Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina FTC – 2020.2 Catarina Viterbo EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS - INTRODUÇÃO Emergências Psiquiátricas – Prof. Francisco – 17/08/2020 INTRODUÇÃO – CONCEITOS Emergência psiquiátrica x Urgência Na medicina em geral, a gente fala que urgência é aquela situação de agudização, de algum transtorno pré-existente ou algum evento novo que pode culminar na morte do paciente em até 24h. Na psiquiatria não faz essa diferenciação assim tão clara da emergência para a urgência. A urgência seriam aquelas situações agudas que podem acarretar prejuízos sérios/crônicos para o paciente, mas que o paciente não apresenta risco eminente de morte, nas próximas 24h. Na psiquiatria é um pouco difícil fazer isso das 24h porque é um pouco relativo. Às vezes o paciente está um pouquinho agressivo, mas pode acontecer algumas coisas às vezes só de estar em um ambiente médico ele se sente mais na defensiva e ele pode partir para o ataque. Então, uma urgência pode virar uma emergência. Basicamente, a gente usa o conceito de emergência psiquiátrica e as emergências podem ser tanto em hospitais psiquiátricos quanto em hospitais clínicos. Lembrem disso porque pode ser um pouco diferente, em termos de conduta, exames. Às vezes o que a gente tem no hospital clínico não tem em um hospital psiquiátrico. Exemplos: • Tentativas de suicídio: obviamente pelo risco eminente de morte. A tentativa de suicídio não é só perigosa por ser uma simples tentativa, que muitas vezes é uma tentativa frustrada, mas depois de uma tentativa de suicídio, o paciente tende a tentar novamente, se ele mantiver a ideação suicida. É uma das grandes emergências psiquiátricas. • Agitação psicomotora (APM): pelo risco de agressividade, tanto a autodirigida quanto a Heterodirigida/heteroagressividade (pode ser contra outras pessoas ou patrimônios). Exemplo: “O paciente está quebrando tudo em casa”. Pode dizer que ele teve um episódio de agitação psicomotora ou pode dizer que ele teve um episódio de frangofilia. É uma das grandes emergências psiquiátricas também. o Frangofilia: transformar as coisas em frangalhos. Seria como um tipo de Agitação psicomotora. • Crises de ansiedade: não só as crises ansiosas comuns, mas também as crises de pânico. A síndrome do pânico é um transtorno ansioso, por isso é considerada também como uma crise de ansiedade, só que é uma crise muito mais intensa/grave e a depender da pessoa pode ter um risco maior parasuicídio (pessoa que não teve a intenção de morrer mas assumiu um comportamento autolesivo e “sem querer” se expôs a aquele risco de morte. • Episódios psicóticos: o paciente está fora da realidade. Diferença de Psicose e neurose: • Neurose tem o sofrimento psíquico MAS o paciente está na realidade. Exemplo: Uma pessoa que tem depressão, teoricamente, ela está na realidade. • Psicose tem esse rompimento. No episódio psicótico seria uma agudização dessa psicose que acarreta prejuízos maiores naquele momento, que pode ser uma urgência, que é um pouco mais leve, ou uma emergência, possivelmente mais grave. Mas lembrando que a gente vai tratar tudo como emergência. Violência (“Conceito psiquiátrico” x OMS): Ocorre uma divergência com a OMS e o conceito da psiquiatria. Psiquiatria: Traz o conceito de violência como uma agressividade física, ou seja, se a gente fala de agressividade física, estamos falando de violência. Exemplo: Se fulano te xingou, isso para psiquiatria não se configura como violência. Não existe a violência verbal. Na psiquiatria se é violência é FÍSICA. OMS: Traz violência como qualquer ato/provocação de uma pessoa para outra com o objetivo de lesar essa pessoa de alguma forma, seja fisicamente, verbal, seja um abuso, uma questão mais sexual, mas qualquer tipo de comportamento de uma pessoa que gere prejuízo para outra. Objetivos na Emergência Estabilizar o quadro (“acalmar” o paciente): o objetivo disso é reduzir os riscos, sejam riscos para terceiros, exemplo, a pessoa que chega e está quebrando tudo, então a gente tem que evitar que essa pessoa machuque os outros, mas também evitar que essa pessoa se machuque. A gente evita em falar em sedar/dopar/botar para dormir. O objetivo é reduzir o risco de lesão a si e a terceiros, MAS não necessariamente botar o paciente para dormir. Inclusive os livros criticam a sedação dos pacientes na emergência. O objetivo é usar a medicação para que ele fique calmo. Na prática quando o paciente está grave são dadas altas medicações e o ideal é que ele durma mesmo. Afastar causas orgânicas (incluindo uso de substâncias psicoativas – SPAs): Temos duas situações aqui, uma situação aguda e uma situação crônica. Se for uma urgência ou uma emergência “mais leve” pode solicitar exames para fazer um diagnóstico do paciente a longo prazo. Sendo uma emergência um quadro grave o ideal do exame físico ou psíquico ou laboratorial é que a gente afaste naquele momento um distúrbio hidroeletrolítico, uma insuficiência renal, uma encefalopatia hepática, então essa conduta diverge um pouco do hospital clínico, no hospital psiquiátrico geralmente a gente não tem um suporte laboratorial legal, então geralmente não são pedidos muitos exames. Então, vamos acalmar o paciente, resolver a situação aguda e depois vai encaminhar o paciente e aí faz esse encaminhamento com a solicitação de exames, com um relatório de encaminhamento a depender da necessidade. Só não vai ficar esperando o resultado do exame para poder resolver o problema atual. “Levantar” hipóteses diagnósticas: Pensar nas hipóteses diagnósticas a longo prazo, normalmente nas urgências, que consegue ter uma anamnese mais detalhada, depende também de como está a sala de espera, se tiver alguém agitada a gente não pode se estender muito em um paciente, a gente meio que tem que tentar adiantar um pouco. Pode fazer também uma hipótese sindrômica, por exemplo, falar que o paciente tem uma síndrome ansiosa, agora o dizer qual é o tipo, a emergência não é o melhor lugar para fazer essa investigação. Em termos de hipóteses agudas, seria afastar as causas orgânicas, exemplo, intoxicação por substâncias psicoativas (pessoas que bebem muito ou fazem uso de cocaína) Orientações (prescrição, encaminhamento, mudanças...): o que dizer para o paciente depois daquela consulta ter um bem estar ou manter um bem estar. Não é obrigação do plantonista fazer a prescrição do paciente para casa. Exemplo: Atendeu um paciente com um quadro psiquiátrico na emergência, você não tem obrigação de prescrever uma medicação para casa. O ideal é que faça já que a rede saúde pública de saúde mental é muito frágil. Muitas vezes se o paciente não inicia esse tratamento que você indicar na emergência, até ele conseguir outro vai demorar. MAS legalmente você não é obrigado. Até porque você vai passar essa medicação e provavelmente não vai ver ele de novo e o paciente meio que fica solto com a medicação. Por isso, é sempre bom orientar que ele tenha um acompanhamento contínuo ambulatorial. Para isso a gente faz o encaminhamento. Também orientamos a mudança do estilo de vida: Alimentação balanceada, atividade física, exposição ao sol, tem um momento de lazer, praticar uma meditação, pode ser um exercício de respiração, Yoga, acupuntura, ventosoterapia, psicoterapia (muito importante), exercer a espiritualidade, recomende atividades, em idoso estimular atividades manuais/intelectuais, higiene do sono. Hipovitaminose D pode cursar com rebaixamento do humor. Lembrar de dosar vitamina D. Conduta inicial Conhecer a unidade (equipe, exames, rotas de fuga, pendencias do plantão anterior): se tem UTI, se tem um suporte psiquiátrico, se tem psiquiatra de sobreaviso, o suporte em relação a exames, o tempo que demora do exame, saber as rotas de fuga da sala de atendimento. Importante também conhecer a equipe, saber se tem o suporte de um assistente social (muito importante), porque ele vaidefinir para onde vai mandar o paciente, quem vai chamar, ligar para família, etc., se tem psicólogo também é muito importante. Apoio (segurança), por exemplo, um paciente começar a agitar, já contactar a segurança. Tem que estar muito ligado no ambiente até por essa questão da rota de fuga. Pendências do plantão anterior: sempre que a gente assume um plantão, o ideal é que a gente saiba quantas vagas temos para internar os paciente, se tem vaga masculina/feminina, se tem algum paciente regulado pelo SAMU, ou seja, se vai chegar algum paciente do SAMU, se tem algum paciente com alguma pendência clinica ou algum caso mais grave na enfermaria para gente dar um suporte. Observar a sala de espera: para saber se tem algum paciente com um risco maior de agressividade, para que se for o caso ao chamar primeiro para evitar que ele agite os outros. Estimar o risco de agressividade: Chegou na sala de espera tá vendo se o pessoal tem risco de agitar ou não. Quem tem risco maior, a gente tenta chamar primeiro. Estrutura da sala de atendimento Geralmente o paciente entra por essa porta de baixo, mas é sempre bom ter uma porta atrás ou ao lado para caso a gente precise em um momento de agitação. Às vezes, o paciente entra na agitação psicomotora e temos que estar preparados para correr então a porta atrás vai ser a nossa rota de fuga. Importante também é que a porta abra para for, porque se a gente for puxar a porta, a gente vai “se bater” e assim fica mais fácil a fuga. Importante também manter uma distância mínima do paciente. Essa distância depende do paciente, se for alguém muito alto, a envergadura, a distância dos braços é uma distância maior então vai ter um alcance maior. Risco de Agressividade Não é feita uma estimativa numérica, totalmente precisa/exata. O que vai ser visto é a paciente que tem mais risco e a que não tem. Importante alertar a equipe sobre o risco de agressividade. Por exemplo, já avisa que vai precisar de 2H- 1F (duas ampolas de Haldol e uma de Fenergam) Como ver isso no paciente: • Punhos cerrados → pessoa está tentando conter a agressividade. • Tom de voz elevado • História de agressividade: muitas vezes a equipe já sabe ou a própria família informa. • Sexo masculino: maior risco de agressividade • Idade: 15-24 anos: acontece mais • Abuso de álcool e outras SPAs: momento específico que a pessoa usou em uma quantidade maior. Não necessariamente a dependência ao álcool aumenta o risco, mas o abuso sim, e a abstinência também. • Inquietação/mudança frequente de postura: é aquela penso que se senta, se ajeita, vira, depois olha. É aquela pessoa que demonstra um desconforto em estar ali. • Comportamento provocativo: é aquela pessoa que tenta ali ficar te atiçando para criar um clima de tensão. Conduta na Consulta Estar a uma distância segura do paciente: essa distância depende do paciente Estabelecer vínculo com o paciente: na emergência psiquiátrica tem várias situações em que pode ter levado ele lá. Algumas dessas situações incluem ele não querer ir para a emergência, seria quando ele não tem autopatognose. Por exemplo, se eu tenho esquizofrenia eu realmente acredito nas alucinações, então não adianta vocês convencerem. Então na emergência, temos que tentar acessar o paciente de maneira mais sutil. Muitas vezes o paciente não vai querer tomar o remédio depois, mas se você cria um vínculo afetivo inicial. Se o paciente confiar em você, ele vai tomar o remédio, vai aderir melhor o tratamento. Entender o objetivo de o paciente estar ali: As vezes ele não sabe porque ele está aí porque alguém levou e ele acha que ele está ótimo e não precisa, então ele não vai ter uma queixa, então nesse caso é mais importante ouvir mais o acompanhante do que o próprio paciente. Mas sempre primeiro ouvir o paciente. As vezes o familiar entra antes primeiro e depois o paciente entra, nesses casos não tem problema. Mas se os dois entraram o ideal é ouvir primeiro o paciente, para mostrar que estamos aqui por ele e para ouvir ele. As vezes o objetivo é porque ele quer pegar um relatório, as vezes porque está tomando um medicamento que não está fazendo bem para rever a medicação dele, então tem vários motivos que podem levar o paciente a emergência. Então, tem que saber o objetivo dele na emergência e como ele se sente. Exemplo: O paciente fala que está ótimo, mas a acompanhante informa que ele só anda triste e disse que vai se matar. Aí tem que perguntar ao paciente se isso é verdade, você acha que não deveria estar aqui? Mas já que você está aqui eu não posso te ajudar de alguma forma não? Evitar para pacientes agressivos Confrontar o paciente agressivo: Não importa o que o paciente fale para você não revidar. Não leve para o lado pessoal. Até para não levar para o lado pessoal. Nem confrontar no sentido assim: O paciente fala que vai matar o vizinho, mas ai você vira e fala, a nada a ver sua mãe disse que não é assim que isso é coisa da sua cabeça. NÃO FAÇA ISSO!! Movimentos bruscos: Se o paciente está agressivo e você faz movimentos bruscos ele pode achar que você é você pegando uma arma. • Se você estiver atendendo o paciente psicótico não fique no celular, não fique de conversa paralela. Anotações: se o paciente está agressivo e a gente fica anotando as coisas parece que estamos registrando as informações para dar para alguém que quer fazer mal a ele Evitar para pacientes em geral Se “contaminar” com emoções negativos do paciente: temos que fingir serenidade mediante as situações que ocorrem no plantão. O paciente está ali ele não está bem, ele tá fora da realidade. Ignorar ou perguntar assim: “Fulano, eu estou aqui para te ajudar. Por que você está fazendo isso?” Fazer relatórios para INSS e outras situações: O relatório é um direito do paciente, mas se a gente não conhece, é a primeira consulta, não sabemos bem quais são as intenções dele. Primeiro, relatório para INSS não é para fazer na emergência. Segundo, o paciente quer ter outros tipos de ganhos secundários. Às vezes eles está em um confronto judicial com a alguém, então pode tentar manipular um pouco o diagnóstico. Anamnese na Emergência A estrutura é a mesma de qualquer anamnese normal Com quem o paciente compareceu: quem é o acompanhante do paciente. Não adianta coloca só “irmão/irmã” tem que colocar o nome da pessoa. Colocar na anamnese: “Paciente compareceu com fulano, irmão, relatando ...” Ex: O paciente morreu. Se você registrou que esse irmão que acompanhava o paciente, ele tem embasamento legal para tomar conta do paciente. Ás vezes essa questão de herança ver se esse acompanhante merece a herança do paciente. Isso é mais para questões jurídicas e legais. Queixa: o que o levou a emergência NAQUELE dia/momento? Às vezes o aluno coloca assim: “Queixa na emergência: Humor deprimido”, mas a pessoa pode estar com o humor deprimido há semanas/meses. Por que ela foi na emergência naquele dia? O que é interessante saber se ocorreu uma piora do sintoma naquele momento. Porque é importante ver se existe algum fator, como a presença de alguém que faz mal para esse paciente, por exemplo. Ou se pela manhã/noite o paciente fica pior. Ex: O paciente pode dizer assim: “Eu tenho humor deprimido, mas hoje pela manhã eu tive uma crise de ansiedade” e daí já começamos a rever o diagnóstico. HMA: uso de medicamentos → Importante perguntar o que ele usa, quais as doses, se usa pela manhã/tarde/noite, qual a resposta que o paciente tem com essa medicação, se tem sono ou não. Importante saber também sobre os efeitos colaterais, porque se ele tiver, ele vai acabar suspendendo em algum momento, então é bom ver a possibilidade de trocar esse medicamento. Não que isso seja uma coisa que precise ser feita, mas se a gente puder, vai ajudar o paciente. • Fluoxetina 20 mg 0-2-0 → Isso significa que é fluoxetina, 0 comprimidos pela manhã, 2 comprimidos a tardee 0 a noite. • Clonazepam 0,5mg 0-0-1 → Clonazepam 0,5 mg 1 comprimido à noite • Depakene 500mg 2-0-2 → Depakene 500 mg, 2 comprimidos pela manhã e 2 comprimidos à noite. Importante: explicar esse formato para o paciente e sempre reforçar nas próximas consultas. Essa escrita ocorre na prática para ser feito de forma mais rápida, mas sempre orientando o paciente. Em provas de residências, não colocar dessa forma. Isso também depende do paciente, se for uma pessoa leiga, pode acabar complicando mais a vida do paciente. Pedir para o paciente explicar a orientação. Essa parte de medicação também é importante para saber qual medicamento o paciente vai utilizar na emergência. Por exemplo, o paciente usa Quetiapina 100mg 0-0-1, se ele chegar na emergência ansioso, podemos passa Quetiapina 25mg 02 cp VO no momento. Porque se a gente sabe que ele já usa essa medicação, podemos aproveitar e fazer uso dela na emergência. Usando nesse caso uma dose menor, para que o paciente não durma na emergência, esse não é o objetivo. Outro exemplo, o paciente já faz uso de Olanzapina 10mg 0-0-1, então na emergência podemos fazer Olanzapina 5mg 01 cp vo no momento. AM: tentativas de suicídio ou homicídio → Questionar se tem alguma doença prévia, se já teve AVC alguma vez, se tem alguma alergia, cirurgias. A questão é que na emergência a gente não tem como, tem que ser mais objetivo. Exemplo: Se o paciente está muito agitado. Não vamos colher a história toda dele e investigar depois porque a injeção, diferente dos filmes, que coloca e na hora a pessoa apaga. Só uma medicação venosa pode ter um efeito tão rápido, mas normalmente não é. É FUNDAMENTAL saber se o paciente já teve alguma tentativa de suicídio. Coloquei homicídio também porque tem pacientes que são agressivos e se alguém relatar é importante que a gente escreva isso. Mas não é para perguntar essa questão do homicídio para todo mundo. Exame psíquico na Emergência Os quatro primeiros pontos já podem verificar só do paciente entrar na sala. Na psiquiatria alerta significa acordado. Eu posso estar alerta, mas hipovirgil, então minha atenção estaria prejudicada. • Nível de consciência → Alerta? • Aparência (inclui odor): importante o odor, o paciente pode estar vários dias andando na rua. ÀS vezes o paciente está com o humor deprimido e não percebe esse odor, deixa o cabelo bagunçado. Por isso, às vezes é bom perguntar com jeitinho, se ela está percebendo isso, desde que ele não seja um paciente agressivo. • Atitude: como o paciente reage. Se ele é abordável, receptível, se fala com a gente espontaneamente, se entra tenso, introspectivo, atitude mais evasiva, • Psicomotricidade: seria a expressão do psiquismo através da motricidade do paciente. Na agressividade o paciente fica mais desconfortável, com uma psicomotricidade mais acelerada, paciente mais inquieto. • Sensopercepção: relaciona o psiquismo com os órgãos do sentido. As alucinações entram aqui, uma alteração da sensopercepção. o DELIRIO: Alteração do pensamento. Por exemplo: Eu penso que meu vizinho quer me matar. Ou seja, eu tenho um pensamento persecutório, então seria um delírio. o ALUCINAÇÃO: Alteração da sensopercepção (ligada aos sentidos). Por exemplo: Estou vendo um vulto, ouvindo vozes, sentido insetos subindo pelo meu corpo, ou seja, alucinação está relacionada com os sentidos. o ILUSÃO: Também é uma alteração da sensopercepção. Exemplo: Eu mostro essa garrafa e alguns de vocês vem um dinossaurinho, isso é uma ilusão. Ou seja, eu dei um estímulo visual e a mente de vocês distorceu e transformou em um dinossauro. • Humor: o humor pode estar irritado, exaltado. O normal é eutímico. • Orientação: principalmente nos casos que a gente suspeita de delirium, que é um quadro psiquiátrico secundário a uma causa orgânica como uma sepse, muito comum em idosos, pacientes nefropatas, hepatopatas. É um quadro que dura muitas horas. • Pensamento: Analisa três coisas do pensamento, conteúdo (o que o paciente está falando), curso (se fala rápido ou devagar) e forma (organizado ou desorganizado). Por exemplo: Falar que foi para casa em um unicórnio. O conteúdo está delirante, o curso seria acelerado se ele falasse muito rápido ou lento se tivesse latência de resposta e falaria que estaria lentificado e a forma, se as ideias são sequencias e concatenadas é um pensamento organizado, existem uma coesão. O pensamento está logico. Diferente de ficar soltando várias palavras. Que é o que chama de sopa de palavras, um pensamento desorganizado. Esses pontos do exame devem estar obrigatoriamente na emergência. Exame psíquico na Emergência Os quatro primeiros pontos já podem verificar só do paciente entrar na sala. Na psiquiatria alerta significa acordado. Eu posso estar alerta, mas hipovirgil, então minha atenção estaria prejudicada. • Nível de consciência → Alerta? • Aparência (inclui odor): importante o odor, o paciente pode estar vários dias andando na rua. ÀS vezes o paciente está com o humor deprimido e não percebe esse odor, deixa o cabelo bagunçado. Por isso, às vezes é bom perguntar com jeitinho, se ela está percebendo isso, desde que ele não seja um paciente agressivo. • Atitude: como o paciente reage. Se ele é abordável, receptível, se fala com a gente espontaneamente, se entra tenso, introspectivo, atitude mais evasiva, • Psicomotricidade: seria a expressão do psiquismo através da motricidade do paciente. Na agressividade o paciente fica mais desconfortável, com uma psicomotricidade mais acelerada, paciente mais inquieto. • Sensopercepção: relaciona o psiquismo com os órgãos do sentido. As alucinações entram aqui, uma alteração da sensopercepção. o DELIRIO: Alteração do pensamento. Por exemplo: Eu penso que meu vizinho quer me matar. Ou seja, eu tenho um pensamento persecutório, então seria um delírio. o ALUCINAÇÃO: Alteração da sensopercepção (ligada aos sentidos). Por exemplo: Estou vendo um vulto, ouvindo vozes, sentido insetos subindo pelo meu corpo, ou seja, alucinação está relacionada com os sentidos. o ILUSÃO: Também é uma alteração da sensopercepção. Exemplo: Eu mostro essa garrafa e alguns de vocês vem um dinossaurinho, isso é uma ilusão. Ou seja, eu dei um estímulo visual e a mente de vocês distorceu e transformou em um dinossauro. • Humor: o humor pode estar irritado, exaltado. O normal é eutímico. • Orientação: principalmente nos casos que a gente suspeita de delirium, que é um quadro psiquiátrico secundário a uma causa orgânica como uma sepse, muito comum em idosos, pacientes nefropatas, hepatopatas. É um quadro que dura muitas horas. • Pensamento: Analisa três coisas do pensamento, conteúdo (o que o paciente está falando), curso (se fala rápido ou devagar) e forma (organizado ou desorganizado). Por exemplo: Falar que foi para casa em um unicórnio. O conteúdo está delirante, o curso seria acelerado se ele falasse muito rápido ou lento se tivesse latência de resposta e falaria que estaria lentificado e a forma, se as ideias são sequencias e concatenadas é um pensamento organizado, existem uma coesão. O pensamento está logico. Diferente de ficar soltando várias palavras. Que é o que chama de sopa de palavras, um pensamento desorganizado. Esses pontos do exame devem estar obrigatoriamente na emergência. Exame Físico na Emergência O exame físico só deve ser feito quando o paciente estiver calmo e a gente se sentir seguro para realizar. Devemos fazer? Literatura: sim. Na prática DEPENDE DO CASO. Paciente muito agitado não vai conseguir fazer o exame físico até contenção do paciente/ficar calmo. Na prática vai tentar resolver o caso agudo e depois pode solicitar exames laboratoriais, fazer uma avalição, um encaminhamento para um médico, como um endócrino. O que os livros recomendam que façamos na emergência: seria o exame físico completo, mas existem coisas mais importantes. • Inspeçãogeral: é importante porque, às vezes o paciente está andando na rua há vários dias ou é um idoso que está com uma lesão orgânica, uma ferida que infectou, um quadro de delirium. o A principal causa de delirium é infecção. Pode ser uma ITU, otite etc. • Exame neurológico: importante quando suspeitamos de causas orgânicas, principalmente em idosos, como uma demência, um quadro de Alzheimer. • Tireoide: se você se sentir seguro pode tentar no palpar no paciente. É um dos principais órgãos que podem evoluir quando está adoecido com sintomas psiquiátricos, como sintomas de humor, ansiosos, psicóticos. Se você perceber que o paciente tem um bócio pelo menos tente palpar para verificar a consistência. • ACV: normalmente quando o paciente chega à emergência, pelo menos, os dados vitais a gente vai ter. Normalmente não é o médico que ver isso, ele passa por uma triagem, o técnico de enfermagem, vê a PA, a glicemia (a depender da suspeita). Entretanto, o exame normal do ACV, nenhum psiquiatra faz. • AR: o ideal seria auscultar, fazer o FTV, percussão. Mas se não tem uma suspeita orgânica clara, não vai ser feito. • Abdome • Extremidades Lembrar sempre da integralidade do paciente, ou seja, não deixar examinar o paciente por ele ter vindo para uma consulta de outra especialidade, só que isso é a TEORIA. Na prática, as vezes a emergência está “pegando fogo”, o psiquiatra não vai fazer o exame físico porque o paciente pode ter potencialmente um feocromocitoma. Então, é feito o básico e nós adequamos a realidade. Se tiver alguma coisa no exame físico que seja muito aberrante nós vamos tentar examinar. Segundo a literatura temos que examinar todos os pacientes, mas na prática só analisamos o que está chamando muito a atenção. Contenção: quando falamos de contenção temos a química e a mecânica, que são as ataduras, cordas, materiais que são chamados de contenção para evitar que o paciente agrida alguém. A contenção química é mais lenta (demora mais) que a contenção mecânica. Então, o paciente chegou mais agitado, a gente faz o 2H1F e coloca o paciente na contenção mecânica, porque até o remédio fazer efeito ele vai tentar sair e quebrar tudo. Às vezes a gente faz a contenção mecânica antes da contenção química, exemplo, quero fazer 2H1F no paciente, mas ele está muito agitado, se o técnico for colocar a seringa no músculo dele, pode causar um acidente. Então, muitas vezes temos que fazer a contenção mecânica e depois a química para evitar acidentes. Se o paciente for grandão, a gente já faz 3H-1F-1M (Duas ampolas de Haldol, uma de fenergan e uma de midazolan) Exames Laboratoriais • Hemograma: sempre é feito, para tentar buscar alguma alteração. Importante pois traz informação de coagulação, infecção (leuco), a questão de oxigenação, se tem alguma anemia. • Função renal • Função e lesão hepáticas • Glicemia: importante, principalmente em idosos porque pode gerar uma mudança de comportamento e isso é muito grave. A HIPOglicemia é mais grave que a hiperglicemia. A hiperglicemia é danosa para o paciente, só que mais a longo prazo, já a hipoglicemia promove uma perda neuronal. o Então, um idoso chega a emergência psiquiátrica com um quadro agudo a gente tem que ver a glicemia e a PA. • Eletrólitos: uma pessoa que desenvolveu um quadro ansioso/depressivo do nada, pode ser um distúrbio hidroeletrolítico, sem história prévia. Outro exemplo, a mulher está desacordada, com uma alteração de atenção não reconhece família pode ser uma hiponatremia. o Escitalopram pode causar → hiponatremia (principalmente em idosos). Então, lembrar sempre que a própria medicação pode levar a efeitos colaterais. Exame toxicológico (via urinária, sanguínea e via bulbo capilar): normalmente só é feito em hospitais clínicos. O objetivo desse exame é avaliar o quanto o paciente está intoxicado, o que o paciente está usando de SPAs. Se a gente tivesse o toxicológico de todos os pacientes que chegasse na emergência poderíamos manejar melhor, só que não temos. É tratada crise aguda e depois que vemos se tinha alguma coisa ou não. • É mais guiado por alguns dados, como um homem chega com um pó branco no nariz, é cocaína. Do que visto pelo exame toxicológico. • A via bulbo-capilar é a que pega a intoxicação por mais tempo. Exemplo: pega por 90 dias. Então, se eu usei cocaína hoje, daqui a 1-2 meses, se eu fizer o toxicológico pelo bulbo capilar, você vai ter percebido isso. Chegou uma mulher na emergência, 50 anos, primeiro episódio depressivo, chegou para gente com uma ideação suicida. Primeiramente, ela está mal, então temos que dar um conforto para ela. Depois é importante saber se ela já usou algum medicamento e qual a resposta que ela teve. Se ela disser que nunca usou nenhum medicamento. Então, vamos dar logo uma medicação para ela, se é uma crise ansiosa/de angústia, usamos um ansiolítico. O ideal naquele momento era que se já solicitássemos alguns exames, que eles pudessem ser feitos e assim já poderíamos descartar algumas causas orgânicas. • Importante lembrar: doença mental é doença de jovem. Ela é atípica em uma pessoa de 50 anos, sem nenhuma história prévia, ter um episódio endógeno. Normalmente esse quadro é secundário a uma causa orgânica. • Em teria, teríamos que ver a tireoide, ver se tem alguma alteração renal ou hepática. • Lembrar: UREMIA uma das principais causas de mudanças de comportamento. Também importante a encefalopatia hepática A tentativa de suicídio gera um conflito entre a psiquiatria e a clínica. O ideal é que se numa tentativa de suicídio a pessoa tenha uma intoxicação é que ela vá para um hospital clínico. Porque primeiro ele é estabilizado clinicamente e depois entra a parte psiquiátrica. O ideal seria ser atendido em um hospital clínico com uma boa estrutura psiquiátrica, mas geral não acontece. Diagnósticos diferenciais • Uso ou abstinência de SPAs: lembrar sempre da intoxicação, ver se o paciente tem esse perfil de intoxicação, esse perfil seriam jovens consumidos, paciente desnutrido, pode ser que ele esteja bebendo tanto que ele não esteja se alimentando. o Pacientes alcoólatras, pós-bariátrica costumam cursas com deficiência de vitaminas. o Atenção para: hálito etílico, pó branco no nariz, dentes muito pretos, ausência de múltiplas unidades dentárias (quando a pessoa usa crack), alucinações táteis (sentindo que tem um bicho subindo na perna dele), alucinação visual (chega com aquela marcha de quem estava bebendo). o Paciente com alucinações táteis e visuais → sinal de intoxicação (substâncias psicoativas) ou em quadros orgânicos. Lembrar que pode ser também abstinência. • Infecções (SNC, ou sepse) • Hipóxia, hipoglicemia • Encefalopatias • Neoplasias: lembrando que no hospital psiquiátrico dificilmente vamos fechar o diagnóstico de neoplasia • Demências: quadro crônico que cursa com declínio do cognitivo, uma queda do pensamento do paciente, da memória. o Delirium: quadro agudo. Importante como diagnóstico diferencial. Principalmente em idosos. o A esquizofrenia, o transtorno bipolar e a depressão podem cursar, a longo prazo, com declínio cognitivo (como de memória, de afeto, atenção), mas não chamo de demência, porque aqui teriam outras causas. o A causa de demência é o depósito de beta amiloide no SNC. Isso não seria uma esquizofrenia que se agravou e sim uma demência causada por tal coisa. • AVC: muitos pacientes mudam o comportamento depois do AVC. Quando falamos de AVC, quer dizer que tecido nervoso morreu, e isso pode levar a alterações de comportamento. Lembrar disso, principalmente em quadros súbitos. Se a gente não tiver como afastar na unidade que a gente tá, atuamos no momento, dá alguma medicação, mas faz um relatório e encaminha o paciente. • TCE: o paciente estava caminhando na rua e bateu a cabeça e depois disso mudou o comportamento dele, então é uma mudança aguda, normalmenteé um paciente que não tem uma história previa. Importante: evitar benzodiazepínico em idoso. Principalmente, os de meia vida longa, como o Rivotril (clonazepan). Em idosos pode chegar a uma meia vida de 72h. Pode gerar uma sedação, o idoso cai e se machuca. Regulação: é como se fosse uma central que a gente coloca os pacientes de todos os hospitais que têm uma demanda de outro hospital, exemplo, um paciente está no HJM que deu esquizofrenia mas começou a apresentar uma infecção respiratória do tipo pneumonia. Então ele precisa ser encaminhado para uma UTI é um quadro grave, então colocamos ele na central estadual de regulação. Essa central vai todos os casos de todos os pacientes daquele dia, de todos os hospitais, então é uma demanda muito absurda. O problema é que não tem tantas ambulâncias para suprir essa demanda. • Regulação de leitos: • Regulação de exames: que é uma regulação municipal A ficha de regulação tem que ser atualizada TODOS os dias. Então, às vezes vira uma bagunça, alguém esquece de preencher a ficha. Características – Organicidade Alucinações visuais ou táteis: Normalmente as alucinações reais (endógenas, sem ser de causas orgânicas) são pouco detalhadas (subjetivas) e são geralmente auditivas. Já as alucinações de causas orgânicas (como as por uso de substâncias psicoativas) podem ser visuais e táteis. • Quanto menos a pessoa souber falar sobre essa alucinação mais fidedigna seja isso, se ela fala muito, detalha, às vezes é meio estranho. • Primeiro episódio: é a primeira vez na vida que o paciente está apresentando uma alteração de comportamento. Se a gente coloca o primeiro episódio como marco para buscar organicidade e se não for pesquisado, talvez isso se perca. No mínimo fazer um rastreio básico com: hemograma, ureia, creatinina, sódio, potássio, eletrólitos. o Episódios depressivos: vitamina D. • Idade avançada (>40 anos): doenças mentais são doenças de jovens, então é estranho que o quadro só surja lá na frente. Às doenças mentais se comportam como uma curva de Gauss bimodal, tem um pico maior na adolescência, entre 15-25, e depois tem um pico um pouco maior que o valor basal, entre 40-60 anos. Mesmo tendo esse segundo pico, temos que investigar as causas orgânicas. Às vezes também pode ser um diagnóstico tardio. • Doença clínica preexistente: o paciente tem uma doença renal, as vezes o quadro agudizou • Sinais e sintomas neurológicos • Rebaixamento do nível de consciência (RNC): lembrar do delirium, principalmente nos idosos que estão com uma infecção, está meio torporoso, meio obnubilado, só reagindo com um estímulo doloroso, aquela compressão de leito ungueal, • História recente de trauma: o paciente caiu na semana passada e depois disso começou a ficar esquisito, ele pode ter tido um sangramento que possa ter mudado o comportamento dele. Medicamentos Antipsicóticos típicos • Haldol Antipsicóticos atípicos • Olanzapina: é um medicamento muito incisivo. Pode, a longo prazo, causar efeitos metabólicos (perda de peso), mas para a emergência ele é ótimo, ás vezes o paciente até dorme, mas lembrando que o foco não é esse. • Quetiapina • Risperidona Benzodiazepínicos → Existem restrições em seu uso. Não pode ser usado para todo mundo Rivotril (clonazepam): é um medicamento que é feito em quadros ansiosos, ele é muito rápido, principalmente quando o uso é sublingual. • Existem restrições em seu uso. Não pode ser usado para todo mundo. Mas é um dos medicamentos mais usados na emergência. O Rivotril e olanzapina não tem via intramuscular. A via é ORAL. Quando tempos que usar a via IM sobram poucas opções, mas uma das opções mais viáveis é 2H-1F. Importante: Para idoso não usamos o Fenergan Contenção Mecânica Consiste basicamente em colocar ataduras ou uma contenção, que é um material acolchoado em algumas extremidades do paciente para ele ficar seguro na cama sem risco de agredir ninguém, até o medicamento fazer efeito. Tem pacientes que a gente mantém na contenção, não é o ideal, não é passar de 3h, tem que ser monitorada, tem que ficar de olho, • Avisar a equipe antes se percepção de risco de APM: eles já fazem a preparação. Avisar para se aproximar. • 5 pontos: • Contenção mecânica de 2 pontos: os punhos • De 4 pontos: punhos e tornozelos • De 5 pontos: punhos, tornozelos e tórax Na região do tórax de preferência fazer uma contenção com um lençol. Essa contenção que está no joelho do paciente geralmente, não precisamos fazer. Pode ser feita com atadura ou com um material próprio para contenção (acolchoado). Quem faz a contenção não é o médico, mas ele tem que estar supervisionando. Indicações de Internação ● Ideação suicida: Não pode dar alta para ele sem uma avaliação e sem dar uma medicação. Orientar a família dos riscos e ter uma vigilância 24h ou internar o paciente. Não é para deixar a medicação com o paciente, porque ele pode tomar tudo de vez ● Comportamento persistemente violento: é o paciente que mesmo a gente medicando, ele acorda e agita de novo. ● Autonegligência grave (desnutrição, desidratação, má higiene): paciente que está se expondo ao risco na vizinhança dele ● Desinibição importante: exemplo: paciente que tira a roupa no meio da rua. Ela está se expondo, em relação ao emprego, a questão social. Um paciente com uma desinibição importante pode ser sim um critério para a internação. Importante: ver se tem vaga no hospital que estamos dando plantão, fazer um encaminhamento orientar a família. Paciente que não toma medicação tem indicação de internação (mesmo que involuntária) se houver risco de morte do paciente por não tomar a medicação ou em pacientes psicóticos (sem autopatognose). Tipos de internação • Voluntária: Se tiver indicação de internação, mas o paciente foi se internar por vontade própria (voluntária), pedimos para ele assinar um documento que diz que no momento da admissão a internação foi voluntária, mas que durante a internação pode se tornar involuntária ,pois as vezes o paciente quer ir embora, e esse documento é uma forma de nos resguardarmos e mantermos ele internado. • Involuntária: vou internar o paciente mesmo sem ele querer porque ele está se expondo a um risco, ele pode piorar e morrer. Um paciente que não tem autopatognose e se não tomar o remédio pode morrer, então é preciso fazer o internamento. Mas também são avaliadas outras coisas. o THB em mania, esquizofrenia→ Geralmente são internações involuntárias • Compulsória: mandado por um juiz (ordem judicial). Mesmo que não seja tão clara, tem que cumprir. Encaminhamento • Ideação suicida: NÃO DAR ALTA PARA O PACIENTE SOZINHO SEM AVALIAÇÃO COM PSQUIATRA. ÑÃO se responsabilize de dar alta para ele. Importante também dividir essa situação com a equipe. Se vocês estiverem dando plantão na UPA, liguem para o gestor passe a situação e ele pedir para você fazer um relatório, não se responsabilize por isso. É obrigação do gestor arrumar um psiquiatra para ele o Se o paciente com ideação suicida estiver acompanhado da família, pode dar alta, contanto que oriente a família a permanecer com vigilância e encaminhamento para psiquiatra. • Solicitar exames se necessário: primeiro episódio/suspeita de organicidade. Ambulatórios/CAPS/consultórios (inclusive para clínico, endocrinologista ou neurologista): lembrar que não sabemos tudo e tem coisas que não estão ao nosso alcance. (Não é o foco da aula, mas ele comentou e achei interessante pontuar). Blues puerperal: é como se fosse um mal estar/tristeza que essa mulher tem por ela ter se tornando mãe, ter muitas responsabilidades. A partir desse momento, o bebê não é mais uma coisa que pertence a ela, está dentro dela, o filho está exposto, então é como se ela tivesse que dividir essa criança com o mundo. Isso acaba gerando uma confissão de sentimentos. O pós parto é um período muito conturbadopara a mulher. É uma autolimitada. (Não tem a ver com os exames, mas é interessante). Depressão pós parto: tem que ser tratada, é um quadro mais grave e tende a se arrastar por muito mais tempo. Perigoso até para criança, porque quando ela está deprimida não dá a atenção devida. Requer um auxílio familiar. Psicose pós-parto: que é um caso mais grave e perigoso até para a criança, porque é um motivo de exclusão até da amamentação.
Compartilhar