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gestão ambiental

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61
Introdução aos conceitos de 
Sustentabilidade e Gestão Ambiental
Prof. Naureli Marques
Santo Ângelo
2018
Palavrados do Professor:
 Os cursos da Escola Técnica presidente Getúlio Vargas, pretendem oferece ao 
aluno um conjunto de disciplinas de formação geral que poderá contribuir para o 
61
aprimoramento da formação profissional. Os cursos propõem-se a desenvolver não 
só competências técnicas, mas também habilidades que lhes possibilitem estabelecer 
relações harmoniosas e produtivas com todas as pessoas, que os tornem capazes de 
construir seus sonhos e metas, ou seja uma preparação para a vida, além de buscar 
as condições para realizá-los no âmbito profissional, social e familiar. A proposta 
curricular tem a intenção de fortalecer, além das competências técnicas, outras 
habilidades: 
1) Comunicabilidade – capacidade de expressão (oral e escrita) de conceitos, ideias 
e emoções de forma clara, coerente e adequada ao contexto; 
2) Trabalho em equipe – capacidade de levar o seu grupo a atingir os objetivos 
propostos; 
3) Solução de problemas – capacidade de analisar situações, relacionar 
informações e resolver problemas; 
4) Visão de futuro – capacidade de planejar, prever possibilidades e alternativas; 
5) Cidadania – capacidade de defender direitos de interesse coletivo. 
Cada competência é composta por um conjunto de habilidades que serão 
desenvolvidas durante o ano letivo, por meio de todas as disciplinas do curso. 
Para finalizar, ao integrar o ser, o pensar e o fazer, os cursos ajudam os jovens 
a desenvolver competências para um bom desempenho profissional e, acima de 
tudo, a dar sentido à sua própria vida. Dessa forma, esperam contribuir para que eles 
tenham melhores condições para assumir uma postura ética, colaborativa e 
empreendedora em ambientes instáveis como os de hoje, sujeitos a constantes 
transformações.
Meio ambiente...
O que é que nós temos a ver com isso?
 Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem 
destaque: a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da 
saúde e segurança no trabalho.
 As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens 
e serviços necessários e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas 
necessidades, precisam usar recursos matérias-primas. Os impactos no meio 
ambiente muito frequentemente decorrem do tipo de indústria existente no local, do 
que ela produz e, principalmente, de como produz.
 O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo 
mostram a falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. 
Extraem-se as matérias-primas através de processos de produção desperdiçadores e 
que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, 
finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar 
bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
61
 Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados 
de “lixo”) são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos 
deixados pelas indústrias não tem aproveitamento para qualquer espécie de 
organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode absorver 
resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui 
uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de 
receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não 
existe.
 Ganha força, atualmente, a ideia de que as empresas devem ter procedimentos 
éticos que considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. 
Isto quer dizer que se devem adotar práticas que incluam tal preocupação, 
introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas e energia, diminuam 
os resíduos e impeçam a poluição.
 Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a 
conservação de recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a 
qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos.
 As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como também 
buscar novas formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a 
poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. 
 É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma 
enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao 
olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos 
decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas.
 Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas 
práticas quando acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – 
sejam estes financeiros, para sua reputação ou para sua segurança.
 A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser 
uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A 
tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, 
usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
 Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde 
humana provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes 
aos processos produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. 
Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os empregadores, 
empregados e governantes, e as consequências acabam afetando a todos.
 De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento 
seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de 
outro, cabe aos empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar 
quanto ao seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva e a adequação dos 
equipamentos de proteção.
61
 A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – 
trabalhador, patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, 
capazes de resguardar a segurança de todos.
 Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo 
próprio, e, portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar 
seu impacto sobre o meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece 
à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que possam levar à melhoria 
de condições de vida para todos.
 Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de 
países, empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas 
questões, vêm desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente 
e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar 
tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal 
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre meio ambiente, 
saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, 
você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela 
segurança e saúde de todos no trabalho.
 Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e 
segurança no trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a 
ação. Cada um de nós é responsável. Vamos fazer a nossa parte?
INDICE:
Power point - Razão e importância da Gestão Ambiental (PPT) 
Aula 00 - A Evolução da Consciência 
Ambiental.................................................06
Aula 01 – O meio 
ambiente.......................................................................................16
Aula 02 – A abordagem naturalista do meio ambiente 
....................................20
Aula 03 - A abordagem sistêmica do meio 
ambiente........................................21
Aula 04 - O estado de equilíbrio de um 
sistema.................................................24
Aula 05 - A relação homem/natureza nos estágios iniciais do 
desenvolvimentohumano.................................................................................................................
..........25
Aula 06 - As Tendências da Relação Homem 
/Natureza................................... 28
Aula 07 - Consumo X Meio 
Ambiente.....................................................................31
61
Aula 08 –A conservação do meio 
ambiente...........................................................35
Aula 09 - A Importância da Participação da Sociedade na Gestão do Meio 
Ambiente...............................................................................................................
..........37 
Aula 10 - Sustentabilidade 
urbana............................................................................40
Aula 11 – Desenvolvimento 
sustentável...................................................................46
Aula 12 - Resíduos, uma responsabilidade de 
todos............................................55
Aula 13 – Gestão do saneamento e qualidade da 
água.......................................69
Aula 14 – O controle ambiental do 
ar.......................................................................84 
Aula 15 – O controle ambiental do 
solo....................................................................87
Aula 16 - Biodiversidade e meio 
ambiente..............................................................91
Aula 17 - Agricultura e degradação 
ambienta.........................................................97
Aula 18 – Estudo de impactos 
ambientais..............................................................103
Aula 19 – Recuperação e controle de ambientes degradados e/ou 
poluídos.116
Aula 20– Lixo eletrônico o que fazer com ele Significado de Lixo 
eletrônico110
Aula 21 Industria e meio 
ambiente............................................................................116
Aula 22– Processos produtivos e poluição 
atmosférica.......................................121
Aula 23 – Produção mais 
limpa..................................................................................141 
Aula 24 – Sistemática na preparação de um estudo de proteção ao meio 
ambiente...............................................................................................................
...........148 
Aula 25 – Estudo de impactos 
ambientais...............................................................150 
Aula 26 – Licenciamento 
ambiental...........................................................................153
Aula 27 – Recuperação e controle de ambientes degradados e/ ou 
poluídos158 
Aula 28 -Gerenciamento dos resíduos 
sólidos........................................................162
61
Aula 29 – Gestão Ambiental 
Doméstica....................................................................176 
Aula 30 – O futuro que 
queremos..............................................................................189
Power point - Razão e importância da Gestão Ambiental (PPT) MORALLES & BILLGERENCIAMENTO AMBIENTAL
Aula 00 - A Evolução da Consciência Ambiental 
PPT
Impactos antrópicos ao longo da história 
Após fazermos uma breve viagem pelas grandes extinções ocorridas na Terra, 
vamos resgatar alguns aspectos históricos sobre o uso de recursos naturais, pelo ser 
humano, que podem auxiliar no esclarecimento da crise ambiental. Essa crise pode 
ser considerada civilizatória, se nos aprofundarmos em suas raízes. Ao pensarmos 
no período de tempo em que existe vida na Terra, podemos dizer que o ser humano 
é um habitante recente, que vem deixando desastrosas pegadas por onde passa.
ANTRÓPICOS: Ação antrópica é a ação feita pelo ser humano, homem ou mulher. Plantar uma árvore 
ou derrubar uma árvore é uma ação antrópica porque foi feita pelo ser humano.
Visite o site http://www6.estadao.com.br/ext/magazine/maga40/ janaina.htm, e conheça um pouco mais 
sobre a história do nosso planeta! 
Quando mudamos nossa escala de observação e pensamos nas 
transformações vivenciadas pela Humanidade, constatamos que foram muitas. Será 
que o modo de apropriação dos recursos era diferente do observado atualmente em 
nossa sociedade? Há milhares de anos, crenças religiosas e filosóficas influenciaram 
nosso comportamento em relação à Natureza. Hoje, em geral, temos uma visão mais 
pragmática no que concerne à nossa relação com a Natureza: parece haver um
http://www6.estadao.com.br/ext/magazine/maga40/
61
caminho possível para a administração dos recursos naturais, baseado simplesmente 
no respeito ao meio ambiente e a seus limites. 
Alguns de nós não têm consciência de que, explorando recursos ambientais ao 
extremo, sofremos as consequências dessa exploração. Para os índios sioux, as 
vastas planícies, montanhas e florestas representavam um mundo domesticado por 
sua cultura. Seus recursos eram utilizados para garantir sua subsistência, mas essa 
exploração também levava à extinção. Fernandez (2000 apud LOPES, 2004) associa 
uma série de extinções ocorridas no período pleistoceno-holoceno a registros de
presença humana; de sociedades prósperas que tornaram-se decadentes à medida 
que destruíam seu ambiente e esgotavam seus recursos. Mesmo com tantas 
semelhanças, o autor aponta uma diferença entre aquelas civilizações e as atuais. Os 
antigos não tiveram a possibilidade de registrar tais acontecimentos, ao passo que, 
hoje, nós temos. 
Além da possibilidade de registro, atualmente percebemos muitas outras 
facilidades proporcionadas pelo progresso social. Não caçamos mais, e sequer 
associamos a carne que comemos (para quem não é vegetariano) a um animal que 
um dia foi vivo. Vamos a um hipermercado fazer compras, para termos em casa um 
estoque de alimentos necessários ou guloseimas que nos satisfaçam durante algum 
tempo. Os dejetos e o lixo gerados são descartados e, geralmente, recolhidos por um 
sistema coletor. Mas sabemos que esse sistema de coleta não funciona para todas 
as localidades. Regiões periféricas ainda sofrem com a falta de saneamento básico. 
Temos ainda muito a aprender. 
O ser humano já passou por uma fase nômade, quando apenas permanecia 
em determinado lugar enquanto durassem os estoques locais de recursos. Nessa 
fase, deixava restos de alimentos e dejetos acumulando-se dentro da própria 
habitação. Em uma natureza de abundantes recursos, bastava ao ser humano esticar 
a mão e sempre
haveria mais recursos, supostamente inesgotáveis. Na cidade de Paraty, no estado 
do Rio de Janeiro, temos um exemplo de uma tribo indígena de costumes nômades. 
Na região onde hoje está Paraty, existiam, desde tempos imemoriais, os índios 
guaianá. Ali, numa área relativamente pequena, essa tribo de costumes nômades 
encontrava excepcionais condições de sobrevivência. As águas abrigadas da baía 
permitiam uma navegação segura às pequenas embarcações indígenas. A costa, 
cheia de reentrâncias e com uma rede de pequenos rios cercados por uma 
vegetação exuberante, oferecia
peixe e caça em abundância, além de água potável, lenha e frutos. A própria palavra 
‘parati’ tem origem no nome dado pelos índios a um peixe muito comum na região.
Como povo nômade, os guaianás abriram muitas trilhas, algumas capazes de 
transpor o paredão formado pela serra do Mar – particularmente íngreme nesse 
trecho do litoral.
Fonte: http://www.cidadeshistoricas.art.br/paraty/py_his_p.htm. 
Sobre essa relação da Humanidade com os recursos naturais, há 
aproximadamente dez mil anos, as pessoas deixaram de ser caçadoras e colhedoras 
de frutos e passaram a ser cultivadoras (CHASSOT, 1994 apud LOPES, 2004). 
Assim, podemos dizer que a capacidade de suporte aumentou, uma vez que o ser 
humano passou a gerenciar a produção primária comestível. Isso exigiu grande 
http://www.cidadeshistoricas.art.br/paraty/py_his_p.htm
61
mudança de postura, conferindo aos humanos um sentimento de domínio sobre a 
Natureza. 
Com o decorrer do tempo, as necessidades humanas e o crescimento da 
população passaram a exigir quantidades cada vez maiores de recursos. A situação 
se agravoucom o início do desenvolvimento industrial, em meados do século XVIII. 
As áreas industriais cresceram rapidamente, e a infra-estrutura das cidades 
(saneamento básico, suprimento de água e limpeza de ruas) não acompanhou essa 
expansão. Por conseqüência, o período foi marcado pelo crescimento econômico, 
além da volta de graves epidemias, que fizeram milhares de vítimas. 
As alterações do espaço habitado acompanham a maneira como a sociedade 
humana se expandiu e se distribuiu, acarretando sucessivas mudanças ecológicas, 
demográficas e sociais. Os avanços tecnológicos da sociedade moderna geraram e 
têm gerado custos ambientais e sociais que estão cada vez mais em evidência.
Aumento da degradação de recursos 
A escala e ritmo dos impactos humanos sobre os ecossistemas aceleraram-se 
ao longo do último meio século, juntamente com o crescimento populacional e o 
consumo. Enfrentamos e convivemos com muitos distúrbios ecológicos 
caracterizados por acidentes em indústrias, emprego de pesticidas, desmatamento 
de grandes áreas e outras ações antrópicas que causam alterações no 
funcionamento dos sistemas que sustentam a vida. A maneira pela qual a 
Humanidade vem mudando, interferindo nos ecossistemas, pode ultrapassar a 
capacidade de suporte do meio ambiente.
61
O que observamos é que as economias humanas desvalorizam os resíduos da 
produção e do consumo. A existência do desperdício e dos rejeitos demonstra que 
somos falhos ao não considerarmos o potencial de reaproveitamento do nosso lixo. 
Em sua casa, você reaproveita alguma coisa que iria para o lixo? Já pensou em fazer 
isso? Se você não faz, não se sinta incomodado; ou melhor, fique, sim, um pouco 
incomodado, e pense o que e como você poderia fazer para reaproveitar objetos que 
iria descartar.
Há situações bem piores do que a sua: em muitas indústrias e setores (como a 
agricultura), a geração de resíduos é muito maior do que a geração de lixo 
doméstico, e esses resíduos são despejados em corpos hídricos ou acumulados em 
depósitos. Esse tipo de ação, apesar de ser monitorada em alguns locais, representa 
RISCOS à sociedade, com perigos invisíveis para os ecossistemas. Embora não 
saibamos ao certo os tipos de riscos a que estamos expostos, sabemos que eles 
estão presentes por meio do contato com poluentes e toxinas. Não reconhecemos 
bem seus
efeitos na biota e em nosso organismo. 
RISCO
É a probabilidade que tem determinada substância de causar um efeito adverso a um organismo vivo, 
sob determinadas condições de exposição. O risco incorpora duas dimensões: a primeira refere-se à 
identidade entre o possível e o provável, aspectos que pressupõem alguma forma de apreender a 
regularidade dos fenômenos. A segunda refere-se à esfera dos valores: risco pressupõe colocar em 
jogo algo que é valorizado.
Podemos dizer que tanto o conhecimento sistemático sobre o ambiente quanto 
a elaboração de uma rede de conhecimentos em torno dos perigos ambientais ainda 
estão em plena construção. Em um cenário criado pela ação humana, no qual o 
mundo contemporâneo é resultado do uso e domínio da Natureza, o tema meio 
ambiente e desenvolvimento deixa de ser um movimento de modismos intelectuais. 
Questões ambientais geram uma crescente preocupação dos diversos segmentos da 
sociedade, a partir da suposição de que a organização social, constituída desde a 
Revolução Industrial, prejudica a sobrevivência da espécie humana (SATO, 1997). A 
questão ambiental se origina e se expressa no conflito
de interesses entre o acesso e a apropriação dos recursos naturais; e também 
apresenta um importante grau de incerteza. Funtowicz e Ravetz distinguem três 
níveis de incertezas: 
i) incertezas técnicas, relacionadas à inexatidão dos dados e das análises, que 
podem ser gerenciadas por meio de rotinas padronizadas, adequadas e 
desenvolvidas por campos científicos particulares; 
ii) incertezas metodológicas, relacionadas à não-confiabilidade dos dados, 
quando envolvem aspectos mais complexos e relevantes da informação, como 
valores e confiabilidade; 
iii) incertezas epistemológicas, relacionadas às margens da ignorância do 
próprio conhecimento científico, sendo esse nível detectado quando irremediáveis 
incertezas se encontram no centro do problema.
 Apesar dessa abordagem do ser humano como agente, ou como a espécie 
que degrada o ambiente, é importante reconhecer que vivemos em sociedades 
heterogêneas, formadas por grupos e classes sociais com poderes, atividades e 
interesses diferenciados. Ocupamos posições sociais e econômicas diferentes e 
temos diversos modos de nos relacionar com o ambiente. Portanto, devemos ter 
61
cautela ao transferir para toda a coletividade as responsabilidades por agressões 
ambientais cometidas por determinado grupo empresarial ou iniciativa 
governamental. Além disso, o fenômeno da degradação socioambiental não é 
constante no tempo e no espaço; depende, fundamentalmente, de uma dada 
configuração histórico-social, e não de homens abstratos e descontextualizados 
(LIMA, 1999).
 
Sobre a relatividade de se pensar que o ser humano é a espécie que gera a 
degradação da Natureza, Loureiro (2004) ressalta que quando qualificamos uma 
ação como danosa ao equilíbrio ecossistêmico, precisamos ter clareza da ação 
a que estamos nos referindo, realizada por quem, com quais interesses, dentro 
de
que código de valores, para podermos compreender efetivamente o que 
significa o humano na natureza e sabermos qualificar e dimensionar o tipo de 
relação e de impacto que ocasionamos no planeta. 
Esse autor ainda acrescenta que poluição/contaminação e destruição são 
conceitos socialmente construídos, que remetem à noção de limites de uso de 
recursos naturais pelo ser humano, definidos em cada momento histórico.
Poluição e contaminação 
Até agora discutimos a utilização de recursos naturais pelo ser humano. O que 
ocorre é que, com o aumento do uso (processamento e mistura de produtos 
provenientes do ambiente ou não), o ser humano interfere em determinados 
processos naturais, acelerando sua transformação. Essa interferência, dependendo 
das proporções, pode ser prejudicial ao funcionamento dos ecossistemas (lembre-se 
que o ser humano é parte do ambiente). 
Segundo a Organização das Nações Unidas, o termo poluição refere-se à 
introdução antrópica, direta ou indireta, de energia ou SUBSTÂNCIA ALÓCTONE 
que interfere no ambiente, podendo causar danos aos recursos, à saúde humana e à 
qualidade da água. Já o termo contaminação refere-se a substâncias ou 
componentes do próprio sistema que, decorrentes de interferências antrópicas, 
alteram o ambiente. 
SUBSTÂNCIA ALÓCTONE A que não é originária do local onde se encontra.
A poluição e a contaminação causam um desequilíbrio no funcionamento dos 
ecossistemas, gerando consequências que, tal como os problemas ambientais de 
modo geral, são também caracterizadas por terem o potencial de impactar o meio 
ambiente e, a longo prazo, exigirem decisões sob condições de emergência, por 
serem complexas e envolverem altos interesses em jogo. 
A Lei n.º 6.938/81, art. 3º, III, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, define poluição como: 
(...) a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, 
direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
61
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos
Somos interdependentes
Hoje, sabemos que ecossistemas em equilíbrio dinâmico requerem não apenas 
quantidade e qualidade de espécies, aspectos relacionados à sua estrutura, mas um 
padrão de fluxo de matéria e energia (seu funcionamento). Isso ocorre porque as 
espécies passaram milênios sendo selecionadas e/ou adaptando-se aos fluxos de 
matéria e interações quevariam de ecossistema para ecossistema. 
À medida que aumentam o tamanho e a complexidade de um sistema, o custo 
energético de manutenção tende a aumentar, proporcionalmente, a uma taxa maior 
(ODUM, 1993, p. 99). 
A capacidade de suporte para a vida humana e para a sociedade é complexa, 
dinâmica e variada, de acordo com o modo como o homem maneja os recursos 
ambientais. É definida pelo fator mais limitante, e pode ser melhorada ou minimizada 
pelas atividades humanas, uma vez que o aumento da eficiência do uso de energia e 
reciclagem de materiais pode aumentar sua resistência ou sua elasticidade em face
das perturbações trazidas por ações antrópicas.
Onde quer que encontremos sistemas vivos – organismos, partes de 
organismos ou comunidades de organismos –, podemos observar que seus 
componentes estão arranjados de modo interdependente. Ao perturbar os padrões de 
funcionamento, a Humanidade compromete as condições de habitat e a capacidade 
de sustentação de vida das espécies habitantes do planeta. A otimização de um 
equilíbrio entre o atendimento das necessidades humanas e a proteção das funções 
dos ecossistemas requer a mudança no modo como esses recursos vêm sendo 
alocados pelo ser humano. Uma vez estabelecida essa alocação, o desafio é utilizar 
os serviços dos ecossistemas para satisfazer as demandas de forma eficiente, 
equitativa e produtiva. Para realizar essa mudança, é mais fácil falar do
que fazer 
Princípio da precaução
61
61
Quem nunca ouviu esse tipo de conselho? Quem nunca ouviu “é melhor 
prevenir do que remediar”? Parece engraçado, não? Mas o princípio da precaução 
não existe só na cultura popular; existe também no meio científico. É claro que 
sempre há correntes que questionam sua cientificidade. O fato é que, mesmo 
criticado por alguns, o princípio da precaução é apontado como estratégia de
ação para lidar com determinadas questões ambientais. Quando uma atividade 
representa ameaça de danos ao meio ambiente ou à saúde humana, medidas de 
precaução devem ser tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não 
forem plenamente estabelecidas cientificamente (Declaração de Wingspread sobre o
princípio de precaução, 1998). 
Tal declaração traz uma definição ampla do princípio da precaução, debatida 
na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
realizada no Rio de Janeiro, em 1992 (ECO-92), e aprovada em reunião realizada em 
1998, em Wingspread (estado de Wisconsin, EUA), com a participação de cientistas, 
advogados, legisladores e ambientalistas.
O princípio da precaução é uma abordagem útil para evitar a degradação 
dos
ecossistemas, pois se baseia na tomada de decisões em situações nas quais
existem ameaças de danos irreversíveis ao meio ambiente, mesmo na ausência
de completa certeza científica. Assim, esse princípio defende que a incerteza
não pode ser usada como razão para adiar projetos de tomada de decisão.
Principais elementos do princípio da precaução:
. a precaução diante de incertezas científicas; 
. a busca de alternativas para atividades potencialmente prejudiciais; 
 .a transferência do ônus da prova aos proponentes de uma atividade, e não 
às vítimas ou vítimas em potencial daquela atividade; 
. o uso de processos democráticos na adesão ao princípio, informação sobre
ele, inclusive ao Direito Público.
O princípio da precaução não deve ser encarado como obstáculo às atividades 
econômicas e, principalmente, de pesquisa. Trata-se de uma proposta que vem 
resguardar os legítimos interesses de cada pessoa e da sociedade como um todo. 
Tal princípio é fundamental para a abordagem das questões ambientais atuais e 
importantes, como discutido anteriormente. Reconhecer a existência da possibilidade 
da ocorrência de danos e a necessidade de sua avaliação, com base nos 
conhecimentos já disponíveis, é o grande desafio que está sendo feito a
toda a comunidade científica mundial.
Outro aspecto importante é que, geralmente, programas de despoluição, de 
recuperação de áreas degradadas e de regeneração de recursos renováveis são 
mais caros do que a prevenção, e nem sempre eficazes quanto ao propósito de 
recompor o bem natural afetado. Logo, encontrar alternativas de projetos e técnicas 
que busquem a manutenção do equilíbrio ambiental, dentro de padrões admissíveis, 
pode ser uma alternativa mais eficaz e mais barata do que a remediação
dos impactos.
61
Como já abordado anteriormente, não sabemos, ao certo, quais os efeitos de 
atividades não-sustentadas e negligentes que podem ocorrer ao longo dos anos. 
Hoje, já observamos alguns sinais de alerta, como a extinção de plantas e espécies 
animais, o esgotamento do ozônio estratosférico e a probabilidade de aquecimento 
global. Tais sinais indicam a necessidade de se buscar soluções definitivas.
É difícil atribuir causas precisas para muitos problemas que se apresentam e 
para seus efeitos a longo prazo. A experiência e muitas evidências científicas nos 
dizem que devemos ter cuidado, e que todas as nossas ações têm consequências 
que interferem no meio em que vivemos. Sabe-se, porém, que a solução não está 
pronta nem será única. Hoje, em inúmeros debates sobre políticas de gerenciamento 
dos sistemas que suportam a vida, alguns caminhos são apontados.
Há propostas que podem ser viabilizadas, mas somente com uma maior 
articulação Inter setorial. Assim, não buscamos mais uma única solução, mas sim um 
conjunto de soluções que possam ser efetivas na superação de problemas 
específicos, e que sejam articuladas com outros conjuntos de soluções. 
A Educação Ambiental vem justamente reforçar o princípio da precaução, 
quando propõe que determinado modo de exploração dos recursos disponíveis ao 
homem seja reavaliado, considerando possibilidades mais sustentáveis de utilização.
Conclusão 
A crise ambiental singular, vivenciada pelo planeta, tem gerado um campo de 
investigação a respeito dos valores que sustentam a nossa cultura e também das 
tecnologias e seus riscos associados. Quando desejamos mudanças na sociedade, 
pensamos em inovações científicas, tecnológicas e econômicas que considerem e 
busquem modos mais sustentáveis de interação com os ambientes, e que 
reestruturem o modo de organização social, o que nos leva a pensar sobre a 
existência de uma crise da própria civilização. 
No entanto, trata-se de um trabalho difícil. Aqueles que acreditam em soluções 
fáceis, muitas vezes, têm valores ultrapassados, baseados no Positivismo, quando as 
ideias eram consideradas em uma relação de causa e efeito, enfatizando dicotomias. 
Mas estamos em um período de transição, rumo a outro paradigma. Esse paradigma 
considera as relações em uma visão em rede, segundo os princípios da 
complexidade. Assim, há preocupação com as causas e porquês dos problemas e 
uma tendência
a se buscarem alternativas na coletividade. 
O conhecimento tem papel relevante, uma vez que permite construir novos 
modos de se ler o mundo. Necessitamos urgentemente de uma capacitação para a 
mobilização social e para a construção de mudanças, ainda que inicialmente 
pequeninas, mas capazes de, um dia, ultrapassar barreiras e alcançar diversos 
agentes da sociedade
R e s u m o
61
Estamos vivenciando momentos de uma crise ambiental singular, decorrente 
de atividades exercidas por uma só espécie, afetando o ambiente em caráter global.
Podemos dizer que o ser humano é um habitante recente do planeta, mas ainda 
assim é capaz de transformá-lo muito mais do que qualquer outra espécie. 
Enfrentamos e convivemos com muitos distúrbios ecológicos que causam alterações 
no funcionamento dos sistemas que sustentam a vida. O risco está em toda parte, e 
não sabemos, ao certo, o efeito da poluição durante um longo período de exposição. 
O princípio da precaução é uma abordagem útil para evitar a degradação dos 
ecossistemas, pois se baseia na tomada de decisões onde existem ameaças de 
danos irreversíveis ao meio ambiente, mesmo na ausência de completa certeza 
científica.
Atividades de aprendizagem1. Agora pare e pense na sua vida. Quais são os custos ambientais de tudo o que 
você faz e das coisas que você consome? Discuta possíveis relações que levaram à 
atual situação de uso dos recursos pelo homem. 
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2. Que tal pensarmos um pouco sobre a nossa realidade e aproveitarmos a ocasião 
para trabalhar a percepção dos problemas que nos rodeiam? Durante o trajeto para 
seu trabalho ou para a aula, você certamente passa por locais onde há algum tipo de 
poluição. Você observa? O que observou de poluição hoje? Tente lembrar-se e 
escreva. Liste, pelo menos, cinco casos observados. Se não lembrar, tente observar 
amanhã e escreva.
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3. Leia a declaração do gênio Albert Einstein, sobre o poder das armas atômicas:
"Eu não sei com que armas a Terceira Guerra Mundial será travada, mas a 
Quarta será travada com paus e pedras."
Agora, reflita sobre a declaração e discuta suas reflexões com os colegas de aula. 
Procure discriminar as alterações causadas por nós, humanos, em relação ao nosso 
ambiente até o momento, e pense no que pode ser mudado em nossa interação com 
o meio. 
Elabore, em seguida, um texto de, no máximo, dez linhas.
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Aula 01 - O meio ambiente 
Nesta aula, o objetivo será conceituar o meio ambiente, para que 
possamos seguir um único entendimento durante nossas discussões e ações 
em prol da melhoria da qualidade de vida.
 Segundo Watanabe, 2010 atualmente é evidente que a gestão ambiental 
assumiu uma posição notória entre as preocupações da sociedade, do governo e das 
empresas. A constante e crescente degradação ambiental atingiu proporções 
alarmantes, colocando em questão a sustentabilidade do planeta. 
Diante desse contexto, a temática ambiental passou a fazer parte do rol de 
disciplinas de diversos cursos, como o Curso Técnico em Segurança do Trabalho. O 
Tema Meio Ambiente será discutido nesta e nas próximas aulas que integram a 
presente disciplina, intitulada “Sustentabilidade e Gestão Ambiental”. 
As sociedades sempre estiveram em contato direto e permanente interação 
com o ambiente natural, fatos que se refletiram nas complexas inter-relações das 
práticas sociais e ambientais. Os resultados dessas inter-relações frequentemente 
degradaram o meio natural e muitas vezes, se reverteram em perda da qualidade de 
vida para muitas sociedades. (WATANABE, 2010). 
“O meio ambiente é o conjunto de elementos naturais e sociais que interagem 
provocando alterações no espaço e no tempo. ” 
61
A queda da qualidade ambiental começou a ser percebida com mais 
intensidade a partir do momento em que o meio ambiente passou a ser explorado 
demasiadamente, ocorrendo uma transformação dos ecossistemas naturais em 
ecossistemas humanos.
 Antes de verificarmos detalhadamente como essa mudança aconteceu se faz 
necessário discutirmos o conceito de meio ambiente. Embora esteja em voga esse 
conceito nem sempre é assimilado de maneira correta. Muitas pessoas associam o 
meio ambiente à natureza, no entanto esses termos não são sinônimos. 
E para você, o que é meio ambiente? 
Espero que a sua resposta não tenha sido a mesma dada pela maioria dos
brasileiros que afirmaram, no final da década de 90, que o meio ambiente é a própria 
natureza. 
Em 1998, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) realizou 
uma pesquisa para saber o que os brasileiros pensavam sobre o meio ambiente. O 
resultado revelou que para a maioria dos entrevistados o meio ambiente era formado 
apenas pela fauna e flora, ou seja, não se sentiam parte integrante do mesmo. 
E você, se sente incluído no meio ambiente? 
Vamos aos conceitos! 
O Meio Ambiente pode ser considerado um conceito de múltiplas 
facetas, isto é, pode ser analisado a partir de diversos aspectos. Cabeda (2000), ao 
discutir esse conceito, destaca que o meio ambiente se aplica:
• Lugar – uma praça, um parque, e outros. 
• Fenômenos – chuva de granizo, mortalidade de peixes, e outros. 
• Constatações – perda de biodiversidade, aquecimento global e outros. 
• Produtos ou substâncias – bio-combustíveis, clorofluorcarbono e outros. 
• Processos – erosão do solo, eutrofização de um rio e outros. 
• Estado – qualidade do ar, salubridade de um habitat e outros. 
• Problemas – poluição hídrica, vazamento de gás tóxico de indústria química e 
outros. 
• Atividades – adubação, mineração e outros. 
• Procedimentos – realização de um estudo de impacto ambiental e outros. 
• Impacto ou efeito – chuvas ácidas e degradação da floresta, buraco na camada 
de ozônio e câncer de pele e outros. 
• Intervenção – tratamento de efluentes, controle do nível de ruído e vibração e 
outros. 
• Estratégias – programas de educação ambiental, criação de reservas naturais, 
geração de taxas ambientais e outros. 
• Instituições – Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, Órgãos ambientais estaduais 
e municipais.
Eutrofização: Enriquecimento da água, doce ou salgada, através de elementos nutritivos que aceleram 
o crescimento de algas e outros vegetais, provocando uma degradação da qualidade da água em 
questão.
61
Vejamos algumas imagens que representam os elementos naturais e sociais que 
integram o meio ambiente:
Portanto, o entendimento sobre o Meio Ambiente vai muito além de uma 
concepção natural, envolve tanto aspectos naturais como sociais, conforme veremos 
a seguir.
Conceitos de meio ambiente
Segundo Sachs (1986), o meio ambiente é formado por três subconjuntos 
que interagem: a natureza, a técnica e a sociedade. Para o Instituto Brasileiro de 
Meio Ambiente e Recursos Naturais – IBAMA (1994), “o meio ambiente é o 
conjunto de elementos naturais e sociais que interagem provocando alterações 
no espaço e no tempo.” 
Outro conceito de meio ambiente, considerado de grande importância, 
constituído na Conferência de Tbilisi (Geórgia), em 1977, considera o meio ambiente 
como “o conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem o homem e os 
demais organismos e de onde obtêm sua subsistência” (IBAMA, 1994). 
Para efeitos legais, segundo o inciso I do Art. 3º da Política Nacional do
Meio Ambiente, o meio ambiente deve ser entendido como “o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” 
61
Notamos que a definição legal procurou abranger todas as formas de vida 
sobre o planeta, assim como englobou os aspectos sociais ao defini-lo como um 
conjunto em que são processadas interações de seus elementos entre si e destes 
com o meio, dentre os quais está o homem. 
O meio ambiente não é somente o conjunto de elementos naturais, é muito 
mais do que isso, conforme acabamos de ver. 
O conceito de meio ambiente evoluiu muito no decorrer dos tempos. Em
primeiro lugar foi considerado apenas sob seus aspectos biológicos e físicos, 
passandoa uma concepção mais ampla que leva em conta a interação entre os 
aspectos naturais e sociais (Watanabe, 2002). 
Resumo
Nesta aula percebemos que o conceito de meio ambiente evoluiu de acordo
com o desenvolvimento humano. Constatamos que o meio ambiente difere da 
natureza, pois a natureza é apenas um dos elementos que o compõem, juntamente 
com a técnica e a sociedade.
Atividades de aprendizagem 
Discuta com seus colegas as seguintes questões: 
1. Justifique a afirmação de Sachs: “O meio ambiente é formado por três 
subconjuntos que interagem: a natureza, a técnica e a sociedade. 
2. Entreviste três pessoas perguntando-lhes: O que é Meio Ambiente? Anote as 
respostas. Reúna-se com seus colegas e discuta a visão dos entrevistados.
Aula 02- A abordagem naturalista do meio ambiente
Conforme vimos na aula anterior, o conceito de Meio Ambiente evoluiu 
muito no decorrer do tempo. Desta maneira, é importante conhecermos as 
diferentes abordagens que fundamentaram e fundamentam a questão 
ambiental. Portanto, o objetivo desta aula será analisar a abordagem naturalista 
do meio ambiente.
A abordagem naturalista do meio ambiente
A abordagem naturalista do meio ambiente predominou nas ciências naturais 
e humanas desde o século XVI até meados do século XX, devido à concepção 
cartesiana adotada pelas mesmas. 
O cartesianismo, derivado da filosofa de René Descartes (1596–1650), está 
fundamentado no princípio de que objeto e sujeito são partes distintas, ocorrendo 
o mesmo com a natureza e a cultura. 
61
Essa separação dos elementos foi apontada como um dos principais motivos 
da degradação ambiental, pois o homem assumiu uma posição de superioridade, 
entendendo que estava separado do meio natural. 
Com o desenvolvimento da Teoria Geral dos Sistemas o meio ambiente
passou a ser estudado como um sistema. 
Foi somente a partir da década de 1960, com o desenvolvimento da Teoria 
Geral dos Sistemas, proposta nos anos 1950 por Von Bertalanffy, que o meio 
ambiente passou a ser estudado como um conjunto de elementos naturais e 
sociais, ou seja, o homem foi incluído como parte integrante do mesmo, conforme 
veremos na próxima aula.
Resumo 
Nesta aula vimos que o meio ambiente, em sua concepção naturalista, foi 
explorado além de sua capacidade de regeneração. Vimos também que a abordagem 
naturalista cedeu lugar a uma nova concepção de meio ambiente, na qual o homem 
passou a ser parte integrante. Percebemos que foi somente a partir da década de 
1960 que o meio ambiente passou a ser visto de forma sistêmica
Atividades de aprendizagem 
Responda as seguintes questões: 
1. Quais foram às implicações da visão reducionista ao meio ambiente? 
2. Pesquise os fundamentos da Teoria Geral dos Sistemas e redija um texto 
de até 10 linhas explicando sua influência nas ciências voltadas à questão 
ambiental.
Aula 03 - A abordagem sistêmica do meio ambiente 
Conforme vimos na aula anterior, a abordagem naturalista cedeu lugar a 
uma nova concepção de meio ambiente, na qual o homem passou a ser parte 
integrante. Sendo assim, nesta aula analisaremos a abordagem sistêmica do 
meio ambiente, para que possamos compreender o processo de transição da 
abordagem naturalista para a sistêmica.
61
O sistema meio ambiente 
A abordagem sistêmica foi adotada como método científico por diversos
ramos do conhecimento, com o objetivo de promover uma análise integrada
do meio ambiente, ou seja, analisá-lo como um sistema.
 De acordo com Almeida e Tertuliano (1999), um sistema pode ser entendido 
como um conjunto de elementos que interagem. Esse conjunto pode atingir um grau 
de organização suficiente para assumir a função do todo integrado.
“O avanço decisivo da concepção sistêmica da vida foi o de ter abandonado a 
visão cartesiana da mente como uma coisa, e de ter percebido que a mente e a 
consciência não são coisas, mas processos. ” (CAPRA, 2003). Sobre o assunto 
Capra (2000) destaca que:
 Sistemas vivos incluem mais que organismos individuais e suas partes. 
Eles incluem sistemas sociais – família ou comunidade - e também 
ecossistemas. Muitos organismos estão não apenas inscritos em 
ecossistemas, mas são eles mesmos ecossistemas complexos, contendo 
organismos menores que têm considerável autonomia e estão integrados 
harmonicamente no todo. Todos esses organismos vivos são totalidades cuja 
estrutura específica surge das interações e interdependência de suas partes.
Portanto, essa visão sistêmica ou holística diz respeito, essencialmente, à 
interação e à interdependência de todos os aspectos ambientais: físicos, biológicos, 
econômicos, psicológicos, religiosos, sociais e culturais.
Transição da abordagem naturalista para a abordagem sistêmica 
do meio ambiente 
A abordagem sistêmica do meio ambiente vem substituindo a visão 
reducionista, derivada do cartesianismo, nas diversas áreas do conhecimento 
científico, por permitir: 
• A construção de um esquema relacional e dinâmico. 
• Uma visão em longo prazo. 
• O aumento da abordagem local e global. 
• O planejamento de diversas soluções. 
• O desenvolvimento de um processo multidimensional, interdisciplinar e 
transdisciplinar. 
A abordagem sistêmica passou a ser adotada como método de análise da 
problemática ambiental, conforme observamos na figura 3.1.
61
Resumo 
Nesta aula pudemos perceber que a partir do momento em que o meio 
ambiente passou a ser analisado de forma sistêmica, mais atenção foi dada à 
questão ambiental, buscando-se assim o equilíbrio ambiental.
Atividades de aprendizagem 
Para fazer em grupo: 
1. Identifiquem um problema ambiental existente em seu município. Discutam-
no e elaborem um esquema de abordagem sistemática do problema ambiental 
identificado.
 
2. Qual é o diferencial da abordagem sistêmica em relação à abordagem 
reducionista?
Aula 04 - O estado de equilíbrio de um sistema 
Conforme estudamos na aula anterior, um sistema pode ser entendido 
como um conjunto de elementos que interagem. Considerando que o Meio 
Ambiente é um sistema, é importante entendermos como este se mantém em 
estado de equilíbrio, portanto, o objetivo desta aula será de conhecer o estado 
de equilíbrio de um sistema
O equilíbrio do sistema 
O estado de equilíbrio de um sistema está diretamente relacionado ao estado 
de todos os elementos, pois são interdependentes. Seu estado pode ser avaliado por 
sua organização, composição e flrga de energia e matéria. A mensuração do 
estado pode ser obtida através das variáveis apresentadas pelo sistema em 
determinado momento. Quando a estrutura e as relações apresentam valores 
aproximadamente constantes das variáveis, em razão da adaptação dos inputs 
(entradas) dizemos que o sistema está em estado estacionário ou constante. 
Ocorrendo alterações nos inputs ao ponto do sistema não possuir capacidade de 
61
absorvê-los haverá mudança de estado, mas o sistema tende a se ajustar 
novamente. Por exemplo: quando ocorre a disposição de efluentes sem tratamento 
em um rio, esse sistema é alterado pela quantidade excessiva de poluentes, mas 
tende a retornar ao seu estado de equilíbrio em longo prazo, caso o lançamento não 
ocorra novamente.
Do que depende o equilíbrio de um sistema? 
O equilíbrio de um sistema depende da perfeita adaptação das variáveis 
internas às condições externas. Quando as condições externas não mudam, o 
equilíbrio pode chegar à condição estática de máxima entropia. Esse estado de 
estabilidade será atingido quando o próprio sistema fizer os ajustes das entradas e 
saídas de matéria e energia. Voltando ao exemplo do rio, caso não ocorra à 
contaminação das águas, o sistema estará em estado de equilíbrio, fazendo os 
ajustes de maneira natural, isto é, as entradas não serão superiores a sua 
capacidade de absorção.
 
A quantidade de matéria e energia fornecida ao sistema varia de acordo com o 
evento. Os valores expressos por essas quantidades representam a magnitude da 
interferência no sistema. 
“Quanto maior for o número de conexões com o ambientemaior será o
número de fontes e de estímulos passíveis de afetar o sistema, mas também será 
maior a sua organização. ” 
Quando a magnitude do evento ultrapassa a capacidade de absorção do
sistema o estado de equilíbrio é rompido. A readaptação, ou seja, a transição de um 
estado de equilíbrio para outro, dependerá do grau de abertura do sistema, pois só 
ocorre em sistemas abertos. “Quanto maior for o número de conexões com o 
ambiente maior será o número de fontes e de estímulos passíveis de afetar o 
61
sistema, mas também será maior a sua organização. ” (ALMEIDA; TERTULIANO, 
1999). 
Segundo os mesmos autores, o tempo de readaptação do sistema é controlado 
principalmente por fatores como: 
• A resistência dos elementos às alterações do sistema; 
• A complexidade do sistema; 
• A magnitude do evento.
Resumo 
Nesta aula verificamos que o estado de equilíbrio de um sistema ambiental 
pode ser avaliado por sua organização, composição, flode de energia e matéria. 
Vimos também que o equilíbrio de um sistema depende da perfeita adaptação das 
variáveis internas às condições externas.
Atividades de aprendizagem 
Responda as seguintes questões: 
1. Do que depende o equilíbrio de um sistema ambiental? 
2. Sabendo que a mensuração do estado de um sistema ambiental pode ser obtida 
através das variáveis apresentadas pelo sistema em determinado momento, cite 
exemplo de variáveis que podem interferir no estado de equilíbrio de um rio.
Aula 05 -A relação homem/natureza nos estágios 
iniciais do desenvolvimento humano 
O objetivo desta aula será analisar as principais alterações ocasionadas 
ao meio ambiente pela ação do homem, observando sua evolução histórica 
através dos seguintes estágios do desenvolvimento humano: coleta, caça e 
pesca.
Coleta, caça e pesca 
No primeiro estágio da evolução humana a relação homem/natureza 
permaneceu equilibrada. A extração dos recursos naturais respeitava os ritmos 
naturais do meio.
61
No Erectus) que havia descoberto o fogo atuou como predador. Suas 
atividades perturbavam o equilíbrio ecológico, pois caçava e pescava, mas não o 
suficiente para colocar em vias de extinção as espécies animais.
Pastoreio 
O terceiro estágio foi marcado pelo progresso do domínio humano sobre
a natureza, com a domesticação de animais e a transformação de grandes extensões 
de fla natur e savanas em campos de pastos, o que imprimiu grandes modificações 
na paisagem natural.
“Desde a Mesopotâmia até a Idade Média o homem esqueceu seu lugar na
natureza”.
Agricultura 
O surgimento da agricultura marcou o início do quarto estágio. Através da 
observação dos ciclos naturais de reprodução dos vegetais, o homem descobriu que 
podia criar ecossistemas artificiais para suprir suas necessidades. Desde a 
mesopotâmia até a Idade o homem esqueceu seu lugar na natureza. Essa visão 
antropocêntrica colocou o homem numa posição de superioridade em relação à 
natureza, resultando na crescente exploração dos recursos naturais.
Antropocêntrica: o homem como centro de tudo
Industrialização e urbanização 
A Revolução Industrial, ou quinto estágio, acentuou as relações de dominação 
e exploração ambiental, resultando em profundas rupturas nos ritmos e 
61
processos naturais. A velocidade de regeneração natural passou a ser menor que a 
velocidade da extração dos recursos naturais.
A consolidação do capitalismo através da industrialização marcou o início do 
sexto estágio. As mudanças nas relações econômicas de produção e nas relações 
entre produtor e consumidor se refletiram no aumento significativo da extração dos 
recursos naturais.
Uma breve conclusão sobre a interferência humana na natureza
Através da análise da evolução histórica da relação homem/natureza, 
verificamos que nos primeiros estágios o ambiente não sofreu perturbações 
intensas, pois o homem se sentia integrado ao meio. Não tinha intenção de 
explorá-lo e nem técnicas para isso. 
“A interferência mais significativa na natureza ocorreu com o advento da 
industrialização. ” 
Foi com o surgimento da agricultura que o processo de degradação ambiental 
tomou maiores proporções, porém, a interferência mais significativa na natureza 
ocorreu com o advento da industrialização. Não só a paisagem natural deu lugar 
às indústrias e, consequentemente, à urbanização, como todo o meio ambiente 
passou a ser agredido. A exploração dos recursos naturais foi acentuada para suprir 
a demanda de produtos consumidos por uma população que não parou de crescer e 
exigir melhores padrões de vida. 
Os gradientes ar, água e solo sofreram alterações com o processo de 
poluição industrial e urbano. A saúde humana começou a ser afetada pelos mais 
variados problemas ambientais. O ritmo de crescimento econômico foi acelerado, 
sendo necessário produzir cada vez mais para gerar mais lucro.
Gradientes: Um gradiente é a razão segundo a qual uma quantidade variável 
aumenta ou diminui. Por exemplo, o gradiente de temperatura ao longo de uma 
região oceânica é a diferença de temperatura por unidade de comprimento 
(distância);
Resumo 
Nesta aula, percebemos que nos primeiros estágios do desenvolvimento 
humano a relação do homem com a natureza foi harmônica, a ponto de não implicar 
em grandes modificações. Porém, a partir do pastoreio e com a agricultura as 
interferências e modificações na paisagem natural passaram a ser mais acentuadas 
devido à crescente exploração dos recursos naturais. Percebemos também que, a 
partir da visão capitalista de mundo, o meio ambiente foi explorado até se perceber 
que o ritmo de extração dos recursos naturais estava acelerado demais ao ser 
comparado com o ritmo de sua regeneração, ocasionando perdas na qualidade 
ambiental.
Atividades de aprendizagem 
Converse com seus colegas e responda as seguintes questões: 
1. Como foi a relação do homem com a natureza nos primeiros estágios do 
desenvolvimento humano?
61
2. Faça uma pesquisa em jornais, revistas e livros, e extraia dois exemplos de 
grandes modificações na paisagem natural brasileira com o advento da 
industrialização da década de 1950. 
3. Cite dois exemplos de problemas ambientais que passaram a afetar a saúde 
humana a partir da Revolução Industrial.
Aula 06 - As Tendências Reveladas da Relação 
Homem /Natureza 
Nesta aula, analisaremos as tendências reveladas até o momento da 
relação homem/natureza. Para tanto, começaremos resgatando a evolução 
histórica da humanidade e a apropriação da natureza como recurso econômico, 
para em seguida, discutirmos a relação entre consumo e meio ambiente, a qual 
se apresenta em estado de desequilíbrio.
A relação Homem/Natureza
Você já parou para pensar sobre o que está acontecendo com o nosso 
planeta? Quem são os principais responsáveis pela degradação dele? Você se 
considera um agente do processo de degradação do meio ambiente?
Essas questões nos remetem à reflexão sobre nossas atitudes cotidianas, as 
quais nem sempre demonstram preocupação com o meio ambiente. É muito provável 
que você já sabe o que está acontecendo com o planeta ou até faz ideia dos 
problemas ambientais que enfrentamos, por exemplo, o aquecimento global e a 
perda da biodiversidade. Divulgados, frequentemente, pela mídia esses assuntos se 
tornaram comuns à sociedade contemporânea, a qual cabe parcela de 
responsabilidade sobre o agravamento dos mesmos.
A sociedade sempre agiu dessa maneira em relação à natureza? Esse 
questionamento merece uma reflexão. Vamos lá!
As sociedades sempre estiveram em contato direto e em permanente interação 
com o ambiente natural. Fato este que se refletiu nas complexas inter-relações das 
práticas sociais e ambientais. Os resultados dessas inter-relações frequentemente 
degradaram o meio natural e muitas vezes se reverteram em perda da qualidade de 
vida para muitas sociedades (WATANABE, 2008, em fase de elaboração).
A queda da qualidade ambiental começou a ser percebida com mais 
intensidade a partir do momento que houve a transformação dos ecossistemas 
naturais em ecossistemashumanos.
O que é cadeia alimentar?
 Cadeia alimentar é uma sequência de seres vivos que dependem uns dos 
outros para se alimentar. É a maneira de expressar as relações de alimentação 
entre os organismos de um ecossistema, incluindo os produtores, os 
consumidores e os decompositores. “Produtores são fonte de alimento para os 
consumidores primários – organismos herbívoros e que, por sua vez, são 
alimentos (e fonte de energia) para outros consumidores. Esses organismos 
serão consumidos pelos seres detritívoros e/ou decompositores – como 
61
urubus e bactérias, respectivamente. E, dessa forma, um organismo é fonte de 
matéria e energia a outro organismo, ao servir de alimento a ele”. Araguaia 
([2012], 
Doc. on line)
Conforme podemos perceber na imagem acima, cada ser vivo tem o seu papel 
na cadeia ecológica. A superpopulação de um deles ou, o contrário, a sua redução ou 
extinção, provocará consequências incalculáveis para outros seres vivos, chegando 
esses efeitos, obviamente, até o ser humano que, embora também faça parte da 
natureza, geralmente não se percebe como apenas mais um elo de uma cadeia 
infinita.
 Podemos afirmar, sem nenhuma dúvida, que tudo está ligado num tecido 
interdependente, constituindo-se em um universo de relações. Quando tomamos 
consciência desse fato, construímos um novo entendimento sobre o homem, a 
sociedade e o mundo, ao mesmo tempo em que questionamos profundamente os 
resultados da excessiva influência da especialização e do reducionismo científico. 
Também, a ciência passa a ser questionada em suas garantias e certezas, abrindo-
nos as portas para o diálogo urgente sobre os riscos e as vulnerabilidades, cada vez 
61
mais presentes em nossas vidas, cuja resolução só será possível por meio de uma 
postura complexa. Por isso, não podemos agir sobre o meio ambiente de forma 
irresponsável, sem planejamento e sem considerarmos a multiplicidade de fatores 
que geram esses riscos.
 Para Morin (2006, p. 40-41, grifo nosso):
O enfraquecimento da percepção do global conduz ao enfraquecimento 
da responsabilidade (cada qual tende a ser responsável apenas por sua tarefa 
especializada), assim como ao enfraquecimento da solidariedade (cada qual 
não mais sente os vínculos com seus concidadãos)
 As considerações do pensador francês, ao tratar dos efeitos trazidos pela 
hiperespecialização, reforçam o debate no tocante às nossas ações (ou a ausência 
delas) com relação ao meio ambiente.
 Não é necessário ser um expert na Biologia, na Geografia ou em quaisquer 
outras ciências para se dar conta dos estragos incomensuráveis que o homem 
causou (e continua causando) ao meio natural em que vive juntamente com outros 
seres vivos. Seria muita insensibilidade da nossa parte se não ficássemos 
consternados e indignados com as imagens que costumam ser divulgadas pela 
mídia: desmatamentos, extinções de espécies, emissões de poluentes nas águas, 
solo e ar...
Para facilitar nossa compreensão, analisaremos na próxima aula as principais 
alterações ocasionadas ao meio natural pela ação do homem, observando sua 
evolução histórica através dos seguintes estágios do desenvolvimento humano: 
coleta, caça e pesca; pastoreio; agricultura; industrialização; e urbanização, conforme 
destaca Watanabe (2002).
Resumo 
Nesta aula pudemos perceber que o nosso planeta está passando por um 
processo acelerado de mudanças ambientais, as quais resultam em problemas que 
afetam todas as espécies, inclusive a humana. Vimos que o homem sempre esteve 
em contato com a natureza, explorando-a para a satisfação de suas necessidades, o 
que resultou na degradação do meio ambiente.
Atividade de aprendizagem
Faça uma pesquisa para responder à questão, que servirá de base para as 
próximas aulas.
01. Você sabe quando a agressão ao ambiente natural passou a ser maior?
Aula 07 - Consumo X Meio Ambiente
Nesta aula, discutiremos os tipos de consumo que podem ser prejudiciais 
ao planeta. Iniciaremos nossa reflexão analisando a imagem e respondendo as 
seguintes questões: Será que precisamos consumir de fato tudo o que 
compramos? Nossas necessidades são reais ou fictícias? Que preço estamos 
pagando, e que preço as futuras gerações pagarão, para satisfazer as 
necessidades básicas ou supérfluas?
61
O Consumo
 Com a produção em massa advinda da Revolução Industrial, aumentou o 
acesso a bens e produtos antes limitados a um número reduzido de indivíduos. Pela 
lógica do capitalismo, o aumento da oferta reduziu o preço, inserindo grande parcela 
dos excluídos do consumo em contato direto com diferentes produtos.
A cada ano milhares de bens e serviços são lançados pelas empresas, atraindo 
cada vez mais o público. No Brasil, por exemplo, atualmente é comum crianças entre 
6 e 12 anos de idades possuírem celulares, algo que já era comum nos países 
desenvolvidos (Estados Unidos, Austrália, Japão) na década passada. Será que uma 
criança nessa faixa etária necessita de um aparelho como esse? Também é comum 
entre jovens o desejo de usar roupas e tênis de marcas (signos) conhecidas 
mundialmente. A necessidade é real, foi criada pela mídia, ou trata-se do desejo de 
distinção social?
Quais critérios você utiliza para escolher um bem que considera uma 
necessidade? Compra por que realmente precisa usá-lo ou por que quer 
mostrar aos outros que “pode” adquiri-lo? Sua necessidade é real ou foi 
criada?
Você sabia que a grande maioria dos brasileiros ao comprar um carro dá 
preferência a itens de luxo (signos) aos de segurança (utilidade)? E você, qual 
escolha faz?
Segundo Alphandery (1992), “nós não definimos livremente nossas 
necessidades, nós consumimos mercadorias e signos, nós somos prisioneiros da 
satisfação de nossas necessidades. ”
A sociedade de consumo, embora embrionária do liberalismo, pode ser 
considerada a única sociedade na história da humanidade que conseguiu organizar o 
controle social das necessidades individuais e coletivas.
A Liberdade de consumo
O consumo não é resultado de uma escolha livre, se “constitui, há várias 
décadas, um verdadeiro dever cívico, inseparável e complementar da aceitação da 
ordem social e política” (ALPAHANDERY, 1992).
61
As duas dimensões da instituição da sociedade são a criação no indivíduo de 
um esquema de autoridade e um esquema de necessidade (CASTORIADI, apud 
ALPHANDERY, 1992).
No auge do capitalismo industrial americano, criou-se a era do totalitarismo dos 
especialistas. Desde o nascimento até a morte do indivíduo, esse grupo de 
especialistas determinava o que era correto para os outros e tudo o que precisam. 
Era, esse grupo que definia as necessidades das pessoas. O indivíduo era induzido a 
consumir bens e serviços que lhe eram indicados como necessários, não sentia 
necessidade autônoma, mas fazia suas escolhas a partir daquilo que os especialistas 
lhe recomendavam.
O consumo de signos (marcas)
A mercadoria é apresentada como símbolo de identidade que estrutura não só 
a relação do indivíduo com o objeto, mas também sua relação com a coletividade. 
Dessa maneira, consumimos signos (marcas/objetos) na ilusão de satisfazermos 
nossas necessidades e nos sentirmos incluídos na sociedade de consumo. Segundo 
Alphandery (1992), essa identificação do indivíduo com a mercadoria ou signo, é sem 
dúvida alguma, “a principal explicação para a vitalidade demonstrada pela sociedade 
de consumo.”.
Como podemos distinguir a real necessidade da necessidade criada, se a mercadoria 
usada é ao mesmo tempo um objeto (útil) e um signo (ostentação)?
A durabilidade dos objetos não é mais respeitada. Embora possa ser utilizado 
por mais tempo, o objeto é substituído compulsivamente.
O indivíduo busca cada vez mais um signo para distinguir-se socialmente, pois na 
sociedade de consumo o homem é valorizado pelas coisas que ele possui e não por 
aquilo que ele é.
Considerando que o aumento do consumo gera aumento da extração dos
recursos naturais, que por sua vez pode comprometer a sustentabilidade do planeta,precisamos rever nossos valores e estilo de vida enquanto indivíduos pertencentes à 
sociedade de consumo.
Para refletir!!!
Será que cada um de nós consegue avaliar o impacto que nosso consumo provoca 
no meio ambiente?
Será que temos condição de mudar hábitos e atitudes abrindo mão de alguns 
confortos imediatos para melhorar a qualidade do meio ambiente? 
Como fazer isso?
A busca pela renovação dos valores sociais.
Torna-se cada vez mais evidente a necessidade de mudança de valores no 
cenário mundial, que conduza a humanidade à adoção de um novo modelo de 
desenvolvimento, que consiga aliar crescimento econômico, justiça social e equilíbrio 
ambiental. Para tanto, é preciso uma profunda mudança de paradigma na direção do 
entendimento completo da vida e sua complexidade. O ponto fundamental dessa 
dinâmica está no despertar de uma nova maneira de pensar o mundo que supere a 
61
atual crise, definida por Capra (1982) como “o ponto de mutação entre o racionalismo 
mecanicista cartesiano e a nova tendência intuitiva de base ecológica”
Como despertar um novo modo de pensar o meio ambiente em uma
sociedade impregnada de valores individualistas e consumistas?
Mudanças tão profundas de valores passam inevitavelmente pelo processo 
educativo. Dessa maneira, a Educação Ambiental surgiu como alternativa para 
amenizar a crise ambiental e contribuir com a construção de uma consciência voltada 
à participação crítica e responsável do indivíduo e da coletividade.
Resumo 
Nesta aula vimos que o consumo não é resultado de uma escolha livre. Na 
atual fase do capitalismo, podemos observar que as necessidades continuam sendo 
definidas por especialistas e reforçadas pela mídia. Muitas vezes consumimos signos 
(marcas/objetos) na ilusão de satisfazermos nossas necessidades e nos sentirmos 
incluídos na sociedade de consumo. Sendo assim, precisamos rever nossos valores 
e estilo de vida enquanto indivíduos pertencentes à sociedade de consumo. O ponto 
fundamental dessa dinâmica está no despertar de uma nova maneira de pensar o 
mundo que supere a atual crise ambiental. Mudanças tão profundas de valores 
passam inevitavelmente pelo processo educativo. Dessa maneira, a Educação 
Ambiental torna-se a alternativa mais adequada para amenizar a crise ambiental e 
contribuir com a construção de uma consciência voltada à participação crítica e 
responsável do indivíduo e da coletividade
Atividade de aprendizagem 
01. Analise a figura a seguir e redija um texto de 8 a 10 linhas explicando-a.
 
02. Para Refletir!!!
Você sente-se livre para escolher tudo aquilo que precisa ou acaba consumindo sob 
influência das propagandas?
Reflita sobre isso e faça uma lista com 10 produtos que você consume mensalmente, 
verificando quais você realmente precisa.
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Aula 08 – A conservação do meio ambiente 
Conforme vimos nas aulas anteriores, a sociedade contemporânea pode 
ser considerada como aquela que mais interferência causou ao meio ambiente. 
Problemas como a poluição do ar, da água e do solo, atingem direta ou 
indiretamente os mais de seis bilhões de habitantes do planeta. Dessa maneira, 
o objetivo da presente aula é refletir sobre a importância da conservação 
ambiental para o futuro sustentável da humanidade sobre a Terra.
Iniciaremos fazendo a leitura do seguinte texto: 
A natureza saqueada em 1999, a Terra ultrapassou os seis bilhões de 
habitantes, três vezes mais do que os pessimistas acreditavam ser prudente para 
evitar que os recursos naturais entrem em colapso. Apesar da cifra impressionante, o 
alarmismo malthusiano está em baixa. A humanidade tem enfrentado com relativo 
sucesso o desafio de produzir alimento. Sabe-se que o problema é distribui-lo para 
todos ao menos quando se considera a produção “per capita”. Mas não estão 
afastadas todas as dúvidas sobre a capacidade de o planeta sustentar tanta gente. 
Nesse contexto, a deterioração das reservas de água superficiais e subterrâneas 
ocorre ao mesmo tempo em que não se racionaliza o consumo e a população 
aumenta, traçando um novo quadro preocupante. Fonte: Folha de São Paulo, 
02/07/1999 O texto anterior apresenta evidências da crescente desarmonia entre os 
homens e a natureza no Planeta como um todo. Nas últimas décadas, a globalização 
do modelo de desenvolvimento econômico capitalista globalizou não só a economia 
de mercado, mas a cultura do desperdício, da descartabilidade, do 
individualismo, do consumismo, intensificando os conflitos entre a humanidade e o 
meio natural. 
“Devemos reconhecer que a natureza tem capacidade limitada...
” Você faz ideia da quantidade de recursos naturais que consumirá durante sua 
vida? 
 Temos aqui alguns dados que revelam o consumo aproximado de recursos naturais 
de um europeu ocidental, com expectativa de vida de 75 anos. Os europeus 
ocidentais consomem quatro vezes mais que os brasileiros. 
• 70 toneladas de alimentos; 
• Três milhões de kwh de energia (equivalente a 225 toneladas de petróleo); 
• Emissão de 20 toneladas de CO2; 
• 21 toneladas de resíduos domésticos; 
61
• Ocupação do solo 4.300 m² / pessoa para agricultura, estradas, áreas urbanizadas, 
etc.; 
• Quatro milhões de litros de água (até 12 milhões de litros incluindo comércio e 
indústria). 
A partir desses dados, podemos perceber que precisamos alterar nosso padrão 
de consumo, fazendo escolhas dentro da capacidade de carga do Planeta. Devemos 
reconhecer que a natureza tem capacidade limitada, caso contrário, a tendência é 
que os problemas ambientais avancem proporcionalmente à inadequada extração 
dos recursos naturais.
Resumo 
Nesta aula verificamos que consumimos muito mais do que realmente 
necessitamos. Estamos vivendo em uma sociedade caracterizada pela cultura do 
desperdício, da descartabilidade, do individualismo, do consumismo e portanto, 
precisamos urgentemente rever nossos valores em relação ao meio ambiente para 
que possamos reverter o quadro de degradação já instaurado em nosso planeta. 
Atividades de aprendizagem 
1. Analise a figura a seguir e redija um comentário respondendo: Será que 
precisamos de tudo o que consumimos?
2. As relações conflitantes entre o homem e o meio ambiente são reveladas por 
fenômenos como a poluição, a degradação dos recursos naturais, e o esgotamento 
dos recursos naturais não-renováveis (SOUZA, 2000). Estes problemas já fazem 
parte do cotidiano de cada um de nós, muitas vezes estão diante dos nossos olhos, e 
o que fazemos pela conservação ambiental? Expresse sua opinião.
Aula 09 - A Importância da Participação da 
Sociedade na Gestão do Meio Ambiente 
Nesta aula, buscaremos entendimento sobre a importância de cada 
cidadão exercer sua participação na gestão do meio ambiente.
Vejamos como podemos participar!
A participação na gestão do meio ambiente 
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Pelicioni (2004), ao discutir a importância de incluir a sociedade no processo 
decisório afirma que:
“[...] a participação da sociedade possibilitará uma interferência positiva na gestão 
pública, constituindo-se como fator determinante na escolha de prioridades e na 
tomada de decisões. Essa participação que é um direito social deve ter um caráter 
processual, coletivo e ser transformadora, gerar uma intervenção consciente, feita por 
cidadãos críticos, sobre situações que lhes dizem respeito e dizem respeito à 
comunidade de que fazemparte e que representam. Essa participação inclusiva e 
que se constitui também uma necessidade humana básica e universal indica que 
indivíduos e grupos, no exercício de sua cidadania, são capazes de se mobilizar para 
obter objetivos sociais por meio da criação de mecanismos legais de 
representatividade, conselhos, comitês, entre outros, e de políticas compatíveis aos 
interesses da maioria. ”
 
Em 1992, foi criado o Ministério do Meio Ambiente e instituídos Núcleos de 
Educação Ambiental em todas as superintendências estaduais do IBAMA, acelerando 
o processo de conscientização ambiental em nosso país. 
No ano seguinte, o Ministério de Educação e Cultura promoveu o 1º. Encontro 
Nacional de Centros Educação Ambiental, onde foram discutidas propostas 
pedagógicas voltadas à manutenção e melhoria da qualidade ambiental.
A educação ambiental no programa nacional de 
educação ambiental
Em 1994, foi criado o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) 
para se alcançar em nível nacional três principais objetivos:
1. capacitação de gestores e educadores; 
2. desenvolvimento de ações educativas e de desenvolvimento de instrumentos, 
3. metodologias. 
Para saber mais sobre o PRONEA visite o site: 
http://www.mma.gov.br/estruturas/ educamb/_arquivos/pronea1.pdf 
Para tanto, foram traçadas as seguintes estratégias de ação:
•Educação Ambiental através do ensino formal.
•Educação no processo de Gestão Ambiental.
•Campanhas de Educação Ambiental para usuários de recursos naturais.
•Cooperação com meios de comunicação e comunicadores sociais.
•Articulação e integração comunitária.
•Articulação intra e interinstitucional.
•Rede de centros especializados em Educação Ambiental em todos os Estados. 
No ano de 1997, Brasília sediou a Primeira Conferência de Educação 
Ambiental Nacional. O documento final, intitulado “Carta de Brasília para a Educação 
Ambiental”, definiu cinco áreas temáticas. Vejamos quais foram elas:
• Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
http://www.mma.gov.br/estruturas/
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• Educação Ambiental Formal: papel, desafios, metodologias e capacitação.
• Educação no processo de Gestão Ambiental: metodologia e capacitação.
• Educação Ambiental e as Políticas Públicas: PRONEA, políticas de recursos 
hídricos, urbanas, agricultura, ciência e tecnologia.
• Educação ambiental, ética, formação da cidadania, educação, comunicação e 
informação da sociedade. 
A regulação da educação ambiental brasileira, conforme já vimos, ocorreu com 
a promulgação da Lei Federal nº. 9.795/99, conhecida como Política Nacional de 
Educação Ambiental – PNEA.
Atenção!!! 
Através da PNEA a Educação Ambiental passou a ser reconhecida oficialmente 
como uma área essencial e permanente em todo processo educacional do país, tanto 
na educação formal quanto informal.
Em seu artigo 1º, a Política Nacional de Educação Ambiental define a 
Educação Ambiental demonstrando preocupação com as dificuldades apresentadas 
pela sociedade ao interagir com o meio ambiente, quando afirma que:
 “[...] por Educação Ambiental entende-se os processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas à conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e 
sua sustentabilidade.”
Resumo 
Nesta aula pudemos perceber a importância da participação popular na gestão 
do meio ambiente e constatamos que a PNEA regulamentou a
Educação Ambiental no nosso país.
Para ampliar seus conhecimentos sobre a Educação Ambiental no
Brasil faça a leitura da seguinte obra: Diferentes Matizes da Educação Ambiental no 
Brasil – 1997 – 2007
“Este livro nos apresenta a educação ambiental no Brasil, com sua história tão 
recente e tumultuada quanto sua importância e urgência para conseguirmos 
revolucionar as precárias relações entre nós, seres humanos, e as bases de 
sustentação da vida no nosso planeta.” (MMA, 2010) 
http://www.mma.gov. br/estruturas/educamb/_ arquivos/dif_matizes.pdf
Atividades de aprendizagem
01. Qual é a importância da participação popular no processo de gestão ambiental?
02. Qual é a Lei que regulamenta a Educação Ambiental no Brasil?
Aula 10 Sustentabilidade urbana
 A Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, trouxe consigo uma série 
de mudanças nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Uma delas foi a 
http://www.mma.gov
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intensificação de um processo de urbanização alavancado pelo crescimento 
industrial e as suas consequências. Com o desenvolvimento das cidades, a 
população cresceu de forma acelerada, ocorrendo, assim, desigualdades no 
processo de urbanização em muitas cidades no mundo. Na presente aula, 
discutiremos sobre o desenvolvimento das cidades e os principais impactos 
ambientais resultantes desse processo de crescimento.
Definindo objetivos
 Com base no conteúdo desta aula, esperamos que você, aluno, seja capaz de:
• identificar os principais tipos de impactos ambientais produzidos pelas 
populações urbanas;
• verificar a relação entre o desenvolvimento urbano e os impactos ambientais.
Desenvolvendo o conteúdo
 Uma das consequências provocadas pela Revolução Industrial foi a degradação 
do meio ambiente em grande escala. Os resíduos do carvão que movia as máquinas 
a vapor, os metais e outras substâncias eram simplesmente descartados na água, no 
ar e no solo, sem considerar os possíveis resultados de tais práticas. A Revolução 
Industrial foi responsável direta e indiretamente por várias mudanças em diversas 
cidades em todo o mundo, inclusive no Brasil.
 Para Leal, Farias e Araújo (2008, p. 02), o Brasil passou por dois processos que 
merecem destaque quando se trata de ambientes urbanos: a rápida industrialização, 
resultante do pós-guerra e a urbanização desenfreada. No curso desse processo, 
reflexo das políticas desenvolvimentistas vigentes, uma série de regras de proteção 
ao meio ambiente e ao cidadão foram desrespeitadas ou mesmo desconsideradas.
Os principais impactos ambientais urbanos
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 Em um centro urbano há uma infinidade de arranjos que possibilitam o 
funcionamento do mesmo. A população, cada vez mais crescente, faz uso de 
produtos que alteram a dinâmica do meio ambiente urbano. Dentre os principais 
problemas urbanos, destacam-se:
Resíduos sólidos
 De acordo com o IBGE (2006, apud MUCELIN; BELLINI, 2008, p. 13), o consumo 
cotidiano de produtos industrializados é responsável pela contínua produção de lixo. 
A produção de lixo nas cidades é de tal intensidade que não é possível conceber uma 
cidade sem considerar a problemática gerada pelos resíduos sólidos, desde a etapa 
da geração até a disposição final. Nas cidades brasileiras, geralmente esses resíduos 
são destinados a céu aberto.
 Conforme dados apresentados pela Associação Brasileira de Empresas de 
Limpeza Pública e Resíduos ABRELPE (2010), 61% dos municípios brasileiros ainda 
fazem uso de unidades de destinação inadequada de resíduos, encaminhando-os 
para lixões e aterros controlados, que pouco se diferenciam dos lixões, uma vez que 
ambos não possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para proteção do 
meio ambiente contra danos e degradações.
 O lixo depositado em local inadequado pode provocar mau cheiro, atrair animais 
vetores de inúmeras doenças, contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume, 
além de provocar obstrução de canais e galerias para águas pluviais, contribuindo 
para as inundações nas pequenas e grandes cidades.
Poluição sonora
 A poluição sonora tem se mostrado um dos problemas ambientais graves nos 
grandes centros urbanos. Para Almeida (1999, p. 05), é uma ameaça constante ao 
homem. A nocividade do ruído está diretamente relacionada ao seu espectro de 
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frequências, à intensidade da pressão sonora, à duração da exposição diária, bem 
como à suscetibilidade individual. Embora exista legislação específica que regula os 
limites de emissão de ruídos e estabelece medidas

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