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SEMINÁRIO 1 - Módulo IV - Rafael Andrighetti Rossi

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Rafael Andrighetti Rossi – IBET Fortaleza 
MÓDULO IV - CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
SEMINÁRIO I – A REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA, OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO PASSIVA 
 
1. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a 
função do consequente normativo? 
Norma jurídica, é o enunciado prescritivo, expresso por meio de mensagem por 
intermédio de signos (texto), que nos da um comando ou uma ordem, que é extraído por 
uma significação interpretativa deste texto. Para tanto, se define uma estrutura, ou seja, 
uma ordem expressa em sentido direto e literal, que traz tal mensagem. Paulo de Barros 
Carvalho chamava tal de “mínimo irredutível de manifestação do deôntico”, ou seja, 
uma composição, ou estrutura mínima que traga uma hipótese, que em sua realização, 
estabelece uma relação jurídica entre duas pessoas, e, consequentemente, às vinculará a 
esta. 
Logo, entendo que a norma jurídica é a significação retirada do texto, ou seja, 
extraída do enunciado prescritivo, que traz o chamado mínimo irredutível de 
manifestação do deôntico, onde es estabelecerá uma hipótese e um consequente de uma 
determinada situação fática que gera efeitos jurídicos. 
A regra matriz de incidência tributária contém os critérios necessários para a 
formulação de incidência de qualquer tributo, é uma forma de estabelecer justamente, 
conforme a premissa anterior, o mínimo irredutível de manifestação do deôntico para a 
ocorrência de qualquer tributo e sua posterior formação de vínculo jurídico tributário. 
Para tanto, identificam-se dentro da regra matriz, o mesmo que qualquer norma deve 
possuir, ou seja, uma hipótese, ou antecedente, e um consequente. Sendo o primeiro 
formado pelos critérios material, espacial e temporal, dessa forma, ligando-se ao fato 
 
 
gerador da obrigação tributária, e o segundo, formado pelos critérios pessoal e 
quantitativo, que são inerentes a relação jurídico-tributária ora criado. 
A função do consequente é definir justamente as consequências da relação 
jurídica ora criado, ou seja, é o resultado da relação, definindo quem são os sujeitos 
dessa relação e seu objeto. Se falarmos justamente na instituição de tributo, percebemos 
que os critérios da RMIT que fazem parte do consequente são justamente o pessoal, que 
estabelece os sujeitos passivo e ativo da relação, e o quantitativo, que estabelece o valor 
pecuniário a ser pago pelo contribuinte. Portanto, a função do consequente é, de maneira 
a expressar o mínimo irredutível de manifestação do deôntico, apontar os sujeitos da 
relação, e o objeto que satisfará essa obrigação formada. 
 
2. Distinguir: obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não 
pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando 
criticamente o art. 113 do CTN. 
Obrigação tributária é toda aquela oriunda de uma relação normativa que 
instituiu ou derivou de um tributo, que possui regra matriz de incidência tributária bem 
definida, como é o caso da incidência de um tributo sobre um contribuinte, desde que 
completos todos os critérios necessários. Já o dever instrumental, é todo aquele que tem 
como objetivo a realização de uma prática de maneira a garantir o procedimento da 
obrigação tributária, como, por exemplo, um recolhimento por intermédio do 
contribuinte ou seu devido responsável. O não cumprimento do dever enseja em uma 
multa ou obrigação, tendo em vista que possui hipótese e consequente próprios. Um 
exemplo é a multa por não recolhimento do tributo por parte de uma autoridade de um 
ente público. 
Analisando o art. 133, que tem em seu texto: “Art. 113. A obrigação tributária é 
principal ou acessória.”, percebemos que o legislador parece incluir todas as obrigações 
decorrentes do tributo como obrigações tributárias, o que acaba por incluir alguns que 
consideramos como deveres instrumentais. Ao meu ver, essa postulação é demasiada 
 
 
ampla e não repercute a realidade, tendo em vista que acaba por gerar confusão de 
institutos tributários com administrativos. 
Se seguirmos o entendimento inicial de tributo, ou seja, aquele previsto no art. 3º 
do CTN, onde citamos que este seja “prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito”, não podemos 
afirmar que a multa seja oriunda desta ou esteja dentro de um fato gerador ligado a 
tributo, pois seria uma sanção por ato ilícito de não recolhimento, tendo em vista 
justamente que o recolhimento, conforme posto na premissa supracitada, é um dever 
instrumental. 
 
3. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: (i) sujeito passivo; (ii) 
contribuinte; (iii) responsável tributário; e (iv) substituto tributário – distinguindo: 
substituição tributária para trás, para frente e convencional (concomitante); 
agente de retenção e substituição para frente. O responsável (art. 121, II, do CTN) 
é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever 
instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória? 
Sujeição passiva é a característica que o indivíduo tem de poder estar no polo 
passivo de uma relação jurídica, ou seja, de quem se exige algo, neste caso, o 
cumprimento do pagamento da prestação pecuniária. 
(I) Como já citado acima, o sujeito passivo é aquele que figura no polo passivo 
de uma obrigação tributária, de maneira que neste seja exigido o cumprimento da 
obrigação, que no caso de uma relação jurídica tributária, em relação a um fato gerador, 
é o pagamento do tributo devido. 
(II) O contribuinte é aquele que de fato realiza e participa do fato gerador, de 
maneira que se realize a subsunção do fato a norma, e, configurados a hipótese nos 
moldes da RMIT, acaba por incidir no início da relação jurídico tributária que enseja o 
pagamento do tributo. 
(III) Já o responsável tributário é aquele que assume o polo passivo da relação 
tributária em situações onde a Lei determinar, ou seja, quando resida neste a 
 
 
responsabilidade sobre o pagamento do tributo, sendo exemplos a transferência e a 
substituição tributária. 
(IV) o Substituto tributário é um terceiro, que por força de Lei, é obrigado a 
realizar o pagamento do tributo devido, apurando o montante nos termos do disposto em 
norma, substituindo a atividade do contribuinte que pode ser anterior ou posterior ao 
fato gerador. Diante disso, temos dois tipos de substituição: para trás e para frente. Para 
trás é quando o tributo é recolhido em momento posterior ao fato gerador, ou seja, a 
última pessoa da cadeira da operação acaba recolhendo o montante apurado, em 
substituição aos demais que já participaram do processo. Já para a frente é quando o 
contribuinte primário ou determinado, recolhe o montante apurado anteriormente a 
ocorrência das demais operações, retendo os valores e substituindo às pessoas 
subsequentes. 
 
Em relação ao responsável tributário e suas definições, entendo que esse não 
possa se revestir da condição de contribuinte, logo, não podendo ter incorrido na 
conduta que estava disposta no critério material, afastando-se a ideia de contribuinte e 
restando tão somente a de responsável pelo recolhimento do tributo. 
Portanto, tendo em vista tal, pode-se afirmar que este pode ser polo passivo 
quando a Lei assim o determinar. Da mesma forma, se a responsabilidade advier de uma 
norma, e não tendo este cometido o evento descrito para ocorrência da sanção, bem 
como não tenha realizado fato para gerar a responsabilidade, este também pode ser 
responsável tanto de relação de dever instrumental, quanto de relação jurídica 
sancionatória. Valendo ressaltar novamente que para tanto, esse não pode estar 
revestido de contribuinte ou realizado os fatos descritos, bem como deve ter Lei que 
preveja sua responsabilidade em relação a situação. 
 
4. A empresa “A” adquiriu estabelecimento empresarial da empresa “B” e 
continuou sua atividade. Aproximadamenteseis anos depois dessa operação, a 
empresa “A” foi surpreendida com sua inclusão no polo passivo de execuções 
fiscais ajuizadas pelo Fisco inauguralmente em face da empresa “B”, para exigir 
tributos relativos a fatos geradores por ela realizados. No contrato de compra e 
 
 
venda, não há disciplina a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. 
Pergunta-se: 
 
a) Pode o Fisco exigir da empresa “A” os tributos cujos fatos geradores foram 
realizados pela empresa “B” antes da aquisição? Se positiva a resposta, qual o 
prazo que o Fisco tem para proceder à inclusão da empresa “A” no polo passivo 
das execuções fiscais? Em relação aos tributos decorrentes de fatos geradores 
ocorridos anteriormente à compra e venda do estabelecimento ainda não inscritos 
em dívida ativa no momento da operação, quem deve figurar na CDA: a empresa 
A, B ou ambas? Há relevância se houver no contrato cláusula de responsabilidade 
de “B” quanto aos débitos anteriores à operação? (Vide anexo I). 
Sim, de maneira subsidiária, nos termos do art. 133, II, do CTN, tendo em vista 
que foi adquirido o estabelecimento e que “A” prosseguiu com as atividades realizadas 
por “B” neste, recaindo sobre letra de Lei. 
Mantém-se para tanto o prazo comum prescricional de 05 (cinco) anos, a partir 
da emissão da CDA para modificações nesta e posterior cobrança. Ocorre que, neste 
caso em concreto, já seriam passados 06 anos, o que afastaria tal possibilidade. 
Entretanto, tal entendimento divide opiniões, pois uma vez instaurada a execução, 
suspende-se o prazo, sendo o chamamento de “A” posterior ao início da execução. 
Logo, se a inclusão da empresa A” ocorreu no início da execução fiscal, este ato seria 
nulo, pois o direito a exacional do Fisco já teria prescrito. 
Entendo que, tendo em vista o momento do lançamento com a lavratura do auto 
de infração, não haver a relação de “A” com “B”, tão somente B poderia figurar na 
CDA, devendo, com o advento da compra realizada por “A”, ocorrer a retificação e 
modificação da CDA, constando ambas as empresas, ou chamamento de “A” 
posteriormente, no momento da execução fiscal. 
Não há relevância, com base no art. 123 do CTN, podendo essa cláusula ter 
somente efeito entre particulares, de maneira regressa, uma vez que o direito público 
sobressai sobre o privado, devendo este último ser resolvido posteriormente. 
 
 
 
b) A empresa “A” responde pela: (i) multa de mora, (ii) multa pelo não pagamento 
de tributo, (iii) juros e (iv) multa pelo descumprimento de deveres instrumentais, 
se constituídas antes da operação de compra e venda? E se constituídas depois da 
operação? (Vide anexos II e III). 
Entendo que, primeiramente em relação as multas anteriores à operação de 
compra e venda, “A” responde por multas de caráter moratório e punitivo, tendo em 
vista que estas são tão somente decorrentes do não pagamento do tributo, que ora fora 
sucedido por “A”, uma vez que este comprou o estabelecimento e sucedeu em todas as 
suas verbas e pendências. Tal se apóia tanto no art. 133 do CTN, quanto pelo 
entendimento do STF. Logo, A responde pela multa de mora, de não pagamento pelo 
tributo e pelos juros, não respondendo pelo descumprimento de deveres instrumentais, 
tendo em vista que este último decorre de uma norma de dever instrumental, e não a 
uma norma relacionada a relação jurídico tributária. Logo, “A” tão somente assume o 
papel de responsável tributário nas três primeiras situações. 
Se constituídas após a operação, estas já são oriundas de “A”, e portanto, não há 
discussão em relação a responsabilidade desta sobre as multas, independentemente de 
sua natureza, pois fora “A” que incorreu no ilícito. 
 
 
5. Quanto aos art. 124 e 135 do CTN, pergunta-se: 
a) Qual a espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN? Poderia o 
fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o 
sócio de forma solidária à empresa? (Vide anexos IV e V). 
O art. 135 do CTN, além de dispor sobre algumas responsabilidades, também as 
remete ao artigo anterior, ou seja, o 134, que faz alusão a responsabilidade solidária. No 
art. 135, notamos responsabilidades de terceiros, desde que haja a conduta de dolo em 
relação a abuso de poderes e atos que sejam considerados infrações a Lei, nos termos da 
legislação vigente, inclusive de seus Contratos Sociais e/ou Estatutos próprios. 
 
 
Entendo que não, uma vez que para inclusão do sócio no polo passivo, se deve 
dar ao mesmo a ampla defesa em referência a suas condutas que ensejaram nessa 
inclusão, ou seja, a comprovação do dolo e o nexo causal com a situação jurídico 
tributária onde se encontra a Pessoa Jurídica. Vale ainda ressaltar que, somente poderia 
haver a inclusão direta do sócio na execução, caso este já se identificasse na CDA 
emitida pela administração. 
 
b) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a 
responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? Em caso positivo 
qual sócio ou administrador pode ser alcançado: o da época do inadimplemento do 
tributo ou do momento em que ocorre a dissolução irregular? (VI e VII e VIII) 
Entendo que sim, conforme a própria letra da Lei, além de observar também 
entendimento já consolidado pelo STJ em sua súmula 435, que está presente no anexo 
VIII e traz: 
 
Súmula 435 do STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que 
deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos 
competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o 
sócio-gerente. 
 
Logo, não há qualquer discussão nesse tópico da pergunta. 
Em relação a segunda pergunta, verificamos que o sócio a ser responsabilizado a 
época da dissolução, tendo em vista que este que teria cometido a conduta dolosa e, 
portanto, se alocado na norma que faz o redirecionamento da responsabilidade ao sócio 
de maneira solidária. 
 
c) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo pode ser justificativa 
para aplicação do artigo 135 do Código Tributário Nacional? (Vide anexos IX e X). 
 
 
Entendo que não, concordando com o entendimento já firmado pelo próprio STJ, 
que definiu em sua súmula 430 essa hipótese, vejamos: 
 
Súmula 430 do STJ – O inadimplemento da obrigação tributária pela 
sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio gerente. 
 
Complementar, entendo que o não adimplemento é tão somente uma dificuldade 
financeira da pessoa jurídica que pode ser passageira ou permanente, o que geraria uma 
recuperação judicial ou falência posteriormente. Ou seja, não há de se falar em conduta 
dolosa, mas tão somente uma impossibilidade logística e financeira de cumprir com 
obrigações de cunho pecuniário. 
 
6. Quanto à caracterização de grupo econômico, pergunta-se: 
a) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação da 
desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela pode 
ser aplicada ao direito tributário para fins de caracterização de grupo econômico? 
Há dispositivos específicos na legislação tributária que fundamentem a 
responsabilização do grupo econômico? A caracterização implica reconhecimento 
de responsabilidade solidária? (Vide anexo XI e XII). 
Grupo Econômico é a união de duas ou mais empresas, onde haja um vínculo de 
subordinação, ou conluio e integração de interesse entre estas, de maneira que uma atue 
em conjunto com a outra no mercado. Para tanto, se analisa ainda o quadro societário, 
identificando os que possam estar em quadros de ambas as empresas, o que fortificaria 
ainda mais a ideia de grupo econômico. 
A desconsideração da personalidade, ideia e instrumento retirado de maneira 
subsidiária do Código Civil, possui, como já explanado, base no art. 50 deste diploma, 
poderíamos elencar como requisitos o abuso da personalidade jurídica, dependendo esta 
de desvio de finalidade ou confusãopatrimonial. 
 
 
É difícil e questionado juridicamente a configuração de grupo econômico por 
mera similitude entre os sócios, tendo em vista que nem sempre os sócios são gestores, 
mas tão somente investidores, bem como não se verifica, fática ou formalmente, a 
característica de subordinação que existe e é necessária para que se configure um grupo 
econômico. Portanto, entendo que uma coisa não leve a outra. 
 No código tributário nacional, podemos verificar diversos dispositivos que 
demonstram a existência da responsabilização do grupo econômico, mas todos estes de 
maneira indireta, como é o caso do art. 128, que é uma forma de base para a 
responsabilização destes. Tal se dá, pois vincula o fato gerador ao responsável pela 
conduta, que neste caso seria todo o grupo econômico. 
Podemos citar o art. 124, que trata da responsabilidade solidária neste caso, onde 
leva a um entendimento em que a caracterização do grupo econômico acaba por gerar 
um vínculo, onde solidariza todas as Pessoas Jurídicas deste, indicando que se possa 
direcionar a execução a qualquer destas. 
 
b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, 
nos termos dos arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 2015), a defesa 
apresentada pela pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária de 
outra empresa integrante do mesmo grupo econômico pode versar sobre o mérito 
da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade 
de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal? 
Uma vez instaurado o incidente da desconsideração da personalidade jurídica e 
inclusão desde no polo passivo, a este se torna possível a defesa sobre todos os aspectos 
da relação jurídico tributária, não se limitando tão somente a legitimidade de sua 
inclusão. 
 
7. Dada a seguinte Lei (fictícia): 
Prefeitura de São Pedro, Lei n. 5.151, de 12/10/2015, D.M. 25/10/2015 
Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio do serviço 
público municipal de conservação e limpeza de vias públicas. 
Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das vias públicas. 
 
 
Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel. 
Art. 4º A alíquota é de 0,1% . 
Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel. 
Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano. 
Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o décimo dia do 
segundo mês subsequente. 
1 §º No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do tributo. 
2 §º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e após o 1º dia 
do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel. 
3 §º O não recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor do tributo 
devido. 
Art. 8º Fica o contribuinte obrigado a entregar para a Secretaria de Planejamento Urbano 
declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro de cada ano. 
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput deste artigo 
implicará multa de 100 UFIRS. 
[...]. 
 
Pergunta-se: 
 
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificando os critérios do 
consequente da RMIT. 
 
 
Existem 07 normas, sendo a primeira a relativa a instituição do tributo, com RMIT bem 
definida nos primeiros artigos da Lei: 
Critério material: prestação de serviço de conservação e limpeza das vias 
públicas;Critério espacial: todo o território do município de São Pedro; Critério 
temporal: dia 1° de cada ano; Critério pessoal: sendo o sujeito ativo o município de São 
Pedro e o sujeito passivo o proprietário de imóvel; e Critério quantitativo: sendo a base 
de cálculo o valor venal do imóvel e a alíquota 0,1%. 
 
3 normas de dever instrumental, sendo elas: 
Recolhimento do tributo pelo locatário; Recolhimento do tributo pelo adquirente, caso a 
compra e venda seja realizada antes do prazo para pagamento e após o dia 1º do ano; e 
Entregar junto a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário. 
E 3 normas sancionadoras: 
 
 
Hipótese: Não-Recolhimento do tributo pelo locatário; Consequente: Sanção: multa de 
20% do valor do tributo devido. 
Hipótese: Não-Recolhimento do tributo pelo adquirente, caso a compra e venda seja 
realizada antes do prazo para pagamento e após o dia 1º do ano; Consequente: Sanção: 
multa de 20% do valor do tributo devido. 
Hipótese: Não entregar junto a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor 
imobiliário; Consequente: Sanção: multa de 100 UFIRSS. 
 
b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a 
hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se 
determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o 
enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois? 
 
A base de cálculo tem como função a definição do valor base para apurar o 
montante a ser pago a título de tributo pelo contribuinte, devendo essa guardar certa 
ligação temática com o tributo a ser instituído. Essa, juntamente com a alíquota, define 
o critério quantitativo do tributo na Regra Matriz de Incidência Tributária, ou seja, o 
valor a ser pago. 
A base não é compatível, primeiramente pelo fato do tributo não configurar taxa, 
tendo em vista que não apresenta caráter de serviço divisível, se enquadrando portanto, 
na espécie de imposto. Ocorre que essa base de cálculo não guarda ligação temática 
com o fato gerador e é idêntica ao do Imposto sobre Propriedade e Terreno Urbano – 
IPTU. Logo, também recairia como uma bitributação sobre propriedade, o que tornaria 
a mesma ainda mais incompatível com a legalidade e com a hipótese tributária. 
Embora o Professor Paulo de Barros Carvalho entenda que, na incompatibilidade 
a determinação ocorreria por questão da base de cálculo, particularmente, discordo 
dessa afirmação e tese, acreditando na prevalência da hipótese tributária, tendo em vista 
que essa, para ser taxa, deve ser serviço prestado pelo governo, sendo específico e 
divisível, e para ser contribuição de melhoria, ligado a alguma variação referente a uma 
influência do Estado sobre o particular. Logo, entendo que já existem as determinações 
de espécie no próprio critério material do tributo, ou seja, em sua hipótese de incidêcia.

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