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8
LITERATURA SURDA: 
A POESIA COMO PROMOTORA DA INCLUSÃO
Antonio Marcos Andrade Santos [footnoteRef:1] [1: Graduando em Letras Libras turma LBR0297 Mat.1558761. UNIASSELVI. E-mail: marcosandrade0805@gmail.com 
1 Graduanda em Letras Libras turma LBR0297 Mat.1923141. UNIASSELVI. E-mail: martamarques.gdf1@gmail.com
1 Graduanda em Letras Libras turma LBR0297 Mat.1556046. UNIASSELVI. E-mail: marcelalamb.au@gmail.com 
1 Graduanda em Letras Libras turma LBR0297 Mat.1538187. UNIASSELVI. E-mail: maizamiguel128@gmail.com
1 Graduanda em Letras Libras turma LBR0297 Mat.1555368. UNIASSELVI. E-mail: veronicasfeitosa@gmail.com
2 Tutor externo E-mail: alessandrosenaufg@gmail.com] 
Marcela Marques Barbosa1
Marta Marques Feitoza1
Maiza Alves Rodrigues 1 
Verônica Santos Feitosa1
Alessandro Sena de Oliveira2
	
RESUMO
Por meio da língua de sinais, foram sendo produzidos os significados nas práticas discursivas e na constituição das suas trajetórias a cada geração das mãos. A literatura como instrumento essencial na formação do imaginário do sujeito surdo, o contar e recontar histórias por meio da Língua Brasileira de Sinais possibilita significar a fantasia e produzir novos conhecimentos na ressignificação de outros contextos, utilizando a sua língua natural. Este trabalho tem como foco central, descrever a importância da poesia como promotora da inclusão. Para o alcance dos objetivos da pesquisa, utilizaremos a pesquisa descritiva e bibliográfica como método a partir da reflexão da leitura de livros, artigos, revistas e sites relacionados ao assunto. Portanto, espera-se que por meio desta pesquisa, mais profissionais da educação e de Libra possam compreender os conhecimentos relevantes e dar-lhes uma nova compreensão da prática e de suas contribuições. Espero que este trabalho possa contribuir, em certa medida, para o despertar de todos os professores que trabalham com alunos surdos. Deixe-os perceber a importância de usar a poesia como uma ferramenta para promover a tolerância no ambiente escolar.
Palavras-chave: Literatura Surda; Língua de Sinais; Poesia.
1.INTRODUÇÃO
A Literatura surda se manifesta através das histórias contadas por meio de sinais, sua importância primária concentra-se nas condições de apoio à identidade. Ele ajuda os surdos a se verem como parte da comunidade. Desta forma, esta ciência visual ampla cria novas possibilidades para a produção e exploração de textos literários ilustrados e de assinatura. 
Sabemos que, Literatura surda é a produção de textos literários em sinais, que entende a surdez como presença de algo e não como falta, possibilitando outras representações de surdos, considerando-os como um grupo linguístico e cultural diferente (KARNOPP, 2006, p. 102). Segundo Mourão (2011, p. 73), “A literatura surda traz história de comunidades surdas, e essas histórias não interessam só para elas, mas também para as comunidades ouvintes, através da participação tanto de sujeitos ouvintes quanto de sujeitos surdos”.
Existem produções das mãos literárias de obras surdas divulgadas por meio da mídia, como redes sociais, sites, vídeos e materiais impressos. Tais produções são adaptações, traduções e criações em vários gêneros literários, para que os surdos tenham acesso à literatura, aos valores de ser surdo e à tradição cultural dos contadores das histórias. Destaca-se, aqui, a utilização da literatura como um importante instrumento de alfabetização e letramento dos surdos, pois ali o sujeito surdo poderá se reconhecer, o que o estimulará a desenvolver a leitura e a produção em língua de sinais, contribuindo para a afirmação da identidade cultural desses indivíduos. 
Este trabalho cujo tema é a Literatura Surda: a Poesia como Promotora da Inclusão, tem como objetivo, descrever a importância da poesia como promotora da inclusão. A escolha desse tema deu-se com a finalidade de mostrar descrever e conhecer mais sobre a temática, que vem sendo muito falada por proporcionar benefícios aos alunos surdos contribuir com o desenvolvimento da língua de sinais, reforçando a identidade cultural do surdo a partir da poesia. Contudo, este trabalho tem como problemática buscar compreender quais são os benéficos da Poesia para os alunos surdos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Literatura Surda
A literatura surda é entendida como cultura surda, em que é um conceito bastante recente. Como entendemos cultura surda? Wrigley (1996, p. 45) afirma que o traço significante que define a cultura surda é o uso de uma língua de sinais, que é uma língua compartilhada em uma comunidade de pessoas surdas. 
A cultura surda é como uma pele no corpo dos surdos, que usam suas línguas de sinais, utilizam predominantemente a experiência visual, têm seus costumes, hábitos, ideias, convivem entre si e comemoram suas datas como marcos importantes. É uma cultura que é construída pelos surdos, e não é uma cultura adaptada dos ouvintes. Como afirma Miranda (2001, p. 20): 
A comunidade surda constrói uma cultura e produz identidades em espaços geográficos, no sentido de não nascerem dentro desses, mas em espaços possibilitados ou conquistados para que ocorra, intencionalmente ou não, a organização e a produção surda. 
Pode-se dizer que a cultura surda é autônoma, já que ela coloca os surdos num espaço territorial diferente, simbólico. Conforme Strobel (2009, p. 27): 
Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável, ajustando-o com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua, as ideias, as crenças, os costumes e os hábitos do povo surdo. 
 Para compreendermos a cultura surda, podemos buscar subsídios na mesma autora. Na cultura surda, existem artefatos culturais específicos, que são peculiaridades do povo surdo, entre os quais se situam uma experiência visual diferenciada, a língua de sinais, a literatura surda e artes visuais específicas da comunidade. É importante compreender que, na cultura surda, as produções linguísticas, artísticas, científicas e as relações sociais são visuais (STROBEL, 2009). 
 Para Quadros (2019) a Literatura Surda para o povo surdo se traduz por meio da língua de sinais, carregando em si seus anseios e suas características culturais. Essa Literatura representa as verdadeiras manifestações culturais organizadas de forma criativa por meio das possibilidades e rupturas linguísticas. Vê-se, assim, que a literatura surda é um dos componentes importantes da cultura surda. Para defini-la, podemos utilizar a conceituação de Karnopp (2010, p. 161):
A expressão “literatura surda” é utilizada no presente texto para histórias que têm a língua de sinais, a identidade e a cultura surda presentes na narrativa. Literatura surda é a produção de textos literários em sinais, que traduz a experiência visual, que entende a surdez como presença de algo e não como falta, que possibilita outras representações de surdos e que considera as pessoas surdas como um grupo linguístico e cultural diferente. 
Portanto, cabe dizer que, a Literatura surda é a produção de textos literários em sinais, que entende a surdez como presença de algo e não como falta, possibilitando outras representações de surdos, considerando-os como um grupo linguístico e cultural diferente. 
Neste sentido, é valido considerar que a Literatura possibilita contar, narrar e criar histórias. Através da literatura, as pessoas transmitem sua cultura às gerações seguintes. Com os surdos, o acesso ao mundo literário é feito por meio da leitura visual em sua língua de sinais que, para os surdos brasileiros, é a Libras. A expressão “literatura surda “refere-se às “histórias que têm a língua de sinais, a identidade e a cultura surda na narrativa” (KARNOPP, 2010, p. 161). 
É importante observar que a literatura surda é a literatura que os surdos produzem não registrada através de língua escrita, mas se expressam através da língua de sinais – não se trata de uma traduçãoda Literatura Brasileira ou de qualquer outra literatura nacional produzida pelos ouvintes, mesmo que incorpore alguns temas também partilhados por estes. 
 Considerando que a literatura surda é produzida em língua de sinais, conclui-se que ela já era produzida antes de existirem registros em vídeo, pois, antes disso, sempre ocorriam encontros de surdos nas associações, eventos, etc., em que eles contavam histórias e anedotas, entre outras produções.
Marta Morgado define literatura surda como “aquelas que são contadas em língua de sinais, sejam frutos de tradução ou não, podendo ter um tema relacionado com surdos ou não”. Ela não precisa ser contada exclusivamente em língua de sinais, ou seja, ela também pode ser escrita, porém, o tema deve ser relacionado aos surdos (MORGADO, 2011, p. 21, apud BARBOSA, 2013).
Através do ensino da literatura surda, que se vincula à discussão sobre cultura e identidade, a criança surda passa a conhecer de forma crítica sua herança cultural, percebendo porque precisa compartilhar a língua de sinais, seus valores, suas ações e características próprias de sua comunidade no universo literário. 
2.2 A Poesia em Libras
A poesia em língua de sinais apresenta a possibilidade de expressão do poeta surdo, a manifestação linguística e cultural surda por meio da criatividade e dos recursos linguísticos usados pelo apresentador, inovando a língua por meio da poesia. A poesia em Libras usa a expressividade das Línguas de Sinais (no nosso caso, da Língua Brasileira de Sinais). Pode-se afirmar que é uma forma de arte recente, que começou a ser divulgada aproximadamente na década de 1970, nos Estados Unidos. 
Conforme Sutton-Spence (2008, p. 340): Referindo-se à Língua de Sinais Americana, Alec Ormsby afirmou que, antes dos anos 70, “não existia registro poético na ASL, porque o registro poético era socialmente inconcebível e, enquanto permanecesse socialmente inconcebível, seria linguisticamente inviável” [...]. 
Entretanto, nos anos 70, surgiram algumas mudanças relacionadas à consideração da poesia em línguas de sinais não apenas como concebível, mas, também, como uma realidade. A autora afirma que apenas com o reconhecimento das línguas de sinais como independentes e reais e com os processos de valorização do “ser surdo” abriu-se espaço para as performances de poetas das línguas de sinais, inicialmente nos Estados Unidos e depois em outros países. 
Atualmente, na comunidade surda, os poemas em Libras fazem mais sucesso e têm mais receptividade, mas há alguns surdos que continuam usando poesia escrita (em Língua Portuguesa) e poesia traduzida (da Língua Portuguesa para a LIBRAS). A produção de poemas em línguas de sinais significou um avanço nas concepções de literatura, pois, conforme Sutton-Spence (2008, p. 340), antes de haver essa produção, “pessoas surdas e ouvintes achavam que a poesia deveria ser escrita apenas em inglês, devido ao status dessa língua”.
2.3 A importância da Poesia e seus Benefícios para os Alunos Surdos
A poesia, independentemente da língua em que é produzida, como já apontamos anteriormente, é reconhecida por ser um gênero no qual se utiliza uma “forma intensificada de linguagem” (QUADROS E SUTTON-SPENCE 2006, p. 112). 
Deste modo, para além do conteúdo temático do poema, a linguagem assume o primeiro plano da produção poética. Assim, alguns estudos têm se detido a analisar a linguagem utilizada nos poemas com o objetivo de produzir efeito estético e que acabam por refletir a identidade. Tais estudos, podem ainda demonstrar “a contribuição que a linguística das línguas de sinais pode trazer para a nossa compreensão da linguística cultural das línguas de sinais.” (QUADROS & SUTTON-SPENCE, 2006, p.156). 
As poesias em Libras como diz Quadros (2019, pág.125) se desenvolvem como 
 
produções dotadas de sofisticação e refinamento de elementos que podem aproximá-la da arte performática. Os poetas surdos elaboram os poemas combinando ideias com formas de sinais inovadoras. A comunidade valoriza produções altamente sofisticadas que apresentam as melhores formas da língua. A poesia em sinais se constitui no intuito de causar impacto por meio dos sentidos de forma altamente visual. 
 
Dessa forma, os recursos tecnológicos possuem uma grande contribuição cultural e linguística para a Literatura Surda. Portanto a poesia em sinais ganhou espaço e circulação com o advento desses meios. De fato, a poesia é um apoio importante para o desenvolvimento de habilidades com a língua, pois com ela, o aluno explora a regra linguística, seja através da afirmação ou da subversão. Além disso, a poesia é uma excelente maneira de contribuir para as habilidades de leitura e escrita para o surdo (SUTTON-SPENCE, 2014).
Em 1979, Robert Panara, um poeta Americano surdo e professor, advogava o ensino de poesia escrita para a criança surda através da intermediação da língua de sinais. Ele escreveu que ensinar poesia 
[...] ajuda a estimular criatividade e expressão pessoal, e encoraja o desenvolvimento das faculdades intelectuais do estudante – imaginação, pensamento e interpretação [...]. Assim como na exposição às artes dramáticas ou à dança, faz o estudante reagir emocionalmente e sensitivamente à arte de expressão [...]. Através da linguagem da poesia os estudantes podem aprender a perceber como o lugar comum é feito parecer incomum, SUTTON-SPENCE, R. Por que precisamos de poesia sinalizada em educação bilíngue como palavras antigas podem ser expressas com frescor, originalidade e beleza (PANARA, 1979, p. 825).
Os benefícios do ensino de poesia à criança surda são tão grandes quanto o são para o ensino de crianças ouvintes. De fato, a poesia sinalizada pode ser mais importante para a criança surda se der a ela acesso estendido ao uso criativo de língua de sinais, o que elas não teriam de outra forma. Se o professor é um poeta isto pode prover uma dimensão extra à aprendizagem, mas todas as aulas podem explorar poesia, seja ela originariamente composta na língua escrita ou na língua de sinais.
Há poetas surdos, que compõem suas poesias nessa língua, para leitores que são igualmente surdos. Importa dizer que, do ponto de vista estético, a poesia em Libras, apesar de suas particularidades, lida com os mesmos traços de construção das demais línguas, como bem observam Sutton-Spence e Quadros (2006, p. 112): 
A poesia em língua de sinais, assim como a poesia em qualquer língua, usa uma forma intensificada de linguagem [...]. A linguagem nos poemas está em primeiro plano, determinada pela sua projeção que se origina da sua diferença em relação à linguagem cotidiana. A linguagem pode ser projetada de forma regular, uma vez que o poeta usa recursos e sinais já existentes na língua com excepcional regularidade, ou pode ser projetada de forma irregular, uma vez que as formas originais e criativas do poeta trazem a linguagem para o primeiro plano. A linguagem no primeiro plano pode trazer consigo significado adicional, para criar múltiplas interpretações do poema. 
Quando se trabalha a literatura entre os surdos, a poesia lida com a emoção, a imaginação e os sentimentos. Ela pode configurar um excelente espaço para a partilha de experiências entre as pessoas, razão por que o surdo não pode ficar alijado de seus benefícios. 
A poesia tem um papel imprescindível no campo do desenvolvimento da linguagem, já que lida ao mesmo tempo com a fantasia e com a realidade. A liberdade de expressão que ela permite desperta no indivíduo a consciência de que o mundo interior pode ser exteriorizado, e essa descoberta pode ser o primeiro passo para o entendimento do que se é capaz de criar o mundo.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica. Na Escola Conveniada Aspa turma do 6º ano na cidade de Araguaína - To. Desta forma, se faz necessário buscar conhecer e compreender o saber dessa pesquisa, que tem como procedimento de execução, a revisão da bibliográfica, conforme Fonseca (2002 apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 37) é definida por fazer: 
[...] levantamentode referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. 
 
O objetivo deste tipo de pesquisa é procurar e reunir referências teóricas que já foram publicadas, no meio acadêmico, para recolher informações, dados, fatos, conhecimentos prévios e opiniões emitidas sobre o problema que instiga o(s) pesquisador (es), a procurar resposta(s). Como afirma Fonseca (2002 apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
	 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante do que foi exposto no presente trabalho, como base na fundamentação teórica pesquisada, é nítido compreender que a literatura surda é de extrema importância para os alunos surdos. Neste sentido, podemos afirmar que literatura surda é necessária tem por objetivo estimular o educando a aprender a ler, interpretar o mundo a sua volta, a posicionar- se criticamente sobre a sua realidade. Conforme Bamberguerd (2000), salienta que a criança que lê com maior desenvoltura se interessa pela leitura e aprende mais facilmente, neste sentido, a criança interessada em aprender se transforma num leitor capaz. 
Nesta perspectiva, a poesia é fundamental portanto, a literatura surda, auxilia os surdos a se conhecerem e a se encontrarem também, a fim de entenderem o mundo surdo e olharem para si mesmos. Antigamente pensávamos que só havia uma única identidade surda, fixa e imutável, relacionada àquela pessoa que não ouve e se comunica em Libras. A inclusão precisa e deve ser uma Inclusão Surda, respeitando os parâmetros e as terminologias próprias da língua. Uma inclusão que pense e valorize cada vez mais a Cultura Surda. Afinal, a inclusão é isso: novos acolhimentos, novos abraços.
5. CONCLUSÃO
Diante de tudo o que foi exposto no trabalho, faz-se necessário refletir sobre a literatura surda: a poesia como promotora da inclusão. Contudo, a presente pesquisa proporcionou uma visão ampla sobre o assunto mais aprofundado e fazendo perceber que a prática literatura surda contribui para ambos aspectos no surdo, seja no intelectual, conhecimento de mundo, inclusão, imaginação, pensamento e interpretação.
Este estudo enfatiza o gênero poesia surda é um campo amplo de discussões e compreensões sob o olhar dos Estudos surdos e Estudos culturais. A partir desse estudo, foi possível compreender que a poesia a pôr sujeitos surdos do espaço acadêmico produz sentidos e identificam-se nos elementos formadores da poesia surda, suas produções marcam sua identidade e cultura em meio à maioria ouvinte. O trabalho com a literatura surda deve utilizar a visualidade articulada sempre à tecnologia. A tecnologia certamente revoluciona o ensino e torna o aprendizado com uma qualidade maior. É fundamental saber o uso do ambiente linguístico para que as produções promovam contribuições aos alunos surdos, com um entendimento claro sobre a cultura surda e a utilização da Poesia como promovedor da inclusão no âmbito escolar.
REFERÊNCIAS
GERHARDT, T. E.; S., D. T. (orgs). Métodos de Pesquisa. 1ª ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
KARNOPP, Lodenir Becker. Produções culturais de surdos: análise da literatura surda. Cadernos de Educação. FaE/PPGE/UFPel. Pelotas. v. 36, p.155 - 174, maio/agosto 2010. Disponível em http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/viewFile/1605/1488. Acesso em 29 nov. 2021.
MIRANDA, Wilson. Comunidade dos surdos: olhares sobre os contatos culturais. (Dissertação de mestrado). Porto Alegre: UFRGS/FACED/PPGEDU, 2001.
MORGADO, M. Literatura das Línguas Gestuais. apud BARBOSA, E. dos R. A. Literatura Surda. Disponível em: http://nomundodalibras.blogspot.com.br/p/literatura-surda.html. Acesso: 29/11/21.
QUADROS, R.M. de (2019) Linguística para o ensino superior. Editores Científicos Tommaso Raso, Celso Ferrarezi Jr, - 1 ed.- São Paulo: Parábola, 2019.
PANARA, R. On teaching poetry to the Deaf (Or: Let the Student be the Poem!). American Annals of the Deaf, p. 825-828, 1979.
STROBEL, K. L. Surdos: vestígios culturais não registrados na história. 2008. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. 176f.
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda/Karin Strobel. – Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2008.
SUTTON-SPENCE, Rachel; QUADROS, Ronice Müller de. Poesia em língua de sinais: traços da identidade surda. In: QUADROS, Ronice Müller de (org.). Estudos surdos I. Petrópolis-RJ: Arara Azul, 2006.
SUTTON-SPENCE, Rachel. Por que precisamos de poesia sinalizada em educação bilíngue. In: Educar em Revista, n. Especial 2, 2014.
SUTTON, SPENCE, R. Imagens da Identidade e Cultura Surdas na Poesia em Língua de Sinais. In: QUADROS, Ronice; VASCONCELLOS, Maria Lucia (Orgs.). Questões Teóricas das Pesquisas em Língua de Sinais. Rio de Janeiro: Arara Azul, 2008.
WRIGLEY, Owen. The politics of deafness. Washington: Gallaudet University Press, 1996.

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