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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
ELEITORAL
Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais
Livro Eletrônico
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais
DIREITO ELEITORAL
Apresentação . ............................................................................................................................4
Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais ....................................................................................6
1. Considerações Iniciais . ..........................................................................................................6
2. Lei das Eleições: Disposições Gerais ...................................................................................7
3. Princípio da Unicidade da Chapa . ...................................................................................... 10
4. Convenções Partidárias . .................................................................................................... 13
4.1. Data da Realização das Convenções Partidárias . ......................................................... 14
4.2. Local das Convenções Partidárias . ............................................................................... 16
4.3. Formalidades e Registro na Justiça Eleitoral das Deliberações das Convenções 
Partidárias . ...............................................................................................................................17
4.4. As Convenções Partidárias e o Princípio da Autonomia Partidária . .......................... 18
5. Coligações Partidárias ........................................................................................................ 21
5.1. Verticalização das Coligações Partidárias . ...................................................................22
5.2. Coligações Partidárias e os Sistemas Eleitorais. .........................................................23
5.3. Diretrizes para Formação das Coligações Partidárias . ...............................................24
5.4. Formação das Coligações Partidárias . ..........................................................................27
5.5. Denominação das Coligações Partidárias . ...................................................................29
5.6. Legitimidade das Coligações Partidárias para Atuar no Processo Eleitoral . .......... 30
6. Escolha de Candidatos em Convenção . ............................................................................ 31
7. Vagas Remanescentes . .......................................................................................................34
8. Identificação Numérica dos Candidatos . ..........................................................................36
9. Propaganda Intrapartidária . ..............................................................................................38
Resumo ..................................................................................................................................... 41
Questões de Concurso . .......................................................................................................... 48
***
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C
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divisão
de custos
ClIqUe PaRa InTeRaGiR
Facebook
Gmail
Whatsapp
https://bit.ly/2YPHtuM
https://bit.ly/2Bn5D7P
mailto:materialconcursosone@gmail.com?subject=Oi.%20Desejo%20informa%C3%A7%C3%B5es%20sobre
Gabarito ....................................................................................................................................63
Gabarito Comentado ................................................................................................................64
Referências . .............................................................................................................................93
***
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais
DIREITO ELEITORAL
ApresentAção
Querido(a) aluno(a), tudo bem?
Em nossa aula de hoje, iniciamos o estudo da Lei n. 9.504/1997, mais conhecida como Lei 
das Eleições, que estabelece as normas gerais para a realização das eleições no país. Esse texto 
legal cuida especificamente dos seguintes temas:
•	 disposições gerais sobre a realização das eleições;
•	 convenções partidárias;
•	 coligações;
•	 registro de candidatura;
•	 arrecadação de recursos para campanhas eleitorais;
•	 prestação de contas nas campanhas eleitorais;
•	 pesquisas e testes eleitorais;
•	 propaganda eleitoral;
•	 propaganda intrapartidária;
•	 captação ilícita de sufrágio;
•	 sistema eletrônico de votação;
•	 condutas vedadas a agentes públicos.
Até o ano de 1997, o Congresso Nacional editava uma lei específica para cada pleito, fato 
que gerava insegurança, instabilidade e impedia a formação de uma jurisprudência sobre a 
aplicação das diversas normas relativas às fases do processo eleitoral.
Não obstante a Lei n. 9.504/1997 tenha sido objeto de constantes modificações desde a 
sua edição, promovidas pelas Leis n. 11.300/2006, 12.034/2009, 12.891/2013, 13.165/2015, 
13487/2017 e 13.488/2017, não há dúvidas de que ela trouxe mais previsibilidade para os 
atores do processo eleitoral – partidos, candidatos e eleitores –, os quais podem, com ante-
cedência, colocar em prática suas estratégias para alcançar o poder.
Na aula de hoje, estudaremos: (i) as disposições gerais da lei; (ii) as convenções partidá-
rias para a escolha de candidatos e a formação de coligações; (iii) as vagas remanescentes; 
(iv) a substituição de candidato; e (v) a propaganda intrapartidária.
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais
DIREITO ELEITORAL
Saliento que nosso estudo se encontra atualizado com as resoluções para as eleições de 
2020 do TSE, as quais, adianto, serão permanentes e não mais confeccionadas para cada plei-
to, e com as recentíssimas alterações legislativas promovidas pelas Leis n. 13.877/2019 e n. 
13.878/2019 e de acordo com a regulamentação contida na Resolução-TSE n. 23.831/2019.
Além da legislação de vigência, traremos à colação, como sói acontecer, diversos julga-
dos, especialmente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), 
a fim de deixá-lo preparado para enfrentar qualquer questão acerca da matéria.
Nessa aula, em razão da menor incidência dessa parte da matéria em questões de con-
cursos, teremos menos questões em nossa parte final da aula. Na verdade, preparamos um 
mix de quarenta questões, devidamente comentadas sobre os diversos assuntos que em se-
guida trataremos, as quais são suficientes para que você compreenda a forma da cobrança 
desses temas pelas Bancas Examinadoras.
Está preparado(a)?
Sem demoras, vamos lá!
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Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais
DIREITO ELEITORAL
LEI N. 9.504/1997: DISPOSIÇÕES GERAIS
1. ConsiderAções iniCiAis
Para cada eleição realizada no Brasil, o legislador editava uma lei, a qual estabelecia as 
regras a serem observadas naquele pleito. Essa sistemática padecia de um sério problema, 
qual seja: o legislador era frequentemente influenciado pelo grupo político dominante à época 
da sua edição, surgindo daí diplomas normativos casuísticos, os quais, em vez de regular o 
processo eleitoral, acabavam por legalizar situações esdrúxulas que comprometiam a lisura 
do pleito.
Com a finalidade de evitar a prática desses casuísmos e garantir maior isonomia e segu-
rança jurídica na realização das eleições,foi editada a Lei n. 9.504/1997 – denominada de Lei 
das Eleições, com o propósito de disciplinar todas as eleições vindouras.
A par da existência dessa lei, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base nos art. 1º, pa-
rágrafo único, do Código Eleitoral e art. 105 da própria Lei das Eleições, expede, até o dia 5 de 
março do ano da eleição, instruções necessárias para a fiel execução dos dispositivos da Lei 
das Eleições. Nesse passo, o TSE confecciona as seguintes resoluções: calendário eleitoral, 
atos gerais, registro de candidatura, propaganda eleitoral, representações, reclamações e di-
reito de resposta, prestação de contas.
No processo de construção dessas instruções, o TSE, sem se afastar do texto legal, insere 
no texto regulamentar as novidades legislativas, bem como sua consolidada jurisprudência. 
Realiza, também, audiências públicas nas quais a sociedade civil, por meio da Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB), institutos formados por especialistas em Direito Eleitoral, como o 
Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (IBRADE), delegados de partidos políticos, acadêmicos, 
entre outros, tem a oportunidade de apresentar sugestões para a formação e aperfeiçoamen-
to dessas normas.
No exercício desse papel regulamentar, o TSE não pode contrariar a Lei das Eleições, nem 
inovar na ordem jurídica, pois, de acordo com o princípio da legalidade, somente por meio de lei 
em sentido formal admite-se a criação de obrigações ou a restrição de direitos.
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Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais
DIREITO ELEITORAL
Noutro giro, essas resoluções buscam também uniformizar o entendimento acerca da 
aplicação de regras eleitorais em todo o País, uma vez tais normativos são de competência 
exclusiva do TSE e devem ser observadas por todos os órgãos da Justiça Eleitoral. Nesse 
sentido, confira:
ELEIÇÕES 2014. REGISTRO DE CANDIDATURA. PLENO EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍ-
TICOS. CERTIDÃO CRIMINAL.
1. A competência para baixar instruções sobre o registro de candidatura, especificando 
sobre os documentos necessários previstos na legislação e procedimentos a serem 
observados, é exclusiva do Tribunal Superior Eleitoral, a teor do que dispõem o art. 105 
da Lei n. 9.504/1997 e art. 23, IX, do CE.
2. É nula a Resolução n. 885, do TRE/RJ, que dispõe sobre o processamento dos regis-
tros de candidatura relativos às eleições de 2014, matéria já regulamentada pelo Tribu-
nal Superior Eleitoral na Res.-TSE n. 23.405.
(REspe n. 647-70/RJ, rel. Min. Henrique Neves da Silva, PSESS de 9.9.2014).
Até as eleições de 2018, essas resoluções eram confeccionadas a cada pleito. Contudo, 
para as eleições de 2020, o TSE modificou essa sistemática e, a exemplo da Lei das Eleições 
que adquiriu caráter permanente, editou resoluções para regulamentar todos os pleitos vin-
douros, não se restringindo a regulamentar apenas o de 2020. Evidentemente que não há ne-
nhuma vedação à atualização do texto regulamentar a cada pleito. Todavia, friso, não haverá 
a produção de uma nova resolução, como outrora acontecia, apenas modificações ao texto 
permanente.
2. Lei dAs eLeições: disposições GerAis
As disposições gerais da Lei das Eleições estão dispostas no art. 1º até o art. 5º.
O art. 1º da Lei n. 9.504/1997 estabelece que eleições para todos os cargos eletivos – de 
Presidente da República a Vereador – realizam-se em todo o país, no primeiro domingo de 
outubro de ano eleitoral.
Na sequência, dispõe que são simultâneas as eleições para os cargos de Presidente e 
Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, 
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Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital. As eleições para os car-
gos de Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito são realizadas em anos distintos dos demais cargos.
Realizadas as eleições, serão considerados eleitos para os cargos de Presidente e Gover-
nador, com os respectivos vices, os que obtiverem maioria absoluta de votos, não computados 
os em branco e os nulos. Se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta na primeira votação, 
ocorrida no primeiro domingo de outubro, será feita nova eleição no último domingo do referido 
mês, concorrendo os dois candidatos mais votados, na qual será eleito o que obtiver a maioria 
relativa dos votos.
Essa regra, que exige a realização do 2º turno caso nenhum candidato obtenha a maioria 
absoluta, aplica-se ao cargo de prefeito, mas somente naqueles municípios com mais de 200 
mil eleitores. Em municípios que preencham esse requisito a eleição se resolve no 1º turno, 
eleito o que obtiver a maioria relativa dos votos.
Confira o quadro resumo:
CARGOS REQUISITOS
Presidente e Governador 1) Nenhum candidato alcançou maioria absoluta
Prefeito Nenhum candidato alcançou maioria absoluta
Município com mais de 200 mil eleitores
Vale a pena lembrar que por maioria absoluta entende-se o primeiro número inteiro aci-
ma da metade do eleitorado. É equivocado conceituar a expressão “maioria absoluta” como 
sendo a metade mais um. Veja que se o número de eleitores for de 1.001, a maioria absoluta é 
de 501, e não 501,5, produto advindo do resultado da soma da metade (500,5) mais um (LULA, 
2010, p. 187).
Para afastar qualquer dúvida sobre esta matéria, vamos a uma hipótese didática.
Exemplo: Paulo, Antônio e José participaram da eleição para Governador de São Paulo. O total 
de votos disputados no Estado alcançou o montante de 1.000.000 (um milhão) de votos. 
Paulo obteve 460.000 votos; Antônio conseguiu 300.000; José obteve 140.000 e os demais 
100.000 foram de votos brancos ou nulos.
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Nesse caso, há necessidade de um 2º turno ou Paulo foi eleito já no 1º turno? Em uma análise 
apressada, alguém poderia afirmar que há a necessidade de um segundo turno, pois Paulo 
não conseguiu nem ao menos a metade de votos do Estado, quanto mais a metade mais um 
(conceito de maioria absoluta).
Todavia, não se esqueça que para fins de cálculo da maioria absoluta deve-se excluir do total 
de votos os brancos e nulos. Logo, o parâmetro para saber se Paulo obteve a maioria absolu-
ta é 900.000 (1.000.000 – 100.000), que, nesse caso, é da ordem de 450.001 (900.000/2 + 1). 
Logo, Paulo, com 460.000 votos, foi eleito já no 1º turno.
Nos termos do art. 2º da LE, é possível que entre a realização do 1º e 2º turnos ocorra 
a morte, desistência ou impedimento legal do titular da chapa apta a participar do 2º turno. 
Nesse caso, para viabilizar a eleição, deve ser convocado o de maior votação entre os rema-
nescentes e, no caso de empate entre estes, o mais idoso (art. 2º, §§ 2º e 3º, da LE).
No caso de o evento impeditivo recair sobre o vice da chapa apta a participar do 2º turno 
(Vice-Presidente, Vice-Governador ou Vice-Prefeito), devem ser feitas algumas distinções.
Se o impedimento do vice for em razão do evento morte, ainda que ultrapassado o período 
de substituição previsto no art. 13 da LE, a troca pode ocorrer sem prejuízo algum à chapa, 
desde que, é claro, respeitado o prazo de dez dias do evento.
Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado inelegível, 
renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido 
ou cancelado.
§ 1º A escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no estatuto dopartido a que pertencer 
o substituído, e o registro deverá ser requerido até 10 (dez) dias contados do fato ou da notificação 
do partido da decisão judicial que deu origem à substituição. (Redação dada pela Lei n. 12.034, 
de 2009)
§ 3º Tanto nas eleições majoritárias como nas proporcionais, a substituição só se efetivará se o 
novo pedido for apresentado até 20 (vinte) dias antes do pleito, exceto em caso de falecimento de 
candidato, quando a substituição poderá ser efetivada após esse prazo. (Redação dada pela Lei 
n. 12.891, de 2013)
Aliás, o evento morte, pela própria natureza imprevisível e incontrolável que ostenta, nun-
ca é causa de implosão da chapa, a exceção, como já vimos, da morte do cabeça de chapa 
entre o 1º e o 2º turnos.
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DIREITO ELEITORAL
Caso a chapa já tenha sido eleita, o evento morte importa na diplomação, ou se já ocor-
rida, na posse do sobrevivente, mesmo que este seja o vice. É o caso do Ex-presidente José 
Sarney, que, na qualidade de vice, tomou posse como titular no lugar falecido Tancredo Neves, 
titular da chapa.
De outro modo, se a substituição do vice for necessária entre o 1º e o 2º turnos da elei-
ção, em razão de sua desistência ou impedimento legal – incidência de uma inelegibilidade 
–, a sorte da chapa deve ser apreciada à luz do princípio da Unicidade ou Indivisibilidade da 
Chapa, também denominado princípio da Irregistrabilidade da Chapa Incompleta ou Insufi-
cientemente Formada, com o temperamento que tem dado a jurisprudência do TSE.
3. prinCípio dA UniCidAde dA ChApA
O indeferimento do pedido de registro de candidato titular da chapa não prejudica o regis-
tro vice, e vice-versa, desde que a negativa tenha ocorrido no prazo possível para substituição 
e essa tenha sido efetivada pelo partido no prazo legal.
Ocorre, porém, que o indeferimento do pedido de registro do titular ou do vice da chapa 
pode ocorrer quando já ultrapassado o período de substituição, previsto no art. 13 da Lei das 
Eleições. Nesse caso, a questão que coloca é saber se é possível deferir o registro da chapa 
ainda que incompleta.
O art. 77, § 1º, da CF/88 afirma que a eleição do Presidente da República importará a do 
Vice-Presidente com ele registrado. A ideia subjacente é de unidade, na qual ambos estão 
envoltos pela mesma cápsula. Essa concepção de unicidade é a gênese do cognominado 
princípio da Unicidade ou Indivisibilidade da Chapa, também denominado princípio da Irregis-
trabilidade da Chapa Incompleta ou Insuficientemente Formada.
Segundo esse princípio, que ostenta matiz constitucional, é imprescindível que a chapa 
majoritária tenha os pedidos de registro do vice e do titular deferidos, sob pena de a negativa 
de um deles inviabilizar toda a chapa. Daí decorre também a necessidade de as ações eleito-
rais que tenham força para cassar a chapa exigirem a presença de ambos no polo passivo da 
demanda.
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Nesse passo, durante vários anos o TSE aplicou esse princípio para indeferir o registro de 
chapas cujo um dos integrantes, vice ou titular, não obtinha êxito no seu pedido de registro 
de candidatura e já havia ultrapassado o prazo de substituição ou, se eleito, era cassado pela 
Justiça Eleitoral, conforme se vê a seguir:
Em razão da unicidade monolítica da chapa majoritária, a responsabilidade dos atos do 
titular repercute na situação jurídica do vice, ainda que este nada tenha feito de ilegal, 
comportando-se exemplarmente.
(RCED n. 703/SC, rel. Min. Felix Fischer, DJe de 1º.9.2009).
Contudo, a partir do julgamento do REspe 83-53/GO, DJe de 14.9.2018, o TSE passou a 
excepcionar a incidência do princípio quando presentes cumulativamente determinadas cir-
cunstâncias, a saber:
•	 desponte de uma circunstância superveniente a um deferimento prévio ou inicial (o que 
gera para a chapa uma expectativa mínima no sentido de que a decisão positiva possa 
ser restaurada por este Tribunal Superior);
•	 ocorra em momento tardio, impossibilitando a substituição do candidato afetado; e
•	 incida sobre o candidato a Vice, sem a presença de circunstâncias excepcionais que o 
retirem da condição de mero adjunto no processo de canalização da preferência elei-
toral.
Na análise do caso concreto – REspe 83-53/GO, o Tribunal concluiu pela presença dos 
requisitos necessários para afastar a incidência do princípio da Unicidade da Chapa. Assim, 
decidiu, a despeito de indeferir o pedido de registro de candidatura do vice quando já ultrapas-
sado o período de substituição, manter o prefeito eleito no cargo. Confira:
Apontam-se 5 (cinco) circunstâncias que amparam a excepcionalidade do dogma da 
indivisibilidade da chapa:
e.1. o indeferimento do registro de candidatura somente ocorreu em segunda instân-
cia, na sequência de uma decisão favorável prolatada pelo juiz de primeiro grau (i.e., em 
2.9.2016), circunstância suficiente para que se presuma a boa-fé na permanência no 
pleito, frente à expectativa de resgate do primeiro provimento;
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e.2. a chapa majoritária estava com seu registro deferido no prazo fatal para a substitui-
ção de candidatos;
e.3. a rejeição do registro foi declarada às vésperas do certame (i.e., 26.9.2016), seis dias 
antes do pleito, excluindo-se do espectro de ação da formação política a possibilidade 
de substituição da candidata recusada;
e.4. o registro indeferido versa sobre condição de elegibilidade da Vice, cujo papel na 
captação de votos é, como se sabe, político e socialmente irrelevante;
e.5. não se tem notícia nos autos de ultraje à axiologia eleitoral, de modo que a opinião 
afirmada nas urnas é fruto inconteste da livre vontade da comunidade envolvida;
(...)
g) à luz dessas singularidades, entendo ser plenamente possível compatibilizar a impe-
riosa aplicação da Lei da Ficha Limpa com o inescapável dever institucional de proteção 
ao juízo soberano do conjunto de cidadãos, razão por que o indeferimento do registro de 
candidatura da Vice-Prefeita não tem o condão de macular a validade global da eleição.
7. Pedido da questão de ordem suscitada por Eldecírio da Silva (candidato a prefeito) 
acolhido, apenas e tão só para reconhecer a dissociação da chapa para os efeitos do 
voto, ratificando a validade total das eleições, de modo a assegurar a permanência no 
cargo do Prefeito legitimamente eleito pela população de São Luís de Montes Belos/GO 
nas eleições de 2016.
Destaque-se, ainda, que a Lei das Eleições, nas disposições gerais, trata do direito de os 
partidos políticos participarem das eleições e lançarem candidatos a cargos eletivos.
Especificamente em relação aos direitos titulatizados pelas agremiações partidárias, o re-
gistro no Tribunal Superior Eleitoral, de acordo com a Constituição Federal e com a Lei dos 
Partidos Políticos, lhe confere os seguintes direitos:
•	 direito de participar do rateio dos recursos do fundo partidário;
•	 direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, também denominado de direito de 
antena;
•	 exclusividade da sigla, denominação e dos símbolos.
Além desses direitos, o registro do partido político no Tribunal Superior Eleitoral consti-
tui requisito indispensável para que participe das eleições e possa lançar candidatos. Nesse 
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DIREITO ELEITORAL
ponto, para participar das eleições, o partido político tem que ter registro deferido no TSE pelo 
prazo de, pelo menos, seis meses antes da data das eleições.
Contudo, há, ainda, a exigência de que, além do registro no TSE, o partido político consti-
tua órgão de direção constituído na circunscrição do cargo, ou seja, para participar das elei-
ções para o cargo de Prefeito do Município de Barreirinha/AM, o partido tem que, até a data 
da convenção partidária (20 de julho a 5 de agosto do ano das eleições), constituído o seu 
diretório municipal.
Por fim, o art. 5º da Lei n. 9.504/1997, trata da validade dos votos nas eleições. Assim, de 
acordo com essa disposição legal, nas eleições proporcionais, contam-se como válidos ape-
nas os votos dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias.
Portanto, na eleição para os cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual, Deputado 
Distrital e Vereador, o eleitor pode atribuir o seu voto à legenda partidária (voto de legenda) ou 
a um candidato, sendo que somente se considera válidos os votos dados a candidatos com 
registro de candidatura deferido. Isso porque, nos termos do art. 16-A da Lei n. 9.504/1997, 
a validade dos votos dados a candidato que esteja com registro de candidatura subjudicie fica 
condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior.
No mesmo sentido, o parágrafo único do art. 16-A da Lei n. 9.504/1997, prescreve que o 
cômputo, para o respectivo partido, dos votos atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub 
judice no dia da eleição fica condicionado ao deferimento do registro do candidato.
Com isso encerramos as disposições gerais da Lei das Eleições. Vamos agora tratar das 
fases do microprocesso eleitoral, que se inicia com as convenções partidárias e finda com a 
diplomação dos eleitos.
4. Convenções pArtidáriAs
A expressão convenção partidária pode fazer referência a um órgão partidário ou a uma 
reunião realizada pela agremiação partidária.
Com o significado de órgão partidário, a expressão “convenção partidária” é mencionada 
no art. 17 do Estatuto partidário do PSDB (o exemplo não tem qualquer viés ideológico, ape-
nas didático):
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Art. 17. São órgãos do Partido, nos três níveis da Federação:
I – de deliberação: as Convenções Municipais e Zonais, Estaduais e Nacional;
Nesse mesmo estatuto partidário, encontramos o termo “convenção partidária” com a 
roupagem de reunião de filiados, conforme disposto no art. 23:
Art. 23. As convenções municipais e zonais, estaduais e nacional para eleição dos Diretórios e dos 
respectivos delegados às Convenções serão realizadas ordinariamente ao término dos mandatos, 
de acordo com resolução baixada pela Comissão Executiva Nacional.
Na nossa aula, usaremos, como regra, o termo convenção partidária no sentido de reunião 
partidária.
Nessa acepção, as convenções partidárias são reuniões promovidas pelos filiados, deno-
minados convencionais, a fim de deliberar sobre questões internas da agremiação.
Contudo, para o nosso estudo, interessa especificamente as convenções partidárias rea-
lizadas para deliberar sobre a formação de coligações e a escolha de candidatos, porquanto, 
essas, diferentes das demais reuniões partidárias, possuem características próprias: (i) fa-
zem parte do chamado microprocesso eleitoral; (ii) somente podem ser realizadas no período 
determinado por lei; (iii) são pautadas pela discussão sobre a formação de coligações e a 
escolha de candidatos; (iv) recebem tratamento formal diferenciado pela Justiça Eleitoral no 
que concerne ao registro das deliberações nela tomadas.
Por questões didáticas, vamos dividir o nosso estudo em três partes. Na primeira vamos 
estudar as disposições gerais acerca das convenções partidárias. Na sequência, a natureza 
das deliberações nela tomadas: formação de coligações e a escolha de candidatos.
4.1. dAtA dA reALizAção dAs Convenções pArtidáriAs
Os partidos políticos são dotados de autonomia constitucional para tratarem sobre sua or-
ganização, sua estrutura interna e seu funcionamento. Não pode o legislador substituir-se ao 
partido e regular as matérias interna corporis dos partidos políticos. Por essa razão, não se 
permite à lei regular o procedimento das convenções, o quórum de deliberação, o local de sua 
realização etc., sob pena de inconstitucionalidade.
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Inclui-se, no exercício da autonomia partidária, o direito de o partido escolher e fazer 
constar, no seu estatuto, a data de realização das convenções partidárias. Caso haja necessi-
dade de se fazer uma reunião em período não previsto no estatuto, terá a ocorrência de uma 
convenção extraordinária.
Toma-se como exemplo o contido no art. 23 do estatuto partidário do PSDB quanto ao 
período de realização das convenções ordinárias (a escolha deste partido foi aleatória e não 
representa qualquer manifestação política por parte dos autores):
Art. 23. As convenções municipais e zonais, estaduais e nacional para eleição dos Diretórios e dos 
respectivos delegados às Convenções serão realizadas ordinariamente ao término dos mandatos, 
de acordo com resolução baixada pela Comissão Executiva Nacional.
§ 1º As convenções ordinárias, a que se refere o caput, deverão ser realizadas obrigatoriamente 
no primeiro semestre do ano em que se devam realizar as Convenções para eleição dos órgãos 
partidários.
Conquanto a regra seja a escolha livre da data de realização de convenções pelo partido, 
existe uma exceção. Trata-se da realização da convenção partidária para a escolha de can-
didatos e para a formação de coligações, que, como veremos a seguir, somente pode ocorrer 
em um determinado período estabelecido em lei.
A esse respeito, vale rememorar que, no ano de 2015, foi publicada a Lei n. 13.165/2015, 
que promoveu a reforma de uma série de institutos eleitorais relacionados às campanhas 
eleitorais, alterando-se, especialmente, as seguintes leis:
•	 Lei n. 9.504/1997;
•	 Lei n. 9.096/1995;
•	 Código Eleitoral (Lei n. 4.737/1965).
Muito embora este diploma legal tenha tratado de temas como limites de gastos para cam-
panhas eleitorais, utilização de recursos do fundo partidário pelas agremiações partidárias, 
distribuição de tempo de acesso gratuito ao rádio e televisão entre os partidos, voto impresso, 
dentre outras matérias, o principal motivo de sua edição foi o de diminuir a dependência eco-
nômica dos partidos e candidatos em relação ao financiamento privado de campanha. Para 
tanto, alteraram-se mecanismos das campanhas eleitorais para as tornarem mais baratas, 
menos onerosas.
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Para atingir tal desiderato, a principal medida consistiu na diminuição do período de cam-
panhas eleitorais. Antes da reforma eleitoral, as campanhas eram realizadas em 90 dias em 
média; após a Lei n. 13.165/2015, 45 dias em média.
Dentre outras fases do processo eleitoral que sofreram modificação do seu marco tempo-
ral para a realização, alterou-se o período para a realização das convenções partidárias para 
a escolha de candidatos e deliberação das coligações. Antes da edição da Lei n. 13.165/2015,essas convenções eram realizadas entre os dias 12 e 30 de junho. De acordo com a nova redação 
dada pela Lei n. 13.165/2015 ao art. 8º da Lei n. 9.504/1997, essas reuniões partidárias devem ser 
realizadas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.
A justificativa para a lei delimitar o período de realização dessas reuniões partidárias se 
revela no fato de elas estarem inseridas no chamado microprocesso eleitoral, cujas fases – 
convenções, registro, propaganda, eleição, diplomação – devem se desenvolver na ordem e 
prazo estabelecidos em lei. Ademais, não se pode admitir a escolha dos candidatos em perío-
do distante da data das eleições, a fim de evitar a divulgação antecipada de candidaturas com 
a consequente quebra da igualdade de oportunidades entre os candidatos.
4.2. LoCAL dAs Convenções pArtidáriAs
À exceção da convenção municipal, que deve ocorrer no município em que realizadas as 
eleições, para as demais, de âmbito nacional e estadual, o partido pode, observando seu es-
tatuo, definir qualquer local dentro da circunscrição do cargo.
Segundo José Jairo Gomes (2017, p. 333):
No que concerne ao local, a convenção nacional pode ser realizada fora da capital, em 
qualquer Estado da Federação. No mesmo sentido, a regional pode ter lugar em Muni-
cípio diverso da capital do Estado. Já a municipal deve ser realizada dentro do território 
do Município.
No mesmo sentido caminha a jurisprudência do TSE:
Os membros da Comissão Executiva Nacional do partido, por unanimidade dos presen-
tes, deliberaram que a convenção nacional para a escolha de candidatos à Presidência 
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da República e à Vice-Presidência poderia ser realizada em qualquer município do País. 
Desse modo, não é verdadeira a assertiva de que o local de realização da convenção 
nacional teria sido designado por meio de ato individual do presidente do partido.
(RCAND n. 73976/DF, rel. Min. João Otávio de Noronha, PSESS de 21.8.2014).
Nos termos do art. 8º, § 2º da Lei das Eleições, para a realização das convenções par-
tidárias, faculta-se aos partidos o uso gratuito de prédios públicos, como escolas, ginásios 
desportivos, casas legislativas, desde que as atividades neles desenvolvidas não fiquem pre-
judicadas.
O art. 6º, § 2º, I e II e III, da Res.-TSE 23.609/2019, que cuida da escolha de candidatos para 
as eleições, estabelece que, nesses casos de empréstimo de prédios públicos, o partido deve:
I – comunicar por escrito ao responsável pelo local, com antecedência mínima de uma semana, 
a intenção de nele realizar a convenção;
II – providenciar a realização de vistoria, às suas expensas, acompanhada por representante do 
partido político e pelo responsável pelo prédio público;
III – respeitar a ordem de protocolo das comunicações, na hipótese de coincidência de datas de 
pedidos de outros partidos políticos.
Frise-se, contudo, que a cessão do prédio público é apenas do espaço físico, não se reve-
lando possível utilizar-se de servidores públicos que nele trabalham para a organização do 
evento.
4.3. FormALidAdes e reGistro nA JUstiçA eLeitorAL dAs deLiberAções
dAs Convenções pArtidáriAs
A convenção partidária deve ser convocada pelo diretório da circunscrição, por carta, noti-
ficação pessoal, edital ou outro meio eficaz, de acordo com o definido no estatuto do partido. 
A esse respeito, José Jairo Gomes (2017, p. 224) nos revela que, em geral, essa convocação é 
feita por edital, que deve conter o endereço, o dia, o horário e a matéria objeto da deliberação. 
Acrescenta que o edital pode ser publicado na imprensa local ou, na ausência desta, no lugar 
de costume da respectiva zona eleitoral.
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A definição do prazo a ser observado entre a convocação dos convencionais e a realização 
da convenção partidária, bem como o quorum de deliberação para iniciar a reunião e deliberar 
sobre a pauta são questões interna corporis do partido, definidas no estatuto da agremiação.
Muito embora a condução da reunião partidária seja matéria intestina do partido, no qual 
vige o princípio da autonomia partidária, o TSE ousou em consignar que a presidência da reu-
nião partidária deve ser exercida exclusivamente por filiado do partido, sob pena de nulidade 
(TSE, AC n. 12.681/BA), sendo esse o entendimento vigente atualmente.
Uma vez realizada a convenção partidária, o art. 8º da Lei das Eleições estabelece que a 
ata da reunião deve ser lavrada em livro aberto rubricado pela Justiça Eleitoral e publicada em 
vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação.
Sem prejuízo dessa publicação, a Res.-TSE n. 23.609/2019, que cuida do registro de can-
didatos para as eleições, estabelece no seu art. 6º, §§ 4º e 5º, que a ata da convenção e a 
lista dos presentes são digitadas no Módulo Externo do Sistema de Candidaturas (CANDex) 
e transmitidas ao TSE até o dia seguinte à convenção, ou, na impossibilidade, entregue em 
mídia no balcão do Tribunal para:
I – serem publicadas no sítio do Tribunal Superior Eleitoral, na página de Divulgação de Candidatu-
ras e de Prestação de Contas Eleitorais (DivulgaCandContas) (Lei n. 9.504/1997, art. 8º); e
II – integrar os autos de registro de candidatura.
A publicidade da ata e o seu envio ao TSE afigura-se como uma garantia dos convencio-
nais de que as deliberações tomadas na convenção serão observadas pelo partido durante o 
processo eleitoral.
Para finalizar, a juntada da ata da convenção aos autos de registro de candidatura deve 
ocorrer tanto no pedido de registro do partido/coligação, apreciado no Demonstrativo de Re-
gularidade de Atos Partidários, o chamado DRAP, quanto nos requerimentos de registro de 
candidatura, os denominados RRCs.
4.4. As Convenções pArtidáriAs e o prinCípio dA AUtonomiA pArtidáriA
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e têm o papel de assegurar, 
no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e de defender 
os direitos fundamentais.
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Para a proteção do exercício dessas atribuições de interesse público, a CF/88 confere às 
agremiações partidárias autonomia em face do Estado. Não cabe ao Poder Público interferir 
no funcionamento das agremiações partidárias, pois a elas foi deferido, pela ordem constitu-
cional, o direito de regular a sua estrutura interna, o seu funcionamento e a sua organização. 
A esse respeito, veja o teor do art. 17, § 1º, da CF.
Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e 
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios 
e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas 
coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem 
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou mu-
nicipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
Com efeito, é permitido aos partidos editarem em seus estatutos as suas próprias normas, 
não cabendo ao legislador interferir nessa autonomia. Daí se conclui que a Lei n. 9.096/1995 
não pode ser consideradacomo lei orgânica dos partidos políticos, já que a competência para 
tratar da organização partidária foi atribuída ao próprio partido político.
Da mesma forma, as decisões das agremiações partidárias não dependem de concor-
dância, nem de homologação de nenhum órgão público para produzirem efeitos. Logo, uma 
vez realizadas as reuniões partidárias, as deliberações produzem seus efeitos, desde que ob-
servados os procedimentos estatutários. Não se exige aprovação da Justiça Eleitoral ou de 
qualquer órgão estatal para a validade ou eficácia da determinação partidária. Deveras, não 
compete ao Estado interferir no funcionamento dos partidos, já que são dotados de autono-
mia constitucional.
A autonomia partidária está direcionada a três aspectos:
•	 organização;
•	 estrutura interna;
•	 funcionamento.
Nessa compreensão, o princípio da autonomia partidária garante independência para o 
partido editar as regras para a realização de suas convenções partidárias, escolha de candi-
datos e definição sobre a formação das coligações. Não cabe à lei definir o modo de realiza-
ção das convenções, sob pena de afronta à Constituição Federal.
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É bem verdade que existem nos artigos 7º e 8º da Lei n. 9.504/1997 algumas disposições 
acerca das convenções partidárias. Contudo, há que se notar que essa incursão legislativa 
não viola a autonomia partidária, mas são apenas normas tendentes a adequar a realização 
das convenções ao calendário eleitoral, tais como o período de realização das reuniões ou o 
prazo para escolha de novos candidatos em face da anulação de deliberações dos conven-
cionais, e de aspectos formais a serem observados pelo partido na entrega das deliberações à
Justiça Eleitoral, como, por exemplo, a publicação da ata da reunião ou a publicação, no caso 
de omissão do estatuto, das diretrizes para formação de coligações.
Aprofundando a matéria, pois certamente a banca examinadora do seu concurso assim o 
fará, anota-se que as decisões partidárias internas, inclusive as produzidas em convenções 
partidárias, ainda que protegidas pelo manto do princípio da autonomia partidária, não podem 
ficar imunes ao controle jurisdicional quando violarem o processo democrático ou atentarem 
contra os direitos fundamentais dos filiados. Nesse sentido, veja a jurisprudência do TSE:
Ante os potenciais riscos ao processo democrático e os interesses subjetivos envolvi-
dos (suposto ultraje a princípios fundamentais do processo), qualificar juridicamente 
referido debate dessa natureza como matéria interna corporis, considerando-o imune 
ao controle da Justiça Eleitoral, se revela concepção atávica, inadequada e ultrapas-
sada: em um Estado Democrático de Direito, como o é a República Federativa do Brasil 
(CRFB/88, art. 1º, caput), é paradoxal conceber a existência de campos que estejam 
blindados contra a revisão jurisdicional, adstritos tão somente à alçada exclusiva da 
respectiva grei partidária. Insulamento de tal monta é capaz de comprometer a própria 
higidez do processo político-eleitoral, e, no limite, o adequado funcionamento das insti-
tuições democráticas.
(AC n. 0600515-84/RN, rel. Min. Luiz Fux, DJe de 30.11.2017).
Em regra, a Justiça Comum é a competente para solver esses conflitos internos das agre-
miações partidárias. Contudo é pacífico na jurisprudência do TSE que quando eles produzi-
rem reflexos no processo eleitoral, a competência será da Justiça Eleitoral. Confira:
A Justiça Eleitoral possui competência para apreciar as controvérsias internas de par-
tido político, sempre que delas advierem reflexos no processo eleitoral, circunstância 
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que mitiga o postulado fundamental da autonomia partidária, ex vi do art. 17, § 1º, da 
Constituição da República – cânone normativo invocado para censurar intervenções 
externas nas deliberações da entidade –, o qual cede terreno para maior controle juris-
dicional.
(Pet n. 0603641-45/RN, rel. Min. Luiz Fux, DJe de 29.8.2017)
Com isso, encerramos o estudo sobre as convenções partidárias no que concerne aos 
seus aspectos formais.
Vamos agora estudar a razão pela qual essas convenções partidárias são realizadas, 
a saber: formação de coligações partidárias e escolha de candidatos.
5. CoLiGAções pArtidáriAs
Na lição de José Jairo Gomes (2017, p. 339), coligação partidária é:
O consórcio de partidos políticos formado com o propósito de atuação conjunta e cooperativa na 
disputa eleitoral.
Em outras palavras, as coligações partidárias representam a união de partidos que, no 
período eleitoral, unem suas forças e atuam em conjunto para obter votos suficientes para 
eleger seus candidatos, que são escolhidos do quadro de filiados dos partidos que dela fazem 
parte.
Trata-se, portanto, de uma pessoa jurídica de direito privado pro tempore (temporária), 
que existe apenas entre a data de sua formalização, ocorrida na convenção do partido e o tér-
mino do período eleitoral. Embora isso seja verdade, Olivar Coneglian (2018, p. 44) afirma que 
as coligações podem praticar atos processuais nas ações ainda pendentes de julgamento, de 
modo que é mais técnico e coerente dizer que ela tem duração enquanto ainda existam atos 
que exigem sua participação.
Antes quando ainda existiam coligações nas eleições proporcionais (vamos estudar com 
mais detalhes o fim das coligações nas eleições proporcionais) essas exerciam um papel mais 
acentuado após o término do período eleitoral, porquanto, no entendimento do STF, os par-
lamentares licenciados deveriam ser substituídos por suplentes das coligações partidárias, 
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e não dos partidos políticos. No novo modelo, em que só existe previsão legal para a formação 
de coligações no sistema majoritário, inexiste essa possibilidade, porquanto, pela regra legal 
do art. 224 do CE, a cassação de mandatos implica a realização de novas eleições. Assim, de 
fato, o que restou para essas pessoas jurídicas temporárias depois de findo o período eleitoral 
foi a prática de atos processuais nas ações de que fazem parte.
Por fim, friso, esses efeitos produzidos pela coligação após o pleito eleitoral não lhe retiram 
o caráter pro tempore, de transitoriedade, que lhe é marca característica. Sua extinção ocorre 
automaticamente com a efetivação do pleito – excetuando sua atuação em casos específicos, 
como já dito – não sendo necessário, para tanto, nenhum ato judicial ou qualquer outro no âm-
bito dos partidos coligados.
A Justiça Eleitoral, todavia, deve impedir, no transcurso do processo eleitoral, o desfazi-
mento intempestivo de coligações sem a observância das regras de substituição de candida-
tos, sob pena de lesar direitos de candidatos e macular a própria eleição.
5.1. vertiCALizAção dAs CoLiGAções pArtidáriAs
Na Consulta n. 715/DF, DJ de 15.3.2002, o TSE consignou que os partidos políticos que 
ajustarem coligação para eleição de presidente da República não poderão formar coligações 
para eleição de governador de Estado ou do Distrito Federal, Senador, Deputado Federal e 
Deputado Estadual ou Distrital com outros partidos políticos (estes últimos, quando era pos-
sível a formação de coligações nas eleições proporcionais), que tenham, isoladamente ou em 
aliança diversa, lançado candidato à eleição presidencial.
Nolongínquo ano de 2002, o TSE entendia que, na ocorrência de eleições gerais, o âmbito 
da restrição a que correspondia a expressão “dentro da mesma circunscrição”, contida no 
caput do art. 6º da LE, necessariamente abrangia as circunscrições menores, acarretando 
a necessidade de coerência entre as coligações formadas, de forma que as de nível nacional 
formadas para o cargo de Presidente da República vinculavam as de âmbito estadual. Por 
oportuno, transcrevo o artigo citado:
Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para 
eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso, formar-se mais de 
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uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o 
pleito majoritário.
Essa regra de formação de coligações, baseada na verticalização com base na coligação 
para o pleito majoritário de Presidente da República, foi observada nas eleições de 2002 e 
2006 – eleições em que era possível a formação de coligações em nível nacional e estadual.
Ainda em 2006, a menos de 1 ano das eleições gerais daquele ano, o Congresso Nacional 
aprovou a Emenda Constitucional n. 52, que alterou o art. 17, § 1º, da CF, e determinou o fim da 
regra da verticalização das coligações.
No entanto, em atenção ao princípio da anterioridade eleitoral, previsto no art. 16 da 
CF/1988, essa modificação não foi aplicada às eleições daquele ano (2006), mas somente nas 
eleições de 2010, na qual era possível a formação de coligações em nível nacional e estadual. 
Naquela ocasião, o STF, na ADI n. 3685-8, assentou que o art. 16 da CF/1988 representa garan-
tia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder exercido pelos representantes 
eleitos e a quem assiste o direito de receber, do Estado, o necessário grau de segurança e de 
certeza jurídicas contra alterações abruptas das regras inerentes à disputa eleitoral.
Com a alteração do texto constitucional, cuja regra passou a valer a partir das eleições de 
2010 e vige até hoje, a formação de coligações abandonou a regra da verticalização. Assim, 
nada impede que partidos coligados em nível nacional para o cargo de Presidente da Repú-
blica sejam adversários nas eleições realizadas nos Estados, sendo aplicável o princípio da 
liberdade partidária.
5.2. CoLiGAções pArtidáriAs e os sistemAs eLeitorAis
No Brasil, temos dois sistemas eleitorais. No sistema majoritário, utilizado nas eleições 
para os cargos do Poder Executivo e para o cargo de Senador da República, é eleito o candi-
dato que obtém a maior quantidade de votos; e o sistema proporcional, utilizado para os car-
gos do Poder Legislativo à exceção, do cargo de Senador da República, em que os eleitos são 
determinados com base em cálculos aritméticos que levam em consideração o número de 
votos obtidos pelo partido ou coligação e o número de cadeiras em disputa. Nesse sistema, 
nem sempre o candidato mais votado é o eleito, pois as vagas são inicialmente atribuídas ao 
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partido ou coligação na proporção do número de votos obtidos e só depois, internamente, são 
distribuídos entre os candidatos a ele pertencentes de acordo com a votação obtida.
Esse tema será apresentado a você, com maior profundidade, na aula sobre Sistemas 
Eleitorais, caso faça parte do edital de seu concurso.
A antiga redação do art. 17, § 1º, da CF admitia a formação de coligação em ambos os 
sistemas eleitorais – majoritário e proporcional. A partir da edição da EC n. 97, de 2017, que 
alterou a redação do citado artigo constitucional, a formação de coligações ficou restrita ao 
sistema majoritário. Confira a atual redação do texto constitucional:
Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e 
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios 
e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas 
coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem 
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou mu-
nicipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
Embora essa emenda a CF/88 tenha sido editada em 2017, ela não se aplicou às eleições 
de 2018, na medida e que o legislador constituinte fez constar, no art. 2º do texto modificati-
vo, regra de transição que determinava sua aplicação somente a partir das eleições de 2020. 
Confira o dispositivo:
Art. 2º A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 
da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020.
Com efeito, as eleições de 2020 serão as primeiras em que teremos a formação de coliga-
ções apenas para as eleições majoritárias.
5.3. diretrizes pArA FormAção dAs CoLiGAções pArtidáriAs
A vontade de os partidos se coligarem se vincula, em regra, a diretrizes estabelecidas 
livremente no estatuto das agremiações, em homenagem ao princípio da Autonomia Partidá-
ria, insculpido no art. 17, § 1º, da CF. Essas regras intestinas podem deliberar, por exemplo, 
que o partido X não poderá se coligar em hipótese alguma com o partido Y. Caso o estatuto 
seja omisso, caberá ao órgão de direção nacional do partido político, de forma exclusiva, 
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estabelecê-las, publicando-as no Diário Oficial da União em até 180 (cento e oitenta) dias da 
eleição (Lei n. 9.504/1997, art. 7º, § 1º).
No ponto, sublinhamos que, conforme já decidido pelo TSE, essa competência do órgão 
de direção nacional não pode ser delegada a nenhum órgão estadual, sob pena de afronta ao 
caráter nacional que deve ostentar o partido, nos termos do art. 17, § 1º, da CF/88. Confira:
Como bem ressaltou o e. relator, “a diretriz partidária visa garantir ou evitar, de forma 
objetiva, a adoção de ações que estejam em compasso (ou descompasso) com as ideias, 
propostas e anseio nacional da agremiação. Não há, pois, como tais ideais nacionais 
serem substituídos por escolhas regionais ou estaduais, muitas vezes contaminadas 
por querelas locais”.
O indesejável risco de regionalização também foi ressaltado pela e. Ministra Luciana 
Lóssio ao consignar que, a prevalecer entendimento diverso, “cada diretório estadual vai 
ter uma carta em branco para fixar [...] diretrizes contrárias”.
Desse modo, é ilegítima a delegação estabelecida pelo diretório nacional do PSDB ao 
órgão estadual, por descentralizar competência expressamente prevista no art. 7º, § 2º, 
da Lei 9.504/97, com afronta, por conseguinte, ao caráter nacional da grei.
Esse entendimento não macula a autonomia partidária prevista no art. 17, § 1º, da CF/88. 
Ao contrário: a ofensa à Constituição Federal ocorre exatamente ao se regionalizarem 
diretrizes partidárias essenciais, como na espécie.
(REspe n. 177-95/PR, rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJe de 24.10.2018).
Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações, 
às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, no respectivo es-
tatuto ou em publicação avulsa no DOU, esseórgão de cúpula do partido poderá anular a 
deliberação e os atos dela decorrentes, em reforço ao caráter nacional dos partidos políticos 
(art. 7º, § 2º, da Lei n. 9.504/1997). Nesse sentido, colhe-se da jurisprudência do TSE:
A destituição de Convenção Partidária de nível inferior (i.e., estaduais e municipais) 
somente se afigura possível nas estritas hipóteses de inobservância das diretrizes legi-
timamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, que é o único órgão revestido 
de competência legal para proceder à anulação da deliberação e dos atos dela decorren-
tes, ex vi do art. 7º, § 2º, da Lei das Eleições.
(REspe n. 103-80/RN, rel. Min. Luiz Fux, DJe DE 30.11.2017).
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A anulação de deliberações de convenções partidárias deverá ser comunicada à Justiça 
Eleitoral no prazo de 30 dias após a data limite para o registro de candidatos.
Se, da anulação, decorrer a necessidade de escolha de novos candidatos, o pedido de re-
gistro deverá ser apresentado à Justiça Eleitoral nos 10 dias seguintes à deliberação, obser-
vado o prazo limite do art. 13 da Lei das Eleições, que é de até 20 dias antes do pleito.
Sem prejuízo dessa fiscalização da formação de vontade das convenções estaduais e 
municipais exercida nos termos do estatuto do partido ou por deliberação do órgão de dire-
ção nacional, vale notar que qualquer filiado ao partido, ainda que não seja candidato, pode, 
em caráter excepcional, impugnar pedido de registro de coligação integrada pelo respectivo 
partido, nas hipóteses de eventuais irregularidades ocorridas na convenção partidária.
A despeito de, na linha da pacífica jurisprudência do TSE (REspe n. 88-71/SC), o sucesso 
dos pedidos de registro de candidatura individuais estarem vinculados ao deferimento do 
Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), a legitimidade extraordinária do 
filiado para questionar aspectos da convenção partidária de sua agremiação deve ser exer-
cida exclusivamente nos autos do DRAP, e não nos pedidos individuais de candidatura da 
coligação. Nesse sentido:
Na linha da remansosa jurisprudência desta Corte, as discussões que envolvem vícios 
relativos à convenção partidária devem ser examinadas nos autos do DRAP, e não nos 
dos registros individuais de candidatura.
(REspe n. 2º765/MT, rel. Min. Luciana Lóssio, PSESS de 30.9.2016)
Embora o filiado do partido possa questionar vícios ocorridos na convenção do seu par-
tido, o princípio da autonomia partidária veda que, por esse motivo, coligações ou partidos 
adversários assim o façam. Nesse sentido:
Consignado pela Corte de origem que “a coligação adversária não tem legitimidade pro-
cessual para impugnar a candidatura com fundamento em irregularidade na convenção 
partidária, por ser essa questão de natureza interna corporis”.
(Respe n. 107-84/PB, rel. Min. Rosa Weber, PSESS de 16.12.2016).
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Antecipando um pouco a matéria, já que este ponto será tratado na aula de pedido de 
registro, cumpre informar que eventual ocorrência de fraude na convenção de um ou mais 
partidos integrantes de coligação não acarreta, necessariamente, o indeferimento do registro 
da coligação, mas a exclusão dos partidos cujas convenções tenham sido consideradas in-
válidas, com o consequente deferimento do registro da coligação e dos registros individuais 
dos candidatos por ela escolhido (TSE, REspe n. 22-04/PI).
5.4. FormAção dAs CoLiGAções pArtidáriAs
A coligação nasce com a adesão de partidos manifestada na respectiva convenção parti-
dária, não por ocasião de sua homologação pela Justiça Eleitoral (TSE, AG n. 5.052/SP).
Essas convenções são realizadas entre os dias 20 de julho a 5 de agosto do ano da eleição, 
em ata cuja lavratura dá-se em livro aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral, sendo publicada 
no prazo de 24h, em qualquer meio de comunicação (art. 8º da Lei n. 9.504/1997).
Considerando que cada partido é livre para fixar a data de sua convenção dentro do perío-
do legal permitido, nem sempre é possível decidir nessa reunião qual será o formato definitivo 
da coligação, ou seja, quais partidos farão parte dela.
Essa dificuldade é amenizada pela possibilidade de, durante a convenção partidária, 
os convencionais delegarem à Comissão Executiva ou a outro órgão partidário a efetiva for-
mação de coligação ou a escolha de candidatos, o que poderá ocorrer até 15 de agosto do ano 
da eleição, último dia para o registro de candidatos. Nesse sentido a jurisprudência do TSE:
É lícito ao partido político, em deliberação efetuada em convenção, delegar à comissão 
executiva ou a outro órgão partidário a escolha de candidatos.
(REspe n. 2930-71/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, PSESS de 30.10.2014).
No entanto, se na convenção nada se deliberar sobre essa delegação de poderes, a regra 
temporal deve ser rigorosamente observada, vedado, inclusive, a celebração de acordo que te-
nha por objeto a inserção de partido político em determinada coligação, quando já esgotado 
o prazo para a realização das convenções partidárias (AgR-REspe n. 31.673/GO, rel. Min. Mar-
celo Ribeiro, PSESS 16/10/2008).
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A respeito das possibilidades de formação de coligações, Olivar Coneglian (2018, p. 51) 
nos ensina que:
No processo de formação de coligações para as eleições majoritárias, um único par-
tido não pode participar de duas coligações diferentes com partidos diversos em uma 
mesma circunscrição. O que se admite é que a mesma coligação formada para gover-
nador se repita na eleição para senador, ou nesta os partidos caminhem isolados ou não 
lancem candidatos.
Para afastar qualquer dúvida sobre essa matéria, vamos a uma hipótese didática sobre a 
formação de coligações para os cargos majoritários no Estado:
Exemplo: imagine, por hipótese, que os partidos A, B, C e D formem uma coligação para con-
correr ao cargo de governador em determinado Estado.
Nesse caso, é possível a formação das seguintes coligações para concorrer ao cargo de 
Senador:
– a formação da mesma coligação com os partidos A, B, C e D para concorrer ao cargo de 
Senador.
– o lançamento isolado de candidatos dos partidos A, B, C e D para concorrer ao cargo de 
Senador.
De outro modo, nessas mesmas eleições estaduais não é permitido...
Exemplo: relembre que quatro partidos (A, B, C e D) resolvem se coligar para a eleição de 
governador. Nesse caso é vedado no Estado:
– a formação de duas coligações para Senador: uma com os partidos A e B; a outra com os 
partidos C e D.
– a formação de coligação de três deles para a eleição de Senador (A, B e C), deixando isola-
do D.
– A formação de uma coligação para Senador com os partidos A e B e o lançamento isolado 
de candidatos pelos partidos C e D.
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– A formação de uma coligação com os quatro partidos mais um novo que não se coligou 
para governador (A, B, C, D e E).
Olivar Coneglian (2018, p. 52), contudo, nos alerta que a candidatura de governador não 
é mais importante que a Senador, e não condiciona essa. E a recíproca é verdadeira. Assimconsigna que:
Pode haver coligação para senador, e os partidos dela componentes marcharem isolados para a 
candidatura de governador, ou não lançarem candidatos à eleição de governador.
Lembre-se, no ponto, que não existe mais o instituto da verticalização de coligações. As-
sim, a formação de coligações nas eleições estaduais para os cargos majoritários não se 
vincula ao quadro de coligações formado nas eleições presidenciais.
Aliás, nas eleições presidenciais e municipais a situação é mais simples, porquanto só 
existe um cargo majoritário em disputa: Presidente e Prefeito, respectivamente.
5.5. denominAção dAs CoLiGAções pArtidáriAs
As coligações são formadas por partidos. Antes, porém de estudarmos a formação do 
nome da coligação, vale notar que cada partido possui um nome oficial registrado no TSE, tais 
como, Movimento Democrático Brasileiro (MDB) ou Partido da Social Democracia Brasileira 
(PSDB).
Recentemente, o Tribunal decidiu que no nome da agremiação partidária não precisa con-
ter a expressão “partido” e aprovou a alteração do nome do Partido do Movimento Democrá-
tico Brasileiro (PMBD) para Movimento Democrático Brasileiro (MDB) (Pet n. 128, Rel. Min. 
Admar Gonzaga, DJe de 17.5.2018). Em outra ocasião, decidiu também que o nome do partido 
não precisa vir acompanhado de sigla, ao aprovar a alteração do nome do Partido Progressis-
ta Social (PPS) para Cidadania.
Deve ser acolhida a anotação da mudança do nome da formação política, de Partido 
Popular Socialista (PPS) para Cidadania (sem sigla ou denominação abreviada), pois 
cumpridas as exigências legais.
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A nova denominação da legenda não possui o potencial de ocasionar erro ou confusão 
com outro partido político, nem dificulta a sua própria identificação (art. 7º, § 3º, da Lei 
n. 9.096/1995).
Apesar de o art. 15, I, da Lei n. 9.096/1995 e o art. 48, I, da Res.-TSE n. 23.571/2018 
preverem que o estatuto partidário deverá conter norma sobre “nome” e “denominação 
abreviada”, a jurisprudência desta Corte Superior é no sentido da não obrigatoriedade de 
sigla, sobretudo se inexistirem prejuízos à identificação da grei e à inclusão do nome no 
boletim de urna.
(Pet n. 74 (0001782-78.1996.6.00.0000), rel. Min. Og Fernandes, DJe de 29.10.2019)
A coligação formada pelos partidos terá denominação própria, diferente dos nomes das 
agremiações que a compõe, como, por exemplo, Coligação Força Brasília, ou poderá ainda 
ser reconhecida pela junção de todas as siglas dos partidos que a integram – Coligação PT/
PMDB/PSO. Não poderá, contudo, incluir ou fazer referência a nome ou número de candidato, 
nem conter pedido de voto para partido político. Assim são proibidos nomes como Coligação 
João é o Melhor ou Coligação Vote em João (art. 6º, §§ 1 e 1-A da Lei das Eleições).
Apesar de ter sido facultado às coligações optarem por uma denominação própria, subli-
nho que, na propaganda eleitoral, essas pessoas jurídicas pro tempore devem, sob sua deno-
minação, listar a legenda dos partidos que a compõe.
5.6. LeGitimidAde dAs CoLiGAções pArtidáriAs pArA AtUAr no proCesso 
eLeitorAL
Enquanto existir, a coligação funcionará como um só partido no relacionamento com a 
Justiça Eleitoral e no trato dos interesses interpartidários, substituindo-se às agremiações 
que a ela pertençam (art. 6º, § 1º, da Lei n. 9.504/1997).
Nessa compreensão, o partido político coligado somente possui legitimidade para atuar 
de forma isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, 
durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a 
impugnação do registro de candidatos. Noutro falar, durante o processo eleitoral, o partido 
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coligado não poderá, em reforço ao caráter unitário da coligação, agir individualmente para 
impugnar outras candidaturas, apresentar ações eleitorais ou mesmo interpor recursos, res-
tabelecendo-se essa legitimidade ao final desse período.
Conforme a jurisprudência desta Corte e nos termos do art. 6º, § 4º, da Lei n. 9.504/97, 
o partido coligado não tem legitimidade para recorrer isoladamente no processo de 
registro, salvo para questionar a validade da própria coligação.
(REspe n. 154-09/SP, rel. designado Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, DJe de 
5.9.2017).
Nos termos do art. 6º, § 3º, III e IV, da Lei n. 9.504/1997, os partidos coligados, a fim de 
viabilizar sua atuação perante a Justiça Eleitoral, devem designar um representante, que terá 
atribuições equivalentes às de presidente de partido político no trato dos interesses e na re-
presentação da coligação no que se refere ao processo eleitoral.
Esse trato com a Justiça Eleitoral também pode ser realizado por delegados indicados 
pelos partidos políticos, na seguinte proporção no âmbito da circunscrição:
•	 três delegados perante o Juízo Eleitoral;
•	 quatro delegados perante o tribunal regional eleitoral;
•	 cinco delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Quando a atuação da coligação for judicial, v.g., ajuizamento de uma ação, o represen-
tante da coligação ou um dos seus delegados deve providenciar a constituição de advogado, 
para satisfazer a exigência da capacidade postulatória para estar em juízo.
6. esCoLhA de CAndidAtos em Convenção
Para que o cidadão se apresente como elegível, ele deve não incidir em uma causa de ine-
legibilidade e, cumulativamente, preencher as condições de elegibilidade.
As condições de elegibilidade podem ser constitucionais, também denominadas próprias, 
ou infraconstitucionais, também conhecidas como impróprias.
As de caráter constitucional estão elencadas no art. 14, § 3º, da Constituição Federal, nos 
seguintes termos:
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Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:
trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e 
juiz de paz;
dezoito anos para Vereador.
Ao enunciar as condições de elegibilidade constitucionais, contidas no art. 14, § 3º, da 
CF/88, o legislador fez constar a seguinte prescrição: “na forma da lei”, tratando-se, portanto de 
uma norma de eficácia contida, de acordo com a classificação quanto a eficácia das normas cons-
titucionais de José Afonso da Silva. Isso significa que a norma constitucional autoriza o legisla-
dor a regulamentar matéria, incluindo nessa autorização não apenas a possibilidade de modi-
ficar as já existentes como também a de inovar no ordenamento jurídico para criar condições 
de elegibilidade.
Para tanto, não há a necessidade de edição de lei complementar, basta a edição de lei 
ordinária, tendo em vista que, conforme entendimento doutrinário, a instituição de leis comple-
mentares fica restrita aos casos em que a Constituição expressamente exige sua edição, o que 
não é o caso.
Nesse passo, o legislador infraconstitucional erigiu, na Lei das Eleições, as duas condi-
ções de elegibilidadeinfraconstitucionais que temos atualmente: a quitação eleitoral e a es-
colha em convenção partidária, esta última tema de nossa aula de hoje.
Todo cidadão que deseje se candidatar em pleitos eleitorais deve necessariamente se fi-
liar a um partido político, nos termos do art. 14, § 3º, V, da CF/88. Porém, vale notar, a filiação, 
por si só, não garante o status de pretenso candidato da agremiação, porquanto, nos termos 
do art. 11, § 14, da Lei das Eleições, ainda que o requerente tenha filiação partidária – condi-
ção de elegibilidade constitucional –, é vedado o registro de sua candidatura avulsa, ou seja, 
sem a escolha de seu nome por um partido político, em regra, em uma convenção partidária. 
Nesse sentido:
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Não sendo comprovada a escolha do candidato em convenção partidária, o indeferi-
mento do pedido de registro de candidatura é medida que se impõe.
(RCAND n. 76744/DF, rel. Min. João Otávio de Noronha, PSESS de 5.8.2014).
Além de vedar as candidaturas avulsas, não há regra legal em vigor que ampare a chama-
da candidatura nata. Embora o art. 8º, § 1º, da Lei n. 9.504/1997 estabeleça que aos detento-
res de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos que tenham 
exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso, é assegurado 
o registro de candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados, o STF, 
ao apreciar a ADIN 2530, suspendeu, cautelarmente, a eficácia dessa norma.
A escolha de candidatos em convenção é, com a deliberação sobre formação de coliga-
ção, matéria que deve ser deliberada, em regra, nas reuniões partidárias realizadas obriga-
toriamente entre os dias 20 de julho a 5 de agosto do ano da eleição. A Justiça Eleitoral não 
reconhece decisões sobre essas matérias deliberadas em convenções realizadas fora desse 
prazo, por ferir a isonomia entre os partidos políticos e comprometer a legitimidade do pleito. 
Nesse sentido:
1. As convenções destinadas à escolha dos candidatos e as deliberações acerca da for-
mação de coligações devem ocorrer no período compreendido entre 10 e 30 de junho 
(atualmente 20 de julho a 5 de agosto) do ano em que se realizam as eleições. (Art. 8º, 
caput, da Lei n. 9.504/1997).
2. É admissível que a convenção delegue à Comissão Executiva ou a outro órgão parti-
dário a efetiva formação de coligação ou a escolha de candidatos, o que poderá ocorrer 
até o prazo previsto no art. 11 da Lei n. 9.504/1997, a saber, 5 de julho (atualmente 15 de 
agosto). Precedente: RO n. 1329, Rel. Min. Gerardo Grossi, publicado em sessão em 24 
de outubro de 2006.
3. In casu, inexistiu delegação dos convencionais ao órgão partidário municipal para a 
escolha posterior dos candidatos. A extemporaneidade da convenção deveu-se à ina-
dimplência dos filiados para com o partido político, posteriormente relevada para possi-
bilitar realização de nova convenção, já fora do prazo.
4. A concessão de prazo maior a determinada agremiação partidária para a escolha de 
candidatos fere a isonomia entre os partidos políticos e compromete a legitimidade das 
eleições.
(REspe n. 30584/MG, rel. Min. Felix Fischer, PSESS de 22.9.2008).
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Como exceções a essa regra, temos: (i) a possibilidade de, na convenção partidária, haver 
a delegação para algum órgão interno do partido deliberar sobre essas matérias, conforme 
já estudamos ao tratar das coligações partidárias; (ii) a escolha de candidatos para vagas 
remanescentes e; (iii) a substituição de candidatos.
Passemos, então, ao estudo da escolha de candidatos para vagas remanescentes e, em 
seguida, a substituição de candidatos.
7. vAGAs remAnesCentes
Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legis-
lativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% do número 
de lugares a preencher, consoante dispõe o art. 10 da Lei das Eleições.
O inciso I do mencionado dispositivo estabelece que, nas unidades da Federação em que 
o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não exceder a doze, cada 
partido poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital no 
total de até 200% das respectivas vagas.
Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, 
a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% 
(cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher, salvo: (Redação dada pela Lei 
n. 13.165, de 2015)
I – nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos De-
putados não exceder a doze, nas quais cada partido ou coligação poderá registrar candidatos a 
Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital no total de até 200% (duzentos por cento) das 
respectivas vagas; (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
II – nos Municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderá registrar candida-
tos no total de até 200% (duzentos por cento) do número de lugares a preencher.(Incluído pela Lei 
n. 13.165, de 2015)
De acordo com as mudanças promovidas pela Emenda Constitucional n. 97/2017, não s 
admite a formação de coligações para as eleições proporcionais.
Embora a redação desse artigo se refira também à coligação, neste ponto ele está revo-
gado, porquanto não existe mais a possibilidade de formação de coligações para concorrer 
aos cargos nele mencionados, cujas eleições são realizadas pelo sistema proporcional. Já o 
inciso II desse artigo está completamente revogado.
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Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Lei n. 9.504/1997: Disposições Gerais
DIREITO ELEITORAL
Na hipótese de o partido não escolher em convenção partidária o número máximo de can-
didatos a que ele tem direito, as vagas restantes são denominadas de vagas remanescentes. 
Essas vagas remanescentes poderão ser preenchidas no prazo de até 30 dias antes da data 
das eleições, nos termos do art. 10, § 5º, da Lei n. 9.504/1997.
Art. 10, § 5º No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número má-
ximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão pre-
encher as vagas remanescentes até trinta dias antes do pleito. (Redação dada pela Lei n. 13.165, 
de 2015)
Note que as vagas remanescentes surgem ao final da convenção partidária. De maneira 
alguma se relacionam com a desistência ou ausência de registro de candidatos escolhidos 
em convenção.
O preenchimento de vagas remanescentes não se aplica aos pleitos majoritários, apenas 
aos pleitos proporcionais, conforme nos ensina Olivar Coneglian (2018, P. 86):
Se um partido não pediu, até o dia 15 de agosto do ano da eleição, o registro de can-
didato a prefeito, não pode fazê-lo mais tarde. Se um partido, na eleição para sena-
dor onde existam duas vagas, indicar, durante a convenção, apenas um candidato, não 
poderá mais tarde indicar o segundo candidato.
Os candidatos indicados para o preenchimento das vagas remanescentes devem pre-
encher todas as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma das situações de ine-
legibilidade, sob pena de indeferimento do registro de candidatura. Não há flexibilização de 
requisitos, exigindo-se, inclusive, que a escolha seja realizada em uma convenção partidária 
ou, se autorizada por esta, indicado pelo

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