Buscar

HISTÓRIA DA EMBALAGEM

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

“Não se teria jamais atingido o possível se não se houvesse tentado o impossível.”- Max Weber
“A maioria das pessoas cometem o erro de pensar que design é a aparência. As pessoas pensam que é esse verniz – que aos designers é entregue esta caixa e dito: “Deixe bonito!” Isso não é o que achamos que seja design. Não é só o que aparece e sente. Design é como funciona.” – Steve Jobs – CEO da Apple
História da embalagem no Brasil aborda não só a evolução das indústrias de embalagem, mas apresenta todos os seus segmentos como madeira, vidro, papel, alumínio, aço, plásticos rígidos e flexíveis, e papelão ondulado, entre outros, além de enfatizar o trabalho de indústrias que contribuíram para o desenvolvimento tecnológico do setor.
A revolução das embalagens
Na luta pelo mercado, as empresas transformam os invólucros de seus produtos em armas estratégicas 
Por Felipe Seibel e Luiz Octavio Lima 
access_time 18 fev 2011, 12h11 
chat_bubble_outline more_horiz 
Nunca como hoje as embalagens desempenharam uma função tão estratégica para empresas de bens de consumo do mundo todo. Seu papel vai muito além da proteção do produto oferecido e da já tradicional promoção de suas qualidades. Em última análise, a embalagem deixa de ser parte para ser o produto. Uma embalagem inovadora ajuda na conquista dos disputadíssimos espaços nos pontos-de-venda. Pode elevar o valor da mercadoria e — por conseqüência — sua rentabilidade. Pode, graças a novas tecnologias e inovações, criar e destruir mercados. É só olhar para trás e ver o que as caixas Tetra Pak fizeram com os velhos saquinhos de leite. Ou o que as embalagens a vácuo provocaram no negócio de máquinas de torrefação de café. 
Nos últimos tempos, o Brasil vem se tornando um importante pólo de produção, consumo e exportação de embalagens inovadoras. Hoje, 19 das 20 maiores fabricantes mundiais de embalagens estão presentes no país. Há alguns dias, a suíço-alemã SIG Combibloc, fabricante de embalagens longa-vida, anunciou um investimento de 70 milhões de euros para erguer sua primeira unidade no Brasil. Segundo dados da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, a indústria brasileira de embalagens dobrou de tamanho nos últimos quatro anos. Em 2000, movimentou 16,3 bilhões de reais. A projeção para este ano é 33 bilhões. Um crescimento, portanto, de mais de 100%. Por trás dos números, está o processo de sofisticação do mercado, empurrado pela abertura, pela segmentação cada vez maior dos tipos de consumidor e pelo aumento da competição. “Em prateleiras com produtos cada vez mais parecidos, diferenciar-se é vital”, diz o designer Lincoln Seragini, um dos maiores especialistas no assunto no país. “A embalagem, em fração de segundo, tem de chamar a atenção, estabelecer uma empatia com o consumidor e, finalmente, fazer a mercadoria pular para o carrinho.” 
Conseguir isso é um desafio cada vez maior para as empresas. Não só devido aos aperfeiçoamentos tecnológicos, às campanhas de marketing necessárias para avisar o consumidor e ao treinamento de pessoal na produção. A grande questão é a velocidade com que tudo isso deve acontecer. Atualmente, no Brasil, as empresas levam, em média, dois anos para concluir um processo de mudança de embalagem. Com o aumento da concorrência — formal e informal — esse tempo deve, progressivamente, cair.
A inovação nas embalagens também tem sido encarada como forma de aumentar as vendas e — sobretudo — as margens de lucro dos produtos de alto consumo. Basicamente, com uma roupagem mais moderna, as empresas tentam fazer com que o mercado dê mais valor (ou pare de depreciar) a um produto já conhecido. Há muitos anos, a Sadia vende pedaços de frango. Trata-se de uma mercadoria que tem tudo para se transformar em commodity e ter seus preços achatados. Em 2004, porém, a empresa encontrou uma forma de renovar sua linha. Lançou pedaços de frango embalados individualmente em plásticos que podem ser abertos e fechados. Com isso, espera ampliar seu mercado. A mesma estratégia foi adotada pela Unilever, com seu molho de tomate Pomarola. “Abertura e fechamento são problemas críticos em qualquer embalagem”, diz Fabio Mestriner, presidente da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). “A Unilever conseguiu resolvê-lo.” A empresa levou anos para chegar a uma tecnologia que permitisse ao consumidor abrir a lata e voltar a fechá-la, conservando o produto por mais tempo. Hoje, a inovação é exportada para os Estados Unidos — algo raro para um mercado como o brasileiro, normalmente importador de novidades nessa área. 
A segmentação cada vez maior do mercado e as mudanças nos hábitos de consumo são outros importantes motores da revolução das embalagens, no Brasil e no mundo. Após a popularização do microondas e o surgimento de uma embalagem que permite o preparo instantâneo, a pipoca nunca mais foi a mesma. O mercado mudou, respondendo a uma demanda por maior praticidade. Para quem produz embalagens, segmentação quer dizer, entre outras coisas, poder aquisitivo, estado civil e estilo de vida. Uma das cenas matinais mais comuns em grandes metrópoles, como Nova York e Tóquio, é ver homens e mulheres de negócios com seus copos de café transitando pelas calçadas, rumo ao trabalho. O velho e bom café da manhã na mesa da cozinha é um hábito cada vez menos comum. O que isso representaria nas vendas de um produto como o café solúvel Nescafé, uma das mais importantes marcas globais da Nestlé? A solução foi a adaptação. Recentemente, a Nestlé lançou nesses mercados uma embalgem de Nescafé que esquenta automaticamente o conteúdo. Basta pressionar o fundo da lata. O mesmo princípio vale para bebidas geladas. Já há no mercado europeu garrafas de cerveja que mantêm o líquido na temperatura ideal. 
A globalização tem tido um papel fundamental na revolução das embalagens. O fim dos limites comerciais vem progressivamente acabando com as diferenças entre elas. O que é vendido aqui pode ser comercializado na Argentina, no México, nos Estados Unidos ou no Japão. Isso resolve um problema de escala para as grandes empresas, mas também coloca um desafio: tornar as embalagens multinacionais. Um número cada vez maior de produtos é fabricado numa única base — o Brasil, por exemplo — e exportado para vários países. Isso faz com que as informações contidas nas embalagens sejam escritas em vários idiomas. Para tanto são necessários rótulos maiores. Novas tecnologias permitem que esses rótulos ocupem quase a totalidade da embalagem. Empresas como Schincariol e Danone já começam a utilizar esse tipo de inovação em alguns de seus produtos. 
A evolução do mercado de embalagens em todo o mundo tem despertado uma série de discussões de caráter social e ambiental, com efeitos diretos sobre os negócios. Uma delas é o que fazer com os invólucros após seu uso. No Brasil, o Congresso Nacional começou a discutir a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que deve decidir de quem é a responsabilidade pelo destino desse tipo de produto — se das empresas ou do Poder Público. Atualmente, o projeto está parado na Casa. Essa é, porém, uma questão de contornos globais. E é inevitável que, mais cedo ou mais tarde, passe a ser debatida com mais ênfase por aqui. Essa perspectiva já vem despertando ações por parte de empresas, preocupadas com sua imagem de sustentabilidade diante da sociedade. A Tetra Pak, que enfrenta críticas por ter baixo índice de reaproveitamento de suas embalagens longa-vida, associou-se à Alcan, à TSL Ambiental e à Klabin e, junto com o IPT e a Unicamp, desenvolveu uma tecnologia de plasma capaz de separar o alumínio do plástico, o que facilita a reciclagem de seu produto. A primeira fábrica mundial da nova recicladora será erguida em Piracicaba, no interior de São Paulo, e vai exigir investimentos de 10,5 milhões de reais. Os especialistas prevêem que, num futuro próximo, a preocupação ambiental será um dos requisitos mais importantes para a indústria da embalagem e seus clientes. 
https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-revolucao-das-embalagens-m0055159/

Continue navegando