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Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre PERICÁRDIO: O pericárdio, também conhecido como saco pericárdico, é uma membrana serosa com duas camadas que isolam o coração das outras estruturas torácicas, mantêm sua posição no tórax, impedem que o órgão distenda excessivamente e funcionam como barreira contra infecção. O pericárdio é formado por duas camadas: uma camada interna fina, também conhecida como pericárdio visceral, que adere ao epicárdio; e outra externa fibrosa, ou pericárdio parietal, que está ligada aos grandes vasos que entram e saem do coração, do esterno e do diafragma. Essas duas camadas do pericárdio estão separadas por um espaço virtual – cavidade pericárdica – que contém cerca de 50 ml de líquido seroso. Tal líquido funciona como lubrificante e impede forças de atrito à medida que o coração contrai e relaxa. Embora exista pouca irrigação sanguínea no pericárdio, ele é bem inervado e inflamação pode causar dor intensa. DOENC ̧AS PERICÁRDICAS: As desordens pericárdicas mais importantes causam acúmulo de líquido, inflamação e constrição fibrosa ou alguma combinação desses processos, geralmente em associação a uma doença em qualquer lugar no coração ou uma doença sistêmica; a doença pericárdica isolada é incomum. ETIOLOGIA A inflamação pericárdica é, em geral, secundária a várias doenças cardíacas, distúrbios torácicos ou sistêmicos, metástases de neoplasias que surgem em locais distantes, ou procedimentos cirúrgicos realizados no coração. A pericardite primária é incomum e quase sempre de origem viral. As principais causas de pericardite são: vírus, bactérias, fungos, distúrbios imunes – FR e LES, transtornos metabólicos – uremia e diálise, isquemia e lesão tecidual – esclerodermia, pós-cardiotomia, IAM e trauma torácico, agentes físicos e químicos – radioterapia reações colaterais à fármacos e outros. © PATOGÊNESE PERICARDITE AGUDA PERICARDITE SEROSA Caracteriza-se como uma irritação na serosa pericárdica parietal. Ela é tipicamente produzida por doenças inflamatórias não infecciosas, tais como febre reumática, LES, esclerodermia, tumores e uremia. Porém também pode ser caracterizada por uma infecção nos tecidos contíguos ao pericárdio – por exemplo, a pleurite bacteriana. pode provocar uma irritação na serosa pericárdica parietal suficiente para causar um derrame seroso estéril que pode progredir para uma pericardite serofibrinosa e, por fim, para uma franca reação supurativa. Em alguns casos, uma infecção viral bem definida e situada em outro local – infecção no trato respiratório superior, pneumonia, parotidite – antecede a pericardite e atua como foco primário da infecção. Sob o ponto de vista histológico, existe um infiltrado inflamatório leve na gordura epipericárdica consistindo predominantemente em linfócitos. A organização em adesões fibrosas ocorre raramente. PERICARDITE FIBRINOSA E SEROFIBRINOSA INTRODUÇÃO PERICARDITE Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre Essas duas formas anatômicas constituem os tipos mais frequentes de pericardite e são compostas de um líquido seroso misturado a um exsudato fibrinoso. As causas mais comuns englobam o IM, a síndrome (Dressler) pós- infarto (provavelmente uma condição autoimune que aparece várias semanas após um IM), a uremia, a radiação do tórax, a FR, o LES e os traumas. A reação fibrinosa também ocorre após uma cirurgia cardíaca de rotina. Do ponto de vista clínico, o desenvolvimento de um atrito pericárdico sonoro é a característica mais evidente de pericardite fibrinosa, e podem surgir dor, reações sistêmicas febris e sinais sugestivos de insuficiência cardíaca. Entretanto, uma coleção de líquido seroso que separe as duas camadas do pericárdio pode, algumas vezes, eliminar o atrito. PERICARDITE PURULENTA OU SUPURATIVA Essa forma de pericardite é provocada pela invasão de micróbios no espaço pericárdico, que podem alcançar a cavidade pericárdica por vários caminhos: (1) pela propagação direta a partir de uma área de inflamação vizinha, tal como um empiema da cavidade pleural, pneumonia lobar, infecções mediastinais, ou pela propagação de um abscesso anular através do miocárdio ou da raiz da aorta; (2) pela disseminação pelo sangue; (3) pela propagação linfática; ou (4) pela introdução direta durante uma cardiotomia. A imunossupressão predispõe a uma infecção por todas essas vias. As superfícies serosas estão avermelhadas, granulares e cobertas com exsudato. Os achados clínicos na fase ativa são essencialmente os mesmos daqueles presentes na pericardite fibrinosa, mas os sinais de infecção sistêmica geralmente são mais acentuados: por exemplo, temperaturas com picos febris, calafrios e febre. Figura 1 - Pericardite supurativa aguda resultante da propagação direta de uma pneumonia. Há exsudato purulento. (ROBBINS) PERICARDITE HEMORRÁGICA Nesse tipo de pericardite o exsudato é composto por sangue misturado com derrame fibrinoso ou supurativo, e, na maioria das vezes, é causado pela presença de uma neoplasia maligna no espaço pericárdico. Nesses casos, o exame citológico do fluido removido por periocardiocentese pode revelar células neoplásicas. A pericardite hemorrágica também pode ser encontrada nas infecções bacterianas, nos pacientes com diátese hemorrágica subjacente e na tuberculose. A pericardite hemorrágica aparece com frequência após uma cirurgia cardíaca e, às vezes, é responsável por uma perda significativa de sangue ou mesmo por tamponamento cardíaco, exigindo uma nova “exploração cirúrgica”. PERICARDITE CASEOSA Esse tipo raro de pericardite é, até que se prove o contrário, de origem tuberculosa: raras vezes infecções fúngicas desencadeiam uma reação similar. Ocorre envolvimento pericárdico por propagação direta a partir de focos tuberculosos dentro dos linfonodos traquebrônquicos. A pericardite caseosa é um antecedente da pericardite constritiva, fibrocalcificada, crônica e incapacitante. PERICARDITE CRONICA OU CURADA Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre Caracteriza-se por espessamentos fibrosos, semelhantes a placas, nas membranas serosas (“placa do soldado”) ou aderências finas e delicadas de origem desconhecida que são observadas com certa frequência nas necropsias e que raramente causam distúrbios na função cardíaca. Em outros casos, a fibrose, na forma de aderências delicadas e filamentosas, oblitera completamente o saco pericárdico. MEDIASTINO PERICARDITE ADESIVA: pode suceder a pericardite infecciosa, cirurgia cardíaca ou irradiação do mediastino. O saco pericárdico está obliterado, e a aderência da face externa do folheto parietal às estruturas circunjacentes dificulta o funcionamento cardíaco. Em cada contração sistólica, o coração exerce uma tração não apenas sobre o pericárdio parietal, mas também sobre as estruturas vizinhas fixadas. Podem ser observados a retração sistólica do gradil costal e do diafragma, pulso paradoxal e vários outros achados clínicos característicos. A sobrecarga aumentada de trabalho provoca hipertrofia e dilatação cardíacas, que podem ser substanciais em casos graves. PERICARDITE CONSTRITIVA: o coração é envolvido por um tecido cicatricial fibroso ou fibrocalcificado denso, que limita a expansão diastólica e o débito cardíaco, aspectos que imitam a miocardiopatiarestritiva. O tecido cicatricial, frequentemente de 0,5 a 1 mm de espessura, oblitera o espaço pericárdico e algumas vezes calcifica; em casos extremos, ele pode assemelhar-se a um molde de gesso (concretio cordis). Devido à presença desse tecido cicatricial denso, a hipertrofia e a dilatação cardíaca podem estar ausentes. O débito cardíaco pode estar reduzido ao repouso, mas, de modo mais importante, o coração apresenta pouca ou nenhuma capacidade de aumentar seu débito em resposta à maior necessidade periférica. Os sons cardíacos são distantes ou abafados. O tratamento consiste na remoção cirúrgica da carapaça de tecido fibroso constritivo (pericardiectomia). PERICARDITE AGUDA As manifestações clínicas da pericardite aguda constituem a tríade de dor torácica, atrito pericárdico e alterações do eletrocardiograma (ECG). Podem variar de acordo com o agente etiológico. DOR TORÁCICA: Quase todos os pacientes com pericardite aguda referem dor torácica. Em geral, a dor tem início repentino, é bem demarcada na área precordial e pode irradiar ao pescoço, dorso, abdome ou lado do tórax. A dor na crista escapular pode ser causada pela irritação do nervo frênico. Nos casos típicos, em razão das alterações do retorno venoso e do enchimento cardíaco, a dor piora quando o paciente respira profundamente, tosse, deglute e muda de posição. Em muitos casos, o paciente sente alívio na posição sentada e inclinado para frente. PERICARDITE CRÕNICA A inflamação crônica causada por irradiação do mediastino, cirurgia cardíaca ou infecção geralmente é a causa da pericardite constritiva. ASCITE: Ascite é um sinal inicial marcante e pode acompanhar-se de edema dos pés, dispneia aos esforços e fadiga. SINAL DE KUSSMAUL: As veias jugulares também ficam distendidas. O sinal de Kussmaul consiste na distensão inspiratória das veias jugulares causada pela incapacidade de o átrio direito – encarcerado em seu pericárdio rígido – acomodar o aumento do retorno venoso que ocorre durante a inspiração. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre ATROFIA MUSCULAR: Intolerância aos esforços, atrofia muscular e emagrecimento ocorrem nos estágios terminais da pericardite constritiva. PERICARDITE AGUDA O diagnóstico da pericardite aguda baseia-se nas manifestações clínicas, no ECG, nas radiografias do tórax e no ecocardiograma. ATRITO PERICÁRDICO: O atrito pericárdico descrito frequentemente como um som agudo ou rangente resulta da esfregação e do atrito entre as superfícies pericárdicas inflamadas. Nos casos típicos, o atrito pericárdico é subdividido em três componentes, que correspondem à sístole atrial, à sístole ventricular e ao enchimento rápido do ventrículo. Como esse sinal é causado pela esfregação das superfícies pericárdicas inflamadas, os derrames volumosos não tendem a causar atrito pericárdico. ALTERAC ̧ÕES NO ECG: Podem ser necessários ECG seriados para revelar essas alterações. O ECG na pericardite aguda pode revelar anormalidades confinadas aos segmentos ST e PR e ondas T, geralmente na maioria das derivações. (Alterações do ECG na derivação aVR geralmente ocorrem na direção oposta das outras derivações.) Ao contrário do IM a pericardite aguda não desencadeia infradesníveis recíprocos dos segmentos ST (exceto nas derivações aVR e V1) e não existem ondas Q patológicas. Podem ocorrer alterações no ECG na pericardite em 4 estágios, embora nem todos os estágios estejam presentes em todos os casos. © Estágio I: segmentos ST mostram elevação côncava; segmentos PR podem ter infradesnível © Estágio 2: segmentos ST retornam à linha de base; ondas T se achatam. © Estágio 3: as ondas T estão invertidas por todo o ECG; a inversão das ondas T ocorre depois que o segmento ST retornou à linha de base e, portanto, difere do padrão de isquemia aguda ou IM. © Estágio 4: alterações na onda T desaparecem. MARCADORES LABORATORIAIS: Os marcadores laboratoriais de inflamação sistêmica também podem ser demonstrados, inclusive leucometria, elevação da velocidade de hemossedimentação (VHS) e aumento da proteína C reativa (PCR). PERICARDITE CRONICA RADIOGRAFIA E ECOCARDIOGRAMA: A radiografias do tórax e ecocardiograma transesofágico com Doppler são exames úteis ao diagnóstico da pericardite constritiva. O ecocardiograma com Doppler e a cateterização cardíaca são especialmente úteis à diferenciação entre pericardite constritiva e miocardiopatia restritiva, assim como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM). Para a pericardite constritiva crônica, a ressecção cirúrgica ou do pericárdio (i. e., pericardiectomia) geralmente é o tratamento preferido. Derrame pericárdico é a acumulação de líquido na cavidade pericárdica, geralmente em consequência de um processo infeccioso ou inflamatório. Essa condição também pode ser causada por neoplasias, cirurgia cardíaca, traumatismo, ruptura cardíaca secundária a um infarto do miocárdio e aneurisma dissecante da aorta. Normalmente, há cerca de 30 a 50 mL de um líquido cor de palha, claro e transparente, dentro do saco DERRAME PERICÁRDICO DIAGNÓSTICO Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre pericárdico. Sob várias circunstâncias, o pericárdio parietal sofre distensão por um líquido seroso (derrame pericárdico), sangue (hemopericárdio), ou pus (pericardite purulenta). Ao ser submetido a uma sobrecarga de pressão ou de volume de longa duração, o pericárdio dilata. O volume de líquido, a velocidade de acumulação e a elasticidade do pericárdio determinam o efeito causado pelo derrame pericárdico na função cardíaca. Derrames pericárdicos pequenos podem ser assintomáticos, ou causar algumas anormalidades clínicas. Mesmo os derrames volumosos que se acumulam lentamente podem causar poucos sintomas ou nenhum, contanto que o pericárdio consiga estirarse e evitar a compressão do coração. Contudo, a acumulação rápida de apenas 200 ml pode aumentar a pressão intracardíaca a níveis que limitam gravemente o retorno venoso ao coração. TAMPONAMENTO CARDÍACO: O derrame pericárdico pode causar uma condição conhecida como tamponamento cardíaco, na qual há compressão do coração em consequência da acumulação de líquido, pus ou sangue no saco pericárdico. Essa condição potencialmente fatal pode ser causada por infecções, neoplasias e hemorragia. O tamponamento cardíaco aumenta a pressão intracardíaca, causa limitação progressiva do enchimento diastólico dos ventrículos e diminui o volume ejetado e o débito cardíaco. A gravidade do quadro depende do volume de líquido e da velocidade com que se acumula. ESTIMULAC ̧ÃO ADRENÉRGICA: A acumulação significativa de líquido no saco pericárdico aumenta a estimulação adrenérgica, causando taquicardia e aumento da contratilidade cardíaca. Também há elevação da pressão venosa central, distensão das veias jugulares, redução da pressão arterial sistólica, redução da pressão do pulso e sinais de choque circulatório. As bulhas cardíacas podem ser abafadas em razão dos efeitos isolantes do líquido pericárdico e da função cardíaca deprimida. Figura 2 - Efeitos da respiração e do tamponamento cardíaco no enchimento ventricular e no débito cardíaco (PORTH). PULSO PARADOXAL: Um elemento diagnóstico fundamental é o pulso paradoxal, caracterizado pela acentuação da variação normal do volume do pulso arterial sistêmico com as respirações. Nos casos de tamponamento cardíaco, o ventrículoesquerdo (VE) é comprimido por dentro pelo movimento do septo interventricular e por fora pelo líquido acumulado no saco pericárdico. Isso provoca redução acentuada do enchimento ventricular esquerdo e do volume ejetado pelo ventrículo esquerdo, geralmente um batimento cardíaco depois do início da inspiração. O pulso paradoxal pode ser detectado por palpação, esfigmomanometria convencional ou monitoramento da pressão arterial. Nos pacientes com pulso paradoxal, o pulso arterial palpado na artéria carótida ou femoral DIAGNÓSTICO ETIOPATOGENIA Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre torna-se enfraquecido ou impalpável durante a inspiração e mais forte durante a expiração. ECOCARDIOGRAMA: O ecocardiograma é uma técnica rápida, precisa e amplamente utilizada para avaliar derrames pericárdicos. O ECG geralmente revela alterações inespecíficas da onda T e complexos QRS com voltagem baixa. Em geral, só podem ser detectados por radiografias do tórax os derrames moderados a volumosos. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA AUTOIMUNE: o sistema imune deve ser capaz de identificar e diferenciar os antígenos que são produzidos no próprio organismo (autoantígenos) dos que são provenientes de outros seres vivos e atuar apenas sobre esses externos. AUTOIMUNIDADE: A atuação sobre os próprios autoantígenos é denominada autoimunidade. DOENC ̧AS AUTOIMUNES: Essa perda de tolerância em relação aos autoantígenos caracteriza as doenças autoimunes. As doenças autoimunes podem ser desencadeadas por diversos fatores, como predisposição genética, alterações no sistema imunológico, fatores ambientais e hormonais. CLASSIFICACÃO © De acordo com o local de ocorrência: SISTE ̂MICA; nesse caso, o sistema imune atua sobre antígenos e células de diversos tecidos. Um exemplo é a artrite reumatoide. ÓRGÃO-ESPECÍFICA: o sistema imune somente agirá sobre antígenos e células específicas. Exemplo: anemia hemolítica. © De acordo com o tipo de resposta imune: HUMORAL: os autoanticorpos atuam desencadeando a doença autoimune. Um exemplo é a doença de Graves.. CELULAR: os linfócitos T autorreativos desencadeiam a doença autoimune. Um exemplo é o diabetes mellitus do tipo I. DOENCAS AUTOIMUNES E A PERICARDITE As doenças autoimunes sistêmicas, também conhecidas como doenças inflamatórias sistêmicas, são síndromes inflamatórias que envolvem pelo menos dois sistemas orgânicos. As doenças inflamatórias sistêmicas clássicas incluem doenças do tecido conjuntivo, vasculite e doenças granulomatosas. O envolvimento cardíaco não é incomum em doenças inflamatórias sistêmicas, embora problemas cardíacos importantes geralmente não sejam a manifestação inicial. Processos autoimunes de envolvimento sistêmico podem resultar em pericardite, como observado em artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica múltipla, polimiosite, doença mista do colágeno, espondilites soronegativas, síndrome de Sjogren, vasculites sistêmicas, síndrome de Behcet, granulomatose com poliangeíte, sarcoidose, entre outras. LÚPUS ERITEMATOSO SISTE ̂MICO: O envolvimento pericárdico pode preceder os sinais clínicos de lúpus eritematoso sistêmico (LES). O envolvimento pericárdico, geralmente um derrame pericárdico, é o tipo mais comum de anormalidade ecocardiográfica encontrada no LES, sendo relatado em> 50 por cento dos pacientes e MECANISMO AUTOIMUNE Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre geralmente é assintomático. Derrames grandes e / ou hemodinamicamente significativos, resultando em tamponamento cardíaco são raros no LES, assim como o desenvolvimento tardio de pericardite constritiva ARTRITE REUMATÓIDE: a artrite reumatoide (AR) é um distúrbio inflamatório sistêmico crônico que envolve principalmente as articulações, embora possam ocorrer características extra-articulares (por exemplo, anemia, fadiga, pleuropericardite, neuropatia, doença renal). Durante o curso de sua doença, <10% dos pacientes com artrite reumatóide desenvolverão pericardite, embora até um terço tenha derrames pericárdicos que geralmente são assintomáticos. A pericardite ocorre com mais frequência em pacientes com doença reumatoide ativa e outras manifestações extra- articulares. ESCLEROSE SISTE ̂MICA: a esclerose sistêmica é uma doença autoimune na qual as alterações cutâneas características da esclerodermia estão presentes em associação com o envolvimento de órgãos internos. Quando presentes, as complicações cardíacas são mais comumente secundárias à hipertensão sistêmica ou pulmonar, mas também ocorre envolvimento cardíaco primário. A pericardite sintomática ocorre em 7 a 20 por cento dos pacientes com esclerose sistêmica, mas a evidência patológica de envolvimento pericárdico é observada em 70 a 80 por cento dos pacientes na autópsia. Derrames pericárdicos podem ser pequenos ou grandes e podem se desenvolver rapidamente, levando também a tamponamento cardíaco. DERMATOMIOSITE E POLIOMIOSITE: Tanto a polimiosite quanto a dermatomiosite são classificadas como miopatias inflamatórias idiopáticas. Embora tanto a dermatomiosite quanto a polimiosite compartilhem a característica clínica de fraqueza muscular, a dermatomiosite também está associada a uma variedade de manifestações cutâneas características. O envolvimento cardíaco na polimiosite e dermatomiosite geralmente é assintomático e raramente a principal característica clínica no momento da apresentação inicial. O envolvimento pericárdico é menos comum do que para outras doenças do tecido conjuntivo (<10 por cento) e pode se manifestar por pericardite aguda, derrame pericárdico e tamponamento cardíaco KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia –. Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010; Montera, Marcelo Westerlund et al. I Diretriz brasileira de miocardites e pericardites. Arquivos Brasileiros de Cardiologia [online]. 2013, Porth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2010. REFERÊNCIAS
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