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A INTERPRETAÇÃO DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS PARA PESSOAS SURDAS

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A interpretação de expressões idiomáticas para pessoas surdas 
 
Iara Mikal Holland Olizaroski (PG-Unioeste)1 
Leidiani da Silva Reis (PG-Unioeste/Capes)2 
Jorge Bidarra (Orientador – Unioeste)3 
 
RESUMO: As expressões idiomáticas (EIs) compõem a área da fraseologia e são próprias de 
uma língua, necessitado, muitas vezes, serem traduzidas para outra(s). No caso da Língua 
Brasileira de Sinais (Libras), esse processo se dá por intermédio de um Tradutor e Intérprete de 
Libras (TILS) e tem sido um meio eficaz diante das atividades cotidianas da pessoa surda, tais 
como palestras, contexto educacional, concursos, entre outras. Tal profissional precisa estar 
preparado para interpretar, consecutiva e simultaneamente, de forma coerente nas mais distintas 
situações. À vista disso, a presente pesquisa objetiva investigar como o TILS tem procedido 
diante da interpretação quando da ocorrência de EIs. Para tanto, foi solicitado a três TILS a 
interpretação de três expressões, sem a intenção de comparar estratégias por eles utilizadas, mas 
de verificar como estão chegando aos surdos tais idiomatismos que são específicos da Língua 
Portuguesa. Para a realização dessa investigação, além da pesquisa de revisão bibliográfica, 
utilizamos também a de campo e a documental, uma vez que, após contato com os TILS, o 
corpus pauta-se em filmagens para a análise das EIs em questão. O que pudemos verificar, 
portanto, diante das interpretações é que, para que uma EI saia da Língua Portuguesa e chegue 
ao surdo, por meio da Libras, de forma a lhe fazer sentido, o intérprete deve, além de ter 
conhecimento de tais idiomatismos, lançar mão de táticas para que possam ser compreendidas e, 
assim, tornarem-se conhecidas pelo surdo. 
PALAVRAS-CHAVE: Expressão Idiomática; Interface Língua Portuguesa-Libras; Tradutor e 
Intérprete de Língua Brasileira de Sinais. 
 
ABSTRACT: Idioms are part of the phraseology area and are inherent of language. 
Furthermore, many times they need to be translated to other(s). At the Brazilian Sign Language 
(Libras), this process occurs through a Translator and Interpreter of the Libras (TILS), and it has 
been effective at deaf people’s everyday activities, such as speeches, educational context, public 
tenders, among others. This professional must be prepared to interpret, consecutive and 
simultaneously, in a coherent way and in various situations. Therefore, the objective of this 
research is to investigate how the TILS have proceeded towards interpretation when any idiom 
happen. For this purpose, it was asked to three TILS the interpretation of three expressions, with 
no intention of comparing the strategies used by them, but to verify how this idioms, which are 
specific of Portuguese Language, are being translated to deaf people. In order to the 
investigation to succeed, besides the bibliographic review, we will also use field and 
documentary research, since, after the contact with the TILS, the corpus will be guided on video 
 
1 Aluna da Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras, Área de Concentração em Linguagem e Sociedade, Nível de 
Mestrado, da Unioeste de Cascavel-PR. E-mail: iaramikal@hotmail.com 
2 Aluna da Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras, Área de Concentração em Linguagem e Sociedade, Nível de 
Doutorado, da Unioeste de Cascavel-PR. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior (Capes). E-mail: leidianireis@hotmail.com 
3 Doutor em Linguística pela Unicamp. Professor da Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras, Área de Concentração 
em Linguagem e Sociedade, da Unioeste de Cascavel-PR. E-mail: Jorge.bidarra@unioeste.br 
mailto:iaramikal@hotmail.com
mailto:leidianireis@hotmail.com
mailto:Jorge.bidarra@unioeste.br
 
 
 
 
recordings for further analyses of the these idioms. Thus, so far what we have verified by the 
interpretations is that, for an idiom to go from Portuguese Language and arrive with sense to a 
deaf person through Libras, besides the knowledge of these idioms, the interpreter must resort 
strategies in order to the idioms to be understood and, thus, to be known by the deaf people. 
KEYWORDS: Idioms; Portuguese Language-Libras Interface; Brazilian Sign Language 
Translator and Interpreter. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A comunicação ocorre de forma “natural” sendo, de maneira geral, uma necessidade de 
interação social. No ato da fala, para que a comunicação se torne dinâmica, são utilizados, entre 
outros, recursos como gestos e expressões, com significados novos ou amplos, suprindo a fala 
também com termos no sentido conotativo. Um dos recursos que desempenha essa função são as 
expressões idiomáticas (EIs) ou idiomatismos4, que compõem a área da fraseologia. 
Cada país ou até mesmo localidade de um mesmo país tem suas próprias EIs que 
surgem em uma determinada comunidade por questões culturais e se cristalizam por seu 
frequente uso. Por isso, o fato de algumas delas não fazerem sentido em outros contextos 
culturais ou não se proliferarem para além das fronteiras onde nasceram não é de causar 
estranheza. Assim, a parcimoniosa quantidade de pesquisa quanto à origem das EIs, justifica-se 
pelo fato de serem expressões populares sem registros formais as quais foram passando de 
geração em geração e, quando não, proferidas despercebidamente. 
Para além dessas questões, surge um novo impasse: o contato que se dá entre a Língua 
Portuguesa (LP) e a Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante a comunicação entre ouvinte e 
surdo ou no ato da interpretação. Há de se considerar que, no caso das EIs, a distinção não está 
apenas na diferença cultural entre surdos e ouvintes, mas também na modalidade de línguas, 
sendo a Libras visuoespacial e a LP oroauditiva. 
Objetivamos, portanto, neste artigo, investigar como o Tradutor e Intérprete de Libras 
(TILS) tem se portado diante da interpretação simultânea de EIs, com o intuito de observar 
como tais expressões, que são específicas da LP, têm chegado aos surdos. Cabe ressaltar que não 
tivemos a intenção de comparar estratégias de interpretação, mas, tão somente, verificar quais 
critérios estão sendo utilizados nesse processo. 
Abordamos, inicialmente, considerações gerais sobre fraseologia, postuladas por 
 
4 Para fins deste artigo os termos expressão idiomática (EI) e idiomatismo foram usados indistintamente. 
 
 
 
 
Bevilacqua (2004/2005), Werker (2011) e Monteiro-Plantin (2012). Restringimo-nos, em 
seguida, às EIs, para as quais nos valemos de conceitos determinados principalmente por Xatara 
(1998, 2002), capítulo no qual explanamos, também, sobre a ocorrência das EIs na interface 
LP-Libras e fazemos algumas considerações sobre o processo de tradução e interpretação5, 
objetivando elucidar os critérios estabelecidos para a realização desse procedimento. Passamos 
então à análise das EIs na interface LP-Libras, para tanto, os idiomatismos “engolir sapo”, “por 
cima da carne seca” e “falar pelos cotovelos” foram proferidos à três TILS para que os 
representassem assim como fazem durante a interpretação simultânea. Essas filmagens 
constituíram o corpus da nossa pesquisa. Por fim, apontamos algumas constatações resultantes 
de nossas análises. 
 
A FRASEOLOGIA 
 
De modo geral a fraseologia delineia um contexto no qual uma palavra é empregada, 
apresentado-se por meio de unidades fraseológicas (UF), as quais obedecem a certa sequência 
cristalizada ou semicristalizada de forma peculiar, com significado parcial ou plenamente 
transferido. Para alguns pesquisadores, a fraseologia limita-se às EIs própriasde uma língua; 
outros consideram que ela inclui provérbios, ditados, locuções e lexias compostas. Há ainda 
quem considere que tais unidades possuem estruturas extremamente variáveis, podendo incluir 
desde uma única palavra até conjuntos de frases. Observamos, portanto, que há uma diversidade 
de unidades que são consideradas fraseológicas, assim como também há grande diversidade em 
relação a sua denominação. Apesar de existir tal divergência entre pesquisadores, os falantes 
nativos de uma língua sabem reconhecê-las e utilizá-las adequadamente (BEVILACQUA, 
2004/2005). 
Para Monteiro-Plantin (2012), a UF é um grupo de palavras lexicalizado e reproduzível 
que pode ser composto por duas palavras (bilexêmico) ou integrado por vários termos 
(polilexêmico) em uso comum, com uma relativa estabilidade sintática e semântica, sendo 
composta de parêmias, EIs, colocações e pragmatemas. Segundo esse autor, os provérbios – 
prototípicos de parêmias – têm como principais características a transmissão de uma lição, 
ensinamento ou conselho de forma independente, impessoal e atemporal, sem comprometimento 
 
5 Embora o foco esteja na “interpretação” da LP para a Libras, em alguns casos utilizamos o termo “tradução”, pois 
o tema em questão apresenta teorias as quais abarcam apenas as línguas orais. Quanto a Libras o termo 
interpretação refere-se ao processo de intermediar a LP para a Libras e vice-versa por meio de sinais, os quais 
correspondem às palavras nas línguas orais. 
 
 
 
 
direto de quem os profere; os fraseologismos – prototípicos de EIs – são aqueles que necessitam 
de integração a um contexto frásico ou, pelo menos, sintagmático, pois sua interpretação está 
condicionada ao reconhecimento da intertextualidade e/ou de inferências; as colocações, por sua 
vez, são formadas por uma base (lexema que se deseja) e um colocado (lexema que combina 
com a base) e os pragmatemas estão presentes em todas as culturas como condição à 
participação e à inclusão social à categoria de “bem educado”. 
A fraseologia é separada por Bevilacqua (2004/2005) em fraseologia da língua comum, 
fazendo parte desse grupo os provérbios, ditados, EIs, colocações e locuções; e fraseologia da 
língua especializada que são unidades formadas por um núcleo eventivo e por um núcleo 
terminológico. A primeira seria, conforme o autor, utilizada por pessoas para se comunicarem 
cotidianamente, sem restrições; a segunda refere-se à terminologia própria de determinada área 
do conhecimento. 
No cuidado de distinguir colocações de EIs, Werker (2011), menciona também as 
expressões semi-idiomáticas. Para ele as colocações são transparentes, pois o significado das 
partes pode ser tomado literalmente, enquanto as EIs são opacas, pois o significado das partes 
não pode ser individualmente tomado para a compreensão, como nos exemplos “executar uma 
sentença” e “engolir sapo”, respectivamente. Expressões semi-idiomáticas, por sua vez, são 
casos nos quais um dos componentes mantém seu sentido literal: em “notícia quente”, exemplo 
dado por Werker (2011), se o dicionário indicar que um dos significados de “quente” é 
“recente”, o termo será considerado uma colocação, caso contrário será uma expressão semi-
idiomática. Podemos ainda, a título de exemplo, citar a expressão “sair de fininho”, pois “sair” 
pode ser tomado em seu sentido denotativo e “fininho”, apenas conotativo, significando, nesse 
caso, “mansinho/devagarinho”. 
Muitos pesquisadores, preocupados com o processo de tradução ou com o ensino e 
aprendizagem de uma segunda língua ou língua estrangeira, dedicam-se a estudar os 
fraseologismos e a produzirem dicionários bilíngues de EIs. Para que sejam supridas dúvidas 
quanto ao significado, origem e, também, a um termo correspondente que possa ser 
contextualizado na língua de chegada, muitos pesquisadores se dedicam aos diversos tipos de 
UFs existentes, “muito embora a grande maioria se volte ao ensino de línguas estrangeiras e à 
confecção de dicionários” (LEGROSKI, 2011, p. 29). 
Não obstante tenhamos teorizado alguns conceitos sobre fraseologia e apontado 
algumas de suas subdivisões, o objetivo desse artigo não consiste em delimitá-la, mas, em 
conceituar e caracterizar EIs, as quais acreditamos ser uma e não a única UF existente. Para 
 
 
 
 
tanto focamos nossa atenção às diversas considerações a elas atribuídas enquanto UF. 
 
A EXPRESSÃO IDIOMÁTICA 
 
“São vários os termos empregados no lugar de expressão idiomática: fraseologismo 
idiomático, idiomatismo, fraseolexema, frasema” (WELKER, 2011, p. 149). Independente do 
termo empregado, ela é carregada de traços culturais e serve para ilustrar o que se pretende dizer 
de forma diferenciada, com significado próprio que vai muito além da fiel tradução ou de mera 
paráfrase. Seu uso é cabível e aceitável em contextos específicos de falantes da mesma língua 
por ser um recurso dinâmico, dispensando explicações, pois tanto emissor quanto receptor da 
mensagem em questão, possuem um background cultural comum, tendo, portanto, a 
compreensão da expressão no contexto de uso. 
Para Xatara (1998) a EI é uma lexia complexa, indecomponível, conotativa e 
cristalizada em um idioma pela tradição cultural: 
 
Lexia complexa porque tem o formato de uma unidade locucional ou frasal; 
indecomponível porque constitui uma combinatória fechada, de distribuição 
única ou de distribuição bastante restrita; conotativa porque sua interpretação 
semântica corresponde a pelo menos um primeiro nível de abstração calculada 
a partir da soma de seus elementos sem considerar os significados individuais 
destes; cristalizada porque sua significação é estável, em razão da frequência de 
emprego, o que a consagra (XATARA, 1998, p. 170). 
 
Embora haja diversas pesquisas nos mais variados campos da Linguística sobre as EIs, 
não há consonância quanto a sua origem. Ela pode ser fundamentada na cultura do próprio país 
de onde originou ou ter influências distintas como religiosa, histórica, mitológica entre outras, 
sendo, portanto, próprias de uma língua ou dialeto. Assim, justificar uma EI ou, até mesmo 
buscar sua origem, envolve questões complexas que, na maioria das vezes, resultam em fracasso 
por parte do pesquisador. 
Quanto ao conceito de EI podemos observar que há relativo consenso entre 
pesquisadores, visto que considerar que seu significado “[...] não corresponde à soma dos 
significados das partes [...]” (Welker, 2011, p. 150) é comum. Monteiro-Plantin (2012, p.71) 
postula que a independência das EIs é menor que a das outras fraseologias, pois elas “carecem 
de integração a um contexto frásico, ou pelo menos sintagmático”. Integradas a um contexto 
elas serão facilmente compreendidas porque fazem parte da cultura de quem e para quem são 
proferidas, não sendo, portanto, consideradas uma excentricidade. 
 
 
 
 
Conhecer e saber usar uma EI denota conhecimento e domínio linguístico, o que não é 
difícil para um falante nativo seja qual for o idioma, porém, no ato da aprendizagem de outra 
língua, o estudante deve estar preparado para interpretar seu significado a ponto de não 
desvirtuar o contexto tornando-o estranho ou incompreensível, pois os idiomatismos 
 
[...] são dificilmente interpretáveis por falantes não nativos. Tendo em vista que 
o léxico de uma língua reflete sempre a cultura ligada a essa língua, para 
compreender essas expressões é necessário um conhecimento extralinguístico 
que possibiliteanalogias entre diferentes culturas. Enfim, um último ponto que 
nos parece mais importante, é a especificidade cultural, sobre a qual repousa a 
originalidade dessas expressões, apresenta um obstáculo real para a tradução 
(SFAR, 2007, apud MONTEIRO-PLANTIN, 2012, p. 74,75). 
 
As EIs não encontram tradução fiel em outras línguas visto que traduzidas 
denotativamente ficam sem sentido, justamente por conta da impossibilidade de significado 
exato da sentença para outro contexto cultural. Pesquisas no campo das EIs acerca da tradução 
em outros idiomas e sobre seu significado na língua de origem, acena para um problema 
relevante o qual levanta questões ainda não esclarecidas quanto à Libras, gerando 
questionamentos que necessitam de respostas imediatas por se tratar de um público – pessoas 
surdas – que espera por contribuições para a compreensão de tais idiomatismos, pois essas 
expressões estão presentes em algumas situações nas quais são necessárias a interpretação. 
A EI NA INTERFACE LP-LIBRAS 
 
O fato de utentes de Libras viverem no mesmo território que falantes de LP, não os 
aproximam culturalmente, já que, na maioria das vezes, não há convivência entre eles e, 
consequentemente, não ocorrem relações sociais que os abarquem em um mesmo contexto 
linguístico. A parca convivência se justifica pelo fato de surdos e ouvintes não utilizarem a 
mesma língua. 
Todavia, o (pouco) contato que acontece entre surdos e ouvintes, advém, na maioria das 
vezes, do ato de interpretação em atividades como palestras, contexto educacional, concursos, 
vestibulares, entre outras nas quais se faz necessária a presença do TILS. Momentos esses em 
que, diante da ocorrência de EIs, o TILS necessita lançar mão de estratégias distintas para 
interpretá-las, simultânea6 ou consecutivamente7, a ponto de fazer com que o surdo as conheça e 
 
6 Simultâneo é o processo de interpretação de uma língua para outra que acontece ao mesmo tempo e o intérprete 
precisa ouvir/ver a enunciação na língua fonte, processá-la e passar para a outra língua alvo no tempo da 
enunciação (BRASIL, 2004, p. 11). 
 
 
 
 
compreenda, pois o que é utilizado na LP como um recurso que enriquece a comunicação, na 
Libras, pode acontecer o oposto: tornar-se um recurso determinante de eventuais dúvidas quanto 
a concepção do significado, gerando equívoco semântico, dependendo da forma como é 
interpretado. 
O Código de Ética do Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais Brasileira e Língua 
Portuguesa em seu Cap. 1, Art.1º, § 3º determina que “o intérprete deve interpretar fielmente e 
com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do 
palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além de sua responsabilidade” 
(BRASIL, 2004, p. 32). 
A interpretação fiel de EIs da língua oroauditiva para a visuoespacial ou a tradução 
entre as línguas orais não é possível, pois culminaria em um ato bizarro, por isso, no caso da 
Libras, o TILS pode optar por transmitir o pensamento, a intenção do palestrante, interpretando 
apenas seu significado. O idiomatismo “engolir sapo”, por exemplo, se for exatamente assim 
enunciado ao surdo, ou se o intérprete optar apenas pela datilologia8, a imagem por ele 
construída será rigorosa à interpretação e ele não conseguirá produzir mentalmente o respectivo 
sentido conotativo, considerando-o apenas denotativamente, tornando o contexto completamente 
desprovido de significado. 
Rosa (2008, p.13), expõe seus anseios ao indagar: “Faço a tradução de tudo o que está 
sendo dito, mesmo que eles não compreendam devido à falta de conhecimento prévio do 
assunto, ou explico a ideia do que está sendo dito do modo que julgo compreensível a eles?”. Ao 
buscar resposta a essa indagação, surge uma nova: “se a escolha fosse por explicar a ideia que 
estava sendo discutida poderia estar selecionando previamente o que era, ou não, cabível de ser 
compreendido pela comunidade surda?” (ROSA, 2008, p. 13). 
Percebemos, portanto, que há uma constante inquietação sobre como agir em 
determinadas situações de interpretação. Essa inquietação se manifesta também diante das EIs, 
pois ao “identificarmos uma lexia complexa como EI, não devemos nos contentar, na tradução, 
com uma paráfrase da expressão” (XATARA; RIVA; RIOS, 2002, p. 188). 
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERPRETAÇÃO DAS EIs EM LIBRAS 
 
7 Consecutivo é o processo de interpretação de uma língua para outra que acontece de forma que o intérprete 
ouve/vê o enunciado na língua fonte, processa a informação e, posteriormente, faz a passagem para a língua 
alvo (BRASIL, 2004, p. 11). 
8 Alfabeto digital ou manual trata-se da soletração de uma palavra ou expressão, recurso utilizado, em Libras, 
decorrente da inexistência de sinais próprios. 
 
 
 
 
 
Refletir sobre as EIs em Libras torna-se relevante tendo em vista a tentativa de 
compreender como o surdo pode ter acesso a elas em seu sentido conotativo, por se entender “o 
processo tradutório não como um ato de transferência de significado” (XATARA; RIVA; RIOS, 
2002, p. 185), mas como um ato imprescindível de mediação do conhecimento. Por isso, ao se 
propor uma tradução para EIs, devemos recuperar seu valor metafórico e não apenas explicar 
seu sentido por meio de definições (XATARA, 1998). 
Embute-se às EIs informações que vão além daquelas que tentamos expor no ato da 
interpretação, pois são elas carregadas valores tanto cultural quanto histórico-social, advindo daí 
o caráter de fixidez (XATARA; RIVA; RIOS, 2002). Elas são utilizadas metaforicamente em 
uma língua, porém sem tradução rigorosa para outra. Podemos citar, a título de exemplo, a 
expressão em espanhol “muñecas parlantes” que tem como significado “falar demais” e, 
rigorosamente traduzida, ficaria “bonecas falantes” ou, ainda, “bonecas que falam muito”. Por 
haver muito mais carga sociocultural no idiomatismo, a fiel tradução desvaloriza sua 
especificidade léxica. Para tal expressão, uma equivalente em LP, seria “falar pelos cotovelos” 
ou “falar como uma matraca”. Em Libras, no entanto, não há, até o presente momento, 
expressão correspondente, o que a torna desconhecida e, consequentemente, não utilizada pela 
comunidade surda. Todavia, “para que a expressão se prolifere tão facilmente, falantes e 
ouvintes tem de estar dissecando a metáfora implícita para desnudar as conexões entre as coisas 
nomeadas pela metáfora e os conceitos abstratos aos quais realmente se referem” (PINKER, 
2008, p. 277-278). Na Libras também é possível tornar os idiomatismos conhecidos e 
compreendidos, visto que trata-se de 
 
[...] uma língua genuína; portanto complexa e rica, com sintaxe própria, capaz 
de expressar conceitos abstratos diferentes, ideias, pensamentos, fatos de 
natureza sociopolítica, etc. Não se trata somente de um meio de comunicação 
entre pessoas surdas, mas um meio de pensamento interno da pessoa 
(BARROCO, 2007, p. 325). 
 
A inquietação paira, porém, sobre a indagação: como representar coerentemente um 
idiomatismo em Libras a ponto de manter a mesma riqueza nele incutido quando proferido em 
LP? Para responder a esse questionamento nos propusemos, primeiramente, a investigar como 
tem ocorrido o processo de interpretação de EIs na interface LP-Libras, para, a partir de então, 
refletir sobre a possibilidade de se propor critério(s) com vista à padronização da interpretação 
desse tipo de UF.ALGUMAS OCORRÊNCIAS DE EIs NA INTERFACE LP-LIBRAS 
 
O idiomatismo se caracteriza pela impossibilidade de identificar seu significado por 
meio das palavras individualmente e por não se encontrar estrita tradução entre línguas. Origina-
se em contextos diversos, independente de classe social, faixa etária, escolaridade etc., 
dependendo da peculiaridade de cada região e/ou nacionalidade. Logo, o que é conhecido e 
usado por determinada comunidade pode não fazer sentido em outra e o que faz sentido em um 
determinado idioma pode ser completamente desprovido de significado para os demais. 
Compreender uma EI em sua essência é atribuir-lhe conceitos que vão além do 
superficial significado, pois “[...] o sentido conotativo de uma EI advém de um acontecimento 
histórico-social, determinado por uma cultura e delimita seu significado” (XATARA; RIVA; 
RIOS, 2002, p. 186). O surdo, quando se depara com uma EI pela primeira vez, tem dificuldade 
de atribuir a ela significado conotativo, visto que, diante de informações novas, normalmente 
tenta buscar um sentido lógico, denotativo, portanto. Contudo, ele poderá ser capaz de 
compreendê-la se lhe for proporcionado não apenas o seu significado, mas a natureza 
sociocultural a ela atribuída. O fato é que durante a interpretação, principalmente simultânea, o 
TILS, por diversos motivos, interpreta tais idiomatismos de modo distinto, já que não se tem um 
critério estabelecido, podendo ele optar pelo método que lhe convier no momento. 
Com o intuito de se obter informações a respeito de como as EIs tem chegado aos 
surdos, os idiomatismos “engolir sapo”, “por cima da carne seca” e “falar pelos cotovelos” 
foram apresentados a três TILS, para que os representassem como o fazem no ato da 
interpretação simultânea e foram aqui demonstrados por meio de glosas9. O significado 
atribuído a essas expressões foi coletado do Dicionário de Expressões Idiomáticas online10 
(doravante, DEIs online), por meio do qual também buscamos uma expressão equivalente nas 
línguas nele disponibilizadas, como forma de comprovar a possibilidade de se ter uma tradução 
correspondente. As traduções equivalentes correspondem à legenda: 
 
EI em PB: Português do Brasil. 
EI em PP: Português de Portugal. 
 
9 “Recurso para transcrição de traduções de palavras, frases e textos da língua fonte para a língua alvo” (SANTOS, 
2012, p. 178). 
10 Dicionário de Expressões Idiomáticas: Português do Brasil e de Portugal – Francês da França, da Bélgica e do 
Canadá, produzido por Cláudia Xatara. Disponível em: <http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php>. 
Acesso em: 20 de out. 2015. 
http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php
 
 
 
 
EI em FF: Francês da França. 
EI em FB: Francês da Bélgica. 
EI em FC: Francês do Canadá. 
Fonte: Adaptado do DEIs online. 
Disponível em: <http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php>. 
Acesso em: 20 de out. 2015. 
 
INTERPRETAÇÃO DA EI “ENGOLIR SAPO” 
 
Tolerar situações desagradáveis sem reclamar: 
Engolir sapo 
Engolir sapos (vivos) 
Avaler des couleuvres 
Avaler des couleuvres 
Avaler des couleuvres 
Fonte: Adaptado do DEIs online. 
Disponível em: <http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php>. 
Acesso em: 20 de out. 2015. 
 
A expressão “engolir sapo” está relacionado ao fato de ouvir calado uma repreensão e 
considerá-la injusta por se entender não ser dela merecedor. Faz “referência a esse animal que 
causa repugnância na maior parte das pessoas” (DEIs online). Segue abaixo como cada 
intérprete procedeu diante dessa EI: 
 
TILS 1: 
 
Fonte: autoras da pesquisa11. 
 
TILS 2: 
 
 
11 Ilustrações produzidas pelas autoras. Para a confecção dos diagramas, foram utilizadas imagens de sinais 
retiradas do Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira – Libras 
(CAPOVILLA; RAPHAEL, 2001). 
http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php
http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php
 
 
 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
TILS 3: 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
Todos os intérpretes utilizaram Expressão Facial no ato da interpretação. O TILS 1 
utilizou apenas o sinal: AGUENTAR. O TILS 2 iniciou com o sinal ASPAS12, seguido da 
datilologia da EI e da sentença: CALAR AGUENTAR. O TILS 3 optou pelo sinal FRASE e pela 
datilologia da EI, proferindo em seguida a paráfrase: PESSOA GROSS@13 BRAV@ EU 
SENTIR MAL MAS RESPONDER NADA CALAR. O fato do intérprete 2 e 3 utilizarem os 
sinais ASPAS e FRASE, respectivamente, torna-se um critério conveniente diante da 
interpretação de EI, pois a partir dele o surdo entenderá que as sentenças proferidas 
posteriormente são próprias da LP, sem termos correspondentes em Libras. 
 
INTERPRETAÇÃO DA EI “POR CIMA DA CARNE SECA” 
 
A expressão “por cima da carne seca14”, geralmente está associada ao fato de uma 
pessoa estar bem financeiramente, numa situação privilegiada da qual sempre desfrutou ou que 
nunca esteve antes. Bernardes e Brito (2008, p. 03), ao compararem a expressão “por cima da 
carne seca” com a tradução “bem financeiramente”, ressaltam que o idiomatismo é muito mais 
convincente em seu sentido conotativo porque “acaba por significar mais que somente estar rico, 
mas também estar em uma situação privilegiada que nunca esteve antes”. Quanto à 
 
12 Recurso empregado em Libras também para indicar que a sentença seguinte é própria da LP. 
13 A @ é utilizada na glosa-Libras para indicar que a palavra pode ser tanto masculina quanto feminina em LP, pois 
na língua de sinais não há marcadores de gênero, apenas de sexo, representado pelos sinais HOMEM e 
MULHER. 
14 Essa EI não foi encontrada no DEIs online. 
 
 
 
 
representação desta EI os intérpretes assim procederam: 
 
TILS 1: 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
TILS 2: 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
 
 
TILS 3: 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
O TILS 1 valeu-se apenas dos sinais que formaram a sentença: PESSOA PODEROS@ 
CHIQUE SUPERIOR. O TILS 2 novamente iniciou com o sinal ASPAS, seguido da datilologia 
da EI e da sentença: RIQUEZA DINHEIRO. Todavia, com o TILS 3, ocorreu um fato inusitado: 
ele não conseguiu interpretar, naquele momento, o idiomatismo que lhe foi solicitado, utilizou, 
portanto, apenas o sinal FRASE, seguido da datilologia e, depois de breve pausa, proferiu: 
DESCULPAR NÃO-SABER, para justificar que não sabia como interpretar por, talvez, não 
lembrar ou ignorar tal “frase”. 
 
 
 
 
Não lembrar ou não saber o significado e/ou conceito, não só de uma EI, mas de termos 
próprios das distintas áreas do conhecimento, é fato quase que frequente diante da interpretação 
simultânea, isso porque, na maioria das vezes, o intérprete não está, antecipadamente, ciente do 
assunto a ser tratado. 
 
INTERPRETAÇÃO DA EI “FALAR PELOS COTOVELOS” 
 
Falar muito: 
Falar pelos cotovelos 
Falar como uma matraca (equivalente) 
Dar à língua 
Falar pelos cotovelos 
Avoir la langue bien pendue 
Être bavard comme une pie 
Ne pas avoir sa langue dans sa poche 
Avoir la langue bien pendue 
Ne pas avoir sa langue dans sa poche 
Avoir la langue bien pendue 
Avoir une grande langue 
Ne pas avoir sa langue dans sa poche 
Fonte: Adaptado do DEIs online. 
Disponível em: <http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php>.Acesso em: 20 de out. 2015. 
 
O surdo utiliza como meio natural a língua de sinais, de modalidade visuoespacial e, 
assim como acontece entre ouvintes, uns falam mais que outros e muitas vezes o que se fala 
pode não ter relevância para quem ouve. O DEIs online postula que tal expressão se cristalizou 
na antiguidade quando “em suas obras, Horácio menciona as pessoas que têm o costume de 
conversar e puxar o cotovelo dos ouvintes para chamar-lhes a atenção”. Portanto, para fazer com 
que o surdo compreenda tal peculiaridade, os intérpretes procederam da seguinte maneira: 
 
TILS 1: 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
TILS 2: 
http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php
 
 
 
 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
TILS 3: 
 
Fonte: autoras da pesquisa. 
 
Todos os intérpretes utilizaram Expressão Facial e a repetição do sinal FALAR. A 
repetição de um sinal, na Libras, indica quantidade exagerada, ou seja, repetição do ato e é 
representada pelo símbolo “+++”. O TILS 1 utilizou, novamente, apenas sentença: PESSOA 
FALA+++ LONG@. O TILS 2 utilizou o sinal ASPAS e a datilologia seguida da sentença: 
FALAR+++ EXAGERO e o TILS 3, o sinal FRASE, a datilologia e a sentença: FALAR+++ 
LONG@ FALAR+++. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As EIs são dotadas de informalidade, todavia, são proferidas independentemente de 
classe social, grau de escolaridade ou faixa etária, basta o falante da língua conhecê-las para 
utilizá-las livremente. Quanto aos surdos, percebe-se que, paulatinamente, estão tomando 
conhecimento de tais idiomatismos que embora sejam destituídos de tradução, podem ser 
proferidos às pessoas surdas, desde que o TILS utilize estratégias diversas no ato interpretação, 
resultando, assim, na sua compreensão e, consequentemente, em enriquecimento vocabular 
desse público. Limitar a interpretação na explicação ou mera paráfrase da expressão fará com 
que, cada vez mais, o surdo seja privado desse recurso linguístico que é, grosso modo, por sua 
característica sociocultural, uma variação da língua. Felizmente, pudemos perceber que nenhum 
dos intérpretes consultados utiliza apenas a datilologia da expressão. 
A estratégia do TILS 1 de proferir apenas sentenças explicativas para a interpretação 
 
 
 
 
das EIs em questão, contribui para que o surdo continue a desconhecê-las enquanto 
idiomatismo, restando-lhe o que o próprio intérprete entende como verdade e/ou conceito de tais 
expressões. Já a estratégia utilizada pelo TILS 2 pode colaborar para que o surdo perceba que há 
expressões próprias da LP e que elas têm um “significado próprio”, desta forma, quando, em 
outro contexto, novamente, o surdo se deparar com idiomatismos, estes não lhe serão 
completamente inusitados, podendo, posteriormente, apropriar-se dos mesmos em sua essência. 
Quanto a intenção do TILS 3 de utilizar o sinal FRASE seguido da datilologia da EI, chama a 
atenção do surdo em relação à expressão propriamente dita, porém o conceito de frase, o qual 
dispensamo-nos em aqui detalhar, é amplo e pode induzir a compreensão de que é concebível da 
forma como lhe foi passado por meio do alfabeto manual. 
A verificação de que não há um padrão para tal procedimento nos fez constatar a 
necessidade de estudos aprofundados para o estabelecimento de critérios de interpretação e, até 
mesmo, a elaboração de um dicionário de EIs na interface LP-Libras. Essa pesquisa não esgota o 
conteúdo, pelo contrário, é uma chamada para que mais pesquisas surjam referentes ao tema em 
questão, nas quais possam ser aludidos critérios de interpretação e, futuramente, a elaboração de 
um dicionário bilíngue de EIs, organizado de forma a contemplar os idiomatismos existentes em 
LP com suas respectivas interpretações (EIs equivalentes) em Libras, bem como apresentar seus 
respectivos significados, respeitando o critério sociocultural de ambas as línguas. 
 
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http://www.deipf.ibilce.unesp.br/pt/busca.php
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/viewFile/5892/5572

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