Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
[Demonstração] Velocidade terminal de uma espira quadrada caindo Vinicius Carvalho.∗ Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Campus Petrolina Agosto de 2019 FÍSICA GERAL V PROF.: Lincon Dantas Problemática Uma espira quadrada de fio de cobre cai do repouso em uma região em que o campo B é horizontal, uniforme e perpendicular ao plano da espira, para uma região onde não há campo. O comprimento lateral da espira é s e o diâmetro do fio é d. A resistividade do cobre é ρR e sua densidade é ρM . Se a espira atinge sua velocidade terminal en- quanto seu segmento superior ainda está na região de campo magnético, determine uma expressão para a velocidade terminal. Solução No momento em que a espira atinge sua velocidade terminal, significa dizermos que a força peso (Fg), não consegue mais acele- rar o objeto devido em relação a força resis- tiva, no nosso caso em questão, a força re- sistiva é a força de interação magnética (Fb) entre o campo uniforme presente e o campo gerado por indução na espira devido a lei de Faraday. De ińıcio vamos calcular o va- lor de Fb, para que depois possamos fazer a igualdade entre ela e Fg, para podermos dis- criminar a velocidade nesse momento. Para calcular o valor de Fb primeiro vamos cal- cular o fluxo de campo induzido (Φb)sobre a área exposta da espira que está variando sobre o campo magnético uniforme devido ao movimento.como mostra a figura 1. ∗E-mail:prof.vcarvalho@outlook.com—Graduando em F́ısica no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Sertão Pernambucano. 1 Para calcular o fluxo magnético através da área verde vamos utilizar a relação: Φb = ∫ S < ~B, n̂ > dA (1) O ~B aponta no sentido de −k, e o vetor normal a área n̂ no sentido de kou − k, ou seja obedecem uma relação de paralelismo, deste modo o produto de componentes in- ternas entre eles será: < ~B, n̂ >= | ~B|.|n̂|. cos θ como n̂ é um versor, seu módulo equivale a 1, e como os vetores são paralelos o ângulo entre eles sempre vai ser múltiplos de pi, deste modo o cos θ que é o ângulo entre eles, equivalem sempre a 1 ou -1, no caso consi- deremos 1 devido a n̂ estar no sentido de k, ou seja da equação 1 temos: Φb = | ~B| ∫ S dA Φb = | ~B|A No caso como o objeto está variando e com isso a área exposta ao campo uniforme está diminuindo então temos uma área variável ou A(x) = s.x, onde o valor da largura é constante e vale S e o valor de sua altura é variável e vale x. Deste modo temos: Φb = | ~B|s.x . Como sabemos o valor do fluxo sob a es- pira a partir da lei de Faraday, podemos de- finir qual o valor da força eletromotriz indu- zida (femind) sob essa espira, usando: �ind = dΦB dt (2) �ind = d(| ~B|s.x) dt �ind = | ~B|s. d(x) dt �ind = | ~B|s.ẋ como a femind, ela é proporcional a Iind e a um elemento resistivo R como mostra a eq. 3: �ind = Iind.R (3) logo podemos definir o valor de Iind: | ~B|s.ẋ.R−1 = Iind Ainda, pela segunda lei de ohm: R = ρ L A (4) Onde L = 4s (Todo o comprimento por onde passará a corrente) e A = d2.π.(4−1) (A área de secção transversal do fio da es- pira) e ρ = ρR, deste modo: R = ρ L A R = ρR 4s d2.π.(4−1) R = ρR 16s d2.π Aplicando essa informação a nossa corrente induzida (Iind), temos: Iind = | ~B|s.ẋ.R−1 Iind = | ~B|s.ẋ.(ρR 16s d2.π )−1 Por fim basta calcularmos a força magnética (Fb) que está agindo sobre a espira, através da relação: Fb = Iind.(~dl ∧ ~B) (5) Como o plano da espira é perpendicular a o plano do campo ( ~B), e o elemento ~dl sem- pre será coplanar ao plano da espira, logo ~Be~dl sempre serão ortogonais, deste modo o produto vetorial entre eles é: ~dl ∧ ~B = |~dl|| ~B| sin (π/2) ~dl ∧ ~B = |~dl|| ~B| Aplicando o valor da corrente induzida e o valor do produto vetorial na equação 5 te- 2 mos: Fb = Iind.(~dl ∧ ~B) Fb = (| ~B|s.ẋ.(ρR 16s d2.π )−1).(|~dl|| ~B|) Como a força está sendo aplicada na aresta superior da espira no sentido de −x o com- primento ~dl = s, deste modo: Fb = 1 16 . | ~B|2.π.d2.s.ẋ ρR (6) Como já discriminado anteriormente, no momento em que o corpo atinge velocidade terminal, o valor de Fb se iguala ao valor de Fg, sendo Fg: Fg = mespira.ẍg (7) Sendo que mespira, pode ser escrita dessa forma: mespira = Vespira.ρespira mespira = π.s.d 2.ρM Logo a eq.7 fica: Fg = ẍg.π.s.d 2.ρM Fazendo (6)=(7), temos: ẍg.π.s.d 2.ρM = 1 16 . | ~B|2.π.d2.s.ẋ ρR resolvendo para ẋ: ẋ = 16ρMρR | ~B|2 .ẍg Esta é a velocidade terminal da espira. 3
Compartilhar