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Síntese sobre contenção física e contenção química

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Síntese sobre contenção física e contenção química – Semiologia Veterinária 
Jonas Eustáquio Silva De Souza – Estudante de Medicina Veterinária 
Os principais métodos de contenção física nas diferentes espécies de animais domésticos:
 A contenção é um momento crucial para a relação entre o médico veterinário e o paciente, por mais dócil que seja o animal é importante manter a segurança sempre, a contenção é uma manipulação não habitual ao animal e com qualquer desconforto ele poderá se defender (mordidas, coices, chifradas ...). O objetivo da contenção física é a restrição da atividade física do animal, os métodos usados dependerão do temperamento do paciente ou do tipo de procedimento executado.
 Contenção física em caninos
 Normalmente, a contenção mecânica é bem aceita pelos cães no geral e uma boa abordagem (afagos e socialização) coopera com a ação, porém em situações onde o animal é agressivo, métodos mais energéticos são recomendados.
 Métodos: 
Colocação de mordaça, focinheiras, cambão e existem diversas formas para a contenção manual (depende do porte e da raça). A imobilização em posição quadrupedal e o seu decúbito lateral podem facilitar em diversos procedimentos clínicos. 
Contenção física em felinos 
 A manipulação e a imobilização são mais trabalhosas, a relação entre paciente-veterinário é mais difícil. São animais ágeis e mudam rapidamente de comportamento, o auxílio do tutor pode ser necessário e é recomendado.
 Importante: Manter as janelas e portas fechadas durante o procedimento para evitar a fuga do paciente.
 Métodos: 
Caixa de contenção, bolsa de contenção, “botinhas” de esparadrapo e também existem diversas formas de contenção manual.
Contenção física em equinos 
 Antes de qualquer abordagem, é importante observar o comportamento do equídeo a fim de prever a possível reação do animal, os olhos e o posicionamento das orelhas são indicadores de expressividade. Realizar a abordagem sempre pela esquerda e antes de examinar é preciso capturar o animal
Importante: NUNCA amarrar um equídeo pelo pescoço pois qualquer acidente pode resultar em óbito por asfixia.
Métodos:
Agarrar a pele na base do pescoço, tapar um olho, mão de amigo ou pé de amigo, torção do lábio superior, tronco de contenção, cabrestos ou cachimbos.
 Contenção física em pequenos ruminantes
 Os ovinos são mais difíceis de realizar a captura, já os caprinos são mais curiosos e permitem aproximação.
Métodos:
 Montar sobre o animal e agarrar os chifres para realizar a contenção; pegar pelo colar, orelhas ou barba (perguntar ao proprietário/tutor antes para não deixa-lo desconfortável); posicionar-se lateralmente ao animal e segurar a prega do flanco e a mandíbula para mantê-lo parado; em animais agressivos, o derrubamento e manutenção com o animal sentado ou em decúbito lateral facilitam o processo.
 Contenção física em bovinos 
 O temperamento e atitude do animal diferem por raça e sexo, os bovinos preferem ações lateralizadas por isso tomar cuidado. 
Métodos:
Uso do tronco, existem diversas formas de derrubamento e contenção manual, formiga e argola. A posição quadrupedal é o indicado para a maioria dos procedimentos de exame físico desde que o animal seja contido adequadamente e não realize movimentos bruscos com os membros ou a cabeça.
Situações para a utilização da contenção química:
 A contenção química é recomendada em diversas situações, as principais ocasiões envolvem procedimentos clínicos que causam dor ou desconforto ao paciente, quando o animal é extremamente agressivo ou excessivamente medroso e não permite a aproximação do médico veterinário e também em alguns exames diagnósticos que exigem posições específicas como exemplo, a radiografia e a ultrassonografia.
Principais vias de administração dos fármacos. 
 Via oral em caninos e felinos 
· Os fármacos são apresentados na forma liquida ou em comprimidos. Preferencialmente, utiliza-se tranquilizantes palatáveis para facilitar a deglutição.
· O período de latência possui uma duração longa, variando entre uma ou duas horas.
· É um método não invasivo e pode ser administrado pelo tutor.
· Difícil administração em felinos, uma dica assoprar o focinho pois estimula a deglutição.
Via tópica em caninos e felinos 
· A deposição do princípio ativo diretamente sobre a mucosa ou a pele possibilita uma absorção rápida, recomendado para situações especificas como exames orais e exames ginecológicos.
· Os fármacos são apresentados na forma de pomadas, sprays, colírios ou em gel.
Vias Parenterais
· Realizar sempre a assepsia da região de administração do fármaco e sempre esterilizar corretamente os materiais utilizados.
· Preferencialmente, utilizar material descartável.
· Tricotomia, se necessário.
Via subcutânea em caninos e felinos
· Recomendado para animais agressivos ou quando o objetivo é retardar a absorção do fármaco, grandes volumes podem aplicados.
· O período de latência varia entre 30 e 45 minutos.
· O melhor local anatômico para injeção é a região dorsal ou lateral do tórax.
Via intramuscular em caninos e felinos
· Recomendado para animais agressivos, o efeito é rápido.
· Os riscos da via é a possível formação de um abcesso ou lesões do nervo ciático, por isso é preciso cuidado no momento da aplicação.
· Pode ocasionar dor, depende da viscosidade e do Ph do fármaco.
· O melhor local anatômico para injeção é a musculatura da coxa.
Via intramuscular em equinos e ruminantes
· A absorção do fármaco é lenta e a intensidade do efeito é menor porem a duração é prolongada.
· O melhor local anatômico para injeção em equinos é na região do pescoço ou na face caudal da coxa
· O melhor local anatômico para injeção em bovinos é na região posterior da coxa.
Via intravenosa em caninos e felinos
· Não existe absorção, ocorre a distribuição direta para os tecidos.
· É necessário a imobilização física do paciente.
· O período de latência é curto, entre 15 e 20 minutos.
· NUNCA realizar a aplicação em artérias, são as veias que fazem a diluição do fármaco.
· Principais veias de acesso: Veia jugular, veia cefálica e veia radial.
Via intravenosa em equinos e ruminantes
· É possível a aplicação de altas concentrações do fármaco em um período curto de tempo porem os tranquilizantes e sedativos devem ser injetados lentamente.
· Principal veia de acesso: Veia jugular.

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