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2 Medidas e distribuição das doenças Dra. Amanda Pifano Neto Quintal Introdução O entendimento de doenças ou agravos é imprescindível. Para esta finalidade, perguntas básicas são realizadas: quem adoeceu? Quando adoeceu? Onde adoeceu? Número de casos totais, número de novos casos, quantas pessoas adoecem, quantas pessoas morrem, quantas pessoas se curam curam ou vão à óbito, são homens ou mulheres, crianças, adultos ou idosos, dentre outras, são algumas das medidas de impacto de saúde úteis para determinar esse entendimento. Concomitantemente, há a necessidade de entendimento da distribuição da doença ao longo do tempo e, também, ao longo do espaço geográfico e ambiental para determinar a progressão da doença, bem como sua população de risco. O entendimento de doenças e a interpretação destas medidas associadas ao conhecimento do padrão de distribuição de doenças no espaço e tempo são fundamentais para determinar as medidas de prevenção e controle que serão abordadas neste capítulo. Objetivos Utilização de medidas e padrões de distribuição de doenças auxiliam a determinar os grupos de risco envolvidos e as melhores medidas para realização da intervenção direta, visando a saúde da população. Por isso, este capítulo tem por objetivo descrecrever a distribuição das doenças, bem como determinar medidas de saúde e suas aplicações. • Rever e conceituar as principais medidas de frequência • Relatar conceitos de indicadores de saúde • Descrever a distribuição no espaço • Descrever as distribuições ao longo do tempo Esquema 2.1 Medidas de frequência de saúde 2.2 Indicadores de saúde 2.3 Distribuição das doenças no espaço 2.4 Distribuição das doenças ao longo do tempo Medidas e distribuição das doenças Amanda Pifano Neto Quintal 2.1 Medidas de frequência de saúde Geralmente, as medidas de frequência de saúde são utilizados na identificação dos principais problemas de saúde pública, na elaboração de políticas públicas de saúde e na avaliação da efetividade das ações de prevenção e assistência. No entanto, o simples valor absoluto sobre o número de eventos não é suficiente, pois em epidemiologia há interesse em saber, por exemplo, o risco de um indivíduo sofrer aquele evento, sua distribuição por sexo, idade, raça e essas informações não são fornecidas pelo simples número de eventos. Inicialmente deve-se entender a diferença entre índice e coeficiente. Sua estutura é a seguinte: 𝑇𝑎𝑥𝑎 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑜𝑢 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑜𝑢 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑑𝑜𝑒𝑐𝑒𝑟 𝑜𝑢 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑜𝑢 𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑥 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 A constante é composta pelos valores dos indicadores baseados em proporções e taxas. São multiplicados por potências de 10, tais como 100, 1.000, 10.000 e 100.000, denominadas base dos indicadores. Exemplificando com a taxa de mortalidade infantil, fica mais facilmente falar em 57 óbitos por 100 mil nascidos vivos do que falar 0,57 por mil. Importante detalhar que o intervalo de tempo, geralmente, é de um ano; mas em vigilância epidemiológica pode ser uma semana ou meses. Sua estrutura é a seguinte: 𝐼𝑀𝑃 𝑝𝑜𝑟 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑒 50 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑥 100 Note que neste caso, a média é de frequência relativa, tendo a base de 100%. <INSERIR MARCADOR: PESQUISANDO NA WEB> Um exemplo de índice muito utilizado é a Escala ou Índice de Apgar, que considera as iniciais correspondentes a Aparência, Pulso, Gesticulação, Atividade, Respiração. É um sistema de avaliação que foi desenvolvido pela médica Dra. Virginia Apgar (1909 – 1974), que consiste na avaliação por um pediatra de 5 sinais objetivos do recém-nascido, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação. O teste, aplicado duas vezes (no primeiro e no quinto •Mede sempre uma probabilidade, ou seja, mede o risco médio que um indivíduo da população tem de sofrer determinado evento. Coeficiente ou taxa •Não mede probabilidade nem risco; apenas relaciona duas quantidades ou dois eventos, gerando uma frequencia relativa.Índice https://pt.wikipedia.org/wiki/Virginia_Apgar https://pt.wikipedia.org/wiki/Rec%C3%A9m-nascido minuto após o nascimento), é utilizado para avaliar o ajuste imediato do recém-nascido à vida extrauterina. Os sinais avaliados são a frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele. Para saber mais sobre esse índice, consulte o ABC da Saúde, Índice de APGAR, 2019. Site consultado: https://www.abcdasaude.com.br/pediatria/indice-de-apgar Acesso em: 21/05/2020. <FIM MARCADOR> Tanto para população geral quanto para profissionais da saúde, interessa saber como ocorre a evolução de uma doença, se as atividades de prevenção estão surtindo efeito esperado, se os tratamentos disponíveis aumentaram a sobrevida dos doentes e se as políticas de saúde voltadas ao controle estão adequadas. Assim, destaca-se as principais medidas de frequência de doenças: Note que outras medidas de frequência amplamente utilizadas na saúde pública e médica, como mortalidade, letalidade e sobrevida, podem ser entendidas como variações dos conceitos de incidência (Medronho, 2009). Com o objetivo de descrever o comportamento de uma doença em uma população ou a probabilidade (ou risco) de sua ocorrência, vamos usar as medidas de frequência de morbidade. Em saúde pública podemos entender morbidade como doença, trauma ou lesões e incapacidade. 2.1.1 Incidência A incidência expressa o número de novos casos de uma determinada doença durante um período definido, numa população sob risco de desenvolvimento desta doença. A incidência é uma medida dinâmica que observa mudanças no estado de saúde da população, geralmente associada a estudos longitudinais, pois observa a população não doente, progressivamente exposta ao risco e avalia os que adoencem, ao longo do tempo, sendo necessário, portanto, pelo menos duas observações. O cálculo da taxa de incidência é a forma mais comum de medir e comparar a frequência das doenças em populações: 𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑁° 𝑑𝑒 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑁° 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑠𝑜𝑏 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑒𝑟 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑛𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑥 100 Na definição de incidência o importante é incluir somente casos novos no numerador, medindo, portanto, um evento que se caracteriza pela transição do estado de ausência da doença para o de doença. Logo, a incidência mede o risco ou a probabilidade de ocorrer o evento doença na população exposta. A incidência acumulada (IA) é uma estimativa de probabilidade de um indivíduo de desenvolver a doença durante um determinando período de tempo. Incidência Incidência acumulada Taxa de incidência Prevalência https://pt.wikipedia.org/wiki/Rec%C3%A9m-nascido https://pt.wikipedia.org/wiki/Frequ%C3%AAncia_card%C3%ADaca https://pt.wikipedia.org/wiki/Respira%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%B3nus_muscular https://pt.wikipedia.org/wiki/Reflexo https://pt.wikipedia.org/wiki/Pele https://www.abcdasaude.com.br/pediatria/indice-de-apgar 1 ° O b se rc aç ão 2 ° O b se rc aç ão 𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 = 𝑁° 𝑑𝑒 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 0 𝑥 100 A proporção da população fixa que adoence durante um determinando período de tempo é adimensional, sendo que a população fixa é caracterizada quando nenhum indivíduo é incluído no estudo após o início do período de observação. Figura 1. Desenho esquemático de incidência de uma morbidade A IA assume que toda população sob risco no início do estudo foi acompanhadapor todo o período de observação, sendo duas ou mais observações, para acompanhar o desfecho de interesse: a população ficou ou não doente. A taxa de incidência é a razão entre o número de casos novos de uma doença e a soma dos períodos durante os quais cada indivíduo da população esteve exposto ao risco de adoecer e foi observado (quantidade de pessoa tempo de exposição). Pessoa-tempo: medida composta por n indivíduos que integram uma população, durante um intervalo de tempo durante o qual cada indivíduo se expõe ao risco de adoecer. Por exemplo, se 15 eventos ocorreram e a quantidade total de tempo de acompanhamento dos indivíduos foram de 150 dias, a taxa de incidência será 15/150=0,1 por pessoa-dia ou a por 10 pessoas-dia. Note que, neste estudo, frequentemente pode haver interrupção das observações, por perda ou censura, tendo como causas, por exemplo, a migração de pessoas, abandono de estudo, morte por outra causa, término do estudo sem que o indivíduo adoeça, deixar de estar sob risco de ter a doença devido a intervenção médica ou por medidas sanitárias. 2.1.2 Prevalência A prevalência mede a proporção de pessoas numa dada população que apresentam uma específica doença ou atributo, em um determinado ponto no tempo. 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑁° 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 Diferentemente da incidência, a prevalência é uma medida “estática”, sendo realizada através de uma única observação, onde o numerador inclui casos novos e antigos da doença na população, ou seja, a totalidade dos casos. População definida e fechada Não Doentes Não doentes Doentes Doentes A mensuração da prevalência é efetuada em um ponto definido no tempo, como por exemplo, dia, semana, mês, ano. Assim,temos a prevalência instantânea ou prevalência pontual. Quando a medida da prevalência abrange um determinado período, temos então a prevalência num período que abrange todos os casos presentes no intervalo de tempo especificado. A banheira epidemiológica demonstra a relação entre incidência e prevalência (Figura 2). Figura 2. Banheira epidemiológica. Fonte: Scoot, 2019. Considere os casos totais de uma determinada doença é a agua da banheira (prevalência). Conforme é adicionada mais água da torneira (incidênica), aumenta-se a água total da banheira (prevalência). A redução da prevalência é diretamente influenciada pela desfecho da morbidade, como a mortalidade ou cura. Pessoas doentes curadas que se contaminam novamente causam a reincidência da doença. Podemos concluir que o aumento da incidência, aprimoramento das técnicas de diagnóstico, correntes migratórias originadas de áreas que apresentam níveis endêmicos de uma determinada doença e fatores que prolongam a vida dos pacientes sem curá-lo aumentam a prevalência de uma doença. Por outro lado, a introdução de faores que diminuem a vida dos pacientes, elevada taxa de mortalidade, redução da incidência, correntes migratórias de áreas que apresentam níveis endêmicos baixos ou sem a doença e introdução de fatores que permitam o aumento da cura de uma doença diminuem a prevalência de uma doença na população. <INSERIR MARCADOR: EXEMPLIFICANDO> Interessante observar como as medidas de incidência e prevalência podem vir associadas a diferentes características da população como sexo, idade, índice de massa corporal, frente a uma determinada doença, como Diabetes. Essas características podem levar ao aumento ou redução da incidência ou prevalência de uma doença, possibilitando determinar os grupos de risco. Malta et al., 2019 descreve muito bem essa associação, exemplificando a importância destes marcadores a uma doença específica, como Diabetes. Para mais detalhes, consulte o site:https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415790X2019000300408&script=sci_arttext&tlng =pt. Acesso em: 21/05/2020 <FIM MARCADOR> https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415790X2019000300408&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415790X2019000300408&script=sci_arttext&tlng=pt 2.2 Indicadores de saúde Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. Paradoxalmente, muitos dos indicadores de saúde expressam a falta ou ausência de saúde, parcial ou total. Quantificar ou medir a frequência com que os problemas de saúde ocorrem em populações humanas é um dos objetivos da epidemiologia (Costa e Kate, 2009). As modalidades de indicadores de saúde (Tabela 1) estão agrupados em conjuntos temáticos: Tabela 1: Indicadores de Saúde Temas Conceito Exemplos Demográficos Medem a distribuição de fatores determinantes da situação de saúde relacionada à dinâmica populacional na área geográfica referida. População total, razão de sexos, taxa de crescimento populacional, grau de urbanização, índice de envelhecimento, taxa bruta de natalidade, esperança de vida ao nascer, dentre outros. Socioeconômicos Medem a distribuição de fatores determinantes da situação de saúde relacionados ao perfil econômico e social da população residente na área geográfica referida. Taxa de analfabetismo, Escolaridade, renda média domiciliar, produto interno bruto (PIB), taxa de desemprego, taxa de trabalho infantil, dentre outros. Mortalidade Informam a ocorrência e distribuição das causas de óbito no perfil da mortalidade da população residente na área geográfica referida. Taxa de mortalidade infantil, taxa de mortalidade neonatal precoce e tardia, taxa de mortalidade específica para cada tipo de doença, dentre outros. Morbidade Informam a ocorrência e distribuição de doenças e agravos à saúde na população residente na área geográfica referida. Incidência de determinada doença, Taxa de incidência, índice parasitário, prevalência de várias doenças, Taxa de internação, dentre outros. Fatores de risco e proteçao Medem fatores de risco (tabaco, álcool) e ou proteção (alimentação saudável, atividade física) que predispõem às doenças e agravos ou protegem das doenças e agravos. Prevalência de excesso de peso, prevalência de tabagismo, prevalência de aleitamento materno, Índice CPO-D, dentre outros. Recurso Medem a oferta e a demanda de recursos humanos, físicos e financeiros para atendimento às necessidades básicas de saúde da população na área geográfica referida. Número de profissionais da saúde, leitos, postos de trabalho por habitante, gasto federal com a saúde, despesa familiar com saúde, valor médio por internação hospitalar no SUS, etc. Cobertura Medem o grau de utilização dos meios oferecidos pelo setor público e pelo setor privado para atender às necessidades de saúde da população na área geográfica referida. Número de consultas médias por habitante, número de procedimentos diagnósticos por consulta médica, proporção da população feminina que realizou preventivo para câncer de colo de útero, dentre outros. Fonte: RIPSA, 2012 <ABRIR BOX: AMPLIANDO O CONHECIMENTO> Interessante ver na íntegra todas as possibilidades de indicadoresde saúde conforme os eixos temáticos e o interesse de cada um. Para isso, acesso o site do Ministério da Saúde: http://fichas.ripsa.org.br/2012/. <FECHAR BOX> 2.3 Distribuição das doenças A distribuição das doenças é a base para a maioria dos estudos epimiológicos para determinar o conhecimento do processo de saúde e doença, mas também para o planejamento de ações de saúde, com definições de áreas de risco para a intervenção. Para se ter ideia desta distribuição, agumas perguntas simples são realizadas: Na primeira pergunta, “quem” determina as característicasda população estudada, como sexo, idade, raça, situação econômica, hábitos alimentares e culturais. Na segunda, “onde” analisa a existência de algum padrão relacionado ao espaço ou localidade na distribuição das doenças; e, por fim, “quando” avalia tendências temporais e períodos de maior ocorrência desta doença. Assim, vamos verificar sequencialmente a distribuição das doenças de acordo com espaço e tempo. 2.3.1 Distribuição das doenças no espaço O conceito de espaço aborda características geográficas e naturais de um lugar, mas também “a sociedade em movimento”; pois o espaço não se reduz apenas às questões relativas ao ambiente físico, mas também a processos sociais. <INSERIR MARCADOR: EXEMPLIFICANDO> Na epidemia da Cólera, John Snow em 1854, demonstrou associação espacial entre mortes por cólera e suprimento de água de diferentes bombas públicas de abastecimento, identificando a origem sem nem mesmo conhecer a etiologia da doença. Ele observou que os óbitos tinham relação com a ingestão de água de abastecimento, na determinada localidade, e pessoas que utilizamam aquela água eram as mais susceptíveis. Como a distribuição espacial de qualquer evento está a elaboração de mapas, pode-se mapear a cidade para avaliar a distribuição da doença no espaço. <FIM MARCADOR> O principal objetivo das variações geográficas das doenças é a formulação de hipóteses etiológicas através da análise conjunta das variações dos fatores ambientais. Análise espacial das doenças e demais eventos em saúde também pode ser um importante instrumento na gestão em saúde. O estudo quantitativo da distribuição das doenças ou serviços de saúde, onde o objetivo está referenciado geograficamente é denominado análise espacial em saúde. São utilizadas para Quem adoeceu? Onde ocorreu a doença? Quando ocorreu a doença? http://fichas.ripsa.org.br/2012/ identificar padrões espaciais de morbidade ou mortalidade e os fatores associados a estes padrões, descrever processos de difusão de doenças e gerar conhecimento de etiologia da mesma, visando sua predição e controle. Métodos de análise espacial podem ser divididos em 3 grupos, de acordo com seu propósito principal: A visualização é o mapeamento de eventos de saúde como ferramenta primária. A análise exploratória de dados descreve padrões espaciais e suas relações com mapas. E a modelagem testa formalmente uma hipótese ou estima relações entre a incidência de uma doença e as variáveis ambientais envolvidas. Note que os procedimentos utilizados em análise espacial não se resume ao mapeamento de eventos. A distribuição espacial das doenças reflete sinteticamente os complexos processos sociais, históricos, geográficos e ambientais. Para isto, temos algumas ferramentas para auxiliar na coleta de dados como: Vamos caracterizá-los individualmente: 2.3.1.1 Geoprocessamento Conjunto de técnicas de coleta, tratamento e exibição de informações indexadas geograficamente. Ocorre mapeamento em níveis (Figura 3) onde há a junção de diversas fontes de informação (mapas, imagens de satélite, fotografias, tabelas) caracterizando o Sistema de Informação Geográfica (GIS). Na saúde coletiva, contribui para análise espacial das doenças, por permitir o manejo de grandes conjuntos de dados referenciados geograficamente, assim como avaliar as relações entre saúde-doença e o ambiente. Pode ser um importante instrumento para vigilância epidemiológica e para o planejamento de ações de prevenção e controle. Geoprocessamento Análise de dados de área ou treliça Análise de padrões pontuais Geoestatística Análise Exploratória de dados Modelagem Visualização Figura 3. Mapeamento em níveis dos sistemas de informação geográfica. Fonte: Prefeitura Municipal de Macaé, 2020. Como exemplo, analisando a dengue em uma determinada região, podemos avaliar o estudo em camadas, referindo-se aos casos de doença na população humana (people), as propriedades em que foram encontradas focos de água parada e reservatório dos mosquitos (properties), associação com índice de pobreza dos bairros e ruas (streets) e que podem ser avaliados tanto indivudualmente quanto concomitantemente nesta mesma região (realidade). 2.3.1.2 Análise de dados ou treliça Na saúde coletiva, os dados referentes à incidência de uma doença ou agravo à saúde que são apresentados em forma de mapa segundo a divisão político-administrativa constituem um exemplo típico de treliça (Figura 4). Figura 4. Distribuição geográfica dos casos de COVID-19 no município de Cuiabá-MT. Fonte: Rodrigues, 2020. Podemos considerar a taxa de incidência do coronavírus por bairro no município de Cuiabá, observando a linha de limites entre bairros e verificando os bairros com maior incidência, bem como o deslocamento da doença no município. Imagens podem ser obtidas por sensoriamento remoto (satélites), já que a captação da informação da superfície terrestre pelos sensores destes satélites é feita em unidades territoriais do mesmo tamanho (pixels). Portanto, a associação da ideia de treliça está relacionada à vizinhança, como os bairros de Cuiabá em nosso exemplo. 2.3.1.3 Análise de padrões pontuais A variável de interesse é a própria localização do evento. O objetivo é saber se os eventos observados ocorreram aleatoriamente ou se existe algum padrão sistemático em determinada região, como agregação (clustering) ou regularidade. Agregação espacial de uma doença pode ser atribuída a fatores demográficos, genéticos, ambientais ou socioculturais superpostos geograficamente ou, ainda, em função da transmissão de agentes infecciosos. Desta forma, na determinação de pontos de casos de uma doença, deve-se observar: estes pontos estão agrupados ou dispersos? Existe uma associação entre eles? Assim, pode-se determinar padrões e localidades onde há maior acúmulo de casos (Figura 5). Figura 5. Casos de Leishmaniose visceral no Brasil. Fonte: UNASUS, 2016. Desta forma, podemos observar os Estados do Maranhão e Ceará com maiores números de casos. Mas porque? Possivelmente pela presença de vetores na região e que, por sua vez, pelo clima frio, não é encontrado no Sul do País, apesar de ter um caso pontual no Rio grande do Sul, provavelmente por uma pessoa migrante. 2.3.1.4 Geoestatística Geoestatística avalia fenômenos que variam continuamente no espaço. Analisa a variabilidade espacial e a predição de fenômenos. A premissa básica é a de que valores em posições próximas são correlacionadas e que esta correlação diminui a medida que a distância geográfica aumenta. Observe no mapa (Figura 6) a distribuição das taxas de mortalidade na região de Araçatuba e Bauru (no espaço), sendo o foco central com maiores óbitos em vermelho e a partir deste, a distrubuição da doença varia de forma gradativa na região, demonstrando um dado dinâmico. Figura 6. Mapa kernel representando a taxa de mortalidade por leishmaniose visceral humana e rodovias, com destaque para a Rodovia Marechal Rondon (B). Regiões de saúde de Araçatuba, Bauru, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto, estado de São Paulo, 1999 a 2013. Fonte: Cardim et al., 2016. 2.3.2 Distribuição das doenças no tempo O estudo da distribuição das doenças pode fornecer informações para compreensão, previsão, busca etiológica, prevenção de doenças e avaliação do impacto de intervenções em saúde. A observação dos fenômenos relativos à saúde ao longo do tempo permite que se verifiquem variações ou tendências que podem ocorrer em sua frequência. Conhecer os períodos de maior risco para determinadas doenças pode contribuir para prevenção e o diagnóstico precoce das doenças. As tendências ou variações podem ocorrer isoladamente, simultaneamente e pode, ainda, haver influência do acaso. O método geralmente usado é a análise de séries históricas que podem referir-se a anos, meses, dias ou qualqueroutro período de tempo e avalia mudanças resultantes da introdução de uma atividade em particular, bem como estimar sua possível ocorrência no futuro. Para a análise da série temporal, os valores são colocados em um gráfico, sendo a ocorrência da doença lançada no eixo vertical e o tempo no eixo horizontal. A tendência desses dados pode ser detectada por três métodos: desenho a mão livre, cálculo das médias móveis e análise de regressão, como representado abaixo. No desenho a mão livre, o agrupamento dos pontos a olho nu é um método para observar uma tendência. No entanto esse método está sujeito a interpretações subjetivas e não permite a identificação de variações devidas ao acaso. O cálculo das médias móveis é uma média aritmética de grupos consecutivos de medições. Como exemplo, a partir de dados mensais, podem ser calculadas médias trimestrais. Por esse cálculo, a média para fevereiro é igual à média aritmética entre os dados de janeiro, fevereiro e março, e assim sucessivamente. A vantagem desse método é que reduz a variação devida ao acaso, permitindo melhor indicação das tendências. Esse método apresenta duas desvantagens: uma é que não se pode obter a média para o primeiro e para o último dado da série. A outra desvantagem é que a média é afetada pelos valores extremos. A análise de regressão é um método estatístico para a investigação de relações entre duas ou mais variáveis. No caso da análise de séries cronológicas, uma variável é a ocorrência da enfermidade e a outra é o tempo. Por meio da análise de regressão, obtém-se a linha de regressão e o coeficiente de regressão. Coeficiente de regressão negativo indica que há relação inversa entre as duas variáreis, conforme o tempo passou, a ocorrência da doença diminuiu. Mais detalhes sobre esta análise serão vistas no capítulo 8. A distribuição das doenças no tempo podem ser dos seguintes tipos: • Estacional • Cíclica • Secular • Irregulares Vamos identificá-las pontualmente: Cálculo das médias móveis Análise de regressão Desenho a mão livre 2.3.2.1 Estacional ou sazonal As variações sazonais de tempo dependem de uma flutuação periódica, sendo estreitamente relacionadas às condições ambientais, como as estações do ano, períodos de chuvas e secas, alteração de densidade de hospedeiros, nas práticas de manejo, na sobrevivência do agente etiológico, na dinâmica da população de vetores ou outro fator ecológico, além da existência de susceptíveis. Depende, também, de um conjunto de fatores como radiações solares, temperatura, umidade do ar, precipitação, concentração de poluentes, aglomeração de pessoas ou animais. Esses fatores, por exemplo, durante o inverno, podem favorecer o aparecimento de doenças respiratórias ou, durante o verão, podem favorecer a transmissão fecal-oral devido ao maior consumo de água. Um exemplo de doença de variação sazonal é a ocorrência de leptospirose humana em consequência de enchentes, quando águas de esgoto contaminadas com urina de ratos infectados entram em contato com a água da inundação e o agente etiológico tem acesso aos hospedeiros. Conseguimos observar que quanto maior a quantidade de chuvas, maior o número de casos de leptospirose, no mesmo período (Figura 7). Figura 7: Número de casos de leptospirose (vermelho) e precipitação (azul) em Minas Gerais. Fonte: Suassuna Dutra et al., 2015. A variação estacional também é bastante comum nas doenças transmitidas por vetores. Nesse caso, a flutuação está na dependência da população de artrópodes, que pode variar conforme a época do ano, como é o caso da dengue. Ao analisar as variações na ocorrência de uma enfermidade, é importante levar em consideração o nível endêmico, pois o aumento substancial de casos em determinada época do ano poderia ser confundido com um surto ou uma epidemia, quando, na verdade, pode tratar-se de uma variação estacional. Para que não ocorra esse equívoco, deve-se basear sempre no limiar epidêmico para o período considerado. 2.3.2.2 Cíclica Variações do tempo do tipo cíclica ocorre em donças cuja periodicidade envolve espaços de tempo que ultrapassam o período de um ano. Está associada a alterações periódicas na densidade de hospedeiros susceptíveis, permitindo a transmissão do agente etiológico. Essa variação pode ser observada quando o agente etiológico apresenta alta patogenicidade, mas confere imunidade relativamente duradoura. Ela está provavelmente associada com o tempo necessário para que a população atinja o valor-limite de hospedeiros suscetíveis. Vamos recordar! A incidência do sarampo tende a aumentar a cada 3 anos, o que podemos observar nos picos entre 1968 e 1992 no Brasil. Este processo pode ser explicado pelo decréscimo do número de susceptíveis logo após a epidemia, ou seja, todos adoecerem e conseguem uma imunidade longa contra o sarampo. Por outro lado, o nascimento de novas crianças implica em novos susceptíveis, sem imunidade contra sarampo, permitindo novo aumento de casos (Figura 8). Figura 8: Incidência de sarampo ao longo do tempo. Fonte: Domingues et al, 1997. Asssim, a partir de 1992 , o aumento da cobertura vacinal modificou inteiramente esse processo, ocorrendo novo ciclo apenas 7 anos mais tarde, com redução do pico de novos casos e ao aprimoramento da cobertura vacinal. Como esse processo se repete periodicamente, o seu conhecimento serve para predição de ocorrência contribuindo para adoção de medidas de controle. 2.3.2.3 Secular ou de longo prazo ou histórica Variações temporais seculares ou a longo prazo referem-se à análise das mudanças na frequência de uma doença (incidência, mortalidade, etc) por um longo período de tempo, geralmente décadas. Não existe um critério para determinação de um tempo mínimo de observações para detectar alterações na doença, a determinação do período vai depender do comportamento epidemiológico de determinada doença. Infelizmente, a duração da série histórica é limitada pela disponibilidade de dados e de recursos para acompanha-la por tanto tempo. Essa tendência pode ser influenciada por diversos fatores, mas geralmente resulta de ação humana, sendo que a diminuição na ocorrência da doença decorrente da melhoria das medidas profiláticas, como no caso da varíola ou da tuberculose, pelo uso de vacinas; ou a cólera, pela adoção do tratamento da água de consumo, entre tantas outras. Por volta de 1900, observa-se tendência estacionária com altos índices de mortalidade de tuberculose (Figura 9); posteriormente há redução da mortalidade pela identificação do bacilo e acentuada queda da mortalidade, em função das melhorias sociais, da introdução de recursos terapêuticos, prevenção com vacinação, melhoria dos indicadores nutricionais e da ampliação da cobertura de serviços de saúde. Figura 9: Distribuição secular de tuberculose Fonte: McKeown & Lowe, 1981 A variação secular constitui valiosa fonte para formulação de hipóteses, pois indica as variações populacionais, os resultados de atividades profiláticas, o desenvolvimento de meios de diagnóstico e de terapia, modificações por parte dos agentes etiológicos descritas ao longo do tempo. 2.3.2.4 Irregulares Alterações inusitadas na incidência das doenças, diferente do que seria esperado, configura- se de variações irregulares. Através de técnicas estatísticas é possível conhecer se a evolução temporal da incidência de determinada doença com base em dados históricos, o que se caracterizaria como uma endemia ou apresenta alguma variação irregular. No estudo de series temporais, primeiramente se procura retirar o componente sazonal, cíclico ou de tendência da doença para depois avaliar se a ocorrência da doença é irregular ou não. São distribuições irregulares e seus conceitos: • Surto • Epidemia • Endemia • Pandemia Surto é uma ocorrência epidêmica onde todosos casos estão relacionados entre si, atingindo uma área geográfica pequena e delimitada, como vilas ou bairros; ou uma população institucionalizada, como colégios, quartéis e creches. Um exemplo é a ocorrência de diversos casos de intoxicação alimentar em uma fazenda, onde animais comeram no mesmo silo com presença de toxinas. Epidemia é um excesso de casos quando comparado com a frequência esperada. Consiste na elevação brusca, temporária e significantemente acima do esperado da incidência de uma determinada doença. A ocorrência de uma epidemia é função de alterações nos fatores relacionados ao agente (físico, químico ou biológico), tipo e tamanho da população exposta, hospedeiro e/ou ambiente, que constituem a estrutura epidemiológica de uma população em determinado período de tempo e espaço geográfico (Figura 10). Figura 10: Epidemia e endemia. Fonte: Neves, 2005. O aparecimento de um único caso autóctone (oriundo do mesmo local que ocorreu) em uma região que nunca ocorreu ou que esteja livre de determinada doença representa epidemia. As epidemias apesar de terem como base um critério definidor comum, podem variar em termos de sua velocidade de instalação, propagação e desaparecimento, sua duração e os mecanismos envolvidos no seu desencadeamento. Embora não exista consenso quanto à denominação dos diferentes tipos de epidemia, a análise da evolução temporal de um processo epidêmico pode revelar pelo menos dois tipos distintos: quanto à fonte e quanto ao tempo (lenta ou explosiva). Epidemia por fonte comum (pontual ou persistente) – o fator extrínseco pode ser veiculado pela água, alimentos, ar ou introduzido por inoculação. Número de casos apresenta uma rápida progressão, atingindo pico da incidência em curto espaço de tempo, tomando a forma de uma epidemia maciça ou explosiva. Os susceptíveis devem ter tido cesso direto a uma única fonte de contaminação, podendo ser por curto espaço de tempo (fonte pontual), como intoxicação alimentar em uma festa; ou por tempo mais longo (fonte persistente), como intoxicação por fonte hídrica. Está na dependência do período de incubação da doença. Epidemia progressiva ou propagada, difundida por transmissão de contato de pessoa a pessoa, não ocorrendo assim uma explosão simultânea a um determinado agente. A transmissão ocorre por via respiratória, sexual ou através de vetores, formando uma cadeia de transmissão. Ex. malária, sífilis, dengue, raiva, gripe. Condições facilitadoras de propagação de um agente infeccioso no ambiente, como aquelas determinadas por movimentos migratórios, facilidade de transporte, concentração de indivíduos pode determinar um processo epidêmico caracterizado por uma ampla distribuição espacial da doença, atingindo diversas nações ou continentes é denominado pandemia (Figura 11). Figura 11: Casos de Coronavirus no Mundo. Fonte: Fiori, 2020. A pandemia do Coronavírus originada na província de Wunan na China em 2019 trouxe consequências na vida de todas as pessoas em todo o mundo, desde perdas econômicas como populacionais, tendo impacto sofrido no Brasil no ano de 2020. 2.5 Conclusão O conhecimento de uma doença é imprescindível para determinar formas de controle e prevenção em uma determinada população. Mas para que isso ocorra, é necessário entender a doença. Esse entendimento implica no conhecimento da distribuição desta doença e seus indicadores, como dados de prevalência e incidência (e suas derivações) que ajudam a entender casos em uma determinada população. Ainda, descrever relação de espaço geográfico e sua distribuição ao longo do tempo evidencia como ocorre a disseminação da doença, quais as populações de risco e quais as melhores medidas a serem tomadas de acordo com cada localidade/tempo/população. Resumo As descrições das doenças são imprescindíveis para conhecer padrões, grupos de risco e suas distribuições. Medidas de frequência das doenças são utilizadas, sendo importante diferenciar índice e coeficiente, conceitos como incidência, incidência acumulada, taxa de incidência e prevalência, e seus usos. Indicadores de saúde demográficos, socioeconômicos, mortalidade, morbidade, fatores de risco e proteção, recursos e cobertura são medidas síntese que contem informações relevantes sobre os temas de saúde e dimensões do estado de saúde em uma população. Por fim, a distribuição das doenças no espaço e tempo permite o conhecimento dos processos de saúde e doença. A distribuição das doenças no espaço são realizadas por geoprocessamento, análise de dados por treliça, por padrões pontuais e geo estatística; enquanto que a distribuição das doenças no tempo podem ser estacional, cíclica e secular. As distribuições irregulares de tempo competem a conceitos de surto, epidemia, endemia, pandemia. Assim, o conhecimento das doenças por meio de indicadores, medidas de frequência, distribuição das doenças no espaço e tempo permitem o planejamento de ações de controle e prevenção adequadas para cada situação em uma determinada população. Leituras • ABC da Saúde, Índice de APGAR, 2019. Site consultado: https://www.abcdasaude.com.br/pediatria/indice-de-apgar Acesso em: 21 maio. 2020. • MALTA, Deborah Carvalho et al. Prevalência de diabetes mellitus determinada pela hemoglobina glicada na população adulta brasileira, Pesquisa Nacional de Saúde. Rev. bras. epidemiol. 2019. Site consultado: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415790X2019000300408&l ng=en&nrm=iso Acesso em: 21 maio 2020. • RIPSA, Ministério da Saúde. Indicadores de saúde. 2012. Site consultado: http://fichas.ripsa.org.br/2012/. Acesso em 20 abr. 2020. Referências • ABC da Saúde, Índice de APGAR, 2019. 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