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Trabalho Direito Empresarial - Fichamento do texto - Perfis da Empresa

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FICHAMENTO DO TEXTO “PERFIS DA EMPRESA” DE ALBERTO ASQUINI
1. Premissa
	O texto “Perfis da Empresa”, escrito no ano de 1943, pelo eminente autor e jurista italiano Alberto Asquini, se inicia com uma abordagem sobre as críticas feitas ao então novo Código Civil italiano de 1942, que, na opinião de muitos, não contava com uma definição jurídica clara de empresa. 
Sobre tais discussões, Asquini aponta que a confusão e a ausência de definição legislativa eram plenamente justificáveis, pois a empresa deve ser estudada e conceituada como um fenômeno econômico poliédrico, que possui, juridicamente, diferentes perfis em relação a seus elementos integrantes, razão pela qual as definições jurídicas de empresa podem ser diversas, variando de acordo com o perfil analisado em cada situação.
2. A empresa no sentido econômico
	Para uma análise mais aprofundada a respeito dos diversos perfis jurídicos da empresa, primeiramente, é necessário compreender seu sentido econômico, que é relacionado, necessariamente, à economia de troca, pois, somente nesse âmbito a atividade empresarial pode assumir caráter profissional. Conclui-se, portanto, que, sob o prisma econômico, não será considerada empresarial a atividade destinada apenas ao consumo do próprio empresário, ainda que possua todas as outras características similares às de uma empresa operante para a troca.
	Ademais, o autor acrescenta a ideia de que a produção deve se desenvolver no tempo, pois, com o decurso deste, o trabalho organizado pelo empresário passa a assumir especial relevância econômica, já que, com os riscos inerentes à atividade empresarial, é imperativo que o empresário determine, de acordo com previsões arrazoadas dos possíveis riscos futuros, um modelo de atuação para a empresa, com o intuito de se atingir o lucro, que é a finalidade natural da atividade econômica. Tal necessidade de organização para lidar com os riscos ao longo do tempo faz com que a empresa seja, essencialmente, uma atividade organizada de forma duradoura, sendo a empresa imediatista somente um fenômeno marginal no âmbito econômico.
3. A empresa na legislação anterior ao novo Código Civil (Código de 1865, Código Comercial, legislação de infortunística) segundo o ordenamento corporativo e o novo Código Civil
	No terceiro capítulo, é apresentado pelo jurista italiano um breve contexto histórico, mostrando como a definição de empresa foi assumindo facetas diversas nos ordenamentos jurídicos italianos ao longo do tempo, passando pelos conceitos adotados pelo Código Civil de 1865, pelo Código Comercial e pela legislação de infortunística até chegar à definição adotada pelo ordenamento corporativo, que promoveu importante inovação ao adotar o conceito de empresa no seu sentido econômico-técnico de organização da produção, para a troca, englobando todos os setores da economia e as diversas categorias profissionais.
 Quanto ao Código Civil de 1942, este acolheu o conceito de empresa da “Carta del Lavoro”, que não se relaciona a setores particulares da economia, mas abarca cada forma de atividade produtiva organizada, além de envolver a grande, média e pequena empresa.
4. Diversos perfis jurídicos
	Relativamente, ainda, às diversas conceituações de empresa, Asquini expõe que, apesar de o Código Civil de 1942 ter adotado uma definição de empresa com sentido econômico, isso não possibilita que a noção econômica de empresa seja imediatamente utilizável como noção jurídica.
	Com isso, o intérprete deve realizar a tradução dos termos econômicos para os jurídicos, atuando de forma que priorize a adequação das noções jurídicas de empresa aos diferentes aspectos do fenômeno econômico. Insta salientar que o código acolheu uma denominação legal específica com o intuito de indicar aspecto jurídico próprio de empresa econômica, porém, nos demais casos em que a palavra “empresa” é usada pelo código com sentido diverso, cabe ao intérprete elucidar as diversas conceituações.
5. Perfil subjetivo: A empresa como empresário
	Dando início ao exame dos diferentes perfis da empresa, o autor trata do perfil subjetivo da empresa, no qual a palavra “empresa”, ao ser conceituada nesse sentido, se torna sinônima de empresário.
6. Noções de empresário
	Para uma melhor elucidação a respeito do perfil subjetivo da empresa, é imprescindível estudar as diferentes noções de empresário, decorrentes da definição prevista no artigo 2082 do Código Civil italiano de 1942, que expõe: “É empresário quem exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada, tendo por fim a produção ou a troca de bens ou serviços”.
	Nesse sentido, Asquini faz uma análise minuciosa do adrede mencionado artigo, concluindo que atividade econômica organizada é uma atividade empresarial que exige do empresário, além do dever de assumir os riscos da atividade, do empresário a prestação de um trabalho organizador.	Também é importante destacar que o legislador, ao utilizar as palavras “com o fim de produção ou troca, de bens ou serviços” na redação do artigo 2082, fez com o que o conceito de empresário passasse a abarcar todos os setores da economia.
	Por fim, quanto ao requisito da profissionalização da atividade empresarial, este é caracterizado, essencialmente, pela não eventualidade, ou seja, pela continuidade do empresário no exercício da atividade, sendo importante destacar que o fim de lucro, ao contrário da continuidade, não é elemento essencial para o conceito da profissionalização da atividade.
7. Perfil funcional: A empresa como atividade empresarial
	A empresa em sentido funcional é a atividade profissional organizada do empresário, sendo estudada dessa forma por se relacionar diretamente com o sentido econômico da empresa. Tal relação se dá pelo fato de que, ao considerarmos a empresa uma organização produtiva que opera no tempo, guiada pelo empresário, esta passa, então, a ser analisada como atividade empresarial no sentido funcional.
8. Noções da atividade do empresário
	O conceito de atividade empresarial implica uma atividade com o fim de recolher e organizar a força de trabalho e o capital para a produção ou distribuição de determinados bens ou serviços, possibilitando que, posteriormente, seja realizada a troca dos bens ou serviços colhidos ou produzidos. 
Dentro desse conceito, o autor enquadra as diferentes operações da empresa, que se dividem em fundamentais — as quais podem ser passivas ou ativas — e acessórias, sendo as operações fundamentais passivas relacionadas à contratação e à organização do trabalho, enquanto as ativas são voltadas para a troca dos bens e serviços colhidos ou produzidos.
 Infere-se, portanto, que a atividade empresarial é caracterizada, necessariamente, pelo caráter profissional da atividade e pela existência das operações fundamentais da empresa, as quais se sucedem no tempo, ligadas entre si pelo fim comum de organização da produção para a troca.
9. Perfil patrimonial e objetivo: a empresa como patrimônio “aziendal” e como estabelecimento
	Já o perfil objetivo (ou patrimonial) está relacionado ao estabelecimento, que, neste sentido, significa patrimônio aziendal, o qual é definido como um patrimônio especial, distinto, por seu escopo, do restante do patrimônio do empresário. 
No que diz respeito a tal patrimônio, Asquini destaca que este, além de ser originado pela atividade empresarial, se distingue por ter o poder de se emancipar da pessoa do empresário e adquirir, por si mesmo, valor econômico próprio, o que evidencia seu caráter dinâmico, e não estático. 
10. E como estabelecimento
	 Ainda sobre a discussão concernente ao conceito de estabelecimento, o insigne jurista acrescenta a informação de que a maioria da doutrina, à época, adotou a definição que caracteriza o estabelecimento como um complexo de bens (materiais e imateriais, móveis e imóveis), os quais são os instrumentos que possibilitam ao empresário exercer sua atividade empresarial. Tal conceituação, portanto, faz com que o estabelecimento se diferencie do patrimônio aziendal, abordado no capítulo anterior.
11. Posição do CódigoAlém da opinião majoritária da doutrina, Asquini acrescenta a “posição” adotada pelo Código Civil italiano de 1942 no que diz respeito à distinção entre o conceito de “estabelecimento” e o de “patrimônio aziendal”. 
O referido código engloba ambas as conceituações, já que, em seu artigo de número 2555, é estabelecida a noção de estabelecimento como “complexo de bens organizados pelo empresário para o exercício da empresa”, enquanto que, em outros dispositivos do código, como o artigo 2112, é disciplinado também o patrimônio aziendal, definido como um complexo de relações jurídicas, de que se vale o empresário, no exercício da sua atividade empresarial. 
12. Perfil corporativo: A empresa como instituição
	Por fim, é explanado o perfil corporativo, que, diferentemente dos outros perfis da empresa analisados no texto, se diferencia por não considerar a empresa do ponto de vista individualista do empresário, mas, sim, como uma específica organização de pessoas, constituída pelo empresário e pelos empregados, seus colaboradores. 
O empresário e os colaboradores formam um núcleo social organizado, buscando um fim econômico comum, qual seja a obtenção do melhor resultado econômico na produção. A organização de tal núcleo social se estabelece por meio da hierarquia existente na relação entre o empresário, detentor de poder diretivo, e os seus colaboradores, subordinados a ele.
13. Noções de instituição
	A empresa, ao ser considerada sob o prisma do perfil corporativo, acaba por se enquadrar como “instituição”, sendo esta conceituada como toda organização de pessoas — voluntária ou compulsória — embasada em relações de hierarquia e cooperação entre os seus membros, em função de um escopo comum.
	No entanto, Asquini, de maneira oportuna, salienta que, caso uma organização de pessoas seja caracterizada como instituição, isso não implica a personalização. Portanto, a instituição não possui, a princípio, personalidade jurídica, pois, o reconhecimento de uma organização de pessoas como instituição resulta apenas no reconhecimento de determinada forma de atuar da organização, envolvendo suas relações internas e o fim comum, em nada dizendo respeito à atribuição de relações jurídicas externas da organização, como ocorre no caso de outorga da personalidade jurídica.
14. Os elementos institucionais da empresa
	Na empresa, é possível identificar todos os elementos caracterizadores da instituição, já que, além de haver um fim comum, que é a otimização do resultado produtivo, se verifica também a superioridade hierárquica do empresário perante seus colaboradores, assim como a relação de cooperação entre os membros da empresa. Apesar de ser possível em empresas de todos os portes, inclusive nas de base meramente familiar, a configuração da empresa como instituição somente possui notável relevância naquelas de maiores dimensões.
	Ademais, o autor distingue as conceituações de estabelecimento e de instituição, sendo o principal elemento de diferenciação o fato de que o estabelecimento — além de ser objeto de direitos em relação ao empresário —, interessa, principalmente, às relações externas do empresário com terceiros, ao passo que, na empresa-instituição, ocorre o inverso, já que se trata de uma organização de pessoas que não têm direitos próprios sobre o estabelecimento, interessando somente às relações internas entre empresários e colaboradores.
15. Conclusões
	Na conclusão do brilhante texto, Asquini pontua que a análise dos diversos perfis jurídicos da empresa é indispensável para que, sob um ponto de vista jurídico, se compreenda o fenômeno econômico da empresa e suas diferentes facetas, possibilitando que tal matéria seja disciplinada com a precisão e amplitude devidas no ordenamento jurídico.
	Ao final, acrescenta ainda que a análise dos diversos perfis empresariais traz, implicitamente, a teoria jurídica da empresa, que deve abarcar: o estatuto profissional do empresário, o ordenamento institucional da empresa, a disciplina do patrimônio aziendal e do estabelecimento e a disciplina da atividade empresarial nas relações externas.

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