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Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 1. Bases para o conhecimento da doença Fisiopatologia É o estudo científico da doença e dos seus mecanismos, ou seja, o estudo do modo como os órgãos e tecidos de um organismo saudável se modifica num indivíduo doente. o Fisiopatologia geral: estudo das causas, mecanismos e características dos principais processos patológicos, como infamação, cancro, patologia congénita versus adquirida. Ou seja, o estudo das alterações funcionais e estruturais que ocorrem nas células e tecidos em resultado de uma lesão directa ou indirecta. o Fisiopatologia de sistemas e órgãos: estudo de doenças específicas que afectam órgãos e sistemas. Cada doença específica tem habitualmente um ou mais mecanismos característicos da fisiopatologia geral. Homeostasia É o conceito de ambientes interno estável, conseguido através de um cuidadoso sistema fisiológico que se opõe à mudança. Ou seja, o estado de equilíbrio entre as pressões opostas que se geram em torno da célula ou do tecido, e que nos permitem ser saudáveis. Agressão do meio Ambiente Microrganismos Raios Ultravioletas Altitude Normal = Fisiológico Definição de saúde da OMS: Estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas de ausência de doenças. A definição de saúde possui implicações legais, sociais e económicas dos estados de saúde e doença. Adaptação do Homem Anticorpos Bronzeado Aumento da hemoglobina Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio O que é genético é hereditário, mas o que é hereditário pode não ser genético Doença Condição na qual a presença de uma alteração no organismo provoca a perda de saúde e portanto da sua homeostasia. No entanto apenas a alteração não é suficiente para implicar a presença de doença, a menos que se faça acompanhar de sofrimento, ou que denote um estádio precoce de desenvolvimento de doença. Há mecanismos de lesão que conduzem à doença, ou seja, à perda desta estabilidade. Estes mecanismos vão desde alterações genéticas a traumatismos, à infecção por agentes vivos, bloqueio das vias metabólicas, até à deficiência de metabólicos. Algo que inibe o estádio da vida Nosografia – estudo de cada doença de forma individual. Patologia – é o estudo da doença considerando os mecanismos causais e a sua ralação com as alterações fisiopatológicas e expressão sintomática. Nosologia – Classificação das doenças, segundo critérios anatómicos (divisão por órgãos ou sistemas), etiológicos (doenças infecciosas, agentes mecânicos ou físicos), fisiopatológicos (doenças metabólicas) e patocrónicos (doenças agudas ou crónicas). É a parte da medicina que trata das patologias em geral e as classifica do ponto de vista explicativo. Jusante – abaixo Montante – acima Sistema Orgão Tecido Célula Infinitamente pequeno Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Intervenção na doença Sinais e sintomas da doença Avaliação médica Hipóteses de diagnóstico Exames complementares de diagnóstico Diagnóstico Terapêutica Prognóstico Iatrogenia Estado de doença ou complicações, causadas por ou resultante do tratamento médico. Agressão. Semiologia Disciplina que estuda os sinais e os sintomas. Sintomas Correspondem a toda e qualquer alteração da percepção normal que um indivíduo tem do seu próprio corpo (do seu metabolismo, sensações, …) e que pode ou não constituir um indício de doença. Os sintomas são subjectivos e estão sujeitos à interpretação do próprio paciente. A variabilidade descritiva dos sintomas varia enormemente em função da cultura do paciente, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções. Cura sem sequelas Sequelas Morte Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Sinais Tudo aquilo que resulta da observação de um doente a partir de exames médicos: alterações ao metabolismo, o aspecto do doente, a sua condição física, etc. Um sinal pode ser detectado sem que para isso seja necessária a confirmação ou relato do próprio indivíduo. Qualquer manifestação orgânica que é identificada pelos órgãos dos sentidos Ex: Abcesso, paralisia facial, cheiro, rinorreia (corrimento) Semiologia – sinais e sintomas que o doente possui Síndrome Conjunto de sinais e sintomas associados a uma mesma patologia e que no conjunto definem o diagnóstico e o quadro clínico de uma condição médica. Em geral, são sintomas de causa desconhecida, ou em estudo, classificados geralmente com o nome do cientista que o descreveu ou o nome que o cientista lhes atribuir. Uma síndrome não caracteriza necessariamente uma só doença, mas um grupo de doenças. Ex: dor, astenia (perda de força), … Glecorreia – corrimento infectado Doença rara Baixa penetrância na população. 15 a 20 000 entidades raras. Doenças auto-imues Patologias em que ocorre um fenómeno de auto-imunidade, ou seja, em que há um desenvolvimento de certas reações imunes aos constituintes naturais do organismo, que levam a lesões localizadas ou sistémicas. Auto-imunidade – resposta à agressão inflamatória Classificação das Doenças As doenças congénitas: o São adquiridas antes do nascimento ou até mesmo depois deste, no primeiro mês de vida, seja qual for a sua causa. o Podem ser (1) genéticas: hereditárias ou espontâneas; o ou (2) não genéticas: ambientas (infecção do feto pelo vírus da rubéola) ou acidentais. As doenças adquiridas: Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio o Podem ser (1) inflamatórias: agudas ou crónicas; o (2) do crescimento: neoplásicas ou não neoplásicas; o (3) por lesão e perturbação da reparação; o (4) vasculares, aterosclerose que causa isquémia; o (5) imunológicas, dividem-se em imunodeficiência e auto-imunidade; o (6) metabólicas e degenerativas, das quais é exemplo a diabetes, que pode acelerar o desenvolvimento da arteriosclerose e conduzindo a um enfarte do miocárdio; o (7) iatrogénicas, doenças que resultam da acção médica, como por exemplo os efeitos secundários de um tratamento, erros médicos, infecções hospitalares, etc. Classificação das Doenças As doenças podem ser benignas, doenças brandas e geralmente não-progressivas (contra exemplo: um tumor benigno que cresça dentro do crânio pode matar o hospedeiro), ou malignas, doenças com tendência a tornarem-se progressivamente piores e potencialmente mortais, caracterizadas pelas propriedades de anaplasia, invasão e metástase. Como exemplo de doenças malignas temos os tumores. Doença insidiosa São doenças que se instalam de forma súbita. Surgem subtilmente, progredindo e evoluindo ao longo do tempo. Iniciam-se com sintomas discretos e pouco específicos e normalmente só são diagnosticadas em estadíos avançados do seu cursonatural. Progressão lenta de sintomas. Agudização de uma situação crónica Há uma patologia crónica de base que por vezes ainda é agravada por uma situação aguda (ex: infecção), situação esta que agrava a patologia de base. Terminação “ite” Situação aguda provocada por um processo infeccioso. Pancreatite, amigdalite, otite, duodenite, … Doenças Agudas Início - estadío - regressão Crónicas Progride no sentido do agravamento A lesão é irreversível Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Evolução e história clínica A cronopatologia estuda o efeito do ciclo circadiano na saúde e a sua relação com as doenças. As doenças têm uma evolução: têm uma forma de início, têm uma forma de estádio e depois uma forma de regressão. Os efeitos das doenças podem ser agudos (resposta rápida do organismo), sub-agudos, ou crónicos (resposta mais lenta e duradoura). Para além disso, as doenças podem provocar efeitos contínuos ou revelarem-se por surtos que correspondam a agudizações ou recorrências de episódios anteriores (ex: tuberculose vs gripe sazonal). As doenças inflamatórias são um exemplo das que ocorrem por surtos. Na evolução de uma doença infecciosa distinguem-se várias fases: o (1) contacto; o (2) incubação; o (3) pródromo, fase em que se tornam identificáveis sinais e sintomas que antecedem uma doença; o (4) início ou estado; o (5) declínio; o (6) convalescença. A probabilidade de cura de uma doença diminui com o avanço do tempo, por isso, é importante detectá-la na fase ante-clínica através do rastreio. A fase ante-clínica é aquela em que uma doença já se começou a desenvolver mas ainda não existem manifestações. Se se pensar no caso do cancro do pulmão, para o qual um dos principais factores de risco são os hábitos tabágicos, um dos sistemas de prevenção possíveis seria a sua diminuição. Não sendo esta diminuição fácil, deveriam ser realizados rastreios. Porém, isso não acontece para o cancro do pulmão, pois, apesar de ser possível detectar casos da doença, o número de indivíduos que se poderia salvar não justificaria os custos implicados. Uma situação contrária verifica-se no caso do cancro da mama. Estudo de uma doença Estudo de doença Significado Etiologia Causa da doença Patogenia Mecanismo da doença Patocronia Evolução da doença no tempo Semiologia Sinais e sintomas Diagnóstico Identificação da doença Prognóstico Revisão da evolução da doença Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Métodos de diagnóstico Recolha de dados Anamnese Exploração Provas complementares Causas de doenças Modelo de patogenia Modelo de patocronia Tipo evolutivo: Agudo Crónico Fase evolutiva Fim da doença: Cura Invalidez Morte Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Análise e interpretação dos dados Sensibilidade Especificidade Processo diagnóstico Amigdalite não é o diagnóstico, é uma entidade nosológica classificativa do diagnóstico. O diagnóstico é um processo que envolve: o Sinais e sintomas. o Dados do exame objectivo. o Exames complementares de diagnóstico. Reunidos todos os dados conseguimos chegar a um conjunto de hipóteses (hipóteses diagnósticas) da entidade nosológica causadora da patologia. Prognóstico reservado – antevisão de um prognóstico que caminha para a letalidade Exames complementares diagnóstico Algo que vamos identificar como prova de uma suspeita de doença. Ajuda na conclusão da suspeita de doença. São provas que confirmam, ou não, a suspeita de determinada doença. É necessário a ajuda de outros técnicos de saúde para o processo diagnóstico, a medicina já não é isoladamente um papel do médico, requer uma equipa. O exame complementar é complementar a um raciocínio prévio sobre a condição do doente. Diagnóstico (corresponde a um processo – Exames complementares de diagnósticos, exames objectivo e sinais e sintomas) ≠ Amigdalite (Entidade Nosológica – Problema). Hoje o processo diagnóstico não está centrado num só profissional, com aumento da complexidade tornou-se essencial o trabalho colaborativo Rai-X tórax destrói milhares de células da medula. O exame complementar tem uma indicação formal, não podem ser pedidos indiscriminadamente. A responsabilidade da prescrição é do profissional (não se passa um exame só para calar o doente). TAC craneo-encefália – 150-200euros Endoscopia Esófago Intestino Astoscopia Bexiga Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Prognóstico Visão prévia, evolução que é prevista com os dados que temos no momento. É uma predição médica de como a doença e o próprio paciente irão evoluir, e quais as possibilidades de cura. Prognóstico reservado: caminha para a letalidade. Que evolução prevê perante os dados que tenho no momento. Ter indicação cirúrgica é um bom prognóstico, pois possui uma hipótese de tratamento. Nomenclatura da doença Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Palpação Tem o intuito de procurar anomalias à superfície do corpo humano. Mamária – deve ser feita no banho com a ponta dos dedos, onde obtemos a expressão máxima do tacto Mortalidade Número de pessoas que morrem com determinada doença. A morbilidade está relacionada com as consequências da doença, por exemplo, a quantidade de pessoas que, tendo aterosclerose, terão um AVC. Morbilidade Impacto que a doença tem na população. Exame objectivo É realizado por um profissional de saúde que pesquisa, observa e confirma os sinais de determinada doença. É constituído pela inspecção, palpação, percussão e auscultação. Palpação: o Procura de indícios no corpo à superfície e na tentativa de profundidade. o Procura de massas ou volumes que não deviam lá estar. Acidente vascular: Causas: o Laceração ou ruptura do vaso. o Fenómeno de obstáculo ou trombose. o Ambos os fenómenos impedem o sangue de chegar ao seu destino. Omeprazol: Inibidor da bomba de protões por competição química. Estômago com híper-acidez úlceras gástricas. Acidentes Vasculares •Ruptura (derrame) •Trombose (obstáculo) Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Usado no tratamento de úlceras gástricas. Funções do intestino: Absorção de substâncias (após a degradação em moléculas mais simples). Secreção de substâncias que vão causar reacções químicas de degradação (Função secretora). Motora (trituração dos alimentos através dos movimentos peristálticos). Obstipação: O que está em causa é a função motora do intestino. Probabilidade: O profissional de saúde lida com a probabilidade todos os dias, uma vez que nem todas as pessoas reagem da mesma maneira aos tratamentos. A dietética actua a nível Prevenção Tratamento/controlo da doença A farmácia actua a nível Prevenção Intervenção Terapêutica A Hiperacidez do estômago provoca úlceras Efeito Placebo Efeito em que o médico é sujeito a passar um exam e ou medicamento para confortar o doente, mesmo sabendo que não antevê nada de mal com o paciente. É o acto de passar medicação falsa que ajuda o doente a superar a falsa doença Para cada suspeição há um exame adequado Cancro da mama Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Palpação Consistência dura mau prognóstico, maligno Consistência fibrosa benigno Hiperplasia aumento celular Hipertrofia (órgãos) ≠ hiperplasia (células) Marcadores de doença substâncias proteicas que “marcam” a presença de doença Ao serem observadas determinadas substâncias no sangue, pode-nos indicar a presença de certa patologia Existem determinados critérios para haver doença ou não Se de uma doença com 10 critérios tivermos 5 deles já podemos admitir que, possivelmente, temos a tal doença Nódulo da mama Formação neoplásica (maligno) Mamografia (raio X) - define substâncias sólidas Maior sensibilidade para detectar tumor sólido Ecografia mamária (ultra sons) - define uma imagem Maior sensibilidade para detectar quistos Quisto glandular (benigno) Hipertrofia da glândula - aumento da forma Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 2. Lesão celular Sendo as células a unidade funcional básica do organismo, é necessário o estudo destas. Quando uma célula num equilíbrio com o seu meio interno (steady state) sofre acção de um indivíduo externo que perturba esse equilíbrio, sofre uma adaptação por forma a conseguir um novo equilíbrio com o meio interno, regressando ao estado inicial após cessar o agente perturbador. Essa perturbação pode ser reversível, a célula adapta-se bem ao estímulo causado, ou ainda ser irreversível, quando a célula não consegue reverter o desequilíbrio. Causas de lesão celular Causas de lesão celular Lesão celular directa Alterações no tecido intersticial. Lesão celular indirecta Défice na produção de energia; Alteração da membrana celular; Altarações genéticas; Distúrbios metabólicos. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Quanto às Lesões Irreversíveis, existem as morfológicas, funcionais e bioquímicas. Tipos de Necrose Necrose por Coagulação – existe um coágulo no conteúdo celular, dando um aspecto homogéneo e anuclear à célula Necrose por Liquefacção – destruição enzimática das células Necrose Gorda – causada por acção das enzimas do pâncreas exócrino que, em situações anormais, extravasam os ductos pancreáticos e destroem os adipócitos dos tecidos vizinhos. Necrose Necrose Caseosa – ocorre infecções crónicas granulomatosas específicas, em que se forma um material necrótico semelhante a um queijo Necrose Fibrinóide - frequente na destruição de tecido conjuntivo associada a doenças auto- imunes. Gangrena – designa uma necrose tecidular extensa, como por exemplo a gangrena de um membro inferior. Lesão celular Reversível ou degenerescência celular A resposta celular às alterações do meio cursa dentro dos limites da homeostasia, permitindo o regresso da célula ao estado inicial após estímulo perturbador. Irreversível As células não conseguem voltar ao estado de homeostasia, não recuperando da lesão, acabando, inivitavelmente por morrer - Necrose celular Lesão Irreversível Alteração morfológica Picnose - densificação nuclear Cariorrexis - fragmentação nuclear Cariólise - Dissolução nuclear Alteração funcional Alteração bioquímica Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 3. Exames complementares de Diagnóstico Interpretação do valor semiológico dos exames complementares de diagnóstico Resultado do teste Doença + - Doença Verdadeiro positivo Falso negativo Não Doença Falso positivo Verdadeiro negativo Verdadeiro positivo (VP) – o resultado do teste é confirmado pela situação real da doença. O teste é positivo para a doença A que de facto existe. Verdadeiro negativo (VN) – o resultado do teste é confirmado pela não existência real da doença. O teste é negativo para a doença A que de facto não existe. Falso positivo (FP) – apesar do resultado do teste ser positivo, a doença não existe, na realidade. Falso negativo (FN) – embora o resultado seja negativo, na realidade confirma-se a existência da doença. A confirmação destes resultados permite obter parâmetros fundamentais para avaliar a eficácia dos exames laboratoriais. Sensibilidade e Especificidade O doente pode, de uma forma aguda apresentar duas ou mais anomalias e ainda ter uma doença crónica. Podemos apresentar uma doença em equilíbrio, a doença está lá mas não nos apercebemos que existe. Pode estar em equilíbrio através de medicamentos ou por acções do nosso próprio organismo. Teremos de utilizar vários destes diagnósticos para detectar as doenças. Sensibilidade – define-se como a probabilidade de obter um resultado positivo quando o indivíduo está afectado pela doença. Corresponde ao teste positivo e presença de doença, é a confirmação da doença na doença. Um teste muito sensível dá poucos falsos negativos e quando a sensibilidade do teste é 100% ele é positivo em todos os casos de doença. Ex.: 80% são verdadeiros positivos (confirmação da doença na doença) e 20% são falsos negativos (confirmação da não doença na doença) Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Calcula-se: S= Especificidade – define-se como a probabilidade de obter um resultado negativo na ausência de doença. Este teste pressupõe a não doença, é a confirmação da não doença na não doença. Calcula-se: E= Valor preditivo de um resultado positivo (VPP) – representa a possibilidade de ter a doença quando o resultado é positivo. Calcula-se: VPP= Valor preditivo de um resultado negativo (VPN) – representa a possibilidade de não ter a doença quando o resultado é negativo. Calcula-se: VPN= Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 4. Alterações da regulação térmica Regulação da temperatura corporal – Termorregulação O Homem é um ser homeotérmico, necessita de manter a temperatura interna constante conservando um balançopreciso entre a produção, conservação e perda de calor. Este equilíbrio é mantido à custa de um centro termorregulador localizado no hipotálamo anterior, que gere produção e dissipação de calor pelos tecidos independentemente das variações ambientais. No ser humano a temperatura corporal á mantida entre 36.8 e 37.2ºC O importante é mantar a temperatura corporal interna constante, designado Núcleo Central, formado pelos órgãos das 3 cavidades (cérebro, tronco e abdómen), mesmo que para isso seja necessário alterar a temperatura periférica (pele e músculos). Se a temperatura corporal desce abaixo do normal iniciam-se mecanismos de produção de calor (termogénese), e se a temperatura corporal sobe acima do normal são activados mecanismos de dissipação de calor (termólise). Mecanismos de produção de calor – Termogénese Termogénese é um mecanismo de produção de calor endógeno que envolve: Activação do metabolismo energético – estimulação do sistema nervoso simpático através do córtex supra-renal que liberta adrenalina e noradrenalina, aumentando a tensão do músculo- esquelético e iniciando tremores e vasoconstrição que provocam calor. Vasoconstrição cutânea – redução de fluxo sanguíneo que chega à superfície corporal, conservando a temperatura do núcleo central. Contracção muscular – estimulação de impulsos que provocam contracções do músculo- esquelético gerando calor. Mecanismos de produção de calor – Termólise Termólise é o mecanismo de dissipação de calor corporal que se dá principalmente através da pele por 3 formas diferentes: Condução – transferência directa de calor de uma molécula para outra através do sangue Radiação – transferência de calor para o meio ambiente através de ondas electromagnéticas e a temperatura ambiente tem de ser menor que a do corpo para que possa ocorrer perda de calor. Convecção – dissipação de calor cutâneo por correntes de ar que circundam a pele Evaporação – capacidade do organismo de converter água em vapor de água. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Alterações na termorregulação normal Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Alterações na termorregulação normal Hipertermia Subida da temperatura do núclo central. - Cãibras - Esgotamento por calor - Golpe de calor - Hipertermia maligna Transtornos tolais por acção directa do calor Podem ocorrer por exposição a radiações solares, a focos directos de calor mas também por agentes químicos, radioactividade e electricidade. Hipotermia Diminuição da temperatura corporal interna menos ou igual a 35ºC Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Transtornos locais por acção directa do frio Isquemia local – por vasoconstrição periférica e simultaneamente se desencadear uma resposta inflamatória. Congelação e cristalização da água intersticial – formando-se cristais de gelo que lesam a célula Pé trincheira ou de imersão – observa-se em indivíduos cujos pés estiveram em contacto com a água fria, não gelada, durante um período de tempo prolongado. Congelação – ocorre mais rapidamente que o pé de imersão, quando uma parte do corpo é exposta a baixas temperaturas. Complicações das queimaduras Avaliação dos graus de hipotermia Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 5. Resposta inflamatória Inflamação ou resposta inflamatória é a resposta biológica e fisiológica dos tecidos vivos à agressão, fundamentada na vascularização, e que conduz à orientação dos meios de resposta para o local onde se processou a agressão. Corresponde à resposta imunitária face aos agressores. É um processo de defesa – todas as doenças têm resposta inflamatória. Toda a agressão é inflamatória. AGRESSOR (microorganismos, radiação, químicos) + DEFESAS (glóbulos brancos produzidos na medula) Fagocitárias (neutralização química do agressora) – Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos, Monócitos (plasma) Macrófago (tecido e corresponde à primeira linha de defesa) e Linfócitos (produção de anticorpos Leucóticos – células brancas presentes no sangue, com capacidade de fagocitar, neutralizando quimicamente a toxina. Existem cerca de 7000 leucócitos numa milésima parte de um mililitro. Ex.: Neutrófilos, Basófilos, Eosinófilos, Monócitos. Linfócitos – linhagem celular de defesa Tipo B – génese de produção de anticorpos Tipo T – corpo de operações especializados (espécie de SNIPER) A vasodilatação existe para que se possam concentrar mais leucócitos na zona da inflamação. Ao dar um anti-inflamatório, inibe os mecanismos inflamatórios, inibe os mediadores e por sua vez inibe a dor. Como o indivíduo não tem dor, não está alerta para o que possa estar a acontecer no seu organismo Parasitas habitem vulgarmente no nosso corpo, nós somos cede de infecção de parasitas. O orifício mais infectado é a nossa boa. Um indivíduo com diabetes morreu quando entrou nas urgências com uma dor moderada no peito. O que se passou foi que devido aos diabetes, não sentia a dor normalmente, sentia menos do que na verdade deveria sentir. Resulta do contraponto entre o agressor e as nossas defesas. Resposta Inflamatória Acção de defesa "Base" de combate contra a agressão Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Serologia – detecção dos anticorpos Pacemaker – pilha que tem um ritmo para fazer o coração bater. Serologia – técnica para pesquisa de anticorpos no plasma. Depois de levar uma vacina, a população de leucócitos aumenta reagindo aos novos corpos estranhos. Opsonização – quimicamente preparado para a fagocitose. Os estados de depressão e ansiedade influenciam o número de leucócitos no sangue Início da resposta inflamatória Doenças psiquiátricas Alteração tem o "EU" conservado. O "eu" reconhece-se e avalia-se. Ex.: depressões, ansiedade Psicose tem perturbação do "EU". Não controlam o "eu" pessoa. Ex.: psiquiatria pesada - esquisofrenia Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio O tecido agredido induz, na microcirculação, uma vasodilatação que propicia o afluxo de sangue ao tecido e optimiza o transporte de mediadores celulares e moleculares. Alterações no calibre dos vasos o Vasoconstrição transitória – dura apenas alguns segundos. o Vasodilatação – acontece a seguir à vasoconstrição e caracteriza a inflamação com o rubor. Aumento da permeabilidade vascular – alterações estruturais na microcirculação que permitem que as proteínas plasmáticas e os leucócitos saiam dos vasos para os tecidos. Este movimento reduz a pressão osmótica intervascular e a acumulação de água e proteínas no espaço extravascular provocam edema. Durante a respostainflamatória, vários mecanismos são activados: o Contracção das células endoteliais – conduz ao aparecimento de intervalos intercelulares. É uma resposta transitória imediata, reversível e de curta duração que ocorre apenas nas vérnulas pós-capilares da microcirculação. o Retracção juncional – permite que a permeabilidade vascular aumente. Trata-se de um processo reversível e mediado particularmente por citocinas que induzem uma reorganização do citoesqueleto das células endoteliais. Extravasamento de leucócitos – No fluxo sanguíneo normal, os leucócitos e os glóbulos vermelhos “viajam” ao longo do eixo central, deixando uma podre quantidade de células em contacto com o endotélio. Este processo divide-se nos seguintes passos sequenciados: o Marginação dos leucócitos o Rolar dos leucócitos sobre o endotélio o Activação celular o Adesão celular o Diapedese ou transmigração endotelial o Migração através da lâmina basal Quimiotaxia – após o processo de extravasamento, os leucócitos migram nos tecidos em direcção ao local da lesão, definido de uma forma simples como uma chamada unidireccional destas células ou, como uma movimentação orientada por um gradiente químico. o Factores quimiotácticos – exógenos como produtos bacterianos e factores endógenos de natureza molecular. o O leucócito movimenta-se estendendo um pseudópode, um evaginação da membrana plasmática. Fagocitose – está a cargo dos fagócitos, células do sistema mononuclear fagocítico e de leucócitos polinucleares, especialmente dos neutrófilos. Este processo envolve os seguintes passos sucessivos: o Reconhecimento e ligação do agente a ser eliminado Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio o Invaginação o Morte ou degradação Glomerulonefrite (problema no glomérulo do rim) o Proteínas expelidas o Menor pressão oncótica no plasma o Passagem de H2O para o espaço intersticial o Edema Indução e mecanismos da resposta inflamatória Os mediadores da inflamação constituem uma rede organizada de comunicação e ampliação de respostas biológicas que têm por base o fenómeno inflamatório. Antigénio Específica – desencadeia respostas biológicas específicas através da activação do complemento e dos linfócitos. Não-antigénio Específica – representa a principal forma de activação da resposta inflamatória. Mediadores Celulares Neutrófilos São leucócitos polimorfonucleados que têm origem na medula óssea. É uma célula que permanece no sangue durante um curto espaço de tempo 12 a 20 horas, passando para os tecidos onde permanece cerca de dois dias. Perfaz 50 a 70% do número total de leucócitos. São células que se conseguem multiplicar e a sua principal função é a fagocitose no local da inflamação. São as células que estão programadas para sair dos vasos e ir para a linha de combate aos microorganismos matando-os e morrendo de seguida sendo-lhes atribuída a conotação de Kamikaze. Durante a resposta inflamatória o neutrófilo inicia um burst oxidativo e começa a secretar o seu conteúdo enzimático estendendo-se às células sãs que rodeiam o local da inflamação. Mastócitos São células tecidulares com origem na medula óssea e que respondem a sinais inflamatórios com a libertação imediata e tardia de mediadores. A sua principal característica é a presença de grânulos densos citoplasmáticos que contêm no seu interior uma estrutura em rede. Eosinófilos São granulócitos que coram com eosina. São células raras no sangue periférico dos indivíduos saudáveis, assim, a eosinofilia no sangue e tecidos é uma característica presente em processos inflamatórios como infecções por parasitas ou Mecanismos da resposta inflamatória Resposta Inata Há muita rapidez na resposta mas não há muita especificidade, não-antigénio específica Resposta Adquirida Há lentidão e complexidade na resposta, antigénio específica, exigindo a resposta por anticorpos Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio reacções inflamatórias alérgicas. Têm tipicamente um núcleo bipolar, uma cromatina e um citoplasma condensado. Contém ainda dois tipos de grânulos – específicos (dão a coloração) e primários (aparecem durante o desenvolvimento). Plaquetas Células sanguíneas anucleadas por se tratarem de fragmentos de megacariócitos (células da medula óssea). Circulam no sangue com forma de disco achatado e não saem da circulação sanguínea, no entanto actuam rapidamente libertando os seus mediadores na lesão. Células Endoteliais Revestem a superfície vascular e regulam o fluxo de nutrientes, a actividade de várias moléculas e as próprias células sanguíneas. Estes papeis são geridos pela presença de receptores para numerosas moléculas, incluindo proteínas, proteínas de transporte lipídico, metabolitos e hormonas. Tem capacidades anti-trombóticas e anti-inflamatórias, gere o crescimento do músculo liso vascular e a resposta inflamatória local. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 6. Síndrome Febril Factores de variação da temperatura corporal A temperatural corporal varia com: Idade Zona do corpo Sexo Ritmo circadiano Exercício Temperatura ambiente Gravidez Estado pós-prandrial Alterações endócrinas Etiologia da febre Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Fisiopatologia da febre Febre ou pirexia é um sinal de doença que traduz uma alteração da termorregulação em que o acerto térmico se faz a nível superior ao fisiológico. Pirogénios exógenos – não provêm do hospedeiro, mas sim do seu exterior. Pirogénios endógenos – são principalmente citocinas como a interleucina 1α/β (IL-1α/β), factor de necrose tumoral α (TNF- α), linfotoxina (TNF- β), interferão α (IFN- α) e interleucina 6 (IL-6). Períodos de reacção febril Fase Prodrómica Fase de Calafrios Fase de Rubor Fase de Defervercência Cefaleias moderadas Fadiga Mal-estar geral Dores fugases Vasoconstrição Pele pálida Piloerecção Calafrios Tremor generalizado Vasodilatação Rubor Sudação Podem acompanhar a febre outras manifestações clínicas, como casos de anorexia, mialgias, artralgias, fadiga, taquipneia, taquicardia, desidratação, cefaleias, delírio, sonolência, convulsões e lesões herpéticas. Alterações no metabolismo e no sangue induzidas pela febre As alterações no metabolismo e no sangue induzidas pela febre estão em grande parte dependentes da libertação de citocinas (reguladores da resposta inflamatória). Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio As alterações metabólicas traduzem-se essencialmente no aumento da taxa metabólica consumindo-se no processo as reservas de hidratos de carbono, proteínas e lípidos. Por cada aumento de 1ºC na temperatura corporal, por exemplo, há um acréscimo de 13% no consumo de oxigénio e um aumento das necessidades calóricas e hídricas. As alterações no sanguetraduzem-se ou por leucocitose com neutrofilia (nas infecções bacterianas agudas) ou por linfocitose (nas infecções virusais) ou por linfopenia (febre tifóide). A febre como componente da resposta inflamatória aguda A febre é um componente importante da resposta inflamatória da fase aguda, uma reacção de defesa conservada ao longo da evolução e desenvolvida pelo organismo para lutar contra uma agressão microbiana, física ou química. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Efeitos benéfico da febre A subida de temperatura que acompanha a febre auxilia o organismo na resposta a agentes infecciosos, através de vários mecanismos. PMN – polimorfonucleares Tipos de febre São observados pelo menos 5 padrões de febre: Febre intermitente – a temperatura volta ao valor normal pelo menos uma vez a cada 24horas. Ex.: infecção por agentes piogénicos, a tuberculose e os linfomas. Febre remitente – a temperatura não volta ao normal, mas varia alguns graus durante o dia. Ex.: febre inespecífica. Febre contínua – a temperatura mantém-se acima do normal com variações mínimas, inferiores a 1ºC. Ex.: febre tifóide não tratada e endocardite infecciosa. Reacção inflamatória aguda determinada pelos pirogénios endógenos Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Febre recorrente ou recidivante – sucessão de períodos febris que alternam com períodos sem febre. Ex.: paludismo e a doença de Hodgkin. Febrícula – a temperatura é inferior a 38ºC, sendo acompanhada de sudorese (mecanismo fisiológico de produção e eliminação de calor. Tratamento da febre A terapêutica da febre assenta em 4 princípios: Modificação do ambiente externo – como meio de transferir calor ambiente interno para o exterior. Ex.: Banho, colchão de arrefecimento Suporte do estado hipermetabólico – hidratação e fornecimento de hidratos de carbono. Protecção dos órgãos mais vulneráveis (cérebro) – uso de antipiréticos Tratamento do factor etiológico Febre ≠ Hipertremia Mecanismo de doença em que há aumento da temperatura corporal Aumento da temperatura corporal por razões normais. Ex.: exercício ou calor externo Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 7. Alterações nos fluidos e compartimentos corporais A regulação do volume e da osmolaridade dos líquidos orgânicos é fundamental para a sobrevivência. A distribuição dos fluidos corporais depende não só da sua composição, mas também da permeabilidade das membranas celulares e do endotélio vascular. No adulto a massa hídrica distribui-se por: Volume total (60% do peso corporal, 42L) Volume intracelular (40% do peso corporal, 28L) Volume extracelular subdividido em espaço intersticial (15% do volume extracelular, 10.5L) e intravascular (5% do volume extracelular, 3.5L) Osmolaridade total Osmolaridade ou pressão oncótica é a concentração de solutos por determinado peso de água. VP – vasopressina; AGN II – angiotensina II Osmolaridade – associado à quantidade de substâncias dissolvidas Força hidrostática – pressão que a água exerce numa dada superfície Se a força hidrostática for igual nos dois sentidos não há movimento. Se for maior num dos lados há movimento nesse sentido. Um líquido é mais osmolar se tiver mais substâncias dissolvidas. Seio carotídeo Aurícula Rim Hipotálamo Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 8. Fisiopatologia do Edema Edema é a acumulação de fluido no espaço intersticial, sendo uma manifestação presente em muitas patologias. Pode ocorrer em qualquer tecido, mas é mais frequentemente observado na pele, onde pode ser detectado pela observação, ou através do clássico sinal de godé (produção de uma depressão cutânea por compressão digital) O edema pode ser generalizado, geralmente resultante de água e sódio no organismo ou de uma depleção proteica grave, ou localizado, resultante de uma alteração local. Doenças vasculares (pressão hidrostática) e doenças renais (pressão oncótica) – provocam edema. O edema geralmente aparece nas regiões mais baixas devido à gravidade. Anasarca – edema generalizado do organismo, tando exterior como interior, podendo anteceder a morte. A glicose em excesso destrói as terminações nervosas. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Fluidos e compartimentos corporais Os fluidos corporais encontram.se distribuídos por vários compartimentos do organismo e serve como meio de transporte, sendo vitais para a função celular e tecidular. Distribuição de água no organismo humano Compartimento Peso do corpo (%) Volume (L) Intracelular Extracelular - Intersticial - Intravascular Água total do organismo 40 20 15 5 60 28 14 11 3 42 Água oxidada 0.3 L Fezes 0.1 L Comida 0.9 L Respiração e Transpiração 0.9 L Bebida 1.3 L Urina 1.5 L Forças de Starling O movimento de água entre o plasma e o fluido intersticial é o resultado de interacções entre a pressão hidrostática e as forças osmóticas. Segundo Starling, o movimento de líquido através da parede capilar para o espaço intersticial é favorecido por forças como a pressão hidrostática capilar e a pressão oncótica intersticial, sendo contrariado por forças de pressão oncótica plasmática e a pressão hidrostática intersticial. Mecanismos de formação de edema A acumulação de líquido no espaço intersticial (edema) pode ser favorecida por um aumento da pressão hidrostática intra-capital, uma redução da pressão oncótica plasmática, um aumento da permeabilidade da membrana capilar, uma obstrução linfática, ou a combinação de todos os factores. Durante a formação do edema ocorrem paralelamente dois fenómenos importantes. Por um lado, a diminuição do volume intravascular resultante da saída de líquido para o espaço intersticial, por outro lado o aumento da pressão hidrostática intersticial que acompanha o edema opõe-se progressivamente à saída de mais fluido dos vasos. Entradas +/- 2.5 L/dia Saídas +/- 2.5L/dia Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio O líquido acumulado no espaço intersticial pode ser de dois tipos: Transudato – podre em células e proteínas, verdadeiro ultrafiltrado plasmático. Fisiopatologia2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Exsudato – rico em células e proteínas, causado por alterações da membrana capilar ou obstrução linfática. Aumento da pressão hidrostática capilar O aumento da pressão hidrostática intra-capilar resulta essencialmente de dois mecanismos: Aumento da pressão venosa Retenção de sal e água Diminuição da pressão oncótica plasmática A redução da pressão oncótica deve-se fundamentalmente a uma diminuição da concentração de albumina plasmática. Ocorrem através dos seguintes mecanismos Diminuição da produção de albumina Aumento da perda de proteínas plasmáticas Aumento da permeabilidade capilar Aumento da permeabilidade capilar, geralmente por alterações ou lesões do endotélio, favorece a saída de proteínas plasmáticas e de fluido para o espaço intersticial com redução da pressão oncótica plasmática e ao mesmo tempo com um aumento da pressão oncótica intersticial, promovendo assim o edema. Sendo que as principais causas são o processo inflamatório, a resposta imune, as queimaduras e os traumatismos. Obstrução linfática Impede a normal remoção do excesso de fluido filtrado e não reabsorvido, bem como das poucas moléculas proteicas filtradas, permite a acumulação no espaço intersticial formando um edema. Etiopatogenia do edema Pode existir ainda Edema Cardíaco, Hipoproteinemia e Renal. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Nas varizes: Insuficiência venosa aumento de pressão hidrostática nos vasos saídade água para o meio intersticial Edema nos membros inferiores Nas glomerulonefrites (insuficiência renal): Perda de proteínas diminuição de pressão oncótica passagem de líquido Edema Processo inflamatório: Choque mecânico vasodilatação aumento da permeabilidade vascular passagem de água Edema Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 9. Fisiopatologia da dor A dor é sem dúvida uma experiência subjectiva complexa. Sendo difícil de definir dor, pois envolve componentes sensitivos, afectivos, ambientais, cognitivos e susceptibilidades individuais. É uma experiência sensorial eminentemente subjectiva, mas sempre com um componente emocional que é o sofrimento. À sua resposta chamamos nocicepção e implica sempre a resposta física a um estímulo capaz de lesar os tecidos. A dor é um fenómeno de desprazer vulgar; manifesta-se por um conjunto de sinais e sintomas e é transversal ao estadio de doença. É uma sensação de sofrimento, inibe o trabalho intelectual e motor. É ainda o sintoma que acompanha todos os estádios de doença. Possui uma representação física. A transmissão de dor nos indivíduos com diabetes não se dá normalmente, essas pessoas sentem menos dor do que a que deviam sentir. ANGIA dor/angústia A dor hepática ocorre, não por estimulação do parênquima, mas sim pela estimulação da membrana que reveste o fígado. Os Nociceptores estão localizados na pele e no interior do organismo, são receptores que são estimulados e transportam a dor. Receptores da dor Receptores sensoriais periféricos – cutâneos, podem ser classificados de acordo com a sua estrutura mais ou menos organizada ou de acordo com critérios funcionais. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Receptores de dor, receptores nociceptivos ou nociceptores – são por definição terminações nervosas livres que se encontram dispersas na superfície cutânea, nas mucosas, nos planos musculares, cápsulas de órgãos, parede de vasos e estruturas periarticulares. Etiologia da dor Físicos – calor externo, pressão externa Mecânicos – bofetada Químicos – produtos que a célula liberta e que provocam dor Há dor a acompanhar os processos inflamatórios Aguda – intensa e de pouca duração Crónica – menos intensa mas de longa duração A dor é um sinal de alerta porque significa que algo não está bem com o nosso organismo. Damos ainda uma percepção da evolução da doença. (se a dor parou – doença desapareceu, se a dor continua – doença continua) Génese da dor Nociceptica – estimulação mecânica Neuropática – agressão directa do tecido nervoso Psicológica – não resulta da lesão directa dos tecidos Intensidade da dor Depende de pessoa para pessoa e tem significados e sensações diferentes em cada indivíduo. As escalas de dor variam entre uma escala numeral de 0 a 10, sendo o 0 nenhuma dor e o 10 correspondente a uma dor muito intensa, insuportável. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 10. Fisiopatologia do Aparelho Cardiovascular Coração (órgão muscular) – as suas cavidades nobres são os ventrículos, e o esquerdo é o mais importante. O coração tem irrigação própria, as coronárias. É o único órgão móvel na mulher, no Homem ainda existe o órgão sexual. Constituintes do coração: Músculo Válvulas Artérias Veias Feixe Eléctrico Cavidades Músculo Cavidades + válvulas Artérias e veias Feixe eléctrico Os vasos servem para o transporte de líquido. O que se quer evitar é que se rompa (derrame) ou que se entupa (obstrução). Patologia Vascular – própria do vaso integrada num órgão e que prejudica o seu funcionamento. Ciclo Cardíaco – Quando falam de sístole e diástole são sempre referidas à parte ventricular, particularmente ao ventrículo esquerdo (massa propulsora do sangue, é a cavidade do coração mais importante. Sintomas de Insuficiência Cardíaca: Fadiga Dispneia Palpitações Angor – provém de angústia, dor angustiante Cada vez que o coração contrai, sai 80mL de sangue do coração, e o restante que fica no coração é considerado residual e é cerca de 50mL. Se sabemos o perfil eléctrico do coração, é normal que no caso de um doente ter uma alteração do coração isso reflicta no electrocardiograma. Os sons cardíacos devem-se ao encerramento das válvulas. Ritmo cardíaco Sonoridade básica (onomatopeia: “tum, tá”) Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 1º Som – da tricúspide (direita) e da bicúspide (esquerda) (mitral) 2º Som – da pulmonar (direita) e da carótica (esquerda) Entre o 1º e 2º som ocorre a sístole ventricular (S1) e entre o 2º e novamente o 1º Som ocorre a diástole ventricular (S2) A diástole demora quase o dobro da sístole, o relaxamento dos ventrículos é mais lento. Frequência Cardíaca: ciclos por minuto. Repete-se no tempo de forma regular. Electrocardiograma – Registo da parte eléctrica do coração. É feito nos doentes com enfartes ou patologias eléctricas do coração (arritmia – tem só que ver com a parte eléctrica do coração, todo o restante está em boas condições) Complexo QRS – início da sístole ventricular Onda P – associada à sístole auricular Onda T – onda de repolarização nos ventrículos Holter– electrocardiograma de 24h Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Arritmia – patologia da parte eléctrica cardíaca Doença do nódulo sinosal, bloqueios de passagem que originam patologias de ritmos Vasos Transportam líquidos Patologia cardiovascular é a patologia mais estudado. Encerramento das válvulas mitral e tricuspide Sistemo ventricular Encerramento das válvulas pulmonar e aórtica Diástole ventricular (mais lenta) Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Coagulação – forma orgânica de defesa para uma fissura. Mecanismo de defesa para estancar a ruptura de um vaso. Quanto mais alta for a lesão no coração, pior é o prognóstico porque evita a irrigação dos vasos a jusante. Ex.: Artéria Coronária. Enfarte – é uma doença súbdita momentânea que designa uma zona sem irrigação, morte celular a jusante. AVC pode ser uma embolia, um trombo ou uma ruptura. Doença isquémica do miocárdio é uma patologia sinalizada. Aterasclerose – deposição de material proteico e lipídico nas paredes dos vasos. Os pacemakers substituem os nódulos sinosais em caso de doença. O coração, em repouso, executa entre 60 a 80 ciclos por minuto. Frequência cardíaca é rítmica. A “massa” de sangue sai do ventrículo esquerdo e bate na crossa da aorta, promovendo a vibração de todas as artérias, permitindo sentir o pulso através do qual podemos medir a frequência cardíaca. Um doente com alterações no nódulo sinosal geralmente estão associados a frequências cardíacas baixas ( < 40). Às vezes por factores externos (substâncias toxicas, cansaço, stress) ocorrem extra-sístoles. As aurículas normalmente não se sentem e as ventriculares podem ser problemáticas. Miocardiopatias infecciosas Miocardites Pericardites Endocardites - infecção das paredes internas Patologia Vascular Obstrução - trombose através de trombo. Obstáculo e todos os tecidos a jusante do trombo deixam de ser irrigados (enfarte). Ex.: Coágulo sanguíneo; Embolia - fenómeno trombótico Obstrução pode levar à isquémia Ruptura - derrame traumático. Ex:: Aneurisma - provoca ditalação da artéria e consequentemente rompe devido à sua fina parede. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Aparelho cardiovascular Dor no peito, costas ou braços Palpitações Dispneia Perda de conhecimento Edemas Claudicação intermitente Varizes Cianose Hipertensão arterial Nictúria Isquemia Leva a insuficiência cardíaca. Enfarte Doença Congénita Falta de ar em caso de insuficiência cardíaca Coração bombeia o sangue Sangue passa da aurícula para o ventrículo e deste para a aorta Havendo uma insuficiência cardíaca Sangue acumula Aumento de pressão hidrostática Edema Nos alvéolos pulmonares leva à falta de ar (a água existente no espaço intersticial entra para onde há espaço, nos alvéolos pulmonares) – dispneia Sopro – sangue que passa por uma válvula com insuficiência ou estenosada “Tum, vum tá” Estenose “Tum, tá, vum” Insuficiência, o sangue reflui Sopro de insuficiência mitral – entre o espaço S1 e S2 (sístole ventricular) Sopro de estenose aórtica – entre o espaço S1 e S2 Sopro de estenose mitral – Entre o espaço S2 e S1 (diástole ventricular) Sopro de insuficiência Aórtica – Entre o espeço S2 e S1 Hipertensão – não se conhece a causa. Doença endémica Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Pressão arterial – pressão a que as paredes das artérias estão sujeitas causada pela passagem do líquido. O aumento da resistência periférica ocorre ao nível dos capilares, ocorre uma vasoconstrição progressiva. Estenose valvular sem tratamento – Inicialmente o coração compensa contraindo com mais força Hipertrofia do músculo cardíaco diminui o espaço para entrar sangue porque o espaço está ocupado por músculo Insuficiência diastólica Sódio Mecanismo de excreção e controlado pelo rim Grande parte do sódio é reabsorvida Arrasta atrás de si moléculas de água Aumento do Na+ Aumento da reabsorção de água aumento da volémia aumento da contractilidade do coração aumento da pressão arterial Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona – problemas que afectem este mecanismo de controlo, dão origem a um quadro de hipertensão secundária. Não é com um valor isolado que se diagnostica um quadro de hipertensão. Génese da hiperpressão arterial Primária (90%) Contractibilidade Resistência periférica Secundária (10%) Rim Tensão elevada Rotura da placa de arteroma Rotura de vasos Retiopatia Doença renal hipertensiva. O rim deixa passar proteínas para a urina Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Razão do alargamento da artéria que permite palpar o pulso. O sangue ao bater na crossa da aorta provoca uma onda vibratória a todas as artérias do corpo Há uma vibração a cada ejecção de sangue do coração para a aorta logo uma vibração equivale a um ciclo, por isso podemos medir a frequência cardíaca. Extra-sístole Auriculares ou ventriculares Sístole que não devia existir Cansaço, stress, substâncias tóxicas Defeitos possíveis das válvulas Abre bem mas fecha mal – quando há sístole há sangue que vai refluir diminuição do débito de sangue que sai. Fecha bem mas abre mal – Estenose valvular aumenta o esforço do músculo cardíaco (contrai com mais força) Insuficiência cardíaca coração não bombeia tanto acumulação de sangue = estase aumento da pressão hidrostática água passa para o espaço intersticial Edema No pulmão: Edema impede as trocas gasosas pela membrana respiratória ao nível dos alvéolos dispneia Cianose Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 11. Fisiopatologia do Aparelho Digestivo Os dois órgãos mais importantes são o fígado e o intestino delgado, pelo que são os piores em caso de doença. Funções do intestino: o Absorção de nutrientes o Segrega substâncias que vão causar decomposição de nutrientes o Motora (por movimentos peristálticos) Açúcar – glicose Proteínas – Aminoácidos Gorduras – ácidos gordos O tubo digestivo é uma máquina química, principalmente a parte superior. O sistema digestivo é um aparelho secretor. A principal função do sistema digestivo é o desdobramento de moléculas e a sua absorção. A propulsão é a função motora. Existem doenças mecânicas como a prisão do intestino. Ruídos hidra-céreos correspondem aos movimentos reunido com o contacto do ar e os líquidos existentes. Também no sistema digestivo podem ocorrer situações vasculares, pois também tem vascularização. Do ponto de vista fisiológico, a deglutição é um processo voluntário. Esofagite – inflamação noesófago Doença do refluxo gastro-esofágico – hérnia na região do cardia devido ao relaxamento da parede do estômago. Aferente – leva a informação Eferente – trás a informação A obstipação tem fundamentalmente causas motoras. Sensores nas células - utilizadas ao longo do intestino Químicos - preparados para trabalhar com pH do ambiente De pressão/ Macânicos - obrigam as paredes a estimular ou não os músculos. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio O transporte e a obstrução são os grandes fundamentos do intestino. Para além das patologias de transporte, existem patologias por défice de absorção e secreção. Tudo o que é patologia de défice enzimático, tem a ver sobretudo com o pâncreas e fígado. Se a motilidade do nosso aparelho digestivo está dependente da musculatura e esta, por sua vez, depende da acção do simpático e do para simpático, ela será influenciada por estes dois sistemas. Na barriga conseguimos ouvir os ruídos hidroaéreos, quando há obstrução intestinal, esses ruídos não existem PC – Parassimpático e Acetilcolina Colinérgicos SA – Simpático e Adrenalina β-Adrenérgicos Pode haver dois tipos de obstrução no digestivo: as altas e as baixas. Doenças neoplásticas causam obstrução intestinal. Lesões nos plexos nervosos provocam alterações na motilidade. As neoplasias mais frequentes são no epitélio e são as vegetantes pois crescem para o interior. Gravidade dos cancros: Esófago > Pâncreas > Pulmão > Próstata Contudo varia de pessoa para pessoa. Principais sinais de patologia do aparelho digestivo: Disfagias – dificuldade em engolir alimentos ≠ Odinofagia – dor ao engolir Regurgitação – vinda da alimentos à boca sem vómito Náuseas Vómitos Enfartamento – sensação de plenitude gástrica normalmente causada por excesso alimentar Dor abdominal Obstipação Diarreia Alteração dos hábitos intestinais Icterícia – Associado a patologia hepática Hemorragia digestiva – situação normal desde que haja ulceração da parede. Sempre que há destruição tecidular, há hemorragias. Neoplasias Vegetantes Infiltrantes Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Dor de rins – fossa ilíaca Dores ginecológicas e urinárias – hipogastro Cólicas abdominais – dores intensas Diarreia – aumento do número de dejecções e não facto de ter fezes líquidas Quanto às hemorragias digestivas há dois, superior e o inferior. Hemorróidas – varizes no ânus Patologias associadas à parte secretora, absorção e motora. O vómito está muito relacionado com patologias do andar superior do digestivo. É considerado ainda um mecanismo de defesa. O intestino delgado é a sede de absorção máxima ao longo de todo o sistema digestivo. A lesão cancerosa é uma lesão tecidular. Reflexo da defecação: baroreceptores abertura dos esfíncteres motilidade defecação Incontinência: não há comandos eferentes Diminuição da motilidade aumenta absorção de água fezes ficam duras obstipação espasmos do cólon dor Dor abdominal Aguda - dor lancinante --> lesão vascular Intermitente Cólica Intermitente - processo muscular Permanente - processo inflamatório Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Hemorragia Superior Estômago e Delgado - Fezes diarreicas (cor escura preta) Melenas Inferior Colón - Hematoquésias Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio 12. Fisiopatologia do Aparelho Respiratório Aspectos estruturais do aparelho respiratório Os pulmões são conjuntos de tubos que terminam em “sacos” revestidos por membranas. A parte mecânica da inspiração é essencialmente muscular e óssea. Para além das vias respiratórias superiores, com início nas fossas nasais e estendendo-se até à laringe, o aparelho respiratório é constituído ainda pelas vias respiratórias inferiores, as grandes vias aéreas ou zona de condução e as pequenas vias aéreas ou zonas de trocas gasosas. Os alvéolos são a estrutura nobre do sistema respiratório As vias aéreas de condução são constituídas pela traqueia, brônquios e bronquíolos. As pequenas vias aéreas são constituídas pelos bronquíolos respiratórios, canais e sacos alveolares. Onde se realizam as trocas de oxigénio e dióxido de carbono. A inervação pulmonar e da árvore traqueobrônquica são asseguradas pelo sistema nervoso autónomo, sendo constituída por 3 tipos de vias: Aferente – com origem em receptores das vias superiores, vias aéreas de condução e das pequenas vias aéreas, e conduzem as respectivas informações ao sistema nervoso central por via vagal. Eferente parrassimpática – condicionando respostas colinérgicas, traduzidas em contracção do músculo liso brônquico, vasodilatação e secreção glândula brônquica. Eferente simpática – cuja estimulação condiciona respostas de natureza adrenérgica, traduzidas em relaxamento do músculo liso brônquico, vasoconstrições e inibição da secreção glandular. Função respiratória A função do aparelho respiratório consiste em conduzir oxigénio para o sangue que circula no leito capilar pulmonar e retirar desse território o dióxido de carbono. Para cumprimento desta função é necessária a conjugação de 3 factores: Ventilação – renovação do ar alveolar Difusão – transferência dos gases através da membrana alvéolo-capilar Circulação – passagem de sangue na circulação pulmonar Insuficiência Respiratória – pode-se definir como a falência da capacidade de manutenção das normais trocas gasosas, que pode ser consequência da alteração de cada um dos factores que compõem a função respiratória. Este conceito baseia-se nos valores de pressões parciais dos gases do sangue arterial, habitualmente obtidos através da punção arterial, a gasometria. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Tipo Valores Mecanismos Insuficiência Respiratória parcial ou hipoxémica Pressão Parcial de Oxigénio < 70 mmHg (IR crónica) Pressão Parcial de oxigénio < 50 mmHg (IR aguda) Alterações da relação ventilação/perfusão Efeito shunt Alterações da difusão Hipoventilação Insuficiência Respiratória global ou hipercápnica Pressão Parcial de Oxigénio > 45 mmHg Hipoventilação Muitas das patologias da insuficiência é explicada pelas várias capacidades inspiratórias, expiratórias. Asma – há um processo à passagem de ar durante a fase expiratória. É um fenómeno inflamatório. Dificuldade em expirar, em expelir o ar Doença obstrutiva A entrada também está dificultada porque tem muito ar residual Pieira Brônquios estão estreitados – problemas na condução Pneumonia – doença do tecido pulmonar. Processo inflamatório no espaço intersticial Edema Empurra os alvéolos Se houver um problema não nos condutores mas sim no próprio tecido pulmonar, no parênquima, leva à diminuição dos alvéolos levando à ocorrência de insuficiências respiratória.Todo o processo que inviabilize o alvéolo quer seja por destruição ou diminuição da superfície de contacto, leva a patologias, insuficiências respiratórias. Espaço pleural – “espécie” de pressão negativa que puxa o pulmão para não o deixar colapsar. Caso contrário os alvéolos são todos empurrados, deixa de haver espaço e provoca insuficiência respiratória. Pneumotórax – ar na cavidade pleural. Acontece quando se faz uma perfuração, traumatismos torácicos (ar vai de fora para dentro, para a cavidade pleural) ou de forma instantânea (ar vai de dentro dos pulmões para fora da cavidade pleural). O pneumotórax é uma patologia muito prevalente, pois é muito fácil de ocorrer por traumatismos torácicos. Os pneumotórax são perigosos. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Além de ar e gases, podem entrar líquidos na cavidade pleural – Sangue (hemotórax), linfa (quilotórax) ou líquido do espaço intersticial numa reacção inflamatória. Derrame pleural – líquido na cavidade pleural, geralmente é um factor de agravamento de uma situação. Pode haver patologia nos tubos, no parênquima ou na pleura. Mecanismos de defesa Agressões externas e internas Defesas mecânicas Defesas imunoinflamatórias o Células linfocitárias T relacionada com os padrões de produção citocínica e cujo predomínio influencia a evolução de determinados quadros inflamatórios pulmonares. o Linfócitos citotóxicos, com particular envolvimento nas defesas antivirusais. o Macrófagos alveolares, as células mais abundantes a este nível e fundamentais na regulação das respostas a múltiplas agressões. o Polimorfonucleares neutrófilos e do seu apoio à actividade fagocítica, maioritariamente de natureza macrofágica. Agressões inalatórias Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Mecanismo para expulsar micropartículas Expiração Quando o respiratório não é suficiente são expulsos pela tosse Ronco (doentes com bronquite) é caracterizado pela passagem do ar através da massa acumulada. Doença infecciosa Edema Liquido no alvéolo Dificulta difusão dos gases Febre + fervor (barulho na auscultação) pneumonia Barulhos na auscultação Sibilo (asmática – obstrução brônquica) Murmúrio vesicular (normal) Fervor (pneumonia – líquido no alvéolo) Ronco (DPOC – expectoração) Abolição ou diminuição do murmúrio vesicular sinal de derrame Xarope Doenças pulmonares Obstrutivas --> DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica) Falência ciliar, acumulação de partículas, edema do brônquio, Rolhão (muco) Restritivas --> Silicose das mineiras Aumento de líquido intersticial diminui voleme alveolar Hipóxia Crónica - Pressão do oxigénio < 70 mmHg Aguda - Pressão do oxigénio < 50 mmHg Hipercapnia Pressão do oxigéni > 45 mmHg Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Infusão com açúcar Expectorante – Maior secreção do brônquio Liquefacção da expectoração Antitússico – Vai inibir o reflexo da tosse (que é um mecanismo de defesa) Pulmão e pele são uns órgãos com muita exposição. Fisiopatologia 2º Semestre 2011/2012 Elaborado por: Daniela Gaspar, Filipa Santos, Joana Rodrigues e Marisa Inácio Imagem de marca
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