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METODOLOGIA DA PESQUISA - BLOCO II

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METODOLOGIA 
DO ESTUDO E DA PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE 
COORDENAÇÃO GERAL DE GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA DO ESTUDO E DA PESQUISA 
CRISTIANNE LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 – FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DO CONHECIMENTO E DA CIÊNCIA ....................... 5 
1.1 Conhecimento, saber ................................................................................................................... 6 
1.2 Tipos de conhecimentos ............................................................................................................ 11 
Capítulo 2 – CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO ........................................................................................ 17 
2.1 O método científico .................................................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLOCO 2 
CONHECIMENTO E CIÊNCIA 
 
 
 
5 
Capítulo 1 – FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DO CONHECIMENTO E 
DA CIÊNCIA 
 
Olá. Finalizamos o bloco I, no qual exploramos o universo acadêmico em suas nuances, 
discutindo sobre o processo de estudo e seu métodos, assim como também a exploração 
da plataforma lattes no CNPq. Daremos, então, continuidade nos nossos estudos com o 
Bloco II; neste, iremos discutir sobre o conhecimento e o saber – desmembrando esse 
conhecimento em seus tipos – e falaremos um pouco sobre ciência e pesquisa. Temos 
como objetivo que você compreenda sobre essa construção do conhecimento e suas 
especificidades e, ainda, que você consiga descrever e caracterizar os tipos de 
conhecimentos. Neste sentido, vamos iniciar nosso estudo com a leitura sobre a 
concepção de Ciência a partir da música “A ciência em si”. 
 
A CIÊNCIA EM SI 
Gilberto Gil e Arnaldo Antunes 
 
Se toda coincidência 
Tende a que se entenda 
E toda lenda 
Quer chegar aqui 
A ciência não se 
aprende 
A ciência apreende 
A ciência em si 
 
Se toda estrela cadente 
Cai pra fazer sentido 
E todo mito 
Quer ter carne aqui 
 
A ciência não se ensina 
A ciência insemina 
A ciência em si 
Se o que se pode ver, ouvir, pegar, 
medir, pesar 
Do avião a jato ao jaboti 
Desperta o que ainda não, não se 
pôde pensar 
Do sono eterno ao eterno devir 
Como a órbita da terra abraça o 
vácuo devagar 
Para alcançar o que já estava aqui 
Se a crença quer se materializar 
Tanto quanto a experiência quer se 
abstrair 
 
A ciência não avança 
A ciência alcança 
A ciência em si
 
A obra de Gil, nos mostra uma forma interdisciplinar na construção do conhecimento, 
quando a letra é capaz de nos apresentar o cotidiano e a filosofia, a razão e a fé, a 
 
 
 
6 
ciência e o sonho. Ou seja, a “Ciência, enfim, é tudo”! 
 
Existe uma infinidade de tentativas, a partir de vários teóricos, em tentar definir Ciência. O 
significado etimológico da palavra Ciência se origina do latim, a mãe da língua 
portuguesa, sendo a progressão da palavra “scientia”, cujo significado é conhecimento 
ou saber. 
 
De acordo com Trujillo Ferrari (1974, p. 08) “A ciência é todo um conjunto de atitudes e 
atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz 
de ser submetido à verificação”. 
 
 A seguir, discutiremos sobre o conhecimento, sua relação com o objeto e o sujeito a ser 
conhecido e sua veracidade, tipos de conhecimentos e suas características mais 
pontuais. 
 
1.1 Conhecimento, saber 
 
 
O saber no legado do filósofo grego Platão, é a habilidade para aplicar o conhecimento, 
de forma adequada, no exercício das ações. Envolve experiência e maturidade, por isso 
mesmo o sábio é sinônimo de homem prudente. (SERRA e ALMEIDA, 2010). 
 
 
Entendemos então por ciência uma sistematização de conhecimentos, um 
conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o 
comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar. 
 
 
 
7 
 
Fonte: https://www.google.com.br/search.tipos+de+conhecimento+charge&espv. 
 
Por natureza, o homem é fundamentalmente diferente dos animais dos quais evoluiu. 
Segundo Richardson (2009, p. 20), os homens não possuem os atributos necessários para 
sobreviver no reino animal, estando ele dotado de algo muito mais poderoso: a 
consciência, a capacidade de pensar. Somos os únicos capazes de aplicar o que 
aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos 
capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas 
próprias experiências e passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos 
permite dizer que somos diferentes dos outros animais. 
 
O conhecimento é construído individual e coletivamente a partir de um processo em que 
o sujeito interage com a realidade (outras pessoas, ambiente sociocultural, ambiente 
físico, etc.) 
 
 
 
8 
 
Fonte: arquivo pessoal, slide material de aula 
 
Nesta relação podemos dizer que, como objeto, está tudo aquilo que desperta 
curiosidade e pode vir a ser estudado pelo homem. Como sujeito, temos o homem, que se 
relaciona com o meio e obtém conhecimento como resultado dessa experiência, por 
meio de um contato que se dá em etapas: da sensação, passando pela percepção, pela 
compreensão, pela definição, pela argumentação e pelo discurso, até chegar à 
transformação científica. 
 
De acordo com Hessen (2000), a teoria do conhecimento é uma interpretação e uma 
explicação filosófica do conhecimento humano, sendo necessário, antes de filosofar 
sobre um objeto, examiná-lo com exatidão. Qualquer explicação ou interpretação deve 
ser precedida de uma observação e de uma descrição exata do objeto. 
 
 
No conhecimento defrontam-se consciência e objeto, sujeito e objeto. O conhecimento 
aparece como uma relação entre dois elementos. Nessa relação, sujeito e objeto 
permanecem eternamente separados. O dualismo do sujeito e do objeto pertence à essência 
do conhecimento. Ao mesmo tempo, a relação entre os dois elementos é uma relação 
recíproca (correlação). O sujeito só é sujeito para um objeto e o objeto só é objeto para um 
sujeito. Ambos são, o que são apenas na medida em que o são um para o outro. Essa 
correlação, porém, não é reversível. Ser sujeito é algo completamente diverso de ser objeto. A 
função do sujeito é apreender o objeto; a função do objeto é ser apreensível e ser 
apreendido pelo sujeito. Hessen (2000, p. 20) 
 
 
 
9 
A compreensão é a apropriação intelectual do objeto de estudo. É através dela que se 
descobrem as características ou propriedades específicas de determinado objeto, o que 
possibilita a elaboração de conceitos. Nessa fase, os conceitos podem ser descritos por 
meio de códigos – palavras, vocábulos, símbolos – que permitem a verbalização. Na 
academia, é sempre válido lembrar que a construção dos conceitos está baseada na 
interação do sujeito com o objeto do conhecimento, que cria sensações e percepções, e 
não na simples memorização dos signos capazes de exprimi-los. 
 
Fonte: arquivo pessoal, slide material de aula. 
 
Mas o que entendemos por verdadeiro? Na imagem abaixo o que vejo? 
 
 
Fonte: https://www.google.com.br/search?percepção+visual+velha+e+moça 
 
 
 
 
10 
E você, conseguiu com facilidade ou precisou um pouco de tempo, ou solicitou ajuda, 
para interpretar a imagem? Já as conhecia? 
 
Segundo ainda Hassen (2000) a essência do conhecimento está estreitamente ligada ao 
conceito de verdade. Só o conhecimentoverdadeiro é conhecimento efetivo. 
 
Entendido esse relacional no contexto de onde se expressa um relacionamento, a saber, o 
relacionamento do conteúdo do pensamento, da “figura” com o objeto. O próprio 
objeto, ao contrário, não pode ser nem verdadeiro nem falso. O conhecimento pressupõe 
a presença investigativa, curiosa, em face do mundo; requer, portanto, uma ação 
transformadora sobre a realidade, busca constante, invenção e reinvenção. É a reflexão 
crítica de como se dá o ato de conhecer. Neste sentido, Galliano (1979, p.18) afirma que 
 
O processo de acumulação e transmissão de conhecimentos tem sido a mola 
propulsora da ciência e do progresso material da humanidade. Sem a contribuição 
do conhecimento anterior, acumulado por nossos antepassados em séculos e 
séculos de observação, pesquisa e experimentação, estaríamos ainda vivendo como 
animais selvagens. 
 
Tendo em vista que o humano sabe, é fato a diversidade desse conhecer. O 
conhecimento não é igual para todos; ele varia de acordo com a origem, levando em 
consideração a forma e a confiança de como foram obtidos e suas aplicações. Por isso, 
vários tipos de conhecimentos surgem, tema essa que iremos discutir logo adiante. 
 
 
“Conhecimento não – verdadeiro” não é propriamente conhecimento, mas erro e engano. 
Em que consiste, então, a verdade do conhecimento? [...] a verdade deve consistir na 
concordância da “figura” com o objeto. Um conhecimento é verdadeiro na medida em que 
seu conteúdo concorda com o objeto intencionado. Consequentemente, o conceito de 
verdade é um conceito relacional. Hessen (2000, p. 20) 
 
 
 
11 
1.2 Tipos de conhecimentos 
 
 
 
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=tipos+de+conhecimento+charge. 
 
É imensa a diversidade de conhecimento existente, como: mítico, ordinário, artístico, 
pedagógico, sociológico, histórico, tecnológico, dentre muitos outros. Assim, o 
conhecimento é algo sem comparação, é único, e tem diversas formas de se apresentar. 
Destacamos aqui, para comentar, os conhecimentos popular, filosófico, religioso e 
científico. 
 Conhecimento Empírico (vulgar/senso-comum/popular): é o conhecimento obtido 
ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de 
ações não planejadas. É o conhecimento da espontaneidade, em que se aprende 
diariamente com experiências, sem fundamentos, sem questionamentos, mas que 
está disponível para todos. Pelo conhecimento empírico, o homem simples conhece 
o fato e sua ordem aparente, tem explicações concernentes à razão de ser das 
coisas e dos homens; tudo isso obtido pelas experiências feitas ao acaso, sem 
método, e por investigações pessoais feitas ao sabor das circunstâncias da vida; ou 
então, haurido no saber dos outros e nas tradições da coletividade; ou, ainda, 
tirado da doutrina de uma religião positiva. Você já ouviu o conceito popular de 
que “não se deve comer manga com leite” que vai passar mal? Pois bem, isso foi se 
 
 
 
12 
constituindo enquanto verdade por um longo período de tempo; hoje não mais. 
Haja vista os deliciosos sucos com leite! E a própria descoberta da origem desse 
conceito. Você sabe? Compartilhe conosco no Fórum. 
Um outro exemplo: o ato de esfregar um dos dedos na mão até esquentar e pôr em 
cima do terçol, para acabar com ele, não tem comprovação científica e não se 
sabe explicar qual sua origem. 
 
 Conhecimento Filosófico: é fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o 
conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca 
dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da 
ciência. É um conhecimento infalível e exato, visto que seus postulados e suas 
hipóteses não são submetidas ao teste de observação, e também é racional, sendo 
uma das características mais importante deste conhecimento, pois consiste num 
conjunto de enunciados logicamente relacionados. A filosofia procura 
compreender a realidade em seu contexto mais universal. Não dá soluções 
definitivas para grande número de questões. Habilita, porém, o homem a fazer uso 
de suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta. Um exemplo desse 
tipo de conhecimento é a própria reflexão do homem e seus questionamentos. O 
 
O conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa seleção 
operada com base em estados de ânimo e emoções: como o conhecimento implica uma 
dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto 
conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valores do sujeito 
impregnam o objeto conhecido. É também reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade 
com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. A característica de 
assistemático baseia-se na “organização” particular das experiências próprias do sujeito 
cognoscente, e não em uma sistematização das ideias, na procura de uma formulação geral 
que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a transmissão, de pessoa a 
pessoa, desse modo de conhecer. É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida 
diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia. Finalmente é falível e inexato, 
pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras 
palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados 
além das percepções objetivas. (MARCONI, LAKATOS, 2005, p. 78) 
 
 
 
13 
objeto de análise da filosofia são ideias, relações conceituais, exigências lógicas 
que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de 
observação sensorial direta ou indireta, por instrumentos, como por exemplo, a que 
é exigida pelo conhecimento científico. 
 
 Conhecimento Teológico ou Religioso: conhecimento revelado pela fé divina ou 
crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. É 
suposição, e exige a autoridade divina; aqui, as “verdades” tratadas são infalíveis e 
indiscutíveis, pois consistem na “revelação” da divindade. Depende da formação 
moral e das crenças de cada indivíduo. O conteúdo da revelação, feita a crítica 
 
O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que 
não poderão ser submetidas à observação: “as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, 
portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação” (Trujillo, 
1974:12); por este motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que os enunciados das 
hipóteses filosóficas ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser 
confirmados nem refutados. É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados 
logicamente correlacionados. Tem a característica de sistemático, pois suas hipóteses e 
enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de 
apreendê-la em sua totalidade. Por último, é infalível e exato, já que, quer na busca da 
realidade capaz de abranger todas as outras, , quer na definição do instrumento capaz de 
apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao 
decisivo teste da observação (experimentação). Portanto, o conhecimento filosófico é 
caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder 
discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana. 
Assim, se o conhecimento científico abrange fatos concretos, positivos, e fenômenos 
perceptíveis pelos sentidos, através do emprego de instrumentos, técnicas e recursos de 
observação, o objeto de análise da filosofia são ideias, relações conceptuais, exigências 
lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de 
observação sensorial direta ou indireta (por instrumento), como a que é exigida pela ciência 
experimental. O método porexcelência da ciência é o experimental: ela caminha apoiada 
nos fatos reais e concretos, afirmando somente aquilo que é autorizado pela experimentação. 
Ao contrário, a filosofia emprega “o método racional, no qual prevalece o processo dedutivo, 
que antecede a experiência, e não exige confirmação experimental, mas somente coerência 
lógica” (Ruiz, 1979: 110). O procedimento científico leva a circunscrever, delimitar, fragmentar e 
analisar o que se constitui o objeto da pesquisa, atingindo segmentos da realidade, ao passo 
que a filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela 
formulação de uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura 
responder às grandes indagações do espírito humano e, até, busca as leis mais universais que 
englobem e harmonizem as conclusões da ciência. (MARCONI, LAKATOS, 2005, p. 78-79) 
 
 
 
 
14 
dos fatos aí narrados e comprovados pelos sinais que a acompanham, reveste-se 
de autenticidade e de verdade. Passam tais verdades a ser consideradas como 
fidedignas e, por isso, aceitas. Isso é feito com base na lei suprema da inteligência: 
aceitar a verdade, venha donde vier, contanto que seja legitimamente adquirida. 
 
Fonte: https://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1242&bih=594&q=conhecimento+empirico&oq=conhecimento+empirico&gs_l=img.3..0l3j0i5i30k1j0i24k1l6.1395.9
987.0.11155.37.26.7.3.3.0.294.3986.0j12j8.20.0....0...1ac.1.64.img..7.27.3532...0i10i24k1j0i30k1.osP1GfMdm7s#hl=pt-
BR&tbm=isch&q=conhecimento+religioso&imgrc=_WL9kxWt5XHxLM%3A 
 
 
 
O conhecimento religioso, isto é, teológico, apoia-se em doutrinas que contêm proposições 
sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse 
motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento 
sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador 
divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante 
um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento religioso ou teológico parte do princípio 
de que as “verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em “revelações” 
da divindade (sobrenatural). A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão 
sistemática do mundo é interpretada como decorrente do ato de um criador divino, cujas 
evidências não são postas em dúvida nem sequer verificáveis. A postura dos teólogos e 
cientistas diante da teoria da evolução das espécies, particularmente do Homem, demonstra 
as abordagens diversas: de um lado, as posições dos teólogos fundamentam-se nos 
ensinamentos de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas pesquisas, fatos 
concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses. Na realidade, vai-se mais longe. 
Se o fundamento do conhecimento científico consiste na evidência dos fatos observados e 
experimentalmente controlados, e o do conhecimento filosófico e de seus enunciados, na 
evidência lógica, fazendo com que, em ambos os modos de conhecer, deve a evidência 
resultar das pesquisas dos fatos ou da análise dos conteúdos dos enunciados, no caso do 
conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de evidência, pois a toma da 
causa primeira, ou seja, da revelação divina. (MARCONI, LAKATOS, 2005, p. 79) 
 
 
 
 
15 
 Conhecimento Científico: é o conhecimento racional, sistemático, exato e 
verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação 
baseados na metodologia científica. Podemos então dizer que o conhecimento 
científico: é racional e objetivo; atém-se aos fatos; transcende aos fatos; é analítico; 
requer exatidão e clareza; é comunicável; é verificável; depende de investigação 
metódica; busca e aplica leis; é explicativo; pode fazer predições; é aberto; é útil 
(GALLIANO, 1979). O conhecimento científico é um conhecimento organizado 
sobre um determinado objeto, mediante observações e experiências dos fatos num 
método próprio; é um conhecimento crítico, rigoroso, pois nasce da dúvida e 
consolida-se na certeza das leis demonstradas. Pode-se dizer que a ciência é um 
sistema de proposições rigorosamente demonstradas, constantes, gerais, ligadas 
entre si pelas relações de subordinação relativas a seres, fatos e fenômenos da 
experiência. É um conhecimento apoiado na demonstração e na experimentação. 
A ciência só aceita o que foi provado. Segue o método experimental com seus 
diversos processos, desenvolvidos mais adiante. Como exemplo do conhecimento 
científico, temos: a teoria de Darwin; o uso de células tronco, dentre tantos outros 
exemplos. Vá no fórum e deixe suas contribuições sobre mais exemplos de 
conhecimento científico. 
 
Finalmente, o conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, 
isto é, com toda “forma de existência que se manifesta de algum modo” (Trujillo, 1974, p. 14). 
Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua 
veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão, como 
ocorre no conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado 
logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e 
desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as afirmações 
(hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. 
Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por 
este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas 
podem reformular o acervo de teoria existente. 
 
 
 
16 
 
 
Na figura abaixo, apresentamos um resumo das características dos tipos de 
conhecimento apresentados acima, proposto por Marconi e Lakatos (2005): 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO 
 
Conhecimento 
Popular/senso 
comum/empírico/vulgar 
Conhecimento 
Científico 
Conhecimento 
Filosófico 
Conhecimento 
Religioso/Teológico 
Valorativo Real (Factual) Valorativo Valorativo 
Reflexivo Contingente Racional Inspiracional 
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático 
Verificável Verificável Não Verificável Não Verificável 
Falível Falível Infalível Infalível 
Inexato Aproximadamente 
Exato 
Exato Exato 
 
Fonte: MARCONI, M. A. de; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2005. 
 
De pronto, para darmos continuidade a essa produção do conhecimento caracterizada 
pelos tipos de conhecimento, iremos a seguir discutir um pouco sobre a ciência e o 
método científico. 
 
 
Apesar da separação “metodológica” entre os tipos de conhecimento popular, filosófico, 
religioso e científico, no processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito 
cognoscente pode penetrar nas diversas áreas: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se 
tirar uma série de conclusões sobre sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou 
na experiência cotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando através de 
investigação experimental, as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções; 
pode-se questioná-lo quanto à sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade; 
finalmente, pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, à sua imagem e 
semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados. 
 
Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa. Um cientista 
voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de determinada 
religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir 
segundo conhecimentos provenientes do senso comum. (MARCONI, LAKATOS, 2005, p. 80) 
 
 
 
17 
Capítulo 2 – CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO 
 
“A ciência não é o único caminho de acesso ao 
conhecimento e à verdade”(Marconi & Lakatos, 1992) 
 
Muitos teóricos apresentam o que entendem por ciência, através de conceitos que são 
permanentemente ampliados, uma vez que suas ideias não são definitivas. 
 
De acordo com Trujillo Ferrari (1974, p.8), entende-se por ciência um conjunto de 
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos 
que se deseja estudar. A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, 
dirigidas ao sistemático conhecimento, com objeto limitado, capaz de ser submetido à 
verificação. 
 
 Com isso, temos um corpo organizado de conhecimento que é elaborado a partir da 
ciência. Nesse sentido, foram e são criadas as teorias, hipóteses, leis e conceitos. 
 
 
Fonte: arcevo pessoal dos slides das aulas. 
 
 
 
 
 
18 
 As Leis são regras de como a natureza se comporta. Muitas vezes, as leis são expressas em 
uma única expressão e têm objetivo analítico. São enunciados generalizadores que 
descrevem relações constantes entre os fenômenos; são aceitas como sendo universais e 
são os pilares da ciência moderna. 
 
 As Hipóteses são conjecturas, palpites, explicações provisórias, proposições admissíveis 
acerca de um fato ou fenômeno e são as premissas dentro de uma determinada teoria, 
que podem ser validadas com base em um método científico, contribuindo para a 
formulação de novas hipóteses. Uma hipótese é uma suposição razoável, baseada em 
um conhecimento anterior ou na observação. Hipóteses são comprovadas e refutadas o 
tempo todo. As hipóteses desempenham um papel importante no método científico. Se 
uma hipótese é confirmada, ela se transforma em uma fundamentação de uma teoria 
científica; se ela é refutada, se transforma em um contra-argumento. 
 
 A Teoria é o nome dado ao sistema organizado de leis, hipóteses, conceitos, definições 
interligadas e coerentes. A teoria especifica a causa ou mecanismo subjacente, tido 
como responsável pela regularidade descrita na lei. São explicações bem 
fundamentadas para descrever eventos que ocorrem na natureza. Envolvem fatos, leis e 
hipóteses já testadas. Uma teoria científica consiste em uma ou mais hipóteses que foram 
suportadas em testes repetitivos. 
 
Exemplos: 
 
 Lei da Queda Livre - Galileu 
 
 Lei da conservação da Matéria - Lavoisier 
 
 Leis de Newton: 
 
Princípio da Inércia; 
F = m x a; e 
Lei da ação e reação. 
 
 
 
 
19 
 
 Logo, as leis, hipóteses e teorias são de grande importância, não só para quem estuda os 
fenômenos e lida com a ciência, no caso os cientistas, mas para quem a utiliza e deseja 
compreendê-la. 
 
 Abaixo discutiremos sobre o método científico, seguido pelos cientistas quando os 
mesmos se prontificam a estudar os fenômenos. 
 
2.1 O método científico 
 
O método científico é um conjunto de etapas ou passos que um cientista segue, em uma 
sequência lógica e organizada, para estudar os fenômenos. As principais etapas do 
método científico seguidas pela maioria dos cientistas do mundo são: observação, 
problema, objetivos, hipótese, coleta de informações, realização de uma experiência 
controlada, para testar a validade da hipótese, análise e publicação dos resultados. 
 
Fonte: http://www.mundobiologia.com/2013/08/o-metodo-cientifico-e-suas-etapas.html 
 
 
Exemplo: 
 
 Teoria Heliocêntrica: “O sol é o centro do sistema solar”. 
 Teoria Geocêntrica: “A terra é o centro do universo”. Euclides / Aristóteles / Ptolomeu. 
 Os quatro elementos: Terra, Água, Ar, Fogo. 
 
 
 
20 
O saber metódico (PINTO, 1985 apud RICHARDSON, 2009, p. 22) é a etapa da ciência 
definida como; “a investigação metódica, organizada, da realidade, para descobrir a 
essência dos seres e dos fenômenos e as leis que os regem com o fim de aproveitar as 
propriedades das coisas e dos processos naturais em benefício do homem”. 
 
“Método” vem do grego méthodos (meta = além de, após de + ódos = caminho). 
Portanto, segundo a origem, método é o caminho ou a maneira para chegar a 
determinado fim ou objetivo, distinguindo-se, assim, do conceito de metodologia, que 
deriva do grego métodos (caminho para chegar a um objetivo) + logos (conhecimento). 
Assim, a metodologia são os procedimentos e regras utilizadas por determinado método. 
A metodologia são as regras estabelecidas para o método científico. 
 
A Metodologia Científica consiste em estudar e avaliar os vários métodos disponíveis, 
identificando suas limitações e possibilidades. O conceito de ciência está ligado ao 
conceito de método científico. 
 
Demo (1987, p. 19) apresenta que a metodologia é uma preocupação instrumental: trata 
das formas de se fazer ciência; cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos. 
A finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e praticamente. Para atingirmos tal 
finalidade, colocam-se vários caminhos. Disto, diz o autor, trata a metodologia. 
 
 
O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma 
experiência, a fim de produzir conhecimento, bem como corrigir e integrar 
conhecimentos pré-existentes. É baseado na junção de evidências 
observáveis, empíricas e mensuráveis, com o uso do raciocínio lógico. 
 
Método é - [...] é o “caminho pelo qual se chega a determinado resultado [...]”; (MARCONI E 
LAKATOS, 1982, p. 39-40) 
 
 
 
21 
 
Quando se utiliza de um método científico para investigar ou estudar um fenômeno, está-
se pensando cientificamente. Sendo assim, todo cientista deve pensar cientificamente 
quando está pesquisando um fenômeno mediante o método científico. Segundo 
Richardson (2009, p. 25), pensar cientificamente significa pensar criticamente; significa 
compreender a exigência de que o conhecimento deve ser submetido, por parte do 
pesquisador, a uma reflexão para descobrir conexões necessárias entre as ideias e revelar 
as condições que definirão a verdade dos enunciados emitidos. 
 
[...] o pensamento deve proceder segundo determinações regulares que assegurarão a 
certeza dos resultados obtidos no empenho de conhecer a realidade [...] Saber que sabe, 
porque sabe e como sabe. (PINTO, 1985, p. 38) 
 
Iremos retomar essa temática com suas principais etapas do método científico no Bloco 
IV, com os tipos de pesquisa, e, ainda, no Bloco V, quando discutiremos o passo a passo 
deste fazer pesquisa. E discutiremos também no Bloco VI a formatação de trabalhos 
acadêmicos. 
 
 
 
[...] é “um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir-se alguma 
coisa, seja material ou conceitual” (BUNGE, 1980, p.19); 
 
- [...] é a “forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência, os métodos constituem os 
instrumentos básicos que ordenam de início o pensamento em sistemas, traçam de modo 
ordenado a forma de proceder do cientista ao longo de um percurso para alcançar um 
objetivo” (TRUJILLO FERRARI, 1974, p. 24); 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
 
DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1987. 
 
GALLIANO, A. G. O Método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1979. 
 
HESSEN, J. Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
 
MARCONI, M. A. de; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: 
Atlas, 2005. 
 
MARCONI, M. A. de; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1982. 
 
PINTO, A. V. Ciência e existência . São Paulo: Paz e Terra, 1985. 
 
RICHARDSON, R. J. (Col.). Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
 
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002. 
 
TRUJLLO FERRARI. A. Metodologia da ciência. 2. Ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.

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