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LIBÂNEO, José Carlos [2000] Cap_4 - A identidade profissional dos professores e o desenvolvimento de competências

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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. São Paulo: Heccus Editora, 2015. [6ª Ed., Orig. 2000]
Capítulo 4 – “A identidade profissional dos professores e o desenvolvimento de competências”, pp. 67-82.
1. Profissionalidade, profissionalização e profissionalismo. (pp. 69-73)
1.1. O professor é um profissional: responsabilidade dada pela tarefa educativa.
	1.1.1. Como tal, deve conquistar sua “profissionalidade”: conjunto de requisitos necessários para realizar o ensino (seu trabalho).
	1.1.2. Essa conquista ocorre por meio de sua “profissionalização” e “profissionalismo”
1.1.2.1. “Profissionalização”: o contato com as condições ideais de exercício profissional (formações inicial e continuada, condições de trabalho, como recursos físicos e materiais, ambiente e clima de trabalho etc.).
1.1.2.2. “Profissionalismo”: o desempenho competente de seus deveres e responsabilidades.
1.1.3. As duas noções se complementam: profissionalismo requer profissionalização e vice-versa.
1.1.3.1. Evidentemente, não significa que a ausência de uma inviabilize completamente a outra: atitudes profissionais podem mudar, técnicas podem ser aprendidas, condições de trabalho melhores podem ser conquistadas.
1.2. Infelizmente, os problemas de profissionalização têm interferido bastante na imagem da profissão de professor.
	1.2.1. As condições de trabalho e a desvalorização social do professor prejudicam a identidade dos futuros professores.
	1.2.2. Isso se dá porque a identidade com a profissão se refere ao significado pessoal e social que a profissão tem para sujeito.
		1.2.2.1. Mal-estar, frustração, baixa autoestima são consequências dessa perda de identidade profissional.
1.3. Portanto, a construção e fortalecimento da identidade profissional devem fazer parte das práticas de formação inicial e continuada.
	1.3.1. É na formação continuada que a identidade se consolida, pois se desenvolve no próprio trabalho.
1.4. “Formação continuada”: desenvolvimento pessoal e profissional mediante o envolvimento na organização da escola.
	1.4.1. O professor deixa de estar apenas cumprindo rotina e executando tarefas.
	1.4.2. Uma nova concepção de formação: professor como intelectual, profissional reflexivo, professor-pesquisador etc.
1.4.2.1. O professor tematiza sua prática, seu cotidiano, torna a prática em conteúdo de reflexão, aumentando a sua consciência sobre sua própria prática (autonomia profissional).
1.4.2.2. Ao inventar as suas respostas para os seus problemas, o professor se torna mais criativo, capaz de dar soluções para o singular e incerto que ocorre todo dia na escola.
1.5. Em equipe.
	1.5.1. É coletivamente que se cria uma cultura organizacional, um projeto pedagógico-curricular. Pensa-se junto, sempre.
1.6. Isso tudo é condição para luta por melhores condições de trabalho.
1.6.1. Valter Guimarães, Formação de professores: saberes, identidade e profissão, 2004: enquanto houver contentamento com níveis mínimos de profissionalização e profissionalismo, a luta pela profissionalidade será esvaziada.
2. A identidade profissional dos professores (pp. 73-74)
2.1. O que significa ser professor?
2.1.1. Selma Pimenta, “A prática (e a teoria docente)”, 1998: a profissão de professor assume determinada identidade conforme o momento histórico e social.
	2.1.2. Nosso contexto hoje, pedem-se novas práticas profissionais e novas competências.
2.1.2.1. José Carlos Libâneo e Selma Pimenta, Formação dos profissionais da educação – visão crítica e perspectivas de mudança, 1999: duas dimensões.
2.1.2.1.1. Identidade epistemológica: campo de conhecimentos (das diversas áreas do ensino, da prática, das teorias pedagógicas, dos saberes individuais e sociais).
2.1.2.1.2. Identidade profissional: campo de intervenção na prática social (não é qualquer um que pode ser professor).
3. Saberes e competências profissionais. (pp. 74-79)
3.1. “Saberes” (conhecimentos teóricos e práticos) e “competências” (capacidades de exercício) fazem parte da profissionalidade.
3.1.1. Philippe Perrenoud, Construir as competências desde a escola, 2000: “competência profissional” como capacidade de mobilizar diversos recursos para enfrentar situações determinadas.
	3.1.1.1. Portanto, as competências estariam vinculadas a conhecimentos e atividades cognitivas, e não apenas práticos.
3.1.1.2. Philippe Perrenoud, 10 Novas competências para ensinar, 2000: dez famílias de competências.
			3.1.1.2.(1). Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
		3.1.1.2.(2). Administrar a progressão das aprendizagens.
		3.1.1.2.(3). Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
		3.1.1.2.(4). Envolver os alunos em suas aprendizagens.
		3.1.1.2.(5). Trabalhar em equipe.
		3.1.1.2.(6). Participar da administração da escola.
		3.1.1.2.(7). Informar e envolver os pais.
		3.1.1.2.(8). Utilizar novas tecnologias.
		3.1.1.2.(9). Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão.
		3.1.1.2.(10). Administrar sua própria formação contínua.
	3.1.2. Clermont Gauthier, Por uma teoria da pedagogia, 1998: domínio de certos saberes.
3.1.2.1. Saber disciplinar, saber curricular, saber das ciências da educação, saber da tradição pedagógica, saber da experiência, saber da ação pedagógica.
	3.1.3. Lee Shulman, “Conocimiento y enseñanza: fundamentos de la nueva reforma”, 2005: domínio de tipos de conhecimento.
3.1.3.1. Conhecimento do conteúdo, conhecimento didático geral (estratégias gerais), conhecimento do currículo (materiais e programas), conhecimento didático do conteúdo (forma especial de compreensão profissional do ensino), conhecimento dos alunos e suas características, conhecimento dos contextos educativos, conhecimento dos objetivos, finalidades e valores educativos e seus fundamentos.
3.1.4. Selma Pimenta, Saberes pedagógicos e atividade docente, 2002: saberes de experiência, conhecimentos específicos da matéria e saberes pedagógicos.
	3.1.5. Maria Inês Laranjeira, “Referências para a formação de professores”, 1999: dimensões do conhecimento profissional.
3.1.5.1. Sobre as crianças, jovens e adultos; sobre os aspectos culturais, sociais e políticos da educação; sobre a cultura geral e profissional; sobre a atuação pedagógica; sobre a experiência contextualizada na ação pedagógica.
	3.1.6. Terezinha Rios, Compreender e ensinar, 2008: relação entre competência e qualidade técnica, política, ética e estética.
3.2. Para além dessas referências: uma perspectiva sociocrítica das competências.
	3.2.1. “Competência” literalmente é:
		3.2.1.1. Faculdade de apreciar e julgar um pedido.
		3.2.1.2. Conhecimento, capacidade ou habilidade para resolver problemas
3.2.2. Conceito sociocrítico: “entenderemos competência como o uso de conhecimento e capacidades para fazer um trabalho, lidar com uma situação ou resolver problemas”. (p. 76)
3.2.2.1. Ou seja: modo adequado e correto de pôr em ação conhecimentos, instrumentos, materiais, habilidades, supondo-se seu domínio prévio.
	3.2.2.1.1. Crítica à visão economicista das competências: formar subjetividades flexíveis.
3.2.2.2. Competência aqui é sinônimo de formação integral, politécnica, visando a unidade da ação humana.
3.2.2.2.1. Werner Market, Trabalho, comunicação e competência, 2004: união de competências técnico-metodológicos, sociocomunicativas e subjetivos e histórico-políticas transformadoras.
3.2.2.2.1.1. O trabalhador aplica-se ao trabalho e intervém no contexto organizacional e na própria sociedade.
			3.2.2.2.2. As competências não são habilidades a serem treinadas, nem instrumentos de competição.
3.2.2.2.2.1. Um professor será mais competente quanto mais souber imaginar, refletir e articular as condições de aprendizagem dos alunos de forma duradoura.
3.2.2.2.2.2. Elas se desenvolvem em interação com situações problemáticas: ir além da definição de “profissional preparado para ensinar” – transformação da realidade social.
	3.2.3. As competências exigidas hoje, conforme uma perspectiva sociocrítica:
		3.2.3.(1). Ser especialista no conteúdo que ensina e nos processos investigativos da matéria e dacultura geral.
		3.2.3.(2). Saber associar aquisição de conceitos científicos ao desenvolvimento dos processos de pensamento.
		3.2.3.(3). Dominar métodos e procedimentos de ensino, em especial problematizações.
		3.2.3.(4). Conhecer o mundo do trabalho e exercício profissional.
		3.2.3.(5). Desenvolver visão crítica sobre os conteúdos e sobre seu papel social enquanto intelectual.
		3.2.3.(6). Saber lidar com as tecnologias da informação e comunicação.
		3.2.3.(7). Conhecer e aplicar modalidades e instrumentos de avaliação.
3.2.3.(8). Saber lidar com a diversidade cultural da escola e da sala de aula para conhecer melhor a relação do aluno com o saber escolar.
		3.2.3.(9). Saber articular as dimensões cognitiva, social, cultural e afetiva na construção da subjetividade do aluno.
		3.2.3.(10). Dominar procedimentos de trabalho interativo e comunicativo.
		3.2.3.(11). Capacidade de participar de forma produtiva em grupos de trabalho ou discussão.
		3.2.3.(12). Saber ajudar os alunos a pensar e agir em relação a valores e atitudes.
4. Competências necessárias especificamente para participar da gestão da escola. (pp. 79-82)
4.1. Competências necessárias para uma concepção democrático-participativa da gestão escolar:
	4.1.(1). Desenvolver a capacidade de interação e comunicação, sabendo participar ativamente em grupos de trabalho.
	4.1.(2). Desenvolver capacidades e habilidades de liderança (influenciar, motivar, integrar, organizar pessoas).
	4.1.(3). Compreender os processos envolvidos nas inovações organizativas, pedagógicas, curriculares.
	4.1.(4). Aprender a tomar decisões sobre problemas e dilemas da organização escolar.
	4.1.(5). Conhecer, informar-se, dominar o conteúdo da discussão para ser um participante atuante e crítico.
	4.1.(6). Saber elaborar planos e projetos de ação.
	4.1.(7). Aprender métodos e procedimentos de pesquisa
	4.1.(8). Familiarizar-se com modalidades e instrumentos de avaliação do sistema, da organização escolar e da aprendizagem.
4.2. A aprendizagem dessas competências pode ser atrapalhada pelas más condições de exercício profissional.
	4.2.1. Mas a formação continuada é requisito incontornável para a profissionalização docente hoje.
		4.2.1.1. Não existem (se é que já existiram algum dia) fatos simples.
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