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Texto Sexualidade

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Atividade de Aprendizagem 
 
 
 Ler os textos indicados e produzir um texto refletindo sobre os determinantes 
do comportamento sexual e da sexualidade; discutir a influência da biologia e da 
cultura: 
 
 
 Sexualidade é um aspecto central do ser humano durante toda sua vida e abrange 
o sexo, os papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. 
A sexualidade é experimentada e expressada nos pensamentos, nas fantasias, nos desejos, 
na opinião, nas atitudes, nos valores, nos comportamentos, nas práticas, nos papéis e nos 
relacionamentos. A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, 
psicológicos, sociais, econômicos, políticos, cultural, éticos, legais, históricos, religiosos e 
espirituais. A sexualidade é muito relativa e pessoal, visto que o que pode ser considerado 
prazeroso para alguns, pode não ser para outros, além disso, ela se desenvolve de acordo 
com as experiências de cada pessoa. A noção de sexualidade como busca de prazer, 
descoberta das sensações proporcionadas pelo contato ou toque, atração por outras 
pessoas (de sexo oposto e/ou mesmo sexo) com intuito de obter prazer pela satisfação dos 
desejos do corpo, entre outras características, é diretamente ligada e dependente de fatores 
genéticos e principalmente culturais. 
 Os conceitos de sexo e de gênero tendem a ser diferenciados a partir da dicotomia 
biologia e cultura. Assim, características anatômicas seriam a base para a definição de sexo 
enquanto que características socioculturais determinariam o gênero. A homossexualidade 
acontece entre pessoas do sexo masculino (gays) e feminino (lésbicas). Dependendo das 
culturas e povos, a homossexualidade até os dias atuais, pode ser vista como um distúrbio, 
um tipo de aberração e, em muitos caso, é considerado crime. O conceito de gênero está 
relacionado com o de sexualidade posto que faz referência aos gêneros masculino e 
feminino. A identidade de gênero é, por sua vez, o gênero com o qual o indivíduo se 
identifica. Nesse caso, existem pessoas que desde crianças nascem com determinado sexo, 
no entanto, se identificam com outro. Esses são chamados de transgêneros. Importante 
destacar que a violência de gênero é gerada pelo preconceito com o sexo oposto. Ela 
envolve agressões físicas, verbais e psicológicas. Geralmente são mulheres que sofrem 
com esse tipo de violência. Vale ressaltar que práticas machistas e sexistas estão 
relacionadas com a violência de gênero, onde o pensamento masculino é colocado no 
centro. 
 Por razões culturais o sexo até há algum tempo era visto somente como algo ligado 
a reprodução, o prazer era reprimido, por ser considerado pecaminoso ou moralmente 
condenável. A sociedade, de um modo geral, até hoje, possui uma visão negativa da 
sexualidade. Por esta razão, o meio social constitui-se em um ambiente repressor, fazendo 
valer as normas e regras comuns a todos os seus integrantes. Desta forma, todas as 
expressões e comportamentos, principalmente o sexual, são regidos por esta cultura de 
repressão, onde se prevalece o silêncio ou a reprodução de mitos e tabus. Eram 
considerados como patológicos os comportamentos sexuais que não tivessem finalidade 
reprodutiva, considerando-os como “anormalidades sexuais”. Nessa época, o pensamento 
religioso dava grande importância à família e entendia o sexo como uma infeliz necessidade 
e não como algo que proporcionasse prazer. Então, a partir do pensamento médico e da 
religião, surgem mitos como o de que o excesso de relações sexuais tornava o homem 
idiotizado ou as mulheres que sentissem prazer morreriam muito jovens. 
 As disfunções sexuais podem surgir por fatores biológicos, hormonais, sociais ou 
psicológicos. Existem muitas disfunções e há uma perturbação significativa que impacta a 
qualidade de vida do indivíduo ou do casal. Alguns fatores psíquicos que podem afetar a 
sexualidade são: preconceitos ansiedade, depressão, estresse do casal ou individual, falta 
de comunicação eficaz, alterações do aspecto físico do parceiro, rotina, autoestima, 
idealização do parceiro. A terapia pode colaborar de diversas formas com o 
desenvolvimento saudável da sexualidade e com o tratamento de disfunções sexuais, 
pode auxiliar na identificação da dificuldade enfrentada e estratégias para lidar com o 
problema. 
 Com uma sociedade onde por muitos séculos a religião ainda fomenta a ideia de a 
mulher ser submissa e não ter poder sobre o seu próprio corpo, querer conhecê-lo é visto 
como errado. A reprodução desses discursos acabou influenciando diretamente no 
desenvolvimento da sexualidade feminina. A sexualidade, como instrumento para a busca 
da felicidade pessoal, ou apenas como uma possibilidade de prazer é colocada de lado, 
principalmente para muitas mulheres, pois a sexualidade está ligada ao pecado, às 
questões imorais e sujas. A mulher e a sexualidade são vítimas da repressão. Todos os 
mecanismos da repressão recaem sobre elas, com o intuito de perpetuar aquilo que já foi 
preestabelecido há anos atrás por esta sociedade machista de base patriarcal. Tudo isso 
tem uma boa parcela de influência cultural, porque a mulher não se permite ainda tomar a 
iniciativa, acha que é o homem que deve. Isso é meio subliminar, está no inconsciente, mas 
ainda é um comportamento Cabe à mulher do século XXI não mais sucumbir ao modelo 
existente, onde ela mesma não possui o próprio arbítrio sobre sua vida, ou melhor, sobre 
sua sexualidade. 
 Ainda que não seja uma prática recente, existe a necessidade de avanços na área 
da educação sexual nas escolas, uma vez que suas ações ainda estão pautadas em um 
tratamento moral e pedagógico. Na maioria das vezes, os profissionais não estão 
preparados para lidar com esse assunto, acham que deve ser tratado apenas nas aulas de 
Ciências e se o aluno faz qualquer pergunta sobre o assunto, os pais são chamados até a 
escola e os alunos podem até sofrer algum tipo de retaliação ou castigo em casa e assim, 
ficam sem ter a quem recorrer para tirar suas dúvidas e falar sobre o assunto (conforme 
relatado no texto: A educação em sexualidade na escola itinerante do MST). 
 A educação sexual busca ensinar e esclarecer questões relacionadas ao sexo, livre 
de preconceito e tabus. Antigamente e ainda hoje, falar sobre sexo provoca certos 
constrangimentos em algumas pessoas, mas o tema é de extrema importância, pois 
esclarece dúvidas sobre preservativos, DSTs, organismo masculino e feminino, 
anticoncepcionais e gravidez. O objetivo principal da educação sexual é preparar os 
adolescentes para a vida sexual de forma segura, chamando-os à responsabilidade de 
cuidar de seu próprio corpo para que não ocorram situações futuras indesejadas, como a 
contração de uma doença ou uma gravidez precoce e indesejada. A criação de hábitos 
saudáveis e noções de cuidado com a saúde devem ser incentivadas desde a infância. A 
conversa sobre educação sexual nem sempre acontece em casa. Muitos jovens não 
recebem instruções importantes para prevenção de DSTs e gravidez. Por isso a escola 
deveria oferecer as informações necessárias. Sexualidade é parte da vida humana. A 
defesa da abordagem da educação sexual nas escolas também parte do entendimento de 
que a sexualidade é parte natural da vida humana e de nossa vivência social. Logo, não 
haveria razão para a exclusão do tema dos ambientes de ensino. Além disso, a educação 
para a sexualidade ajuda jovens a compreender e lidar melhor com experiências naturais 
como puberdade, menstruação e virgindade. 
 Afirma Foucault que a sexualidade contemporânea numa análise científica esteve 
dominada pelos processos patológicos, o que levou as ciências e a religião a procurarem 
pela cura e normalização. Inicialmente a homossexualidade fora considerada como 
patologia, vista como desvio de conduta sexual, buscando a padronização para a 
dominante heterossexualidade. O estudo da sexualidade, propostopor Foucault é uma 
alternativa de se debater sobre sexo e afeto e de certa forma combater o preconceito e a 
discriminação social. Foucault, faz do sexo um objeto histórico gerado pelo dispositivo da 
sexualidade. Preocupou-se, como ele mesmo diz, em analisar o que aconteceu no Ocidente 
que faz com que a questão da verdade tenha sido colocada em relação ao prazer sexual. 
É preciso olhar para trás, rever o passado, para compreender o presente e prever o futuro. 
O comportamento social da sexualidade atual, ou seja, a forma como a sexualidade está 
regulamentada deixa dúvidas se não vivemos noutra forma de opressão, na qual se deve 
desfrutar do prazer pelo prazer, sendo este um fim em si mesmo. A sexualidade, hoje, sofre 
influência do dispositivo que concebeu uma sociedade voltada para o consumo e, como tal, 
é efeito desse dispositivo. A sexualidade humana só será livre quando regulamentada em 
função do atendimento das próprias necessidades humanas e não como consequência de 
estratégias que objetivam o exercício do poder. 
 Aprendemos a viver o gênero e a sexualidade na cultura, através dos discursos 
repetidos da mídia, da igreja, da ciência e das leis e também, contemporaneamente, através 
dos discursos dos movimentos sociais e dos múltiplos dispositivos tecnológicos. As muitas 
formas de experimentar prazeres e desejos, de dar e receber afeto, de amar e de ser amado 
são ensaiadas e ensinadas na cultura, são diferentes de uma cultura para outra, de uma 
época ou de uma geração para outra. E hoje, mais do que nunca, essas formas são 
múltiplas. As possibilidades de viver os gêneros e as sexualidades ampliaram-se. Mas não 
há como escapar a esse desafio. O único modo de lidar com a contemporaneidade é, 
precisamente, não se recusar a vivê-la.

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