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EDUCAÇÃO CORPORATIVA Editorial Presidente do SEB (Sistema Educacional Brasileiro S.A) Chaim Zaher Vice-Presidente do SEB Adriana Baptiston Cefali Zaher Diretoria Executiva do SEB Nilson Curti Rafael Gomes Perri Thamila Zaher Thalita Zaher Dryzun Thiciana Zaher Direção geral da Faculdade Dom Bosco Ary Oliveira Filho Coordenação Acadêmica Sueli Aparecida Zimermann Coordenação do Núcleo de Educação à Distância Moroni Cordeiro Coordenação de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Marcela Lima Cardoso Selow Coordenação do curso de Gestão de Pessoas, do conhecimento e da inovação Adriana Franzoi Wagner Material elaborado por Carmen Lucia Chaim Mattos Supervisão do Material Marcela Lima Cardoso Selow Produção Editorial Pricila Massuchetto Letícia Marcelino Priscila Zimermann © Faculdade Dom Bosco – Dom Interativo Todos os direitos desta edição reservados ao Dom Interativo modalidade de Educação a Distância, da Faculdade Dom Bosco. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, mecânico, fotográfico, gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do Dom Interativo. A violação dos direitos autorais é punível como crime (Código Penal Art. 184 e §§; Lei 6.895/80), com busca, apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 – Lei dos Direitos Autorais –Art. 122, 123, 124 e 126). SUMÁRIO 1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA ....................................................................................... 6 1.1 O INÍCIO DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA .................................................................................................................. 6 1.2 CONCEITO DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA .............................................................................................................. 6 1.3 ESCALA DA SABEDORIA................................................................................................................................................. 8 1.4 COMPETÊNCIAS ................................................................................................................................................................ 9 1.4.1 Aprendendo a Aprender ..................................................................................................................................... 9 1.4.2 Comunicação e Colaboração .........................................................................................................................10 1.4.3 Raciocínio Criativo e Resolução de Problemas .........................................................................................10 1.4.4 Conhecimento Tecnológico.............................................................................................................................10 1.4.5 Conhecimento de Negócios Globais ............................................................................................................10 1.4.6 Desenvolvimento de Liderança .....................................................................................................................10 1.4.7 Autogerenciamento de Carreira ....................................................................................................................11 2 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO. .................................................................................................. 13 2.1 PARA TODOS – UM CONCEITO DE SOCIEDADE ...................................................................................................13 2.2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO X SOCIEDADE DO CONHECIMENTO. ..........................................................14 3 GESTÃO POR COMPETÊNCIA ........................................................................................................... 20 3.1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................................................20 3.2 GESTÃO ESTRATÉGICA RH E GESTÃO POR COMPETÊNCIA ..............................................................................22 3.3 PAPEL DOS GESTORES E DO RH NA GESTÃO POR COMPETÊNCIA ...............................................................23 3.3.1 O Foco da Gestão Muda o Controle para o Desenvolvimento ...........................................................23 3.3.2 Participação das Pessoas no Sucesso da Empresa e Negócios ...........................................................24 3.3.3 RH e Gestores ........................................................................................................................................................25 4 TREINAMENTO E EDUCAÇÃO CORPORATIVA ............................................................................... 27 4.1 DESEJO POR CRESCIMENTO .......................................................................................................................................27 4.2 AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O TREINAMENTO CONVENCIONAL E A EDUCAÇÃO CORPORATIVA 28 4.3 AS SETE HABILIDADES CAPITAIS PARA ENTRAR NO MERCADO DE TRABALHO ......................................29 5 UNIVERSIDADE CORPORATIVA........................................................................................................ 32 5.1 O QUE É UMA UNIVERSIDADE CORPORATIVA .....................................................................................................32 5.2 DIFERENÇA ENTRE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO X EDUCAÇÃO CORPORATIVA ....................34 5.3 UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NO BRASIL.. .....................................................................................................36 6 DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E TECNOLOGIA ............................................................................ 39 6.1 ALGUNS ASPECTOS A CONSIDERAR .......................................................................................................................39 6.2 A QUESTÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL E UM SABER COMPARTILHADO ................................................39 6.3 VENCER DISTÂNCIAS – O NOVO DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA .....................................41 7 AVALIAÇÃO DE RESULTADO EM EDUCAÇÃO CORPORATIVA ..................................................... 45 7.1 EDUCAÇÃO CORPORATIVA .........................................................................................................................................45 7.2 PRINCÍPIOS DE SUCESSO EM EDUCAÇÃO CORPORATIVA ...............................................................................45 7.3 NÍVEIS DE AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO .............................................................................................................46 8 CASES EM EDUCAÇÃO CORPORATIVA ............................................................................................ 50 8.1 SENAC NACIONAL – UM DESAFIO ...........................................................................................................................50 8.2 A IMPLANTAÇÃO ............................................................................................................................................................50 8.3 RESULTADO ......................................................................................................................................................................51 8.3.1 Visão Estratégica ..................................................................................................................................................51 8.3.2 Negociação ............................................................................................................................................................51 8.3.3 Trabalho em Equipe ...........................................................................................................................................51 8.3.4 Orientação para Resultados ............................................................................................................................51 8.3.5 Orientação para Clientes..................................................................................................................................51 8.3.6 Gestão de Pessoas. ..............................................................................................................................................51 8.4 EMBRATEL – UC...............................................................................................................................................................52 8.5 DOIS PILARES DE FUNDAMENTAÇÃO .....................................................................................................................53 UNIDADE DE APRENDIZAGEM 01 UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 01 6 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA Olá, aluno (a)! Como uma possibilidade de desenvolver e incrementar a capacitação individual e de gerar maior competência organizacional despontou a ideia de Educação Corporati- va quando muitas empresas, motivadas pelo aumento da competitividade de mercado, buscaram nova configuração para o crescimento e o aprendizado de seus funcionários. Esse conceito se estabeleceu na década de 1990, nos Esta- dos Unidos e ganhou adeptos no Brasil desde então. Esti- ma-se hoje, que organizações com programas de Educação Corporativa será maior que o número de universidades convencionais em poucas décadas. Nesta aula aprenderemos a trajetória da Educação Corpo- rativa e sua relevância para a sociedade e seus seguimentos. O principal objetivo desta aula é trazer uma fundamen- tação e conceito para compreender esse universo e seus vieses. 1.1 O INÍCIO DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA Uma notável transformação ocorreu em meados do século XX redirecionan- do a Sociedade Industrial para a Sociedade do Conhecimento. Isso refletiu sobre a educação, a ciência e a tecnologia e esse avanço tecnológico incidiu cada vez mais sobre a organização e governos. A informação e o conhecimento foram considera- dos como determinantes do sucesso industrial, da melhoria da qualidade de vida bem como das relações políticas entre as nações, entre outros. As organizações que surgiram a partir daí tinham como característica gerar mais e novos conhecimentos, conservá-los e disponibilizá-los como transferência aos quadros das próprias organizações e outros interessados. Os modelos anterio- res, focados na formação de pessoal para atender às demandas do mercado, foram ligeiramente substituídos por outros, onde o ensino e a pesquisa se associam inten- samente para assegurar a preparação e difusão do saber preparando pessoas para as novas situações que surgirão em decorrência dos avanços cada vez mais acelerados da ciência e tecnologia e do surgimento de novas profissões. 1.2 CONCEITO DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA Muito mais do que uma qualificação de mão de obra ou treinamento em- presarial se configura a Educação Corporativa. Ela é primeiramente, uma estratégia pensada em longo prazo dentro da organização, uma atuação organizada de coor- denação de pessoas e de gestão do conhecimento. Nela se desenvolve um encade- amento harmonioso das capacidades individuais e organizacionais num contexto UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 01 7 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o mais abrangente da empresa. As práticas de Educação Corporativa estão alinhadas ao processo de inovação e criação nas empresas elevando a competitividade de seus produtos, bens e serviços. Existe uma cultura de aprendizagem voltada às metas empresariais através de programas educacionais envolvendo táticas e estratégias para diagnosticar as competências críticas, esboçando um compromisso da empresa que ultrapassa os modelos antigos de Treinamento e Desenvolvimento que, sempre trataram apenas de questões pontuais e técnicas, para outra, atual, que visa desenvolver uma cida- dania empresarial. Mas, para que isso de fato ocorra existe a necessidade e vontade política da inclusão digital aos menos favorecidos. Preconiza-se a democratização e socialização do conhecimento com a soma de experiências e aprendizagem organizacional. Como o homem não nasce pronto a ideia de educação continuada é um processo que nunca deve se extinguir, pois, o conhecimento é inesgotável, tanto pessoal quanto profissional. No mundo globali- zado em que vivemos e com demandas cada vez maiores, o dia-a-dia do ser huma- no se tornou mais atribulado, pelo excesso de informações e o tempo escasso para digeri-las. Tanto profissionais quanto clientes se tornaram mais exigentes e por essa razão, as organizações têm visado mais e mais a melhoria da performance individual e organizacional. O modelo de escola que temos hoje é uma escola plasmada no final do sécu- lo passado e, em uma sociedade na qual boa parte do trabalho de rotina começa a ser dispensada, a escola precisa ser repensada. Na área organizacional, empresas se viram obrigadas a enfrentar cada vez mais um cenário inovador, atualizando continuamente suas práticas gerenciais pri- vilegiadas e discernindo novos perfis de aptidão e competências para suprir novas tendências de mercado. São estimuladas a conceder alternativas de conhecimen- to e capacitação por meio de padrões que permitam divulgar seus quadros com as novidades tecnológicas e de gestão, e, ainda possibilitar o estudo contínuo com as fronteiras do conhecimento. Hoje, vivemos uma valorização sem precedentes da educação nesse novo ce- nário. A educação continuada é própria de uma sociedade educativa que não apenas cria, mas aproveita oportunidades para que as pessoas se desenvolvam. É sabido que o conhecimento humano dobra a cada nove meses tornando esse mundo coletivamente mais inteligente. Atualmente, fazendo uma correlação histórica, existe uma tendência à qualificação e um pedido por conhecimento espe- cializado. Anteriormente, se valorizava a educação do mundo acadêmico, atualmen- te, em função das demandas do setor produtivo, as empresas necessitam atualizar os conhecimentos dos indivíduos. Em contrapartida, a despeito de toda modernidade tecnológica, nos depara- mos com taxas elevadas de analfabetismo, de exclusão social, educacional e digital. O Brasil é um país de contrastes abissais, o que justifica integrar a tecnologia à edu- cação, devendo esta estar sempre a serviço da educação combinando o presencial e o a distância, como modelos. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 01 8 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 1.3 ESCALA DA SABEDORIA Segundo Teixeira (2001, p. 5), em seu livro “Universidades Corporativas X Edu- cação Corporativa” a mudança de paradigma com a entrada da humanidade na fase da Sociedade do Conhecimento deve ser analisada a partir do conceito da Escala da Sabedoria não confundindo dados com informação ou cultura com erudição. A escala se configura da seguinte forma: § Primeiro degrau: Coleta de dados. Normalmente de origem quantitativa. Considera-se apenas como o primeiro degrau de aprendizado. § Segundo degrau: A informação. Não importa saber tudo e não agir. Ter o poder da informação e ficar para si não trará plenitude nenhuma de ação. § Terceiro degrau: A cultura. Significa a retenção da informação dentro do binômio mente-cérebro, permitindo que o processo decisório do dia-a-dia seja embasado por um nível de conhecimento mais consistente. § Quarto degrau: Erudição. É a criação de fatos novos em cada negócio. É a sinergia da informação e cognição, através dos diversos focos culturais. § Quinto degrau: A sabedoria. É a capacidade do ser humano de criar ideias novas de vanguarda, interagir a informação. Esses cinco degraus podem ser identificados como o momento de cada pes- soa ou equipe, dentro da empresa. O ideal é que se chegue ao nível da sabedoria quando o individuo se diferencia dos demais pela sua capacidadecriativa e de im- plementação de novas ideias sendo o distintivo competitivo daquela organização. Educação Corporativa é um sistema de formação de pessoas pautado por uma gestão de pessoas com base em competências, devendo instalar e desenvolver nos colaborados (internos e externos) as competências consideradas críticas para a viabilização das estratégias de negócio promovendo um processo de aprendizagem ativo vinculado aos propósitos, valores, objetivos e metas em- presariais. (EBOLI. Disponível em: http://sbgc.org.br/sbgceduc/?p=488. Acesso em: 9/11/2014). Hoje, a qualificação é mental e não manual como no passado — A econo- mia do conhecimento exige um aprendizado ininterrupto, para que se desenvolva uma qualificação abrangente através do envolvimento, educação e aprendizagem, segundo o consultor Waldez Luiz Ludwig. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 01 9 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o A ECONOMIA DO CONHECIMENTO Informação = > Conjunto de dados interpretados e analisados, que após compartilhados gera.. Comunicação Aprendizagem => Através da Economia do Conheci- mento gera... Valor Conhecimento => Após esse estágio, se resulta no.. Foco do negócio Recursos => É a capacidade das pessoas de gera- rem recursos... Ilimitados Pessoas => São vistas como os... Meios de produção Poder => Quem tem conhecimento tem poder Conhecimento Fator crítico => Tempo É o tempo e compe- tência FIGURA 1 - A ECONOMIA DO CONHECIMENTO FONTE: Teixeira (1999, p.7). Quadro inspirado em Ludwig. 1.4 COMPETÊNCIAS Faz-se necessário no panorama atual que os empregadores abracem uma nova postura concernente às competências de seus colaboradores. Elas são a soma- tória do conhecimento, conhecimento implícito e qualificação necessários para su- plantar a concorrência, o que é a base da empregabilidade da pessoa no ambiente dos negócios. São elas: 1. Aprendendo a aprender. 2. Comunicação e colaboração. 3. Raciocínio criativo e resolução de problemas. 4. Conhecimento tecnológico. 5. Conhecimento de negócios globais. 6. Desenvolvimento de liderança. 7. Autogerenciamento de carreira. 1.4.1. Aprendendo a Aprender Em um mundo em constante mudança uma das maiores qualidades a cul- tivar é aprender a aprender. A qualificação profissional é a porta de entrada e, ela UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 01 10 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o engloba o próprio trabalho e o dos colegas, com o objetivo de melhorar processos. Existem cursos adotados por empresas americanas como um condutor para calcar a ideia de aliança com a aprendizagem como: “Introdução às organizações de apren- dizado”. (2001, p.9). Na formação acadêmica normal apenas duas formas de inteligência aparecem: verbal/ linguística e lógica/ matemática. Ou seja, seremos informados ou lere- mos sobre determinado assunto. No curso referido a ênfase é da necessidade de um aprendizado contínuo, além de cada um descobrir seu próprio meio de aprender. (TEIXEIRA, 2001, p.9). 1.4.2 Comunicação e Colaboração São qualidades relevantes no universo organizacional. Na comunicação, a capacidade de ouvir é capital e como há dificuldade nesse quesito! O trabalho em equipe é muito visado nas organizações. A eficiência do profissional está estritamen- te ligada a habilidades de comunicação e colaboração. 1.4.3 Raciocínio Criativo e Resolução de Problemas Um dos maiores diferenciais numa organização é o raciocínio criativo. Muitas decisões são tomadas em momentos de objeção por parte do cliente. Esse raciocínio soluciona problemas e ser capaz de, ao mesmo tempo questionar, analisar e sugerir melhorias, é fundamental. 1.4.4 Conhecimento Tecnológico Foi-se o tempo em que o requisito exigido era conhecimentos de informática! Atualmente, o que se requer são experiências com softwares avançados e de gestão e a internet, indispensável. Isso tudo visa a agilidade do trabalho com clientes, for- necedores, conhecimento de novos produtos, ofertas competitivas e serviços, entre outros. O objetivo é divulgar e propagar conhecimento, integrando tecnologia e co- nhecimento. 1.4.5 Conhecimento de Negócios Globais Muito se tem investido em treinamentos complexos, porém, se o executivo não tiver captado a visão estratégica da empresa muito se perderá por não conseguir implantar o que foi visto nos treinamentos. 1.4.6 Desenvolvimento de Liderança Antigamente, desenvolver líderes era treinar aqueles que já estavam em car- gos de chefia. Atualmente, pessoas cuja influência é notada naturalmente, os chama- dos líderes informais, permite que sejam treinados para futuramente ocupar cargos de liderança. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 01 11 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 1.4.7 Autogerenciamento de Carreira Corresponde à responsabilidade que todo funcionário tem de gerenciar sua própria carreira. É necessário cuidado com a acomodação e se planejar para o futuro através de treinamentos e informação, desenvolvendo novas qualificações e compe- tências que permitam galgar novos patamares. É uma responsabilidade pessoal e irrevogável que o levará a um caminho de desenvolvimento pessoal e profissional. PENSE NISSO! A gerência nos dias atuais precisa se preparar para o futuro. A questão da educação permanente nunca foi tão relevante como na atualidade. É o que se exige agora e para as gerações por vir! Reflita sobre isso, após acompanhar esta aula. ARTIGOS “Educação Corporativa: do Direito Social aos Interesses Transindividuais”. 2010. Disponível em: http://www.educor.desenvolvimento.gov.br/public/arquivo/arq1365524617.pdf. Aces- so em: 8/11/2014. “Educação Corporativa: A proposta empresarial no discurso e na prática”. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-46982010000200016&script=sci_arttext. Acesso em: 9/11/2014. REFERÊNCIAS BAYMA, Fátima. Educação Corporativa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. TEIXEIRA, Andrea. Universidades Corporativas X Educação Corporativa. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. ULRICH, Dave Os campeões de recursos humanos. São Paulo: Futura, 1998. UNIDADE DE APRENDIZAGEM 02 UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 02 13 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 2 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO. Olá, aluno (a)! Nesta aula refletiremos acerca da Sociedade do Conheci- mento e a diferença da Sociedade da Informação analisan- do a questão da inclusão digital e um conceito mais amplo de sociedade. O principal objetivo é refletir sobre a sociedade, seus acer- tos e dificuldades e compreender sua trajetória até a Socie- dade do Conhecimento. 2.1 PARA TODOS – UM CONCEITO DE SOCIEDADE O conhecimento sempre foi característico do trabalho do ser humano e próprio da humanidade como um todo, haja vista os navegantes antigos cruzan- do mares e se orientando por uma forma de conhecimento rudimentar até então, no entanto, atingindo seus fins. O que dizer do conhecimento advindo do campo onde os camponeses observavam os períodos/fases da natureza, das plantas, grãos e condições da terra. Não conseguiram inclusive fazer cruzamento entre plantas, antes mesmo do avanço científico de nossos tempos quanto às sementes híbridas? O que dizer da manufatura dos antigos artesãos? ao transformar couro em roupa, argila em utensílios, ferro em aço? A grande crítica filosófica da Modernidade, de Galileu, de Leibniz, de Bacon, de Diderot, era a crítica a uma noção de conhecimento que o desvinculava do traba- lho. É que o conhecimento relacionado ao trabalho era um conhecimento popular, por isso, menosprezado pelas elites que não trabalhavam, e por seus pensadores, a começar por Aristóteles. Aquelas elites empregavam o trabalho escravo, servil e do artesão. A modernidade, ao criticar o conhecimentoespeculativo dos antigos e medievos, propôs também a valorização do trabalho, como valorização do conheci- mento. (LOUREIRO, 2004, p.33). Hoje em dia, contamos com um arsenal tremendo em várias áreas do conhe- cimento graças a um conhecimento primeiramente empírico, que foi posteriormen- te, catalogado através de um tipo de reprodução cientifica. A partir daí, o processo de trabalho se transformou em um processo de conhecimento codificado quando se pode conferir a trabalhadores, sem a qualificação necessária, o desempenho de tarefas seguindo a determinação do modelo. Esse padrão, trabalho X conhecimento, foi introduzido pelo Capitalismo. Houve uma mudança nessa relação, conhecimento X trabalho, no final do século XIX para o início do século XX: os conhecimentos para a produção e pro- cessos de trabalho provêm do agora trabalhador da ciência como, o pesquisador, o professor e o cientista propriamente dito ao invés, do conhecimento advindo do trabalhador artesão e chão de fábrica, como anteriormente. Gera-se um novo local para o desenvolvimento do conhecimento criado à parte da fábrica e empregando UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 02 14 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o profissionais qualificados e muito bem remunerados. A partir desse tipo de trabalho originam-se patentes e empresas poderosas até hoje, como a Johnson & Johnson e Kodak, entre outras. Entretanto, apesar de todo avanço ainda se precisava de uma máquina capaz de armazenar com muita velocidade o conhecimento e que fosse capaz de processar toda essa informação – o computador! Com o advento dessa tecnologia muito trabalho de rotina foi prescindido. A sociedade constatou que aquele trabalhador formado para um emprego de trabalho de rotina, ambos, emprego e escola, eram descartáveis. A meta era criar trabalha- dores que executassem tarefas e não pensadores com ideias próprias e críticas. Os meios de comunicação eram mantenedores dessa ideologia – não pensar! Tanto no trabalho quanto no lazer. Sem reagir, um ser teleguiado! A boa nova é que esse modelo está mudando. O trabalho de se apertar bo- tão, de linha de montagem, caixa de banco está acabando. Para aqueles que apenas cumprem ordens ou executam tarefas repetitivas o desemprego está batendo às portas. Aqui reside o desafio das escolas e sociedade nos tempos atuais: intercambiar informação e conhecimento e compartilhar conhecimentos em acordos que sejam justo para todos. Há necessidade de se rever juridicamente um princípio de partilha em detrimento de apropriação. Uma Sociedade do Conhecimento, fundamentada no uso compartilhado de recursos, numa edificação coletiva de conhecimento, vê as TIC e a educação como um bem coletivo e comum, num acesso à informação igualitário. Realmente, um novo modelo de sociedade, tendo a informação como um bem social. 2.2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO X SOCIEDADE DO CONHECIMENTO. Em 1990, com o desenvolvimento da internet e das tecnologias da informa- ção-TIC-, surgiu o termo Sociedade da Informação, constando de agendas, de reuni- ões da Comunidade Europeia e dos 30 países mais desenvolvidos do planeta. Esse termo foi igualmente adotado pelo Banco Mundial e governo norte-americano. Uma sociedade baseada na economia informacional, mas também na livre concorrência. A sociedade da informação considera-a como elemento essencial para o de- senvolvimento da livre concorrência econômica desconsiderando o desenvolvimen- to cultural e social da humanidade, o que difere da Sociedade do Conhecimento, que vê a informação como um bem comum, social. Precisamos de políticas públicas que privilegiem o acesso à informação e criação de espaços que incrementem a comunicação e poder de decisão da popu- lação em geral para que a sociedade evolua e se desenvolva ao utilizar as novas TIC. Alguns autores consideram Sociedade do Conhecimento e Sociedade da In- formação, como indistintas. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 02 15 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o A Sociedade da Informação e do conhecimento é reconhecida pelo uso intenso da informação e do conhecimento e das tecnologias de informação e da co- municação, na vida do indivíduo e da sociedade, em suas diversas atividades. (BORGES, 2008, p.179) Outros veem de modo diferente ao considerar a informação a matéria prima para o desenvolvimento do conhecimento, portanto, antônimos. Consideram o co- nhecimento como valor agregado à informação. Não bastando, portanto, ter a infor- mação se o que fizer com ela depende do conhecimento para tomada de decisão. São na realidade, complementares. Para Amaral (2006, p.9), “Na Sociedade do Conhecimento, a educação ocupa um lugar central, e as novas tecnologias apoiam a sua disseminação”. Segue um conceito que faz uma distinção entre Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento. A Sociedade da Informação é a pedra angular das sociedades do conhecimen- to. O conceito de ‘Sociedade da Informação’, a meu ver, está relacionado à ideia de ‘inovação tecnológica’, enquanto o conceito de ‘Sociedade do Conhecimen- to.’ inclui uma dimensão de transformação social, cultural, econômica, política e institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimen- to. O conceito de ‘sociedades do conhecimento’ é preferível ao da ‘Sociedade da Informação’ já que expressa melhor a complexidade e o dinamismo das mu- danças que estão ocorrendo ... o conhecimento em questão não é só importan- te para o crescimento econômico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os setores da sociedade. (KHAN apud BURCH, 2005, p.23) A seguir, apresenta-se o Top Map, apresentado pelo ensaio de Dziekania e Rover (2011), com as características relacionadas à Sociedade da Informação e à So- ciedade do Conhecimento abrangendo resumidamente, os principais pontos de dis- cussão e diferenciação entre eles, a partir do ensaio citado. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 02 16 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o FIGURA 1: TOPIC MAP DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO FONTE: DataGramaZero, Revista de Informação, v.12, n.5 out. 2011, Artigo 1. FIGURA 2: TOPIC MAP DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO. FONTE: DataGramaZero, Revista de Informação, v.12, n.5, out. 2011, Artigo 1. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 02 17 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 2.3 A QUESTÃO DA INCLUSÃO Em um Brasil com diferenças sociais abissais, como resolver o problema da inclusão digital aos menos favorecidos? De um lado, nas classes sociais ricas e médias as TIC são usadas naturalmente. Contudo, pergunta-se: quanto às escolas da periferia e das crianças que estão na zona da pobreza? Há necessidade de se democratizar o conhecimento desenvolvendo crianças pensadoras e criativas que possam se utilizar das TIC para torná-las cidadãs plenas e capazes de participar com plenitude de um projeto democrático de sociedade. Entretanto, aparelhar escolas e universidades com TIC - Tecnologias de Infor- mação e Comunicação - sem adequarmos uma mudança de paradigma estaremos apenas rematrizando o ensino anterior através da tecnologia – crianças de escolas da periferia clicando apenas o mouse. Essas tecnologias precisam se estabelecer como ferramentas que impulsionem alunos e professores a atuar nos universos em que es- tão inseridos para agregar algo a si e à sociedade. Diferentemente do livro que já vem impresso, a tela de um computador está em branco e deve agregar o conhecimento advindo do professor e do conhecimento gerado através das redes. A inclusão digital precisa se tornar uma realidade e não uma opção para o de- senvolvimento da Sociedade do Conhecimento. Esse, com certeza, é o maior desafio dos governos na atualidade quanto à educação: incluir com seriedade os menosfa- vorecidos para que não fiquem cada vez mais à margem de uma sociedade que, em- bora globalizada quanto à informação, ainda é tão desigual no acesso e na educação. ARTIGOS “O conhecimento e as tecnologias na sociedade da informação”. 2010. Disponível em: http:// www.scielo.org.co/pdf/rib/v33n1/v33n1a09. Acesso em: 15/11/2014. “Sujeito de conhecimento na sociedade em rede”. 2010. Disponível em: http://www.egov. ufsc.br/portal/sites/default/files/sujeito_de_conhecimento_na_sociedade_ultima_versao. pdf. Acesso em: 15/11/2014. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 02 18 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o REFERÊNCIAS AMARAL, R. (org.). Sociedade do Conhecimento: novas tecnologias, risco e liderança. Lages: Ed. Uniplac, 2006. BORGES, M. A. G. A informação e o conhecimento como insumo ao processo de desenvolvi- mento. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, (RICI), v.1, n. 1, p.175-196, jul./ dez. 2008. BURCH, S. Sociedade da Informação/ Sociedade do Conhecimento. In: AMBROSI, A.; PEUGE- OT, V.; PIMENTA, D. Desafios das palavras. Vecam, 2005. DZIEKANIAK, Gisela; ROVER, Aires. Sociedade do Conhecimento: características, demandas e requisitos. DataGramaZero. Revista de Informação, v.12, n°5, out/11, Artigo 01 . Disponível em: http://www.dgz.org.br/out11/Art_01.htm Acesso em: 16/11/2014. LOUREIRO, M.D. Educação Corporativa: desenvolvendo e gerenciando competências. In: ______BAYMA, Fátima (org.). Fundação Getúlio Vargas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. LUCCI, E. A. A era pós-industrial, a Sociedade do Conhecimento e a educação para o pensar. (200?). (notas de conferência para alunos e professores de ensino médio em diver- sos Estados do Brasil). Disponível em: http://www.hottopos.com/vidlib7/e2.htm Acesso em: 16/11/2014. MATTELART, A. História da sociedade da informação. 2. ed. rev. e atual. Trad. de Nicolas Nyimi Campanário. São Paulo: Edições Loyola, 2006. NEGROPONTE, N. A vida digital. 2. ed. Rio de Janeiro: Briquet de Lemos, 2006. UNIDADE DE APRENDIZAGEM 03 UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 03 20 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 3 GESTÃO POR COMPETÊNCIA Olá, aluno (a)! Nesta aula veremos a transformação que atualmente vive- mos nas organizações com uma mudança no perfil das pes- soas, exigida pelas empresas. Estamos em transição entre um modelo disciplinado e obediente para um novo que exi- ge autonomia e empreendedorismo. Essa mudança alterou a cultura organizacional estimulando o apoio à criatividade e iniciativa do pessoal e dos negócios. O principal objetivo desta aula é trazer um conceito a res- peito da Gestão por Competência, bem como mostrar as di- ferenças e similitudes entre Gestão Estratégica e por Com- petência. Também, analisar o papel dos novos gestores e RH, a partir dessa nova gestão. 3.1 DEFINIÇÃO O modo como as organizações executam a gestão de pessoas passa por grande transformação ao redor do mundo. Os modelos anteriores, tradicionais, se tornaram inadequados às necessidades e às expectativas das pessoas e das empre- sas. Esses modelos partiam do pressuposto pautado nos movimentos de administra- ção científica buscando a pessoa certa para o lugar certo (TAYLOR, 1982), firmado no controle como referencial para enfrentar a relação entre as pessoas e a organização. Com a globalização houve uma complexidade maior das arquiteturas orga- nizacionais e das relações comerciais causando uma turbulência crescente principal- mente, pela exigência de maior valor agregado dos produtos e serviços. Essa situa- ção exigiu uma resposta pronta para o enfrentamento de situações inesperadas e da crescente complexidade criada, solicitando maior flexibilidade organizacional. Partindo daí, as organizações solicitam pessoas com maior autonomia e iniciativa, um perfil totalmente diverso do exigido até então. O processo decisório torna-se descentralizado e voltado para o comprometimento das pessoas com as estratégias e objetivos organizacionais. O desafio da gestão de pessoas é mostrar o quanto seu quadro agrega valor à empresa e mantê-la comprometida com a organização. É uma relação interdepen- dente. Por um lado, as organizações quanto mais buscam maleabilidade e agilidade, mais dependem das pessoas. As pessoas, por sua vez, demandam maior espaço para desenvolvimento pessoal e exercício da cidadania, entre outras, exercendo pressão para as organizações se estruturarem para supri-las. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 03 21 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o Somente a partir dos anos de 1990 é que surgiram propostas efetivas e novas na forma de gestão de pessoas. “Competências” é um tema bastante discutido, tanto no âmbito empresarial quanto no meio acadêmico, nos últimos tempos. Ele assume uma abrangência dife- renciada entre autores. Para se entender “competência” é preciso ter em mente uma dimensão estratégica, que é corporativa e outra, que é uma dimensão individual. No caso da dimensão estratégica, ela abarca a empresa como um todo tratando das competências organizacionais, seu patrimônio intelectual. A dimensão individual trata das pessoas que estão intimamente ligadas e atuam na organização. Para alguns autores, a constatação das competências parte da estratégia or- ganizacional, passando pela definição das competências empresariais e se desen- volve em competências funcionais (EBOLI, 2001; GREEN, 1999; DUTRA, 2001; FLEURY e FLEURY, 2001; RUAS, 2001). Em compensação, para outros autores, o processo é inverso. Acreditam que a análise das competências individuais forma o arquivo de competências organizacionais e a partir dessa definição, a organização estabelece a sua estratégia de mercado. De acordo com essa perspectiva, o conhecimento se ini- cia com o indivíduo e se transforma como conhecimento organizacional, ao mesmo tempo em que o desenvolvimento das competências individuais não traz como con- sequência, necessariamente, o das organizações. As competências organizacionais geram valor para a organização e dessa forma, deve ser analisada a competência individual. De acordo com Nonaka (1991, p. 96-104), “São as pessoas que, ao colocarem em prática o patrimônio de conhecimentos da organização, caracterizam as compe- tências organizacionais e fazem sua adequação ao contexto”. Já Hamel e Prahalad (1995) trazem um conceito de competências essências ao discorrer que elas são um conjunto de habilidades tecnológicas que resultam em um diferencial fundamental para a competitividade da empresa. Elas são conjuntos únicos de conhecimentos teóricos e habilidades que causam impacto em produtos e serviços em uma organização e fornecem uma vantagem competitiva no mercado. Competências organizacionais e individuais estão intimamente ligadas não se podendo fixar as competências individuais sem antes fazer uma reflexão sobre as competências organizacionais. Nesse viés, Dutra, (2001) defende que “Organização e pessoas, lado a lado, propiciam um processo contínuo de troca de competências”. Por um lado, tem-se a organização com sua particularidade de competências que se fundamentaram e desenvolveram através de um processo dentro da organi- zação. Esse patrimônio intelectual estabelece vantagens competitivas da empresa no universo em que está inserida. Do outro lado, existem pessoas igualmente com uma singularidade de competências que pode ou não ser aproveitada pela empresa. A empresa transfere seu patrimônio para esses funcionários preparando-os para en- frentar novos desafios profissionais dentro e fora do contexto. As pessoas igualmen- te transferem para a empresa seu aprendizado dando-lhe condições para enfrentar novos desafios, trabalhando com um objetivo comum. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 03 22 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu ldade D om Bo sco – D om In te ra tiv o Competência é um saber agir responsavelmente e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades que agre- guem valor econômico à organização e valor social ao individuo. (FLEURY ; FLEURY, 2001). O que concluímos é que não existe um consenso na definição de compe- tência, tão pouco em que dimensão deve ser analisada e definida – se individual ou organizacional. O que percebemos é uma relação muito intima entre elas: uma não vive sem a expertise da outra. 3.2 GESTÃO ESTRATÉGICA RH E GESTÃO POR COMPETÊNCIA A Gestão Estratégica de RH é um conceito ainda novo no meio empresarial. Tornou-se popular na década de 1980, nos Estados Unidos e chegou ao Brasil, nos anos de 1990. O RH tinha até a década de 1980 formas bem definidas, bem como identida- de com suas atividades, bastante explicitadas. Com as mudanças no panorama eco- nômico e social nos anos de 1980, esse perfil foi repensado porque os pressupostos que guiavam suas práticas já não faziam sentido. MUDANÇA DAS ATRIBUIÇÕES DO RH DE PARA Operacional Estratégico Preocupação com o qualitativo Preocupado com o quantitativo Policiamento Parceria Administrativo Consultivo Voltado para a função Voltado para o negócio Voltado para a empresa Voltado para o mercado consumidor Reativo Preventivo FIGURA 3 – MUDANÇAS DAS ATRIBUIÇÕES DO RH FONTE: Adaptado de Ulrich. “Os Campeões de Recursos Humanos” ( 2001, p.39). Autores como Ulrich, Marras, Becker, entre outros, mostram uma nova pers- pectiva de um RH estrategista assumindo inúmeros papéis em sua ocupação para se tornar parceiro da organização. Quando se adota um viés sistêmico na gestão de RH suas atividades se am- pliam da administração de processos à administração de pessoal explicitando a mul- tiforme função que exerce. Alguns papéis incorporados pelo RH, na visão sistêmica: § Comunicador. § Selecionador. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 03 23 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o § Treinador. § Avaliador de desempenho. § Analista de cargos. § Motivador. § Líder. § Negociador. § Gestor de qualidade. § Coach. Uma das características centrais de um RH de empresas competitivas é a a- tua-ção na cúpula da empresa com uma gestão descentralizada, transparente, flexí- vel, integrada, focada para resultados e estimuladora da criatividade e iniciativa. O caráter integrador da Gestão por Competência leva em conta o indivíduo como um todo, beneficiando as estratégias de Gestão de Recursos Humanos, prio- ritariamente no que tange ao recrutamento e seleção de pessoal, o desenvolvimen- to das pessoas, à avaliação de desempenho e à compensação do trabalho. (SAN- TOS,2001). A partir desse enfoque observamos um ponto de cruzamento entre a Gestão por Competências e a Gestão Estratégica de RH. As duas visam a aproximação da performance das pessoas às metas organizacionais para o êxito da lucratividade da empresa. 3.3 PAPEL DOS GESTORES E DO RH NA GESTÃO POR COMPETÊNCIA Houve uma grande mudança na forma de gerir pessoas e trabalhos, desen- volvida a partir dos anos de 1990 e da primeira década dos anos 2000, apontando os alinhamentos em relação às exigências da empresa moderna. 3.3.1 O Foco da Gestão Muda do Controle para o Desenvolvimento Os modelos vigentes até então eram consolidados no paradigma fordista e taylorista de administração, no controle das pessoas. Essa tendência sempre exigiu uma postura passiva dos indivíduos, o que difere radicalmente do atual modelo que demanda iniciativa e criatividade. Isso, por sua vez, trouxe pressão aos gestores para que suas gestões sejam cunhadas na ideia de desenvolvimento mútuo. Como já dito anteriormente, a ideia é interdependência. A empresa ao se desenvolver desenvolve as pessoas e vice versa. A própria pessoa passa a ser gestora da sua relação com a empresa e desenvolvimento de sua própria carreira. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 03 24 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 3.3.2 Participação das Pessoas no Sucesso da Empresa e Negócio O envolvimento total da pessoa de forma integral – disponibilizando todo seu potencial, criatividade, intuição e capacidade de perceber o contexto empresa- rial e agir sobre ele gera vantagens competitivas singulares. O capital intelectual, as pessoas, são o depósito desse patrimônio intelectual organizacional e da capacidade e agilidade de resposta frente às oportunidades de negócio. Mas, no cenário organizacional nem tudo são flores. Há empresas que con- seguiram implementar o novo conceito e estão colhendo os bons resultados e há, infelizmente, aquelas que sabotam o processo, com resistência à mudança e com muita dificuldade em lidar com o novo. 3.3.3 RH e Gestores O papel que se observa nos profissionais de RH na Gestão por Competência é mais de staff para os gerentes e analistas de cargos. É um papel que privilegia o cunho estratégico em um primeiro momento, e de cunho operacional, num segun- do momento com ações de tabulação de dados e gerenciamento das informações levantadas por avaliação de desempenho, administração de pessoal, necessidades de treinamento, entre outras. Isso acentua a multiplicidade de papéis desempenha- da pelos profissionais de RH, desde ações operacionais até as estratégicas. O ideal seria que o RH se focasse em atividades no seu papel estratégico participando das reuniões de diretoria para alinhar mais e mais as competências requeridas com as estratégias da organização. Os gestores utilizam com frequência, a prática do feedback o que proporcio- na maior aproximação com suas equipes motivando-as, orientando-as e incentivan- do-as. Também aprimoraram seu papel de coach. As competências são dinâmicas do mesmo modo que o mercado. Portanto, a estratégia da empresa necessita de ajustes conforme ocorram transformações no mercado. É na realidade, um processo de retroalimentação constante. ARTIGOS Revista Eletrônica de Administração e Turismo – ReAT, v. 2, n. 1, jan./jun.2013.Disponível em: http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/AT/article/viewFile/1959/2339 Acesso em: 12/11/2014. “Gestão por Competências na Administração Pública: Revisão de Trabalhos Acadêmicos no Brasil”. 2012. Disponível em:http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnANPAD/ enanpad_2012/GPR/Tema%2010/2012_GPR776.pdf. Acesso em 12/11/2014. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 03 25 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o REFERÊNCIAS DUTRA, Souza, Joel. Competências. São Paulo: Atlas, 2004. EBOLI, Marisa Pereira. Gestão por competências: um modelo avançado para o gerenciamen- to de pessoas. São Paulo: Gente, 2001. FLEURY, Maria Tereza Leme, Jr.; OLIVEIRA, Moacir de Miranda (org.). Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo: Atlas, 2001. FISCHER, André L. Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão de pessoas. In: FLEURY,M. T. et al. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. HAMEL, Gary; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo futuro. São Paulo Campus, 1995. NONAKA, Ikujiro. The Knowdledge- Creating Company. Harvard Business Review, 1991, p.96- 104. RUANO, Alessandra M. Gestão por competências: uma perspectiva para a consolidação da gestão estratégica de recursos humanos. Rio de Janeiro: Qualitymark; São Paulo: ABRH-Na- cional, 2003. ULRICH, Dave, Os campeões de recursos humanos. São Paulo: Futura, 1998. UNIDADE DE APRENDIZAGEM 04 UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 04 27 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 4 TREINAMENTO E EDUCAÇÃO CORPORATIVA Olá, aluno (a)! As necessidades de aprendizagem surgem pela dificuldade em saber fazer ou como fazer, além de aprenderjunto. Por esse motivo, profissionais de desenvolvimento e gestores de vários setores são obrigados a criar grupos que congre- guem e pratiquem coletivamente o aprendido. O gestor de desenvolvimento de pessoas deve funcionar, a exemplo de um regente, da competência elencada a ser de- senvolvida, de sorte que a traduza em grupos de aprendi- zagem coletiva e de melhorias de aprendizado e resultado social e coletivo. O resultado é a otimização de tempo, a re- dução de desperdício e de recursos materiais, entre outros. Então, surge uma pergunta: aprender nos traz algum retorno? Para responder a essa questão necessitamos entender o significado de treinamento, desenvolvimento, aprendiza- gem e formação. Nesta aula aprenderemos quais são as maiores vantagens e desvantagens do Treinamento Convencional e o modelo de Educação Corporativa, para o proveito competitivo nas organizações. O principal objetivo desta aula é trazer uma definição de cada modelo para refletir sobre as suas vantagens e sua aplicação em cada momento da organização. 4.1 DESEJO POR CRESCIMENTO É inerente ao ser humano o desejo de superação e crescimento. Normalmen- te, se denota através das comparações e avaliações feitas para compreensão das dife- renças. Como uma mola propulsora que nos faz sentir vivos e atuantes, é a percepção de que crescemos, desenvolvendo, evoluindo e nos tornando melhores. Medir, pesar, comparar, avaliar e transcender é algo divino em nós, humanos: impulso de vida. É indescritível a sensação de superação, de mudança. Entre- tanto, às vezes estancamos em um tecnicismo medíocre, das medidas pelas medidas, dos números pelos números, pelo simples fato de atribuirmos algum referencial para cumprir exigências externas, para justificarmos que somos ob- jetivos, racionais e inteligentes. (BOOG, 2006, p. 52). No mundo dos negócios faz-se necessário o intercâmbio de várias áreas de conhecimento e atributos das ciências biológicas, exatas e humanas, por exemplo. Uma vez que se tem capacidade e habilidade, tanto qualitativa quanto quantitativa, por que não utilizá-las? UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 04 28 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o No tabuleiro dos negócios, organismos sociais que dia-a-dia investem em aprendizagem, que transformam suas práticas e processos para melhor servir é que continuarão a dar um xeque mate competitivo no jogo dos negócios. Aprendizagem é como a vida nas organizações. Há necessidade crescente de gestores que sejam atraídos por um desejo ardente em aprender, ensinar e linkar mestre/aprendiz, dinamizando as mudanças organizacionais. 4.2 AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O TREINAMENTO CONVEN- CIONAL E A EDUCAÇÃO CORPORATIVA TREINAMENTO CONVENCIONAL EDUCAÇÃO CORPORATIVA Necessidade pontual (identificada) Ações vinculadas às estratégias da or- ganização (continuadas) Ambiente restrito a sala de aula Diversificado (sala de aulas, ambientes virtuais). Reativo (melhoria na realização das ati- vidades de um cargo determinado) Proativa (busca identificar no planeja- mento estratégico as necessidades de desenvolvimento do capital humano para a viabilização dos objetivos do ne- gócio) Formatação massificada, formalizada e repetitiva de treinamento em sala de aula. Traduz as necessidades em compe- tências e propõe um conjunto de co- nhecimentos, habilidades e atitudes desejados de casa profissional para res- ponderem aos desafios organizacionais. FIGURA 4 – PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE TREINAMENTO CONVENCIONAL E EDUCAÇÃO CORPORATIVA FONTE: ARAUJO,(2006, p.104). Em ambientes virtuais, a agilidade da informação é maior, com uma progra- mação possível para um considerável número de pessoas, eliminando distâncias, o que é necessário para a Sociedade do Conhecimento. Os recursos da Web são tremendos em termos de dirimir distâncias. Uma empresa situada em São Paulo, por exemplo, pode impulsionar seus negócios com ações que visem o desenvolvimento, informação e atualização de seus parceiros e colaboradores em suas filiais distantes. Programas configurados para o Treinamento Convencional, nem sempre correlacionam medidas estratégicas dentro dos objetivos organizacionais, diferente- mente do que ocorre no modelo de Educação Corporativa, focado integralmente no objetivo de propiciar desenvolvimento constante da empresa, resultando em vanta- gem competitiva. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 04 29 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o Outra diferença relevante entre os dois modelos diz respeito à postura do funcionário em relação a agregar conhecimento. No Treinamento Convencional a atitude é passiva, do tipo “quem pode manda, quem tem juízo obedece”. Na Educa- ção Corporativa o funcionário é corresponsável e participa diretamente do processo pelo seu crescimento. Aliás, é uma parceria onde empresa e colaboradores atuam conjuntamente. Também as ações são distintas: Na Educação Corporativa há participação dos clientes, fornecedores, parceiros, colaboradores na estratégia de desenvolvimento da empresa. Já no Treinamento Convencional, as ações se limitam aos colaborado- res. Em suma, a responsabilidade pelo processo de aprendizagem migra do Departa- mento de Treinamento para os gestores. Conclusão: Empresas que implantaram a Educação Corporativa como um pa- drão estratégico de Gestão por Competência tem experimentado um crescimento relevante em seus negócios. 4.3 AS SETE HABILIDADES CAPITAIS PARA ENTRAR NO MERCADO DE TRABALHO Até 1996 encaminhar estudantes para vagas disponibilizadas de estágios contava geralmente com uma única observação: a correspondência curso/atividade. Como resultado da globalização, as perspectivas mudaram e se agregou uma lista de habilidades comuns de ingresso a todos os candidatos, as quais se universali- zaram à parte do curso. O aluno que desejar adentrar ao mundo corporativo precisa estar preparado também para as chamadas “habilidades universais”. As sete mais comuns são: 1. Comunicação escrita: a comunicação via internet viabiliza ou não, fecha- mento de contratos ou aquisição de novos clientes em função da escrita. 2. Comunicação verbal: apresentar produtos, ideias, projetos numa empre- sa é vital. Para quem quer crescer e se desenvolver dentro de uma organi- zação precisa dessa dimensão de comunicação. 3. Tecnologia: a dinâmica do mundo moderno é pela tecnologia. Portanto, estar plugado e saber usar essa ferramenta, são imprescindíveis. Entretan- to, apesar da democratização da informação, o mundo ainda vive uma sé- ria exclusão digital. 4. Relacionamento interpessoal: pessoas maduras que sabem se colocar frente às dificuldades e têm uma postura que respeita opiniões e adminis- tra situações adversas é um diferencial enorme nos dias de hoje. 5. Inteligência emocional: como olheiros, o processo seletivo está à procu- ra de pessoas que contribuam, enfrentem com competência a pressão e o stress do dia-a-dia organizacional, pessoas com ajuste de limites internos e externos, com domínio próprio. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 04 30 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 6. Trabalho em equipe: totalmente diferente da escola onde um apenas se responsabilizava pelo trabalho e todos assinavam, nas empresas todos fa- zem o trabalho e um assina - quando assina! Saber dialogar, compartilhar, ser focado à solução de problemas e pronto a partilhar, são capacitações requeridas nos dias atuais. 7. Criatividade: ser uma pessoa voltada para a inovação, ser criativo. No mundo corporativo tudo tem que evoluir. ARTIGOS “Tecnologia da Informação e Educação Corporativa: contribuições e desafios da modalida- de de ensino-aprendizagem a distância no desenvolvimento de pessoas”. Disponível em: ftp://200.137.71.3/Cursos/EnsinoMedio/InformaticaBasica/Helaine/PROEJA%20-%20EAD/ Ricardo/2003_ti_educacao_coporativa.pdf.Acesso em: 21/11/2014. “Do treinamento à Educação Corporativa: uma trajetória do processo de aprendizagem or- ganizacional no Banco do Brasil S.A”. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/ bitstream/handle/10438/3773/000314292.pdf?sequence=1. Acesso em: 21/11/2014. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luis César G. de. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2006. BAYMA, Fátima. Educação Corporativa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. BOOG, Gustavo; BOOG, Magdalena. Manual de treinamento e desenvolvimento: processos e operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. BORGES, E. Jairo. Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações de traba- lho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006. UNIDADE DE APRENDIZAGEM 05 UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 05 32 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 5 UNIVERSIDADE CORPORATIVA Olá, aluno (a)! Um dos maiores desafios para as empresas nas próximas décadas será, entre outros, descobrir e perpetuar talentos em seus quadros como um meio de sobrevivência empre- sarial, pois, será o maior benefício competitivo com que uma corporação contará. Nesta aula descobriremos o porquê de se criar universida- des corporativas. O principal objetivo desta aula é trazer uma reflexão sobre a importância do aprendizado, da exploração de ideias no- vas e novos conceitos como ferramentas para desenvolver talentos. Pois, esse é o embrião das Universidades Corpora- tivas – aprendizado contínuo, teórico e prático. 5.1 O QUE É UMA UNIVERSIDADE CORPORATIVA O aprimoramento do conjunto de competências é que delineia o talento. Empresas quando reajustam seu quadro de pessoal e passam por um processo de remanejamento mantêm na organização, as pessoas mais competentes, experientes e talentosas. A concepção de educação continuada passa exatamente pelo conceito de que se uma pessoa não está aprendendo nada, dificilmente terá novas ideias, o que é um fator preponderante como vantagem competitiva para empresas. Uma vontade de aprender que instigue uma curiosidade intelectual é geradora de indivíduos pre- parados para a vida e mercado de trabalho. Em média, um profissional de Ensino Superior demanda normalmente, dois anos para se conformar ao ambiente de trabalho. As empresas, partindo dessa pre- missa, estão criando suas próprias universidades para perpetuar um ambiente edu- cacional que vise uma aprendizagem contínua, desenvolvendo equipes unidas num mesmo propósito e ideal. Caracterizam-se como incubadoras de novos negócios e ideias, ao descobrir, manter e desenvolver talentos, gerenciar processos de transfor- mação na organização, dar autonomia aos colaboradores em todos os níveis hierár- quicos da organização, desenvolver liderança futura, entre outros. Aperfeiçoar o ca- pital intelectual é a ótica, ajudando a melhorar a competitividade global, reforçando a cultura e fidelidade dos colaboradores que atuam como coautores ao ensinar e desenvolver novas habilidades. De modo geral, empresas de alta tecnologia, telecomunicações, indústrias, cooperativas, serviços financeiros investem em universidades corporativas, agregan- do desenvolvimento e aprendizagem aos alvos organizacionais, propagando sua cul- tura e valores na organização. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 05 33 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o Sem dúvida, o mundo moderno cada vez mais necessita adequar novas com- petências e técnicas comportamentais em seu habitat organizacional através de aprendizado de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos ao seu negócio. Um dos fatores motivacionais do trabalho é o talento, uma vez que o conhe- cimento é um fator decisivo na satisfação do trabalhador demonstrando assim, que talento também retém pessoas nas empresas, não apenas a remuneração. A Missão da Universidade Corporativa é formar e desenvolver os talentos hu- manos na gerência dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento or- ganizacional (incluindo geração, assimilação, difusão e aplicação). Seu principal objetivo é o desenvolvimento e a instalação das competências profissionais, técnicas e gerenciais consideradas essenciais para a viabilização das estratégias da organização. Entretanto, para defini-las, é fundamental que a empresa iden- tifique qual é a sua competência empresarial. Ou seja, aquela competência que realmente constituirá seu diferencial competitivo e será responsável pelo seu sucesso. (EBOL, 1999, p.117). UNIVERSIDADE TRADICIONAL UNIVERSIDADE CORPORATIVA Desenvolver competências essenciais para o mundo do trabalho. Desenvolver competências essenciais para o sucesso do negócio. Aprendizagem baseada em sólida for- mação conceitual e universal. Aprendizagem baseada na prática dos negócios. Sistema educacional formal. Sistema do desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão por competências. Ensinar crenças e valores universais. Ensinar crenças e valores da empresa e do ambiente de negócios. Desenvolver cultura acadêmica. Desenvolver cultura empresarial. Formar cidadãos competentes para ge- rar o sucesso das instituições e da co- munidade. Formar cidadãos competentes para ge- rar o sucesso da empresa e dos clientes. FIGURA 6 – PAPEL DAS UNIVERSIDADES E DAS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS FONTE: Eboli (1999, p.117). Muita discussão se desenvolve nos meios acadêmicos em relação às UC. Se- riam elas uma ameaça ou oportunidade para as universidades tradicionais? O que se percebe é que cresce o número de parcerias estratégicas entre as UC e instituições de ensino. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 05 34 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 5.2 DIFERENÇA ENTRE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO X EDU- CAÇÃO CORPORATIVA A partir da década de 1980, a habilitação profissional foi aprimorada pelo sig- nificativo crescimento do trabalho especializado. Atendendo a essa nova demanda o treinamento foi desenvolvido no sentido de atualizar os seus trabalhadores para o aumento da capacitação de execução de novas tarefas, bem como, para a diminui- ção dos erros. A partir daí, a formação profissional se ampliou na sociedade e não apenas na empresa. Passados dez anos inseriu-se um sistema de colaboração entre escola e empresa para o aperfeiçoamento do conhecimento dos trabalhadores. FIGURA 07 – SISTEMA DE COLABORAÇÃO ENTRE EMPRESA E ESCOLA. FONTE: A autora (2014). Com essa parceria forma-se um ciclo como vemos na figura acima: aluno > escola > fábrica > escola > estágio fábrica > efetivação empresa. Desde 1930, o treinamento se compõe de uma atividade administrativa vista como uma nova estratégia da organização. Integra uma nova categoria ao transpor a questão operacional e fazer parte dos conhecimentos sobre as habilidades da apren- dizagem. Nessa breve trajetória, mais precisamente na década de1970, a evolução tec- nológica, a competitividade e o êxito dos negócios se sujeitaram mais à aprendiza- gem e à renovação do que aos modelos de gestão focados na autoridade gerencial. Foi uma inovação para a capacitação profissional agregando qualidade e promoven- do a partir de então, programas de atualização e capacitação como metas imprescin- díveis para o resultado dos negócios. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 05 35 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o No entanto, foi considerada uma atividade de risco pelo volume de investimen- tos demandados pelos programas e os resultados obtidos a médio e longo prazo. Houve uma mudança significativa de comportamento: o ser humano, de componente técnico se tornou um componente estratégico lançando uma pedra fundamental para as associações de negócios. Também se caracterizou como uma reivindicação de movimentos operários para uma participação no processo de de- cisão o que resultouem um panorama de que a educação seria o grande movimen- to nas mudanças e agilidade de tomada de decisão, exigida pela competitividade. Organizações reorientaram suas políticas internas equacionando-as em tecnologia, competência, parceria e flexibilidade, rematrizando-se nos anos de 1990. A competência foi priorizada e a nova gestão, a depender dela, bem como intensificou o foco no controle dos resultados. No modelo passado, o foco era a ra- cionalização e o controle dos processos. O que surgiu então foi uma coautoria, uma responsabilidade participativa e o procedimento em relação à capacitação teve um viés de ensino. Isso ajudou o individuo a refletir e reelaborar o significado de apren- der, pensar e a fazer autocrítica. O que percebemos na figura abaixo é que o processo de treinamento está diametralmente ligado a: processo produtivo > quantidade enquanto o desenvolvi- mento está ligado a: competência > qualidade de produto e serviços. FIGURA 8 – PROCESSO TREINAMENTO X PROCESSO DESENVOLVIMENTO. (elaborado pela autora) UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 05 36 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o Na realidade, o trabalhador, ao fazer parte do quadro de pessoal de uma or- ganização contribui com sua (força/mente, alma/coração) de trabalho, ou seja, com todo seu ser. Assim, as empresas realmente compreenderam que o capital humano é o único agregador, o único diferencial gerador de valor porque todos os demais fa- tores – maquinário, crédito, instalações, equipamentos etc. - necessitam do humano para promover a utilização dessa capacidade. De acordo com Beni (2002, p.56) “É o elemento humano claramente ativo o mais trabalhoso de se gerir”. A Educação Corporativa tem cada vez mais uma função preponderante no universo organizacional. O conceito de aprendizagem contínua em que pessoas compartilham e propagam conhecimento, está estritamente ligada ao êxito organi- zacional. 5.3 UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NO BRASIL. Existem experiências pioneiras no Brasil de UC como as empresas: Accor Bra- sil, Amil, Brahma, Elma Chips e outras. Também existem organizações que adotam sistemas educacionais nas suas empresas pautando suas gestões em gestões de competência e conhecimento, como a Datasul, Gessy Lever, Volkswagen/ Audi, entre outras. Segundo alguns autores não há um levantamento exato de quantas empre- sas brasileiras aderiram ao projeto de UC A metodologia da Universidade Corporativa é recomendável para empresas com interesse em adotá-la ainda que reconheçamos a necessidade de estudos mais detalhados e análises mais aprofundadas dos fatos. Dos modelos teóricos que surgi- ram nas últimas duas décadas, o de UC agrega novos modos de se pensar e praticar administração. É um modelo eficaz de aprendizagem empresarial. Estudos de casos de UC brasileiras mostram que organizações observadas aplicaram e tiraram provei- to da teoria, implementando de maneira exitosa e obtendo resultados de sucesso, tanto quantitativo quanto qualitativo em seus negócios. A Sociedade do Conhecimento tem uma cunha de empregar tecnologia e in- formação, no entanto, a ênfase fica na capacidade de pensar o que é inerente apenas aos humanos. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 05 37 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o FIGURA 9 – UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NO BRASIL FONTE: Harward Business Review (jun. 2012). ARTIGOS “Universidades Corporativas: Vantagem competitiva com a gestão do conhecimento”. 2010. Disponível em: http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosv3n5/artigo02.pdf. Acesso em: 13/11/2014. “Universidade Corporativa: Uma metáfora contemporânea”. 2010. Disponível em: http:// pt.slideshare.net/BeteAdami/artigo-universidade-corporativa-rev-estrategicafaapcristina- -valiukenasbete-adami. Acesso em: 13/11/2014. REFERÊNCIAS BENI, Bettyna P. B. Gau; LUCHETTI, W. D.; POERNER, M. Avaliação dos resultados em treinamen- to comportamental: como o investimento no capital humano pode retornar às organizações. Rio de Janeiro: Qualitymark; São Paulo: ABRH, 2002. CARVALHO, Renata Pinheiro. Universidade Corporativa: uma nova estratégia para a apren- dizagem organizacional. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-gradua- ção em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis, 2001. EBOLI, Marisa, Desenvolvimento e alinhamento dos talentos humanos às estratégias empresariais: o surgimento das Universidades Corporativas. São Paulo: Schmukles Editores, 1999. TEIXEIRA, Andréa. Universidades corporativas X Educação Corporativa: o desenvolvimen- to do aprendizado contínuo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. UNIDADE DE APRENDIZAGEM 06 UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 06 39 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 6 DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E TECNOLOGIA Olá, aluno (a)! Analogamente às estações que todos costumamos ob- servar ano após ano, na vida, tanto em sociedade quanto profissional, ciclos são encerrados dando início a novas fa- ses. Aprendizagem, postura ética, criatividade, trabalho em equipe, competências relacionais, entre outras, estão elen- cadas como suporte para quem deseja crescer e evoluir em suas carreiras vencendo os desafios organizacionais diários. Da mesma sorte, organizações precisam ter um olhar cole- tivo nesse mundo globalizado tendo uma postura crítica e um sentido ético que sobreponha e lute pelos direitos de todos. Nesta aula aprenderemos quais são os desafios que se im- põe nas organizações nos dias de hoje e com o que podere- mos contar para estarmos à altura da empreitada. O principal objetivo desta aula é trazer um conhecimento da exigência de mercado e como poderemos desenvolver habilidades que nos privilegiem com vantagem competiti- va nesse mercado. 6.1 ALGUNS ASPECTOS A CONSIDERAR 6.1.1 A Questão Ética e a Necessidade de uma Atitude Crítica. Em um mundo tão desigual mais do que nunca, repensar uma sociedade mais justa e equitativa é dever nosso de cada dia, como cidadãos. Todo conhecimento envolve também interesses que criam ideologias que são formas de justificação e também de encobrimento. Ser crítico é tirar a máscara dos interesses escusos e trazer à tona as conexões ocultas. Que interesses estão por detrás dos muitos saberes acadêmicos, especialmente os técnico-científi- cos? Que tecnologias são propiciadas e a quem servem? A atitude crítica é im- portante para não sermos manipulados, para preservarmos a nossa cidadania, para não deixarmos que o destino humano, não só o nosso, pessoal, mas o co- letivo, seja decidido em círculos fechados de ciência, nas grandes empresas que decidem a manipulação genética, a clonagem, a produção de novos alimentos geneticamente modificados e remédios. (BOFF, 2004, p. 9.). 6.2 A QUESTÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL E UM SABER COMPARTI- LHADO Tudo que foi construído até aqui em termos de conhecimento só terá sentido real se usado visando o bem comum à coletividade. A que se destinaria esse saber senão edificar uma sociedade mais justa e igualitária? UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 06 40 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o É sabido que o conhecimento é gerador de poder. Por isso, mais do que nun- ca, há uma necessidade imperiosa de se repensar valores. Numa sociedade globaliza- da com tantas desigualdades, se como educadores, não nos alinharmos a um saber compartilhado e disponível a todos e, lutarmos por uma inclusão social, educacional e digital para todos, estaremos agravando as desigualdades sociais que já são enor- mes. Informação e conhecimento, sejam a distância ou presencial, devem privile- giar a consolidação da capacidade humana e, nesse período da história, permitir um maior acesso e democratização do saber a um número exponencial de cidadãos. Essa é a esperança! Hoje em dia,em uma perspectiva da Sociedade do Conhecimento, onde o saber acadêmico, tecnológico e o popular são associados, o aprendizado tem maior significado para aqueles que pesquisam o poder e verificam a relevância social de seus achados e, igualmente, aprendem com uma cultura popular que tem igualmen- te valor. Compartilhar – um valor precioso! O conceito de cidadania e sociedade pre- cisa estar bem empregado sendo seu propósito básico, o conhecimento e servir à humanidade em benefício da cidadania. Além disso, se juntos, todos esses saberes aliando-os às novas tecnologias de informação, EAD - Educação a Distância e universidades abertas, teríamos uma amplitude e compartilhamento universal e a democratização do conhecimento, tor- nando-o acessível a todos. Segundo Kanaane (2001, p.64) A Gestão do Conhecimento como uma estratégia central para desenvolver a competitividade de empresas e países, discute o investimento em pesquisa e desenvolvimento, e os avanços da tecnologia gerencial relacionada à Gestão do Conhecimento, das tecnologias de informática e de telecomunicações, e das conclusões das teorias sobre criatividade e aprendizado individual e organiza- cional. Apreendemos dessa citação que os desafios organizacionais serão de ordem coletiva e pessoal, cabendo a cada uma das partes interagirem com a outra, visando o bem comum. A vantagem competitiva das empresas será uma estratégia voltada para a Gestão do Conhecimento que vise: § Investimento em pesquisa e desenvolvimento. § Avanços da tecnologia gerencial. § Tecnologias da informação. § Tecnologias de telecomunicações. § Ênfase no aprendizado pessoal e organizacional. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 06 41 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o Olhando pelo prisma individual deve-se priorizar um trabalho preventivo. In- teresse é uma palavra que conduz a um trabalho preventivo, antecipando soluções. Situações complicadas, quando observadas de forma preventiva, facilitam a percep- ção de pontos e fontes de crise levando a soluções efetivas e rápidas. Novas posturas como ser corresponsável por plano de carreira e desenvolvi- mento pessoal, são muito bem vindas. Um olhar focado na solução e uma visão mais ampla de coletividade e cidadania, também. Experiência somada ao autoconhecimento, conhecer profundamente pontos fortes e fracos e uma atitude intencional de mudança e estratégia de novas condutas quando necessárias e aprender com os próprios erros, tornam-se uma alavanca de crescimento pessoal responsável. 6.2.1 Uma Atitude Nova – O Cuidar Tornamo-nos pessoas que cuidam quando não nos contentamos apenas em classificar e analisar dados, mas quando discernimos atrás deles, pessoas, destinos e valores. Portanto, ser ético é colocar o bem comum acima do bem particular e se res- ponsabilizar pela qualidade de vida social. Essa deve ser a motivação e os valores da nova sociedade – para todos. Uma educação compartilhada e distribuída de forma justa. 6.3 VENCER DISTÂNCIAS – O NOVO DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Estamos atualmente, na transição entre a era do trabalho braçal e do trabalho intelectual. Por isso, precisamos ler mais, aprender mais, criar mais e planejar mais. Nações que agem dessa forma avançam consideravelmente. Assim, dependendo do grau de eficácia aceleraremos o processo de avanço nas nações ou o abortaremos. As tecnologias que dispomos disponibilizam tempo para buscarmos novos conhecimentos e otimizar tempo no que diz respeito às rotinas de trabalho. As UC, criadas e multiplicadas no mundo, são apenas consequências desse processo de des- coberta. Pode-se dizer que “universidades corporativas são organizações educacionais estabelecidas e operadas por corporações”. Sem preocupação com as polê- micas conceituais, pode-se também dizer que são centros de treinamento mais evoluídos e até de criação e estudos estratégicos, que buscam ampliar a competência, em todos os níveis, dos que atuam na empresa ou corporação. (MORHY, 2004, p.13). Praticamente, ao mesmo tempo em que as UC se desenvolveram rapidamen- te, a Educação a Distância (EAD) também cresceu bastante, favorecida pelas novas tecnologias da comunicação e informação, como a internet e todo bloco de recursos como a videoconferência, DVD, CD-ROM, entre tantos. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 06 42 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o A web education – Educação a Distância possui algumas vantagens: § Favorece o acesso à educação. § Redução de custos. § Auto aprendizado. § Propicia a autonomia. § Motiva a educação continuada. Por outro lado, tem como desvantagem: § Maior medida de disciplina e organização do aluno. § Maior necessidade de motivação e esforço. § Não favorece a socialização do aluno. § Custos dos equipamentos. § Questões de velocidade de transmissão dos dados e imagens. § Dificuldade de interação aluno X professor. Numa era em que a sociedade está em rede, parece paradoxal; barreiras geo- -gráficas são vencidas com as novas tecnologias, porém, outra distância continua enorme, como a verdadeira proximidade entre pessoas, isso vai além da técnica e requer uma pedagogia especial. Mais do que o encantamento com os novos equi- pamentos, a sua melhor utilização, deve ser a pauta. Apesar do acesso a uma tecno- logia avançada e à melhor merchandising que se tenha à disposição, não teremos bons cursos e boa formação de pessoas se uma instituição não tiver uma Gestão por Competência. Segundo sugestão de Morhy (2004, p.14), Reitor da Universidade de Brasília, elencam-se abaixo, alguns aspectos a considerar como políticas para o EAD, no pa- norama atual. 1. Sugestão - Aspectos a trabalhar para a implantação EAD: ê Acadêmicos: aprovação do currículo do curso, calendário acadêmico, acreditação, padrão de admissão, possibilidade de transferência do alu- no, avaliação. ê Fiscais: taxa/despesas com o curso, tecnologias, despesas legais. ê Geográficos: formação de consórcios, delimitação regional, contratos re- gionais. ê Governança: supervisão da equipe de trabalho, base de trabalho. ê Gerência de trabalho: propriedade intelectual, salário e carga de trabalho, desenvolvimento e incentivos, contrato compatível com o praticado no mercado. ê Legais: direito autoral, uso legal, obrigações institucionais (uso da facul- dade, do pessoal etc.). ê Apoio ao aluno: acesso a bibliotecas, disponibilidade de materiais, forma- ção e treinamento, aplicação e avaliação de testes, orientação. UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 06 43 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o ARTIGOS E-book – “Teoria e métodos de pesquisa em comunicação organizacional e relações públicas”. Disponível em: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0312-8.pdf. Acesso em: 22/11/2014 “A Importância da Gestão do Conhecimento nas instituições “. Disponível em: http://www. tiespecialistas.com.br/2010/10/a-importancia-da-gestao-do-conhecimento-nas-instituico- es/. Acesso em: 22/11/2014 REFERÊNCIAS BAYMA, Fátima. Educação Corporativa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. BORGES, E. Jairo. Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações de traba- lho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006. KANAANE, Roberto. Manual de treinamento e desenvolvimento do potencial humano. São Paulo: Atlas, 2001. UNIDADE DE APRENDIZAGEM 07 UN ID AD E D E A PR EN DI ZA GE M 07 45 Pr oib ida a re pr od uç ão – © Fa cu lda de D om Bo sco – D om In te ra tiv o 7 AVALIAÇÃO DE RESULTADO EM EDUCAÇÃO CORPORATIVA Olá, aluno (a)! Desenvolver competências humanas para se alinharem ao ambiente organizacional é um desafio das instituições. Nes- se contexto, a Educação Corporativa emerge adequando a capacitação das pessoas
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