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Câncer de Próstata

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Beatriz Marinelli 
7º termo 
Câncer de Próstata 
O tumor de próstata é o câncer sólido mais frequente no homem, com 61 mil novos 
casos por ano. Desses, ¾ são de doenças localizadas, conseguindo ser curados. É dividida 
em 3 cenários: 
• Doença localizada: corresponde da 76% dos casos, acomete apenas a próstata; 
• Doença localmente avançada: corresponde a 16,6% dos casos, extravasa a 
capsula da próstata invadindo a região da pelve, acometendo os vasos e gânglios; 
• Doença metastática: corresponde a 7,6% dos casos, avança pelo corpo todo. 
→Fator de risco 
1. Idade: é o principal fator de risco, sendo raro antes dos 50 anos. A incidência 
aumenta com o progredir da idade. 
Foi realizado um estudo em que faziam necrópsia em pacientes acima de 80 
anos. Notou-se que 70-90% deles tinham câncer de próstata. 
 
Em homens com 50 anos o risco de ter câncer é de 42%, o risco de ter doença 
clinica é de 9,5% e de morrer dessa doença é de 2,9%. 
2. História familial: relacionada aos parentes de primeiro grau (pai, avô, irmão, 
primo), em que se um desses tiver câncer de próstata a chance do paciente 
desenvolver aumenta em 2 vezes. Dois parentes com esse câncer, 5 vezes mais 
chance. Três parente, 10 vezes mais chance. 
3. Raça: tem maior frequência em negros, e menor frequência em asiáticos. 
4. Alto consumo de carnes, gorduras e produtos lácteos. 
→Mortalidade 
Hoje ocorre 17 óbitos a cada 100 mil habitantes por câncer de próstata. Essa 
mortalidade vem caindo uma vez que: 
• É feito mais diagnóstico precoce hoje, migração para estágios mais iniciais; 
• Disponibilização do PSA; 
• Popularização e maior disponibilidade dos métodos de tratamento (cirurgia e 
radioterapia); 
Beatriz Marinelli 
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• Eficácia e disponibilização dos bloqueios hormonais e QTX. 
→Prevenção 
Seênio, Vitamina D e E, Licopeno, Isoflavona. 
→Anatomia 
 
A próstata tem 4 zonas: periférica, central, transição, fibromuscular. A zona periférica 
corresponde a 75% da glândula, sendo a região de origem predominante de câncer, logo 
os pacientes não costumam apresentar sintomas, uma vez que cresce na parte 
posterior, não tendo relação com a uretra. Por ser zona periférica conseguimos fazer o 
exame do toque. 
→Diagnóstico 
A doença é assintomática. O diagnóstico precoce é fundamental, quando descoberto no 
início é curável em 90% dos casos. A idade de início é 45 anos. Nessa idade inicia-se o 
preventivo (45-50 anos). Quem tem parente de primeiro grau que teve câncer, inicia-se 
esses exames 5 anos antes. 
O diagnóstico é feito por exame de toque e PSA. 
PSA ( Antígeno Prostático Específico) 
• Valor de referência menor que 2,5 ng/l; 
• Acima de 2,5 é suspeita de câncer; 
• 35% dos pacientes com câncer em estágio inicial tem PSA normal, logo, se fizer 
só PSA 60-70% casos terão suspeita de câncer. 
• Métodos alternativos: densidade, ajuste a idade, velocidade, livre. Não cai. 
• Outras coisas podem levar o aumento do PSA como: hiperplasia benigna, 
prostatite, masturbação, toque retal, exercícios (ciclismo), infartos prostáticos. 
• Pela suspeita, deve-se fazer a biopsia. 
Beatriz Marinelli 
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Toque: 
• Peso: até aproximadamente 25g; 
• Consistência fibroelástica; 
• Sulco mediano preservado; 
• Limites nítidos; 
• Nódulos ausentes; 
• Indolor. 
Deve-se suspeitar de câncer quando tiver presença de nódulo. 
Obs.: Outras coisas como próstata crescida não têm relação com câncer. Dor tem relação 
a prostatite. 
Logo, se tiver PSA acima de 2,5 OU nódulo no toque → indicado biopsia de próstata 
guiada por ultrassom trans retal. É tirado de 18-20 fragmentos, e por doer faz biopsia 
com sedação. 
→Gleason Scal 
95% das vezes é adenocarcinoma na biopsia. 
 
• Gleason I: glândulas pequenas e uniformes; 
• Gleason II: mais espaços entre as células; 
• Gleason III: infiltração de células nas glândulas das margens; 
• Gleason IV: massa irregular de células com poucas glândulas; 
• Gleason V: falta de glândulas, tumor indiferenciado. 
Obs.: bem diferenciado → indiferenciado. 
 
Beatriz Marinelli 
7º termo 
O patologista, na hora de soltar o resultado histológico dá o resultado de acordo com: 
1º tipo histológico que mais tem + 2º tipo histológico mais frequente. 
 
Ex: Gleason 7 (3+4); Gleason 7 (4+3) ... O pior é 4 + 3 por ter mais 4, e esse ser mais 
agressivo. 
• Até gleason 6: risco baixo – menos agressivo; 
• Gleason 7: risco intermediário; 
• Gleason 8-10: risco alto. 
 
Quanto mais alto o PSA, pior a situação do paciente. Acima de 20 normalmente o 
paciente já tem metástase. 
→Estadiamento 
Após o diagnóstico deve-se avaliar o estadiamento do paciente. Se tiver tumor com: 
• PSA < 20 e Gleason < ou = 6 (3+3) : maior chance de doença localizada, então 
não é necessário pedir mais nenhum exame, podendo seguir com o tratamento; 
• PSA >20 ou Gleason >6: maior chance de doença sistêmica, isso é, tem chance 
de ter metástase, devendo pedir exames antes de tratar. Pedir: 
▪ Tomografia de abdome e pelve ou ressonância magnética de pelve: 
observar a localmente avançada; 
▪ Cintilografia óssea: observar a metástase. 
 
 
Beatriz Marinelli 
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→Tratamento 
Deve ser individualizado caso a caso, em que o paciente e família devem participar na 
decisão terapêutica. 
Localizado: 
• Cirurgia: prostatectomia radical (aberta, perineal, laparoscópica, robótica)– tira 
a próstata. Na clinica normalmente faz primeiro a cirurgia. Mas via de regra os 
dois tem mesma efetividade. 
• Radioterapia: (convencional, conformacional, braquiterapia)- queima a 
próstata. 
Na clínica normalmente faz primeiro a cirurgia. Mas via de regra os dois tem mesma 
efetividade. A cirurgia tem os riscos de cirurgia de grande porte. A radioterapia não tem 
esse risco imediato, porém ela pode levar a cistite actínica por exemplo, isso é podem 
queimar órgãos ao lado. 
• Complicações comuns: 
▪ Impotência sexual (70-80%); 
▪ Incontinência urinária (1-3%). 
Avançado: 
Hormonioterapia 
Em doenças disseminadas fazemos um bloqueio hormonal, tratamento sistêmico, 
terapia de privação androgênica. Comprimido, injeção na barriga, ou orquiectomia 
bilateral (tirar “bolas”). 
• Central: análogo do LH-RH (Goserelina, Leuprolida)- injeção de 3 em 3 meses, 
orquiectomia subcapsular bilateral. 
• Periférico: anti-androgênicos (ciproterona, flutamida, bicalutamia); Estrógeno 
(dietiletibestrol). 
Complicações: 
• Onda de calor; 
• Perda da libido e DE; 
• Ginecomastia e mastalgia; 
• Osteoporose.

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