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O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. MÓDULO: EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SEMINÁRIO IV - REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO FISCAL, MEDIDA CAUTELAR FISCAL QUESTÕES DE PLENÁRIO Thaís Cristine de Sousa 1. A Fazenda Nacional ajuíza medida cautelar fiscal incidental à execução fiscal em tramitação em face do contribuinte executado. Na petição inicial, fundamenta o pedido em um dos incisos do art. 2º da Lei nº 8.397/92 e pleiteia a indisponibilização patrimonial do contribuinte executado/requerido, nos termos do art. 4º da referida lei. Além disso, a Fazenda Nacional alega a existência de grupo econômico de fato entre o executado/requerido e diversas empresas com as quais possui algum tipo vínculo, tais como relação de parentesco entre os que integram os quadros sociais, operações negociais e semelhança de objetos sociais, incluindo essas empresas no polo passivo da medida cautelar fiscal e também requerendo contra elas a indisponibilização patrimonial. Esse pedido é fundamentado no art. 50 do Código Civil e no art. 124, I, do CTN. Não houve lançamento tributário contra essas empresas, nem pedido de redirecionamento da execução fiscal. Está correto o procedimento adotado pela Fazenda Nacional? A medida cautelar fical pode ser preparatória ou incidental, sendo que o caso em estudo se enquadra nesta última. Entretanto, não é possível atingir o patrimônio de quem não está na CDA, para tanto, seria necessário instaurar o incidente da desconsideração da personalidade jurídica, aplocando as normas do CPC subsidiariamente. 2. O que se entende por redirecionamento da execução fiscal? É lícita a imputação de responsabilidade tributária diretamente na execução fiscal, sem realização de lançamento tributário em face do responsável? Em caso positivo, essa possibilidade se estende para todas as hipóteses de responsabilidade previstas no CTN (responsabilidade dos sucessores, responsabilidade de terceiros e responsabilidade por infrações)? A data do fato desencadeador da responsabilidade tributária – (i) se anterior ao lançamento tributário, (ii) se posterior ao lançamento tributário e anterior à execução fiscal e (iii) se posterior à execução fiscal – é relevante para fins de redirecionamento? Redirecionamento da execução fiscal nada mais é do que a inclusão dos sócios/administradores da pessoa jurídica no polo passivo da ação executiva fiscal. Não é lícita a imputação de responsabilidade tributária diretamente na execução fiscal, sem realização de lançamento tributário em face do responsável. Para haver haver a imputação O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. de responsabilidade direta seria necessário o lançamento tributário em face do responsável, é preciso conceder a este a a oportunidade de contraditório e ampla defesa. Deve ser concedido ao coobrigado, na esfera administrativa, o direito de defesa. Por outro lado, caso os responsáveis não estejam na CDA é preciso seguir o procedimento do incidente de desconsideração da pessoa jurídica, ainda que seja por infração, de modo que seja apurada a responsabilidade corretamente. A data do fato desencadeador da responsabilidade tributária é relevante para fins de redirecionamento, se o fato ocorrer anterior ao lançamento tributário, deveria constar no lançamento, em casos que eram do conhecimento do Fisco; se posterior ao lançamento tributário e anterior à execução fiscal, neste caso há possibilidade de fazer um auto de infração complementar, incluindo o coobrigado no lançamento, concedento a ele a chance de se defender na esfera administrativa; se o fato foi conhecido e ocorreito posterior à execução fiscal deixa de ser exigivel a conduta do fisco lançar o auto de infração em relação aos coobrigados, entretanto, seria necessário conceder o contraditório e a ampla defesa, ainda que seja na esfera judicial. 3. Em que consiste a inscrição do crédito tributário em dívida ativa? Trata-se de ato, de procedimento, ou de ambos? O que se entende por “dívida ativa regularmente inscrita” (art. 2º, Lei nº 6.830/80)? Quais são os efeitos da “dívida ativa regularmente inscrita”? E se houver irregularidades na inscrição, quais serão as consequências? A inscrição do crédito em dívida ativa se trata de procedimento. Dívida ativa regularmente inscrita é o ato em si, a norma que definiu a inscrição, que concede a liquidez, certeza e exequibilidade do crédito tributário. A dívida ativa regularmente inscrita gera a exequibilidade do crédito tributário, com presunção de certeza e liquidez deste. Se hourver irregularidades na regra matriz de incidência, deverá ser declarada a nulidade na incrição, não sendo corrígivel, entretanto, caso haja erro não relacionado com a regra matriz de incidência este será sanável, podendo ser a CDA substituída.
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