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Descrição macroscópica em patologia

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PATOLOGIA ESPECIAL - UFMT 
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DE LESÕES 
A descrição macroscópica de lesões durante a necropsia consiste em uma etapa muito importante! É 
preciso descrever de maneira detalhada de modo que mesmo quando não for visualizada, seja possível 
entender e interpretar a lesão de forma assertiva. O leitor ou ouvinte precisa imaginar como é! 
Para representar a imagem de forma elaborada é preciso utilizar todos os sentidos: a visão, o tato, o 
olfato e a audição. 
Ao realizar uma descrição macroscópica é fundamental informar todas ou a maioria das seguintes 
características: 
1) localização; 2) distribuição; 3) cor; 4) forma e demarcação; 5) tamanho; 6) consistência; e 7) 
recursos especiais. 
1) Localização: 
Identificar órgão ou tecido, indicando corretamente os termos; portanto, é necessário rever conceitos 
de anatomia e consultar livros. Além disso, utilizar coordenadas espaciais a fim de especificar melhor, 
como: direita, esquerda, dorsal, ventral, cranial, caudal, etc. 
2) Distribuição: 
 Esta é a observação do arranjo espacial das alterações provocadas no tecido. As lesões podem ser 
classificadas quanto à distribuição em: 
a) Focal – consiste em apenas uma lesão; facilmente observada, pois se destaca no restante do tecido 
não afetado. 
 
Fig. 3. Abcesso focal no globo 
pálido direito de um potro. Esses 
abscessos geralmente ocorrem 
devido à septicemia em animais 
recém-nascidos (Imagem DR 
Rissi). 
 
b) Focalmente extensa – ocorre quando uma alteração focal se estende para uma área mais extensa, ou 
seja, afeta uma área maior. 
 
Fig. 4. Mionecrose esquelética em 
uma vaca devido à intoxicação por 
Senna occidentalis. O músculo 
necrótico branco pálido 
(esquerdo) abrange uma área mais 
extensa quando comparado com o 
abscesso focal anterior no potro 
(Imagem DR Rissi). 
 
c) Multifocais – múltiplas (duas ou mais) lesões desagregadas umas das outras que ficam destacadas no 
fundo de tecido normal. 
 
Fig. 5. Nefrite supurativa em um 
potro. As áreas multifocais de 
inflamação supurativa geralmente 
ocorrem nos rins de potros devido 
à septicemia por Actinobacillus 
equuli. Os pequenos nódulos 
contrastam bem com o 
parênquima renal vermelho escuro 
(Imagem DR Rissi). 
 
d) Multifocais a coalescente – quando focos menores de uma determinada lesão se juntam formando 
focos maiores. 
 
Fig. 7. Carcinoma mamário 
metastático no pulmão de um 
cão. Diferente dos focos isolados 
típicos de lesões multifocais, os 
múltiplos focos neoplásicos 
frequentemente aglutinam-se entre 
si (Imagem DR Rissi). 
Pulmão de suíno, ao corte nota-
se áreas multifocais a 
coalescentes amareladas, de 
consistência firme, em especial 
nos lobos cranial. Sugestivo de 
uma broncopneumonia. 
(Imagem: @gustavo7lima) 
 
e) Multifocal disseminada – lesões multifocais aparecem por toda extensão de um órgão ou sistema. 
https://www.instagram.com/gustavo7lima/
 
Fig. 8. Septicemia bacteriana no 
rim de um bezerro. Existem focos 
de inflamação supurativa 
disseminados, com menos de 1 
mm de diâmetro, amarelos em 
todo o parênquima renal (Imagem 
CSL Barros). 
f) Miliares – focos bem pequenos (menos de 1 mm de diâmetro) e numerosos da lesão. 
g) Simétricas – lesões estão associadas a uma unidade anatômica ou fisiológica específica. Obs.: 
geralmente associada a causas tóxicas ou metabólicas. 
 
Fig. 11. Necrose hepatocelular centrolobular em 
ovelha. As áreas de necrose são restritas ao centro 
de todos os lóbulos (áreas vermelhas) e refletem 
uma mudança simétrica causada por uma toxina que 
atinge principalmente os hepatócitos ao redor das 
veias centrais (Imagem DR Rissi). 
h) Segmentares - similar à alteração focal ou focalmente extensa, observa-se uma parte bem definida 
de lesão, mas geralmente denota problema vascular contido. 
i) Difusa – todo o órgão ou tecido descrito aparece afetado por uma determinada lesão. Não há 
contraste com tecido normal, podendo ser difícil de identificar. 
 
Fig. 13. Enterite necrosante difusa devido à 
infecção por parvovírus-2 canino em um cão. Todo 
o intestino delgado é necrótico e hemorrágico. A 
lesão é muito clara, uma vez que as alterações na 
cor são distintas (Imagem DR Rissi). 
j) Aleatórias – não existe um padrão anatômico, ocorrendo sem sugestão de estrutura anatômica 
específica. 
3) Cor: 
 A coloração normal dos tecidos geralmente é branca com pigmentos especiais incorporados. Por 
exemplo, órgãos com maior aporte sanguíneo são mais escuros (baço, fígado, etc). Utilizar termos que se 
refiram à cor propriamente dita como verde ou vermelho, evitando “esverdeado” ou “avermelhado”. Pode-se 
especificar a cor, por exemplo vermelho escuro ou amarelo brilhante ou branco pálido. As lesões podem 
manifestar as cores: 
a) Vermelha - pode ser vermelho vivo ou escuro. Associado a presença de sangue e seus subprodutos. 
Muito sangue em um órgão é sugestão de lesões como: congestão, hiperemia, hemorragia ou 
embebição por hemoglobina (ocorre antes da morte em casos de hemólise acentuada). Além de 
alterações post mortem como a congestão hipostática e embebição por hemoglobina. 
b) Amarela - presente, por exemplo, em casos de inflamação, icterícia, acúmulo de gordura, fibrina, 
pseudoictero e edema. Ainda, o artefato post mortem da embebição biliar, localizado em tecidos 
adjacentes à vesícula biliar. Lembrando que a icterícia é o acúmulo generalizado de pigmento 
amarelo nos tecidos por deposição de bilirrubina, enquanto o pseudoictero caracteriza-se pela 
presença de pigmentos carotenoides somente na gordura. 
c) Preta – essa cor pode indicar pigmentos endógenos (melanina/melanose), exógenos (antracose ou 
tatuagem), sangue digerido no trato gastrointestinal (melena), infecção por fungos pigmentados, 
melanoma (lesão) e pseudomelanose (post mortem). 
d) Verde – o principal exemplo é a pseudomelanose, alteração depois da morte que deixa os tecidos e 
órgãos verdes devido às bactérias presentes no intestino que produzem sulfeto de hidrogênio, reage 
com o ferro liberado pela quebra pós-morte dos eritrócitos, produzindo um precipitado que impregna 
os tecidos circundantes, dando-lhes a aparência verde escura e depois preta. 
e) Translúcida – essas alterações podem ser incolores ou citrinos, ou seja, que permitem a passagem 
de luz. Geralmente indicam acúmulo de transudato ou fluidos claros e aquosos. Ocorre em casos de 
cistos que acumulam líquido e edema, por exemplo, que promove o acúmulo de líquido no tecido 
tornando-o translúcido. 
f) Branca – indica falta ou ausência de sangue, além disso, está presente em casos de inflamação, 
necrose, fibrose, neoplasia, mineralização, quilotórax e tecido adiposo (ex. lipoma). A anemia pode 
tornar as mucosas brancas difusamente. A fibrina pode ser branca ou amarela, é branca quando 
pouco infiltrada por neutrófilos. 
g) Marrom – exsudatos purulentos com presença de sangue e tecido necrótico geralmente são marrons. 
Além disso, o pus em cães pode ter essa coloração. 
h) Azul – mucosas cianóticas são exemplo da coloração azul no tecido. 
4) Forma e demarcação: 
Nesta etapa busca-se fornecer uma leitura tridimensional da mudança do tecido. Essas informações são 
significativas para descrever neoplasias. 
Utiliza-se formas como redondo, retangular, irregular, etc. Com relação à demarcação o tecido pode ser 
bem demarcado ou mal demarcado; indicado quanto a facilidade com que pode ser visto em contraste com o 
tecido normal ao redor. Além disso, recorrer a termos como plano, elevado ou deprimido. 
a) Formas geométricas – descrever a lesão segundo a forma que a mesma se apresenta. Exemplo 
redondo, retangular, triangular, irregular, etc 
b) Plano – não pode ser sentido ao toque, pois encontra-se no mesmo nível do tecido normal adjacente. 
Geralmente indica que é uma alteração recente e ainda não houve tempo de evolução da inflamação e 
nem de cura. 
c) Elevado ou saliente – indicamque algo foi adicionado ao local, sejam células inflamatórias, 
neoplásicas ou fluido. Exemplo: edema, tumores, hematomas ou granulomas. 
d) Deprimido – alterações indicam que fora removido algo (ex. tecido) do local. Ocorre, por exemplo, 
em casos de retirada do tecido necrótico. 
5) Tamanho: 
 Os órgãos podem aumentar ou diminuir de tamanho e podem ser facilmente percebidas quando se 
dão de forma acentuada. Poderá ser relatado por meio do sistema métrico, utilizando ferramentas como 
paquímetro e régua. Além disso, pode-se utilizar outros termos que indiquem aumento ou diminuição. 
a) Sistema métrico – utiliza-se paquímetro ou régua para estipular o tamanho exato. Exemplo: nódulo 
arredondado de 1 cm em mama inguinal. 
b) Distendido – aumento do órgão, como por exemplo em casos de hidronefrose em que o órgão se 
distende pela concentração de urina na pelve renal. 
c) Contraído – diminuição do órgão, por exemplo em casos de hipotrofia. 
d) Diminuído. 
e) Aumentado. 
6) Consistência: 
 Avaliada ao toque. Indica a homogeneidade, firmeza, aderência, resistência, densidade e viscosidade 
do tecido. É necessário avaliar todo o órgão. 
a) Líquido – flui. 
b) Sólido - tecido sólido provavelmente refletem tecido conjuntivo fibroso, inflamação crônica ou 
neoplasia. O tecido sólido ainda poderá ser caracterizados como: 
Moles/macio – quando a consistência for semelhante à do lóbulo da sua orelha. Exemplos: 
cistos, abcessos ou algumas neoplasias como o lipoma. 
Firmes – o órgão será firme quando tiver consistência similar à da ponta do nariz; encontrado 
por exemplo em casos de fibrose e neoplasias. 
Duras – será duro o órgão com aspecto enrijecido similar ao de sua testa, como de neoplasias 
do osso e mineralizações, por exemplo. 
c) Liquido espesso ou semisolido – as partes do tecido partem ao serem manuseadas. 
d) Pastosa – geralmente indica presença de exsudato ou necrose. Pode ser espalhado por uma superfície 
(mais maleável). 
e) Pegajosa - geralmente indica presença de exsudato ou necrose. 
7) Aspectos especiais 
Outros aspectos importantes de serem avaliados são peso, som e odor. 
a) Peso – pode indicar se houve perda ou ganho de massa tecidual. 
b) Som – fornece informações limitadas, mas são importantes. Pode indicar presença de gás, como o 
som crepitante do músculo esquelético em casos de miosite com produção de gás. 
c) Odor – consiste em um parâmetro mais difícil de descrever. Em casos de doença hepática crônica é 
possível sentir cheiro mais doce; cheiro de amônia na cavidade oral de cães com doença renal 
crônica; o clássico “cheiro de parvovirose”; entre outros. 
 
REFERÊNCIAS 
STROMBERG, P.C.; RISSI, D. R.; BARROS, C. SL; WILLIAMS, B.H. OPENING PANDORA’S BOX – 
GLOSS DESCRIPTION AND INTERPRATATION IN VETERINARY PATHOLOGY. Disponível em 
<http://cldavis.org/pandora/> 
DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO MACROSCÓPICA DAS LESÕES. GEPAC – Grupo de Estudo em 
Animais de Companhia. Disponível em <https://pt.slideshare.net/josiebonel/descrio-e-interpretao-
macroscpica-das-leses> 
http://cldavis.org/pandora/
https://pt.slideshare.net/josiebonel/descrio-e-interpretao-macroscpica-das-leses
https://pt.slideshare.net/josiebonel/descrio-e-interpretao-macroscpica-das-leses

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