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CAMPUS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Curso de Engenharia de Materiais(EM) 1º Semestre de 2020 Corrosão e Degradação de Materiais Formas de corrosão Meio corrosivos Capítulo 5 e 7-Corrosão –Vicente Gentil Profª. Maraísa Gonçalves goncalves.maraisa@unifesp.br 1 Corrosão: Oxirredução: química e eletroquímica • Morfologia: uniforme, por placas, alveolar, puntiforme ou por pite, intergranular, transgranular, filiforme, por esfoliação, grafítica, dezincificação, em torno do cordão de solda e empolamento pelo hidrogênio. • Localização do ataque: por pite, uniforme, intergranular, transgranular. • Meio Corrosivo: atmosférica, pelo solo, induzida por microrganismos, pela água do mar, por sais fundidos. • Causas ou mecanismos: por aeração diferencial, eletrolítica ou por correntes de fuga, galvânica, associada a tensões mecânicas (corrosão sob tensão fraturante), em torno do cordão de solda, seletiva, empolamento ou fragilização pelo hidrogênio. • Fatores mecânicos: sob tensão, sob fadiga, por atrito, associada à erosão. 2 Formas de corrosão segundo a morfologia 3 Formas de corrosão segundo a morfologia 4 5 Formas de corrosão segundo a morfologia • Macroscópica: por pites, galvânica, seletiva, em frestas, corrosão- erosão, bacteriana. • Microscópica: sob tensão, intergranular 6 Formas de corrosão segundo a morfologia Uniforme Corrosão uniforme em chapa de aço-carbono 7 Se processa em toda a extensão da superfície, ocorrendo perda uniforme de espessura. É chamada de corrosão generalizada (terminologia não deve ser usada só para corrosão uniforme). Formas de corrosão segundo a morfologia Uniforme Corrosão uniforme em chapa de aço-carbono 8 Corrosão em placas em tubo de aço-carbono Formas de corrosão: Placas Trecho de tubo com corrosão por placas, chegando a perfurar. 9 Formas de corrosão segundo a morfologia Alveolar Corrosão alveolar. 11 Pites em tubo de aço-carbono. Formas de corrosão: Puntiforme ou por pite 12 Placas, alvéolos ou pites? Criando divergências de opiniões entre os técnicos de inspeção e/ou manutenção. Atenção: Pites, Alveolar, Placas Consideração unamime: ✓ O número de pites por unidade de área; ✓ O diâmetro; ✓ A profundidade 13 Micrografia de uma corrosão por pite em de aço inoxidável www.pmetlabservices.com) Exemplo: Corrosão por pite em tubo de aço inoxidável AISI 304. Formas de corrosão segundo a morfologia http://www.pmetlabservices.com/edx/ 14 Corrosão por pite em tubo de aço inoxidável. Formas de corrosão segundo a morfologia 16 Determinação da profundidade: ❖Pite selecionado, polir e medir a profundidade com: Usualmente, procura-se medir o pite de maior profundidade ou tirar o valor médio entre, por exemplo, cinco pites com maiores profundidades. A relação entre o valor do pite de maior profundidade (Pmp) e o valor médio (PM) dos cinco pites mais profundos dá-se o nome de fator de pite (Fpite), tendo- se, então: Fpite próximo de 1: maior incidência de pites com profundidades próximas. 17 Formas de pite, segundo a ASTM Formas de corrosão segundo a morfologia Formas de pite, segundo outras fontes. 18 Formas de corrosão segundo a morfologia Transgranular Intergranular Corrosão intergranular ou intercristalina. Corrosão transgranular ou transcristalina. 20 Aço inoxidável após tratamento térmico (600 ºC ) Precipitados no contorno do grão (carbonetos e/ou nitratos de cromo). Corrosão intergranular: Nos aços inoxidáveis 23 Formas de corrosão segundo a morfologia Esfoliação Filiforme Corrosão filiforme: filamentos em torno do risco da chapa de aço-carbono pintada. 24 Esfoliação em tubo de aço-carbono. Formas de corrosão segundo a morfologia 26 Formas de corrosão segundo a morfologia Corrosão grafítica Corrosão grafítica em componente de bomba centrífuga de ferro fundido: parte escura, área corroída, devido à grafite. 28 Formas de corrosão segundo a morfologia Dezincificação Dezincificação em parte interna de componente de latão: coloração avermelhada contrastando com a amarelada do latão. 30 Dezincificação em tubo de latão: extremidade deteriorada, com aparecimento de coloração ligeiramente avermelhada. Formas de corrosão segundo a morfologia 31 Formas de corrosão segundo a morfologia Empolamento pelo hidrogênio Chapa de aço-carbono com empolamento por hidrogênio. 32 Tubo com empolamento por hidrogênio resultante da reação entre ácido sulfídrico e aço-carbono. Formas de corrosão segundo a morfologia 34 Formas de corrosão segundo a morfologia Em torno do cordão de solda Corrosão em tubulação de aço inoxidável em torno de cordão de solda. Corrosão em torno de cordão de solda em tanque de aço inoxidável AISI 304. 35 Formas de corrosão segundo a morfologia 36 Íon cloreto Início formação do pite é lenta, mas uma vez formada auto catalisa/área anódica Fe Fe+2 + 2 e- Este sal sofre hidrolise formado acido clorídrico FeCl2 + H2O Fe(OH)2 + H + + 2Cl-1 O decréscimo de pH acelera a corrosão Fe + 2H+ Fe+2 + H2 Como o oxigênio tem solubilidade nula em meio aquoso não existe H2O + ½ O2 +2e- OH - 2H+ + 2e H2 As inclusões de sulfetos em aço acelera o processo MS +2H+ M+2 +H2S Corrosão processo heterogêneo 37Trecho de tubo de aço inoxidável AISI 304 com corrosão sob tensão fraturante em meio de cloreto. Corrosão segundo fatores mecânicos 38Trecho de tubo de aço inoxidável AISI 304 com corrosão sob tensão fraturante em meio de cloreto. Formas de corrosão segundo fatores mecânicos 39 Corrosão sob tensão fraturante em aços inoxidáveis. Formas de corrosão segundo fatores mecânicos 40 Corrosão Galvânica Corrosão que ocorre quando dois materiais metálicos, com diferentes potenciais, estão em contato em presença de um eletrólito. Este contato causa uma transferência de carga elétrica de um material para outro devido a diferença de potenciais elétricos. Corrosão galvânica pode ser observada quando dois materiais metálicos estão em contato, surgindo assim áreas anódicas e catódicas. Tubo novo está em contato com tubos antigos. Tubos concretados em alguns trechos do duto e a partir de metais diferentes usados durante a soldagem na tubulação. Exemplo: Dutos 41 Explosão em Guadalajara, no México, em 22 de abril de 1992. Vapores de gasolina acumulados nos esgotos destruíram quilômetros de ruas. Os vapores provenientes de um vazamento de gasolina através de um único furo formado por corrosão entre um tubo de aço transportando gasolina e uma tubulação zincada de água. ✓ dois materiais metálicos, com diferentes potenciais, estão em contato em presença de um eletrólito. 42 Corrosão em Fresta Corrosão em fresta é localizada, e ocorre em fissuras ou fendas entre duas superfícies metálicas ou entre superfícies metálicas e não metálicas. A corrosão em fresta pode ocorrer entre o suporte e a tubulação. ✓ A Corrosão por fresta é uma aceleradora do corrosão por Pite. Exemplos: Soldas, rebites, juntas, orifícios. ➢ Fendas – podem acumular sujeira e umidade Solução – utilizar perfil T ou outra geometria 43 ➢ Fendas – umidade penetra nas fendas Solução – utilizar selante, ou cordão de soldas ➢ Frestas – Potencial ponto de corrosão Solução – Eliminar frestas por soldagem ou selante O2 + 4H + + 4 e- 2H2O O2 + 2H2O + 4 e- 4 -OH Reações catódicas-redução oxigênio 44 ➢ Reforços acumulam água e sujeira Solução – remover o acúmulo de água e sujeira ➢ Cantos vivos e soldas descontínuas Solução - Cantos arredondados e soldas contínuas Os meios corrosivos mais frequentemente encontrados são: ✓ Atmosfera, ✓ Águas naturais e do mar, ✓ Solo e ✓ Produtos químicos ✓ Microrganismos. Alimentos, substâncias fundidas, madeira e plásticos. Meios Corrosivos 46 http://www.abq.org.br/cbq/2017/trabalhos/12/12075-24245.html ✓Deterioração dos alimentos: conservantes ácidos orgânicos – ácidos cítricos✓Embalagens alimentícias amassadas expõe o estanho e o ferro: http://www.abq.org.br/cbq/2017/trabalhos/12/12075-24245.html 48 Influência da danificação mecânica de embalagens metálicas na interação com o produto acondicionado: creme de leite Dantas e colaboradores, 2011. Braz. J. Food Technol. vol.14 no.4 Campinas Oct./Dec. 2011 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981- 67232011000400006&script=sci_arttext https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981-67232011000400006&script=sci_arttext 49 Alimentos ✓Zinco, ferro e cobre: modificam o aroma do leite. ✓Ferro: pode reagir com tanino ocasionando escurecimento de vegetais em conserva. ✓Estanho: Ocasiona turvação em cerveja e vinhos brancos ✓Chumbo: causa saturnismo, doença que ataca o sistema nervoso. ❑ Indústria: exige materiais resistentes à corrosão e de fácil limpeza (aços inoxidáveis). 50 Madeira e Plásticos ✓Pouco frequente devido a resistência; ✓Decomposição: originando produtos corrosivos. ✓Madeira: emite vapores corrosivos - sofre tratamento para evitar a decomposição EFEITO DO PROCESSO DE AUTO-HIDRÓLISE E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA DE EUCALYPTUS GRANDIS X EUCALYPTUS UROPHYLLA E EUCALYPTUS GRANDIS https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/132178/000853232.pdf?sequence=1 &isAllowed=y https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/132178/000853232.pdf?sequence=1&isAllowed=y 51 Madeira e Plásticos? ✓Plásticos: formação de vapores pela degradação térmica ou microbiológica. ✓Plásticos contendo compostos orgânicos halogenados: formam produtos corrosivos. ✓Ex.: PVC, quando aquecido a 70 – 80 ºC desprende cloreto de hidrogênio (HCl) e com a presença de água forma o ácido clorídrico. ✓ Outros exemplo: Teflon (fluoreto de hidrogênio) e a Borracha clorada (HCl) ✓ O ar contém umidade, sais em suspensão, gases industriais, poeira, etc. Atmosfera Corrosão atmosférica: • Seca: atmosfera em presença de H2S. Corrosão química- • Úmida- Umidade relativa menor que 100% -formação de filme fino de eletrólito. • Molhada. Umidade próxima de 100%- condensação próxima da superfície. Ferro, baixa umidade não acontece corrosão- 60% é lento e 70% é acelerado. • Temperatura; • Fatores climáticos (ventos, chuvas e insolação – radiação UV). 53 Atmosfera Anodo : Fe Fe+2 + 2e- Área catódica: 4Fe2O3 + Fe +2 + 2e- 3Fe3O4 Presença de umidade e deficiência de oxigênio (umidade atmosférica) Secagem ferrugem: permeabilidade de oxigênio – oxidação da magnetita. 2Fe3O4 + ½ O2 3Fe2O3 Anodo : Fe Fe+2 + 2e- Área catódica: H2O + ½ O2 + 2e- 2 -OH Fe + H2O + ½ O2 Fe(OH)2 Meio aerado: 2Fe(OH)2 + H2O + ½ O2 2Fe(OH)3 Meio não aerado: 3Fe(OH)2 Fe3O4 + H2 Fe + H2O + ½ O2 Fe(OH)2 Fe + H2O + ½ O2 Fe2O3 . H2O 54 Íon cloreto Início formação do pite é lenta, mas uma vez formada auto catalisa/área anódica Fe Fe+2 + 2 e- Este sal sofre hidrolise formado acido clorídrico FeCl2 + H2O Fe(OH)2 + H + + 2Cl-1 O decréscimo de pH acelera a corrosão Fe + 2H+ Fe+2 + H2 Como o oxigênio tem solubilidade nula em meio aquoso não existe H2O + ½ O2 +2e- OH - 2H+ + 2e H2 As inclusões de sulfetos em aço acelera o processo MS +2H+ M+2 +H2S Corrosão processo heterogêneo 55 56 Atmosfera • Substâncias poluentes – Ex.: poeira, particulados e gases: Ex. Carvão-Inerte); • SO2 e SO3 – ambientes industriais. • SO2 + H2O H2SO3 • SO3 + H2O H2SO4 • SO2 + ½ O2 + H2O H2SO4 • Fe + H2SO4 FeSO4 + H2 • 2Fe + 2H2SO3 FeS + FeSO4 + 2H2O • 2Fe + 2H2SO4 + O2 2FeSO4 + 2H2O • 2FeSO4 + ½ O2 + H2SO4 Fe2(SO4)3 + H2O Em presença de água • FeSO4 + 2H2O Fe(OH)2 + H2SO4 • Fe2(SO4)3 + 2H2O 2Fe(OH)3 + 3H2SO4 Atmosfera • A presença de ferrugem – (FeOOH ou Fe(OH)3 ) e sulfato ferroso (FeSO4 ) Anodo Fe Fe+2 + 2 e- Catodo • Fe+2 + 8 FeOOH + 2e- 3Fe3O4 + 4H2O Oxidação da magnetita pelo oxigênio 2Fe3O4 + 3H2O + ½ O2 6 FeOOH 58 Atmosfera • Zinco – aço galvanizado –ambientes não poluídos – ZnO ou Zn(OH)2 -camada protetora de sal insolúvel - 3 Zn(OH)2.ZnCO3. • SO2– ambientes contaminados. • Zn + SO2 + O2 ZnSO4 • 2 Zn + 2 SO2 + O2 2 ZnSO3 • 3 Zn + SO2 ZnS + 2 ZnO • ZnO + SO2 ZnSO3 • Zn + SO2 + ½ O2 2 ZnSO4 • Zn (OH)2 + SO2 + ½ O2 2 ZnSO4 + H2O • SO2 + ½ O2 + H2O H2SO4 • Zn + H2SO4 2 ZnSO4 + H2 • Zn + ½ O2 + H2SO4 ZnSO4 + H2O 59 Cobre • Latão: 30% Zn • Bronze: 8-10% Sn Cu2O cuprita CuO CuCO3.Cu(OH)2 malaquita 2CuCO3.Cu(OH)2 azurita Ambiente poluídos Cu2O + SO2 + 3/2 O2 + 3 H2O CuSO4 .3Cu(OH)2 Atmosfera marinha → principal característica: contaminação por partículas salinas de cloreto de sódio (NaCl). *outros elementos presentes são os íons de Magnésio e cálcio, cujos compostos são altamente higroscópicos (absorve umidade). *o íon cloro é agressivo aos aços inoxidáveis provocando corrosão. Corrosão Localizada por Amônia Cloreto férrico – muito solúvel e extremamente corrosivo 2FeCl3 + 3H2O Fe3O4 + 6HCl 61 ÁGUAS NATURAIS Águas Naturais: Podem conter sais minerais e eventualmente ácidos ou bases, resíduos industriais, bactérias, poluentes diversos e gases dissolvidos. contem sais (cloretos, sulfatos, bicarbonatos,...) 62 Corrosão Microbiológica É a corrosão do material metálico induzida pelos microrganismos. Exemplo: Sistemas de Resfriamento Ambiente propicio ao crescimento de microrganismos: aerada, pH entre 7- 8 e temperatura de 27 – 80 ºC. Navios afundados como o Titanic e fundos de tanques, típicos exemplos de corrosão bacteriana. Atmosfera rural → não contém contaminantes químicos fortes, mas pode conter poeiras orgânicas e inorgânicas e elementos gasosos como CO2. *umidade → provoca condensação por ciclo (noite/dia) *composto de nitrogênio → formação de amônia proveniente de fertilizantes. Temperatura Umidade relativa Direção dos ventos Velocidade dos ventos SOLOS Os solos contêm umidade, sais minerais e bactérias. Alguns solos apresentam também, características ácidas ou básicas. Características físico-químicas; microbiológicas e condições operacionais. SOLOS Características físico-químicas Acidez, Presença de água, Presença de sais solúveis, Presença de gases. Resistência elétrica. Potencial redox. ELETROQUÍMICA NOS PROCESSOS DE CORROSÃO PILHAS ELETROQUÍMICAS PILHA DE ELETRODOS METÁLICOS DIFERENTES (PILHAS GALVÂNICAS): Pilhas de corrosão em que dois metais ou ligas diferentes estão em contato e imersos num mesmo eletrólito. Fe Cu Tubulação de aço- carbono ligado à uma válvula de latão (Zn+Cu) Proteção catódica por anodo de sacrifício Magnésio ligado à tubulação de ferro SOLOS Características microbiológicas Condições favoráveis: pH entre 5,5 e 8,5-ideal 7,2 Ausência de oxigênio, Presença de enxofre, Presença de nutrientes, Temperatura entre 25 a 60°C. SOLOS Condições operacionais. Condições climáticas, Emprego de fertilizantes, Despejos industriais, Profundidade Aeração diferencial, Contato bimetálico, Eletrolise do material por ação de correntes de fuga.
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