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PAPER III PRÁTICAS INCLUSIVAS

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2
Giseli Adriana Ferreira¹
Silvia Trevisan²
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A linguagem de sinais, bilinguismo, surge em meados da década de setenta, como um novo método de comunicação. Tendo, conceitualmente, a aceitação da surdez como identidade natural, defendendo que os surdos formem uma comunidade, com cultura e línguas próprias, no intuito de fazer entender que os surdos têm suas particularidades e precisam afirmar seus valores culturais. 
Sociólogos, filósofos e políticos, através de movimentos sociais dos surdos, criaram a proposta bilíngue. A Suécia foi um dos primeiros países a reconhecer politicamente os surdos como uma minoria linguística que possui direitos políticos assegurados em língua falada e de sinais nas Instituições de Ensino. 
No Brasil, foi em meados da década de 80, com o início dos Estudos Culturais e Estudos Linguísticos, que ocorreram as primeiras iniciativas para a utilização da proposta bilíngue de ensino (CAMPELLO, 2009, p. 34).
Mas foi somente em 2002 que foi implantada a Lei 10.436, em que consta, no artigo 1º, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados, como meio legal de comunicação e expressão.
A partir disso, o surdo conquistou o direito oficial da LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais, garantindo-lhe também, o direito ao professor tradutor/ intérprete da LIBRAS. 
À vista do movimento de inclusão escolar os surdos começaram a frequentar o ensino regular, havendo a necessidade do intérprete no campo educacional. O professor intérprete tem como atribuição: estabelecer a comunicação e a participação efetiva do aluno surdo, trocar informações com o regente da sala e escolher as melhores estratégias de ensino - aprendizagem, participar da elaboração do Plano Político Pedagógico. 
O trabalho com o aluno surdo exige do professor muito mais do que uma simples interpretação, fazendo-se necessário a construção de um vínculo, no qual, o respeito e a fidelidade constituem partes fundamentais para o sucesso integral desse trabalho.
A aquisição da linguagem, geralmente, acontece ouvindo-se os familiares e através da linguagem oral. Ocorre que, os filhos de pais surdos irão fazer a aquisição da língua de sinais naturalmente, como sendo essa sua primeira língua. Estudos vêm mostrando que a criança surda adquire a língua de sinais de maneira igual às crianças ouvintes, obedecendo à maturação da criança, que irá internalizando a língua a partir do meio em que vive. O processo de aquisição da língua de sinais segue algumas fases: 
A primeira fase é aquela onde a criança surda produz uma sequência de gestos as quais se assemelham ao balbucio das crianças ouvintes. Na segunda fase ela relaciona o objeto com o sinal, produzindo assim as primeiras palavras sem se preocupar com os parâmetros da configuração, como acontece na aquisição da linguagem da criança ouvinte que ainda não pronuncia as palavras corretamente. E na terceira fase, que inicia em torno dos dois anos e meio de idade, a criança surda começa usar palavras sem concordância (CAMPELO, 2006). 
Por volta dos quatro anos á criança surda começa a explorar os movimentos e incorporar os sinais de forma mais estruturada. Muito embora ainda não consiga conservar os pontos no espaço no momento de relatar suas estórias, aos poucos começam a direcionar seus olhos para a posição dos olhos durante seus relatos. E a partir dos cinco anos adquire a morfologia da Língua de Sinais. 
De acordo com Lima (2006) a construção da aprendizagem de uma língua de sinais é semelhante a qualquer outra língua, ele ainda destaca:
[...] concebida como uma atividade constitutiva com a qual se pode tecer sentidos; vista como uma atividade cognitiva pela qual se podem expressar sentimentos, ideias, ações e representar o mundo; visualmente como uma atividade social através da qual se pode interagir com os outros seres sociais e que apresenta características essencialmente dialógicas (LIMA, 2006, p. 36).
Quanto antes á criança surda, ou seja, desde a tenra idade tiver acesso a Língua de Sinais, maiores serão suas possibilidades de adentrar o mundo da linguagem. No Brasil, os surdos utilizam a Língua de Sinais, que se apresenta de forma visual-espacial, sendo a mesma usada em diversos espaços, inclusive nas escolas. 
No contexto escolar, a criança surda á criança surda situa-se em um contexto bilíngue, tendo Libras como primeira língua e o português como segunda língua na modalidade escrita. Mas para que isso realmente ocorra, é necessário que a escola registre em seu plano político pedagógico a intenção de fazer uma educação bilíngue (LIMA, 2006).
Durante a construção da educação dos surdos ocorreram diversas discussões acerca do melhor método de ensino, ou seja: a abordagem oralista, que pretendia capacitar o surdo para falar, assimilando a linguagem oral, tornando-o “falante” não obteve êxito, pois conforme Sá (1999 apud MEC/SEESP, 2007, p.19) “Esse método dificulta a aprendizagem do aluno surdo além de interferir no convívio familiar e de discriminar a cultura surda”.
O espaço escolar é importantíssimo para a aquisição da linguagem dos surdos, pois na realidade essa aquisição será percebida e significada ao longo do processo de aprendizagem. A aquisição da língua portuguesa dependerá do acesso às informações e da comunicação entre seus pares por meio da escrita. Durante esse processo de aquisição e aprendizagem das duas línguas há também a representação de valores sociais.
Entendendo o significado e a importância da oralidade, leitura e escrita para a vida acadêmica do aluno surdo é que se pode dizer o quanto esse sujeito é posto em cheque, ou seja, ele precisa utilizar-se de todos os recursos possíveis para que de fato ocorra aprendizagem, não bastando, entretanto, envolver apenas o indivíduo surdo nesse processo, mas também o seu mediador, o professor. Partindo dessa premissa é que haverá a possibilidade da aquisição do conhecimento.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente paper é o resultado da pesquisa através de bibliografia pertinente ao assunto. Segundo Gil (1999, P. 45) pesquisa é “o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.
Bibliográfica, porque para fundamentação teórico-metodológica do trabalho será́ realizada pesquisa do tema em livros e artigos disponíveis ao público em geral. Segundo Santos (2004, p. 27) “na atualidade, praticamente qualquer necessidade humana, conhecida ou pressentida, tem algo escrito a seu respeito”. Por isso, a pesquisa com base numa bibliografia deve encabeçar qualquer processo de busca cientifica que se inicie.
 Segundo Fonseca, 2002 p. 32:
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta. (FONSECA, 2002, p.32)
Foram pesquisados escritos em artigos eletrônicos, científicos, web sites, páginas da internet, monografias e dissertações, livros, revistas e periódicos, com o intuito, conforme o autor Fonseca (2002) de recolher informações a respeito do que se procura a resposta, ou seja, do que se quer maiores informações.
Figura 1: Capa do livro Metodologia Científica de Luiz Almir Menezes Fonseca 
Fonte: Site Editora Martins Fontes, 2002.
O livro, acima citado na figura 1 visa aprofundar e esclarecer o assunto, buscando resultados os mais fidedignos possíveis e proporcionar um esclarecimento acerca do assunto abordado.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atualmente, o ingressode crianças e adolescentes surdos nas escolas regulares deixaram de ser uma novidade. Faz-se necessário que os docentes estejam no mínimo dispostos a se desafiar no sentido de compreender que a surdez não é sinônimo de fracasso escolar. Vygotsky (2001) diz que “[...] a aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar”, ela traz consigo sua história, uma vez que a aprendizagem se constitui em um fenômeno grupal. Vygotsky percebeu, em suas pesquisas, a importância do uso da língua gestual, pois a mesma facilita a sua aprendizagem. 
Os instrumentos culturais foram desenvolvidos para as pessoas que tem todos os órgãos dos sentidos, todas suas funções biológicas. A chave para o desenvolvimento da pessoa diferente será a compensação, o uso de um instrumento cultural alternativo, o que para os surdos é a língua gestual. 
Vygotsky apud Sacks, 1998 menciona a importância das relações interpessoais na aprendizagem:
As relações interpessoais influenciam diretamente no processo de aquisição da aprendizagem bem como na inclusão. Ela está voltada para as funções visuais que estão intactas. Constitui o modo mais direto e mais simples de permitir o desenvolvimento pleno, o único a respeitar a diferença, sua singularidade (VYGOTSKY apud SACKS, 1998, p.63).
Faz-se necessário que os docentes estejam no mínimo dispostos a se desafiar no sentido de compreender que a surdez não é sinônimo de fracasso escolar.
Para tanto, é fundamental que a equipe pedagógica escolar compreenda que não é o surdo ou a pessoa com deficiência auditiva que precisa adequar-se ao contexto escolar, mas sim, a escola é que necessita fazer alterações e/ou mudanças.
Assim, como o ouvinte, o surdo necessita de mediação do adulto para que haja o desenvolvimento cognitivo, facilitando-lhe a construção do conhecimento lúdico e cientifico; quanto à escrita, ambas terão um tempo para aprender.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Disponível em: https://www.udesc.br/arquivos/udesc/documentos/Lei_n__10_436__de_24_de_abril_de_2002_15226896225947_7091.pdf. Acesso em: 08/03/2020.
CAMPELLO, Ana Regina e Souza. Deficiência Auditiva e Libras. Centro Universitário Leonardo da Vinci-Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LIMA, Daisy Maria Collet de Araújo, Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: surdez, 4. ed, Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal, Brasília, MEC, 2006.
MEC/SEESP – Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007.
SÁ, Nídia Limeira. Cultura, poder e educação de surdos. São Paulo: Paulinas, 2006.
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 6. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. 139 p.
VYGOTSKY, Lev. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984. 
______, Lev. Obras Escogidas, Vol. III. Madrid: Visor, 1995. 
______. Lev. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
PRÁTICAS INCLUSIVAS E O USO DE LIBRAS 
1 Giseli Adriana Ferreira.
2 Silvia Trevisan
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (LEE 20) – Prática do Módulo III – 09/06/2020.

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