 18. Seria preservada a correção gramatical do texto se, no trecho “composta minimamente de um radar” (l.8), fosse empregada a preposição por, em vez da prepo- sição “de”. 19. O sentido do texto seria preservado se o trecho “To- dos esses sensores operam integrados em um centro de controle” (l.11) fosse substituído por: Todos esses sensores integrados operam em um centro de controle. 20. A correção gramatical e o sentido do texto seriam pre- servados se as vírgulas empregadas logo após “maríti- mo” (l.12) e “poluição” (l.12) e a conjunção “e” (l.12) fossem substituídas por ponto e vírgula. Ebserh/Nível Superior/2018 Texto CB1A1AAA Já houve quem dissesse por aí que o rio de Janeiro é a cidade das explosões. Na verdade, não há semana em que os jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural. a ideia que se faz do rio é a de que é ele um vasto paiol, e que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como se estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando uma fortaleza cheia de explosivos terríveis. Certamente que essa pólvora terá toda ela em- prego útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais, convinha que se averiguassem bem as cau- sas das explosões, se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas na medida do possível. isso, porém, é que não se tem dado e creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados positivos. 13 16 19 22 25 28 31 1 4 7 10 13 16 Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submeti- das a dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido essa a explicação para uma série de acidentes bastante dolorosos, a começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem esquecer 19 também o do aquidabã. Noticiam os jornais que o governo vende, quando avariada, grande quantidade dessas pólvoras. tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia ser não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que explodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas em constante perigo. Creio que o governo não é assim um negociante ganancioso que vende gêneros que possam trazer a destruição de vidas preciosas; e creio que não é, por- quanto anda sempre zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos suicidas. Há sempre no estado curiosas contradições. Lima Barreto. Pólvora e cocaína. In: Vida urbana, 5/1/1915 internet (com adaptações) Com relação às ideias do texto Cb1a1aaa, que data de ja- neiro de 1915, julgue os itens a seguir. 21. infere-se do texto que seu autor concorda com a ideia de que a cidade do rio de Janeiro, à época, assemelha- va-se a um vasto paiol. 22. Conforme o texto, o governo vendia a particulares todo o excedente de explosivos não utilizados. 23. Conclui-se do texto que as autoridades do estado do Rio de Janeiro eximiam-se de investigar as causas das explosões que ocorriam no estado. No que se refere às estruturas linguísticas do texto CB1A1A- aa, julgue os itens seguintes. 24. Feitas as devidas alterações nas letras maiúsculas e mi- núsculas e retirada a vírgula após “Na verdade” (l.1), esta expressão poderia ser deslocada para o final do período, logo após “rural”, sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos do texto. 25. O trecho “se são acidentais ou propositais” (l.6) exprime uma condição sobre a ideia expressa na oração anterior. 26. a inserção de caso fossem imediatamente antes do ter- mo “submetidas” (l.8) explicitaria o sentido condicional do trecho “submetidas a dadas condições” (l.8) sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical do texto. 27. A correção gramatical do texto seria mantida, se o perí- odo “Noticiam os jornais que o governo vende, quando avariada, grande quantidade dessas pólvoras” (l.11) fosse reescrito como Uma grande quantidade dessas pólvoras é vendida pelo governo, quando avariadas — noticia-se nos jornais, embora a ênfase nas infor- mações desse período fosse alterada. 28. A correção gramatical do penúltimo parágrafo do texto seria preservada, embora seu sentido fosse alterado, caso o advérbio “não” (l.11) fosse deslocado para ime- diatamente após “governo” (l.11). 29. O sujeito elíptico da forma verbal “anda” (l.15) retoma a expressão “um negociante ganancioso” (l.14) Texto CB1A1BBB são José do rio Preto, centro urbano de tama- nho médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, localizada na região noroeste do estado de são Paulo, em área de clima tropical, é uma cidade reconhecida pelo seu calor intenso. em 1985, a superintendência de Controle de endemias do estado de são Paulo de- 19 22 25 28 31 1 4 Q u es tõ es G a b a r it a d a s 5 tectou a presença de focos do Aedes aegypti em doze cidades paulistas, entre elas, são José do rio Preto, e confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram encontrados em locais com concentração de recipien- tes, denominados pontos estratégicos (Pes). Foi então estruturado o Programa de Controle de Aedes aegypti em São Paulo, que previa a visitação sistemática e pe- riódica aos Pes dos municípios e a realização de deli- mitações de foco, quando do encontro de sítios posi- tivos. Considerava-se que o vetor estava presente em um município quando continuava presente nos imóveis após a realização das medidas de controle que vinham associadas à delimitação de foco. Logo após a detecção de focos positivos do mos- quito em são José do rio Preto, realizaram-se as deli- mitações e a aplicação de controle, as quais não foram suficientes para eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue. Os primeiros casos autóc- tones da dengue no município foram registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos autóc- tones. Posteriormente, com a introdução dos demais sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ ano) apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em 2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior in- cidência, 6.173,8; e, em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8. apesar de não se descartar a hipótese de que o aumento progressivodas incidências da dengue no mu- nicípio já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos múltiplos sorotipos do vírus da dengue. de modo geral, a persistência e a intensidade da dengue em são José do rio Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua relação com o patógeno. internet (com adaptações) Com relação às ideias do texto Cb1a1bbb, julgue os itens que se seguem. 30. segundo o texto, realizava-se a delimitação de foco, medida de prevenção à reprodução do Aedes aegypti, no caso de serem identificados os pontos estratégicos de ocorrência do mosquito em são José do rio Preto. 31. de 1991 a 2015, houve um aumento progressivo de casos de dengue no município de são José do rio Pre- to, devido à resistência do mosquito Aedes aegypti às medidas implantadas para seu controle. 32. A correção gramatical do texto seria preservada caso a preposição que inicia o trecho “em área de clima tropi- cal” (l.2) fosse eliminada. 33. a inserção de uma vírgula imediatamente após o vocá- bulo “Logo” (l.9) alteraria os sentidos do texto, apesar de manter sua correção gramatical. 34. A expressão “com a introdução dos demais sorotipos” (l.12 e 13) exprime ideia de causa. 35. Os vocábulos “mosquito” (l.9) e “patógeno” (l.18) têm o mesmo referente no texto: “Aedes aegypti” (l.3 e 5). STJ/Técnico Judiciário/2018 Texto CB4A1AAA as discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 1 produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. autores do século XIX já procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram possíveis e desejáveis ao conjun- to da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráti- cas de participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debru- çaram intensamente em torno dessa questão ao lon- go do século XX, chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é per- cebida e mensurada por meio da distribuição e do al- cance social das liberdades. Para rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução depende de uma nova forma de contra- to social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de promoção de justiça. Já para Ha- bermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa, na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a qualidade da demo- cracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamen- to, tendo, por consequência, desdobramentos sociais injustos. em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça. Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 (com adaptações). Julgue os seguintes itens, relativos ao sentido e às ideias do texto Cb4a1aaa. 36. Depreende-se do texto que o debate acerca da justi- ça organiza-se em torno de parâmetros básicos, mas que não há consenso quanto ao conceito de justiça e às formas concretas para alcançá-la entre filósofos e cientistas políticos do século XX. 37. Para o autor do texto, uma correta definição do termo justiça e a compreensão de sua manifestação social são imprescindíveis para que se possam traçar soluções adequadas a cada tipo de sociedade. 38. Os autores mencionados no segundo parágrafo apre- sentam ideias contrárias acerca da noção de injustiça: amartya sen a relaciona à liberdade na sociedade; ra- wls entende injustiça como uma questão de contratos civis; e Habermas, como uma manifestação linguística e de ação coletiva. 39. O verbo enquadrar, no trecho “O debate se enquadra em torno de três principais ideias” (l.4), foi empregado com o sentido de circunscrever. 40. a expressão “estado de coisas” (l.8) refere-se a “situa- ções de justiça social” (l.7 e 8). A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue os próximos itens. 41. Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja” (ℓ .7) por difere prejudicaria a correção gramatical do texto. 4 7 110 13 16 19 22 25 28 31 34 Q u es tõ es G a b a r it a d a s 6 42. O sujeito da forma verbal “têm” (l.8) está elíptico e retoma “cada um desses autores” (l.7). 43. Nos trechos “se debruçaram” (l.5) e “se chegar” (l.8), a partícula “se” recebe classificações distintas. 44. A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados se o seu último período fosse reescrito da seguinte maneira: em síntese, os autores argumen- tam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça e dependem da interpretação de cada um desses instrumentos relativos ao conceito de justiça. 45. A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo “a” em “a esse estado de coisas” (l.8). IFF/Técnico-Administrativo em Educação/2018 Texto CG1A1AAA Volto hoje às minhas criaturas, aos rudes homens do cangaço, às mulheres, aos sertanejos castigados, às terras tostadas de sol e tintas de sangue, ao mundo fabuloso do meu romance, já no meio do caminho. Os dias de França me deram uma sensação de pausa, de espanto, de novos contatos sonhados desde menino. Vi terras por onde andaram os doze pares de França, os heróis do meu Carlos Magno, lido e relido como história de trancoso. Vi terras do sul, o mar Me- diterrâneo, o mar da história, o mar dos gregos, dos egípcios, dos fenícios, dos romanos. Mas o nordestino tinha que voltar à sua realidade, à realidade maior que a história do mundo, isto é, à história dos seus homens, dos cangaceiros brutais, carregados de vida bárbara, de instintos cruéis de uma força, porém, que não se extingue nunca, porque é a energia de uma raça de homens mais duros do que as pedras dos seus lajedos. Volto aos “Cangaceiros” e desde logo tudo o que vi e senti se refugia no fundo da sensibilidade, para que a narrativa corra, como em leito de rio que a estiagem secara, mas que as águas novas enchem, outra vez, de correntezas. Volto ao terrível aparício, que mata igual a um flagelo de Deus, ao monstruoso Negro Vicente, ao triste Bentinho, ao místico Domício, aos umbuzeiros carrega- dos de frutos, aos mandacarus de floração de sangue, aos cantadores de estrada, às mulheres sofredoras, às noites de lua, aos tiroteios, ao crime e ao amor, à poesia barbaresca e vigorosa de um povo que é maior do que a terra que o criou. Volto contente e disposto a tudo. adeus, doce França. agora os espinhos me arranham o corpo e as tristezas me cortam a alma. José Lins do Rego. Adeus, doce França. internet: <www.releituras.com> (com adaptações) 46. Com relação às ideias do texto CG1a1aaa, assinale a opção correta. a) O narrador apresenta sua experiência na França como insignificante para o seu ofício. b) Infere-se do texto que a história dos povos da Anti- guidade é inferior à história do Nordeste brasileiro. c) O narrador retrata o povo nordestino como um povo duro, insensível, cuja realidade se caracteriza por experiências de angústia e tristeza. d) No último parágrafo do texto, verifica-se um con- traste entre as impressões do narrador sobre a vidana França e a vida no Nordeste brasileiro. e) No texto, apresenta-se uma descrição objetiva da paisagem natural nordestina, que destaca os efeitos nocivos do clima seco sobre a natureza. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 47. No que se refere aos sentidos do texto CG1A1AAA e às suas estruturas linguísticas, é correto inferir que a expressão ‘Cangaceiros’ (l.9) a) é usada para designar os heróis de Carlos Magno, que repovoam as memórias do autor, como se lhe fossem próximos, após sua visita à França. b) faz referência a indivíduos que, para o narrador, apa- rentam ser, embora não o sejam, cangaceiros, cujos nomes ele lista no antepenúltimo parágrafo do texto. c) faz referência ao título do romance cujos personagens e ambientes são descritos no primeiro parágrafo. d) é empregada para designar, de modo geral, a ativi- dade dos sertanejos nordestinos à semelhança de nomes de profissões. e) é utilizada para destacar a importância do cangaço na vida dos homens nordestinos. 48. tendo em vista que, no texto CG1a1aaa, algumas expressões têm a função de acrescentar uma explica- ção ao conteúdo de outras, assinale a opção em que o primeiro trecho apresentado é uma explicação do segundo. a) “de novos contatos sonhados desde menino” (l.3) — “de pausa” (l.3) b) “o mar da história, o mar dos gregos, dos egípcios, dos fenícios, dos romanos” (l.5) — “o mar Mediter- râneo” (l.5 e 6) c) “à história dos seus homens” (l.6) — “a história do mundo” (l.6) d) “como em leito de rio que a estiagem secara” (l.10) — “no fundo da sensibilidade” (l.9) e) “que é maior do que a terra que o criou” (l.13 e 14) — “à poesia barbaresca e vigorosa” (l.13) 49. a respeito dos recursos coesivos e da coerência do texto CG1a1aaa, assinale a opção correta. a) as expressões “meu” (l.4) e “trancoso” (l.4) indicam que, em sua infância, o narrador atribuía sentido equivocado às histórias de Carlos Magno, por ignorar seu contexto original. b) O pronome possessivo “seus” (l.8) refere-se a “mun- do” (l.6). c) O vocábulo “energia” (l.7) retoma o sentido de “vida bárbara” (l.7). d) A locução conjuntiva “para que” (l.9) introduz uma consequência do trecho “desde logo tudo o que vi e senti se refugia no fundo da sensibilidade” (l.9). e) Por meio da expressão “igual a” (l.11), compara-se o modo como “aparício” (l.11) mata à maneira como “deus” (l.11) pune. 50. Cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta de reescrita do trecho “agora os espinhos me arranham o corpo e as tristezas me cortam a alma.” (l.16). assinale a opção em que a reescrita, além de manter o sentido da informação originalmente apresentada, também preserva a correção gramatical, a coesão e a coerência do texto CG1a1aaa. a) Meu corpo foi a pouco arranhado por espinhos, e minha alma está dilacerada em tristeza. b) estou arranhado, espinhos por meu corpo agora; e, ante tristezas cortada minha alma. c) agora, em mim, arranha-se o corpo com espinhos; corta-se, pois, minha alma de tristezas. d) agora, pelos espinhos é arranhado meu corpo; pelas tristezas, cortada minha alma. e) O meu corpo, agora arranham-lhe os espinhos; a minha alma, cortam-lhe as tristezas. Q u es tõ es G a b a r it a d a s 7 Texto CG1A1BBB Xaveco, mulato, brevilíneo de canelas arqueadas, revela imediatamente a sua classe de grande artilheiro: tem fôlego, tem velocidade, tem cada tiro direito ou canhoto —tanto faz — que arranca aplausos frenéticos da torcida. Outra grande figura em campo é o goleiro dos visitantes. e o jogo vai indo muito bem, bola para lá e para cá, passe, cabeçada, chute a gol, gol — não, gol não, passou por cima da trave. O couro vai para bira, bira perde para um galalau amarelo dos “estrangeiros”, o galalau perde para Zico, Zico passa para Lucas, que perde para o capitão dos visitantes, um louro de gorro de meia. aí Xaveco interfere na raça, toma a bola, o louro tranca, Xaveco dá-lhe uma carga, o louro acha ruim, revida, o juiz apita, os dois se agarram e por trás chega bira, que é gordo e violento, e larga um pontapé no terço inferior da coluna vertebral do louro. Fecha-se o tempo, o juiz apita, a assistência pula a cerca e invade o campo, o pau começa a comer, mormente nas costas dos forasteiros, o juiz retira-se e se encosta à cerca, aguardando aparentemente que os ânimos serenem. O jogo recomeça. O time local perde terreno, o galalau passa a mar- car Xaveco, que não dá mais uma dentro. e o diabo do louro tornou-se proprietário do balão, marca um gol de saída, depois o seu “secretário”, um crioulinho ligeiro que é uma faísca, marca o segundo tento; e aí Xaveco, desesperado (talvez dentro da área penal), atira uma canelada terrível no galalau, derruba-o, avança no crioulo, larga-lhe o salto da chuteira por cima do dedão, o crioulo grita, o louro acode, Xaveco já completamente louco lhe dá um tapa na cara, o juiz apita, uns gritam foul, outros gritam penalty, e um engraçado diz que foi só hands, já que Xaveco apenas meteu a mão na lata do loureba. O juiz continua apitando, parece que vai mesmo marcar o penalty. e um torcedor local puxa o revólver, dizendo que aquele penalty só se for passando por cima de algum cadáver. O juiz nessa altura se declara cheio com a partida e larga o apito ali mesmo. um paredro fala que ele será expulso do quadro de árbitros e o juiz dá troco, quadro de árbitros uma ova! Mas um dos bandeirinhas volun- tários logo se apossa do apito, passa a dirigir o pessoal com surpreendente autoridade e, quando se vê, o jogo começa outra vez. Vai macio, vai de valsa, é um minueto, até que, consultados os cronômetros, verifica-se que acabou o primeiro half time. rachel de Queiroz. O amistoso. internet (com adaptações) 51. O narrador do texto CG1a1bbb conta a história com tom subjetivo, demonstrando interesse pelos fatos narrados, o que se constata no trecho a) “O couro vai para bira” (l.4). b) “o juiz apita, a assistência pula a cerca e invade o campo” (l.7 e 8). c) “e o diabo do louro tornou-se proprietário do balão, marca um gol de saída” (l.10 e 11). d) “O juiz nessa altura se declara cheio com a partida e larga o apito ali mesmo” (l.17). e) “Mas um dos bandeirinhas voluntários logo se apos- sa do apito” (l.18). 52. Como elemento coesivo, verifica-se várias vezes, no texto CG1A1BBB, o recurso da substituição lexical, em que uma palavra substitui outra para retomar o mesmo referente. são exemplos desse recurso 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 a) “tiro” (l.2) e “passe” (l.3). b) “visitantes” (l.3) e “forasteiros” (l.8). c) “pontapé” (l.7) e “tento” (l.12). d) “coluna vertebral” (l.7) e “costas” (l.8). e) “terreno” (l.10) e “área penal” (l.12). 53. No texto CG1a1bbb, exprime circunstância de modo a expressão a) “na raça” (l.5). b) “talvez” (l.12). c) “só” (l.14). d) “logo” (l.18) e) “nessa altura” (l.17). 54. No texto CG1A1BBB, para transmitir a fala de uma per- sonagem, o narrador adota o discurso direto no trecho a) “o louro acha ruim” (l.6). b) “um engraçado diz que foi só hands” (l.14). c) “dizendo que aquele penalty só se for passando por cima de algum cadáver” (l.15 a 16). d) “O juiz nessa altura se declara cheio com a partida” (l.17). e) “o juiz dá troco, quadro de árbitros uma ova!” (l.17). 55. assinale a opção correta acerca do emprego de vírgulas no texto CG1a1bbb. a) a vírgula empregada logo após “visitantes” (l.5) pode ser substituída por travessão, sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto. b) Caso fosse suprimida a vírgula empregada logo após “comer” (l.8), seriam preservados a correção grama- tical e o sentido do texto. c) Caso a vírgula empregada após “hands” (l.14) fosse omitida, seria preservada a correção gramatical, mas haveria prejuízo ao sentido do texto. d) a vírgula empregada logo após “revólver” (l.15) po- deria ser substituída por ponto e vírgula sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto. e) as vírgulas que isolamo trecho “consultados os cro- nômetros” (l.20) são de uso facultativo. TCM-BA/Auditor de Controle Externo/2018 Texto 1A1AAA 1 ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “inadmis- sível”, “escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da res- tauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a uma a garantia da ou- tra. temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que in- fringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa. 1 4 7 10 13 16 19 22 Q u es tõ es G a b a r it a d a s 8 Nesse caso, o escândalo provém de uma ausên- cia de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa- -lhe, o que é intolerável e chocante. ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica, infinitamen- te suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim, racional. simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa corres- pondência numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um desdobramen- to longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade. roland barthes. O usuário da greve. in: r. barthes. Mito- logias. tradução de rita buongermino, Pedro de souza e Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações). 56. Com relação às ideias do texto 1a1aaa, assinale a opção correta. a) infere-se do texto que seu autor considera a gre- ve um crime moral, um delito contra a natureza do mundo e da sociedade. b) argumenta-se, no texto, em favor de uma lógica na- tural que explique a articulação das tensões sociais que a greve manifesta. c) Conclui-se do texto que a intolerância com relação à greve advém da ignorância da complexidade de seus efeitos sobre os membros de uma sociedade. d) de acordo com o texto, a percepção do senso comum sobre a burguesia é a de que esta é uma classe social cujos membros são caracterizados pelo comporta- mento tirânico e dominador. e) infere-se do texto que é inadequada a aplicação do pensamento racional à compreensão das relações sociais. 57. Sem prejuízo para a correção gramatical e para as in- formações veiculadas no texto 1a1aaa, poderia ser suprimida a vírgula empregada imediatamente após a) ‘revoltante’ (l.2). b) “Carlos X” (l.7). c) “sim” (l.15). d) “fundada” (l.16). e) “acontecimentos” (l.18). 58. No texto 1a1aaa, com o emprego da forma verbal “as- sumira” (l.4), exprime-se a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado. b) a concomitância de uma ação em relação a outra. c) o resultado presente de ação ocorrida no passado. d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado. e) a anterioridade de uma ação em relação a outra. 59. Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto 1a1aaa, se o trecho “porque incomoda” (l.11) fosse substituído por a) porquanto incomoda. b) à medida que incomoda. c) a par de incomodar. d) consoante incomode. e) uma vez que incomode. 25 28 31 34 37 40 60. assinale a opção que apresenta trecho do texto 1a1aaa que expressa uma ideia de comparação. a) “mas também um crime moral” (l.1 e 2). b) “mais do que infringir uma legalidade cívica” (l.8 e 9). c) “a quem ela não diz respeito” (l.11 e 12). d) “o que é intolerável e chocante” (l.13). e) “que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade” (l.18). Abin/Oficial Técnico de Inteligência/2018 Texto CB1A1AAA A atividade de busca por dados e informações e a interpretação de seu significado, o que se conhece hoje por inteligência, sempre desempenhou um papel preponderante na história da humanidade, principal- mente na política internacional, em maior ou menor grau, conforme a época. atualmente, como em nenhum outro período da história, crescem e se multiplicam as agências governa- mentais em uma complexa rede internacional à procura de ameaças veladas ou qualquer tipo de informação considerada sensível, em um jogo estratégico de poder e influência globais. E é esse processo de identificação de ameaças, a busca por informações e dados, que pre- tende detectar intenções dissimuladas que ocultem os mais diversos interesses, o que chamo de guerra se- creta. essa modalidade de guerra se desenvolve entre agências ou serviços secretos, em uma corrida para ver quem chega primeiro. trata-se do mais complexo dos conflitos, pois ocorre nas sombras, nos bastidores do poder, identificando propagandas enganosas, desin- formação, e celebrando acordos cujas partes sabem antecipadamente que nunca serão cumpridos. Muitas das informações levantadas por agentes secretos em ações de espionagem foram utilizadas em guerras ou mesmo serviram de pivô central para desencadear tais conflitos. Convivemos com a guerra secreta há muito tem- po, embora de forma não perceptível, e, a cada ciclo histórico, com maior intensidade. André Luís Woloszyn. Guerra nas sombras: os bastidores dos serviços secretos internacionais. são Paulo: editora Contexto, 2013, p. 7-8 (com adaptações) A respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto Cb1a1aaa, julgue os itens seguintes. 61. Para o autor do texto, há muito tempo o mundo encontra-se em uma guerra cuja intensidade aumenta a cada ciclo histórico e cujos efeitos já estão bem divulgados. 62. depreende-se do texto que a guerra secreta é o mais complexo dos conflitos porque é um jogo estratégico de poder, de interesses e de influência que se desenvolve em um espaço específico: nos bastidores do poder polí- tico internacional, onde governos semeiam inverdades e encenam acordos sem validade. 63. A próclise observada em “se multiplicam” (l.4) e “se desenvolve” (l.8) é opcional, de modo que o emprego da ênclise nesses dois casos também seria correto — multiplicam-se e desenvolve-se, respectivamente. 64. Os vocábulos “é” (l.6) e “que” (l.7) poderiam ser su- primidos, sem prejuízo para a correção gramatical do texto, visto que constituem expressão de realce sem função sintática no período em que se inserem. 65. A correção gramatical e os sentidos do texto seriam pre- servados caso seu primeiro parágrafo fosse desmem- 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 Q u es tõ es G a b a r it a d a s 9 brado em dois períodos da seguinte forma: a busca de dados e informações, e a interpretação do significado destes, tratam-se do que hoje se conhece pelo nome de inteligência. Mais ou menos, conforme a época, essa atividade sempre teve papel predominante na história humana, sobretudo na de política internacional. CB1A1BBB No começo dos anos 40, os submarinos alemães estavam dizimando os cargueiros dos aliados no atlân- tico Norte. O jogo virou apenas em 1943, quando Alan turing desenvolveu a bomba, um aparelho capaz dedesvendar os segredos da máquina de criptografia na- zista chamada de enigma. a complexidade da enigma — uma máquina eletromagnética que substituía letras por palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma série de rotores — estava no fato de que seus elementos internos eram configurados em bilhões de combinações diferentes, sendo impossível decodificar o texto sem saber as configurações originais. Após espiões polo- neses terem roubado uma cópia da máquina, turing e o campeão de xadrez Gordon Welchman construíram uma réplica da enigma na base militar de bletchey Park. a máquina replicava os rotores do sistema alemão e tentava reproduzir diferentes combinações de posições dos rotores para testar possíveis soluções. após quatro anos de trabalho, turing conseguiu quebrar a enigma, ao perceber que as mensagens alemãs criptografadas continham palavras previsíveis, como nomes e títulos dos militares. turing usava esses termos como ponto de partida, procurando outras mensagens em que a mesma letra aparecia no mesmo espaço em seu equi- valente criptografado. Gabriel Garcia. 5 descobertas de Alan Turing que muda- ram o rumo da história. in: Exame, 2/fev./2015. internet (com adaptações). Considerando os aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue os itens subsequentes. 66. O termo “um aparelho capaz de desvendar os segredos da máquina de criptografia nazista chamada de Enigma” (l.2 e 3) introduz uma explicação a respeito do aparelho “bomba” (l.2), tal como o faz o termo “uma máquina eletromagnética que substituía letras por palavras ale- atórias escolhidas de acordo com uma série de rotores” (l.3 e 4) em relação a “enigma” (l.3). 67. do emprego da forma “estavam dizimando” (l.1) infere- -se que a ação de dizimar foi contínua durante a época citada no início do primeiro período do texto. 68. No trecho “para testar possíveis soluções” (l.8), o em- prego da preposição “para”, além de contribuir para a coesão sequencial do texto, introduz, no período, uma ideia de finalidade. 69. a vírgula logo após o termo “máquina” (l.6) poderia ser eliminada sem prejuízo para a correção gramatical do período no qual ela aparece. 70. A correção gramatical e o sentido do texto seriam pre- servados caso o período “após quatro anos de trabalho, turing conseguiu quebrar a enigma, ao perceber que as mensagens alemãs criptografadas continham palavras previsíveis, como nomes e títulos dos militares” (l.8 e 9) fosse reescrito da seguinte forma: turing conseguiu quebrar a enigma, depois de quatro anos de trabalho, quando notou que haviam, nas mensagens alemãs criptografadas, palavras previsíveis, tais como, nomes e títulos dos militares. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 GABARITO 1. e 2. C 3. e 4. C 5. C 6. e 7. e 8. e 9. e 10. C 11. e 12. C 13. e 14. e 15. C 16. C 17. e 18. C 19. e 20. C 21. C 22. e 23. e 24. e 25. e 26. e 27. C 28. C 29. e 30. e 31. e 32. C 33. C 34. C 35. e 36. C 37. e 38. e 39. C 40. C 41. C 42. e 43. C 44. e 45. e 46. d 47. c 48. b 49. e 50. d 51. c 52. b 53. a 54. e 55. a 56. c 57. b 58. e 59. a 60. b 61. e 62. e 63. C 64. C 65. e 66. C 67. C 68. C 69. e 70. e QUESTÕES FCC TRT 15ª Região (SP)/Analista Judiciário/Área Administra- tiva/2018 atenção: para responder a questão, baseie-se no texto abaixo. [Cientistas e artistas] Por meio de seu processo criativo, o cientista viabili- za sua visão de mundo. Na minha opinião, a obra de um cientista, assim como a de um artista, é um reflexo de sua personalidade, da escolha do tema de pesquisa ao estilo e às técnicas usadas na solução de problemas. Claro, o veículo e as linguagens da expressão do cientista e do artista são completamente diferentes. Mas existe um momento entre o surgir de uma ideia e sua expressão, seja por meio de uma equação ou de uma aquarela, que é essencialmente idêntico. Ao recriar o mundo matematicamente, o cientista rein- venta a realidade à sua volta, representando-a com símbolos universais. Mesmo que o processo criativo científico seja tão subjetivo quanto o processo criativo artístico, o produto final do trabalho do cientista é acessível a qualquer outro cientista que domine o vocabulário técnico da ciência. E, espero, também ao público não especializado, pelo esforço da comunidade científica em transmitir suas ideias de modo acessível. Em princípio, não deve existir subjetividade na inter- pretação de uma obra científica; os modelos criados por cientistas são universais. É justamente nessa universalidade que reside a força da ciência. as equações que descrevem um fenômeno são idênticas para todos os cientistas, inde- pendentes de diferenças religiosas, raciais ou políticas. A Natureza não se presta a jogar nossos tolos jogos de poder. a ciência, em sua versão mais pura, é uma das formas mais humanas de conhecimento. Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. são Paulo: Com- panhia das Letras, 1999, p. 24-25. 1. A comparação possível entre a obra de um cientista e a obra de um artista repousa no fato de que em ambas: a) a forma de conhecimento, sendo essencialmente a mesma, acaba por levar a resultados próximos que, no limite, chegam a confundir-se. b) verifica-se uma mesma motivação do criador, qual seja, a de materializar uma ideia por meio de uma expressão que a revele para o público. c) projeta-se um reflexo da personalidade do criador, o que dispensa o público de ter qualquer familiaridade com linguagens específicas. Q u es tõ es G a b a r it a d a s 10 d) a recriação da Natureza se faz segundo princípios básicos e objetivos, que alcançam uma validade logo reconhecida como universal. e) o efeito que provocam no público depende de que este reconheça o valor universal e objetivo dos mo- delos empregados pelo criador. 2. depreende-se da leitura do 2o parágrafo do texto que a) um mesmo princípio de universalidade determina tanto o acolhimento de uma obra científica como o de uma obra artística. b) o sentido universal da produção de um cientista pode ser reconhecido por todos que têm familiaridade com a linguagem utilizada. c) uma obra de arte, ao contrário do que ocorre com uma obra de valor científico, não depende de lin- guagem simbólica para alcançar expressão. d) o sucesso de uma produção científica junto ao pú- blico leigo depende de que cada comunidade valide o que há de universal nos símbolos empregados. e) não há presença de qualquer fator subjetivo na produção científica que se processa por meio de símbolos de alcance universal. 3. No contexto do 3o parágrafo, a frase A Natureza não se presta a jogar nossos tolos jogos de poder leva em conta o fato de que a) a Natureza, por conta do arbítrio de suas leis, torna irrelevante o princípio de universalidade a que al- guns homens se agarram. b) os jogos da Natureza são mais irracionais do que imaginam os homens que tanto se esforçam para vir a dominá-la. c) a audácia da ciência humana é incompatível com a forma de atuação e o poder dos elementos naturais. d) os homens, com suas diferenças e ambições, deixam- -se levar por valores subjetivos desprovidos de uni- versalidade. e) os jogos de poder da Natureza são mais eficazes do que os nossos, uma vez que é nela que se encerram os valores universais. 4. a frase abaixo ganha nova, correta e coerente redação em: Uma aquarela ou uma equação são formas de ex- pressão convocadas por uma ideia de um artista ou de um cientista. a) Tanto uma aquarela quanto uma equação, consti- tuem ideias cuja forma de expressão lhes foi con- vocada por artista ou cientista. b) Um cientista ou um artista podem convocar uma ideia, como uma aquarela ou equação, uma vez que lhes conceda forma de expressão. c) Formas de expressão como uma aquarela ou uma equação respondem a uma ideia que nasce de um artista ou de um cientista. d) a forma de expressão de uma aquarela, ou mesmo de uma equação, traduzem-se segundo a ideia hora de um artista, horade um cientista. e) uma aquarela ou uma equação, são convocadas como ideias que se expressam através dos meios de um artista, ou mesmo, de um cientista. 5. a frase Ao recriar o mundo matematicamente, o cien- tista reinventa a realidade à sua volta, representando- -a com símbolos universais permanecerá correta e preservará seu sentido caso se substituam as formas sublinhadas, respectivamente, por a) Se recriasse − reinventara − representá-la-á. b) Para recriar − há de reinventar − representá-la. c) Uma vez que recriasse − terá de reinventá-la − quan- do a representará. d) Vindo a recriar − reinventaria − tendo-a representado. e) Caso venha a recriar − reinventará − ao representá-la. 6. um segmento do texto conservará a correção e o sen- tido, ao se substituir o elemento sublinhado pelo que se indica em: a) a obra de um cientista, assim como a de um artista (1o parágrafo) = mesmo ocorrendo com b) seja por meio de uma equação ou de uma aquarela (1o parágrafo) = e inclusive uma c) Mesmo que o processo criativo científico seja tão subjetivo (2o parágrafo) = Não obstante d) É justamente nessa universalidade (3o parágrafo) = É aonde e) independentes de diferenças religiosas (3o parágrafo) = salvaguardadas as Disse-me o cientista: − Agindo deste modo, sou como o ar- tista, uma vez que damos expressão às nossas ideias. 7. transpondo-se o texto acima para o discurso indireto, obtém-se, adequadamente, a seguinte formulação: Disse-me o cientista que, a) ao agir daquele modo, era como o artista, uma vez que ambos davam expressão às suas ideias. b) ao agir desse modo, seria como o artista, desde que expressando-lhes as ideias. c) como agisse deste modo, equipararia ao artista, uma vez que expressassem ambos as respectivas ideias. d) por agir a seu modo, terá sido como o artista, em quem também se expressam nossas ideias. e) agisse de tal modo, seria como o artista, cujas ideias têm a mesma expressão. Prefeitura de São Luís-MA/Auditor Tributário atenção: a questão refere-se ao texto que segue. a vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma realidade histórica. a história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua defi- nição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida privada variou em seu conteúdo e abrangência? a questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da belle Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse do- mínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião: se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família oculta cuida- dosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o montante das rendas. e Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada. essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais mere- Q u es tõ es G a b a r it a d a s 11 cemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou ami- gos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os de- mais aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no aposento quando há visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas nesse recinto. ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. as salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita. adaptado de: PrOst, antoine. Fronteiras e espaços do privado. in: PrOst, antoine; ViNCeNt, Gérard (orgs.). História da vida priva- da 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15. Observações! • Período de cultura cosmopolita na história da europa que vai de fins do século XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial. • Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês. • Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843- 1911), autora francesa, célebre em seu tempo pela obra Uso do mundo, sobre como saber viver na sociedade moderna. • região da França, ao sul-sudeste de Paris. 8. O texto legitima a seguinte inferência: a) A reflexão sobre a vida privada tem como contra- ponto obrigatório a reflexão sobre a vida pública, esta cujos contornos não conhecem flexibilidade. b) Sociedades de distintos países constroem sua com- preensão de como devem ser preservadas as ativi- dades privadas em subordinação ao regime político que historicamente adotam. c) A burguesia da Belle Époque exemplifica uma espe- cífica visão de vida privada e vida pública, tida como padrão a ser adotado porque o grupo francês não conheceu nenhuma dúvida na delimitação dessas esferas. d) situações que envolvem questões do indivíduo na relação direta com seus familiares delimitam com precisão a vida privada, conceito este de força in- discutível, por ter valor universal. e) se, na belle Époque, as condições de vida de meios sociais como os camponeses, operários ou camadas mais baixas das cidades não lhes permitiam abrigar de olhares estranhos uma parte de sua vida, o senti- do de “privada” era, para eles, distinto daquele que os burgueses conheciam. 9. No processo argumentativo, a) a consulta dos pais é mencionada porque constitui a causa de as famílias ocultarem cuidadosamente ao público fatos que poderiam ser considerados social- mente nocivos. (2o parágrafo) b) a resposta de Jaurès é citada para, na composição do painel da vida francesa, destacar que, já em fins do século XIX e começo do XX, havia críticas a políticos que usavam a vida particular para alavancar suas pretensões de homem público. (2o parágrafo) c) a presença do advérbio aliás sinaliza um oportuno acréscimo ao já dito acerca dos domínios da vida pri- vada, agora demarcados pelo próprio espaço físico da burguesia francesa do século XX. (3o parágrafo) d) a menção a família propriamente dita delimita, no contexto do objeto focalizado, a referência a “aque- les que descendem de um casal”. (3o parágrafo) e) a alusão a notário ou pároco faz parte da caracteri- zação da sociedade da belle Époque, com o intuito de demonstrar que a eles cabia, respectivamente, a responsabilidade pelas fortunas e pela vida religiosa das famílias. (2o parágrafo) 10. Formulação alternativa à do segmento transcrito que não prejudica o sentido original é: a) para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente (2o parágrafo) / para discre- tamente examinar a vida familiar do então candidato à mão da jovem em idade de casar. b) era organizada por uma densa teia de prescrições (3o parágrafo) / era assentada em cerrada estrutura de explícitas proibições. c) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos (3o parágrafo) / O mais relevante é que as salas de visitas não são facultadas a todos. d) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresen- tação prévia (3o parágrafo) / quem queira visitar o cônjuge de uma pessoa de grande influência social tem de submeter-se a uma avaliação impreterível. e) As salas de recepção estabelecem, portanto, um es- paço de transição para a vida privadapropriamente dita. (3o parágrafo) / as salas de recepção são, assim, compatíveis com um espaço em que se transita pela vida privada dos moradores, tomada a expressão “vida privada” em seu sentido exato. 11. Afirma-se com correção: a) No primeiro período, o segmento de valor adjetivo dada desde a origem dos tempos caracteriza A vida privada, estrutura esta última que exerce a função sintática de sujeito. (1o parágrafo) b) em os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, o isolamento da oração adjetiva por meio de vírgulas não alteraria a relação sintático-semântica que estabelece origi- nalmente com seu antecedente. (2o parágrafo) c) as aspas em “dia” sinalizam que a palavra está em- pregada com traço semântico específico, nem sem- pre explorado no emprego da palavra; no contexto de uso, sugerem uma circunstância favorável à exi- bição de condutas sociais. (3o parágrafo) d) Com respeito à clareza, à norma-padrão e ao con- texto, o modo de reportar o que está em “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a estima e consideração dos que nos cercam” é: “a baronesa comenta que, quanto menos pessoas, inclusive ela, mantiverem relação com a sua vizinhança, mais elas merecem a estima e conside- ração dos que lhes cercam”. (3o parágrafo) e) em “Quanto menos relações mantemos com a vizi- nhança, mais merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, os segmentos, demarcados pela vírgula, associam-se estabelecendo correlação diretamente proporcional entre as ideias que con- têm. (3o parágrafo) Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. Q u es tõ es G a b a r it a d a s 12 12. Considere o acima transcrito e as assertivas que se- guem, acerca de elementos da frase. i – a conjunção Se introduz um fato comprovado. ii – a estruturação do período denota que a conjunção Se faz parte de esquema comparativo. iii – É aceitável entender que a conjunção Se anuncia um fato eventual, que, existindo, gerará a consequência citada depois do último travessão. iV – a expressão boa sociedade e as palavras figurão e dama exemplificam o uso informal da linguagem. V – em a visita à esposa de um figurão, o acento grave sinaliza adequadamente a contração da preposição com um artigo, exatamente como ocorre em “a visita àquela mansão”. Está correto o que se afirma apenas em a) i e iV. b) iii e V. c) ii e iV. d) i e ii. e) ii, iii e V. E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe cen- surava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de po- lítico e sua vida privada. 13. sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comen- ta-se com propriedade a) sendo certo que a forma simples do gerúndio expres- sa uma ação em curso, que pode ser imediatamente anterior ou posterior à do verbo da oração principal, ou simultânea a ela, é reconhecível, na frase acima transcrita, a simultaneidade. b) O desenvolvimento da oração reduzida respondendo a um deputado socialista deve gerar a forma “ao responder”. c) O verbo “censurar” está empregado com adequada regência, assim como estaria se houvesse a forma “que lhe censurava à comunhão solene da filha”. d) O emprego de você exemplifica a forma linguística usada para interpelação ao interlocutor, como vo- cativo, no discurso direto. e) em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado está empregado como vicário, uso exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias, como fazem alguns”. atenção: a questão refere-se ao que segue. Na primeira audiência, ele se esforçou em manter-se calado. indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse. Via no banco quem o acusava do que não fizera. Era coisa que levaria tempo para digerir. Ou então, seria motivo de vingança, até mesmo de crime. 14. A alternativa que deve ser desprezada, por conter co- mentário inapropriado, é: a) Do sentido do verbo manter-se, decorre, logicamen- te, uma informação implícita, mas nenhuma outra palavra presente na frase aciona, por seu sentido, ideia não declarada. b) Considerando que, em Indignado com tudo, rejei- tava e respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, os verbos destacados têm o mesmo com- plemento, o do primeiro verbo vem elíptico por an- tecipação; essa construção é inadequada, visto que os verbos têm distintas regências. c) a coesão entre Era coisa que levaria tempo para digerir e a frase anterior se dá por meio de retomada realizada por substantivo de uso coloquial, que, por ser usado em tantas distintas acepções, não permite uma precisa delimitação de sentido. d) a expressão Ou então sinaliza a introdução de ideia que tem orientação argumentativa diferente da ado- tada na frase anterior, levando a conclusão oposta à nesta sinalizada. e) a expressão até mesmo introduz o ponto mais alto de uma dada escala. atenção: a questão refere-se ao que segue. Na primeira audiência, ele se esforçou em manter-se calado. indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse. Via no banco quem o acusava do que não fizera. Era coisa que levaria tempo para digerir. Ou então, seria motivo de vingança, até mesmo de crime. ... respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse. 15. seguem propostas de alteração na frase acima. a reda- ção que está em conformidade com a norma-padrão e não prejudica o sentido original é: a) respondia a quaisquer que fosse os gestos que con- siderasse suspeito, de quem quer que fosse. b) respondia a quaisquer gestos que considerasse sus- peitos, fossem de quem fossem. c) respondia a todo e qualquer gesto que os conside- rasse suspeitos, de quem quer que fosse. d) respondia a gestos, qualquer um, que considerasse suspeitos, vindo de quem quer que fossem. e) respondia a gesto qualquer que fosse, que o consi- derasse suspeito, de quem fosse a pessoa. 16. redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa: a) Atitudes como aquela do renomado ator são mo- ralmente condenável, por isso sanções previstas na lei devem ser efetivamente aplicadas, como forma de coibir comportamentos indiscutivelmente inade- quados. b) O tumultuado revesamento de funcionários respon- sáveis pela revisão dos cinco últimos processos em análise impediu o coordenador de inclui-los num dos malotes recém-enviados à direção, sob a rúbrica de urgência. c) a tendência de alguns jovens empresários do setor adotar regras de conduta distintas dos empresários mais antigos merece ser analisada com cautela, pois é relevante considerar a experiência já adquirida. d) Se o debate desse assunto foi consensualmente tido como fundamental para o desenvolvimento do pro- grama, os responsáveis haveriam de ter comunicado isso antes, porque agora a inclusão do tema é ex- temporânea. e) Foi convidado à defesa e argumentou de forma con- tundente, com um preciso e belo jogo de palavras que não deixassem dúvidas sobre a veracidade dos fatos, como comprova o resultado a favor do acusa- do. Q u es tõ es G a b a r it a d a s 13 17. a redação clara e correta, segundo a norma-padrão da língua, é: a) Quando se atribui a toda uma categoria a necessida- de de obter algo que foi atingido por um indivíduo particular, corre-se o risco de provocarem frustra- ções, como ocorre ao se tratar da fama; nesse caso, peca-se ainda, ao tomar como eterno algo que pode ser bastante efêmero. b) O coordenador de um dos grupos defendeu que mais escassez adiviria se os plantadores, principalmente a agricultura familiar, se recusassem a investir na pro- dução que, aliás, já conhecera maisde uma intem- périe; não fomos nós, revendedores, que freiamos a carestia. c) diziam que pelo fato de a presença de um animador ser incômoda, muitos recusariam participar da con- fraternização dos veteranos; mas enquanto vigir o respeito ao combatente mais idoso é a ele que todos seguirão, e tudo indica que, daqui há duas semanas, todos lá estarão. d) O guia dos turistas proveu-os de tudo que seria necessário para a escalada, e isso explica por que não houve conflitos ou dissidências; não se trata de excesso de zelo por parte da pessoa encarregada, mas da capacidade de prever possíveis empecilhos e se antecipar a providências para contorná-los. e) Muitos não se adéquam a novos caminhos e lamen- tam que nada é mais como era antes − é notório, certamente, a impressão que o novo destruirá uma ordem perfeita e imporá o caos, mas isso não pro- cede, pois passos em outra vereda nos faz conhecer novas e sempre enriquecedoras paisagens. TRT 15ª Região (SP)/Técnico Judiciário/Segurança/2018 Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fasci- nado. Isso era filosofia sobre a vida, sobre encontrar sentido e sobre como se conduzir. “a existência precede a essência.” se houvesse um con- curso para a frase mais curta que resumisse uma posição filo- sófica inteira, essas palavras de Sartre venceriam. Trata-se da base sobre a qual o existencialismo moderno foi construído. sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira – os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. A torra- deira é criada para tostar pão; a capacidade de tostar é o propósito e a essência da torradeira. No entanto, nós, seres humanos, podemos gerar e alterar nossas propriedades e propósitos fundamentais ao longo do caminho, de modo que não faz sentido dizer que temos alguma essência definidora imutável. Em primeiro lugar, nós existimos, e, em seguida, criamos a nós mesmos. isso não é algo que minha torradeira poderia fazer. Naturalmente, sartre não quis dizer que podemos autocriar nossas propriedades físicas. Eu não posso querer ser alto. Nem posso querer ser marroquino. as questões importantes, porém, cabe a mim determinar, por exemplo: como exatamente eu quero viver, o que eu quero fazer com meu tempo limitado na terra, pelo que eu estaria disposto a morrer – as qualidades que fundamentalmente fazem de mim um indivíduo. tudo isso está aí para ser conquistado. Minhas conquistas. sartre não está apenas descrevendo esse potencial que é único para os seres humanos, ele está exortando-nos a adotá-lo e com ele nossa responsabilidade por aquilo que nos tornamos. e isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo. Adaptado de: KLEIN, Daniel. O livro do significado da vida. Trad. Leonardo Abramowicz. São Paulo, Gente, 2017, p. 54-55 18. da leitura do texto, entende-se que a frase “A existência precede a essência” pressupõe que a) a existência do homem seja predefinida por seus propósitos. b) as ações humanas sejam orientadas pelo livre-arbí- trio. c) a essência humana não possa ser alterada pela his- tória. d) o tratamento dado a um indivíduo resulte de sua essência. e) o homem sinta-se potente por ter uma essência mutável. 19. Uma frase coerente com o que se afirma no 1° parágrafo e escrita com clareza e de acordo com a norma-padrão é: a) O autor diz que as palavras de sartre o fascinaram, por lhe possibilitarem refletir acerca do sentido da vida. b) O autor fascinou-se perante à obra de sartre, a pri- meira vez que lhe leu, haja vista poder pensar na vida. c) A filosofia de Sartre logo fascinou o autor, por indicá- -lo uma maneira de fazer indagações a partir da vida. d) A filosofia de Sartre problematizava a vida, o que fas- cinou o autor ao levar-lhe a conscientizar-se sobre ela. e) A vida era a matéria das reflexões de Sartre, fasci- nando o autor que buscava atribuí-la sentido e se conduzir. 20. A argumentação do 3° parágrafo organiza-se a partir a) da alusão a exemplos pessoais, com que se contesta o alcance da teoria de sartre. b) da oposição de opiniões, com a qual se aponta uma contradição na filosofia existencialista. c) do raciocínio comparativo, com o qual se ilustra um aspecto da condição humana. d) da relação de causa e efeito, com a qual se explica a falta de propósito das escolhas humanas. e) do resumo das ideias de sartre, com o qual se põe em dúvida a realidade da essência. 21. a expressão esse potencial (último parágrafo) remete a) à capacidade que o homem tem de escolher seus aspectos materiais. b) à possibilidade que cada pessoa tem de decidir que tipo de indivíduo será. c) à consequência negativa de certas escolhas que o homem faz ao longo da vida. d) ao ideal pelo qual cada indivíduo estaria disposto a lutar e até mesmo morrer. e) aos acontecimentos imprevistos que determinam o destino de cada um. Considere o trecho do último parágrafo: E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo. 22. Caso se queira explicitar a relação de sentido entre as orações separadas pelos dois-pontos, deve-se substituir o sinal de dois-pontos fazendo-se as devidas alterações, por: Q u es tõ es G a b a r it a d a s 14 a) conquanto. b) contudo. c) porém. d) pois. e) mesmo que. 23. A frase de Sartre (2° parágrafo), destacada entre as- pas, está corretamente reportada em discurso indireto e com a forma verbal na voz passiva em: a) Para sartre era a existência que precedia a essência. b) Nas palavras de Sartre: − A essência vem precedida da existência. c) segundo sartre, a existência é que precede a essência. d) sartre defendia que à essência precedia a existência. e) Sartre afirmou que a essência era precedida pela existência. Considere a frase: Sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira – os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. (3° parágrafo) 24. Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, o segmento que pode vir apresentado entre vírgulas é: a) não podem ser definidos b) está dizendo que c) ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira − d) os seres humanos e) dos objetos do mundo TRT 15ª Região (SP)/Analista Judiciário/Área Judiciária/2018 Sabedoria de Sêneca Entre as tantas reflexões sábias que o filósofo estoico sêneca nos deixou encontra-se esta: “deve-se misturar e alternar a solidão e a comunicação. Aquela nos incutirá o desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos; e uma será o remédio da outra: a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão”. É uma pro- posta admirável de equilíbrio, válida tanto para o século i, na pujança do império romano em que sêneca viveu, como para o nosso, em que precisamos viver. É próprio, aliás, dos gran- des pensadores, formular verdades que não envelhecem. Nesse seu preciso aconselhamento, sêneca encontra a possibilidade de harmonização entre duas necessidades opostas e aparentemente inconciliáveis. O decidido amor à solidão ou a necessidade ingente de convívio com os outros excluem-se, a princípio, e marcariam personalidades radi- calmente distintas. Mas Sêneca sabe que ambas podem ser insatisfatórias em si mesmas: a natureza humana comporta impulsos contraditórios. Por isso está no sistema filosófico dos estoicos a noção de equilíbrio como princípio inescapável para o que consideram, como o melhor dos nossos destinos, a “tranquilidade da alma”. esse equilíbrio supõe aceitarmos as tensões polarizadas de nossa natureza dividida e aproveitar de cada polaridade o que ela tenha de melhor: a solidão nos impulsiona para o reconhecimento de nós mesmos, para a nossa identidade íntima, para a diferença que nos identifica entre todos; a companhia nos faz reconhecer a identidadedo outro, mo- vida pela mesma força que constitui a nossa. Sêneca, ao reconhecer que somos unos em nós mesmos, lembra que essa mesma instância de unidade está em todos nós, e tem um nome: humanidade. Altino Sampaio, Inédito. 25. Em síntese, a reflexão de Sêneca transcrita no texto incide sobre a) um diálogo entre duas situações radicalmente opos- tas, no qual cada uma só se afirma na medida em que suprime a outra. b) uma oposição entre sentimentos supostamente in- conciliáveis que, no entanto, ganham complemen- taridade em sua alternância. c) uma contenda entre duas iniciativas de comporta- mento na qual ambas são superadas pelo surgimen- to de uma terceira alternativa. d) uma alternância entre duas soluções para um único problema, qual seja, o do indivíduo que só deseja superar seu estado de isolamento. e) um confronto entre duas providências radicalmente opostas, que devem ser mantidas nessa condição estática para se fortalecerem. 26. ao considerar uma relação entre a aversão à multidão e o tédio à solidão, sêneca subentende que a) ambos os sentimentos representam a mesma neces- sidade que têm as pessoas de afirmar sua autossu- ficiência diante da incompletude alheia. b) a qualidade salientada em cada um desses estados faz com que nenhum deles, em separado, seja visto com carga negativa. c) multidão e solidão são, em si mesmas, condições humanas satisfatórias, sobretudo quando a cada uma delas se atribua um valor absoluto. d) a comunicação e o isolamento são alternativas pas- sageiras, já que sempre optamos por um deles como escolha definitiva. e) a qualidade negativa de cada um dos termos dessa relação é o que levará ao reconhecimento da neces- sidade que tem do outro. 27. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: a) formular verdades que não envelhecem (1° parágra- fo) = fomentar razões permanentes. b) Esse equilíbrio supõe aceitarmos (3° parágrafo) = Tal estabilidade conta com que admitamos. c) necessidades opostas e aparentemente inconciliáveis (2° parágrafo) = motivos divergentes e supostamente irretratáveis. d) princípio inescapável (2° parágrafo) = postulado ina- preensível. e) nos incutirá o desejo do convívio (1° parágrafo) = estimulará nosso intento de cumplicidade. 28. está plenamente correta, clara e coerente a redação deste livre comentário sobre o texto: a) Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes. b) É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qual- quer custo o equilíbrio onde as forças opostas en- sejem combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si. c) trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa sobretudo, esquecer- mos de que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio. d) Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aver- são à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão. Q u es tõ es G a b a r it a d a s 15 e) Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pes- soal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que se comple- mentam. 29. Há forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na frase: a) aconselhamentos precisos, como os de sêneca, são aqueles a que não faltam a certeza da boa aplicação, seguido do efeito maior da paz de espírito. b) São de se exaltar entre as tantas reflexões de Sêneca sua acuidade em buscar preservar o senso de equi- líbrio nas difíceis escolhas humanas. c) em meio a tensões polarizadas, é comum que se ignorem a necessidade de equilíbrio dentro da alter- nância, parece advertir-nos o postulado de Sêneca. d) Não há por que considerar definitivo, em nosso co- tidiano, impulsos contraditórios que dividem nossos desejos e desafiam nosso equilíbrio. e) uma vez atendidas as duas necessidades humanas a que sêneca faz referência, preservam-se igualmente o senso de equilíbrio e a dialética. 30. a pontuação e a correlação entre tempos e modos ver- bais ocorrem de modo plenamente adequado na frase: a) Sêneca numa de suas reflexões mais sábias acredita que nossa natureza, dividida pode compensar essa divisão, com o recurso da consciente alternância. b) se a solidão não nos impulsionasse, para o reco- nhecimento de nós mesmos, não haverá qualquer vantagem, em nos rendermos ocasionalmente a ela. c) acredita sêneca que toda lição sabiamente apre- endida por um poderá servir-nos a todos, uma vez reconhecidos como seres igualmente unos em nós mesmos. d) esse equilíbrio, suporia que aceitemos as tensões que venham a polarizar nossa natureza dividida por exemplo, entre o estado de solidão e a vida comu- nicativa. e) Caso a solidão venha a ocorrer, como um estigma definitivo, seria possível que se perca de vez a pró- pria necessidade de comunicação, que estaria na nossa natureza. 31. Tratando do estado de solidão ou da necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de solidão uma contra- partida da necessidade de convívio, assim como vê na necessidade de convívio uma abertura para encontrar satisfação no estado de solidão. evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por: a) naquele − desta − nesta − naquele b) nisso − daquilo − naquela − deste c) este − do outro − na primeira − no último d) nisto − disso − naquela − desse e) na primeira − do segundo − numa − noutra TRT 2ª Região (SP)/Analista Judiciário/Área Administrati- va/2018 atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. A importância do imperfeito O conceito de perfeição guia muitas aspirações nossas, seja em nossas vidas privadas, seja nos diversos espaços pro- fissionais. Falamos ou ouvimos falar de “relações perfeitas” entre duas pessoas como modelos a serem seguidos, ou de almejar sempre a realização perfeita de um trabalho. em algumas religiões, aprendemos que nosso objetivo é chegar ao paraíso, lar da perfeição absoluta, final de jornada para aqueles que, se não conseguiram atingir a perfeição em vida, pelo menos a perseguiram com determinação. Historicamente, o perfeito está relacionado com a es- tética, andando de mãos dadas com o belo, conforme rezam os preceitos da arte clássica. Muito da criatividade humana, tanto nas artes como nas ciências, é inspirado por esse ideal de perfeição. Mas nem tudo. Pelo contrário, várias das ideias que revolucionaram nossa produção artística e científica vie- ram justamente da exaltação do imperfeito, ou pelo menos da percepção de sua importância. Nas artes, exemplos de rompimento com a busca da perfeição são fáceis de encontrar. de certa forma, toda a pintura moderna é ou foi baseada nesse esforço de explorar o imperfeito. romper com o perfeito passou a ser uma outra possibilidade de ser belo, como ocorre na música atonal ou na escultura abstrata, em que se encontram novas perspec- tivas de avaliação do que seja harmônico ou simétrico. Na física moderna, o imperfeito ocupa um lugar de honra. De fato, se a Natureza fosse perfeita, o universo seria um lugar extremamente sem graça. Do microcosmo das partículas ele- mentares da matéria ao macrocosmo das galáxias e mesmo no universo como um todo, a imperfeição é fundamental. a estrutura hexagonal dos flocos de neve é uma manifestação de simetrias que existem no nível molecular, mas, ao mesmo tempo, dois flocos de neve jamais serão perfeitamente iguais. Não faltam razões, enfim, para que nos aceitemos como seres imperfeitos. Por que não? Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 189-190. 32. Os três parágrafos do texto organizam-se de modo a constituírem, na ordem dada, as seguintes operações argumentativas: a) relativização do conceito
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