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Profa.: Michelle Rabello da Cunha Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia II Terapia Nutricional nas Dislipidemias Metabolismo Lipídico Relevantes do ponto de vista fisiológico: Colesterol, Fosfolipídios, Ácidos Graxos e Triglicerídeos 1. Colesterol: gema de ovo, carne, laticínios, fígado - Precursor de hormônios esteróides; - Síntese de ácidos biliares; - Síntese de vitamina D; - Constituinte de membranas celulares (fluidez de membrana) 2. Fosfolipídios: ovo, soja (lecitina), gérmen de trigo, amendoim - Estrutura básica de membrana celular (glicerol + 2 AG + colina) 3. Ácidos Graxos: - Saturados: Sem duplas ligações entre seus átomos de carbono. Láurico, Mirístico, Palmítico e Esteárico: óleo de coco, palma, manteiga, carne, banha. - Insaturados (mono ou poliinsaturados): 1 ; 2 ou mais duplas ligações MUFA - Ácido oléico – ômega 9 - azeite de oliva, óleos de canola e de amendoim, oleaginosas, abacate e açaí PUFA - Ômega 3 (ácido α-linolênico, EPA e DHA): sementes de linhaça, ostras, peixe e óleo de peixes (salmão, anchova, atum, sardinha, truta) - Ômega 6 (ácido linoleico, araquidônico): óleos vegetais como o de milho, girassol, soja, canola, ovos, carnes Metabolismo Lipídico 4. Triglicerídeos: - Três ácidos graxos ligados à uma molécula de glicerol; - Importante forma de armazenamento energético. Metabolismo Lipídico Lipoproteínas e Funções Permitem solubilização e transporte dos lipídios no meio aquoso plasmático. Lipídios – Estrutura hidrofóbica ❑ Composição: Lipídeos associados à proteínas → apolipoproteínas (apos). ❑ Apos e suas funções: - Formação intracelular das partículas lipoprotéicas (apos B48 e B100); - Ligantes a receptores de membrana (apos B100 e E ); - Cofatores enzimáticos (apos CII, CIII e AI ). Classes de Lipoproteínas Ricas em triglicerídeos (maiores e menos densas): - Quilomícrons - Origem intestinal - VLDL (Lipoproteína de Muito Baixa Densidade) – Origem hepática ❑ Ricas em colesterol: - LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade) - IDL (Lipoproteína de Densidade Intermediária) - HDL (Lipoproteína de Alta Densidade) Metabolismo das Lipoproteínas Triglicerídeos Diglicerídeos, Monoglicerídeos e Ácidos Graxos livres Lipase pancreática Micelas NPC1- L1 Enterócitos Sais biliares VIA INTESTINAL Alvo terapêutico Abs intestinal do COL Metabolismo das Lipoproteínas L ip o p ro te ín a s ric a s e m T G (A p o B 10 0 ) Ptn de transf de ésteres de COL Lecitina Colesterol Aciltransferase LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade): - Composta principalmente de colesterol. - Conteúdo remanescente de triglicerídeo - Contém somente uma apolipoproteína (ApoB100) Metabolismo das Lipoproteínas HDL (Lipoproteína de Alta Densidade): - Principal conteúdo protéico: ApoAI e ApoAII - Outras funções: a) Remoção de lipídios oxidados de LDL b) Inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio c) Estimulação da liberação de óxido nítrico Metabolismo das Lipoproteínas Diferença entre as lipoproteínas de: tamanho, densidade, composição química, oxidação e glicação. Metabolismo lipídico e processo aterogênico Metabolismo das Lipoproteínas Fisiopatologia das Dislipidemias Primárias Hipertrigliceridemia: – Acúmulo de quilomícrons e/ ou VLDL no plasma. - Diminuição da hidrólise dos TG pela LPL (Lipase lipoproteica) ou aumento da síntese de VLDL. - Variantes genéticas ❑ Hipercolesterolemia: - Acúmulo de lipoptns ricas em colesterol, como a LDL no plasma. - Variantes genéticas Faludi AA, et al. – 2017. Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76 Hipertensão Diabetes Hipercolesterolemia Tabagismo Aterosclerose Rigidez Arterial Disfunção Endotelial Fatores de Risco para a Aterosclerose + FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROMA EVOLUÇÃO ATEROSCLEROSE Progressão da aterosclerose Manifestações clínicas da Ateroesclerose Avaliação Laboratorial Parâmetros Lipídicos e Apolipoproteínas - Jejum: Não é necessário para realização de Colesterol total, HDL- C e Apolipoproteínas (ApoAI e Apo B). - Em 2016 – Fim do jejum para o perfil lipídico. Valores de Referência - Lipidograma Classificação das Dislipidemias Classificação Etiológica - Causas Primárias: Distúrbio lipídico de origem genética - Causas Secundárias: Decorrente de estilo de vida inadequado (sedentarismo, alcoolismo, ingestão excessiva de gorduras), comorbidades (Diabetes e obesidade) e/ ou de medicamentos (diuréticos, anticoncepcionais, corticosteroides) Classificação das Dislipidemias Classificação Laboratorial, de acordo com a fração alterada: - Hipercolesterolemia isolada→ somente colesterol elevado - Hipertrigliceridemia isolada→ somente triglicerídeo elevado - Hiperlipidemia mista→ TG + COL alterados - HDL-c baixo Fatores de Riscos - Idade ≥ 48 anos ♂ e ≥ 54 anos ♀ ; - Tempo de diagnóstico do DM > 10 anos; - História familiar com DCV prematura (< 55 anos ♂ e < 65 anos♀); - Tabagismo; - HAS; - Síndrome Metabólica; Tratamento Não Farmacológico PADRÃO ALIMENTAR Recomendacões Dietéticas - Dislipidemia Faludi AA, et al. – 2017. Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76 Ômega 3 Ômega 3 Principais ácidos graxos da série: ✓ ALA (C18:3) – Origem vegetal (soja, canola e linhaça) ✓ EPA (C20:5) e DHA (C22:6) – Proveniente de peixes e crustáceos de águas frias dos oceanos Pacífico e Ártico. ❑ EPA e DHA – Podem ser produzidos endogenamente no fígado, a partir do ácido graxo essencial ALA (C18:3). ❑ Conversão dependente de fatores fisiológicos. Faludi AA, et al. – 2017. Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76 Recomendações e Evidências para o Consumo de ômega 3 Faludi AA, et al. – 2017. Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76 Óleo de Peixe Ácidos Graxos Ômega 3: ✓ Presentes nos óleos de peixe, algumas plantas e nozes. ✓ Óleo de Peixe – EPA e DHA. ✓ Fontes vegetais – ALA. ✓ Recomendação: 2-4g/dia para redução TG e anti-inflamatório ✓ Óleo de Krill (crustáceo) – Alta biodisponibilidade de EPA e DHA - Melhor digestibilidade e sem sabor residual de peixe. - Presença de Astaxantina – Potente antioxidante - Livre de contaminação por mercúrio. - Mais caro - 1 a 4g / dia Óleo de Krill Fitoesteróis Fitoesteróis ❑ São encontrados apenas nos vegetais ❑ Consumo habitual na população ocidental – 100 a 300mg/dia ❑ Vegetarianos – 600mg/dia Fitoesteróis ❑ Ação dos fitoesteróis no intestino delgado: ✓ Incorporação às micelas de gordura, transportando o fitoestorol até a borda em escova do enterócito. ✓ Transporte dos fitoesterois para o interior do enterócito ✓ Fitoesterol compete com o colesterol pelo sítio de absorção → menor absorção de colesterol → maior eliminação de colesterol nas fezes Fitoesteróis ❑ Consumo de 2g/dia – Reduz em média 10% do LDL- c. ❑ Podem ser consumidos na forma de alimentos, alimentos enriquecidos ou na forma cápsulas – Mesma eficiência. ❑ Devem ser consumidos junto às grandes refeições (ricas em cholesterol) – pois agem pelo mecanismo de competição! Fitoesteróis ❑ Cremes vegetais enriquecidos: Consumo de 2 colheres de sopa. ❑ Cápsulas: 2 à 3 unidades 650 a 900mg de fitoesteróis / cápsula ❑ Efeito – após 3 à 4 semanas de consumo em associação a uma dieta equilibrada. ❑ Redução da absorção de vitaminas lipossolúveis – Aumentar o consumo de vegetais. Fibras Alimentares Fibras Alimentares ❑ De acordo com a sua solubilidade no trato gastrointestinal podem ser divididas em: ✓ Solúveis: - Diminuem a absorção de ácidos biliares, reduzindo níveis séricos de colesterol; - Reduzem insulinemia; - Ex: Beta-glucana, pectina, hemicelulose solúvel, gomas. Fibras Alimentares ✓ Insolúveis: - Permanecem intactas através de todo o trato gastrointestinal; - Promovem aumento do bolo fecal e o estímulo da motilidade; - Maior necessidade de mastigação; - Ex: lignina, celulose e algumas hemiceluloses ❑ Recomendação de Fibras: 25g / dia (mix de fibras) → Redução dorisco de DCV e Câncer Fibras Alimentares ❑ Ação das fibras na redução do colesterol: Forma um gel - Ácidos Biliares Aumentando sua excreção nas fezes Diminuindo reabsorção no ciclo entero-hepático Indução da síntese de novos ácidos biliares Retirada de colesterol circulante (Redução do colesterol sérico)
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