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Indicadores em Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho

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/
DEFINIÇÃO
Indicadores de saúde, segurança e qualidade no ambiente corporativo.
PROPÓSITO
Compreender a relação entre trabalho, saúde e qualidade de vida no ambiente corporativo e apresentar os indicadores usados para mensurá-los.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever os indicadores de saúde no trabalho
MÓDULO 2
Descrever os indicadores de segurança no trabalho
MÓDULO 3
Descrever os indicadores de QVT (BPSO: Biológicos, psicológicos, sociais e organizacionais)
INTRODUÇÃO
Saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho têm sido uma área com muito destaque tanto para governos, empresas quanto para a sociedade
em geral. Essa afirmação é reforçada pelos eventos pelo qual o mundo tem passado, com destaque para a pandemia causada pela Covid-19, e os
/
conflitos raciais decorrentes do assassinato do afro-americano George Floyd, nos EUA, em 2020.
Percebe-se a necessidade de se evoluir neste contexto e, portanto, conhecer e identificar os indicadores que são utilizados para avaliar a saúde,
segurança e qualidade de vida no trabalho. Trata-se de um primeiro passo para futuros aprimoramentos ou até a criação de novos modelos que
atendam às novas demandas.
MÓDULO 1
 Descrever os indicadores de saúde no trabalho
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
A relação entre segurança e saúde no ambiente de trabalho está diretamente relacionada à qualidade, meio ambiente e questões éticas e sociais que
envolvem o empregado, o empregador e a sociedade.
As perdas originadas pelos acidentes e afastamentos por doenças no trabalho são relevantes e preocupantes. Somente no Brasil, em 2017, ocorreram
549.405 casos, segundo levantamento realizado pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com o artigo 19 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, considera-se acidente de trabalho:
Fonte: Virrage Images / Shutterstock
“O QUE OCORRE PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO A SERVIÇO DA EMPRESA, OU DE
EMPREGADOR DOMÉSTICO, OU PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO DO SEGURADO
ESPECIAL, PROVOCANDO LESÃO CORPORAL OU PERTURBAÇÃO FUNCIONAL, DE
CARÁTER TEMPORÁRIO OU PERMANENTE.”
 ATENÇÃO
Também são considerados acidentes de trabalho os acidentes que, porventura, acontecerem entre o trajeto da residência para o trabalho; doenças
produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho; e doença adquirida ou desencadeada em razão das condições em que se executa o
/
trabalho.
A definição, anterior, de acidente de trabalho, só é considerada para um evento já ocorrido, mas para a norma NBR 14280/2001, um acidente de
trabalho é a ocorrência não esperada e desejada de um evento, a qual pode ocorrer no exato momento do fato ou não, que resulte ou possa resultar
em lesão ao trabalhador, ou seja, há ocorrência de acidentes ou quase acidentes.
A partir daí temos a diferenciação entre:
 Escolha uma das Etapas a seguir.
ACIDENTE
É aquele que obrigatoriamente ocasiona uma lesão, estrago ou fatalidade à saúde do trabalhador
INCIDENTE
Não chega a se transformar em acidente. Por exemplo, em um escritório de contabilidade, um alarme de incêndio é disparado, todos evacuam de
forma emergencial, não havendo feridos nem equipamentos danificados, caracterizando-se assim como um incidente.
A interligação entre segurança e saúde deixa claro que ambas têm como objetivo proporcionar proteção e bem-estar aos trabalhadores.
De acordo com Gonçalves e Antônio (2019), a questão da saúde no trabalho tem relação direta com a redução e prevenção das doenças
ocupacionais, que são aquelas que decorrem da atividade que o trabalhador executa e das condições de trabalho em que se encontra.
Fonte: smolaw / Shutterstock
SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), AS
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO CAUSAM A MORTE DE 2
MILHÕES DE PESSOAS POR ANO.
O Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, elaborado pelo Ministério da Fazenda, define doença do trabalho como:
“AS DOENÇAS PROFISSIONAIS, AQUELAS PRODUZIDAS OU DESENCADEADAS PELO
EXERCÍCIO DO TRABALHO PECULIAR A DETERMINADO RAMO DE ATIVIDADE,
CONFORME DISPOSTO NO ANEXO II DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL –
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/
RPS, APROVADO PELO DECRETO NO 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999; E AS DOENÇAS
DO TRABALHO, AQUELAS ADQUIRIDAS OU DESENCADEADAS EM FUNÇÃO DE
CONDIÇÕES ESPECIAIS EM QUE O TRABALHO É REALIZADO E COM ELE SE
RELACIONE DIRETAMENTE. ESSE DADO SOMENTE ESTÁ DISPONÍVEL PARA
ACIDENTES QUE FORAM REGISTRADOS POR MEIO DA CAT.”
(MINISTÉRIO DA FAZENDA et al., 2017)
Os números de casos registrados com CAT (Comunicação de Acidentes de Trabalho), referentes às doenças de trabalho ocorridas nos anos de 2015,
2016 e 2017 no Brasil, foram respectivamente 15.386, 13.927 e 9.700.
Com o objetivo de controlar os riscos de segurança e saúde do trabalho e melhorar as condições de realização das atividades laborais, as
organizações buscam implantar um sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional, por meio da implantação da norma OHSAS 18001:2007, a
qual foi substituída pela norma ISO 45001:2018. Portanto, a saúde no trabalho deve contemplar avaliações regulares, a fim de verificar como anda a
capacidade laborativa do colaborador, observando-se sua condição de saúde antes e depois das atividades realizadas na empresa.
Fonte:sasirin pamai / Shutterstock
OS INDICADORES DE SAÚDE NO TRABALHO
Para que uma organização possa gerenciar a condição de saúde no trabalho de seus colaboradores, há a necessidade do monitoramento de
indicadores. De acordo com a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), indicadores são definidos como:
“INFORMAÇÕES QUANTITATIVAS QUE, POR MEIO DE UMA MEDIÇÃO SISTEMÁTICA,
PERMITEM AVALIAR O COMPORTAMENTO DE OBJETOS OU DE EVENTOS.”
(MOTA, 2018)
Outra definição de indicadores, os considera como ferramentas a serem usadas no planejamento e na tomada de decisões pelos gestores, devendo
ser claros, objetivos e de fácil comparação.
Existem dois tipos de indicadores:
LAGGING INDICATORS
Lagging indicators (indicadores reativos) se preocupam em mensurar os acontecimentos passados, por exemplo, o indicador que mede o número de
pessoas infectadas pela Covid-19.
/
LEADING INDICATORS
Leading indicators (indicadores proativos) são os indicadores que apontam para um desempenho futuro, a fim de dar direção às próximas ações que
devam ser tomadas, por exemplo, um indicador que informe o percentual de colaboradores que foram treinados para lidar com a Covid-19 no local de
trabalho.
Vale ressaltar que os indicadores proativos indicam uma direção para que os gestores e colaboradores adotem uma atitude voltada para o
comportamento seguro, em que todos são conscientes dos riscos de cada atividade realizada no ambiente de trabalho, e a partir de então tomem
medidas e ações que permitam manter a integridade de todos.
A legislação vigente exige a coleta de indicadores reativos referente à saúde e segurança do trabalho (SST), a qual deve ser informada mensalmente
por meio do eSocial. Portanto, as organizações devem seguir normas que podem ser de caráter geral, que se enquadram para praticamente qualquer
atividade econômica, e as específicas, que atendem a um setor ou segmento de setor especializado.
Você sabe a diferença entre indicadores reativos e proativos na saúde do trabalho? Assista ao vídeo abaixo e conheça um pouco mais:
A seguir, temos as de normas relacionadas à SST de caráter geral com o seu respectivo tema e indicadores.
NR-4
Seu tema diz respeito aos serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Nela se determina o
dimensionamento desses serviços e vincula-se a gradação do risco da atividade principal ao número total de empregados do estabelecimento. Como
exemplo de indicador, tem-se o número de profissionais de SESMT que atendem aos requisitos da norma.
NR-5
Seu tema apresenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Ela trata da criação da CIPA para a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho. Como exemplo de indicadores, temos o número de participantes da CIPA, o número de treinamentosrealizados por esta, o
número de eleições realizadas e seu respectivo período, bem como a existência de um mapa de risco.
NR-6
Esta NR apresenta os equipamentos de proteção individual (EPI). Ela trata da aquisição e implementação de todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Como exemplo de
indicadores, temos o índice de fornecimento de EPI, o controle de EPI e o número de treinamentos na utilização de EPIs.
NR-7
/
Esta NR refere-se aos programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Ela trata da elaboração e implementação do PCMSO, com o
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Como exemplo de indicadores, temos o número de PCMSO
realizados, o número de exames admissionais, periódicos e demissionais.
NR-9
O tema desta NR apresenta os Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). O PPRA visa à preservação da saúde e à integridade dos
trabalhadores através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que
venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Como exemplo de
indicadores, temos o número de planos de ações realizados, o percentual de medições realizadas e o percentual de atendimento ao PPRA.
NR-15
Esta NR refere-se a atividades e operações insalubres, bem como aos fatores que podem causar insalubridade e seus limites de tolerância. Como
exemplo de indicadores, temos o número de laudos de insalubridade, o número de planos de ações e o percentual de gasto com adicional de
insalubridade.
NR-16
O tema desta NR apresenta as atividades e operações perigosas. Ela se refere às condições de periculosidade que determinadas atividades ou
operações possam ocorrer no ambiente de trabalho. Como exemplo de indicadores, temos o percentual de laudos técnicos emitidos e o percentual de
áreas identificadas conforme a NR.
NR-23
Seu tema refere-se à proteção contra incêndios e diz respeito à implementação de ações e medidas preventivas a serem tomadas com relação à
proteção contra incêndio. Como exemplo de indicadores, temos o número de equipamentos no combate ao fogo, o percentual de equipamentos de
proteção contra incêndio e o percentual de pessoas treinadas no uso correto de equipamento de combate ao fogo.
NR-24
Esta NR apresenta as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, e diz respeito às exigências mínimas que devem ser seguidas quanto
à higiene e conforto no local de trabalho. Como exemplo de indicadores, temos o número de instalações sanitárias, o percentual de sanitários
masculinos, o percentual de sanitários femininos e o percentual de atendimento às condições de conservação, limpeza e higiene das instalações
sanitárias.
NR-25
Seu tema apresenta resíduos industriais e refere-se à maneira como são gerados, manuseados, acondicionados, transportados e descartados os
resíduos industriais. Como exemplo de indicadores, temos o percentual de atendimento aos exames exigidos pelos órgãos competentes, o percentual
de resíduos sólidos produzidos, o percentual de resíduos líquidos produzidos e o percentual de resíduos sólidos de alta toxidade e periculosidade.
NR-26
/
Esta NR apresenta a sinalização de segurança e refere-se à identificação por meio de cores específicas, os equipamentos de segurança, delimitação
de áreas, identificação de tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases, e que possam causar riscos. Como exemplo de indicadores,
temos o número de áreas devidamente sinalizadas e o percentual de produtos não sinalizados corretamente encontrados por mês.

A partir desta diferenciação, temos a seguir os principais indicadores reativos de saúde no trabalho:
Fonte: Autor
Fonte: fizkes / Shutterstock
ÍNDICE DE TURNOVER
O índice de turnover, também conhecido como taxa de rotatividade, é a verificação do número de entradas e saídas de colaboradores de uma
organização em um determinado período, geralmente, mensurado mês a mês. Veja a fórmula abaixo:
Í Í
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Se no período não foram realizadas contratações, mas apenas desligamentos, a fórmula a ser usada para o cálculo do índice de turnover é:
Í Í
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Caso o seu índice apareça elevado, pode ser um indicativo de que possíveis fatores não desejáveis possam estar ocorrendo e impactando na retenção
de colaboradores, o que demanda uma maior atenção por parte da organização.
/
 EXEMPLO
Por exemplo, se uma empresa possui 200 funcionários ao iniciar o mês de maio e termina com 180, então foram desligados 20 funcionários e o seu
índice de turnover foi de 10%, o que é um percentual elevado. Considera-se uma taxa de 1% ao mês como sendo ideal para o índice de turnover.
O índice de turnover é importante no contexto da saúde ocupacional, uma vez que o desligamento de um colaborador pode ter sido causado por
aspectos ligados às más condições ambientais para o desenvolvimento do trabalho, produzindo desgastes emocionais e níveis de estresse elevados,
resultando em doenças.
ABSENTEÍSMO POR RAZÃO DE DOENÇA
Esse indicador tem como objetivo mensurar o número de trabalhadores que se ausentam do trabalho por motivo de doença, sendo um instrumento útil
na verificação da saúde dos empregados e da eficácia e efetividade dos programas implantados pela organização. Indica-se como aceitável uma taxa
no valor de 1,5% ao mês.
Fonte: mavo / Shutterstock
As possíveis causas do absenteísmo por motivo de doença se devem ao desencadeamento de síndromes psicológicas, as quais podem estar ou não
relacionadas a fatores psicossociais, ao ambiente de trabalho e a questões de morbidade.
A fórmula para se calcular o absenteísmo por razão de doença é demonstrada abaixo:
Ú Ê
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 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
 EXEMPLO
Uma empresa verificou que em determinado mês, o total de horas úteis perdidas de seus funcionários foi de 60 horas. Considerando que o número de
horas úteis totais era de 2400, então o nível de absenteísmo foi de 2,5%.
ÍNDICE DE DORT
/
Esse indicador mede o percentual de trabalhadores afetados por doenças causadas por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, o DORT.
Sua fórmula é apresentada abaixo:
Fonte: Doidam 10 / Shutterstock
Í ÊÉ Ê
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Já os principais indicadores proativos de saúde no trabalho são:
Fonte: Autor
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1- UM TRABALHADOR QUE EXECUTA UMA TAREFA NO ALTO DE UMA EDIFICAÇÃO, DEIXA CAIR UMA
FERRAMENTA QUE ATINGE O SOLO SEM CAUSAR QUALQUER DANO PESSOAL OU MATERIAL. ESSE EVENTO É
DEFINIDO COMO:
A) Acidente.
B) Não acidente.
C) Ação negligente.
D) Incidente.
2- UM CONCEITO FUNDAMENTAL QUE O GESTOR DE RECURSOS HUMANOS DEVE CONSIDERAR, QUE
REPRESENTA O NÚMERO DE EMPREGADOS DESLIGADOS DA EMPRESA NUM DETERMINADO PERÍODO
COMPARATIVAMENTE AO QUADRO MÉDIO DE EFETIVOS, É EXPRESSO PELO:
A) Índice de motivação.
/
B) Índice de turnover.
C) Taxa de gravidade.
D) Índice de recall.
GABARITO
1- Um trabalhador que executa uma tarefa no alto de uma edificação, deixa cair uma ferramenta que atinge o solo sem causar qualquer dano
pessoal ou material. Esse evento é definido como:
A alternativa "D " está correta.
Acidente é aquele que obrigatoriamente ocasiona uma lesão, estrago ou fatalidade à saúde do trabalhador, e um incidente (quase acidente), aquele
que não chega a se transformar em um acidente.
2- Um conceito fundamental que o gestor de Recursos Humanos deve considerar, que representa o número de empregados desligados da
empresa num determinado período comparativamente ao quadro médio de efetivos, é expresso pelo:
A alternativa "B " está correta.O índice de turnover, também conhecido como taxa de rotatividade, é a verificação do número de entradas e saídas de colaboradores de uma
organização em um determinado período.
MÓDULO 2
 Descrever os indicadores de segurança no trabalho
TIPOS DE INDICADORES
O tema segurança no trabalho é percebido como relevante para as organizações, pois tem impacto direto no seu resultado. Evitar acidentes é uma
política adequada, uma vez que funcionário e empresa se beneficiam mutuamente em ambientes seguros, permitindo que o trabalhador execute sua
atividade sem preocupação e, o mais importante, sem prejuízos à sua saúde. A empresa também se beneficia, pois não perde produtividade em
virtude de afastamento ou ausências e evita gastos com tratamentos ou possíveis ações judiciais.
Desde a Revolução Industrial, a partir do surgimento do processo de industrialização, os acidentes de trabalho acontecem.
Fonte: curraheeshutter / Shutterstock
/
PESQUISADORES, EMPRESAS, GOVERNOS E A SOCIEDADE EM GERAL
PROCURAM MANEIRAS DE EVITÁ-LOS, SURGINDO ESTUDOS, NORMAS E
LEIS COM A PREOCUPAÇÃO DE GARANTIR A SEGURANÇA NO TRABALHO.
 VOCÊ SABIA
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1919, tem como objetivo promover a justiça social, além de priorizar ações que incentivem a
saúde e segurança no local de trabalho, sendo um exemplo da organização dos diversos atores sobre o tema. Ela criou um material gratuito que
permite adaptar e implementar uma metodologia que cria modelos que são usados para intervir de forma efetiva na saúde e segurança ocupacional da
cadeia de valor global e do país, chamado de Occupational Safety and Health in Global Chains Starterkit. Para tanto, indicadores foram criados para
avaliar o seu desempenho, permitindo que ajustes e correções sejam efetuados, o que reforça a importância de conhecermos mais profundamente os
indicadores, os quais, no caso, serão voltados para a área de segurança no trabalho.
Os indicadores de segurança no trabalho podem ser agrupados segundo uma orientação normativa, de prevenção, de diagnóstico ou de acidentes e
incidentes.
INDICADORES 
NORMATIVOS
São aqueles indicadores que obedecem a uma legislação vigente e normas estabelecidas, como a resolução RDC 319 da Anvisa, que indica as
diretrizes gerais de boas práticas de fabricação de medicamentos.
INDICADORES DE PREVENÇÃO
São aqueles que rastreiam as possíveis causas de acidentes de trabalho de forma preventiva, geralmente em sintonia com os requisitos normativos,
por exemplo, o programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO).
O PCMSO tem caráter preventivo e é composto de uma série de exames ocupacionais para que se possa avaliar as condições de saúde física e
mental do trabalhador.
INDICADORES DE DIAGNÓSTICO
Têm como objetivo a identificação de riscos, perigos e agentes que possam causar danos à segurança do trabalhador, sendo relacionado normalmente
a alguma norma como a ISO 45001. Um exemplo disso são os indicadores de riscos operacionais.
INDICADORES DE ACIDENTES E INCIDENTES
São aqueles que fazem o monitoramento da frequência dos acidentes de trabalho e dos que quase se tornaram acidentes (incidentes).
INDICADORES DE SEGURANÇA NO TRABALHO
Os principais indicadores reativos de segurança no trabalho são:
Tempo perdido devido a acidentes de trabalho.
Número de acidentes de trabalho acontecidos por mês.
Número de pessoas em local de trabalho perigoso.
Número de ocorrências perigosas.
Índice de gravidade.
Taxa de frequência.
/
TEMPO PERDIDO DEVIDO A ACIDENTES DE TRABALHO
Devido à falta de segurança no trabalho, muitos acidentes acontecem, fazendo com que as empresas utilizem o indicador do tempo perdido com o
socorro do funcionário acidentado, para medir o tempo em que a organização ficou sem produzir. Há situações em que várias pessoas são acionadas
e até por uma questão de sensibilidade por parte dos colegas, estes também param suas atividades, gerando mais perdas.
Fonte: Halfpoint / Shutterstock
Fonte: Autor
NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO ACONTECIDOS POR MÊS
Este é um dos indicadores de desempenho mais utilizados pelas organizações e mede os acidentes que ocorreram no ambiente de trabalho, em
função da falta de segurança durante um determinado mês. O objetivo é que este indicador seja o mais próximo de zero, o que demonstraria que os
processos, equipamentos e controles para evitar um acidente de trabalho estão funcionando a contento.
NÚMERO DE PESSOAS EM LOCAL DE TRABALHO PERIGOSO
Para se verificar o número de pessoas que trabalham em condições perigosas, faz-se necessária a realização de um mapa de risco nas empresas, o
que geralmente é feito por um técnico ou engenheiro de segurança no trabalho, a fim de se identificar por meio de cores o nível de periculosidade que
/
cada setor pode oferecer ao trabalhador. Este indicador serve como referência para se planejar a prioridade e a frequência com que se deva realizar
os treinamentos e cursos sobre questões referentes à saúde e segurança no trabalho.
Fonte: APChanel / Shutterstock
Fonte: SFIO CRACHO/ Shutterstock
NÚMERO DE OCORRÊNCIAS PERIGOSAS
Este indicador geralmente é mensurado trimestralmente e tem como objetivo verificar os incidentes que poderiam ter se transformado em acidentes
devido à falta de segurança, além de servir como base para uma análise dos processos e das políticas adotadas pela organização para combater os
acidentes de trabalho.
ÍNDICE DE GRAVIDADE
Esse indicador mede o impacto da ausência de cada colaborador devido a algum acidente ocorrido no trabalho. Ele é calculado somando-se a
quantidade de dias perdidos com os dias debitados por milhão de horas/homem de exposição ao risco e depois dividindo-se pelo número de
horas/homem de exposição ao risco, conforme é orientado na NBR 14280/2001. Veja a fórmula abaixo:
/
Fonte: wavebreakmedia/ Shutterstock
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
D = Dias perdidos + dias debitados
HH = Horas/homem de exposição ao risco
G = Índice de gravidade
 
Importante ressaltar que os acidentes ocasionados durante a locomoção do trabalhador de sua residência para o trabalho não são considerados no
cálculo do índice de gravidade.
Esse indicador ajuda na avaliação dos programas e processos voltados para a eficácia da segurança no trabalho.
 EXEMPLO
Imagine que uma empresa possua 300 colaboradores com jornada mensal de 220h. No mês de junho foram registrados 2 acidentes que resultaram
em 8 dias perdidos. Utilizando-se a fórmula do índice de gravidade, chegamos ao valor de 121,21.
Segundo a OIT, o índice de gravidade até 500 é considerado muito bom, de 500,1 a 1000 é bom, de 1000,01 a 2000 é considerado regular e acima de
2000 é considerado péssimo.
TAXA DE FREQUÊNCIA
A cada 1.000.000 de horas/homem trabalhadas, verifica-se o número de acidentes ocorridos. Essa é a maneira de se calcular a taxa de frequência:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
N = Número de trabalhadores acidentados
/
HH = Horas/homem de exposição ao risco
TF = Taxa de frequência
 EXEMPLO
Digamos que uma empresa possua 300 colaboradores com jornada mensal de 220h. No mês de agosto, foram registrados 7 acidentes que resultaram
em 16 dias perdidos. Utilizando-se a fórmula da taxa de frequência, chegamos a um valor de 75,75.
Esse indicador permite verificar o desempenho dos processos de segurança do trabalho e, assim, providenciar ações preventivas a fim de se evitar
acidentes. Segundo a OIT, uma taxa de frequência até 20 é considerada muito boa, de 20,1 a 40 é considerada boa, de 40,1 a 60 é considerada
regular e acima de 60 é considerada péssima.
Já os principais indicadores proativos de segurança no trabalho são:
Índice de Treinamento.
Número de inspetores ou profissionais que lidam com segurança ocupacional.
Número de inspeções realizadas na prevenção de acidentes de trabalho.
Percentual de responsabilidade com ética.
Clima de segurança.
Indicador de compromissodas lideranças na segurança do trabalho.
Porcentagem de trabalhadores declarando conhecimento da política de segurança ocupacional.
ÍNDICE DE TREINAMENTO
Este índice relaciona o número de horas/homem que os colaboradores receberam treinamento em relação ao número de horas/homem trabalhadas,
conforme mostrado na fórmula abaixo:
Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock
/
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Fonte: SFIO CRACHO/ Shutterstock
NÚMERO DE INSPETORES OU PROFISSIONAIS QUE LIDAM COM
SEGURANÇA OCUPACIONAL
Esse índice verifica o percentual de profissionais que trabalham com segurança ocupacional em relação ao número total de trabalhadores da empresa.
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Com relação à segurança ocupacional, temos dois profissionais exclusivamente dedicados ao tema:
 Escolha uma das Etapas a seguir.
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Tem a incumbência de realizar inspeções nos equipamentos e nos locais de trabalho, elaborar e realizar treinamentos.
ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Além de realizar as mesmas funções do técnico, elabora e emite laudos técnicos, bem como se responsabiliza legalmente pelo programa de
prevenção de acidentes da empresa.
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/
Fonte: M2020/ Shutterstock
NÚMERO DE INSPEÇÕES REALIZADAS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE
TRABALHO
Este indicador reflete a importância em realizar constantemente várias inspeções ou auditorias ao longo do tempo, visto que poucas inspeções, feitas
em intervalos irregulares, geram falta de confiabilidade e consistência. As auditorias permitem que sejam tomadas ações corretivas oportunas a fim de
que se possa mitigar ou eliminar os acidentes devido à falta de segurança no trabalho.
PERCENTUAL DE RESPONSABILIDADE COM ÉTICA
Este indicador se refere à transparência dos membros da empresa em informar aos responsáveis pela administração da organização e às instâncias
de controle sobre os incidentes relativos à segurança no local do trabalho. Isso gera uma cultura que influencia o comportamento dos colaboradores
em ter responsabilidade pela segurança no trabalho.
Fonte: Waraporn Wattanakul / Shutterstock
/
Fonte: Flamingo Images/ Shutterstock
CLIMA DE SEGURANÇA
Este indicador reflete a percepção dos colaboradores perante as políticas, processos e práticas, relacionadas à segurança no ambiente de trabalho
implantadas pela organização. Esse indicador proativo indica que quanto maior o seu valor, menor o número de acidentes ocorridos.
PERCENTUAL DE COMPROMISSO DAS LIDERANÇAS NA SEGURANÇA DO
TRABALHO
Tal indicador mede o engajamento dos gerentes e supervisores, nos mais diferentes níveis da organização, em relação à adoção e gerenciamento de
programas e ações que sejam voltadas para a segurança no local de trabalho. Um elevado percentual deste indicador permite uma construção de
confiança dos colaboradores para utilizar práticas e procedimentos de segurança no trabalho, uma vez que se percebe que segurança é uma alta
prioridade da organização.
Fonte: Flamingo Images/Shutterstock
/
Fonte:SFIO CRACHO/ Shutterstock
PORCENTAGEM DE TRABALHADORES DECLARANDO CONHECIMENTO DA
POLÍTICA DE SEGURANÇA OCUPACIONAL
O objetivo deste indicador é fazer o monitoramento do conhecimento que os colaboradores têm em relação às ações e procedimentos que devam ser
seguidos sobre segurança ocupacional.
 ATENÇÃO
Caso haja um número elevado neste indicador, significa que ações como cursos, palestras e dinâmicas devam ser realizadas para que essa lacuna
possa ser preenchida, e que acidentes possam ser evitados devido à falta de conhecimento dessas políticas.
É importante que se faça o monitoramento regular desses indicadores, para que se possa verificar como anda o desempenho das ações de prevenção
aos acidentes de trabalho, bem como permitir uma rápida resposta às mudanças que sejam necessárias a partir dos resultados encontrados.
Na maioria das empresas, os indicadores reativos são os mais utilizados, além de fornecerem informações sobre a eficácia das ações já realizadas, ou
seja, após o acidente ter ocorrido. O número de acidentes de trabalho é o indicador reativo mais usado nas organizações. Já os indicadores proativos,
apesar de serem menos usados, principalmente nas empresas de médio e pequeno porte, permitem que haja o seu monitoramento e correção no
momento, tendo assim, um caráter preventivo, isto é, antes do acidente acontecer.
 RESUMINDO
Os indicadores são ferramentas usadas para medição de desempenho, que têm como objetivo fornecer informações a respeito dos resultados
esperados da qualidade da saúde e segurança ocupacional de uma organização. A partir da criação desses indicadores, é possível desenvolver
processos que permitam uma gestão eficaz voltada para o tema em questão.
Antes de seguir com o conteúdo, veja algumas explicações sobre índice de gravidade, taxa de frequência e índice de treinamento no vídeo:
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1- SOBRE O AGRUPAMENTO DOS INDICADORES DE SEGURANÇA, É ERRADO AFIRMAR QUE:
A) Os indicadores de prevenção são aqueles que rastreiam as possíveis causas de acidentes de trabalho de forma preventiva, geralmente, em sintonia
com os requisitos normativos.
B) Os indicadores normativos são aqueles que estão vinculados a uma questão legal em vigência como as NRs.
C) Os indicadores de acidentes e incidentes são aqueles que obedecem às normas como a ISSO.
D) Os indicadores de diagnóstico buscam a identificação de riscos, perigos e agentes que possam causar danos à segurança no trabalho.
2- PODEMOS EXPRESSAR A TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTES DA SEGUINTE MANEIRA:
A) Número de acidentes com afastamento por milhão de horas/homens de exposição ao risco, em determinado período.
B) As avaliações de conformidade são realizadas por meio de auditorias, benchmarking e inspeções.
C) Número de acidentes sem afastamento por milhão de horas/homens de exposição ao risco, em determinado período.
D) Número de acidentes por milhão de horas/homens de exposição ao risco, em determinado período.
GABARITO
1- Sobre o agrupamento dos indicadores de segurança, é errado afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
Os indicadores de acidentes e incidentes são aqueles que fazem o monitoramento da frequência dos acidentes de trabalho e dos que quase se
tornaram acidentes (incidentes). Por exemplo, o número de acidentes com afastamento.
2- Podemos expressar a taxa de frequência de acidentes da seguinte maneira:
A alternativa "D " está correta.
A cada 1.000.000 horas/homens trabalhadas, verifica-se o número de acidentes ocorridos, essa é a maneira de se calcular a taxa de frequência.
MÓDULO 3
 Descrever os indicadores de QVT (BPSO: Biológicos, psicológicos, sociais e organizacionais)
QVT
Tradicionalmente, qualidade de vida é relacionada a medidas objetivas, tais como a quantidade de moradias por região, número de refeições por dia e
número de residências com acesso à água potável, entre outras. A partir da segunda metade dos anos 1970, foram introduzidas medidas subjetivas na
avaliação da qualidade de vida, tais como satisfação e percepção.
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Fonte:Bplanet/ Shutterstock
ESSA NOVA ABORDAGEM TAMBÉM FOI USADA NA AVALIAÇÃO DA
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT).
Uma definição para QVT é apresentada como:
“QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO TEM COMO OBJETIVO PRINCIPAL A BUSCA DO
EQUILÍBRIO PSÍQUICO, FÍSICO E SOCIAL DOS EMPREGADOS DENTRO DO CONTEXTO
ORGANIZACIONAL, CONSIDERANDO AS PESSOAS COMO SERES INTEGRADOS
NESSAS TRÊS DIMENSÕES, ATRAVÉS DE AÇÕES QUE REFLITAM EM AUMENTO NA
PRODUTIVIDADE E NA MELHORIA DA IMAGEM DA EMPRESA, TANTO NO CONTEXTO
INTERNO, COMO EXTERNO, LEVANDO AO CRESCIMENTO PESSOAL E
ORGANIZACIONAL.”
(ARELLANO; LIMONGI-FRANÇA, 2013)
QVT é um modelo de gestão no qual se consegue uma autoestima por parte dos colaboradores, conferindo um entendimento de equilíbrio entre
saúde, trabalho e desempenho.
O entendimento de QVT, ao longo do tempo, evoluiu.Vamos ver isso mais detalhadamente:
DE 1959 A 1972
Havia um entendimento que o QVT era uma reação do indivíduo ao trabalho, em que o foco era melhorar a qualidade de vida no trabalho de forma
individual, portanto o QVT era entendido como uma variável.
DE 1969 A 1974
/
O QVT também foi estudado sob a ótica do indivíduo, mas vinculado a resultados organizacionais em que se buscava melhorar tanto para o
empregado quanto para a direção, sendo o QVT entendido como uma abordagem.
DE 1972 A 1975
O QVT foi definido como um conjunto de abordagens, método ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e
mais satisfatório. QVT era vista como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas, com
integração social e técnica, sendo entendido como um método.
DE 1975 A 1980
O QVT era uma declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos “administração
participativa” e “democracia industrial” eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT, sendo entendido como um movimento.
DE 1979 A 1982
O QVT era assimilado como um todo e usado como solução à competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade,
problemas de queixas e outras questões organizacionais.
DE 1982 À DÉCADA DE 1990
O entendimento mudou radicalmente, pois havia a interpretação de que o QVT era apenas um modismo, e que se um projeto de QVT fracassasse,
essa seria a sua justificativa.
A PARTIR DA DÉCADA DE 1990
O QVT passou a ser a capacidade de administrar o conjunto de ações, incluindo diagnóstico, implantação de melhorias e inovações gerenciais,
tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho alinhada e construída na cultura organizacional, com prioridade absoluta para o bem-estar das
pessoas da organização, sendo assim percebida como um modelo ou filosofia de gestão.
O modelo QVT leva em conta fatores orientados para a organização e para o trabalhador. O fator direcionado à organização é chamado de
Organizacional e os fatores orientados para o trabalhador são: o biológico, o psicológico e o social. A esse conjunto de fatores associados ao
trabalhador chamou-se de modelo biopsicossocial.
Veja mais algumas informações sobre eles:
FATOR BIOLÓGICO
Procura identificar questões como o estado nutricional, fatores de saúde e segurança e questões hereditárias ou adquiridas. Merecem destaque ações
voltadas para programas com foco na saúde, alimentação e vícios desenvolvidos pelos colaboradores.
FATOR PSICOLÓGICO
Refere-se a características da personalidade, relação afetiva, satisfação e confiança. Sugere-se programas que incentivem o lazer externo e
tratamentos terapêuticos. O fator social trata da relação das pessoas com o grupo a que elas pertencem, por exemplo, hábitos de consumo, nível de
escolaridade e características similares. Usualmente, realizam-se palestras de conscientização, programas de reciclagem e ações que promovam a
cidadania.
FATOR ORGANIZACIONAL
/
Tem como destaque ações relacionadas à flexibilidade dos arranjos físicos e adoção de programas de benefícios, que trazem, como consequência,
ganhos de produtividade, competitividade e qualidade nos produtos e processos realizados.
INDICADORES BPSO
A partir deste entendimento, a doutora Limongi-França construiu, em 1996, o modelo BPSO-96, no qual foram constatados indicadores para a
mensuração e possibilidade de análise desses fatores.
Shutterstock - Hadrian
Na área organizacional, temos ações que valorizam a imagem, estrutura, produto e relacionamento da empresa com os empregados, isto é, o que a
empresa faz e que atinge o funcionário. Daí a percepção da satisfação em relação à política da organização, como em programas de endomarketing,
nas comunicações internas e na elaboração de comitês executivos e de decisão. Como exemplo de indicadores, temos a imagem da empresa, a
valorização do produto e a qualidade das informações geradas para a comunicação interna.
Shutterstock - ArliftAtoz2205
Na área social, temos ações que oferecem benefícios sociais obrigatórios e espontâneos e criam oportunidade de lazer e cultura. A satisfação é
percebida quanto ao suporte social de benefícios legais e espontâneos, como em programas que tratam de direitos legais, de eventos de turismo e
cultura, de atendimento à família e de atividades associativas e esportivas. Como exemplo de indicadores, temos o percentual de envolvimento da
família, o percentual de assistência à educação formal e o número de eventos esportivos realizados.
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Shutterstock - Edgardo Moya
Na área psicológica, temos ações que promovem a autoestima e o desenvolvimento de capacidades pessoais e profissionais. A satisfação é percebida
quanto ao atendimento das necessidades individuais de reconhecimento, autoestima e desenvolvimento. Realizam-se processos de seleção e
avaliação de desempenho, criam-se programas de carreira, remuneração e participação. Como exemplo de indicadores, temos o critério de
recrutamento/seleção, a avaliação de desempenho/carreira, nível de camaradagem e percentual de vida pessoal preservada.
Shutterstock - RYUSHI
Na área biológica, temos ações que promovem a saúde, que controlam os riscos ambientais e atendem às necessidades físicas. A satisfação é
percebida quanto aos programas e serviços que garantem bem-estar físico ou recuperação de doenças e manifestações clínicas, como a criação de
um mapa de risco, a formação da SIPAT, o fornecimento de refeições, uso de serviços médicos internos e externos, melhorias ergonômicas dos postos
de trabalho e na realização de treinamentos específicos. Como exemplo de indicadores, temos o fator de conforto físico/insalubre e o fator
alimentação.
 ATENÇÃO
Os critérios usados na escolha de indicadores de QVT são: facilidade de levantamento da informação, clareza na definição dos critérios e a não
existência de ambiguidade na avaliação. Pode-se levar em conta também questões como crenças pessoais, padrões internacionais, qualidade das
relações sociais entre outras.
Do ponto de vista do empregador, que tem uma visão organizacional, os indicadores produtividade, índice de absenteísmo e índice de turnover são os
mais confiáveis na avaliação dos impactos nos programas de QVT.
Sob a ótica da saúde do trabalhador, há uma quantidade significativa de instrumentos, métodos e técnicas que podem ser utilizados na avaliação da
condição de saúde dos colaboradores. Esses instrumentos podem ser considerados genéricos, quando os aspectos relativos à disfunção e mal-estar
emocional abrangem uma grande variedade de indivíduos, e podem ser considerados específicos, quando dizem respeito à capacidade de verificar, de
forma individualizada, a melhora ou piora do aspecto analisado.
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De acordo com Ferreira (2008), podemos agrupar os indicadores, de acordo com o impacto que eles podem gerar em relação à produção e aos
trabalhadores.
NA PRODUÇÃO
“Erros frequentes na execução de tarefas em virtude, sobretudo, de condições pouco adequadas de trabalho e formação profissional deficiente
(aplicativos de computador com usabilidade deficitária que induz aos erros).
Retrabalho, decorrência da existência de erros ou falhas de concepção, que impactam na redução da eficácia do processo produtivo, no aumento
do custo humano do trabalho e, não raro, repercutem na insatisfação de usuários e consumidores.
Perda e desperdício de material, decorrentes de desenhos de tarefas e processos de trabalho com baixos graus de eficácia e eficiência, que
aumentam os custos de produção e consequentemente o preço final das mercadorias.
Danificação de máquinas e equipamentos que resultam de procedimentos inadequados e, comumente, de produtos oriundos de projetos
industriais de concepção deficiente, retardando tempo de produção, aumentando custos, gerando insatisfação, acidentes e doenças entre
trabalhadores.
Queda e redução da produtividade e da qualidade almejadas de produtose serviços que impactam na perda de competitividade (no caso do
setor privado) e do afastamento da missão maior das agências governamentais de proporcionar o exercício da cidadania aos usuários-
contribuintes (caso do setor público).”
NOS TRABALHADORES
“Absenteísmo crônico que invade o cotidiano de trabalho, superando taxas administráveis e agravando as condições daqueles que permanecem
trabalhando em virtude, sobretudo, do aumento da carga de trabalho. Paradoxalmente, em muitos casos ausentar-se sistematicamente do
trabalho termina funcionando para alguns trabalhadores como estratégia de preservar a própria saúde mental e física.
Acidentes que crescem sem cessar nas organizações e que produzem uma gama de efeitos nocivos: mutilação de vidas, geração de
incapacidades temporárias e permanentes, afastamentos das atividades laborais e aposentadorias precoces. O custo individual, coletivo, social,
empresarial e estatal dos acidentes, no caso brasileiro, é colossal, embora sua avaliação e medidas necessitem ser aprimoradas.
Doenças do trabalho e licenças-saúde que se multiplicam e desenham um perfil epidemiológico que fortalece o nexo com os contextos de
trabalho nos quais os acometidos estão ou estavam inseridos, merecendo destaque: a epidemia dos distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (DORT), que se tornou um problema de saúde pública em diversos países ocidentais;
Rotatividade de trabalhadores nas organizações privadas que, em virtude do efeito combinado de diversos fatores (precarização das relações e
condições de trabalho, baixos salários etc.), transforma os trabalhadores em nômades que perambulam por organizações as quais, por sua vez,
fundamentam seus modelos de gestão do trabalho com base na rotatividade sistêmica (o setor de teleatendimento é ilustrativo). Um dado,
proveniente da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Brasil, mostra que, em 2006, cerca de
8,4 milhões de empregados estavam também em busca de um novo emprego em virtude da insatisfação com o emprego atual.”
Como efeito positivo da adoção do modelo de gestão de qualidade de vida no trabalho, baseado no modelo BPSO, há uma redução no número de
trabalhadores doentes, melhora do clima organizacional e, consequentemente, melhor performance por parte dos colaboradores.
Outro modelo usado no tema QVT, é o de Ferreira, criado em 2011, o qual considera diferentes indicadores e fatores estruturantes na análise do tema.
São eles:
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Shutterstock - Hadrian
Condições de trabalho: Refere-se ao suporte e apoio da organização para a realização do trabalho, como disponibilidade de equipamentos adequados,
espaço físico limpo e organizado, programas de remuneração e benefícios e capacitação e treinamento dos colaboradores.
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Organização do trabalho: Refere-se à forma como o tempo, trabalho e os processos estão divididos e gerenciados. Indicadores de conduta por parte
da supervisão e dos colaboradores são utilizados, por exemplo, a verificação de itens de higiene e uniformes sendo usados de forma correta.
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Relações socioprofissionais de trabalho: Diz respeito ao relacionamento e comportamento entre os mais diversos níveis hierárquicos dos
colaboradores de uma organização e o público externo.
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Reconhecimento e crescimento profissional: Trata da questão do reconhecimento e valorização do trabalho realizado, em que são utilizados
indicadores como empenho, dedicação, criatividade e capacitação individual.
Shutterstock - RYUSHI
Elo trabalho-vida social: É a percepção de bem-estar tanto no trabalho quanto na vida particular, por exemplo, a valorização do tempo vivido na
organização, o entendimento de ter contribuído para a sociedade, a relação trabalho-casa, trabalho-família, trabalho-amigos e trabalho-lazer.
Percebemos que os programas de QVT têm como finalidade elevar o nível de satisfação e bem-estar dos colaboradores, que trazem uma série de
benefícios para todos os atores envolvidos, a partir de um alinhamento das questões empresariais com as perspectivas humanas.
No estudo sobre os indicadores de QVT, com base em uma visão biopsicossocial, foram considerados estudos e modelos antes do impacto sofrido
com a pandemia da Covid-19. O que representa que possíveis ajustes ou até mesmo novos modelos devam ser elaborados e, consequentemente,
possam surgir novos indicadores que até o momento não haviam sido utilizados ou pensados.
De qualquer forma, o que foi apresentado sobre os indicadores na qualidade de vida no trabalho propicia um bom entendimento do que se precisa
mensurar e avaliar para que o binômio trabalho e qualidade de vida possa estar em consonância.
Antes de finalizarmos esse conteúdo, entenda mais sobre Modelo BPSO na escolha dos indicadores de QVT assistindo ao vídeo abaixo:
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1 - NO TRABALHO EM TURNO E NOTURNO, OS TRABALHADORES ESTÃO SUJEITOS À EXPOSIÇÃO DE FATORES
PSICOSSOCIAIS QUE INTERFEREM NOS PROCESSOS SAÚDE-DOENÇA. SEUS EFEITOS NA SAÚDE DOS
TRABALHADORES, ASSIM COMO AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE INTERVENÇÃO QUE VISAM A MINIMIZAR AS
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS TRABALHADORES QUANTO À SAÚDE E AO BEM-ESTAR ORGÂNICO E
SOCIAL SÃO:
A) Os gêneros são influenciados da mesma maneira na tolerância ao trabalho em turnos, agindo pelas vias biológicas.
B) Uma das recomendações é a definição de turnos fixos noturnos para que o trabalhador possa se adaptar, visto que o rodízio de turnos é mais
prejudicial.
C) Com relação aos ritmos biológicos, propõe-se que o cronotipo do trabalhador seja considerado na escolha do tipo de esquema de trabalho.
D) As situações de risco para acidentes, doenças físicas e transtornos mentais são iguais para os trabalhadores do turno da noite comparados aos
demais, pois a demanda de trabalho neste período é menor.
2- DE ACORDO COM LIMONGI-FRANÇA (2008), UM PROGRAMA PARA TREINAMENTO SOBRE ESTRESSE E
QUALIDADE DE VIDA COM BASE NA ABORDAGEM BIOPSICOSSOCIAL (BPSO) NÃO POSSUI O OBJETIVO DE:
A) Criar situações vivenciais que favoreçam o autoconhecimento e a construção de novas perspectivas de estilo e qualidade de vida e desenvolver o
sentimento de mudança e a comunicação assertiva.
B) Transmitir conceitos e abordagens em qualidade de vida sobre estresse, processo de adoecimento e mecanismos de adaptação.
C) Identificar e encaminhar queixas psicossomáticas e problemas de saúde ocupacional a partir dos atendimentos ambulatoriais realizados.
D) Mapear performance fisiológica e psíquica dos participantes quanto a seu nível de estresse e qualidade de vida.
GABARITO
1 - No trabalho em turno e noturno, os trabalhadores estão sujeitos à exposição de fatores psicossociais que interferem nos processos
saúde-doença. Seus efeitos na saúde dos trabalhadores, assim como as principais medidas de intervenção que visam a minimizar as
dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores quanto à saúde e ao bem-estar orgânico e social são:
A alternativa "C " está correta.
O fator biológico procura identificar questões como o estado nutricional, fatores de saúde e segurança e questões hereditárias ou adquiridas. Merecem
destaque ações voltadas para programas com foco na saúde, alimentação e vícios desenvolvidos pelos colaboradores.
2- De acordo com Limongi-França (2008), um programa para treinamento sobre estresse e qualidade de vida com base na abordagem
biopsicossocial (BPSO) não possui o objetivo de:
A alternativa "C " está correta.
O modelo QVT leva em conta fatores orientados para a organização e para o trabalhador. O fator orientado para a organização é chamado de
organizacional e os fatores que são orientados para o trabalhador são: o biológico, o psicológico e o social. As questões psicológicas são as que
promovem a autoestima e o desenvolvimento de capacidades pessoais e profissionais. Satisfação percebida quanto ao atendimento das necessidades
individuais de reconhecimento, autoestima e desenvolvimento.CONCLUSÃO
/
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste estudo que há uma gama de indicadores que são de caráter reativo e que são impostos por questões legais, como no caso das NRs, e
outros de caráter proativo, que se preocupam em prevenir acidentes e doenças ocupacionais.
Na questão da qualidade de vida no trabalho (QVT), a utilização de um modelo de gestão BPSO biopsicossocial objetiva melhores resultados na
prática, o qual pode ser avaliado usando-se os indicadores apresentados no estudo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S. M. de. Qualidade de vida no trabalho - Proposta de um modelo integrador do BPSO com justiça organizacional para o bem-estar de
servidores públicos. Tese (Doutorado em Administração) ‒ Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 2016.
ARELLANO, E. B.; LIMONGI-FRANÇA, A. C. Análise crítica dos indicadores dos programas de qualidade de vida no trabalho no Brasil. In:
Mundo da Saúde, v. 37, n. 2, p. 141–151, 2013.
ASSIS, M. T. Indicadores de Gestão de Recursos Humanos - Usando indicadores demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital
humano. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2012.
BRASIL. Ministério Da Fazenda. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho 2017. Brasília, DF: Ministério da Fazenda, 2017.
FERREIRA, M. C. A ergonomia da atividade se interessa pela qualidade de vida no trabalho?: Reflexões empíricas e teóricas. In: Cadernos de
Psicologia Social do Trabalho, v. 11, n. 1, p. 83, 2008.
GONÇALVES, D. B.; ANTÔNIO, J. R. Implantando um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional em cinco etapas. 1. ed. Sorocaba:
Uniso, 2019.
LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de Vida no Trabalho - QVT - Conceitos e Práticas nas Empresas da Sociedade Pós-industrial. 2. ed. São Paulo:
Atlas S.A., 2004.
MOTA, K. Guia prático: aprenda como definir e utilizar os indicadores de desempenho. 42. ed. São Paulo: Qualidade, Fundação Nacional da, 2018.
SANTOS JÚNIOR, J. R. dos; BENATTI, A. L. Gestão e Indicadores em Segurança do Trabalho - uma abordagem prática. 1. ed. São Paulo: Saraiva,
2019.
SHEA, T. et al. Leading indicators of occupational health and safety: An employee and workplace level validation study. In: Safety Science, v. 85, p.
293–304, 2016.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise:
Human Development Report, lá você encontrará muito material sobre desenvolvimento humano.
McKinsey, uma das grandes empresas de consultoria mundial.
ENIT, para consultar as NRs.
/
Taxa de gravidade.
Turnover
BPSO
CONTEUDISTA
Fernando Celso Garcia da Silveira
 CURRÍCULO LATTES
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