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O ensino de História em discussão: os Parâmetros Curriculares e o ensino de História 
UNG – Metodologia do Ensino de História – Pedagogia
Prof. Dr. Marcelo Flório
CONTEÚDOS:
A NOÇÃO DE TEMPO
O TEMPO NAS SITUAÇÕES DE VIDA DA CRIANÇA
O TEMPO É UMA NOÇÃO BASTANTE COMPLEXA, ABSTRATA 
DIFERENTES NOÇÕES DO TEMPO: TEMPO DE CURTA, MÉDIA E LONGA DURAÇÃO 
O RELÓGIO: A CONTAGEM DO TEMPO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
CONSTRUÇÃO HUMANA DA NOÇÃO DE TEMPO
OS RITMOS DO TEMPO 
I. A NOÇÃO DE TEMPO
1. Uma das possibilidades didáticas é a construção de LINHAS DO TEMPO com os alunos.
2. Podem ser utilizadas para organizar cronologicamente fatos, processos e acontecimentos.
3. A construção de diferentes LINHAS DO TEMPO, individualmente ou em pequenos grupos.
4. Linha do tempo do próprio aluno:
Ano em que o aluno nasceu e acontecimentos importantes em sua vida (viagens, passeios, quando conheceu amigos, etc.).
5. A indicação para alunos dos anos iniciais do fundamental I é a realização de:
LINHAS TEMÁTICAS e podem ser produzidas com imagens, retiradas da internet.
II. O TEMPO NAS SITUAÇÕES DE VIDA DA CRIANÇA:
a. nas velas em bolos de aniversário,
b. nos meses do ano; 
c. ao ordenar eventos em sequência, 
d. levanta a hipótese de que o mais velho é o mais alto; 
e. faz classificações: velho, novo; semelhante, diferente; 
f. discute como as coisas eram feitas, 
g. para que serviam
h. quem usava. 
III. O TEMPO É UMA NOÇÃO BASTANTE COMPLEXA, ABSTRATA 
afinal não é tangível, e exige a apropriação de outros conceitos que precisam ser construídos pelas crianças”.
1. Ao invés de teorizar sobre as noções de tempo, a orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), no que tange ao ensino de História, elaborados pelo MEC, é a:
de desenvolver atividades práticas junto às crianças quanto à percepção de concepções de tempo.
IV. DIFERENTES NOÇÕES DO TEMPO: TEMPO DE CURTA, MÉDIA E LONGA DURAÇÃO 
a orientação dos parâmetros curriculares nacionais é a de que ao trabalhar-se com fatos políticos em sala de aula, por exemplo, sejam percebidos os tempos que se sucedem com rapidez e os que são mais lentos, 
2. como atentar aos costumes na sociedade e atentar para os que mudam rapidamente e para os que demoram gerações para sofrer mudanças e transformações.
3. A noção de duração do tempo pode ser indagada com os alunos, também, a partir de situações cotidianas. 
Exemplos: 
“Quanto tempo dura o recreio? 
Quanto tempo eu levo da minha casa até a escola? 
Quanto tempo um bolo leva para assar? 
Quanto tempo dura uma partida de futebol?
Quantas horas eu durmo por dia?
4. O tempo métrico (do relógio, do calendário);
5. O tempo da natureza 
(do ciclo da vida, das fases da lua, do dia e da noite, das estações do ano...);
6. O tempo geológico 
(das lentas transformações, das "eras"), o tempo das diferentes culturas (dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos);
7. O Tempo do Acontecimento Breve:
 
É aquele que representa a duração de um fato de dimensão breve, correspondendo a um momento preciso, marcado por uma data. 
Pode ser, no caso: 
a. um nascimento,
b. a assinatura de um acordo,
C uma greve, 
d. a independência política de um país, 
e. o início ou o fim de uma guerra.
 
8. O Tempo da Conjuntura:
É aquele que se prolonga e pode ser apreendido durante uma vida, 
a. como o período de uma crise econômica, 
b. a duração de uma guerra, 
c. a permanência de um regime político, 
d. o desenrolar de um movimento cultural,
e. os efeitos de uma epidemia 
f. a validade de uma lei.
9. O tempo subjetivo 
(do sentimento de tempo individual);
10. Os ritmos e a ordenação temporal para diferentes pessoas, para diferentes atividades e instituições 
(o tempo do cozimento dos alimentos, o tempo do recreio, o tempo de cada aula, do jogo de futebol...).
11. O Tempo da Estrutura:
 
É aquele que parece imutável, pois as mudanças que ocorrem na sua extensão são quase imperceptíveis nas vivências contemporâneas das pessoas. 
a. É a duração de um regime de trabalho, como a escravidão,
b. de hábitos religiosos e de mentalidades que perduram, 
c. o uso de moedas nos sistemas de trocas 
d. as convivências sociais em organizações como as cidades.
V. O RELÓGIO: A CONTAGEM DO TEMPO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
a respeito da disciplinarização do tempo, não há como esquecer a implicação desse assunto desde a Revolução Industrial 
e 
2. a emergência da sociedade capitalista, que traz o relógio para a fábrica na tentativa de manter um controle da produção. 
2. A regulação do tempo invadiu também as escolas (...). E o relógio extrapolou as fronteiras da fábrica e da escola para entrar nas casas das pessoas, tornando-se, um bem de consumo, um móvel de decoração. 
3. O relógio faz com que o indivíduo, no mundo contemporâneo, elabore uma noção de tempo a partir da visão: “Tempo é dinheiro”.
VI. CONSTRUÇÃO HUMANA DA NOÇÃO DE TEMPO:
1. É importante o professor mostrar que existem diversos calendários, não é somente o nosso. 
Por exemplo: o calendário asteca e calendário contemporâneo
2. Ao tratar das formas de MEDIR O TEMPO é importante:
 DESNATURALIZAR as maneiras como medimos em nossa sociedade ou outras sociedades mediram o tempo ou medem o tempo.
3. O modo de medir o tempo é historicamente construído 
VII. OS RITMOS DO TEMPO 
O ritmo do tempo da zona rural
Os moradores de zonas rurais organizam os ritmos de sua vida com base no diálogo nos ciclos da natureza: 
com as épocas do ano no que se refere ao plantio e à colheita. 
Então, pode-se dizer que vivenciam o tempo da natureza e organizam sua vida coletiva, ordenam e sequenciam suas ações individuais e sociais que tomam parâmetro suas rotinas cotidianas.
2. O ritmo marcado pelo cronômetro
O tempo para os operários numa fábrica é orientado pelas horas na produção fabril. É uma atividade marcada pelas horas do relógio, como tantas outras que são marcadas pelo tempo do cronômetro e inclusive as atividades inerentes às rotinas escolares
3. A simultaneidade no tempo
1. A ideia de simultaneidade permite ao educando perceber que há ritmos, isto é, vivências diferenciadas no tempo. 
2. São indicadas as seguintes atividades pedagógicas acerca da percepção da simultaneidade do tempo. 
1. O que estarão fazendo as pessoas da minha família enquanto estou na escola?
2. O que estarão fazendo as outras pessoas que vivem na cidade nessa exato momento?”
Referências Bibliográficas
BERGAMASCHI, M. A. O tempo histórico no ensino fundamental. In: HICKMANN, R. I. Estudos Sociais: outros saberes e outros sabores. Porto Alegre: Mediação, 2002.
GIL, C. Z. DE V.; ALMEIDA, D. B. Práticas pedagógicas em História: espaço, tempo e corporeidade. Erechim: Edelbra, 2012.
NADAI, E.; BITTENCOURT, C. Repensando a noção de tempo histórico no ensino. In: PINSKY, J. (org.). O Ensino de História e a criação do fato. São Paulo: Contexto, 2012.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. História e Geografia. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
PENTEADO, H. D. Metodologia do Ensino de História e Geografia. São Paulo: Cortez, 2000.
ZUCCHI, B. O ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental: teoria, conceito e uso de fontes. São Paulo: SM, 2012.

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