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38033505-estudo-das-normas-e-regras-gerais-do-regime-geral-de-previdencia-social-parte-i - Direito Previdenciário GRAN CURSOS 2020

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PREVIDENCIÁRIO
Estudo das Normas e Regras Gerais do
Regime Geral de Previdência Social –
Parte I
Livro Eletrônico
2 de 155https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Frederico Martins
Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Estudo das Normas e Regras Gerais do Regime Geral de Previdência Social – Parte I
....3
1. O Estudo das Normas e Regras Gerais do RGPS (Parte I) . ...............................................3
1.1. Introdução ............................................................................................................................3
2. Segurados, Filiação e Inscrição . ........................................................................................ 11
2.1. Segurados obrigatórios . ................................................................................................. 12
2.2. Segurados Facultativos . ................................................................................................ 60
3. Filiação e Inscrição . ............................................................................................................ 61
3.1. Filiação . .............................................................................................................................62
3.2. Inscrição . ..........................................................................................................................72
4. Tempo de Contribuição . ......................................................................................................73
4.1. A Comprovação do Tempo de Contribuição. ................................................................. 84
4.2. A Indenização de Períodos Anteriores ao RGPS, o Reconhecimento de Tempo de 
Filiação e a Retroação da DIC . .............................................................................................. 85
Resumo . ....................................................................................................................................87
Questões de Concurso . .......................................................................................................... 114
Gabarito . ................................................................................................................................. 121
Gabarito Comentado . ............................................................................................................ 122
Referências ............................................................................................................................ 152
***
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divisão
de custos
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Whatsapp
3 de 155https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Frederico Martins
Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
ESTUDO DAS NORMAS E REGRAS GERAIS DO REGIME 
GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – PARTE I
1. O EstudO das NOrmas E rEgras gErais dO rgPs (PartE i)
1.1. iNtrOduçãO
Chegamos ao estudo das normas e regras gerais do RGPS. Podemos chamar esse estudo, 
então, em analogia ao Direito Civil e ao Direito Penal, de parte geral do Direito Previdenciário.
Note que já estudamos a fundo diversos aspectos normativos, doutrinários e jurispru-
denciais da seguridade social até aqui em nosso curso. Abordamos a evolução histórica da 
seguridade social no mundo e no Brasil. Estudamos os modelos e sistemas de previdência.
Adentramos nas especificidades da instituição do complexo sistema normativo-consti-
tucional de proteção social de nosso país, trazendo a minúcia as balizas constitucionais e 
legais da estruturação da saúde, previdência e assistência social em nosso ordenamento 
jurídico. Também já estudamos as questões relacionados ao financiamento e ao custeio da 
seguridade social.
Agora vamos adentrar com mais especificidade na previdência e, em especial, no Regime 
Geral de Previdência Social, o RGPS.
Introdutoriamente, portanto, para reforçar nossa base de conhecimento nessa parte da 
caminhada, cabe a mim pontuar a você algumas características essenciais do RGPS.
Pios bem, você deve se lembrar de que, como base primordial da desse regime geral, estão 
a obrigatoriedade da filiação e também a necessidade de contribuições previdenciárias para 
o financiamento do sistema. O princípio da solidariedade social, como vimos, é o maior valor 
de sustentação desse grande sistema de proteção social público, destinado à manutenção e 
à prevenção das contingências sociais eleitas pelo Constituinte no art. 201, incisos I a V, CF.
Quem trabalha, portanto, é obrigado a se filiar. Do simples trabalho – ou melhor, do sim-
ples fato de estar trabalhando –, já nasce a relação jurídico-previdenciária. Cabe lembrar, 
desde já, contudo, que há também uma única espécie de segurado que não necessita estar 
trabalhando para ser filiado: trata-se do segurado facultativo. Veremos isso com maiores de-
talhes nos tópicos seguintes de nosso estudo.
***
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Frederico Martins
Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
De todo modo, nessa introdução, é importante você observar que o Regime Geral de Pre-
vidência Social é responsável, em grande medida, pela manutenção da economia em muitas 
cidades brasileiras de menor porte, as quais não possuem autossuficiência econômica. Digo 
a você que, na minha experiência profissional da judicatura, na magistratura federal, pude 
ver, ao longo dos últimos anos, que, em cidades menores, a economia local é realmente sus-
tentada pelo pagamento dos benefícios previdenciários do RGPS. Além desses benefícios 
previdenciários, essas cidades também se sustentam, bastante, com base no pagamento do 
benefício assistencial ao idoso e ao deficiente, previsto na lei orgânica da assistência social.
Em cidades do interior de estados com vocação agropecuária, a cobertura do RGPS – 
e, bem assim, o pagamento de prestações previdenciárias –, ganha ainda maior relevância 
quando levamos em consideração a grande massa de trabalhadores rurais que se aposenta, 
na imensa maioria das vezes, tão somente pela comprovação de que se trata de trabalhador 
campesino.
Como vimos no capítulo anterior, o trabalhador rural se aposenta antes do trabalhador 
urbano. Além disso, quando se tratar de trabalhador em regime de economia familiar – em 
especial, o segurado especial –, não há contributividade efetiva. Logo, essa peculiaridade é 
determinante para se observar o quão importante é a manutenção do RGPS para a economia 
de milhares e milhares de municípios do interior do Brasil, especialmente nos estados do 
Centro-Oeste e Norte do país.
Nesse ponto, relacionado à grande demanda da previdência social no meio rural, tem-se 
uma grande discussão, referente ao enquadramento de alguns tipos de trabalhadores. Volto 
a dizer: como vimos em nosso capítulo relacionado ao custeio e ao financiamento, os traba-
lhadores rurais que laboram em regime de economia familiar, na prática, não contribuem para 
a previdência social, pois, segundo a Constituição Federal de 1988, esse tipo de trabalhador 
somente contribuirá se houver resultado da comercialização de sua produção. E, não havendo 
o resultado ou, tampouco, comercialização da produção, não há que se falar em pagamento 
efetivo de contribuição previdenciária.
Logo, não há dúvidas de que o grande déficit da previdência social deriva da previdência 
social no setor rural, especificamente para os trabalhadores rurais em regime de economia 
familiar.
***
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Frederico Martins
Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Sobre esse tema delicado, para você se situar bem, vale a transcrever a notícia extraídado 
site da previdência social em 6 de junho de 2013:
SETOR URBANO REGISTRA SUPERÁVIT DE R$ 2,4 BILHÕES
RGPS: Setor urbano registra superávit de R$ 2,4 bilhões
Publicado: 06/12/2012 15:28
Última modificação: 03/09/2015 14:42
Previdência Social pagou quase 30 milhões de benefícios
Da Redação (Brasília)- Em outubro, o saldo entre arrecadação e pagamento de benefícios no setor 
urbano ficou positivo em R$ 2,4 bilhões.
É o oitavo superávit deste ano.
Se comparado ao mesmo período do ano passado, quando o resultado urbano foi de R$ 3,1 bilhões, 
houve queda de 23,2%.
O valor leva em conta o pagamento de sentenças judiciais e a Compensação Previdenciária (Com-
prev) entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os regimes próprios de Previdência Social 
(RPPS) de estados e municípios.
(...)
No acumulado de janeiro a outubro, o saldo positivo soma R$ 11,5 bilhões – aumento de 19,2% em 
relação ao mesmo período do ano passado. O valor é resultado de uma arrecadação de R$ 214,8 
bilhões e despesa de R$ 203,3 bilhões.
Rural – A arrecadação líquida rural caiu 7,9%, em outubro, na comparação com o mesmo mês de 
2011. Foram arrecadados R$ 462,6 milhões. Em relação a setembro de 2012, quando foram arreca-
dados R$ 502,2 milhões, também houve queda de 7,9%.
A despesa com pagamento de benefícios para o segmento rural teve redução de 14,9%, se compa-
rado a setembro deste ano, e aumento de 13,2, em relação ao mesmo mês de 2011. Foram gastos 
R$ 5,6 bilhões.
(...)
A maior parte dos benefícios (67,2%) – incluídos os assistenciais – pagos em outubro de 2012 
tinham valor de um salário mínimo, contingente de 20,1 milhões de benefícios. Desses, 42,5% refe-
rem-se a pagamentos do setor rural, 37,7% do setor urbano.
Veja que os dados são de 2015, mas o déficit da Previdência Social não mudou de lá pra 
cá, notadamente porque o meio rural continuou a ser o setor que mais demanda a cobertura 
do RGPS, por conta do desequilíbrio atuarial de suas contas. Note, também, que a maior de-
manda de concessão de benefícios assistenciais vem do campo. As áreas rurais do país ain-
da são, de fato, muito pouco desenvolvidas do ponto de vista da disponibilização de direitos 
sociais mínimos. Disso resulta a mão assistencial do Estado para manter a sobrevivência das 
pessoas.
Quais são as contingências sociais que são cobertas pelo Regime Geral de Previdência 
Social?
***
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Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A resposta, como vimos, está na Constituição Federal de 1988 e, também, na Lei n. 
8213/91. São as seguintes contingências sociais cobertas pelo nosso regime geral de previ-
dência social:
• doença;
• invalidez;
• morte;
• idade avançada;
• proteção à maternidade, especialmente à gestante;
• proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
• proteção à família de baixa renda, por meio do salário-família;
• proteção à família de baixa renda em razão da reclusão do segurado instituidor.
Essas previsões estão assinaladas no art. 201 da Constituição Federal de 1988, que trans-
crevo abaixo:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
n. 103, de 2019)
I – cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade 
avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
n. 20, de 1998)
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 20, de 1998)
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, 
observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
Cabe destacar, contudo, como já assinalamos em nosso capítulo II, que o seguro desem-
prego1 é um benefício que não é pago do âmbito do INSS. Embora a Constituição Federal 
indique que a contingência social do desemprego involuntário seja objeto do Regime Geral de 
Previdência Social, o seguro desemprego não é tratado desta forma pela legislação ordinária. 
1 AMADO, Frederico. In: Curso de Direito e Processo Previdenciário. 11ª ed. Salvador: Editora JusPodvim, 2019. pg. 129.
***
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Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A Lei n. 7.998/90 determina que o seguro desemprego seja pago pelo Ministério do Trabalho, 
com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Relembro, mais uma vez, que há discussão acerca da natureza jurídica do seguro desem-
prego, ou seja, se se trata de benefício previdenciário ou de benefício assistencial, ou ainda 
um benefício sui generis. Sobre isso, a Administração Pública Federal, por meio da Advocacia 
Geral da União, editou a Parecer CONJUR/TEM 256/2010, que aponta que se trata de benefício 
previdenciário. O órgão de advocacia pública da União argumenta isso com base na leitura 
do artigo 201, inciso III, da Constituição Federal, o qual prescreve, literalmente, o desemprego 
involuntário como objeto de cobertura da previdência social.
De todo modo, tem prevalecido o entendimento de que se trata de um benefício de cunho 
mais assistencial do que previdenciário.
Quais são as normas que instituem e regulam o Regime Geral de Previdência Social?
Bom, já havíamos visto exaustivamente até aqui, que, no plano constitucional, é o artigo 
201 da Constituição Federal que traça as diretrizes essenciais de nosso ordenamento jurídico 
relativas ao Regime Geral de Previdência Social.
Além disso, há duas leis de suma importância no plano infraconstitucional: a Lei n. 
8.212/91 e a Lei n. 8.213/91, leis essas que tratam, respectivamente, do custeio e do plano de 
benefícios e serviços do RGPS. Não menos importante, há também o Decreto n. 3.048/99, que 
regula o plano de benefícios, o processo administrativo previdenciário e dá outras providên-
cias. Devo lembrar que há, ainda, outras leis também importantes, as quais destaco a seguir: 
a Lei n. 9.876/99; a Lei n. 10 666/03. Por fim, no plano infralegal, cabe relembrar a importância 
da instrução normativa INSS 77/20152, bem como a Instrução Normativa RFB 971/093 .
Como é feita a administração do Regime Geral de Previdência Social?
Sobre esse tema, vamos fazer uma revisão rápida do que já foi dito em nosso capítulo I. 
Inicialmente, cabia ao Ministério da Previdência Social a administração do Regime Geral de 
Previdência Social. No âmbito deste Ministério, foi criado o Instituto Nacional do Seguro 
2 Estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de direitos dos segurados e beneficiários da Previdência 
Social, com observância dos princípios estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal de 1988.
3 Dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à Pre-
vidência Social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil 
(RFB).
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Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Social, uma autarquia federal, cuja criação sobreveio após a fusão do Instituto de Adminis-
tração Financeira da Previdência e Assistência Social com o Instituto Nacional de Previdência 
Social. Essa fusão foi determinada pela Lei n. 8.029/90.Ao longo dos últimos anos, contu-
do, a localização administrativa, digamos, do INSS, variou. Em 2016, pela Lei n. 13.341/16, 
as atribuições administrativas e previdenciárias daquele instituto passaram para a pasta do 
Ministério da Fazenda. Em 2019, foi o Ministério da Economia que passou a exercer o contro-
le sobre a pasta da previdência social, tendo sido criada, para isso, a Secretaria Especial de 
Previdência e Trabalho. Atualmente, portanto, a supervisão ministerial do INSS e do Ministério 
da Economia.
Sobre o funcionamento e a eficiência da estrutura administrativa do INSS, acho interes-
sante lembrar você da situação estrutural em que hoje se encontra o atendimento previdenci-
ário à população. Veja: não dá pra separar o estudo do direito previdenciário do cotidiano, do 
que se vê no mundo real em relação ao atendimento dos segurados e dependentes do RGPS.
Nesse tópico, a grande celeuma recente se refere às intermináveis filas de atendimento 
que se formam pelas agências da previdência social Brasil afora. Inúmeras ações judiciais, 
especialmente mandados de segurança, foram ajuizadas para que os segurados obtivessem 
o direito de serem atendidos no prazo de até 45 dias.
A jurisprudência oscila bastante com relação a esse assunto e não há decisões vincu-
lantes nos Tribunais Superiores. Particularmente, tenho entendido que a intervenção do Ju-
diciário somente se justifica se a demora ultrapassar o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, 
contados do requerimento administrativo.
É certo que o texto constitucional vigente ¬– expressamente no inciso LXXVII do art. 5º –, 
assegura a todos a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
sua tramitação. É induvidoso, pois, que a agilidade na resolução das demandas, sejam estas 
administrativas ou judiciais, é uma necessidade para a garantia da efetividade dos direitos 
dos cidadãos.
A própria Constituição Federal de 1988 impõe à Administração Pública o dever de atuar 
com eficiência na realização de seus atos, devendo se orientar conforme a legalidade im-
posta. Mas, como a duração razoável do processo é um conceito aberto, balizado pela 
***
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Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
razoabilidade, e observado caso a caso, é importante tomar as referências legislativas acerca 
dos prazos que regulam o processo administrativo federal, a fim de que se tenha um norte, 
um direcionamento do que se pode conceber como satisfatório daquele direito fundamental.
Não há lei ou regulamento específico do processo administrativo previdenciário. Assim, 
no âmbito da legislação infraconstitucional, o processo administrativo previdenciário é regu-
lado pela norma geral, Lei n. 9.784/99. Os artigos 48 e 49 deste diploma legal tratam especifi-
camente do fato de o administrador público, no prazo de 30 (trinta) dias após a conclusão da 
instrução processual, ter o dever de decidir.
Vejamos:
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrati-
vos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trin-
ta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
Todavia, há algumas considerações de ordem prática e consequencialista em relação a 
possível, mas não desejada, interpretação literal absoluta daquele prazo. É que, veja: ainda 
que o art. 49 da Lei n. 9.784/99 determine que a Administração Pública Federal tenha o prazo 
de até trinta dias para decidir, após a conclusão do processo administrativo, salvo prorroga-
ção por igual período expressamente motivada, não se desconhece o acúmulo de serviço a 
que são submetidos os servidores do instituto previdenciário, impossibilitando, muitas vezes, 
o atendimento do prazo determinado pela legislação.
Além disso, chamo à atenção ao fato de que o prazo de trinta dias disciplinado na legisla-
ção mencionada é para proferir decisão e não para o encerramento da instrução do processo 
administrativo. Para a conclusão da instrução processual, não existe disciplina normativa 
previdenciária especifica que disponha sobre um prazo exato.
Além disso, em termos práticos, não há como negar que a Autarquia Previdenciária, assim 
como a Administração Pública em geral, passa por um estado de penúria, com dificuldade 
na reposição de servidores em razão do apertado orçamento federal. Exigir que, em tão curto 
prazo, o INSS instrua e finalize todos os processos administrativos é irrazoável diante do qua-
dro atual (aumento da demanda e diminuição do quadro de servidores).
***
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Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
O INSS tem atuado na adoção de medidas tecnológicas visando ao aperfeiçoamento e à 
celeridade do atendimento aos segurados, mas a situação ainda se encontra longe do ideal.
Veja, aliás, que, no final do ano de 2019 – precisamente em 11 de dezembro –, o presidente 
do Instituto Nacional do Seguro Social editou a Portaria n. 3.213, a qual instituiu o Sistema de 
Governança do INSS visando promover o aprimoramento do processo decisório e a melhoria 
do desempenho institucional da autarquia. Dentre os objetivos, tem-se a promoção da gestão 
estratégica do INSS, focada na melhoria contínua dos serviços ofertados aos beneficiários e 
segurados da previdência social, além da simplificação administrativa e da modernização da 
gestão pública.
Como dito, a situação atual ainda não é ideal, mas mudanças estão sendo estudadas com 
o fim de melhorar o serviço ofertado.
Em nível jurisprudencial, o entendimento, ao que parece, tem sido tendente à flexibilização 
do prazo de instrução e julgamento, não se adotando uma analogia cega e absoluta do prazo 
previsto nos artigos 48 e 49, da Lei n. 9.784/99. Veja, nesse sentido, que o Tribunal Regional 
Federal da 4ª Região, em deliberação do Fórum Interinstitucional Previdenciário, tem conside-
rado razoável o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data do respectivo protocolo, 
para análise de requerimentos administrativos, tendo em vista a implantação de novos sis-
temas de trabalho na Autarquia Previdenciária e o empenho em aprimorá-los com recursos 
tecnológicos, para dar vazão ao número crescente de demandas, evitando a judicialização 
de questões que podem ser resolvidas na via administrativa. Entendimento esse que já vem 
sendo adotado nos julgados daquele Tribunal.
Colaciono abaixo o julgado respectivo:
PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRAZO 
RAZOÁVEL.
1. A Administração Pública tem o dever de obediência aos princípios da legalidade e da 
eficiência, previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, devendo ainda obser-
var o postulado do due process of law estabelecido no inciso LV do artigo 5º da Carta 
Política. Por outro lado, desde o advento da EC n. 45/04 são assegurados a todos pelo 
inciso LXXVIII do artigo 5º a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação.
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Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
2. A prática de atos processuais administrativos e respectiva decisão em matéria pre-
videnciária encontram limites nas disposições dos artigos 1º, 2º, 24, 48 e 49 da Lei 
n. 9.784/99, e 41, § 6º, da Lei n. 8.213/91.
3. Postergada, pela Administração, manifestação sobre pretensão do segurado, resta 
caracterizada ilegalidade, ainda que a inércia não decorra de voluntária omissão dos 
agentes públicos competentes, mas de problemas estruturais ou mesmo conjunturais 
da máquinaestatal.
4. Hipótese em que não foi ultrapassado o prazo de 180 dias. Deferida a liminar, o INSS 
procedeu à análise do processo administrativo, restando prejudicada a remessa oficial.
(TRF4. REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL N. 5045342-10.2018.4.04.7100/RS)
Assim, conforme se pode observar, tem sido visto como razoável o prazo de instrução e 
decisão de até 180 (cento e oitenta) dias para conclusão do processo administrativo de re-
querimento de concessão e/ou revisão de benefício junto ao INSS.
Mas destaco: o entendimento acima é variante, de modo que muitos julgados entendem 
por bem aplicar por analogia o prazo de trinta dias para a análise e finalização do processo 
administrativo.
Quais são as características gerais do Regime Geral de Previdência Social?
Público, contributivo, escorado no equilíbrio financeiro e atuarial, de filiação obrigatória 
para os trabalhadores em geral, de repartição e de fundo único, solidário, de gestão quadri-
partite e custeio tripartite. A doutrina aponta que se trata de um pacto político e social intra e 
intergeracional4 .
2. sEguradOs, FiliaçãO E iNscriçãO
No Regime Geral de Previdência Social, há dois grandes grupos de segurados. Temos os 
segurados obrigatórios e os segurados facultativos. Em geral, os segurados obrigatórios são 
os trabalhadores da iniciativa privada, com algumas exceções dispostas na Lei n. 8.213/91, 
de trabalhadores que, embora vinculados à Administração Pública, ficam acobertados pelo 
Regime Geral da Previdência Social.
4 Idem, pg. 237.
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Estudo das Normas e Regras Gerais do 
Regime Geral de Previdência Social – Parte I
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Mas a regra é que quando falamos em trabalhadores da administração pública estaremos 
falando de servidores públicos e, logo, falaremos em Regimes Próprios de Previdência Social. 
Com os militares é a mesma coisa. Eles estão vinculados a um Regime Próprio de Previdência 
Social e não ao Regime Geral da Previdência Social.
Há a possibilidade, contudo, de um trabalhador do serviço público também trabalhar na 
iniciativa privada, quando houver a probabilidade de acumulação de cargos e/ou quando não 
houver a vedação de dedicação exclusiva no cargo/emprego público. Cabe lembrar que é 
possível – dentro dessa circunstância – que o cargo ou emprego acumulado esteja abrangido 
pelo Regime Geral da Previdência Social. Verifique, nesse ponto, o art. 37, inciso XI, da Cons-
tituição Federal. Veja que, em tese, pela leitura literal da norma, deveria ser observado o limite 
do funcionalismo público – ou melhor, o teto remuneratório do serviço público – para esses 
casos de acumulação também.
Mas, recentemente, o Supremo Tribunal Federal proferiu entendimento diverso a esse res-
peito. Senão, vejamos:
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e fun-
ções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada 
um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao 
somatório dos ganhos do agente público.
STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 
27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).
É possível, ainda, que um segurado seja filiado em mais de uma categoria do Regime Ge-
ral da Previdência Social. É possível, então, que alguém tenha algum trabalho formalmente 
instituído em carteira assinada – ou seja, seja um empregado –, e, ao mesmo tempo, seja um 
autônomo, contribuinte individual.
2.1. sEguradOs ObrigatóriOs
Bom, agora que você já conhece todos os tipos de segurados do Regime Geral da Pre-
vidência Social, vamos adentrar no conhecimento de cada espécie. Primeiramente, vamos 
tratar do primeiro grande subgrupo de segurados: os segurados obrigatórios.
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A regulamentação infraconstitucional dos segurados obrigatórios reside na leitura do ar-
tigo 12 da Lei n. 8.212/91, bem como do art. 11 da Lei n. 8.213/91. No plano infralegal, o De-
creto n. 3.048/99, especificamente no seu artigo 9º, trata desta espécie de segurado. Indo 
mais a fundo, não podemos esquecer que, explicitando ainda mais os contornos dos segura-
dos obrigatórios, os artigos 2º até o art. 57 da Instrução Normativa INSS n. 77/15 tratam, em 
minúcias, do assunto.
Como disse anteriormente, a regra é que qualquer trabalhador que exerce a suas ativida-
des no território nacional e não seja servidor público ou ainda militar já vinculado ao regime 
próprio de previdência social, será coberto pelo Regime Geral da Previdência Social. Estamos 
falando, pois, do princípio da territorialidade da filiação ao RGPS. Vamos relembrar?
Existem trabalhadores fora do Brasil que são segurados ao RGPS. De outro lado, existem 
trabalhadores no Brasil que, embora estejam trabalhando em território nacional, não estão 
filiados ao RGPS.
Vamos relembrar as hipóteses:
A regra da Lei Previdenciária é a da territorialidade, ou seja, incide a lei previdenciária brasi-
leira às relações jurídicas de trabalho desenvolvidas em território nacional, nos moldes das 
categorias de segurados definidos na Lei n. 8.213/91 e na Lei n. 8.213/91.
Há exceção, contudo, prevista na segunda parte do art. 11, inciso I, alínea “d”, da Lei n. 8.213/91, 
no que toca ao
Não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previ-
denciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular.
Em síntese, temos as seguintes exceções, ou seja, as hipóteses nas quais não haverá cober-
tura pelo RGPS mesmo se houver trabalho em território nacional:
• não brasileiro sem residência permanente no Brasil;
• brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplo-
mática ou repartição consular.
Então, diante das hipóteses acima, vamos conjecturar.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Um não brasileiro com residência permanente no Brasil que trabalhe em uma empresa 
brasileira como empregado, possui cobertura do RGPS?
SIM, pois a lei exclui apenas aquele não brasileiro que não possua residência permanente no 
Brasil e, no caso, o não brasileiro do exemplo possui residência permanente.
Um brasileiro que trabalhe no Brasil, mas já esteja coberto pela legislação previdenciária 
do país da missão diplomática ou repartição consular onde trabalha, está coberto tam-
bém pelo RGPS?
NÃO, pois ele já possui cobertura de acordo com a legislação previdenciária do respectivo 
país relacionado à missão diplomática ou repartição consular.
Em outros termos, a territorialidade da Lei Previdenciária é mitigada nessas hipóteses, 
no que toca à formação de relação jurídico-previdenciária. Nada obsta, contudo, a incidência 
de outros direitos afetos à proteção social estatal previstos na seguridade social brasileira, 
permanecendo hígida a possibilidade de que àqueles não-brasileiros seja garantido o direito 
à saúde e, bem assim, à assistência social.
Com relação a distinção entre a categorização de um segurado obrigatório como sendo 
rural ou urbano, como saberemos enquadrá-lo? A distinção reside no meio em que ele traba-
lha ou diante da natureza da atividade prestada?
Reside na natureza da atividade ou do serviço efetivamente prestado pelo empregado ou 
pelo contribuinte individual. Nada impede, portanto, que um trabalhador rural exerça a sua 
atividade rural, portanto, dentro da cidade. Também não será impeditivo o enquadramento de 
um trabalhador urbano que trabalhe no campo.
Tudo dependerá do tipo de atividade realmente prestada por esse tipo de trabalhador. E, 
para isso, vale observar o quediz o art. 7º, inciso IV, da Instrução Normativa INSS n. 77/15:
Art. 7º Observadas às formas de filiação dispostas nos arts. 8º, 13, 17, 20 e 39 a 41, deverão ser 
consideradas as situações abaixo:
IV – a caracterização do trabalho como urbano ou rural, para fins previdenciários, conforme disci-
plina inciso V do caput do art. 8º, depende da natureza das atividades efetivamente prestadas pelo 
empregado ou contribuinte individual e não do meio em que se inserem.
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Vejamos a jurisprudência a respeito:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ALUNO-APRENDIZ. 
ADMINISTRADOR DE FAZENDA. 1. O tempo de serviço postulado como aluno aprendiz 
de escola técnica profissionalizante somente poderá ser computado para aposentado-
ria se estiver de acordo com o disposto no ART-58, INC-21, LET-A e LET-B, do DEC-
611/92, ou DEC-2172/97. 2. A caracterização do trabalho como urbano ou rural depende 
da natureza das atividades efetivamente prestadas e não do meio em que se inserem. 
3. Caracterizam-se como atividades urbanas as de Administrador de Fazenda, relativas 
ao pagamento e orientação de pessoal, aquisição de mercadorias, etc. 4. Improcede o 
pedido de aposentadoria por tempo de serviço quando reconhecido o tempo de serviço 
de apenas 27 anos e nove meses. 5. Apelação do autor improvida
(AC - APELAÇÃO CÍVEL 96.04.33087-0, NYLSON PAIM DE ABREU, TRF4 - SEXTA TURMA, 
DJ 10/12/1997 PÁGINA: 108428.)
E a doutrina e a jurisprudência têm tido dificuldades em enquadrar como “rural” ou “ur-
bana” algumas atividades profissionais, tais como tratorista, operador de motosserra, admi-
nistrador de fazenda. Em geral, estes são considerados trabalhadores urbanos quando em 
análise de pedidos administrativos feitos perante a autarquia previdenciária.
No âmbito dos tribunais, essa posição administrativa do INSS tem sido alterada, mas há 
muita divergência ainda.
Essa divergência é bastante acentuada em relação aos julgamentos que tratam do enqua-
dramento do administrador da fazenda.
Há julgados que se alinham no sentido de que o administrador de fazenda é um traba-
lhador urbano, mesmo que trabalhe em meio rural. Mas, há outros julgados que dizem que o 
administrador de fazenda é naturalmente um trabalhador rural se trabalhar em meio rural. De 
fato, não faria sentido um tratorista ser considerado rural se operasse sua máquina no meio 
da cidade.
No Superior Tribunal de Justiça, tem prevalecido a linda que enquadra um administrador 
da fazenda como trabalhador rural. Colaciono abaixo um julgado do STJ nessa linha. Senão, 
vejamos:
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PREVIDENCIÁRIO - EMBARGOS DECLARATÓRIOS - ARTS. 535 II DO CPC - OBSCURI-
DADE INEXISTENTE - TRABALHADOR RURAL? PROVA DOCUMENTAL? CERTIDÃO DE 
CASAMENTO - ANOTAÇÕES NA CTPS? CARÊNCIA - INEXIGIBILIDADE - CONCESSÃO DO 
BENEFÍCIO.
- A norma processual é clara ao fixar as hipóteses, na via dos Embargos Declaratórios, 
de mudança do teor do julgado prolatado, tais como, omissão, contradição ou obscuri-
dade. Não é o caso dos autos, porquanto o mesmo não incorreu em nenhuma das hipó-
teses. No caso em exame, não se vislumbra qualquer indício da omissão apontada que 
venha a justificar o caráter infringente do julgado.
- No que se refere à comprovação da atividade rurícola do autor, além dos depoimen-
tos testemunhais, a Certidão de Casamento, acostada à fls.08 dos autos, que declara 
sua profissão de tratorista e as anotações em sua CTPS comprovam seu trabalho em 
empresas agropecuárias no cargo de tratorista e serviços gerais da fazenda, o que cons-
titui um início razoável de prova material para comprovação do exercício da atividade 
laborativa rural.
- Quanto à falta de preenchimento do requisito do período de carência, não representa 
óbice para a concessão do benefício de aposentadoria por idade, pois o art. 143, da Lei 
8.213/91, dispensa, expressamente, essa exigência, em se tratando de trabalhador rural.
- Precedentes desta Corte - Recurso conhecido, porém, desprovido.
(REsp 591.370/MG, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUINTA TURMA, julgado em 
03/06/2004, DJ 02/08/2004, p. 529)
Veja, contudo, que a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados 
Especiais Federais, em pedido de uniformização de sua jurisprudência, já decidiu, recente-
mente, no sentido de que deve valer a literalidade do que consta na Instrução Normativa INSS 
77/15, ou seja, de que o administrador da fazenda é considerado empregado urbano ou con-
tribuinte individual urbano, conforme a relação de trabalho formada.
Vejamos:
De rigor anotar, nesse sentido, que a segunda testemunha ouvida, Aldoney Batista 
Siqueira, ratificou o exercício da atividade de administrador de fazenda por parte do 
genitor do postulante.
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Insta destacar, contudo, que referida atividade vincula quem a desenvolve ao regime 
urbano como empregado ou contribuinte individual, nos termos do que dispõe a Instru-
ção Normativa n. 77/2015 do Instituto Nacional do Seguro Social:
Art. 7º. (...) V - o segurado, ainda que tenha trabalhado para empregador rural ou para 
empresa prestadora de serviço rural, no período anterior ou posterior à vigência da Lei 
n. 8.213, de 1991, será considerado como filiado ao regime urbano como empregado ou 
contribuinte individual, conforme o caso, quando enquadrado, dentre outras, nas seguin-
tes categorias:
a) carpinteiro, pintor, datilógrafo, cozinheiro, doméstico e toda atividade que não se 
caracteriza como rural;
b) motorista, com habilitação profissional, e tratorista;
c) empregado do setor agrário específico de empresas industriais ou comerciais, assim 
entendido o trabalhador que presta serviços ao setor agrícola ou pecuário, desde que tal 
setor se destine, conforme o caso, à produção de matéria-prima utilizada pelas empre-
sas agroindustriais ou à produção de bens que constituíssem objeto de comércio por 
parte das empresas agrocomerciais, que, pelo menos, desde 25 de maio de 1971, vigên-
cia da Lei Complementar - LC n. 11, de 25 de maio de 1971, vinha sofrendo desconto 
de contribuições para o ex-Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, ainda que a 
empresa não as tenha recolhido;
d) empregado de empresa agroindustrial ou agrocomercial que presta serviço, indistin-
tamente, ao setor agrário e ao setor industrial ou comercial;
e) motosserrista;
f) veterinário e administrador e todo empregado de nível universitário;
g) empregado que presta serviço em loja ou escritório; e
h) administrador de fazenda, exceto se demonstrado que as anotações profissionais 
não correspondem às atividades efetivamente exercidas (grifei).
Dessa forma, resta evidenciado que a subsistência do grupo familiar a que pertencia o 
autor não dependia de atividades típicas de segurados especiais, tampouco era prove-
niente do exercício de trabalho campesino em regime de economia familiar.
Assim, nada obstante a relação do requerente com o meio rural tenha sido indicada 
por início de prova material e corroborada pelas testemunhas, não merece trânsito o 
pedido de reconhecimento da qualidade de segurado especial no período de 25/09/1970 
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a 31/12/1975, porque não integrava família típica de agricultores de subsistência em 
regime de economia familiar.
(...)
(Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei(Presidência) 5001223-
08.2017.4.04.7032, MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO - TURMA NACIONAL DE 
UNIFORMIZAÇÃO.)
Diversamente da TNU e, então, seguindo a linha do STJ, já decidiu o Tribunal Regional 
Federal da 1ª Região no sentido de que o administrador de fazenda é empregado rural 
sim. Vejamos:
APELAÇÃO CIVEL. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. QUALIDADE DE SEGURADO 
ESPECIAL DO INSTITUIDOR COMPROVADA. QUALIDADE DE DEPENDENTE INCONTESTE. 
FILHOS. BENEFÍCIO DEVIDO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. CORREÇÃO MONE-
TÁRIA E JUROS.
(...)
4. Consta nos autos início de prova documental relativo ao exercício de atividade rural 
em regime de economia familiar pelo falecido como, por exemplo, registro de vínculo 
empregatício em CTPS de natureza rural, como administrador de fazenda, entre 1984 e 
1987 (f. 14) e certidão de óbito, com profissão lavrador, corroborada por prova testemu-
nhal.
(...)
6. Recurso parcialmente provido.
(AC 0023516-83.2010.4.01.9199, JUIZ FEDERAL RÉGIS DE SOUZA ARAÚJO, TRF1 - PRI-
MEIRA TURMA, e-DJF1 13/11/2015 PAG 369.)
Enfim e em suma: além da TNU, nem sempre os tribunais de segunda instância tem feito 
alinhamento ao Superior Tribunal de Justiça, até porque, ao que se sabe, até o momento, não 
há um precedente vinculante nos tribunais superiores em relação a esse tema.
Em outras atividades também há essa celeuma. Vejamos o caso do motosserista, confor-
me o seguinte julgado do TRF-1ª Região5, que considerou tal atividade como sendo urbana:
(...)
Com efeito, consoante observou o douto juízo primevo, mesmo a certidão de óbito o 
qualifica como “motosserrista”, sendo que a narrativa do boletim de ocorrência indica 
que a morte deu-se durante o carregamento de toras de madeira em um caminhão.
5 AMADO, Frederico. In: Curso de Direito e Processo Previdenciário. 11ª ed. Salvador: Editora JusPodvim, 2019. pg. 289.
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2. Ausente início de prova material idôneo a comprovar a qualidade de trabalhador 
rural (...)
(TRF-1ª Região - APELAÇÃO CÍVEL 200601990443056/MT, RELATOR(A): JUIZ FEDE-
RAL FRANCISCO HÉLIO CAMELO FERREIRA – julgado em 16/06/2011)
Cito outro julgado, agora no âmbito do TRF-3ª Região, que entendeu que o tratorista é 
rural, caso opere o trator em meio rural:
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO. 
TRATORISTA. OPERADOR DE MOTOSSERRA. TRABALHADOR RURAL.
(...)
2. Para que seja considerado trabalhador urbano, o operário, muito embora empregado 
em empresa rural, deve trabalhar no escritório ou nas instalações industriais, sem liga-
ção direta com a atividade campesina.
3. Se tratorista opera um trator para uma empresa instituída no meio urbano e de ativi-
dades tipicamente urbanas, evidentemente que é trabalhador urbano, mas se labora no 
campo em atividade diretamente ligada ao meio rural, é rurícola. Precedentes do STJ, 
desta Corte e do TST. Orientação Jurisprudencial do TST.
4. O operador de motosserra, se trabalha em empresa urbana, na poda de árvores em 
ruas, por exemplo, não pode ser considerado rurícola, mas, se a sua atividade é rural, em 
empresa rural, então é campesino. Precedentes do TST. 5. NFLD anulada. 6. Apelação da 
autora provida.
(TRF3, AC n.º 00334372219954036100, Rel. Des. Fed. Henrique Herkenhoff, 2ª T., D: 
07/04/2009, DJU: 23/04/2009).
Vale observar ¬– e aí faço a lembrança do capítulo anterior – que toda essa distinção é 
sobremaneira relevante no aspecto prático e não meramente conceitual. Influencia direta-
mente, por exemplo, na eleição do requisito temporal da aposentadoria por idade destes tra-
balhadores. No quanto da carência, não é tão relevante, pois veja: a comprovação da filiação 
no caso do administrador da fazenda dar-se-á pelo seu registro formal de trabalho em car-
teira assinada, de modo que, como se sabe, a Lei Previdenciária retira disso a presunção de 
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que seu empregador promoverá o recolhimento das contribuições previdenciárias aos cofres 
do INSS. Logo, não será importante para o caso a distinção do enquadramento sobre ser rural 
ou urbana no que toca ao cumprimento da carência, pois os 15 anos de contribuição mínima 
estarão contemplados naquela presunção citada.
O que mudará, em termos de requisitos para aposentação, será a redução ou não do re-
quisito etário, eis que para todo e qualquer trabalhador rural, como vimos no capítulo anterior 
ao presente, haverá a redução da idade mínima para se aposentar. Para os homens, como se 
sabe, a idade mínima é de 65 anos. Já para as mulheres, a idade mínima hoje é de 62 anos, de 
acordo com as últimas alterações advindas pela EC 103/19.
Professor, existe alguma lei no Brasil que defina o que é trabalhador rural?
SIM, existe a Lei n. 5.889/73, mas é importante observar que o rol lá presente não é exaus-
tivo, mas sim exemplificativo. Essa, pelo menos, e a interpretação que tem sido extraída da 
leitura das normas daquela lei. Daí se permite concluir que casos como o do administrador da 
fazenda sejam resolvidos mediante a conclusão de que a preponderância de sua atividade se 
vincula à finalidade de manutenção das lides rurais no interior do imóvel da fazenda.
2.1.1. Segurado Empregado
Vamos tratar agora da primeira subespécie de segurado obrigatório: o segurado empre-
gado. São os artigos 12, inciso I, da Lei n. 8.212/91, bem como o artigo 9º, inciso I, do Decreto 
n. 3.048/99 que indicam quais são os casos de segurado empregado.
Vejamos os referidos dispositivos:
LEI N. 8.212/91
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I – como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob 
sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, 
presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e perma-
nente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado 
em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira 
estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos 
o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação 
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou 
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo 
se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado 
em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira 
de capital nacional;
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, 
inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais; (Incluída pela Lei n. 8.647, de 13.4.93)
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, 
salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei n. 9.876, de 
1999).
j) o exercente de mandato eletivo federal,estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime 
próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 10.887, de 2004).
......................................................................................................
LEI N. 8.213/91
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: (Redação 
dada pela Lei n. 8.647, de 1993)
I – como empregado: (Redação dada pela Lei n. 8.647, de 1993)
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob 
sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, 
presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e 
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado 
em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira 
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos 
o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação 
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou 
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo 
se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado 
em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira 
de capital nacional;
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, 
inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. (Incluída pela Lei n. 8.647, de 1993)
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime 
próprio de previdência social; (Incluída pela Lei n. 9.506, de 1997)
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, 
salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei n. 9.876, de 
26.11.99)
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime 
próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 10.887, de 2004)
......................................................................................................
DECRETO N. 3.048/99
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:
I – como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob 
sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três 
meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de 
pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas, na 
forma da legislação própria;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado 
no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede 
e administração no País;
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado 
em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa 
constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo 
esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas 
e residentes no País ou de entidade de direito público interno;
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira 
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos 
o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação 
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos 
quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por 
regime próprio de previdência social;
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais 
brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da 
Lei no 
11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se 
ao sistema previdenciário local; (Redação dada pelo Decreto n. 6.722, de 2008).
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 
25 de setembro de 2008; (Redação dada pelo Decreto n. 6.722, de 2008).
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, 
ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e 
fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por 
regime próprio de previdência social;
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas 
autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal;
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m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e funda-
ções, ocupante de emprego público;
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 
de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em 
conformidade com a Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994; e
p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime 
próprio de previdência social; (Redação dada pelo Decreto n. 5.545, de 2005)
q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, 
salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída pelo Decreto n. 3.265, 
de 1999)
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 
5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não 
superior a dois meses dentro do período de um ano; (Incluído pelo Decreto n. 6.722, de 2008).
Cabe frisar, de início, que, quando falamos de segurado empregado, não se trata de en-
quadramento que se encerra pura e simplesmente na definição de contrato de trabalho da le-
gislação trabalhista. Ou seja, haverá casos de segurados obrigatórios que não se enquadram 
exatamente dentro da caracterização firmada pelos elementos “remuneração”, “pessoalida-
de”, “subordinação” e “habitualidade”, mas que, mesmo assim, serão segurados obrigatórios 
na condição de segurados empregados.
Quem é segurado empregado, então?
No BRASIL é aquele que:
• presta serviço urbano à empresa, não eventual, com subordinação e remuneração;
• presta serviço rural à empresa, não eventual, com subordinaçãoe remuneração;
• presta serviço à empresa de trabalho temporário (p/ atender à necessidade transitória 
de substituição de pessoal regular e permanente);
• presta serviço à empresa de trabalho temporário (p/ atender ao acréscimo extraordiná-
rio de serviços de outras empresas);
• presta serviço à missão diplomática (e a órgãos a ela subordinados);
• presta serviço à repartição consular de carreira estrangeira (e a órgãos a ela subordi-
nados);
• presta serviço a membros dessas missões diplomáticas e repartições consulares.
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Excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela 
legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular 
(exceção ao princípio da territorialidade da lei previdenciária nacional).
• é servidor público ocupante de cargo em comissão na União, autarquias federais (in-
clusive em regime especial) e fundações públicas federais;
• o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no 
Brasil (se for no exterior é CONTRIBUINTE INDIVIDUAL), salvo quando coberto por regi-
me próprio de previdência social;
• o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado 
a regime próprio de previdência social.
No EXTERIOR, é o:
• brasileiro que trabalha como empregado em sucursal ou agencia de empresa nacional 
no exterior;
• estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil, mas que trabalha como empregado em 
sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;
• brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior (mesmo que lá domiciliado e con-
tratado), em organismos oficiais brasileiros (salvo se segurado na forma da legislação 
vigente do país do domicílio);
• brasileiro civil que trabalha para União, no exterior (mesmo que lá domiciliado e contra-
tado), em organismos internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo (salvo se 
segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio);
• brasileiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em em-
presa domiciliado no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa bra-
sileira de capital nacional;
• estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em em-
presa domiciliado no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa bra-
sileira de capital nacional.
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Os Empregados
Aqui o conceito é bastante próximo ao da Consolidação das Leis do Trabalho, em seu 
art. 3º. Exige-se, com isso, a presença dos elementos da “remuneração”, “habitualidade”, 
“pessoalidade” e “subordinação” para que se tenha uma relação de emprego e, sendo assim, 
ser segurado do RGPS.
E quanto ao menor aprendiz? Ele é considerado segurado empregado também?
SIM. Isso porque a o art. 428 da CLT define o contrato de aprendizagem como sendo um 
contrato de trabalho especial, escrito e com prazo determinado. Nesse contrato, o emprega-
dor fica comprometido a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos uma formação técni-
co-profissional metódica.
Vejamos:
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por 
prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de quatorze e 
menor de dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional me-
tódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, 
com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação.
Portanto, o menor aprendiz é segurado obrigatório do RGPS, sendo segurado obrigatório 
na condição de segurado empregado.
Sobre os limites mínimos para que se considere lícito o trabalho como empregado, bem 
como menor aprendiz, a Instrução Normativa do INSS n. 77/15 explicita-os bem, senão veja-
mos:
§ 1º O limite mínimo de idade para ingresso no RGPS do segurado obrigatório que exerce atividade 
urbana ou rural, do facultativo e do segurado especial, é o seguinte:
I – até 14 de março de 1967, véspera da vigência da Constituição Federal de 1967, quatorze anos;
II – de 15 de março de 1967, data da vigência da Constituição Federal de 1967, a 4 de outubro de 
1988, véspera da promulgação da Constituição Federal de 1988, doze anos;
III – a partir de 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal de 1988 a 15 de 
dezembro de 1998, véspera da vigência da Emenda Constitucional n. 20, de 1998, quatorze anos, 
exceto para menor aprendiz, que conta com o limite de doze anos, por força do art. 7º, inciso XXXIII, 
da Constituição Federal; e
IV – a partir de 16 de dezembro de 1998, data da vigência da Emenda Constitucional n. 20, de 1998, 
dezesseis anos, exceto para menor aprendiz, que é de quatorze anos, por força do art. 1º da referida 
Emenda, que alterou o inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal de 1988.
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Em síntese, as idades mínimas são:
• até a vigência da 1967: 14 anos;
• de 1967 até a CF/88: 12 anos;
• da CF/88 até a EC 20/98: 14 anos e 12 anos para menor aprendiz;
• da EC 20/98 até os dias atuais: 16 anos e 14 anos para menor aprendiz.
E quanto ao aluno-aprendiz? É segurado do RGPS?
DEPENDE.
Primeiramente, cabe registrar que o aluno aprendiz não é a mesma coisa que menor apren-
diz. O menor aprendiz deriva de um contrato de aprendizagem. Já o aluno aprendiz deriva de 
escolas técnicas federais que antigamente existiam no Brasil. O aluno-aprendiz aprendia tra-
balhando em escola técnica federal, recebendo ou não pecúnia à conta do orçamento público, 
ou salário indireto, representado por alimento, fardamento, atendimento médico-odontológi-
co e pousada.
O empregado-aprendiz é o menor-aprendiz, empregado regido pela CLT, e sua condição 
de aprendiz é dirigida a uma proficiência pessoal no interesse de seu empregador, além de o 
curso estar inserido no expediente de trabalho.
Sobre o aluno aprendiz, o art. 76 da instrução Normativa INSS 77/15 trata do assunto da 
seguinte forma:
Do aluno aprendiz
Art. 76. Os períodos de aprendizado profissional realizados até 16 de dezembro de 1998, data da 
vigência da Emenda Constitucional n. 20, de 1998, serão considerados como tempo de serviço/
contribuição independentemente do momento em que o segurado venha a implementar os demais 
requisitos para a concessão de aposentadoria no RGPS, podendo ser contados:
I – os períodos de frequência às aulas dos aprendizes matriculados em escolas profissionais man-
tidas por empresas ferroviárias;
II – o tempo de aprendizado profissional realizado como aluno aprendiz, em escolas industriais 
ou técnicas, com base no Decreto-Lei n. 4.073, de 30 de janeiro de 1942 (Lei Orgânica do Ensino 
Industrial), a saber:
a) período de frequência em escolas técnicas ou industriais mantidas por empresas de iniciativa 
privada, desde que reconhecidas e dirigidas a seus empregados aprendizes, bem como o realizado 
com base no Decreto n. 31.546, de 6 de outubro de 1952, em curso do Serviço Nacional da Indús-
tria - SENAI, ou Serviço Nacional do Comércio - SENAC, ou instituições por eles reconhecidas, para 
formação profissional metódica de ofício ou ocupação do trabalhador menor; e
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b) período de frequência em cursos de aprendizagem ministrados pelos empregadoresa seus em-
pregados em escolas próprias para essa finalidade ou em qualquer estabelecimento de ensino 
industrial;
III – os períodos de frequência em escolas industriais ou técnicas da rede de ensino federal, escolas 
equiparadas ou reconhecidas, desde que tenha havido retribuição pecuniária à conta do orçamento 
respectivo do Ente Federativo, ainda que fornecida de maneira indireta ao aluno, observando que:
a) só poderão funcionar sob a denominação de escola industrial ou escola técnica os estabele-
cimentos de ensino industrial mantidos pela União e os que tiverem sido reconhecidos ou a eles 
equiparados (incluído pelo Decreto-Lei n. 8.680, de 15 de janeiro de 1946);
b) entende-se como equiparadas as escolas industriais ou técnicas mantidas e administradas pe-
los Estados ou pelo Distrito Federal e que tenham sido autorizadas pelo Governo Federal (disposi-
ção do Decreto-Lei n. 4.073, de 1942); e
c) entende-se como reconhecidas as escolas industriais ou técnicas mantidas e administradas 
pelos Municípios ou por pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado e que tenham sido 
autorizadas pelo Governo Federal (disposição do Decreto-Lei n.4.073, de 1942).
Art. 77. Os períodos citados no art. 76 serão considerados, observando que:
I – o Decreto-Lei n. 4.073, de 1942, vigente no período compreendido entre 30 de janeiro de 1942 a 
15 de fevereiro de 1959, reconhecia o aprendiz como empregado bastando assim a comprovação 
do vínculo;
II – o tempo de aluno aprendiz desempenhado em qualquer época, ou seja, mesmo fora do período 
de vigência dos dispositivos do Decreto-Lei n. 4.073, de 1942, de que trata o tema, somente poderá 
ser considerado como tempo de contribuição desde que comprovada a remuneração e o vínculo 
empregatício, conforme Parecer MPAS/CJ n. 2.893, de 12 de novembro de 2002; e
III – considerar-se-á como vínculo e remuneração a comprovação de frequência e os valores re-
cebidos a título de alimentação, fardamento, material escolar e parcela de renda auferida com a 
execução de encomendas para terceiros, entre outros.
Art. 78. A comprovação do período de frequência em curso do aluno aprendiz a que se refere o 
art. 76, far-se-á:
I – por meio de certidão emitida pela empresa quando se tratar de aprendizes matriculados em 
escolas profissionais mantidas por empresas ferroviárias;
II – por certidão escolar nos casos de frequência em escolas industriais ou técnicas a que se refere 
o inciso II do art. 76, na qual deverá constar que:
a) o estabelecimento era reconhecido e mantido por empresa de iniciativa privada;
b) o curso foi efetivado sob seu patrocínio; ou
c) o curso de aprendizagem nos estabelecimentos oficiais ou congêneres foi ministrado mediante 
entendimentos com as entidades interessadas.
III – por meio de Certidão de Tempo de Contribuição - CTC, na forma da Lei n. 6.226, de 14 de julho 
de 1975, e do Decreto n.85.850, de 30 de março de 1981, quando se tratar de frequência em escolas 
industriais ou técnicas da rede federal, bem como em escolas equiparadas ou reconhecidas cita-
das nas alíneas “b” e “c” do inciso III do art. 76, nos casos de entes federativos estaduais, distritais 
e municipais, desde que à época, o Ente Federativo mantivesse RPPS;
IV – por meio de certidão escolar emitida pela instituição onde o ensino foi ministrado, nos casos 
de frequência em escolas industriais ou técnicas a que se refere o inciso III do caput, desde que à 
época, o ente federativo não mantivesse RPPS, devendo constar as seguintes informações:
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a) a norma que autorizou o funcionamento da instituição;
b) o curso frequentado;
c) o dia, o mês e o ano do início e do fim do vínculo de aluno aprendiz; e
d) a forma de remuneração, ainda que indireta.
Parágrafo único. Para efeito do disposto na alínea “a” do inciso IV do caput, deverá restar compro-
vado que o funcionamento da instituição foi autorizado pelo Governo Federal, conforme art. 60do 
Decreto-Lei n. 4.073, de 1942.
De início, também antes de explicitar as razões e as circunstancias que permitem, em cer-
tos casos, a consideração do aluno-aprendiz como segurado do RGPS e, consequentemente, 
a consideração de seu tempo de serviço como tempo de contribuição, quero ressaltar o se-
guinte: em tese, somente os períodos de aluno aprendiz até a Emenda Constitucional 20/98 é 
que poderiam ser considerados como tempo de serviço, independentemente de efetiva con-
tribuição, pois, como vimos em nosso curso, o tempo de serviço foi substituído pelo efetivo 
tempo de contribuição naquela Emenda.
Mas o Decreto n. 6.722/08, alterando o art. 130 do Decreto n. 3.048/99, explicitou que, em 
conformidade com o que dispõe o art. 4º da EC n. 20/1998,
o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até 
que a lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição
e incluiu o inciso XXII no art. 60 daquele mesmo Decreto (3.048/99).
Assim, na prática, não importa se antes ou após a EC 20/98, o tempo de serviço como 
aluno-aprendiz será considerado como tempo de contribuição independentemente da efetiva 
contribuição recolhida.
Vejamos o art. 60, XXII do Decreto n. 3.048/99:
Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são contados como tempo de contribuição, entre 
outros:
XXII – o tempo exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado pro-
fissional realizado em escola técnica, desde que comprovada a remuneração, mesmo que indireta, 
à conta do orçamento público e o vínculo empregatício. (Incluído pelo Decreto n. 6.722, de 2008).
A norma infralegal, portanto, explicita que deve haver a comprovação da remuneração, 
mesmo que indireta, ou seja, in natura, à conta do orçamento, bem como a demonstração do 
vínculo de emprego.
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Muito bem.
Para a consideração do tempo de aluno-aprendiz, o TCU, desde 1976, já havia editado a 
Súmula 96, cristalizando seu entendimento no sentido da norma acima, exigindo a retribuição 
direta ou indireta à conta do orçamento. Senão, vejamos a redação original daquela súmula:
Conta-se para todos os efeitos, como tempo de serviço público, o período de trabalho 
prestado, na qualidade de aluno-aprendiz, em Escola Pública Profissional, desde que 
comprovada a retribuição pecuniária à conta do Orçamento, admitindo-se, como tal, 
o recebimento de alimentação, fardamento, material escolar e parcela de renda auferida 
com a execução de encomendas para terceiros.
Como visto, por parte do TCU, não havia a menção à comprovação do vínculo de empre-
go como requisito para a comprovação do tempo do aluno-aprendiz. Isso mudou em 1994, 
quando o TCU passou a exigir também o vínculo de emprego, mudando a Súmula 96 para a 
seguinte redação:
Conta-se, para todos os efeitos, como tempo de serviço público, o período de trabalho 
prestado, na qualidade de aluno-aprendiz, em Escola Pública Profissional, desde que 
haja vínculo empregatício e retribuição pecuniária à conta do Orçamento.
A Súmula 96, do TCU, posteriormente foi alterada para excluir a possibilidade de con-
sideração de pagamento in natura, ou remuneração indireta. Assim, para o TCU, a simples 
prestação de auxílio material não seria suficiente para o computo do tempo de serviço do 
aluno-aprendiz.
Vejamos a diferença entre a redação primitiva e a redação alterada:
REDAÇÃO PRIMITIVA
Conta-se para todos os efeitos, como tempo de serviço público, o período trabalhado 
prestado, na qualidade de aluno-aprendiz, em Escola Pública Profissional, desde que 
haja vínculo empregatício e retribuição pecuniária à conta do Orçamento, admitindo-se, 
como tal, o recebimento de alimentação, fardamento, materialescolar e parcela de renda 
auferida com a execução de encomendas de terceiros.
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REDAÇÃO ALTERADA
Conta-se, para todos os efeitos, como tempo de serviço público, o período de trabalho 
prestado, na qualidade de aluno-aprendiz, em Escola Pública Profissional, desde que 
haja vínculo empregatício e retribuição pecuniária à conta do Orçamento.
Além dessa exigência que passou a ser feita, havia também, no pano de fundo dos deba-
tes, o argumento de que, após a Lei n. 3.552/59 – que passou a dispor que a remuneração dos 
alunos seria paga por terceiros, demandante das encomendas feitas –, o tempo de serviço 
dos alunos nas escolas não poderia ser computado para fins de aposentadoria, já que não 
haveria mais a remuneração à conta do orçamento. Diante disso, considerando que não have-
ria pagamento direto pela União, o TCU entendia que a Súmula 96 não se aplicava aos casos 
posteriores a Lei n. 3.552/59.
Mas, posteriormente, em 2005, houve alteração, pelo TCU, da Súmula 96, que voltou a 
considerar a remuneração indireta:
Conta-se para todos os efeitos, como tempo de serviço público, o período de trabalho 
prestado, na qualidade de aluno-aprendiz, em Escola Pública Profissional, desde que 
comprovada a retribuição pecuniária à conta do Orçamento, admitindo-se, como tal, 
o recebimento de alimentação, fardamento, material escolar e parcela de renda auferida 
com a execução de encomendas para terceiros.
Já no campo jurisprudencial, o Supremo Tribunal Federal, há muitos anos, nos idos de 
1968, entendia que um dos requisitos era o vínculo de emprego, conforme visto no julgamento 
do RMS n. 18.538/GB6 :
Contagem de tempo de serviço do funcionário autárquico (Lei n. 1.711/1952, art. 268). 
Nele não se inclui o período em que o servidor cursou escola profissional da União, da 
qual não recebia paga e com a qual não mantinha relação empregatícia. Resolução que 
determinou essa contagem, posteriormente revogada, não gera direito adquirido em 
6 CALAZANS, Fernando Ferreira. In: “Cômputo do tempo de serviço de aluno aprendiz de escola federal profissional para 
fins de aposentadoria”. Disponível em: <http://amiprem.com.br/informativos/computo_do_tempo_de_servico_de_aluno_
aprendiz_de_escola_federal_bda_dez_2015.PDF> Acesso em 22 mar. 2020, às 18:30.
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favor do servidor, por ter sido expedida sem base legal. A Administração Pública pode 
declarar a nulidade dos seus próprios atos (Súmula n. 346). Recurso desprovido.
Mais recentemente, a Corte Suprema reiteradamente proferiu julgados sem exigir, contudo, 
o vínculo de emprego para que o tempo de serviço do aluno-aprendiz seja considerado 
para aposentadoria:
Mandado de segurança. Aposentadoria. Contagem de tempo. Aluno aprendiz. 
Decadência. Ato complexo. Súmula n. 96/TCU. Concessão do benefício. [...]
II – A questão encontra-se regulamentada pela Lei n. 3.442/1959, que não alterou a 
natureza das atividades e a responsabilidade dos aprendizes estabelecidas pelo 
Dec.--Lei n. 8.590/1946.
III – A Súmula n. 96/TCU prevê a possibilidade de contagem, para efeito de tempo de 
serviço, do trabalho prestado por aluno aprendiz, desde que comprovada sua retribuição 
pecuniária, para cálculo de concessão do benefício de aposentadoria. [...]
(STF – MS n. 28.576/DF – Rel. Min. Ricardo Lewandowski – 2ª Turma – DJe de 11.6.2014)
.....................................................................................................
Agravo regimental. Mandado de segurança. Aposentadoria. Contagem de tempo. Aluno 
aprendiz. Mudança de orientação do TCU quanto aos requisitos exigidos, após a 
concessão da aposentadoria. Impossibilidade. Agravo regimental a que se nega provimento.
I – A questão encontra-se regulamentada pela Lei n. 3.442/1959, que não alterou a 
natureza das atividades e a responsabilidade dos aprendizes estabelecidas pelo 
Dec.--Lei n. 8.590/1946.
II – A Súmula n. 96/TCU prevê a possibilidade de contagem, para efeito de tempo de 
serviço, do trabalho prestado por aluno aprendiz, desde que comprovada sua retribuição 
pecuniária, para cálculo de concessão do benefício de aposentadoria. [...]
(STF – MS n. 27.615 AgR/AL – Rel. Min. Ricardo Lewandowski – Pleno – DJe de 
13.6.2014.)
Mas, atenção: o STF alterou novamente seu entendimento no julgamento do MS 31518/
DF, para abrandar a exigência de requisitos, asseverando não ser relevante se havia ou não 
remuneração direta, ou indireta, mas sim se houve a comprovação de efetiva execução do 
ofício 
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para o qual o aluno recebia as instruções, ofício esse que se materializava nas encomendas 
de terceiros.
Assim destacou, portanto, o Supremo, no ano de 2017:
O elemento essencial à caracterização do tempo de serviço como aluno-aprendiz não é 
a percepção de vantagem direta ou indireta, mas a efetiva execução do ofício para o qual 
recebia instrução, mediante encomendas de terceiros.
STF. 1ª Turma. MS 31518/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2017 (Info 853).
Mas veja que esse entendimento já era dado pelo TCU, desde 2011, em seus julgados:
O que caracteriza o tempo de serviço de aluno-aprendiz não é o recebimento de alimen-
tação, fardamento, material escolar ou mesmo de um auxílio financeiro, mas sim a exe-
cução de atividades com vistas a atender encomendas de terceiros.
(Acórdão 8679/2011-Primeira Câmara - Data da sessão 27/09/2011 – Relator VALMIR 
CAMPELO)
Veja, nesse sentido, que o Acórdão 6714/15, julgado na Primeira Câmara do TCU, assina-
lou que
Para a contagem como tempo de serviço público, para todos os efeitos de período tra-
balhado na qualidade de aluno-aprendiz, além da comprovação de recebimento de retri-
buição pecuniária à conta do Orçamento da União, é essencial a prova do labor do então 
estudante na execução de encomendas recebidas da escola7.
Portanto, para que seja considerado segurado empregado, o aluno aprendiz deve receber 
remuneração, ainda que tal remuneração tenha se dado de maneira indireta, tal como por 
meio de alimentação, material escolar, fardamento, parcela de renda auferida com a execução 
de encomendas para terceiros, etc.
A súmula 18 da Turma Nacional de Uniformização foi alterada recentemente, no PEDILEF 
n. 0525048-76.2017.4.05.8100, julgamento: 14/02/2020, passando a exigir a prova da exe-
cução de bens e serviços destinados a terceiros, na esteira da alteração da Súmula 96, TCU.
7 AMADO, Frederico. In: Curso de Direito e Processo Previdenciário. 11ª ed. Salvador: Editora JusPodvim, 2019. pg. 293
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Vejamos:
Para fins previdenciários, o cômputo do tempo de serviço prestado como aluno-apren-
diz exige a comprovação de que, durante o período de aprendizado, houve simultanea-
mente:
(i) retribuição consubstanciada em prestação pecuniária ou em auxílios materiais;
(ii) à conta do Orçamento;
(iii) a título de contraprestação por labor;
(iv) na execução de bens e serviços destinados a terceiros.
Na condição de segurado empregado – também devemos lembrar –, figura ainda o em-
pregado rural.
O trabalho do empregado rural é regulado pela Lei n. 5889/73. O empregado rural é toda 
pessoa física que, em propriedade rural ou em prédio rústico, presta serviços de natureza não 
eventual, sobre a dependência deste e mediante salário. Cabe lembrar que, para o empregado 
rural, também

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