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CANCÊR DE PRÓSTATA

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1 
MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
OBJETIVOS 
1. Descrever a epidemiologia e os fatores de risco do 
câncer de próstata. 
 
2. Rever a anatomia da próstata correlacionando 
com a patogenia e manifestações clínicas do 
câncer de próstata. 
 
3. Analisar os métodos diagnósticos, estadiamento e 
tratamento do câncer de próstata, inclusive sobre 
efeitos colaterais e sequelas. 
 
4. Confrontar as controvérsias do rastreamento do 
câncer de próstata (profilaxia oportunística). 
 
5. Descrever as metástases mais comuns do câncer 
de próstata. 
REFERÊNCIAS 
• INCA. Câncer de Próstata: vamos falar sobre isso? 
2019. 
 
• INCA. Detecção Precoce do Câncer, 2021. 
 
• Site do INCA: Câncer de próstata - versão para 
Profissionais de Saúde: 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-
de-prostata/profissional-de-saude 
 
• Clinica Médica da USP, vol. 3, 2016. 
EPIDEMIOLOGIA 
Ao longo das últimas décadas, observou-se o 
aumento das taxas de incidência do câncer de 
próstata, possivelmente devido ao 
envelhecimento da população, melhoria da 
sensibilidade das técnicas diagnósticas e 
disseminação do rastreamento. 
Na maioria dos casos, esse câncer cresce de 
forma lenta e não chega a dar sinais durante a 
vida e nem ameaçar a saúde do homem. Em 
outros, pode crescer rapidamente, se espalhar 
para órgãos e causar a morte. 
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo 
de câncer mais comum entre homens, (29% dos 
diagnósticos), atrás apenas do câncer de pele 
não-melanoma e é a 2° maior causa de óbitos 
(15.391 óbitos), ficando atrás somente do câncer 
de pulmão. 
Prevê-se 65.840 novos casos de câncer de 
próstata a cada ano, entre 2020 e 2022 (INCA). 
A estimativa mundial aponta o câncer de 
próstata como o segundo câncer mais frequente 
em homens no mundo. 
É considerado um câncer da terceira idade, já 
que em cerca de 75% ocorrem em pacientes com 
mais de 65 anos 
FATORES DE RISCO 
Idade – fator mais bem estabelecido, pois o risco 
aumenta com o avançar da idade, atingindo 
principalmente homens na sexta década de vida. 
Obs: a cada 10 homens diagnosticados com 
câncer de próstata no Brasil, 9 tem mais de 55 
anos. 
Hereditariedade – homens que possuem familiares 
de primeiro grau, pai e irmão, que tiveram câncer 
de próstata antes dos 60 anos possuem maior risco. 
Fatores genéticos como alteração nos genes 
BRCA 1 e 2 e ATM estão associados ao 
aparecimento da doença em fases mais precoces 
da vida e com casos de pior evolução 
prognóstica. 
Obesidade – o efeito da gordura corporal, tem 
sido observado como fator de risco apenas para 
cânceres de próstata avançados, de alto grau e 
fatais, indicando uma associação com pior 
prognóstico. 
Etnia - A população negra tem sido considerada 
de maior risco para o desenvolvimento desse 
câncer com base em estudos que demonstram 
maiores taxas de incidências em 
afrodescendentes, no entanto, essa associação 
não está tão bem estabelecida. 
Câncer de Próstata 
Problema 04: 
 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-prostata/profissional-de-saude
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-prostata/profissional-de-saude
 
2 
MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
ANATOMIA DA PRÓSTATA 
A próstata é a maior glândula acessória do 
sistema genital masculino. 
Tem a função de produzir um fluído chamado 
líquido prostático, que, em conjunto com o líquido 
seminal, é capaz de nutrir os espermatozoides e 
auxiliar em sua mobilidade. 
Apresenta formato de cone invertido, possuindo, 
aproximadamente, 3 cm de comprimento, 4 cm 
de largura e 2 cm de profundidade, sendo do 
tamanho de uma noz, de consistência firme e 
localizada ao redor da uretra prostática. 
 
DIVISÃO DA PRÓSTATA 
Parte glandular: representa cerca de 2/3 da 
próstata (zona periférica + zona central) que 
formam cerca de 95% da próstata 
Zona muscular anterior, zona de transição e 
glândulas periuretrais: compõem 1/3 da próstata 
e são fibromusculares. 
Cerca de 60 a 70% dos tumores de próstata 
ocorrem na zona periférica e de 10 a 20% ocorrem 
na zona de transição. Apenas 5 a 10% dos tumores 
se originam na zona central. 
 
PATOLOGIA 
O câncer de próstata surge porque as múltiplas 
divisões celulares que vão ocorrendo com o 
passar dos anos acompanham-se de discreta 
fragmentação dos cromossomos, com perdas de 
genes supressores de tumor (p53, Rb e p21), 
responsáveis pela apoptose das células quando 
essas sofrem alterações malignas e 
consequentemente há uma proliferação celular 
desordenada. 
SINAIS E SINTOMAS 
Em grande parte das vezes, o câncer de próstata 
possui evolução silenciosa, podendo não 
apresentar sinais e sintomas em sua fase inicial. 
Contudo, as manifestações clínicas mais comuns 
são: 
Dificuldade de urinar 
Demora em iniciar ou finalizar o jato urinário 
Diminuição do jato urinário 
Necessidade de urinar mais vezes durante o dia 
ou a noite. 
Presença de sangue na urina (hematúria) 
 
Além disso, podem apresentar dores ósseas, 
anemia, perda de peso, linfedema e disfunção 
erétil. 
 
Obs: esses sinais e sintomas também ocorrem 
devido doenças benignas de próstata como: 
 
Hiperplasia Benigna de próstata: é o aumento 
benigno da próstata. Afeta mais da metade dos 
homens com idade superior a 50 anos e ocorre 
naturalmente com o avançar da idade. 
 
Prostatite: é uma inflamação na próstata, 
causada por bactérias. 
RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 
EXAMES PARA DETECÇÃO PRECOCE DO 
CÂNCER DE PRÓSTATA 
Exame 
de PSA 
Tem a finalidade de medir, no 
sangue, o PSA, que é uma proteína 
produzida pela próstata e está 
 
3 
MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
presente na corrente sanguínea e no 
sêmen. 
Toque 
retal 
Possui a finalidade de avaliar o 
tamanho, o volume, a textura e a 
forma da próstata. 
 
O toque retal tem sensibilidade que varia entre 18 
e 35%. 
As dosagens do PSA têm sensibilidade de 40 a 50%. 
 
VALORES NORMAIS DE PSA DE ACORDO COM A IDADE 
Idade (anos) Valor Médio (PSA) Valor Máximo 
(PSA) 
40 A 50 0,7 2,5 
50 A 60 1,0 3,5 
60 A 70 1,4 4,5 
70 A 80 2,0 6,5 
 
A detecção precoce do câncer de próstata tem 
sido um tema extensamente estudado e causa de 
debates entre especialistas da área, uma vez que 
estudos demonstram desequilíbrio entre os 
possíveis riscos e benefícios na realização de 
exames para o rastreamento desse câncer. 
O Ministério da Saúde e a OMS não recomenda 
que se realize o rastreamento do câncer de 
próstata. 
Recomenda-se a decisão compartilhada, onde o 
paciente irá discutir os potenciais benefícios e 
danos do rastreio com o seu médico. 
Entretanto, a Sociedade Brasileira de Urologia 
(SBU) recomenda que o rastreamento deve ser 
feito a partir dos 50 anos por todos os homens e a 
partir dos 45 anos para aqueles da raça negra ou 
que têm história de câncer da próstata na família. 
 
Ambos os exames possuem limitações para 
identificar corretamente alterações decorrentes 
do câncer de próstata, uma vez que podem sofrer 
alteração na presença de doenças benignas, 
como infecção do trato urinário, hipertrofia 
prostática benigna e prostatite. 
Caso o toque retal e PSA demonstre alterações, é 
indicada a ultrassonografia pélvica (ou prostática 
transretal, se disponível). 
O diagnóstico de certeza do câncer é feito pelo 
estudo histopatológico do tecido obtido pela 
biópsia da próstata. 
Principais danos da biópsia: hematúria e infecção. 
SISTEMA DE GRADUAÇÃO HISTOLÓGICO GLEASON. 
A escala identifica os 2 padrões mais comuns no 
tecido prostático e atribui uma pontuação de 1 a 
5, sendo que 1 representa células normais e bem 
diferenciadas e 5 representa células anormais que 
mal se assemelham ao tecido normal da próstata. 
 
Depois que os padrões primário e secundário 
receberam uma pontuação de1 a 5, esses 
números são somados, resultando em uma 
pontuação total de Gleason que varia de 2 a 10, 
em que 2 representa tumores de baixo grau e 10 
significa tumores de alto grau. 
 
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO ESCORE DE GLEASON 
Bem diferenciado 
Gleason 2-4 
Intermediário 
Gleason 5-6 
Pouco Diferenciado 
Gleason 7 
Indiferenciado (alto grau) 
Gleason 8-10 
 
Obs: quanto mais indiferenciado um tumor, pior o 
prognóstico 
ESTADIAMENTO 
A evolução dos pacientes com adenocarcinoma 
da próstata está intimamente relacionada com a 
extensão da neoplasia. 
Atualmente é utilizado o sistema TNM em câncer 
de proposta, a fim de padronizar a classificação 
dos pacientes. 
 
4 
MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
 
TRATAMENTO 
A estratégia de tratamento dos casos de câncer 
de próstata deve levar em conta as perspectivas 
de vida do paciente. 
A orientação conservadora (vigilância clínica ou 
tratamento hormonal) está justificada nos casos 
com perspectiva de vida menor que dez anos, 
quer pela idade avançada do paciente, quer 
pela existência de doenças complexas 
associadas. 
Quando as condições gerais e a idade 
prenunciam chances razoáveis de sobrevida de 
mais de dez anos, o tratamento curativo radical 
deve ser adotado. 
Tumores localizados inteiramente dentro da 
glândula (estágios T1 e T2), classificados como 
baixo risco: pode ser feito apenas o 
monitoramento periódico, sem precisar de 
tratamento imediato (vigilância ativa: realização 
periódica dos exames de PSA, toque retal e 
biópsias). 
Quando isso for necessário, pode-se recorrer à 
cirurgia ou à radioterapia conformada. 
A cirurgia mais frequente é a 
prostatovesiculectomia radical (ressecção total 
da próstata, vesículas seminais ou outras estruturas 
pélvicas acometidas por tumor maligno). 
Efeitos colaterais possíveis da 
cirurgia: Incontinência urinária e disfunção erétil. 
Efeitos colaterais possíveis da radioterapia: 
diarreia, micção frequente, ardor ao urinar, 
sensação de bexiga cheia e hematúria. O risco de 
incontinência é menor do que na cirurgia, e 
dificuldades de ereção podem surgir depois de 
um ano ou mais. 
Quando o câncer atinge os envoltórios da próstata 
(estágio T3): tratamento radioterápico associado 
à terapêutica hormonal antiandrogênica. 
Quando o tumor se estende para outros órgãos 
(estágios N+ e/ou M+): castração ou hormônios 
antiandrogênicos. 
A castração cirúrgica é um procedimento que 
encontra muita resistência entre os pacientes. Por 
isso, é mais comum o uso da terapia com análogo 
de LHRH (receptor do hormônio liberador do 
hormônio luteinizante), que consiste em drogas 
injetáveis que promovem castração química. 
Os efeitos colaterais, em ambos os casos, são 
perda da libido, ondas de calor, ginecomastia, 
osteoporose, fraqueza, perda de massa muscular, 
depressão, aumento do peso e risco de doenças 
cardiovasculares. 
Obs: Tratamento antiandrogênico: A testosterona 
estimula a função e a proliferação das células 
prostáticas, ao passo que a redução dos níveis de 
testosterona inibe o metabolismo e a divisão das 
mesmas. 
Atualmente, a quimioterapia é utilizada nos casos 
refratários aos hormônios e quando a 
hormonioterapia sozinha não é capaz de conter a 
doença. 
PROGNÓSTICO/ EVOLUÇÃO 
Estudos demonstraram que o tempo médio de 
duplicação tumoral em câncer de próstata varia 
de 2 a 3 anos, um dos mais baixos entre tumores 
sólidos humanos. 
O local mais provável de metástase são os 
linfonodos, e, em seguida, os ossos. Com menos 
frequência se espalha para o fígado ou outros 
órgãos. 
O estágio inicial do tumor, o escore histológico, o 
volume da neoplasia, as medidas de PSA e o 
número de fragmentos de biópsia envolvidos 
 
5 
MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
representam os principais métodos de previsão 
prognóstica nesses casos. 
Os níveis séricos de PSA elevam-se 
progressivamente à medida que aumenta a 
extensão e o estágio de neoplasia. 
• Tumores localizados: níveis séricos de PSA inferiores 
a 20 ng/mL, 
 
• Doença regional extraprostática: entre 20 e 80 
ng/mL; 
 
• Neoplasia disseminada: ultrapassa 100 ng/mL 
Os pacientes com estágios T1 e T2 apresentam 
chances elevadas de cura, enquanto aqueles 
com estágio M+ tendem a evoluir de forma 
precária. 
PREVENÇÃO 
Mudanças nos hábitos de vida: prática de 
atividade física associada à dieta; não fumar e 
evitar o consumo de bebida alcoólica.

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