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TRABALHO E SOCIABILIDADE Jacqueline Kalakun O processo evolutivo do trabalho Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Situar a evolução histórica do processo de trabalho no mundo. Reconhecer a evolução histórica do processo do trabalho no Brasil. Identificar a racionalidade capitalista no modelo de administração das organizações. Introdução Para que compreender a prática profissional do Serviço Social na atuali- dade, é necessário ampliar o olhar sobre o processo histórico do mundo do trabalho, uma vez que todas as pessoas são afetadas pelas significativas mudanças societárias que vêm ocorrendo, com reflexos no desenvolvi- mento econômico, cultural e social no mundo. Diante desse contexto, cabe realizar uma releitura do terreno sócio-histórico e das formas de produção até os dias atuais, em que as metamorfoses ocorridas no mundo do trabalho impactam a vida dos trabalhadores. Os sujeitos sociais, trabalhadores e organizações empresariais, são demandantes do trabalho técnico profissional do assistente social, que se insere na divisão sociotécnica do trabalho e protagoniza a sua ação, comprometida com a democracia e com a ética profissional. Neste capítulo, você vai situar historicamente o trabalho no mundo e no Brasil, e identificar os processos e modelos de produção (taylorismo, fordismo e toytismo) implementados nas organizações ao longo do tempo, a partir da racionalidade capitalista vivenciada nesses ambientes. C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 1 20/07/2018 11:54:26 Evolução histórica do processo de trabalho no mundo Nos últimos séculos, o mundo experimentou mudanças radicais, que deram outra confi guração às relações econômicas, culturais e sociais. Tais transformações ocorreram, principalmente, após o século XVII, quando entraram em cena as grandes Revoluções da Humanidade — Revolução Francesa, Revolução Gloriosa e Revolução Industrial —, que apresentaram um marco na história da humanidade, pois passaram a instaurar o modo de produção capitalista, o qual afetaria a vida das pessoas de uma forma mais ampla e complexa. O sistema econômico, antes baseado na agricultura e na atividade artesanal, foi substituído pela industriali- zação, que se baseia na produção em grande escala e na valorização do capital. Alguns historiadores afirmam que a Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra em 1689, foi equivalente à Revolução Francesa (1789), porque significou o fim do Absolutismo e a ascensão do poder da burguesia. A Revolução Gloriosa, movimento revolucionário e pacífico, possibilitou o fim da Monarquia Absolutista, em que o rei detinha o poder e centralizava a política, dando início à Monarquia Parlamentar Constitucional, em que o poder está no Parlamento, que fiscaliza e controla a política e detém superioridade em relação à coroa britânica. Em consequência da Revolução Gloriosa, foram estabelecidas as bases econômica e política para a futura Revolução Industrial. A Revolução Francesa foi marcada pela tomada da Bastilha (prisão) pelo povo francês, que foi às ruas com o slogan “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” contra o poder do clero (Igreja) e da nobreza. Em decorrência desse movimento revolucionário, o regime feudal foi abolido e os privilégios do clero e da nobreza foram eliminados. A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra, em 1760, e se alastrou para o resto do mundo, provocando profundas mudanças, caracterizada pelo uso de novas fontes de energia e pela invenção da máquina a vapor. Isso permitiu aumentar a produção com menos gasto de energia humana, sendo que o processo operou a partir da divisão do trabalho e da aplicação da ciência na indústria, o que gerou crescimento financeiro, afirmando o poder econômico da burguesia e o aparecimento da classe operária. O período de desenvolvimento do capitalismo industrial caracterizou-se pelo crescimento da produção, pelo êxodo rural e pela concentração de novas populações urbanas. Por volta de 1830, independentemente das condições de trabalho, dos baixos salários e do alto número de horas traba- O processo evolutivo do trabalho2 C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 2 20/07/2018 11:54:27 lhadas, era preciso assegurar a subsistência das famílias. As crianças e jovens também participaram do processo produtivo como trabalhadores das indústrias. Entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, após a Primeira Guerra Mundial, surgiu um novo período, denominado Segunda Revolução Industrial. Uma das principais características desse período foi a crença na lucratividade advinda da ciência, ao contrário do empirismo tecnológico, quando a invenção da energia elétrica potencializou a capaci- dade produtiva do homem. Inicialmente, nas grandes indústrias, o modelo de produção utilizado pelas empresas foi chamado de taylorismo e vigorou por séculos. Esse modelo se caracterizava por elementos constitutivos básicos que eram dados pela produção fabril de massa, com a fragmentação das funções ou atividades produtivas, reduzindo a atividade do trabalho a uma ação mecânica e repetitiva, sobretudo pela divisão dos homens quanto às tarefas. Frederick Taylor (1899) criou esse método de administração científica e implementou novos métodos de produção, orientados para a realização da tarefa, cujos resultados deveriam apresentar maior produtividade a partir do controle dos tempos e movimentos: tempos padronizados, controle do tempo de produção e do tempo dos trabalhadores, tempo de descanso, de atrasos, tempo improdutivo, sem desperdício e sem ócio, sem “vadiagem” (denunciada como perda de tempo, de produção e de dinheiro), considerada, na época, por Taylor, um vício da classe operária. De acordo com Taylor, um resultado econômico maior seria produzido, do qual tanto a empresa quanto o trabalhador receberiam porções mais substan- ciais. A frase a seguir demonstra claramente a racionalidade do modelo que Taylor introduziu como nova forma de produção: “Cada homem deve aprender como abrir mãos de sua maneira particular de fazer as coisas, adaptar seus métodos a muitos padrões novos e crescer acostumado a receber e a obedecer a ordens, respectivos detalhes, grandes e pequenos, que no passado eram deixados ao seu próprio julgamento” (HAMPTON, 1983, p. 11). Taylor descreveu o funcionário de valor como aquele que acata exatamente aquilo que a chefia diz: “Chegar cedo e trabalhar até a noite. Quando a chefia disser para caminhar, caminhe; sentar, sente-se; ou seja, fazer exatamente o que é ordenado, sem reclamar. Antes de cair a noite, eu saberei se você é ou não um funcionário de valor” (HAMPTON, 1983, p. 11). 3O processo evolutivo do trabalho C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 3 20/07/2018 11:54:27 Assim, quem possuía o capital se apropriava dos meios de produção e comprava, com salários, a força de trabalho daqueles que passavam a depender da venda da sua mão de obra, de acordo com as regras impostas pelo modelo de administração e de acordo com a racionalidade do sistema capitalista. É o que Karl Marx chamou de exploração de classe. Marx, nos seus manuscritos de 1988, já descrevia o processo de alienação e a luta de classes como a tolerância gradual que vai contra aos desejos, necessidades e liberdades do trabalhador, e que se percebe materializada na descrição acima, de Taylor. Vê-se, aqui, a diminuição de espaços voltados à auto-organização dos trabalhadores, típica da época e do estágio de desenvolvimento das forças produtivas: rígidas, controladas, hierarquizadas e mecânicas. Os experimentos de Taylor foram reconhecidos, e a ele foi conferido o título de “pai da administração científica”, por criar novos métodos de aumento da eficiência na indústria. A Figura 1 apresenta publicação de 1911, feita pela Industrial Workers of the World (Sindicato dos Trabalhadores do Mundo) e representa o reconhecimento do modelo de pirâmide daestrutura capitalista da época. Figura 1. Representação da pirâmide da estrutura capitalista, em 1911. Fonte: PYRAMID OF CAPITALIST SYSTEM (2016, docu- mento on-line). O processo evolutivo do trabalho4 C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 4 20/07/2018 11:54:27 Após a Primeira Guerra Mundial (1919), o Tratado de Versalhes (tratado de paz assinado pelas potências europeias para encerramento oficial da Pri- meira Guerra Mundial) garantiu a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e impulsionou a formação, em resposta aos conflitos, de um Direito do Trabalho e da relação de forças entre o capital e este, uma vez que os desajustes sociais e econômicos da época foram considerados geradores da Primeira Guerra Mundial. Esse período marcou a primeira norma voltada, exclusivamente, à proteção dos trabalhadores, em consequência dos movimentos sociais e do declínio do poder do empregador sobre os empregados, pela intervenção legal do Estado. Você pode compreender melhor a dimensão sócio-histórica da época assistindo ao filme Tempos Modernos (1936), produzido e interpretado por Charles Chaplin, que, sendo um operário, trabalha em uma linha de montagem de uma grande indústria automobilística na Inglaterra, no período da Pós Revolução Industrial. Essa obra clássica do cinema mostra as transformações societárias ocorridas naquele tempo partir da ótica do trabalhador e ressalta o modelo de organização taylorista adotado pelas empresas, apresentando a noção do seu impacto para a classe trabalhadora. Dessa forma, o taylorismo propunha uma expropriação intensificada do operário-massa, destituindo-o de qualquer participação na organização do processo de trabalho, que se resumia a uma atividade repetitiva e desprovida de sentido (ANTUNES, 2000). O produto final não possuía a identidade do trabalhador e a sua marca pessoal, estando o esgotamento físico destes relacionado não somente aos trabalhadores braçais, mas ao conjunto de ope- rários da produção de massa e ao aumento da produtividade. Ao separar, radicalmente, o trabalho intelectual do trabalho manual, o sistema de Taylor neutralizou a atividade mental dos operários, cujos corpos deveriam ser dóceis e disciplinados ao comando. Nesse sentido, para melhor compreender as estratégias e sutilezas dos modelos implementados, cabe esclarecer os conceitos de dócil e disciplinado. Foucault descreve tais conceitos no livro Vigiar e Punir: o corpo “é objeto de investimentos tão imperiosos e urgentes; em qualquer sociedade, o corpo está preso no interior dos poderes muito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações” (FOUCAULT, 2009, p. 134). A disciplina fabrica, 5O processo evolutivo do trabalho C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 5 20/07/2018 11:54:27 assim, corpos submissos e exercitados, corpos dóceis. A disciplina aumenta as forças do corpo em termos econômicos de utilidades e diminui essas mesmas forças, em termos políticos e de obediência. “Se a exploração econômica separa a força e o produto do trabalho, a coerção disciplinar estabelece, no corpo, o elo coercitivo entre uma aptidão aumentada e uma dominação acentuada” (FOUCAULT, 2009, p. 134). É nesse sentido que a obra de Taylor se constitui em uma verdadeira filosofia prática do capitalismo: o taylorismo exige uma concepção mecanicista de homem, a partir dos pressupostos de que o trabalhador é incapaz e ignorante, cabendo a ele a tarefa de execução. A produção em série, com movimentos repetitivos, foi introduzida, inicialmente, na indústria automotiva e, posteriormente, transformou a produção industrial dos países capitalistas. Em 1914, Henry Ford, fundador da indústria Ford de veículos automotivos, criou o termo fordismo para descrever o modelo de produção capitalista empregado na sua empresa, caracterizado pelo conjunto de mudanças no processo de trabalho e pela introdução da primeira linha de montagem, re- volucionando a indústria automobilística e criando o mercado de venda em massa para os automóveis. O sistema americano conhecido como fordismo demonstrou a sua eficiência na condição de forma de extração de mais-valia, à medida que, a partir das suas relações de produção e das novas formas de organização do processo produtivo, foram concebidos e veiculados novos modos de vida, de compor- tamento, de valores ideológicos, na forma de buscar um consenso por meio da veiculação de uma nova concepção de mundo, de interesse do capital. Para que o operário fosse “fordizado”, foi preciso aliar-se ao plano científico do processo produtivo os novos mecanismos de adaptação ideológica “na” e “da” vida privada. Portanto, o sistema capitalista se consolidou de maneira global, reproduzindo as relações de dominação e exploração, que separavam o capital do trabalho. Porém, ao final da década de 1960 e início dos anos 1970, tal padrão produ- tivo começou a apresentar sinais de seu esgotamento. Isso porque o padrão de acumulação de produção deparou-se com a incapacidade de responder à retração do consumo que se acentuava. Essa retração já era uma resposta ao desemprego O processo evolutivo do trabalho6 C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 6 20/07/2018 11:54:27 estrutural que se iniciava. A competitividade internacional com o Japão e a crise do petróleo em 1973 contribuíram para o que se chamou de crise do fordismo. Com o crescimento acelerado e desordenado da indústria e com a introdução dos avanços tecnológicos, foi necessário treinar mão de obra qualificada e especia- lizada para atender à nova demanda. Metodologias foram implementadas a partir dos estudos de Taylor. Fayol introduziu a teoria sistêmica e enfatizou a natureza das organizações como um sistema em que organização, pessoas e tarefas são interdependentes, ou seja, em que todo o processo está interligado. Essa noção de sistemas remetia à noção do corpo humano, em que todo o processo e/ou mudança em uma das partes, afeta outras partes ou o todo, podendo levá-lo à falência. Isso posto, cabe salientar que a ciência da administração está embasada no método científico de Taylor, cujos princípios são planejamento, organização e li- derança. O método apresenta etapas que fazem parte de uma grande engrenagem, conhecida atualmente na administração das organizações como metodologia do ciclo PDCA: plan (planejar), do (fazer), check (conferir, verificar) e act (agir). Henri Fayol também introduziu alguns princípios e conceitos relaciona- dos com divisão do trabalho, disciplina, hierarquia, centralização, ordem, subordinação e remuneração, que buscaram organizar o mundo do trabalho e das relações humanas. Na sociedade do conhecimento, do capitalismo neoliberal, houve a neces- sidade de forjar um novo habitus no trabalhador, mais flexível e que acom- panhasse o frenético ritmo de inovações. Com as tecnologias, romperam-se as barreiras de tempo e espaço, observadas no âmbito do trabalho. A remuneração dos trabalhadores já não era mais uma relação direta entre tempo e salário, que se calculava em função do tempo em que o trabalhador cumpre sua jornada na fábrica, mas pelo produto do seu trabalho. Marx (1980) teceu considerações sobre o trabalho (que permanecem vivas) ao dizer que este é um processo de que participam homem e natureza; processo em que o ser humano, com a sua própria ação, impulsiona, regula e controla o seu intercâmbio material com a natureza. Percebe-se o quanto o ser humano e a natureza estão implicados entre si, colocando a humanidade na condição vital de dependência. O capitalismo, como uma ação racional, para poder se firmar, teve a necessidade de adotar de forma generalizada as técnicas de mensuração do tempo, as técnicas do direito e da administração. A chamada Terceira Revolução Industrial ocorreu no Pós-Segunda Guerra Mundial, quando as indústrias químicas e eletrônicas se desenvolveram. Tempo e espaço foram dimensões centrais desse período histórico e para a compreensão das mudanças pelasquais a sociedade vinha passando. Castells (1999) ressalta que o tempo é atemporal — as respostas se dão em tempo real 7O processo evolutivo do trabalho C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 7 20/07/2018 11:54:28 e o espaço é desterritorializado, passando a noção de desterritorialização e globalização a fazer parte dessa racionalidade dos modos de produção, de ser e viver o cotidiano no mundo do trabalho. A transformação do modelo produtivo começou a se apoiar nas tecnologias que vinham surgindo nas décadas do pós-guerra e nos avanços das novas tecnologias de informação. Em substituição ao taylorismo (modelo americano), o método de produção Toyota (modelo japonês) combinou máquinas de alta complexidade com uma nova forma gerencial e administrativa de produção. Novos métodos e processos produtivos e novas formas de administração foram inseridos na busca pela eficácia empresarial. O modelo chamado toyotismo, conhecido pela expressão just in time, significa produzir somente a quantidade necessária, no tempo necessário, evitando ao máximo o excedente (estoque). O modelo criado pelo engenheiro Taiichi Ohno foi aplicado, inicialmente, na fábrica da empresa Toyota, por isso a origem do nome. O padrão, por volta dos anos 1960, logo se espalhou para vários países do mundo e entre grandes empresas, e continua sendo aplicado por muitas delas. Entre suas principais características em relação ao processo de trabalho, cabe citar: a produção ajustada à demanda do mercado, o uso do controle de qualidade total (TQC, total quality control) em todas as etapas do processo de produção, para evitar desperdício e ampliar a qualidade dos produtos, a mão de obra mul- tifuncional, qualificada e treinada para atuar em várias áreas da produção e, por fim, a análise de mercado, para atender às exigências do cliente. Ainda, na busca pela redução de custo, a mudança significativa nas relações de trabalho ficou por conta das subcontratações, terceirizações de serviço e flexibilização do trabalho. A introdução de novas tecnologias digitais, como computadores e, poste- riormente, dispositivos móveis (laptops, celulares, etc.), como ferramentas de trabalho, mudou as relações em sociedade e as relações de trabalho em todos os setores das empresas, da sociedade, da economia, do conhecimento e da informação. Mudanças radicais ocorreram no período de transição entre a Era Industrial e a Era Digital, também conhecida como Era Tecnológica, após a década de 1980. Esse novo paradigma social e uma série de fatos históricos acabaram provocando a desarticulação dos operários e da classe trabalhista, que teve a sua ascensão na Era Industrial. Na relação entre capital e trabalho, um novo perfil de trabalhador passou a ser exigido pelo mercado, com maior valorização da capacidade criativa e da qualificação profissional para manuseio desses dispositivos. As tecnologias demandam novas competências aos trabalhadores, para além das habilidades restritivas das tarefas. Diante desse fato, pode-se salientar que, quanto maior a exigência de qualificação profissional, maior é o fosso de desempregados e O processo evolutivo do trabalho8 C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 8 20/07/2018 11:54:28 subempregados e, consequentemente, maiores são a exclusão e a desigualdade sociais, decorrentes do modelo neoliberal ou do capitalismo contemporâneo. Se, ao longo da história da humanidade, a riqueza esteve sempre ligada à posse e ao controle dos recursos materiais como a terra, o ouro, o petróleo (fonte de energia), hoje, a riqueza não é algo material, mas imaterial: o conhecimento é a fonte primária da riqueza na sociedade pós-industrial. Com base nas informações acima, é possível apresentar um resumo histórico, a fim de melhor situá-lo, demonstrado na Figura 2, expondo na linha do tempo fatos históricos que vêm influenciando e constituem o mundo do trabalho. Figura 2. Representação do contexto histórico no mundo do trabalho. Primeira Revolução Industrial 1760–1860 Segunda Revolução Industrial 1860–1900 Terceira Revolução Industrial Século XX e XXI Idade Média Taylorismo Fordismo Toyotismo 1750 1900 1970 1980 Europa Inglaterra Estados Unidos Japão Mundo globalizado • Artesanato • Trabalho doméstico • Sistema fabril • Produção série/massa • Just in time • Era da informação • Sistemas informatizados • Grandes corporações industriais Primeira Guerra Mundial Segunda Guerra Mundial 1914–1918 1939–1945 Evolução histórica do trabalho no Brasil O processo de trabalho no Brasil é reconhecido a partir do marco histórico da abolição da escravatura, ocorrida em 1888, quando os escravos foram libertados e os imigrantes europeus deslocaram-se para o Brasil, incentivados pelo governo, que procurava atraí-los, subsidiando a passagem de navio e esta- belecendo contratos com empresas e particulares, a fi m de que os imigrantes explorassem a agricultura neste novo país. 9O processo evolutivo do trabalho C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 9 20/07/2018 11:54:29 Os imigrantes enfrentaram as péssimas e impostas condições de trabalho, e instalaram-se nos núcleos coloniais ou nas fazendas, na condição de em- pregados. Isso, em consequência da ausência do trabalho servil dos escravos, que desde então deveriam ser pagos para realizar a atividade na lavoura. Os fazendeiros, em todo o território do país, estavam sofrendo com a falta de mão de obra e com a desorganização do trabalho, tendo sido grandes as perdas nas lavouras de café por falta de colhedores. Fazendeiros e elite preferiram pagar aos imigrantes a pagar o trabalho dos negros, agora livres, ou aos imigrantes africanos, pois isso restabeleceria o tráfego negreiro. O processo de imigração dos europeus em massa impulsionou a organização dos trabalhadores a partir da última década do século XIX, quando foi fundada a Confederação Brasileira do Trabalho (CBT). Homens, mulheres e famílias eram encarregados da base de produção material da sociedade, cumprindo a sua função social, ou seja, a conversão da natureza em produtos sociais. Entre os imigrantes que vieram para o Brasil, os italianos tinham uma noção identitária de pertencimento e uma cultura muito forte, a exemplo da Canção dos imigrantes toscanos, expressa na letra descrita abaixo. Essa música reforça a importância do trabalho, objeto do processo migratório das famílias vindas da Europa, entre elas as famílias italianas. Canção dos imigrantes toscanos Itália bela, mostra-te gentil E os filhos teus não a abandonarão Senão eles vão todos para o Brasil E não se lembram mais de voltar Ainda aqui haveria trabalho Sem ter que emigrar para a América O século presente está nos deixando E o novecentos se aproxima Eles têm a fome pintada na cara E para saciá-los não existe a medicina E cada momento escutamos dizer: E vou para lá onde tem a colheita do café. Fonte: Família Boaretto (1999, documento on-line). O processo evolutivo do trabalho10 C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 10 20/07/2018 11:54:29 No Brasil, com o excesso de mão de obra imigrante, o Presidente Getúlio Vargas aprovou a Lei de Cotas de Imigração e dificultou a entrada de estran- geiros no país. Após a Revolução de 1930, e com o estímulo à expansão das atividades urbanas, o eixo produtivo foi se deslocando da agricultura para a indústria. Na segunda metade do século XIX, ocorreu o surgimento dos primeiros grandes empreendimentos industriais brasileiros, em número significativo, constituindo a base da industrialização do país. Em 1889, havia pouco mais de 600 estabelecimentos industriais e, em 1920, já eram mais de 14.000, pre- dominantemente de propriedade nacional, concentrados nos setores de bens de consumo não duráveis, principalmente empresas têxteis, de alimentos e de bebidas (BIRCHAL, 2004). Cabe salientar que, no período entre as duas grandes guerras, a presença do capital estrangeiro era significativa no Brasil. O capital inglês controlava as principais empresasde fumo, fósforo e papel, com investimentos no setor têxtil, calçadista e em moinhos. O capital americano estava presente nos setores de alimentos, equipamentos ferroviários, lâmpadas, transformadores, cimento. No setor automotivo, a Ford, a General Motors e a Chrysler já haviam estabelecido unidades de montagem de automóveis no País; o capital suíço, nos setores de curtume e alimentos; e os franceses, no segmento químico. Na área farmacêutica e química, a presença maior era de empresas alemãs, francesas, americanas e britânicas (BIRCHAL, 2004). Nesse período, foi estabelecida a economia moderna brasileira, em meio a muitas tensões políticas e instabilidades. O Ministério do Trabalho foi criado em 1930 e, em 1934, com a Constituição, se estabeleceu ao trabalhador o direito ao salário mínimo, à carteira de trabalho, à filiação sindical e a férias remuneradas. Também foram garantidas a proteção ao trabalho feminino e infantil, bem como a jornada de 8 horas de trabalho aos empregados. Entre os anos de 1940 e 1953, houve aumento da população urbana e duplicação do contingente da classe operária. Em 1941, foi aprovada a Con- solidação das Leis do Trabalho (CLT) e toda a legislação moderna edificada a partir da Era Vargas. São Paulo conquistou o maior número de indústrias e assumiu a denomi- nação “cidade do trabalho”, enquanto, nesse mesmo período, o mundo passava pela Segunda Guerra Mundial. O Brasil estabeleceu acordo com os Estados Unidos (EUA), um dos países aliados no fornecimento de borracha e minério de ferro. Um acordo de empréstimo financeiro com os EUA permitiu a cons- trução da Usina Siderúrgica Nacional (CSN), em abril de 1941. Foi fundada, 11O processo evolutivo do trabalho C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 11 20/07/2018 11:54:29 em 1946, na cidade de São Paulo, essa empresa de capital aberto e uma das maiores do mundo, que chegou a empregar 19.000 trabalhadores. Ao longo do século XX, o Brasil passou a consolidar-se como um país de economia industrial e, entre os anos de 1940 e 1950, o processo de industria- lização foi irreversível. Com o êxodo rural expressivo, houve uma expansão da mão de obra assalariada nas áreas urbanas. Como nação industrial, os países passaram, aos poucos, a exportar as suas indústrias para os países ditos periféricos, do terceiro mundo (denominação em desuso) ou emergentes, entre eles o Brasil, não só porque encontravam mão de obra mais barata, como também uma legislação trabalhista mais flexível, além de menores tributos e uma legislação ambiental menos rígida e punitiva para as indústrias poluentes. A expansão da indústria proporcionou um deslocamento de empresas para o Brasil, o que acabou elevando os investimentos, principalmente nos setores produtores de bens de consumo duráveis. Assim, surgiram as primeiras empresas de controle estatal e capital estrangeiro. Na segunda metade dos anos 1970, e ao longo da década seguinte, as instituições de capital estatal e privado nacional se expandiram e contro- laram, juntas, 2/3 das vendas das 500 maiores empresas brasileiras. No entanto, com a privatização das estatais e com a globalização da economia brasileira na década de 1990, as empresas de capital nacional voltaram a perder espaço para as estrangeiras, que passaram a controlar quase metade da venda dessas 500 maiores organizações no país, fenômeno chamado de desnacionalização. É evidente observar, a partir de pesquisas e estudos do mercado industrial, que o Brasil passou a integrar de forma mais intensa a divisão internacional do trabalho, absorvendo principalmente as operações de montagem de menor valor agregado, reduzindo a capacidade de desenvolvimento de novas tecno- logias, sendo que as atividades mais nobres de desenvolvimento ficaram nas empresas matrizes, no exterior. Atualmente, indicadores evidenciam as dimensões das mudanças po- pulacionais, econômicas e sociais que têm impacto no mundo do trabalho. Sabe-se que o crescimento e o desenvolvimento do País pressupõem geração O processo evolutivo do trabalho12 C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 12 20/07/2018 11:54:29 de empregos de qualidade. Porém, as perspectivas para o futuro do mercado de trabalho nacional, pelo menos em curto prazo, são preocupantes de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que observa tendências nessa área em vários países e previu um brasileiro em cada cinco novos de- sempregados no mundo, em 2017. Atualmente, mudanças nas dinâmicas econômicas demonstram um quadro recessivo, que vem deteriorando o mercado de trabalho e, consequentemente, as relações sociais, na sua forma mais perversa, considerando que o trabalho, na sua gênese, dignifica o sujeito. A insegurança e a precariedade caracterizam o atual mercado de trabalho no Brasil: os dados de 2016, conforme Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos(DIEESE), demonstram decréscimo na oferta de postos de trabalho, redução de contratações e altas taxas de rotatividade, demissões no setor privado da indústria, serviços e construção civil, atribuídos à forte queda da atividade econômica; alto índice de acesso ao seguro-desemprego; aumento do trabalho informal e de ocupações menos protegidas pela legislação trabalhista; persistente desigualdade de remuneração média por sexo, que perma- nece assimétrica em favor dos homens, com as mesmas características regionais e setoriais; identificação de fraudes, presentes nos sistemas público e privado, o que instabiliza os mercados; crescimento da desocupação de jovens e de pessoas acima de 40 anos. A racionalidade capitalista no modelo de administração das organizações Pode-se dizer que não há separação nítida entre o passado e o presente no que diz respeito à teoria e à prática administrativa das organizações. Ao contrário, o passado é sombra do presente, explica Hampton (1983). Porém, a teoria administrativa contemporânea enfatiza a natureza das organizações, como sistemas, nos quais tudo está interligado. Racionalidade capitalista significa colocar o foco na otimização de to- dos os recursos, inclusive dos recursos humanos (as pessoas), explorando ao máximo a sua eficiência, reconhecendo o capital humano como um capital invisível, composto de ativo intangível — o capital intelectual. 13O processo evolutivo do trabalho C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 13 20/07/2018 11:54:29 O valor de mercado de uma empresa não depende mais apenas do seu valor patrimonial físico ou de seu capital financeiro, mas, principalmente, do valor do seu capital intelectual, em que o conhecimento se transforma no recurso mais importante da organização. O conceito de gestão do conhecimento nasceu na década de 1990 e passou a fazer parte da estratégia empresarial. Porém, o conhecimento não é puro e simples, ele existe dentro dos sujeitos, por isso é complexo e intangível (SVEIBY, 1998). O capital intelectual é a soma de conhecimentos de todos em uma organização, é a capacidade mental coletiva, é a capacidade contínua de criar valor superior, desen- volvido pela articulação do capital humano (conhecimento das pessoas), do capital estrutural (tecnologias, marca, patente) e do capital cliente (relacionamento). Essa nova perspectiva do capital intelectual demonstra a necessidade de as organizações desenvolverem estratégias de gestão para conquistar, reter, motivar e desenvolver seus recursos humanos, pois o êxito da instituição e a manutenção de sua competitividade dependem dos sujeitos que nela trabalham. Assim, o capital intelectual se torna conceito fundamental para o futuro das organizações, cujos ativos intangíveis são os seguintes: nova visão do homem, do trabalho e da empresa; estrutura organizacional plana, horizontalizada, enxuta, de poucos níveis hierárquicos, compreendida como a organização em rede; organização com foco em processos, e não em funções especializadas, isoladas; foco no atendimentodas necessidades do cliente; criação de condições internas para um modelo de administração par- ticipativa, baseada em equipes e no trabalho coletivo; compromisso com qualidade, excelência, inovação e criatividade; atenção às mudanças ambientais e à sustentabilidade. Diante do exposto, a condução da vida dos sujeitos no mundo do trabalho, a partir dos modelos de gestão de pessoas e processos, apresenta-se como um grande desafio que, liderado pelos interesses do capital, continua apropriando- O processo evolutivo do trabalho14 C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 14 20/07/2018 11:54:29 -se das subjetividades humanas. Os sujeitos não são mais os agentes passivos do passado, como proposto por Taylor; passaram a ser agentes ativos, gestores da sua tarefa, do seu tempo e dos seus resultados, assumindo os riscos da gestão das suas vidas. O trabalhador se sujeita à objetividade racional do trabalho, que, por meio dele, persegue os seus interesses materiais e materialistas, convocados pelo consumo, subjetivados para o consumo e deslocados para o consumismo, sendo este um atributo do sujeito da sociedade contemporânea, como explica Bauman (2008). A sociedade contemporânea só admite consumidores plenos, com competência para o consumo. Essa análise desenha o fio condutor das relações de trabalho e do desenvolvimento organizacional, que é delineado pelo interesse capitalista e fomentado pelo seu crescimento — que, nessa lógica, justifica-se por uma administração racional. Bauman (2008) diz que a descoberta da compra e venda da capacidade de trabalho como essência das “relações industriais” é oculta no fenômeno da circulação de mer- cadorias, uma vez que a capacidade de trabalho não pode ser comprada nem vendida em separado de seus portadores. Salienta que a teoria de Marx é, ao mesmo tempo, chocante e revolucionária: é um primeiro passo rumo à restauração da substância humana na realidade cada vez mais desumanizada de exploração capitalista. O processo de compra e venda da capacidade de trabalho por um valor de mercado transformou-o, a despeito da sua essência, que é de atividade humana vital e emancipatória e que dignifica o sujeito, em produto e mercadoria. Entretanto, a possibilidade de exclusão do mercado de trabalho passa a ser uma nova forma de servidão, que aprisiona o sujeito à sua sobrevivência e a de sua família, gerando apreensão e sofrimento também naqueles que, empregados, temem a competição e a demissão (DEJOURS, 2012). Habermas (1975) sustenta que a sociedade consiste em um mundo sistê- mico, onde prevalecem regras e relações de mercado e do Estado. O mundo do trabalho está sob ameaça, diante da nova política do capitalismo, ancorada nos grandes grupos industriais e monopolistas. A relação conflituosa entre o capital e o trabalho permanece acirrada nos dias atuais porque o capital ganha na luta de classes e cria a crise econômica, social e financeira vivida globalmente na sociedade contemporânea, que se reproduz nos países subde- 15O processo evolutivo do trabalho C03_Processo_evolutivo_trabalho.indd 15 20/07/2018 11:54:30 senvolvidos, assolados pela pobreza e pelo aumento da desigualdade. Eis aí as contradições do mundo do trabalho. Piketty (2014) constata que a estrutura básica do capital e da desigual- dade permaneceu relativamente inalterada nos últimos anos, e que a taxa de rendimento do capital supera o crescimento econômico. Isso se traduz em uma concentração cada vez maior da riqueza, em um círculo vicioso de desi- gualdade que, a um nível extremo, ameaça os valores democráticos. Portanto, “[...] o capitalismo produz, automaticamente, desigualdades insustentáveis e arbitrárias, que ameaçam de maneira radical os valores de meritocracia sobre os quais se fundam as sociedades democráticas” (PIKETTY, 2014, p. 11). É necessário analisar a relação dos fenômenos entre o trabalho, a riqueza e a desigualdade, e suas consequências para a humanidade, a partir da raciona- lidade capitalista. Piketty analisou minuciosamente esse fenômeno, em vários países do mundo, e declara que: [...] é necessário colocar a questão da desigualdade no centro da análise econô- mica, uma vez que o tema da distribuição da riqueza em relação à desigualdade tem sido negligenciado, e a riqueza, analisada apenas pelo viés econômico, ou seja, pelos modelos matemáticos reducionistas, a fim de que se possa compre- ender o passado e refletir sobre as tendências futuras (PIKETTY, 2014, p. 11). Portanto, compreender como essa racionalidade se constitui nos dias atuais é pré-requisito para a discussão dos seus efeitos sobre a sociedade e sobre o mundo dos homens, para a discussão do sentido do trabalho na vida dos seres sociais, que é pleno de significados e deve ser analisado no cotidiano. ANTUNES, R. Adeus ao trabalho: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2000. BAUMAN, Z. Vida para consumo: a transformação de pessoas em mercadorias. 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