Buscar

Atividade 5 Direito Internacional Público

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE RONDÔNIA- IESUR
FACULDADE ASSOCIADAS DE ARIQUEMES – FAAR
 ACADÊMICO: Daniela de Lima Massa Bernardo
		Dandara Fontenele Sena
Eudes A. R. da Vitória
Walace Bernardo da Silva
DISCIPLINA: Direito 	Internacional Público – 4 ° Período
PROFESSOR: Hudson da Costa Pereira
Atividade 5: Trabalho
União Europeia; Brexit: A saída do Reino Unido da EU; Mercosul; Internalização de normas e Mercosul.
União Europeia.
A União Europeia é um bloco econômico, político e social de 27 países europeus que participam de um projeto de integração política e econômica. A União Europeia funciona como uma equipe: com as mesmas ideias, as mesmas regras e as mesmas Finalidades
Os países que integram a união europeia são: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido, Irlanda, Dinamarca, Grécia, Portugal, Espanha, Áustria, Suécia, Finlândia, Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Hungria, Eslováquia, República Checa, Eslovênia, Malta, Chipre, Bulgária e Romênia. Estes países são democráticos, com um Estado de direito em vigor.
A União Europeia foi criada para evitar uma guerra, onde os países decidiram juntar esforços para o bem-estar e a paz para as pessoas.
O Tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), o Tratado da Comunidade Econômica Europeia (CEE), o tratado da Comunidade Europeia da Energia Atômica (EURATOM), o Tratado da União Europeia (EU), o Tratado de Maastricht, definem a União europeia que estabelece fundamentos da futura Integração política.
No Tratado de Maastricht se destaca acordos de segurança e política exterior, assim como a confirmação de uma Constituição Política para a União Europeia e a integração monetária, através do euro.
Os objetivos da União Europeia era:
- Promover a unidade política e econômica da Europa;
- Melhorar as condições de vida e de trabalho dos cidadãos europeus;
- Melhorar as condições de livre comércio entre os países membros;
- Reduzir as desigualdades sociais e econômicas entre as regiões;
- Fomentar o desenvolvimento econômico dos países em fase de crescimento;
- Proporcionar um ambiente de paz, harmonia e equilíbrio na Europa.
A Comunidade Econômica Europeia como era chamada até o Tratado de Maastricht em 1992 ganha um novo nome União Europeia e tem novos objetivos que são melhorar a educação e a saúde e criar uma moeda única para a equipe
O funcionamento das funções da União Europeia conta com instituições básicas como o Parlamento, a Comissão, o Conselho e o Tribunal de Justiça. Todos esses órgãos possuem representantes de todos os países membros.
Com o propósito de unificação monetária e facilitação do comércio entre os países membros, a União Europeia adotou uma única moeda. A partir de janeiro de 2002, os países membros (exceção da Grã-Bretanha) adotaram o euro para livre circulação na chamada Zona do Euro, que envolve 17 países.
Os países que fazem parte da Zona do Euro são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, República da Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.
Brexit: A saída do Reino Unido da EU;
Brexit é uma abreviação das palavras inglesas britain (Bretanha) e exit (saída) que se popularizou com as campanhas pró e contra a saída do Reino Unido da União Europeia. A escolha pela saída foi determinada por meio de um referendo votado em 23 de junho de 2016 por 17,4 milhões de pessoas. Tal resultado acabou custando também a demissão do primeiro-ministro da Inglaterra, David Cameron, que advogava a favor da permanência na União Europeia.
David Cameron propôs um referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia caso vencesse as eleições gerais de 2015. O resultado final do referendo foi:
· Saída: 17.410.742, totalizando 51,9% dos votos válidos;
· Permanência: 16.141.241, totalizando 48,1% dos votos válidos.
Com a derrota da “permanência”, o primeiro-ministro, David Cameron, renunciou ao cargo e foi sucedido por Theresa May, ex-ministra do Interior. Theresa May venceu a disputa interna no Partido Conservador e conseguiu ser nomeada primeira-ministra do Reino Unido. Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo desde Margaret Thatcher.
Propósitos e organização da União Europeia
Para entender melhor o que representa a saída do Reino Unido da União Europeia, é necessário saber com quais propósitos foi criada a UE e de que forma ela está organizada.
A União Europeia, que, com o Reino Unido, detinha 28 países-membros, nasceu em 1957, sob o nome de Comunidade Econômica Europeia (CEE). A CEE foi criada por meio do Tratado de Roma e tinha dois propósitos fundamentais: integrar politica e economicamente a Europa, no contexto do pós-guerra, e impedir, por meio dessa integração, o aparecimento de rivalidades semelhantes àquelas que deram origem à Primeira e à Segunda guerras mundiais.
A CEE consolidou-se na segunda metade do século XX por meio de outros tratados. Entre os principais, estão:
· O Tratado de Maastricht, de 1992, que criou o Euro, de modo a unificar monetariamente os países-membros;
· O Tratado de Amsterdã, de 1997, que instituiu a Política Estrangeira de Segurança Comum (PESC);
· O Tratado de Lisboa, de 2007, que reformou alguns dos elementos principais da Constituição Europeia, promulgada em 18 de junho de 2004.
Todo esse sistema de tratados e a própria Constituição Europeia deram a base daquilo que hoje é conhecido como União Europeia, que tem instituições específicas para os três poderes principais (executivo, legislativo e judiciário): a Comissão e o Conselho Europeu (executivo), o Parlamento Europeu (legislativo) e o Tribunal de Justiça da União Europeia (judiciário). 
INSERÇÃO DO REINO UNIDO NA UNIÃO EUROPEIA
O Reino Unido entrou na União Europeia, à época CEE, em 1º de janeiro de 1973, mas não tardou muito para que houvesse as primeiras contestações ao modelo político-econômico da CEE. Dois anos depois, em 5 de junho de 1975, um referendo teve que ser votado para resolver o impasse que o Reino Unido vivia com relação à permanência ou saída da CEE, de modo semelhante ao que ocorreu em 2016. A população foi às urnas e decidiu pela permanência.
Além disso, outro impasse que os britânicos também viviam com relação à UE dizia respeito à questão monetária. O Reino Unido nunca aceitou entrar na zona do Euro, isto é, sua moeda, a libra esterlina, nunca esteve submetida ao padrão monetário da moeda comum europeia.
NEGOCIAÇÕES PARA A CONCLUSÃO DO BREXIT?
Para que a saída do Reino Unido seja concluída, é necessária a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa. O Artigo 50 foi ratificado por todos os países-membros da União Europeia em dezembro de 2007 e estipulou os procedimentos necessários para conduzir as negociações caso algum país deseje sair do bloco econômico. Segundo o Artigo 50, o país interessado em deixar a União Europeia deve formalizar o pedido informando a sua intenção ao Conselho Europeu, que assumirá as negociações com o país interessado em deixar o bloco.
O Reino Unido ativou o Artigo 50 no dia 29 de março de 2017, oficializando sua intenção de deixar o bloco econômico. A partir de agora, Reino Unido e o Conselho Europeu negociarão os termos previstos para conduzir a saída total do Reino Unido da União Europeia. O prazo de negociação previsto é de dois anos e, nesse prazo, o Reino Unido continua como membro do bloco. A saída somente se oficializará quando todas as negociações forem concluídas, em abril de 2019, conforme está previsto. Caso seja necessário, as negociações podem ser prorrogadas se os membros do Conselho Europeu aprovarem.
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS PARA O REINO UNIDO
Uma vez consolidada a saída do Reino Unido em abril de 2019, espera-se que a economia britânica sofra impactos, apesar de ser muito difícil prevê-los. O Fundo Monetário Internacional, por exemplo, publicou um estudo que faz uma estimativa de que a economia britânica encolha de 1,5% a 9,5% com a consolidação da saída. Existem, porém, aqueles que discordam do dado apresentado, argumentando que o Reino Unido terá a liberdadede fazer acordos econômicos livremente com outros países e que isso beneficiará a economia britânica.
 A questão econômica gera preocupação interna, uma vez que muitos produtores britânicos exportam produtos em maior quantidade para países-membros da União Europeia. Caso não haja acordos econômicos do Reino Unido com cada país desse bloco, muitos produtores podem ficar sem compradores para seus produtos ou podem ver os valores de exportação aumentarem, o que diminuiria o lucro.
 	Outra questão polêmica que envolve o Brexit é o futuro de trabalhadores europeus que moram no Reino Unido. Como o debate do Brexit foi pautado pela questão do controle das fronteiras britânicas, essa questão é delicada e gera preocupação em europeus que moram no Reino Unido. O governo britânico não deu declarações a respeito de suas intenções com os residentes europeus, então, acredita-se que essa questão seja debatida durante o prazo de dois anos previsto para as negociações acontecerem. O número de imigrantes que foram para o Reino Unido em 2016, inclusive, diminuiu cerca de 50 mil em relação ao ano anterior, com queda sensível de pessoas do Leste Europeu.
Outra questão importante a ser debatida são os acordos de cooperação para a questão de segurança contra o fundamentalismo e a atuação de grupos terroristas islâmicos.
BREXIT REACENDEU MOVIMENTOS SEPARATISTAS NO REINO UNIDO
A saída do Reino Unido da União Europeia também reacendeu o debate pela independência escocesa. Historicamente a Escócia sempre possuiu uma parcela grande da população com discurso separatista. Em 2014, o país havia rejeitado em referendo a saída do Reino Unido. Assim, como a Escócia não deseja sair do bloco europeu, o debate retornou com força no país.
Parlamentares escoceses aprovaram no dia 28 de março de 2017 a realização de um novo referendo para consultar o interesse da população na saída da Escócia do Reino Unido. Isso ocorreu porque 62% do país votou por permanecer no bloco europeu. Por essa razão, os parlamentares escoceses acham necessário realizar uma nova consulta à população. A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi a Glasgow, na Escócia, para convencer a primeira-ministra escocesa a desistir da ideia de realizar um novo plebiscito, mas não houve acordo.
A Irlanda do Norte também votou pela permanência no bloco europeu, e a escolha pela saída pode originar um debate pela reunificação irlandesa segundo especialistas.
 Mercosul
É o Mercado Comum entre o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Significa dizer que entre esses países, as pessoas, os bens e os serviços poderão cruzar as fronteiras uns dos outros sem qualquer impedimento. Atualmente, este bloco é uma união alfandegária e incompleta. Uma partes das tarifas foi reduzida buscando-se um acordo para que possa ser definida uma Tarifa Externa Comum (TEC) para todos os setores. A Bolívia e o Chile atualmente associaram-se como membros.
1. DA HISTORICIDADE
O Mercosul foi instituído através do Tratado de Assunção, se instituiu por um processo de desenvolvimento da integração econômica no cone do sul da América Latina, tem como objetivo “criar um mercado comum entre os países do cone sil”. Teve como seus antecedentes a CEPAL (comissão econômica para a América Latina), criada em 1948, com intuito de ampliar o consumo dos produtos, aumentando a zona do comércio, passando a ter uma escalada continental; a ALALC, (Associação Latino Americana de Livre Comércio) constituída pelo Tratado de Montevidéu e assinada pelo Brasil, Chile, Uruguai, Argentina, Peru, México, Paraguai, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador. A ALALC fracassou pelo fato dos países que integraram terem posição rígida em relação aos mecanismos de liberação comercial e pela instabilidade política da região sul americana. Depois em 1980 surgiu a ALADI, composta pelos mesmos países que formavam a ALALC. Adotou um mecanismo de comércio mais flexível, permitindo acordos sub-regionais, esta flexibilidade permitiu que fosse desenvolvido um processo de inclusão na América do Sul, dando ensejo em 1991 ao surgimento do Mercosul. Assim o êxito alcançado por esse acordo sub-regional, sob o amparo do sistema jurídico da ALADI, proporcionou os fundamentos para a ampliação do Tratado de Integração Brasileiro-Argentino projetando-se, assim, a formação de um Mercado Comum entre Brasil e Argentina, inclusive com a completa eliminação de barreiras ao comércio para todos os produtos e já não somente para alguns setores, como apontado anteriormente, e, o mais importante e fundamental, a adotando de uma Tarifa Externa Comum, além da necessidade de coordenação de políticas macroeconômicas.
A este projeto de Mercado Comum proposto por brasileiros e argentinos aderiram, na década de 90, o Uruguai e o Paraguai, que sempre tiveram a Argentina e o Brasil como seus principais parceiros comerciais.
Assim, surgiu o Tratado de Assunção, firmado na capital paraguaia em 26 de março de 1991, tratado esse que tinha o objetivo de traçar um Mercado Comum, para designar esse projeto, criou-se o nome Mercado Comum do Sul – o Mercosul.
A ALADI deu sustentação jurídica para o Mercosul, e ainda seu Tratado constitutivo está em vigor.
2. DOS OBJETIVOS DO MERCOSUL
O objetivo do MERCOSUL é contribuir para o desenvolvimento da região por meio da criação de um espaço econômico comum, que permita a ampliação dos mercados nacionais, a elevação do grau de competitividade das economias dos Estados-Membros, o fortalecimento das posições dos países do bloco nos foros internacionais, a obtenção de vantagens comerciais com outros parceiros, a modernização econômica e, em suma, a melhor inserção internacional de seus integrantes. Para isso, o MERCOSUL pretende criar um mercado comum entre seus membros, incluindo, portanto, uma área de livre mercado, uma ligação aduaneira e o livre giro dos fatores de produção.
O MERCOSUL visa, portanto, a estabelecer um mercado comum entre seus membros, o qual, nos termos do Tratado de Assunção (art. 1º), inclui: a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, por meio, por exemplo, da eliminação dos direitos alfandegários e das restrições não tarifárias à circulação de mercadorias; o estabelecimento de uma tarifa externa comum para os produtos vindos de países de fora do bloco e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou a agrupamentos dos Estados; a coordenação de posições em foros econômicos-comerciais regionais e internacionais; a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-Partes, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os membros do bloco; e o compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração.
Calha mencionar que o MERCOSUL, deverá desenvolver-se dentro do quadro da normalidade democrático e do Estado de Direito. Nesse sentido, o Estado que não seja democrático ou cujo regime democrático seja interrompido não poderá ser membro do MERCOSUL ou poderá perder, no todo ou em parte, os direitos inerentes a um participante no bloco.
É importante destacar que o MERCOSUL, embora esteja evidentemente voltado para o campo econômico, é atualmente um amplo processo integracionista, envolvendo também aspectos políticos e sociais, abrangendo, por exemplo, área como trabalho, seguridade social, saúde, educação e migração.
3. CARACTERISTICAS DO MERCOSUL
No que tange as características do MERCOSUL é o pequeno grau de institucionalização. Com efeito, poucos são os órgãos permanentes do bloco. Entrementes, a partir do Protocolo de Ouro Preto, o MERCOSUL transpôs a contar com personalidade jurídica de Direito Internacional própria.
Outra importante característica do MERCOSUL é a de que as decisões dentro do bloco só serão aprovadas se houver consenso entre seus membros, devendo todos os Estado-membros estar presentes às deliberações do mecanismo.
4. DAS FONTES
No que tange as fontes do Direito do Mercosul são o Tratado de Assunção, seus protocolos einstrumentos adicionais ou complementares, outros acordos celebrados no âmbito do bloco e seus protocolos e as Decisões do Conselho do Mercado Comum, as Resoluções do Grupo Mercado Comum e as Diretrizes da Comissão de Comércio do MERCOSUL (Protocolo de Ouro Preto). Tais normas têm caráter obrigatório (Protocolo de Ouro Preto). Entretanto, não têm efeito imediato, devendo ser incorporadas aos ordenamentos jurídicos dos Estados pelos procedimentos cabíveis, levando a que reiteremos que não se pode aqui afirmar que existe o fenômeno da supranacionalidade dentro do MERCOSUL.
5. DA NATUREZA JURÍDICA
O MERCOSUL é uma pessoa jurídica de Direito Internacional Público, com órgãos estáveis, sede e capacidade para celebrar tratados, assemelhando-se, portanto, às organizações internacionais.
O Protocolo de Ouro Preto em seu dispositivo 34 atribuiu personalidade jurídica de Direito das Gentes do MERCOSUL. A partir daí o bloco adquiriu a capacidade de praticar os atos necessários à realização de seus objetivos, como adquirir ou alienar bens móveis e imóveis, comparecer em juízo, conservar fundos e fazer transferências (Protocolo de Ouro Preto). O órgão competente para exercer a titularidade da personalidade jurídica do MERCOSUL e negociar e firmar tratados em seu nome é o Conselho do Mercado Comum (CMC).
6. DOS PRINCÍPIOS REGENTES
Os princípios da gradualidade, flexibilidade e o equilíbrio são elencados para o MERCOSUL no próprio tratado de Assunção.
Vale mencionar que, o MERCOSUL está fundado também na reciprocidade de direitos e obrigações entre os Estados-Partes (Tratado de Assunção, art. 2).
O Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto eo Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL enfatizam a necessidade de “uma consideração especial para países e regiões menos desenvolvidos do MERCOSUL”.
7. IMPORTANTES TRATADOS DO MERCOSUL
O Tratado de Assunção, como afirma Fernando Herren Aguillar, é um mero acordo-quadro, que estabelece as linhas gerais de conformação do MERCOSUL. Nesse sentido, esse tratado estabeleceu um programa de liberalização do comércio no bloco, com redução progressiva de barreiras tarifárias e não tarifárias, listas de exceções ao programa de liberalização, um regime geral de origem, uma Trifa Externa Comum (TEC) para os produtos importados de países fora do espaço mercosulino e a obrigação de os membros do MERCOSUL coordenarem seus políticas macro econômicas.
No dia 17 de dezembro de 1991, foi firmado o Protocolo de Brasília para a solução de Controvérsias no MERCOSUL (Decreto 922, de 10/09/1993), com o objetivo de estruturar um esquema de composição dos litígios ocorridos dentro do bloco regional. Esse protocolo foi anulado pelo Protocolo de Olivos para a Solvência de Controvérsias, de 2002 (Decreto 4.982, de 09/02/2004).
Vale ressaltar que em 1994, foi celebrado o Protocolo Adicional ao Tratado de Assunção sobre a Estrutura Institucional do MERCOSUL (Protocolo de Ouro Preto – Decreto 1.901, de 19/03/1996).
É imperioso tecer alguns apontamentos sobre esse Protocolo, que foi um importante marco na história do bloco porque avançou na estruturação do arcabouço institucional do MERCOSUL, conferindo-lhe personalidade jurídica de Direito Internacional Público (art. 34), tendo também atualizado o Tratado de Assunção.
Já em 1998, foi assinado o Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no MERCOSUL, Bolívia e Chile (Decreto 4.210, de 24/04/2002), que estabeleceu que a manutenção do regime democrático é condição para participação no MERCOSUL ou para o gozo de todos os direitos inerentes aos participantes do mecanismo.
8. ÓRGÃOS DO MERCOSUL
8.1 O Conselho do Mercado Comum
Cientes do significado primordial das instituições os membros do Mercosul buscaram construir uma estrutura institucional leve e flexível apta a consolidar a união aduaneira, meta inicial do processo de integração. Neste sentido, as instituições concebidas pelo Tratado de Assunção foram futuramente aprimoradas pelo Protocolo de Ouro Preto, que lhes deu maior durabilidade e permanência. Múltiplos órgãos foram instituídos para cuidar dos numerosos aspectos intrínsecos à integração. No topo da escala institucional encontra-se o Conselho do Mercado Comum (CMC), a quem compete a direção política da integração econômica.
Art. 8º Incisos III e IV outorgaram ao Conselho do Mercado Comum as funções de representação, as quais serão exercidas de modo colegiado. Nada atrapalha, entretanto, a cessão destas funções ao Grupo Mercado Comum (GMC), reverenciados os limites convencionais existentes.
A função normativa do GMC abrange as regras internas de ordenação e aquelas que se dirigem ao comportamento dos Estados-membros. As decisões do Conselho serão conquistadas por consenso e a sua validade está subordinada à presença de todos os participantes. Esta forma de decisão, que resultou de estendidos debates, foi reclamada pelo Uruguai e pelo Paraguai, receosos de que a adoção do voto ponderado garantisse a preponderância dos parceiros mais poderosos.
O CMC é integrado pelos ministros das relações Exteriores e da Economia dos Estados-membros (art. 10 do Tratado de Assunção e 5º do Protocolo de Ouro Preto).
8.2 Grupo Mercado Comum (GMC)
É o órgão executivo do Mercosul encontrando-se subordinado ao CMC. Suas funções estão regularizadas na Seção III, arts. 10 e seguintes do Protocolo de Ouro Preto. O GMC resolverá por consentimento com a presença de todos os diplomatas dos Estados-Partes (art. 16 do Tratado de Assunção). As resoluções que adota são obrigatórios para os membros do Mercosul. Entre as competências originárias que possui, inerente à função de órgão executivo, figuram a organização das uniões do CMC, a eleição do direito da Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM) e a aprovação dos seus orçamentos, além da homologação, por resolução, dos regimentos internos da Comissão de Comércio e do Foro Consultivo Econômico-Social. Incumbe ao GMC preparar seu regimento interno o qual será submetido à aprovação do Conselho do Mercado Comum – CMC, fato que evidencia a sua competência autor-regulamentadora, ainda que circunscrita a certos limites. Compete-lhe, também, a criação, modificação ousupressão dos órgãos como os subgrupos de trabalho e as reuniões especializadas, conforme o art. 14, V. O CMC pode delegar ao GMC a competência para negociar e firmar tratados, obedecemdo aos parâmetros fixados pelo art. 8º, IV, e 14, VII, do Protocolo de Ouro Preto. Nada obsta que referida aptidão seja transmitida à CCM.
O poder normativo do GMC manifesta-se na formulação de regras relativas aos programas de poder de adotar resoluções em matéria financeira e orçamentaria.
8.3 Comissão de Comércio do Mercosul (CCM)
A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM) situa-se em escala hierárquica inferior à do Grupo Mercado Comum. A CCM executa atividade consultiva e de assessoramento. Organizada em Seções Nacionais, tal como se averigua com o GMC, a sua organização é paritária, cada Estado indicando quatro membros titulares e suplentes ou alternos. A CCM, que auxilia o GMC em suas atividades, tem a incumbência de velar pela aplicação dos instrumentos de política comercial acordados pelos Estados para o funcionamento da união aduaneira, bem como tratar e verificar os temas e matérias arrolados com as políticas comerciais comuns, com o comércio intra-Mercosul e com terceiros países. Acarreta destacar que os documentos de política comercial até agora ajustada se reduzem à tarifa externa comum, às listas de exceção e ao regime aduaneiro.
Atualmente, debate-se a adoção de políticas comuns em diferentes setores de que são modelos, entre outros, a defesa da concorrência e a proteção ao consumidor.
9. DO FOROCONSULTIVO ECONÔMICO-SOCIAL
O Foro Consultivo Econômico-Social é o órgão de representação dos setores econômicos e sociais, encontrando-se voltado a ampliar a participação da sociedade civil nas decisões que se referem ao MERCOSUL. Tem função consultivo, podendo apresentar recomendações ao Grupo Mercado Comum (GMC).
10. O COMÉRCIO INTRABLOCO
O livre comérciono MERCOSUL implica a progressiva retirada de direitos alfandegários e restrições não tarifários à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente entre os Estados membros do bloco.
Constituem gravames ao comércio intra bloco os direitos aduaneiros e medidas de efeito equivalente, de caráter fiscal, monetário, cambial ou de qualquer natureza, que incidam sobre o intercâmbio comercial exterior. Não estão compreendidos entre tais gravames e medidas análogos que correspondam ao custo aproximado dos serviços prestados.
Em matéria de imposto, taxas e outros gravames internos, os produtos originários do território de um Estado-parte do MERCOSUL gozarão, nos territórios dos outros Estados-partes, do mesmo tratamento que se aplique ao produto nacional (Tratado de Assunção). Cabe destacar que não há nem moeda nem banco central comum no MERCOSUL. Com isso, o comércio entre os países do bloco será levado a cabo com os empregos das moedas normalmente utilizados para o comércio exterior, havendo, porém, a possibilidade dos estados do Mercosul aderirem ao sistema de pagamento em moeda local (SML), por meio do qual a exportadores e importadores poderão pagar e receber pagamentos em suas moedas nacionais.
11. AS NEGOCIAÇÕES E OS ACORDOS COMERCIAIS ENVOLVENDO O MERCOSUL
Um dos objetivos do MERCOSUL é fortalecer as economias dos países sul-americanos e torna-las mais competitivas no mercado mundial. Com isso, o bloco tem avançado no sentido de negociar com terceiros Estados e com outros mecanismos de integração regional.
O primeiro acordo do MERCOSUL com parceiros externos ao bloco foi o Acordo de Rose Garden, firmado com os EUA em 1991 (Decreto, 199, de 21/08/1991), voltado a formar a um Conselho sobre Comércio e Investimentos.
O mais notório tratado até o momento celebrado pelo MERCOSUL é o Acordo-Quadro de Cooperação Inter-regional entre a Comunidade Europeia e os seus Estados-membros, por uma parte, e o Mercado Comum do Sul e os seus Estados-partes.
12. PRINCIPAIS NORMAS EM MATÉRIA SOCIAL. A IDEIA DE LIVRE CIRCULAÇÃO DE TRABALHO NO MERCOSUL
Ainda que o principal foco do MERCOSUL seja, pelos menos por enquanto, de caráter econômico, a consolidação do bloco evidentemente requer medidas de caráter social, inclusive para permitir que as condições de competitividade dentro do bloco não envolvam vantagens desleais.
Outrossim, como a meta do MERCOSUL é transforma-se em mercado comum, envolvendo a livre circulação de pessoas, devem as condições sociais dentro do espaço mercosulino se semelhantes, de modo a evitar distorções nos fluxos de pessoas dentro do bloco, que deixem certas regiões com pouca mão-de-obra e que levem excesso de gente aa outras partes, causando problemas nos lugares que recebem mais pessoas.
Por isso, o Direito do MERCOSUL também vai incluir algumas normas voltadas ao campo social.
Calha mencionar que umas das principais áreas sociais em que o MERCOSUL vem empreendendo esforços é o universo das relações laborais, mormente por meio de um processo de harmonização de legislações trabalhistas, cujo marco mais recente é a Declaração Sociolaboral do MERCOSUL, de 1998, também conhecida como “Carta Social do MERCOSUL”, a qual estabelece as principais normas que devem guiar as relações de trabalho no bloco, em consonância com as regras e princípios consagrados nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
13. SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS. O PROTOCOLO DE OLIVOS. O TRIBUNAL PERMANENTE DE REVISÃO DO MERCOSUL
Até 2002, a composição de conflitos dentro do MERCOSUL era objeto do Protocolo de Brasília para a Solução de Controvérsias do MERCOSUL, de 1991 (Decreto 922, de 10/09/1993). Entretanto, a partir desse ano, o sistema de solução de controvérsias no MERCOSUL passou a ser regulado pelo Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias no MERCOSUL (Decreto 4.982, de 09/02/2004).
Vale frisar que o Protocolo de Brasília foi derrogado pelo Protocolo de Olivos. Não obstante, o Protocolo de Olivos (arts. 50 e 55) previu que as controvérsias cujo exame foi iniciado sob o regime do Protocolo de Brasília continuariam sendo regidas por este enquanto sua apreciação não estivesse totalmente concluída.
O fundamento, a estrutura dedicada à solução de controvérsias no MERCOSUL compreende três instâncias: negociações diplomáticas, arbitragem e o Tribunal Permanente de Revisão que foi criado pelo Protocolo de Olivos.
No que se refere as negociações diplomáticas, trata-se de meio não jurisdicional de solução de conflitos, em que a solução poderá ter contornos políticos, embora deva observar as normas do MERCOSUL.
No que tange aps tribunas arbitrais ad hoc, empregada apenas a partir do fracasso das negociações ou do procedimento junto ao GMC. O tribunal arbitral ad hoc é constituído por três árbitros, dois dos quais indicados pelas partes, dentre nomes elencados na lista de árbitros disponível na Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM), e o terceiro, escolhido de comum acordo entre as partes no conflito, que deve ser nacional de terceiro Estado e será o presidente do foro arbitral. Na falta de designação ou de acordo quanto ao árbitro presidente, a indicação caberá à SAM.
A decisão do tribunal deverá ser fundamentada nas normas do MERCOSUL e deverá ser proferida, por meio de laudo arbitral, em até sessenta dias, prorrogáveis por mais trinta. Antes disso, a corte arbitral poderá determinar medidas de caráter cautelar.
Já o Tribunal Permanente de Revisão é o órgão jurisdicional competente para julgar, em grau de recurso, as decisões dos tribunais arbitrais ad hoc, ou para examinar questões não decididas em negociações diplomáticas, quando as partes desejarem submeter desde logo o caso ao Tribunal de Revisão.
O Tribunal Permanente de Revisão é sediado em Assunção, embora nada impeça que esse órgão se reúna, excepcionalmente, em outra cidade. O tribunal é composto por cinco árbitros, quatro dos quais indicados por cada um dos Estados-membros do MERCOSUL por um período de dois anos, renovável por no máximo dois períodos consecutivos, e o quinto escolhido por unanimidade por estes, por um período de três anos, não renovável, salvo acordo em contrário dos Estados membros do bloco.
Convém mencionar que os árbitros devem ser nacionais dos Estados de bloco. Deverão também juristas de reconhecida competência nas matérias que possam ser objeto das controvérsias e ter conhecimento do conjunto normativo do MERCOSUL.
A controvérsia que envolver dois Estados será apreciada por apenas três árbitros, dois dos quais nacionais dos Estados envolvidos e um terceiro de nacionalidade diversa, relacionado por sorteio. Entretanto, todos os árbitros atuarão quando o feito envolver três ou mais Estados.
14. DA ARBITRAGEM NO MERCOSUL
A arbitragem é dos principais mecanismos de solução de controvérsia disponíveis no MERCOSUL.
A arbitragem no MERCOSUL, mormente entre particulares, também é realizada sob a égide de dois outros instrumentos internacionais: o Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do MERCOSUL, de 1998 (Decreto 4.719, de 04/06/2003) e o Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa (Protocolo de Las Lenãs), de 1992 (Decreto 4.982, de 09/02/2004). 
Internalização de normas e Mercosul.
Diante ao fato de cada Estado possuir sua legislação, os acordos, tratados e normas que foram assinados no contexto do MERCOSUL, necessitam de incorporação para tornarem-se válidos.
Para que ocorra a incorporação, muitas matérias necessitam ser analisadas e aprovadas pelos Parlamentos Nacionais e regulamentadas pelo poder executivo de cada Estado- parte. Uma vez incorporados, consideram-se “internalizadas”.
Dessa forma, a obrigatoriedade, conferida pelo artigo 42 do POP, das regras de direito derivado, é relativa, quando não prejudicial, diante da exigida incorporação ao direito nacional.
Sobre o que, acertadamente escreveu DEISY DE FREITAS LIMA VENTURA:
“Restou descartado qualquer tipo de aplicabilidade direta das regras comunitárias, assim(...) o direito derivado no MERCOSUL confunde-se com as próprias ordens jurídicas nacionais naquilo que os Estados entendem por bem incorporar, entre as decisões dos órgãos comuns”.
O protocolo de Ouro Preto estabeleceu em seus capítulos IV e V as regras e princípios gerais pelos quais deveria ser feita a adoção destas normas pelos Estados-Membros, assim como a relação destas com os ordenamentos jurídicos nacionais.
No âmbito regional, o artigo 42 do POP prevê que as disposições de Direito Derivado, âmbito do Mercosul, têm caráter obrigatório, sendo que quando e se necessário, deveriam ser incorporadas aos ordenamentos jurídicos nacionais pelo procedimento adequado de cada país.
Neste sentido, considerando a obrigatoriedade das normas dos órgãos do Mercosul, de que o artigo 38 e seguintes do mesmo Protocolo aponta o comprometimento dos Estados-Membros adotarem-nas, deixando ainda mais claro o dever de observância e incorporação destas, assim como a disposição factícia desde compromisso, afastando qualquer modalidade de questionamento quando a esta obrigação.
Dispõe sobre o cumprimento e aplicabilidade das normas:
“Artigo 38 – Os Estados-Partes comprometem-se a adotar todas as medidas necessárias para assegurar, em seus respectivos territórios, o cumprimento das normas emanadas dos órgãos do Mercosul, no artigo 2º deste protocolo. 
Parágrafo único – Os Estados Partes informarão à Secretaria Administrativa do Mercosul as medidas adotadas para esse fim. ”
“Artigo 40 - A fim de garantir a vigência simultânea nos Estados Partes das normas emanadas dos órgãos do Mercosul previstos no Artigo 2º deste protocolo, deverá ser observado o seguinte procedimento:
I) uma vez aprovada a norma, os Estados Partes adotarão as medidas necessárias para a sua incorporação ao ordenamento jurídico nacional e comunicarão as mesmas à Secretaria Administrativa do Mercosul;
II) quando todos os Estados Partes tiverem informado sua incorporação aos respectivos ordenamentos jurídicos internos, a Secretaria Administrativa do Mercosul comunicará o fato a cada Estado Parte;
III) as normas entrarão em vigor simultaneamente nos Estados Partes 30 dias após a data da comunicação efetuada pela Secretaria Administrativa do Mercosul, nos termos do item anterior. Com esse objetivo, os Estados Partes, dentro do prazo acima, darão publicidade do início da vigência das referidas normas por intermédio de seus respectivos diários oficiais. ”
Nos diplomas constitucionais da Argentina e do Paraguai estão bem definidas as questões da submissão a uma ordem jurídica supranacional, bem como a hierarquia constitucional dos tratados. A Constituição da Nação Argentina, em seu artigo 75, inciso XXIV, permite a aprovação de tratados de integração que deleguem competência e jurisdição a organizações supra estatais em condições de reciprocidade e igualdade, e que respeitem a ordem democrática e os direitos humanos, dando-lhes hierarquia superior às leis[12]:
“Art. 75 – Corresponde al Congresso:(...)
XXIV – Aprobar tratados de integración que deleguen competências y jurisdicción a organizaciones supraestatales en condiciones de reciprocidad e igualdad, y que respeten el orden democrático y los derechos humanos. Las normas dictadas en su conseuencia tienen jerarquia superior a las leyes”.
A experiência Paraguaia não se distancia da proposta argentina, o que se observa claramente pela inteligência dos arts. 137 e 145 de sua Constittuição:
“Artículo 137. La ley suprema de La República ES La Constituición. Esta, los tratados, convenios y acuerdos internacionales aprobados y ratificados, las leyes dictadas por el Congresso y otras disposiciones jurídicas de inferior jerarquia, sancionadas em consecuencia, integran el derecho positivo nacional em el orden deprelación enunciado. ”
“Artículo 145. Del Orden Jurídico Supranacional. La República del Paraguay, en condiciones de igualdad con otros Estados, admite um orden jurídico supranacional que garantice la vigencia de los derechos humanos, de la paz, de la justicia, de la cooperación y del desarrollo, en los polticos, econômicos, social y cultural.
Dichas dicisiones solo podrán adoptarse por mayoría absoluta de cada Cámara del Congresso. ”
O mais novo membro do Mercosul, a Venezuela, segue na mesma linha que Argentina e Paraguai. Sua Constituição, que entrou em vigor em 2000 enuncia:
“Artículo 153. La República promoverá y favorecerá la integración latinoamericana y caribeña, em aras de avanzar hacia la creación de uma comunidad de naciones, defendiendo los intereses econômicos, sociales, culturales, políticos y ambientales de la región. (...)
Para estos fines, la República podrá atribuir a organizaciones supranacionales, mediante tratados, el ejercicio de las competências necessárias para llevar a cabo estos procesos de integración. Dentro de las políticas de intergraciones com Iberoamérica, procurando sea uma política común de toda nuestra América Latina. Las normas que se adopten em el marco de los acuerdos de integración serán consideradas parte integrante del ordenamiento legal vigente y de aplicación directa y preferente a la legislación interna. ”
Por sua vez, a Constituição da República Uruguaia não aprova, nem veda, ao menos de forma expressa, a adoção, sem prévio consentimento do Congresso, do Direito Derivado do Mercosul, adotando posição conservadora tal qual a brasileira. Neste sentido, estabelece o art.6º da Constituição da República Uruguaia[13]:
“Artículo 6º (...) La República procurará la integración social y econômica de los Estados Latino americanos, especialmente em lo que se refiere a la defensa común de sus productos y matérias primas. Asimismo, propenderá a la efectiva complementación de sus servicios públicos. ”
Pode-se dizer que esta formulação que guarda enorme semelhança com aquela contida no parágrafo único do artigo 4º da Constituição Federal Brasileira remete aos mesmos questionamentos quanto à internalização das normas do Direito Derivado no direito interno.
Deste modo, não há que se falar em incoerência da adoção destas disposições pelo Direito Constitucional Uruguaio com um Direito Comunitário ou Regional, do Mercosul, pois, antes deve-se observar a ausência de disposições claras para o aprofundamento das relações do Mercosul pela via normativa.
No Brasil, apesar de que a interpretação do art. 4º da CF permite entendimento que as normas de Direito Derivado se incorporam automaticamente, na prática, não é assim que ocorre.
Dois procedimentos podem ser imaginados no tocante à validação no Brasil, das normas do Mercosul. O tradicional, ou seja, o previsto no art. 84, VIII e no art. 49, I, ambos da CF, ou um novo, específico para o Mercosul. Quando a norma interna a modificar é uma norma hierarquicamente inferior a lei ou então uma norma que não está na esfera de competência do Congresso Nacional, o Poder Executivo simplesmente procede à alteração.
Sobre esta forma de internalização, aduz LUIZ OLAVO BAPTISTA:
“As regras de natureza regulamentar, normas de direito derivado que possuem caráter meramente administrativo e estão incluídas na esfera de competência exclusiva do Poder Executivo, seriam introduzidas no ordenamento nacional por via de decretos e portarias. ”
Já quando a norma interna a modificar é:
 a) uma lei;
 b) represente encargos econômico
c) obrigações para o patrimônio nacional 
d) a norma do Mercosul é um tratado (amplia e modifica suas estruturas), segue-se o caminho tradicional, da aprovação pelo Congresso Nacional e promulgação pelo Presidente da República.
Esse trâmite de aprovação para internalizar tais normas no ordenamento brasileiro, se dá da seguinte maneira:
Quando o órgão do Mercosul alterar uma regra ou norma, o ministro de Estado e Relações Exteriores repassará a alteração para o Presidente, que a seguir manda para o Congresso Nacional. Em todas as ocasiões, irão repassar a norma com todas as exposições e motivos da mudança.
Primeiramente chega para a Câmara dos Deputados, que irá passar o texto da nova norma para a Mesa Diretora da Representação Brasileirado Parlamento do Mercosul, com finalidade de apreciar esta norma e emitir um parecer sobre as matérias que serão submetidas ao Congresso e tenham interesse do Mercosul.
Quando recebido esse parecer da Representação, um projeto de Decreto Legislativo será feito e encaminhado ao Plenário da Câmara dos Deputados. É aqui que a matéria deve ser votada e aprovada em apenas um turno, se for caso de urgência. Se for aprovado, o mesmo projeto é encaminhado ao Senado.
Chegando ao Senado Federal será lido e publicado no seu diário, após isso, entrará para a ordem do dia para ser discutido e votado pelo mesmo. Se for aprovado em apenas um turno, o texto do decreto será promulgado e publicado no Diário Oficial e no Congresso Nacional através do presidente do Senado.
Após sua publicação, ao Presidente da República resta promulgar o decreto, essa norma entrará no ordenamento do país e terá a hierarquia igual à de uma lei ordinária.
A maior parte da doutrina concorda com esse posicionamento: por ser uma organização intergovernamental, as normas emanadas do Mercosul precisam passar pelo procedimento de incorporação para poderem ser aplicadas nos Estados-Membros, à exceção das meramente administrativas.
Vale ressaltar que a necessidade de internalização não priva a norma mercosulina de todo o valor ou eficácia. Nesse sentido, o segundo laudo arbitral do Mercosul proferiu: “55. O fato de que determinadas normas requeiram implementação posterior não significa que as mesmas careçam de valor, mas sim, que os Estados têm a obrigação de não frustrar sua aplicação, assim como o cumprimento dos fins do Tratado de Assunção e seus Protocolos complementares.
Essa convicção é comum entre todos os Estados Membros do MERCOSUL, conforme manifestado pelas Partes durante o processo. ”
Por fim, devemos atentar para o fato de que, caso haja disparidade, o Tribunal Permanente de Revisão entra então para solucionar o possível problema através de deu órgão de solução de controvérsias.
“Com a assinatura do Protocolo de Olivos (PO) — de 18 de fevereiro de 2002— houve a mudança na estrutura para a solução de controvérsias e se aperfeiçoou o sistema vigente.
Criou-se uma instância jurisdicional permanente - o Tribunal Permanente de Revisão (TPR) - para garantir a correta interpretação, aplicação e cumprimento dos instrumentos jurídicos fundamentais do processo de integração. O TPR pode se reunir como primeira e única instância ou como tribunal recursal de pronunciamento proferido por um TAH (arts. 19, 23 e 17 PO).
Finalmente, somou-se a essa estrutura a possibilidade de se recorrer ao TPR para que se solicitem Opiniões Consultivas (art. 3 PO) e para casos em que os Estados Partes provoquem o procedimento estabelecido para as Medidas Excepcionais de Urgência (CMC/DEC Nº23/04). ”
“O âmbito de aplicação do Sistema de Solução de Controvérsias é fracionado em dois: conflitos entre Estados Partes e reclamos efetuados por particulares. No primeiro suposto, a competência do TAH ou do TPR recai sobre assuntos que versem sobre a interpretação, aplicação ou descumprimento do Tratado de Assunção (TA), o Protocolo de Ouro Preto (POP), os Acordos que se celebram sob o seu marco, assim como as Decisões do Conselho Mercado Comum (CMC), as Resoluções do Grupo Mercado Comum (GMC) e as Diretivas da Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) (art. 1 PO)”.

Outros materiais