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“Operadores Logísticos”: uma tendência nos sistemas de distribuição das empresas brasileiras?” Introdução O Contexto econômico do mundo globalizado vem sinalizando para as empresas que suas estratégias de negócios devem estar intrinsecamente ligadas com os quatro cantos do mundo. Foi-se o tempo em que as corporações limitavam seu escopo de atuação e estratégias a um público geograficamente próximo a suas instalações. O mundo globalizado é imperativo de mudanças estruturais nas organizações, pois a competitividade vai além dos conceitos de boa comercialização de produtos e serviços. É fundamental para que as empresas permaneçam no mercado que acompanhem a evolução dos processos com a aquisição de (novas) tecnologias, de estratégias de gestão mais audaciosas, intensa atualização e reciclagem de informações que impactem direta ou indiretamente no empreendimento. Nos últimos 20 anos, diversas mudanças e transformações aconteceram nas relações comerciais entre indústrias, atacados e varejos. Essas mudanças influenciaram as relações de transação de compra e venda de produtos entre as diversas organizações que trabalham no mesmo canal de distribuição. As corporações se reestruturaram buscando aumentar sua qualidade e produtividade em produtos e serviços. Com a globalização, os mercados ficaram mais próximos e novos processos tecnológicos de informação se difundiram pelo mundo tornando os mercados mais competitivos, mudando também as relações de negócios entre as empresas. Novas estratégias gerenciais no processo de distribuição física na cadeia de suprimentos possibilitam a entrada em novos mercados como também a consolidação de posição em outros. Nos países de primeiro mundo, especialmente nos Estados Unidos, o mercado para operações logísticas cresceu vertiginosamente na primeira metade da década de 90, tanto financeiramente como também em número de novos operadores. No Brasil essa Indústria é mais recente. Ela começou a tomar forma principalmente com a estabilização econômica advinda do Plano Real. O crescimento desse mercado no Brasil se deu tanto pelo surgimento de operadores nacionais, como também pela chegada de grandes grupos internacionais com experiência. Objetivo O objetivo deste artigo é conceituar um operador logístico, estudar a relação cliente/operador logístico, mostrar as vantagens e desvantagens de se trabalhar com esse tipo de terceirização, como também verificar se é realmente uma tendência no Brasil. Operadores Logísticos Um operador logístico é um fornecedor de serviços logísticos integrados (transporte, armazenagem, estocagem, informação) que busca atender com total eficácia as necessidades logísticas de seus clientes de forma individualizada. No mundo, essa tendência já consolidada, proliferou-se chegando também no Brasil há pouco mais de dez anos. Isso se deve pela necessidade de criação de elos fortes entre empresas produtoras e seus prestadores de serviços logísticos (PSL). A tendência rumo a uma maior competitividade nesse mercado global, está forçando as empresas a desenvolverem estratégias para adequarem seus produtos para competirem com mais eficácia e eficiência, maximizando os recursos no processo produtivo. A logística dessas organizações deve ser orientada de fato como um elo que perpassa estrategicamente pelas áreas da empresa e, desta forma, ser uma importante ferramenta para nortear os planos corporativos, que visam gerar ativos como resultados finalísticos. E nesse processo existe a figura dos operadores logísticos como uma tendência de logística empresarial moderna suprindo as demandas de forma integrada e personalizada. O operador logístico é um fornecedor de serviços logísticos integrados (armazenagem, transporte, estocagem e informação), que busca atender com total eficácia as necessidades das empresas nessa área. Para existir esse operador é necessário que haja demanda para esse serviço. Esta demanda acontece quando as empresas decidem ou não terceirizar esses serviços. Esses operadores podem ser baseados em ativos como também em informação e gestão. Os primeiros são aqueles possuidores de investimentos em transportes, armazéns, máquinas e equipamentos diversos. Já os últimos são aqueles que vendem conhecimento, ou seja, tem know how de gerenciamento das operações logísticas. Esse surgimento pode se dar tanto pela ampliação de serviços quanto pela diversificação das atividades. No entanto, a decisão de terceirizar cabe a alta administração, conforme suas estratégias de negócios. Porém, isso não se dá de forma tão simples. São necessárias definições quanto a fazer internamente ou fora da empresa. No caso de se pensar em contratar o operador, o que vem a cabeça é a redução de custos e a melhoria do nível de serviços, pois permite ao contratante reduzir seus investimentos em ativos, ter o foco centrado no seu negócio, uma maior flexibilidade operacional, redução dos custos de armazenagem, estocagem, frota e tecnologia da informação. Em contrapartida, verticalizando essas ações permitem aumentar o controle sobre as operações, avaliar e monitorar todo o processo de uma forma mais eficiente. Nesse contexto, a globalização, a proliferação de produtos, a segmentação de mercados, a diminuição do ciclo de vida dos produtos e a crescente exigência por melhores serviços são fatores que favorecem a contratação de operadores logísticos. Porém, dentre as objeções quanto à terceirização, Philippe-Pierre Dornier e outros autores (2000) afirma o seguinte: “(...) há muitos riscos embutidos ao se terceirizar a logística (...): Risco comercial: a imagem do fabricante irá inevitavelmente ser ligada à de uma empresa de serviços.” Soma-se a isso o fato de as empresas possuírem informações sigilosas e estratégicas no seu ramo, gerando dificuldades e perdas por estarem sendo administradas por terceiros. Neste caso, não há possibilidade de envolvimento e contato direto com seus clientes, dificultando a maximização e identificação de oportunidades e ameaças frente à dinâmica do mercado. É interessante que os executivos ponderem sobre diversas questões para uma decisão acertada. Nesse contexto, a projeção de cenários permite uma análise mais fiel aos impactos da verticalização ou não verticalização dos processos logísticos. Se o cenário for de redução de custos, por exemplo, a opção de não terceirização deve estar embasada na análise efetiva dos resultados operacionais da logística empresarial. Essa ótica é abordada no site da Coppead (www.coppead.ufrj.com.br): Porém, se a alta administração sinalizar pela terceirização, da mesma forma como o cenário anterior, os prós e contras devem ser minuciosamente analisados. “(...) O argumento de que é possível obter menores custos (...) só é verdadeiro nos casos onde a empresa tenha uma eficiência operacional semelhante à do operador logístico.” O referido site enfoca que “a utilização ou não de um operador logístico pode ser qualificada como uma escolha entre fazer internamente ou contratar fora (...) de uma maneira geral, o problema se concentra na análise do impacto da escolha sobre custos e controle operacional.” Philippe-Pierre Dornier e outros autores (2000) aborda as vantagens dos operadores logísticos através de uma pesquisa realizada com os 500 maiores fabricantes americanos listando, por ordem de importância, os benefícios mais relevantes: “Os benefícios mais freqüentes (...) incluem: custos mais baixos (38%), aumento da especialidade/ conhecimento do mercado e acesso a dados (24%); melhoria na eficiência operacional (11%), melhoria no serviço ao cliente (9%), habilidade para focar-se no negócio básico (7%) e maior flexibilidade (5%)”. Apesar de tratarmos nesse artigo sobre a tendência das empresas brasileiras, a pesquisa citada sinaliza os aspectosrelevantes da terceirização da logística empresarial no Brasil. No entanto, existem algumas dificuldades no tocante à pessoal capacitado para operacionalizar e gerenciar os trabalhos, bem como uma falta de entendimentos acerca do tema. A Revista Tecnologística (junho/2003) expõe essas questões: “Um dos gargalos é que ainda há muitos profissionais de gerência e diretoria que não têm o conhecimento necessário (...). Isso sem contar os casos de empresas que contratam serviços de transportadoras que se autodenominam operadores logísticos e, na prática, não estão ainda capacitados”. Como o tema operador logístico é algo recente, é aceitável que surjam essas incongruências no processo, que, paulatinamente, deve ser abordado para sensibilizar a classe de empresários afim de proporcionar um melhor tratamento para as ações gerando resultados mais efetivos na melhoria dos negócios. A referida revista enfatiza: Considerações Fin A utilização realidade que apre enorme potencial d de logística integra física, pouco conhe logísticos, acredita serviços prestados management, geren A indústria d com pouca experiê nacionais têm exp fusões entre elas principalmente trei operadores logístic do país, como tamb A realidade prestadores de ser transporte ou arma exigido pelo merca dão ênfase à contra analisar de fato a re Em meio ao evoluindo muito, a segmento promisso bastante trabalho p investimentos em prestadores de ser reduzir custos, e si autores (2000) enfa “Mas tudo isso faz parte de um processo de amadurecimento, que vem melhorando ano após ano e tende a consolidar” ais de Operadores Logísticos no Brasil apesar de ser recente já é uma senta problemas e oportunidades. As oportunidades são oriundas do o mercado brasileiro, como também pela efetiva adoção do conceito da. Alguns problemas encontrados: má qualidade de infra-estrutura cimento sobre a indústria, dificuldade de identificação de parceiros r que os custos são mais relevantes, em detrimento da qualidade dos ; o pouco conhecimento acerca da importância de supply chain ciamento da cadeia de suprimentos, dos operadores logísticos etc. e operadores logísticos no Brasil é composta por empresas nacionais ncia e empresas estrangeiras com vasto know how. Poucas indústrias eriência sólida quanto às estrangeiras havendo, portanto, algumas . Existe pouca qualificação e treinamento de mão-de-obra, namento gerencial. As principais barreiras ao desenvolvimento dos os no Brasil é o sistema tributário, as deficiências de infra-estrutura ém o alto custo de soluções tecnológicas e de informação. brasileira é composta de empresas que ainda estão no patamar de viços logísticos tradicionais. Atendendo somente ao segmento de zenagem, sem dar um tratamento de logística integrada moderna do globalizado. Outra questão relevante é que as empresas brasileiras tação de prestadores de serviços logísticos com menores custos sem lação custo-benefício. que foi exposto, o mercado de operadores logísticos realmente vem realidade comprova isso. É verdade também que se trata de um r e que tem muito a crescer. Porém, para que se concretize, há ela frente, que envolve desde capacitação de recursos humanos e tecnologia até uma relação mais profissional entre cliente e viços. Desta forma, realizando parcerias que não se restrinjam a m em gerenciar melhor os negócios. Philippe-Pierre Dornier e outros tiza essa conclusão: “(...) Consideramos a nova tendência em empresas de todo o mundo em terceirizar serviços logísticos (...) Sem dúvida, o uso de operadores logísticos terceirizados oferece inúmeras vantagens às empresas.” Na mesma revista é reforçado o ponto de vista, que mostra o quanto precisa ser evoluída a mentalidade dos gestores: “No Brasil, grande parte das empresas ainda opta pela terceirização visando reduzir custos, sendo que a preocupação em melhorar a qualidade dos serviços vem a reboque.” O prof. Paulo Fernando Fleury, diretor do Centro de Estudos em Logística da Coppead, em artigo escrito para o site dessa instituição, endossa nossa visão de que os operadores logísticos são uma tendência no contexto anteriormente exposto, apesar dos problemas e dificuldades citados: “ A utilização de operadores logísticos é, sem dúvida alguma, uma das mais importantes tendências da logística empresarial moderna.” Referências Bibliográficos DORNIER, Philippe-Pierre, et. al.. Logística e Operações Globais: Texto e Casos, São Paulo: Atlas, 2000 NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: Estratégias, Operações e Avaliação, Rio de Janeiro: Campus, 2001 FLEURY, Paulo; RIBEIRO, Aline. A Indústria de Operadores Logísticos no Brasil: Uma análise dos principais operadores, Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: <http:// www.coppead.ufrj.br/pesquisa/cel/new/fs-public.htm>. Acesso em: 23 março 2004. Revista Tecnologística, outubro/ 03 Movimentação e Armazenamento de Materiais. Revista Log & Man: Logísica, São Paulo, Nr. 161, ano XXV, março/04 Rafael de Castro Albuquerque, Administrador de Empresas, Cursando Especialização em Logística Empresarial pela UNIFOR Ronaldo Vasconcelos, Economista, Cursando Especialização em Logística Empresarial pela UNIFOR
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