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S6P1 DOENCAS PERICARDICAS

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Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG 
S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre 
 
PERICÁRDIO: O pericárdio, também 
conhecido como saco pericárdico, é uma 
membrana serosa com duas camadas que 
isolam o coração das outras estruturas 
torácicas, mantêm sua posição no tórax, 
impedem que o órgão distenda 
excessivamente e funcionam como barreira 
contra infecção. O pericárdio é formado por 
duas camadas: uma camada interna fina, 
também conhecida como pericárdio visceral, 
que adere ao epicárdio; e outra externa 
fibrosa, ou pericárdio parietal, que está ligada 
aos grandes vasos que entram e saem do 
coração, do esterno e do diafragma. Essas 
duas camadas do pericárdio estão separadas 
por um espaço virtual – cavidade pericárdica 
– que contém cerca de 50 ml de líquido 
seroso. Tal líquido funciona como lubrificante 
e impede forças de atrito à medida que o 
coração contrai e relaxa. Embora exista 
pouca irrigação sanguínea no pericárdio, ele 
é bem inervado e inflamação pode causar dor 
intensa. 
DOENC ̧AS PERICÁRDICAS: As 
desordens pericárdicas mais importantes 
causam acúmulo de líquido, inflamação e 
constrição fibrosa ou alguma combinação 
desses processos, geralmente em associação 
a uma doença em qualquer lugar no coração 
ou uma doença sistêmica; a doença 
pericárdica isolada é incomum. 
 
ETIOLOGIA 
A inflamação pericárdica é, em geral, 
secundária a várias doenças cardíacas, 
distúrbios torácicos ou sistêmicos, metástases 
de neoplasias que surgem em locais distantes, 
ou procedimentos cirúrgicos realizados no 
coração. A pericardite primária é incomum e 
quase sempre de origem viral. As principais 
causas de pericardite são: vírus, bactérias, 
fungos, distúrbios imunes – FR e LES, 
transtornos metabólicos – uremia e diálise, 
isquemia e lesão tecidual – esclerodermia, 
pós-cardiotomia, IAM e trauma torácico, 
agentes físicos e químicos – radioterapia 
reações colaterais à fármacos e outros. 
© PATOGÊNESE 
PERICARDITE AGUDA 
PERICARDITE SEROSA 
Caracteriza-se como uma irritação na serosa 
pericárdica parietal. Ela é tipicamente 
produzida por doenças inflamatórias não 
infecciosas, tais como febre reumática, LES, 
esclerodermia, tumores e uremia. Porém 
também pode ser caracterizada por uma 
infecção nos tecidos contíguos ao pericárdio 
– por exemplo, a pleurite bacteriana. pode 
provocar uma irritação na serosa pericárdica 
parietal suficiente para causar um derrame 
seroso estéril que pode progredir para uma 
pericardite serofibrinosa e, por fim, para uma 
franca reação supurativa. Em alguns casos, 
uma infecção viral bem definida e situada em 
outro local – infecção no trato respiratório 
superior, pneumonia, parotidite – antecede a 
pericardite e atua como foco primário da 
infecção. Sob o ponto de vista histológico, 
existe um infiltrado inflamatório leve na 
gordura epipericárdica consistindo 
predominantemente em linfócitos. A 
organização em adesões fibrosas ocorre 
raramente. 
PERICARDITE FIBRINOSA E 
SEROFIBRINOSA 
INTRODUÇÃO 
PERICARDITE 
Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG 
S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre 
Essas duas formas anatômicas constituem os 
tipos mais frequentes de pericardite e são 
compostas de um líquido seroso misturado a 
um exsudato fibrinoso. As causas mais 
comuns englobam o IM, a síndrome (Dressler) 
pós- infarto (provavelmente uma condição 
autoimune que aparece várias semanas após 
um IM), a uremia, a radiação do tórax, a FR, o 
LES e os traumas. A reação fibrinosa também 
ocorre após uma cirurgia cardíaca de rotina. 
Do ponto de vista clínico, o desenvolvimento 
de um atrito pericárdico sonoro é a 
característica mais evidente de pericardite 
fibrinosa, e podem surgir dor, reações 
sistêmicas febris e sinais sugestivos de 
insuficiência cardíaca. Entretanto, uma coleção 
de líquido seroso que separe as duas 
camadas do pericárdio pode, algumas vezes, 
eliminar o atrito. 
PERICARDITE PURULENTA OU 
SUPURATIVA 
Essa forma de pericardite é provocada pela 
invasão de micróbios no espaço pericárdico, 
que podem alcançar a cavidade pericárdica 
por vários caminhos: (1) pela propagação 
direta a partir de uma área de inflamação 
vizinha, tal como um empiema da cavidade 
pleural, pneumonia lobar, infecções 
mediastinais, ou pela propagação de um 
abscesso anular através do miocárdio ou da 
raiz da aorta; (2) pela disseminação pelo 
sangue; (3) pela propagação linfática; ou (4) 
pela introdução direta durante uma 
cardiotomia. A imunossupressão predispõe a 
uma infecção por todas essas vias. As 
superfícies serosas estão avermelhadas, 
granulares e cobertas com exsudato. Os 
achados clínicos na fase ativa são 
essencialmente os mesmos daqueles 
presentes na pericardite fibrinosa, mas os 
sinais de infecção sistêmica geralmente são 
mais acentuados: por exemplo, temperaturas 
com picos febris, calafrios e febre. 
 
Figura 1 - Pericardite supurativa aguda resultante da propagação direta de uma 
pneumonia. Há exsudato purulento. (ROBBINS) 
PERICARDITE HEMORRÁGICA 
Nesse tipo de pericardite o exsudato é 
composto por sangue misturado com 
derrame fibrinoso ou supurativo, e, na maioria 
das vezes, é causado pela presença de uma 
neoplasia maligna no espaço pericárdico. 
Nesses casos, o exame citológico do fluido 
removido por periocardiocentese pode 
revelar células neoplásicas. A pericardite 
hemorrágica também pode ser encontrada 
nas infecções bacterianas, nos pacientes com 
diátese hemorrágica subjacente e na 
tuberculose. A pericardite hemorrágica 
aparece com frequência após uma cirurgia 
cardíaca e, às vezes, é responsável por uma 
perda significativa de sangue ou mesmo por 
tamponamento cardíaco, exigindo uma nova 
“exploração cirúrgica”. 
PERICARDITE CASEOSA 
Esse tipo raro de pericardite é, até que se 
prove o contrário, de origem tuberculosa: 
raras vezes infecções fúngicas desencadeiam 
uma reação similar. Ocorre envolvimento 
pericárdico por propagação direta a partir de 
focos tuberculosos dentro dos linfonodos 
traquebrônquicos. A pericardite caseosa é um 
antecedente da pericardite constritiva, 
fibrocalcificada, crônica e incapacitante. 
PERICARDITE CRONICA OU 
CURADA 
Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG 
S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre 
Caracteriza-se por espessamentos fibrosos, 
semelhantes a placas, nas membranas 
serosas (“placa do soldado”) ou aderências 
finas e delicadas de origem desconhecida que 
são observadas com certa frequência nas 
necropsias e que raramente causam 
distúrbios na função cardíaca. Em outros 
casos, a fibrose, na forma de aderências 
delicadas e filamentosas, oblitera 
completamente o saco pericárdico. 
MEDIASTINO PERICARDITE 
ADESIVA: pode suceder a pericardite 
infecciosa, cirurgia cardíaca ou irradiação do 
mediastino. O saco pericárdico está 
obliterado, e a aderência da face externa do 
folheto parietal às estruturas circunjacentes 
dificulta o funcionamento cardíaco. Em cada 
contração sistólica, o coração exerce uma 
tração não apenas sobre o pericárdio parietal, 
mas também sobre as estruturas vizinhas 
fixadas. Podem ser observados a retração 
sistólica do gradil costal e do diafragma, pulso 
paradoxal e vários outros achados clínicos 
característicos. A sobrecarga aumentada de 
trabalho provoca hipertrofia e dilatação 
cardíacas, que podem ser substanciais em 
casos graves. 
PERICARDITE CONSTRITIVA: o 
coração é envolvido por um tecido cicatricial 
fibroso ou fibrocalcificado denso, que limita a 
expansão diastólica e o débito cardíaco, 
aspectos que imitam a miocardiopatiarestritiva. O tecido cicatricial, frequentemente 
de 0,5 a 1 mm de espessura, oblitera o espaço 
pericárdico e algumas vezes calcifica; em 
casos extremos, ele pode assemelhar-se a 
um molde de gesso (concretio cordis). Devido 
à presença desse tecido cicatricial denso, a 
hipertrofia e a dilatação cardíaca podem estar 
ausentes. O débito cardíaco pode estar 
reduzido ao repouso, mas, de modo mais 
importante, o coração apresenta pouca ou 
nenhuma capacidade de aumentar seu débito 
em resposta à maior necessidade periférica. 
Os sons cardíacos são distantes ou abafados. 
O tratamento consiste na remoção cirúrgica 
da carapaça de tecido fibroso constritivo 
(pericardiectomia). 
 
PERICARDITE AGUDA 
As manifestações clínicas da pericardite aguda 
constituem a tríade de dor torácica, atrito 
pericárdico e alterações do eletrocardiograma 
(ECG). Podem variar de acordo com o agente 
etiológico. 
DOR TORÁCICA: Quase todos os 
pacientes com pericardite aguda referem dor 
torácica. Em geral, a dor tem início repentino, 
é bem demarcada na área precordial e pode 
irradiar ao pescoço, dorso, abdome ou lado 
do tórax. A dor na crista escapular pode ser 
causada pela irritação do nervo frênico. Nos 
casos típicos, em razão das alterações do 
retorno venoso e do enchimento cardíaco, a 
dor piora quando o paciente respira 
profundamente, tosse, deglute e muda de 
posição. Em muitos casos, o paciente sente 
alívio na posição sentada e inclinado para 
frente. 
PERICARDITE CRÕNICA 
A inflamação crônica causada por irradiação 
do mediastino, cirurgia cardíaca ou infecção 
geralmente é a causa da pericardite 
constritiva. 
ASCITE: Ascite é um sinal inicial marcante 
e pode acompanhar-se de edema dos pés, 
dispneia aos esforços e fadiga. 
SINAL DE KUSSMAUL: As veias 
jugulares também ficam distendidas. O sinal de 
Kussmaul consiste na distensão inspiratória 
das veias jugulares causada pela incapacidade 
de o átrio direito – encarcerado em seu 
pericárdio rígido – acomodar o aumento do 
retorno venoso que ocorre durante a 
inspiração. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG 
S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre 
ATROFIA MUSCULAR: Intolerância aos 
esforços, atrofia muscular e emagrecimento 
ocorrem nos estágios terminais da pericardite 
constritiva. 
 
PERICARDITE AGUDA 
O diagnóstico da pericardite aguda baseia-se 
nas manifestações clínicas, no ECG, nas 
radiografias do tórax e no ecocardiograma. 
ATRITO PERICÁRDICO: O atrito 
pericárdico descrito frequentemente como 
um som agudo ou rangente resulta da 
esfregação e do atrito entre as superfícies 
pericárdicas inflamadas. Nos casos típicos, o 
atrito pericárdico é subdividido em três 
componentes, que correspondem à sístole 
atrial, à sístole ventricular e ao enchimento 
rápido do ventrículo. Como esse sinal é 
causado pela esfregação das superfícies 
pericárdicas inflamadas, os derrames 
volumosos não tendem a causar atrito 
pericárdico. 
ALTERAC ̧ÕES NO ECG: Podem ser 
necessários ECG seriados para revelar essas 
alterações. O ECG na pericardite aguda pode 
revelar anormalidades confinadas aos 
segmentos ST e PR e ondas T, geralmente 
na maioria das derivações. (Alterações do 
ECG na derivação aVR geralmente ocorrem 
na direção oposta das outras derivações.) Ao 
contrário do IM a pericardite aguda não 
desencadeia infradesníveis recíprocos dos 
segmentos ST (exceto nas derivações aVR e 
V1) e não existem ondas Q patológicas. Podem 
ocorrer alterações no ECG na pericardite em 
4 estágios, embora nem todos os estágios 
estejam presentes em todos os casos. 
© Estágio I: segmentos ST 
mostram elevação côncava; 
segmentos PR podem ter 
infradesnível 
© Estágio 2: segmentos ST 
retornam à linha de base; ondas 
T se achatam. 
© Estágio 3: as ondas T estão 
invertidas por todo o ECG; a 
inversão das ondas T ocorre 
depois que o segmento ST 
retornou à linha de base e, 
portanto, difere do padrão de 
isquemia aguda ou IM. 
© Estágio 4: alterações na onda T 
desaparecem. 
MARCADORES LABORATORIAIS: 
Os marcadores laboratoriais de inflamação 
sistêmica também podem ser demonstrados, 
inclusive leucometria, elevação da velocidade 
de hemossedimentação (VHS) e aumento da 
proteína C reativa (PCR). 
PERICARDITE CRONICA 
RADIOGRAFIA E 
ECOCARDIOGRAMA: A radiografias do 
tórax e ecocardiograma transesofágico com 
Doppler são exames úteis ao diagnóstico da 
pericardite constritiva. O ecocardiograma com 
Doppler e a cateterização cardíaca são 
especialmente úteis à diferenciação entre 
pericardite constritiva e miocardiopatia 
restritiva, assim como tomografia 
computadorizada (TC) e ressonância 
magnética (RM). Para a pericardite constritiva 
crônica, a ressecção cirúrgica ou do 
pericárdio (i. e., pericardiectomia) geralmente 
é o tratamento preferido. 
 
Derrame pericárdico é a acumulação de 
líquido na cavidade pericárdica, geralmente 
em consequência de um processo infeccioso 
ou inflamatório. Essa condição também pode 
ser causada por neoplasias, cirurgia cardíaca, 
traumatismo, ruptura cardíaca secundária a 
um infarto do miocárdio e aneurisma 
dissecante da aorta. Normalmente, há cerca 
de 30 a 50 mL de um líquido cor de palha, 
claro e transparente, dentro do saco 
DERRAME PERICÁRDICO 
DIAGNÓSTICO 
Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG 
S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre 
pericárdico. Sob várias circunstâncias, o 
pericárdio parietal sofre distensão por um 
líquido seroso (derrame pericárdico), sangue 
(hemopericárdio), ou pus (pericardite 
purulenta). Ao ser submetido a uma 
sobrecarga de pressão ou de volume de 
longa duração, o pericárdio dilata. 
 
O volume de líquido, a velocidade de 
acumulação e a elasticidade do pericárdio 
determinam o efeito causado pelo derrame 
pericárdico na função cardíaca. Derrames 
pericárdicos pequenos podem ser 
assintomáticos, ou causar algumas 
anormalidades clínicas. Mesmo os derrames 
volumosos que se acumulam lentamente 
podem causar poucos sintomas ou nenhum, 
contanto que o pericárdio consiga estirarse e 
evitar a compressão do coração. Contudo, a 
acumulação rápida de apenas 200 ml pode 
aumentar a pressão intracardíaca a níveis que 
limitam gravemente o retorno venoso ao 
coração. 
TAMPONAMENTO CARDÍACO: O 
derrame pericárdico pode causar uma 
condição conhecida como tamponamento 
cardíaco, na qual há compressão do coração 
em consequência da acumulação de líquido, 
pus ou sangue no saco pericárdico. Essa 
condição potencialmente fatal pode ser 
causada por infecções, neoplasias e 
hemorragia. O tamponamento cardíaco 
aumenta a pressão intracardíaca, causa 
limitação progressiva do enchimento diastólico 
dos ventrículos e diminui o volume ejetado e 
o débito cardíaco. A gravidade do quadro 
depende do volume de líquido e da 
velocidade com que se acumula. 
ESTIMULAC ̧ÃO ADRENÉRGICA: A 
acumulação significativa de líquido no saco 
pericárdico aumenta a estimulação 
adrenérgica, causando taquicardia e aumento 
da contratilidade cardíaca. Também há 
elevação da pressão venosa central, 
distensão das veias jugulares, redução da 
pressão arterial sistólica, redução da pressão 
do pulso e sinais de choque circulatório. As 
bulhas cardíacas podem ser abafadas em 
razão dos efeitos isolantes do líquido 
pericárdico e da função cardíaca deprimida. 
 
Figura 2 - Efeitos da respiração e do tamponamento cardíaco no enchimento 
ventricular e no débito cardíaco (PORTH). 
 
PULSO PARADOXAL: Um elemento 
diagnóstico fundamental é o pulso paradoxal, 
caracterizado pela acentuação da variação 
normal do volume do pulso arterial sistêmico 
com as respirações. Nos casos de 
tamponamento cardíaco, o ventrículoesquerdo (VE) é comprimido por dentro pelo 
movimento do septo interventricular e por 
fora pelo líquido acumulado no saco 
pericárdico. Isso provoca redução acentuada 
do enchimento ventricular esquerdo e do 
volume ejetado pelo ventrículo esquerdo, 
geralmente um batimento cardíaco depois do 
início da inspiração. O pulso paradoxal pode 
ser detectado por palpação, 
esfigmomanometria convencional ou 
monitoramento da pressão arterial. Nos 
pacientes com pulso paradoxal, o pulso 
arterial palpado na artéria carótida ou femoral 
DIAGNÓSTICO 
ETIOPATOGENIA 
Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG 
S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre 
torna-se enfraquecido ou impalpável durante 
a inspiração e mais forte durante a expiração. 
ECOCARDIOGRAMA: O 
ecocardiograma é uma técnica rápida, precisa 
e amplamente utilizada para avaliar derrames 
pericárdicos. O ECG geralmente revela 
alterações inespecíficas da onda T e 
complexos QRS com voltagem baixa. Em 
geral, só podem ser detectados por 
radiografias do tórax os derrames moderados 
a volumosos. 
 
 
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 
AUTOIMUNE: o sistema imune deve ser 
capaz de identificar e diferenciar os 
antígenos que são produzidos no próprio 
organismo (autoantígenos) dos que são 
provenientes de outros seres vivos e atuar 
apenas sobre esses externos. 
AUTOIMUNIDADE: A atuação sobre os 
próprios autoantígenos é denominada 
autoimunidade. 
DOENC ̧AS AUTOIMUNES: Essa perda 
de tolerância em relação aos autoantígenos 
caracteriza as doenças autoimunes. As 
doenças autoimunes podem ser 
desencadeadas por diversos fatores, como 
predisposição genética, alterações no sistema 
imunológico, fatores ambientais e hormonais. 
CLASSIFICACÃO 
© De acordo com o local de 
ocorrência: 
SISTE ̂MICA; nesse caso, o sistema imune 
atua sobre antígenos e células de diversos 
tecidos. Um exemplo é a artrite reumatoide. 
ÓRGÃO-ESPECÍFICA: o sistema imune 
somente agirá sobre antígenos e células 
específicas. Exemplo: anemia hemolítica. 
© De acordo com o tipo de 
resposta imune: 
HUMORAL: os autoanticorpos atuam 
desencadeando a doença autoimune. Um 
exemplo é a doença de Graves.. 
CELULAR: os linfócitos T autorreativos 
desencadeiam a doença autoimune. Um 
exemplo é o diabetes mellitus do tipo I. 
DOENCAS AUTOIMUNES E A 
PERICARDITE 
As doenças autoimunes sistêmicas, também 
conhecidas como doenças inflamatórias 
sistêmicas, são síndromes inflamatórias que 
envolvem pelo menos dois sistemas 
orgânicos. As doenças inflamatórias sistêmicas 
clássicas incluem doenças do tecido 
conjuntivo, vasculite e doenças 
granulomatosas. O envolvimento cardíaco não 
é incomum em doenças inflamatórias 
sistêmicas, embora problemas cardíacos 
importantes geralmente não sejam a 
manifestação inicial. 
Processos autoimunes de envolvimento 
sistêmico podem resultar em pericardite, 
como observado em artrite reumatoide, lúpus 
eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica 
múltipla, polimiosite, doença mista do 
colágeno, espondilites soronegativas, 
síndrome de Sjogren, vasculites sistêmicas, 
síndrome de Behcet, granulomatose com 
poliangeíte, sarcoidose, entre outras. 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTE ̂MICO: 
O envolvimento pericárdico pode preceder 
os sinais clínicos de lúpus eritematoso 
sistêmico (LES). O envolvimento pericárdico, 
geralmente um derrame pericárdico, é o tipo 
mais comum de anormalidade 
ecocardiográfica encontrada no LES, sendo 
relatado em> 50 por cento dos pacientes e 
MECANISMO AUTOIMUNE 
Lídia Júlia dos Santos Farias Sistemas Orgânicos Integrados APG 
S6P1 – Prece maometana Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos Cruzeiro do Sul - Acre 
geralmente é assintomático. Derrames 
grandes e / ou hemodinamicamente 
significativos, resultando em tamponamento 
cardíaco são raros no LES, assim como o 
desenvolvimento tardio de pericardite 
constritiva 
ARTRITE REUMATÓIDE: a artrite 
reumatoide (AR) é um distúrbio inflamatório 
sistêmico crônico que envolve principalmente 
as articulações, embora possam ocorrer 
características extra-articulares (por exemplo, 
anemia, fadiga, pleuropericardite, neuropatia, 
doença renal). Durante o curso de sua 
doença, <10% dos pacientes com artrite 
reumatóide desenvolverão pericardite, 
embora até um terço tenha derrames 
pericárdicos que geralmente são 
assintomáticos. A pericardite ocorre com mais 
frequência em pacientes com doença 
reumatoide ativa e outras manifestações 
extra- articulares. 
ESCLEROSE SISTE ̂MICA: a esclerose 
sistêmica é uma doença autoimune na qual as 
alterações cutâneas características da 
esclerodermia estão presentes em 
associação com o envolvimento de órgãos 
internos. Quando presentes, as complicações 
cardíacas são mais comumente secundárias 
à hipertensão sistêmica ou pulmonar, mas 
também ocorre envolvimento cardíaco 
primário. A pericardite sintomática ocorre em 
7 a 20 por cento dos pacientes com 
esclerose sistêmica, mas a evidência 
patológica de envolvimento pericárdico é 
observada em 70 a 80 por cento dos 
pacientes na autópsia. Derrames pericárdicos 
podem ser pequenos ou grandes e podem 
se desenvolver rapidamente, levando 
também a tamponamento cardíaco. 
DERMATOMIOSITE E 
POLIOMIOSITE: Tanto a polimiosite 
quanto a dermatomiosite são classificadas 
como miopatias inflamatórias idiopáticas. 
Embora tanto a dermatomiosite quanto a 
polimiosite compartilhem a característica 
clínica de fraqueza muscular, a 
dermatomiosite também está associada a 
uma variedade de manifestações cutâneas 
características. O envolvimento cardíaco na 
polimiosite e dermatomiosite geralmente é 
assintomático e raramente a principal 
característica clínica no momento da 
apresentação inicial. O envolvimento 
pericárdico é menos comum do que para 
outras doenças do tecido conjuntivo (<10 por 
cento) e pode se manifestar por pericardite 
aguda, derrame pericárdico e tamponamento 
cardíaco 
 
KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e 
Cotran – Patologia –. Bases Patológicas das 
Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010; 
Montera, Marcelo Westerlund et al. I Diretriz 
brasileira de miocardites e pericardites. Arquivos 
Brasileiros de Cardiologia [online]. 2013, 
Porth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 8a ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara-Koogan, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS

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