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19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/14 HUMANISMO (1434 ou 1418-1527) Gil Vicente(1465?-1536?) Texto 1 - Contexto Social e Histórico Em 1383, com receio de perder sua soberania para Espanha, a massa popular se apodera do trono e elege como herdeiro seu líder, o Mestre de Avis, D. João I, filho bastardo de D.Pedro I (em Portugal) Inicia-se assim a poderosa a Dinastia de Avis ( 1385-1580), uma sucessão de reis empenhados no desenvolvimento mercantil e cultural de Portugal. O caminho dos descobrimentos e das grandes navegações começa a ser trilhado. Com as navegações, há um amplo desenvolvimento do comércio e das cidades. Assim, o feudalismo passa a dar lugar ao sistema mercantil.. noção de um destino sujeito a forças ocultas passa a dar lugar visão mais prática, guiada pelo lucro. Não só o feudalismo entra em decadência, mas o teocentrismo. Aos poucos, passa a conviver com o antropocentrismo , que valoriza o ser humano e seus feitos, colocando o homem como centro do universo. Surge também a imprensa de Gutemberg que auxilia na difusão das notícias. Intensificam- se os conhecimentos sobre a cultura greco-latina, na qual os feitos humanos são valorizados. Assim, a cultura religiosa convive com a cultura clássica, o feudalismo convive com o mercantilismo e o teocentrismo convive com o antropocentrismo, constituindo-se o Humanismo como um momento de transição, que precede o Renascimento. Tal transição pode ser observada claramente na Literatura, que mantém aspectos medievais, mas já vislumbra outros de cunho moderno. Questão 1: Quanto ao contexto histórico durante o Humanismo em Portugal, podemos afirmar que: 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/14 A) A cultura clássica assume destaque e os aspectos religiosos são deixados de lado. B) O antropocentrismo não ocorre, devido à forte visão teocentrista C) O mundo medieval convive com o mundo moderno, sendo um período de transição. D) O feudalismo não permite que o mercantilismo se manifeste. E) Os reis portugueses não colaboram com o processo de desenvolvimento cultural e mercantil. Resposta: Alternativa C O Humanismo é conhecido como um momento de transição, no qual antropocentrismo e teocentrismo; feudalismo e mercantilismo convivem constantemente. Os reis portugueses da dinastia de Avis almejam o progresso cultural e mercantil do País. Texto 2 A produção literária Os grandes artistas do Humanismo italiano que influenciaram não só os artistas portugueses como outros foram os poetas Dante Alighieri ( 1265-1321) e Petrarca ( 1304-1374). O início do Humanismo em Portugal ocorre em 1434, quando o rei D. Duarte nomeou Fernão Lopes como guarda-mor da Torre do Tombo e o incumbiu de escrever crônicas sobre os reis portugueses. Historiografia- crônicas de Fernão Lopes As crônicas históricas , como o próprio nome já diz, constituem-se em excelentes registros dos costumes e história de Portugal. Contudo, Fernão Lopes distingue-se dos demais historiadores devido à importância que dava às pessoas do povo, personagens coadjuvantes dos reis. Suas crônicas apresentam um espírito humanista, sendo relevantes tanto para a História como para a Literatura. Além disso, as histórias são narradas com habilidade, assemelhando-se a novelas de cavalaria. Obras: Crônica de el-rei D. Pedro I , Crônica de el-rei D. Fernando, Crônica de el- rei D. João. Veja a seguir o trecho de uma crônica de Fernão Lopes: O cerco de Lisboa Andavam os moços de três e de quatro anos pedindo pão pela cidade pelo amor de Deus, como lhes ensinavam suas madres; e muitos não tinham outra cousa que lhes dar senão lágrimas que com eles choravam, que era triste cousa de ver, e se lhes davam tomando pão como noz, haviam-no por grande bem. Desfalecia o leite àquelas que tinham crianças a seus peitos, por míngua de mantimento; e vendo lazerar seus filhos a que ocorrer não podiam, choravam amiúde sobre eles a morte, antes que os a morte privasse da vida: muitos esguardavam as preces alheias com chorosos olhos, por cumprir o que a piedade manda; e, não tendo de que lhes ocorrer, caíam em dobrada tristeza. .... Ora esguardai, como se fôsseis presentes, uma tal cidade 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/14 assim desconforta a e sem nenhuma certa fiúza de seu livramento, como viveriam em desvairados cuidados quem sofria ondas de tais aflições! Ó geração que depois veio, povo bem aventurado, que não soube parte de tantos males nem foi quinhoeiro de tais padecimentos! (O cerco de Lisboa é um episódio da guerra entre Portugal e Castela, em 1384, durante a Revolução de Avis). ( Projecto Vercial – Literatura medieval- Fernão Lopes disponível em http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/lopes.htm acessado em 14 out 2010) Vocabulário madre: mãe desfalecer: diminuir, minguar lazerar: ter muita fome; acorrer: socorrer esguardar: olhar, observar fiúza: confiança desvairado: diferente, diverso quinhoeiro: participante Poesia Palaciana A poesia palaciana está compilada no Cancioneiro Geral de Garcia Resende, 1516. Como características podemos destacar sua autonomia em relação à música e o uso de temas ligados à vida social da corte. Apesar de algumas inovações, como a adoção dos versos redondilhos, de sete sílabas poéticas, o uso de trovas e vilancetes, a poesia dessa época é de pouca expressividade, comparada aos outros gêneros desenvolvidos, como o teatro de Gil Vicente. Questão 2: As crônicas durante o Humanismo tinham um caráter histórico, de registro dos feitos dos reis e da história de Portugal. Se é assim, por que consideramos o início do Humanismo momento em que Fernão Lopes assume a função de guardador-mor da Torre do Tombo ? Resposta: Apesar das crônicas nesse período terem um caráter histórico, Fernão Lopes possuía uma forte habilidade narrativa, dando aos fatos históricos uma perspectiva mais humana, mais antropocêntrica, mostrando, além do Rei, pessoas do povo como coadjuvantes da História. Texto 3 - O teatro de Gil Vicente Gil Vicente(1465-1536) Poucos fatos são tidos como certos na vida de Gil Vicente. Nasceu por volta de 1465, provavelmente em Guimarães. Em 1509, o rei D. Manuel o nomeou ourives da rainha D. Leonor e em 1513 foi nomeado mestre da balança da Casa da Moeda de Lisboa e trovador. Aproveitou-se do http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/lopes.htm 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/14 prestígio que a função de organizador das festas da corte lhe conferia para, em 1502, encenar sua primeira peça, o Monólogo do vaqueiro ou Auto da visitação, na câmara da rainha D. Maria, em comemoração ao nascimento do futuro rei D. João III. Durante trinta e quatro anos Gil Vicente fez representar mais de 40 peças que nos dão hoje um amplo panorama da sociedade portuguesa da época.. Em 1562, seu filho, Luís Vicente, publicou a Compilagem de todalas obras de Gil Vicente. Inicialmente, recebeu influências dos poemas pastoris do espanhol Juan del Ensina. Contudo, mas acabou por utilizar elementos tipicamente populares desenvolvidos na Idade Média como as narrativas das novelas de cavalaria, os milagres e mistérios que eram provavelmente encenados nas igrejas e as farsas com objetivos satíricos. A isso tudo acrescentou o cômico, o religioso, o mistério, o lirismo trovadoresco e a crítica social. Esta última pode ser considerada como seu traço mais humanista. As peças de Gil Vicente são rudimentares, com poucas rubricas ou indicações de cenários.Isso não quer dizer que sejam de pouco valor estético. Temos que levar em conta que o texto dramático só está completo quando é encenado no palco. Segundo o crítico literário Massaud Moisés, as peças vicentinas são apenas indicações para a atuação, cabia, pois, ao ator improvisar sobre o texto base, ampliando as falas e incluindo mímicas. Quando Gil Vicente encenava suas peças, o Renascimento já estava presente, contudo, esse grande dramaturgo, tentava resgatar valores medievais esquecidos. Características do teatro vicentino: · Teatro alegórico - As barcas, por exemplo, simbolizam a morte · Personagens tipo – Representam uma classe social, profissão, sexo, idade. · Rupturas da linearidade do tempo e despreocupação com a verossimilhança. · Teatro cômico e satírico. A maioria das peças são comédias de costumes, seguindo o lema latino de Plauto: “ Ridendo castigat mores” (Pelo riso corrigem-se os costumes). · É chamado de popular por incorporar a tradição medieval e popular, não era apresentado ao povo. · As falas das personagens são em versos, sendo Gil Vicente um verdadeiro poeta dramático. · A língua portuguesa apresenta aspectos arcaicos. Há várias peças em Espanhol e bilíngües. Questão 3: Assinale a única alternativa que não corresponde a uma característica do teatro de Gil Vicente: 1. O teatro vicentino era chamado de popular pois era apresentado em praça pública para o povo. 2. Era um teatro de sátira social que não perdoava classe, povo, fidalguia ou clero. 3. Seu lema moralista era " Ridendo castigat mores"(rindo corrigem-se os costumes). 4. Por pertencer ao Humanismo, o teatro vicentino está dividido entre a tradição e a modernidade. 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/14 5. Era um teatro simples, primitivo, mas de alta qualidade e originalidade. Resposta: Alternativa A O teatro vicentino era apresentado para a nobreza e para o clero. Ficou conhecido como popular, pois o autor se baseava em personagens e situações populares para compor suas histórias. Texto 4- Comicidade: Para provocar o riso, Gil Vicente utiliza inúmeros recursos: · Comicidade de caráter: as características psicológicas das personagens levam ao riso. Pero Marques (Farsa de Inês Pereira) é tímido, simples e sem modos. · Comicidade de situação: as atitudes das personagens são cômicas. Pero Marques ao pedir Inês em casamento comporta-se como um simplório que mal sabe se sentar em uma cadeira. · Comicidade da linguagem: O autor utiliza vários recursos lingüísticos como a ironia, trocadilhos, ditos populares, gírias e palavrões. Algumas obras: Autos pastoris: Auto pastoril português e Auto pastoril da Serra da Estrela Autos de moralidade: Auto da barca do inferno, Auto da barca do purgatório e Auto da barca da glória, Auto da Lusitânia Farsas: Farsa de Inês Pereira, O velho da horta, Quem tem farelos? Essas obras fazem parte do domínio público e podem ser localizadas na internet http://www.dominiopublico.gov.br Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente Auto de moralidade composto por Gil Vicente por contemplação da sereníssima e muito católica rainha Lianor, nossa senhora, e representado por seu mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome. Começa a declaração e argumento da obra. Primeiramente, no presente http://www.dominiopublico.gov.br/ 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/14 auto, se figura que, no ponto que acabamos de espirar, chegamos subitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, um deles passa para o paraíso e o outro para o inferno: os quais batéis tem cada um seu arrais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companheiro. O primeiro interlocutor é um Fidalgo que chega com um Paje, que lhe leva um rabo mui comprido e uma cadeira de espaldas. E começa o Arrais do Inferno ante que o Fidalgo venha. (...) — Ó poderoso dom Anrique, cá vindes vós?... Que cousa é esta?...Vem o Fidalgo e, chegando ao batel infernal, diz: Fildalgo — Esta barca onde vai ora, que assim está apercebida? Diabo — Vai para a ilha perdida, e há-de partir logo ess'ora. Fildalgo — Para lá vai a senhora? Diabo — Senhor, a vosso serviço. Fildalgo — Parece-me isso cortiço... Diabo — Porque a vedes lá de fora. Fildalgo — Porém, a que terra passais? Diabo — Para o inferno, senhor. Fildalgo — Terra é bem sem-sabor. Diabo — Quê?... E também cá zombais? Fildalgo — E passageiros achais para tal habitação? Diabo — Vejo-vos eu em feição para ir ao nosso cais... Fildalgo — Parece-te a ti assim!... Diabo — Em que esperas ter guarida? Fildalgo — Que leixo na outra vida quem reze sempre por mim. Diabo — Quem reze sempre por ti?!.. Hi, hi, hi, hi, hi, hi, hi!... 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/14 E tu viveste a teu prazer, cuidando cá guarnecer por que rezam lá por ti?!... Embarca — ou embarcai... que haveis de ir à derradeira! Mandai meter a cadeira, que assim passou vosso pai. Fildalgo — Quê? Quê? Quê? Assim lhe vai?! Diabo — Vai ou vem! Embarcai prestes! Questão 4: Explique os recursos de comicidade utilizados por Gil Vicente a partir do fragmento acima. Resposta: Nessa cena podemos observar os três níveis de comicidade, de caráter,de situação e de linguagem. O fidalgo D. Anrique é descrito de forma ridícula, sua roupa possui uma cauda enorme, carregada por um pajem. Seu tom é de soberba, reclama que a barca é fraca, é cortiça. Ele zomba do Diabo, chamando-o de Senhora. O Diabo, por sua vez, ri da petulância do fidalgo que nunca foi humilde e pensa que deve ir para o céu porque pessoas rezam por ele. Há trocadilhos e muita ironia. Veja uma "entrevista" de Gil Vicente e conheça algumas de suas peças: http://www.citi.pt/gilvicenteonline/flash/index.html Exercício 1: Assinale a alternativa em que se encontra uma informação incorreta sobre a obra de Gil Vicente: 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/14 A) Sofre a influência de Juan Del Encina, principalmente no teatro pastoril de sua primeira fase. B) Seus personagens representam tipos de uma vasta galeria de estratos da sociedade portuguesa da época. C) Um dos maiores valores de sua obra é ter contrabalançado uma sátira contundente com o pensamento cristão. D) Por viver em pleno Renascimento, apega-se aos valores greco- romanos, desprezando os princípios da Idade Média. E) Suas obras primas, como a Farsa de Inês Pereira, são escritas na terceira fase de sua carreira, período de maturidade intelectual. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Na "Farsa de Inês Pereira", Gil Vicente: A) Retoma a análise do amor do velho apaixonado, desenvolvida em "O Velho da Horta". 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/14 B) Mostra a humilhação da jovem que não pode escolher seu marido, tema de várias peças desse autor. C) Conta a história de uma jovem que assassina o marido para se livrar dos maus tratos. D) Aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo, uma solução religiosa para a decadência moral de seu tempo. E) Denuncia a revolta da jovem confinada aos serviços domésticos, o que confere atualidade à obra. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício3: Assinale a alternativa incorreta sobre Gil Vicente: A) compôs peças de caráter sacro e satírico. B) embora servisse para o entretenimento da corte, seu teatro caracteriza-se por ser primitivo, rudimentar e popular. C) aprofunda-se nos valores clássicos, seguindo padrões do teatro grego. D) ao lado da sátira, encontram-se elevados valores cristãos. E) 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/14 compôs peças com personagens alegóricos. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: Indique a afirmação CORRETA sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: A) A estruturação de suas cenas é bem intrincada e surpreende o público com o inesperado de cada situação. B) O moralismo vicentino não localiza o vício nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas. C) É completa a crítica aos costumes da época, já que o autor é o primeiro a relativizar a distinção entre o Bem e o Mal. D) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares, as mais severamente punidas. E) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: O “Auto da Barca do Inferno” pertence ao Humanismo, em Portugal, porque Gil Vicente: A) 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/14 Critica a Igreja pela venda indiscriminada de indulgências e pela vida desregrada dos padres. B) Preocupa-se somente com a salvação do homem após a morte, sem se voltar para os problemas sociais da época. C) Equilibra a concepção cristã da salvação após a morte com a visão crítica do homem e da sociedade de seu tempo. D) Tem como única preocupação criticar o homem e as mazelas sociais do momento histórico em que está inserido. E) Critica a Igreja, ao defender com entusiasmo os princípios reformistas disseminados pela Reforma protestante. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: Enade-2002 Como é seca a velhice! Leixai-me ouvir e folgar, que não me hei-de contentar de casar com parvoíce. A protagonista de Inês Pereira profere as palavras acima para justificar à mãe a decisão de não se casar com Pero Marques. Nas cenas finais, já viúva do escudeiro autoritário com quem escolhera casar, a personagem decide aceitar o antigo pretendente, que lhe parece talhado para ser marido traído. Com essa trajetória da personagem, Gil Vicente comprova a máxima popular que é tomada como mote de seu texto: mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube. As considerações acima, associadas ao contexto da obra, permitem a afirmação correta de que o autor A) 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/14 produziu a reviravolta no enredo da farsa humanística como manobra para garantir a dignidade da heroína, representante dos valores sociais que emergiam. B) fez a protagonista viver a tragédia da inocência, e sua humilhação final mostra a impossibilidade da preservação do pretendido registro idealista. C) se preocupou, como é usual no gênero escolhido, em mostrar que a heroína se ajustou a uma nova situação e à sociedade como um todo, recurso que permitiu a Gil Vicente evidenciar a hipocrisia de seu tempo. D) escolheu o gênero que lhe permitisse tratar o amor e a estrutura social como forças fatalisticamente irreconciliáveis, impondo o banimento da heroína do grupo social a que pertence. E) deu à farsa o tratamento típico da tragédia – a heroína ao vencer uma série de provas desafia o destino – recurso escolhido para criticar, pelo riso, costumes de seu tempo. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: Considere as seguintes afirmações sobre o Auto da Barca do Inferno , de Gil Vicente e assinale a alternativa correta: I - O auto atinge seu clímax, auge na história,na cena do Fidalgo, personagem que reúne em si os vícios das diferentes categorias sociais anteriormente representadas. II - A ênfase dessa sátira recai sobre as personagens populares, as mais severamente punidas. III- Os personagens tipo, caricaturais, contribuem para o humor e para a crítica social. 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/14 A) Apenas a I está correta. B) Apenas a II está correta C) Apenas a III está correta D) Apenas a I e II estão corretas E) Apenas a II e a III estão corretas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 8: Assinale a alternativa em que se encontra uma informação INCORRETA sobre a obra de Gil Vicente: A) Pode ser considerado um poeta dramático, devido seu teatro ser escrito em versos. B) Seus personagens representam tipos de uma vasta galeria de estratos da sociedade portuguesa da época. 19/02/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 14/14 C) Um dos maiores valores de sua obra é ter contrabalançado uma sátira contundente com o pensamento cristão. D) Por viver em pleno Renascimento, apega-se aos valores greco-romanos, desprezando os princípios da Idade Média. E) Suas obras primas, como a Farsa de Inês Pereira, são escritas em período de maturidade intelectual. 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