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Unidade 1

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Nesta primeira parte da aula 1 iremos revisar sobre as Demonstrações Financeiras e como 
avaliar as organizações utilizando técnicas de análise das demonstrações financeiras. Podemos 
entender como está à performance e a saúde das organizações analisando e avaliando suas 
demonstrações financeiras. Este tópico será apresentando sob os aspectos: (I) de revisão de 
demonstrações financeiras e (II) as estruturas de resultados. Na seqüência serão apresentados 
diversos índices utilizados para se avaliar as organizações. 
 
1.1 – Análise das Demonstrações Financeiras 
Demonstrações Financeiras: Relembrando Conceitos e Aspectos 
 
Olá, Seja muito bem-vindo ao nosso espaço de troca de conhecimento! 
Nessa aula vamos revisar os conceitos e técnicas sobre as demonstrações financeiras, quais 
as finalidades de cada uma e bem como analisa-las. 
O fundamental para entendermos sobre as demonstrações financeiras que as mesmas são 
utilizadas para diminuir assimetria informacional entre os diversos agentes econômicos, quer sejam 
os sócios; investidores; governo. Fornecedores; trabalhadores; clientes e também o sistema 
financeiro. 
 
 
 
 
 
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Em 2007 foi promulgada a nova lei contábil no Brasil, lei 11.638, o objetivo desta lei foi 
convergir as normas contábeis nacionais ao padrão internacional do IFRS ( International financial 
Report Standard), e as grandes novidades introduzidas foram: 
 
As Demonstrações financeiras devem seguir os padrões internacionais, mais próximos ao 
europeu, o padrão IFRS; 
Em substituição a Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos passou a ser utilizado a 
Demonstração do Fluxo de Caixa; 
Foi criada uma nova Demonstração a de Valor Adicionado; 
A forma de mensuração dos ativos e passivos de longo prazo passaram a ser avaliados a valor 
presente. 
 
A literatura contábil nos ensina que as demonstrações financeiras têm duas funções: 
 
o Medir o desempenho dos gestores; 
o Evidenciar o valor da empresa. 
 
Assim, as demonstrações financeiras tanto podem auxiliar os investidores e sócios a verem 
como os gestores estão administrando ás organizações, bem como auxiliar a avaliarem quanto vale 
as organizações quando se esperar vender ou comprar participação societária na mesma. 
 
DICA: Assista a esse pequeno vídeo para relembrar sobre as Demonstrações: 
https://youtu.be/q_P4T-sqX_c 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://youtu.be/q_P4T-sqX_c
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Vamos repassar as demonstrações financeiras utilizadas pela contabilidade: 
Demonstração Finalidade 
Balanço Patrimonial Demonstração Estática que apresenta a 
estrutura patrimonial da Entidade. Composto 
de Ativo e Passivo. O Ativo é apresentado em 
ordem decrescente de liquidez e o Passivo em 
ordem decrescente de exigibilidade. O Passivo 
é composto de Passivo Exigível ( Circulante e 
Não Circulante) e Não Exigível ( Patrimônio 
Líquido ) 
Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração dinâmica que mede a 
perfomance da Entidade para obtenção de 
resultado em determinado período de tempo 
chamado de exercício. Utilizando do regime de 
Competência confronta as receitas e as 
despesas do período para identificar se a 
Entidade obteve Lucro ou Prejuízo 
Demonstração de Mutação do Patrimônio 
Líquido 
Demonstração que detalha as movimentações 
e alterações ocorridas no Grupo Patrimônio 
Líquido, quer seja ocorrido de constituição de 
Reservas, Integralização de Capital ou sua 
redução, bem como distribuição de Lucros e 
outros eventos que afetam o Passivo Não 
Exigível. 
Demonstração do Valor Adicionado Demonstração que não é obrigatória para todas 
as Entidades. Mostra a partição realizada em 
relação a Receita gerada pela Entidade. Mostra 
o quanto foi direcionado para fornecedores, 
funcionários, sociedade e para os sócios. É uma 
Demonstração que visa mostrar o quanto a 
Entidade agrega para a sociedade. 
10 
Demonstração do Fluxo de Caixa Única demonstração que utilizada o regime de 
Caixa e não de Competência. Ela mede a 
geração de Caixa ou seu consumo em 03 
aspectos denominados Atividades. Sendo 
Atividade Operacional, de Investimento e 
Financiamento. São permitidos a utilizando de 
dois modelos o Direto e o Indireto. 
 
É sempre bom salientar que para toda Demonstração Financeira se faz obrigatoriamente a 
constituição de Notas Explicativas, sem pelas quais as Demonstrações ficam incompletas. 
 
Você pode está se perguntando qual a necessidade de revemos os conceitos de 
Demonstrações Financeiras para entender sobre gestão financeira, de fluxo de Caixa, sobre finanças 
corporativas? Simples. As Demonstrações irão permiti-lo entender melhor a capacidade financeira 
das Entidades, a capacidade de Liquidez, de Endividamento, de geração de fluxo de Caixa e de 
resultados, assim é fundamental dominarmos as demonstrações para que estas sejam importantes 
instrumentos para utilizarmos na gestão financeira das organizações. 
 
Vamos recapitular as estruturas de algumas das Demonstrações Financeiras, iniciando pelo 
Balanço Patrimonial: 
 
 BALANÇO PATRIMONIAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Balanço Patrimonial atende a equação contábil, assim descrita: 
𝐴𝑇 − 𝑃𝐸 = 𝑃𝐿 
 
ATIVO CIRCULANTE 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
PASSIVO CIRCULANTE 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
L
I
Q
U
I
D
E
Z 
E
X
I
G
I
B
I
L
I
D
A
D
E 
ATIVO PASSIVO 
11 
Onde: 
AT = Ativo Total composto por Ativo Circulante e Ativo Não Circulante 
PE = Passivo Exigível composto por Passivo Circulante e Não Circulante 
PL = Patrimônio Líquido o Passivo Não Exigível 
 
 Podemos também fazer a seguinte notação: 
𝑃𝐿 (𝑅 + 𝐶 + 𝐿𝑃) = 𝐴𝑇(𝐴𝐶 + 𝐴𝑁𝐶) − 𝑃𝐸(𝑃𝐶 + 𝑃𝑁𝐶) 
Onde: 
 PL = Patrimônio Líquido 
 R= Reservas 
 C= Capital Social 
 LP = Lucro ou Prejuízo 
 AT = Ativo Total 
 AC = Ativo Circulante 
 ANC = Ativo Não Circulante 
 PE = Passivo Exigível 
 PC = Passivo Circulante 
 PNC = Passivo Não Circulante 
 
 A equação acima é denominada de equilíbrio patrimonial e mostra a estrutura que 
compõe o patrimonial da Entidade e entender essa estrutura é fundamental para saber onde os 
recursos da Entidade estão alocados, se sua alocação está melhorando ou prejudicando sua 
capacidade de Liquidez. 
 
O grande desafio da contabilidade é reconhecer, mensurar e evidenciar os fatos econômicos 
que afetam o patrimônio e para isso utilizam o processo “ Das 03 incertezas” – Primeiro da 
Existência; Segundo da Probabilidade do Resultado – e por fim o Terceiro Mensuração. 
 
 
 
 
 
 
12 
Vamos descrever a composição do Ativo: 
Grupo Composição 
Ativo Circulante É composto por grupos que se realizam em até 
12 meses subseqüentes a posição de 
encerramento do exercício. O grupo de maior 
liquidez é o Disponível composto por recursos 
de liquidez imediata como Caixa, Banco Conta 
Corrente e Aplicações de Investimento com 
resgate até 90 dias. Também tem grupo de 
Estoque, Clientes e outros bens e Direitos de 
Curto Prazo. 
Ativo Não Circulante Este grupo se compõe de Ativos de Longo prazo 
como Investimentos, Ativos Permanentes e 
Imobilizado 
 
Vamos descrever a composição do Passivo: 
Grupo Composição 
Passivo Circulante É composto por grupos de exigibilidade que se 
realizam em até 12 meses, como salários, 
fornecedores, impostos e financiamentos. 
Passivo Não Circulante É composto por grupos de exigibilidade que são 
superiores a 12 meses, como fornecedores e 
financiamentos por exemplo, sempre avaliados 
a valor presente. 
 
Vamos descrever a composição do Patrimônio Líquido: 
Grupo Composição 
Capital Social É o valor integralizado pelos sócios para 
constituírem a Entidade 
Reservas São recursos oriundos de Lucros obtidos que 
não distribuídos aos sócios e que constituem de 
reservas destinadas a Entidade, podendo ser 
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estabelecidas por lei ( Lei societária 6.404/76, 
ou por estatuto e acordo de sócios. 
Lucro ou Prejuízo AcumuladoEsta rubrica representa o saldo de Lucro ou 
Prejuízo acumulado que não foi distribuído aos 
sócios em forma de dividendo, ou que não 
compõe as Reservas. 
 
DICA: Esse vídeo irá recapitular sobre Balanço Patrimonial: https://youtu.be/tZl4TNn5vfw 
 
 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ( DRE ): 
A Demonstração do Resultado do Exercício pode ser apresentada tanto pelo método de 
Função ou de Natureza, sendo essa última a habitualmente mais utilizada pelas grandes 
organizações. 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício apurada pela função de Natureza permite extrair 
diversas informações importantes para tomadas de decisões táticas e estratégica para as 
organizações. 
 
Vamos apresentar de forma resumida o quadro da Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO 
Receita Bruta 
(-) Deduções 
(-) IPI 
(-) ICMS 
(=) Receita Líquida 
(-) CMV 
(=) Lucro Bruto 
(-) Despesas Operacionais 
-de vendas 
https://youtu.be/tZl4TNn5vfw
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-Administrativas 
-Financeiras 
-Receitas financeiras 
(=) Lucro Operacional 
(+) Receitas Não Operacionais 
(=) Lucro Antes Imposto de Renda (LAIR) 
(-) Contribuição social 
(-) Imposto de renda 
(=) Lucro depois Imposto de Renda (LDIR) 
(-) Participação dos Administradores 
(=) Lucro Liquido 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício não mede quanto a Entidade obteve de recursos 
financeiros ( Fluxo de Caixa), mas sim qual foi o seu resultado econômico ( lucro ou prejuízo), pois 
ela não compara os recebimentos x os desembolsos financeiros, mas sim compara a receita gerada 
com os custos e as despesas contraídas para garantirem essa receita. A DRE faz essa comparação 
de receitas x despesas usando o método de Regime de Competência. 
 
DICA: Assista ao vídeo do link informado e relembre em maiores detalhes sobre REGIME DE 
COMPETÊNCIA X REGIME DE CAIXA. Escolhi este vídeo porque ele está vinculado a questão de 
concurso público. ] https://www.youtube.com/watch?v=UtCMEufEdxs 
 
Ao analisarmos a DRE de forma vertical, de cima para baixo, podemos ao longo dela verificar 
quais fatores estão mais consumido parte da Receita, como por exemplo a política comercial de 
descontos e bonificações? Se existe muitas vendas canceladas, qual o % do custo está 
comprometendo o lucro e assim por diante. Essa capacidade de ler e interpretar as informações 
geradas pelas as demonstrações financeiras será fundamental para fazer a gestão financeiras 
organizações. 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=UtCMEufEdxs
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 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ( DFC ): 
A DFC foi introduzida no Brasil pela lei 11.638 de 2007. A DFC substituiu a DOAR, 
Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos. O objetivo da Demonstração de Fluxo de Caixa 
é demonstrar as entradas de recursos financeiros e a saída dos mesmos, sendo que categoria estas 
operações por atividades, sendo operacionais, de financiamento e investimentos. 
 
A Demonstração de Fluxo de Caixa tem dois modelos aceitos, sendo o método Direto e o 
Método Indireto. A DFC é a única Demonstração que adota o Regime de Caixa e não o de 
Competência. 
 
Vamos demonstrar abaixo os dois modelos utilizados para elaborar a DFC: 
Método Direto 
Atividades Operacionais 
(+) Recebimento de Clientes 
(-) Pagamento de Contas 
(-) Pagamento de Despesas Operacionais 
(-) Pagamento de Impostos 
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 
Atividades de Financiamentos 
(+ ou -) Novos Empréstimos de Curto e Longo Prazos 
(+) Aumento de Capital 
(-) Despesas Financeiras 
(-) Pagamentos de Dividendos 
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos 
Atividades de Financiamentos 
(+ ou -) Aquisição de Investimentos 
(+ ou -) Outros Investimentos 
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos 
(+ ou -) Caixa Inicial 
Resultado do Caixa Final 
 
 
 
16 
 
 
 O modelo mais utilizado é o Método Indireto pois permite identificar a contribuição 
do Lucro obtido e apurado na DRE com os valores apurados no grupo Disponível do Ativo Circulante. 
Veja que a grande diferença entre o Método Direto e Indireto está justamente na atividade 
operacional que inicia não com os recebimentos, mas sim com o Lucro ou Prejuízo apurado e tem 
as contas de “ajustes” e de variações obtidas no Capital de Giro. 
 
DICA: Assista vídeo sobre DFC: https://youtu.be/61hfhj8zyto e relembre os detalhes da 
estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa, e lembre-se entender a movimentação de entradas 
e saídas de recursos pelas atividades é fundamental para entender se a geração de fluxo de caixa 
é estrutural ou apenas conjuntural! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://youtu.be/61hfhj8zyto
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RESUMO 
 
o As Demonstrações Contábeis foram alteradas no Brasil pela lei 11.638/2007; 
o Temos 05 Demonstrações: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do 
Exercício; Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido; Demonstração do Fluxo 
de Caixa. Demonstração do Valor Adicionado (Não aplicado a todas as entidades); 
o As Demonstrações têm que ter necessariamente Notas Explicativas; 
o Com as Demonstrações é possível entender e obter informações para tomadas de 
decisões estratégicas e táticas; 
o Todas as Demonstrações, a exceção da Demonstração de Fluxo de Caixa, são 
elaboradas pelo regime de Competência; 
o Das Demonstrações podemos extrair indicadores e índices que irão subsidiar a gestão 
financeira das organizações; 
o Entender como se reconhece, mensura e são evidenciados os fatos contábeis e 
econômicos nas demonstrações é fundamental para entender as informações e 
resultados gerados pelos mesmos. 
 
APRENDA ENQUANTO COME PIPOCA! 
 No documentário Inside Job – A verdade da Crise, realiza diversas entrevistas mostrando se 
poderia ter sido evitada a crise na bolsa americana de 2008 que trouxe efeitos nefastos em escala 
mundial. A crise do subprime se deu exatamente por ações de ajustes por parte das instituições 
financeiras no critério de classificação e de liquidez das suas carteiras de empréstimos imobiliárias. 
Esses “ajustes” de classificação afetavam diretamente a forma como a contabilidade reconhecia, 
mensurava e evidenciava suas informações para os investidores, acionistas e mercado. Click no link 
abaixo e assista ao documentário e depois responda a algumas reflexões que irei propor: 
https://youtu.be/YamDhfIi6Hs 
 
 
 
 
 
 
 
https://youtu.be/YamDhfIi6Hs
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REFERÊNCIAS 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BÁSICA: 
Assaf Neto, Alexandre. Lima, Fabiano Guasti – Curso de Administração Financeira – 3 Edição – São 
Paulo, Atlas, 2014; 
BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Louis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: Teoria 
e Prática. Editoria Atlas, São Paulo. 2001. 
ROSS, Stephen. WESTERFIELD, Randolph W. JAFFE, Jeffrey F. Administração Financeira: Corporate 
Finance. Trad. Antonio Zoratto Sanvicente. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003. 
BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Luis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: teoria e 
prática. Trad. Alexandre L. G. Alcântara. São Paulo: Atlas, 2001. 
DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos: ferramentas e técnicas para a determinação 
do valor de qualquer ativo. Trad. Bazán Tecnologia e Lingüística. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Trad. Jean Jacques Salim e João 
Carlos Douat. 7 ed. São Paulo: Harbra, 1997. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2 – Estrutura de Resultados 
Estrutura de Resultados: Principais Indicadores 
 
Olá, seja novamente bem vindo! Estamos agora na segunda parte da aula 1. 
 
Você relembrou na primeira parte desta aula as 05 Demonstrações financeiras que 
utilizamos no Brasil emdecorrência da convergência ao IFRS ( International Financinal Report 
Standart ) a partir da entrada em vigor em 2007 da lei 11.638. Agora nesta segunda parte vamos 
correlacionar as demonstrações com os principais conceitos de índices e indicadores que podem ser 
extrair delas e que são extremamente úteis para os analistas e gestores financeiros. 
 
No entendimento de Assaf Neto1 “a análise das demonstrações financeiras visa 
fundamentalmente ao estudo do desempenho econômico-financeiro de uma empresa em 
determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual e produzir resultados para 
previsão de tendências futuras”. Existem outros modelos para avaliação de uma Entidade, 
entretanto a análise por índices é amplamente utilizada no mercado. Vamos retratar os aspectos 
conceitos de alguns dos principais índices. 
 
Elaboramos um quadro sintético dos índices que iremos retratar nesta segunda parte da 
primeira aula, veja abaixo: 
 
Índice Objetivo Memória de Calculo 
Análise Horizontal ( AH ) Analisar a evolução das 
rubricas de cada 
demonstração financeira 
dentro de uma série 
temporal 
𝐴𝐻 = 
𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑋
𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝐴𝑛𝑜 𝐵𝑎𝑠𝑒
 
Análise Vertical (AV) É uma análise comparativa 
entre valores relacionáveis 
e identificáveis dentro de 
uma mesma demonstração 
financeira 
𝐴𝑉 =
𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑅𝑒𝑙𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎
𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑅𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
 
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Liquidez Corrente (LC) Mede a relação entre o 
Ativo Circulante e o Passivo 
Circulante 
𝐿𝐶 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Liquidez Seca (LS) Mede a relação entre os 
Ativos Circulantes de maior 
liquidez como o sub Grupo 
Disponível, Valores a 
Receber e aplicações 
financeiras resgatáveis em 
até 90 dias com o Passivo 
Circulante 
LS = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒−𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠−𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Liquidez Imediata ( LI ) Mede a relação entre o sub 
grupo Disponível do Ativo 
Circulante com o Passivo 
Circulante 
LI = 
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Liquidez Geral ( LG ) Mede a relação entre o 
Ativo Total e o Passivo 
Exigível, excluindo o 
Patrimônio Líquido, 
também conhecido como 
índice de Solvência 
LG = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
 
No quadro abaixo iremos continuar a apresentação dos indicadores, entretanto esses agora 
estão relacionados a atividade do ciclo operacional da Entidade. 
Índice Objetivo Memória de Calculo 
Prazo Médio de Estocagem ( 
PME) 
Mostra o tempo médio para 
a renovação dos estoques 
da empresa em decorrência 
de suas vendas 
𝑃𝑀𝐸 = 
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜
 𝑥 360 
Prazo Médio de Pagamento 
a Fornecedores (PMPF) 
Mostra o tempo médio em 
que a Entidade posterga em 
pagar suas dívidas junto aos 
seus fornecedores 
𝑃𝑀𝑃𝐹
= 
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑟 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 ( 𝑀é𝑑𝑖𝑎)
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
𝑥 360 
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Prazo Médio de Cobrança 
(PMC) 
Mostra o tempo médio em 
que a empresa leva para 
receber créditos relativos as 
suas vendas á prazo 
 
PMC 
=
Valores a Receber de Vendas a Prazo (Média)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
 
 
No próximo quadro iremos apresentar os indicadores relacionados ao endividamento e a 
estrutura das fontes dos recursos financeiros. 
 
Índice Objetivo Memória de Calculo 
Relação de Capital de 
Terceiros sobre Capital 
Próprio (CT/CP) 
Mostra o nível de participação 
de endividamento, capital de 
terceiros, com relação ao 
Capital Próprio, Patrimônio 
Líquido. 
CT/CP = 
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
 
Relação de Capital de 
Terceiros sobre Ativo Total 
(CT/AT) 
Denominado dependência 
financeira mostra o quanto os 
Ativos da Entidade estão 
sendo financiados por Capital 
de Terceiros 
𝐶𝑇
𝐴𝑇
= 
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
 
Imobilização de Recursos 
Permanentes ( IRP) 
Revela a relação de recursos 
de terceiros que estão 
imobilizados na Entidade 
𝐼𝑅𝑃 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
 
 
 
Vamos apresentar agora, no próximo quadro, os indicadores de Rentabilidade, vejamos: 
Índice Objetivo Memória de Calculo 
Retorno sobre o Ativo (ROA) Mostra o retorno do investimento 
gerado pelos Ativos da Entida 
ROA = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀é𝑑𝑖𝑜
 
Retorno sobre o Investimento 
(ROI) 
Mostra o retorno total dos recursos 
aplicados pelos acionistas 
ROI = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
 
Retorno sobre o Patrimônio 
Líquido (ROE) 
Mede o retorno dos recursos 
aplicados na empresa por seus 
proprietários 
𝑅𝑂𝐸 = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
 
22 
Margem Operacional Mede a rentabilidade obtida pela 
lucratividade relacionada entre o 
Lucro Operacional e as Vendas 
Líquidas 
𝑀0 = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠
 
Margem Líquida Mede a rentabilidade obtida pela 
lucratividade relacionada entre o 
Lucro Líquido e as Vendas Líquidas 
𝑀𝐿 = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠
 
 
 
Podemos sintetizar os indicadores nos seguinte quadro resumo: 
 
APRENDA ENQUANTO COME PIPOCA! 
No filme Too big to fail ( grande demais para quebrar) temos relatos bem didáticos sobre 
assuntos espinhos e ásperos relacionados a gestão financeira e o entendimento de como a 
manipulação de informações afetam a todos. 
 
O link: https://youtu.be/45MrjsA0oyU te levará gratuitamente ao filme assista com um 
olhar não de mero expectador, mas já com um olhar buscando entender os conceitos 
financeiros. 
 
 
 
 
Esrutura de 
Liquidez
Estrutura de 
atividade
Estrutura de 
Endividamento
Estrutura de 
Rentabilidade
https://youtu.be/45MrjsA0oyU
23 
1.3 - Aplicação Prática dos Indicadores na gestão financeira 
ANÁLISE FINANCEIRA DAS EMPRESAS 
 
Olá, que bom que você chegou até esta aula! 
Vimos até agora a importância do analista e gestor financeiro entender e conhecer as 
estruturas das demonstrações financeiras bem como revisar e conhecer os índices e indicadores 
que podemos extrair das demonstrações financeiras. 
 
Agora chegou o momento de relacionarmos melhor com estes indicadores, sendo práticos 
nas simulações de casos propostos e já preparando você para os próximos desafios que viram nas 
demais aulas deste módulo. 
 
Nesta aula iremos abordar 04 pontos fundamentais: (I) Análise da Liquidez; (II) 
Detalhamento do Ciclo Financeiro; (III) Análise da Lucratividade e da Rentabilidade e por fim (IV) 
Análise do Endividamento. Nas aulas seguintes deste módulo teremos um momento para 
discutirmos gerenciamento financeiro baseado em valor, o que nesta segunda aula não será nosso 
objetivo. 
 
Apresentei para você na primeira aula que o Balanço Patrimonial é composto pela seguinte 
equação patrimonial: 
𝐴𝑇 − 𝑃𝐸 = 𝑃𝐿 
Nesta equação também conhecida como equilíbrio patrimonial temos que a diferença do 
Ativo Total ( AT) para o Passivo Exivígel ( PE ) sempre será o Patrimônio Líquido ( PL ). Agora podemos 
também redesenhar a equação para a seguinte configuração: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÕES DE 
RECURSOS 
ORIGEM DE RECURSOS DE 
TERCEIROS 
ORIGEM DE RECURSOS DE 
PRÓPRIOS 
ATIVO PASSIVO 
24 
Podemos tratar o Ativo como toda aplicação de recursos alocadas na Entidade e o Passivo 
como origem destes recursos, podendo ser recursos de terceiros ou próprios. 
 
Na primeira aula apresentamos a estrutura sintética de um Balanço Patrimonial, iremos 
apresentar novamente para poder discorrer didaticamente a proposta desta aula. 
Balanço Patrimonial 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
DisponívelFornecedores 
Caixa Contas a Pagar 
Banco Conta Corrente Salários a Pagar 
Aplicações de Curto Prazo Impostos a Recolher 
Clientes 
Estoques 
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante 
Investimento Financiamentos 
Investimento em Coligada Empréstimos 
Investimento em Controlada 
Permanente 
Móveis e Utensílios Patrimônio Líquido 
Veículos Capital Social 
Equipamentos Reservas 
Imóveis Lucros e\ou Prejuízos Acumulados 
Intángivel 
Marcas e Patentes 
Ativo Total Passivo Total 
 
O Balanço Patrimonial acima é como contabilmente é tratado esta demonstração conforme 
preconiza a norma internacional que o Brasil aderiu, já dito anteriormente o IFRS. 
 
Agora vamos reclassificar este Balanço Patrimonial para dentro de um perfil de Liquidez, ou 
seja queremos sob a ótica de gestão financeira, ou finanças corporativas, tratar este Balanço 
Patrimonial, para isso iremos ajusta-lo, veja como ele ficou: 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Errático Passivo Errático 
Disponível Empréstimos de Curto Prazo 
Caixa Passivo Cíclico (Operacional) 
Banco Conta Corrente Fornecedores 
Aplicações de Curto Prazo Contas a Pagar 
Ativo Cíclico ( Operacional) Salários a Pagar 
Clientes Impostos a Recolher 
Estoques 
Contas Permanentes Contas Permanentes 
Investimento Financiamentos 
Investimento em Coligada Empréstimos 
Investimento em Controlada Capital Social 
Permanente Reservas 
Móveis e Utensílios Lucros e\ou Prejuízos Acumulados 
Veículos 
Equipamentos 
Imóveis 
Intángivel 
Marcas e Patentes 
Ativo Total Passivo Total 
 
Perceba que demos outro tratamento para os grupos do Ativo e do Passivo. No lugar do Ativo 
Circulante temos agora o Ativo Errático que representa o maior grau de liquidez ( Sub grupo 
Disponível) e temos segregado do Ativo Circulante o denominado Ativo Cíclico que é o Ativo 
relacionado com a operação do negócio. O Ativo Não Circulante foi considerado Contas 
Permanentes. 
 
Por outro lado temos o Passivo Errático como sendo toda operação de financiamento de 
Curto Prazo, e os Fornecedores, Contas a pagar, Salários e Impostos como Passivo Operacional, não 
há mais divisão entre Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido, esses dois últimos foram 
aglutinados em Contas Permanentes do Passivo. 
 
Essa reclassificação nos ajudará a entender o aprofundamento que daremos nesta aula 
quanto as análises e decisões financeiras, pois é exatamente que as demonstrações financeiras 
servem para auxiliar na tomada de decisões. 
E quais são estas decisões? Vejamos: 
 
26 
DECISÕES ESTRATÉGICAS 
o Efeitos de longo prazo; 
o Afeta as estruturas de capacidade de competição do negócio; 
o Envolvem muitos recursos; 
o Em geral não se repetem; 
o Ação permanente 
 
DECISÕES OPERACIONAIS E TÁTICAS 
o Efeito no curto prazo; 
o Tendem a se repetir; 
o Decisões Cíclicas; 
o Relacionadas ao ciclo de produção e comercialização; 
 
Vamos agora entender como as decisões estratégicas ou operacionais afetam a gestão 
financeira das Entidades, e partir de agora iremos utilizar nesta segunda aula o Balanço Patrimonial 
Reclassificado já mostrando anteriormente. 
 
Primeiro ponto que iremos abordar será o Capital de Giro, e com certeza você terá uma 
surpresa do que nós analistas e gestores financeiros consideramos como Capital de Giro. Veja o 
esquema abaixo: 
 
Contas 
Estratéticas 
do Passivo + 
Patrimônio 
Líquido
Contas 
Estratéticas 
do Ativo
Capital de 
Giro ( CDG)
27 
 O que são Contas Estratégicas do Ativo e do Passivo? No Ativo são as Contas do Ativo 
Cíclico e Permanente e do Passivo Cíclico mais Contas do Permanente, incluindo o Patrimônio 
Líquido. 
 
Veja no exemplo do Balanço Reclassificado que apresento a seguir: 
 
Ativo Errático 710.000 Passivo Errático 300.000 
Disponível 710.000 Empréstimos de Curto Prazo 300.000 
Caixa 10.000 Passivo Cíclico (Operacional) 255.000 
Banco Conta Corrente 200.000 Fornecedores 15.000 
Aplicações de Curto Prazo 500.000 Contas a Pagar 20.000 
Ativo Cíclico ( Operacional) 7.500.000 Salários a Pagar 95.000 
Clientes 1.000.000 Impostos a Recolher 125.000 
Estoques 6.500.000 
Contas Permanentes 58.500.000 Contas Permanentes 66.155.000 
Investimento 20.000.000 Financiamentos 5.350.000 
Investimento em Coligada 10.000.000 Empréstimos 4.000.000 
Investimento em Controlada 10.000.000 Capital Social 36.000.000 
Permanente 8.500.000 Reservas 15.000.000 
Móveis e Utensílios 500.000 Lucros e\ou Prejuízos Acumulados 5.805.000 
Veículos 500.000 
Equipamentos 2.500.000 
Imóveis 5.000.000 
Intángivel 30.000.000 
Marcas e Patentes 30.000.000 
Ativo Total 66.710.000 Passivo Total 66.710.000 
Balanço Patrimonial
 
 
Veja que as cores no Balanço Patrimonial acima já apontam para uma reconfiguração da 
estrutura de contas que iremos utilizar para fazer a análise do Capital de Giro desta empresa como 
exemplo. Apenas de forma visual utilizando as cores para demarcar a reclassificação utilizada você 
consegue percebe a correlação entre os grupos do Ativo e do Passivo. 
 
Mas vamos continuar de forma gráfica explicando o conceito de Capital de Giro. Veja agora 
com este outro exemplo a seguir: 
 
 
 
 
28 
 
 
Vamos chamar de Ativos Econômicos as aplicações líquidas de Capital próprio. A 
exigibilidade é o Capital de Terceiros e o Patrimônio Líquido é o Capital Próprio da Empresa. 
 
A literatura técnica afirma que a equação que define o Ativo Econômico (AE), tendo a 
seguinte notação: 
𝐴𝐸 = 𝑁𝐶𝐺 + 𝐴𝑃 
Onde 
AE é o Ativo Econômico as aplicações líquidas de Capital próprio da Entidade; 
NCG é a Necessidade de Capital de Giro, também denominada como working capital 
requeriments. A fórmula do NCG é o saldo das contas operacionais entre o Ativo e o Passivo; 
AP é o Ativo Permanente. 
 
Podemos representar graficamente esta nova composição da seguinte maneira: 
 
Aplicações Origens 
NCG 
Exigibilidade (E) 
Capital Próprio (CP) 
AP 
 
Aplicações Origens 
Ativo Econômico (AE) 
Exigibilidade (E) 
Patrimônio Líquido (PL) 
29 
Então na parte do Ativo os seguintes conceitos: Ativo Econômico; Necessidade de Capital de 
Giro e Ativo Permanente. 
 
Agora vamos atentar para o lado do Passivo, vamos entender melhor o E da Exigibilidade. 
A exigibilidade representa é a soma do financiamento de curto e longo prazo . Para encontrar 
o exigível de curto prazo iremos subtrair os financiamentos de curto prazo dos investimentos de 
curto prazo, assim iremos encontrar o denominado saldo de tesouraria, que também é conhecida 
como Capital Líquido ou Liquid Capital. 
 
Então temos que: 
𝐶𝐿 = 𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çõ𝑒𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 − 𝑒𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 
 
Já conhecido e identificado o Capital Líquido (CL), agora precisamos identificar e conceituar 
o Capital de Giro (CDG) que iremos considerar como sendo a diferença das contas de longo prazo 
das fontes de recursos e as aplicações. Podemos então fazer a seguinte notação: 
 
𝐶𝐷𝐺 = 𝑃𝐿 + 𝐸𝐿𝑃 − 𝐴𝑃 
Onde: 
CDG = Capital de Giro; 
PL = Patrimônio Líquido 
ELP = Exigibilidade de Longo Prazo 
AP = Ativo Permanente 
 
Agora que já entendemos os 03 conceitos básicos da estrutura de Liquidez, que são 
(I) o Capital Líquido, 
(II) (II) Necessidade de Giro e 
(III) (III) Capital de Giro, 
 
vamos entender as configurações básicas de Liquidez, que são as seguinte: 
 
(a) Escudo de Liquidez; 
(b) Capital Líquido (CL) como Exigível e(c) Necessidade de Capital de Giro (NCG) como fonte. 
30 
 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ( NCG) COMO FONTE: 
 
Aplicações Origens 
CL 
NCG 
CDG 
 
 A representação gráfica acima representa empresas que tem recebimento de vendas em 
prazos inferiores ao pagamento de fornecedores, desta forma, nesta configuração a demanda por 
capital de giro fica alterada e assim a necessidade de Capital de Giro se torna uma fonte de recursos, 
assim o único demandante por capital é o próprio Capital Líquido. 
 
 Essa configuração apresenta um baixo endividamento e uma elevada capacidade de Liquidez 
por isso se denomina esta configuração escudo de Liquidez. 
 
 CAPITAL LÍQUIDO COMO EXIGÍVEL 
 
Aplicações Origens 
NCG 
CL 
CDG 
 
 O Termo CL como exigível mostra forte restrição de liquidez na empresa, com descasamento 
dos seus fluxos de recebimentos com seus fluxos de pagamentos. O Capital Líquido assume 
31 
juntamente com o CDG a fonte de financiamento do NCG, portanto a condição de fragilidade da 
liquidez da firma será tão pior quanto maior for o valor do CL negativo compondo o Passivo. Pode-
se medir essa fragilidade com o indicador de fragilidade financeira que é a seguinte relação: 
𝐼𝐹𝐹 = 
𝐶𝐿
𝐴𝐸
 
 
Onde: 
IFF = Indice de Fragilidade Financeira 
CL = Capital Líquido 
AE = Ativo Econômico 
 
 CICLO FINANCEIRO E CICLO ECONÔMICO 
O ponto muito importante na gestão financeira é entender o conceito de ciclo financeiro e 
do ciclo econômico. 
 
 Veja abaixo o diagrama dos ciclos financeiros e econômicos: 
 
 ESCUDO DE LIQUIDEZ 
Aplicações Origens 
CL 
CDG 
NCG 
 
 Essa configuração de Liquidez mostra que a Necessidade de Capital de Giro ( NCG) é 
totalmente satisfeita pelo Capital de Giro ( CDG) formando assim um Capital Líquido (CL) positivo, 
mostrando desta forma os Ativos operacionais, líquidos dos passivos são financiados por capital de 
longo prazo. 
 
32 
 Podemos então definir que a relação entre o Capital de Giro e a Necessidade de Giro da 
empresa irá definir o seu perfil de Liquidez. 
 
 
 
 Assim para calcular o Ciclo Financeiro se faz necessário calcular além do Ciclo Econômico 
também o Ciclo Operacional. 
 
 O Calculo do Ciclo Econômico é considerado o prazo médio de estocagem, que vai desde sua 
aquisição até o ato da venda, assim o Ciclo Econômico = Prazo Médio de Estocagem (PME); 
 
 O Calculo do Ciclo Operacional compreende entre a data de compra da mercadoria até o 
recebimento do cliente. Assim se a empresa trabalhar apenas com vendas à vista o seu ciclo 
operacional será igual ao seu ciclo econômico. 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝐶𝐸 + 𝑃𝑀𝐶𝑅 
Onde: 
CE = Ciclo Econômico 
PMCR = Prazo Médio de Contas a Receber 
 O Calculo do Ciclo Financeiro compreende o período de pagamento dos fornecedores e oS 
recebimentos dos clientes, sendo assim sua fórmula: 
 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 = 𝐶𝑂 − 𝑃𝑀𝑃𝐹 
 
33 
Onde: 
CO = Ciclo Operacional 
PMPF – Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores 
 
 Veja que entender os Ciclos que são afeitos as operações da empresa é importante para 
fazer a gestão financeira e compreender os fenômenos das finanças corporativas, por isso que nesta 
segunda aula estamos detalhando alguns indicadores que são mais afeitos ao viés financeiro. 
Mostramos o perfil de liquidez, agora os ciclos financeiros, operacionais e econômicos. Se apropriar 
destes conceitos são fundamentais para uma boa gestão financeira. 
 
DICA: Assista ao vídeo que retrata a importância dos Ciclos Econômico e Financeiro. 
https://youtu.be/OubeVdfQ3WY 
 
 MEDIDAS DE RENTABILIDADE 
 
Estamos per passando pelas diversas formas de medidas de desempenho das Entidades a 
fim de dar um arcabouço técnico – teórico a você aluno para que possa ao longo das próximas aulas 
utilizar destes conceitos e ferramentas para se emponderar das competências e habilidades 
necessárias para realização de análise e gestão financeira das organizações. Agora iremos nos deter 
nas medidas de rentabilidade. 
 
Vamos iniciar por uma Demonstração do Resultado do Exercício ( DRE ) reclassificada. 
 
Receita Bruta Operacional
(-) Deduções
(=) Receita Líquida Operacional
(-) Custos (Antes da Depreciação)
(-) Despesas Operacionais (antes dos Juros)
(=) EBTIDA
(-) Depreciações e Amortizações
(=) EBIT ou Lucro Operacional
(-) Despesas Financeiras
(+) Receitas Financeiras
(=) LAIR - Lucro Antes do Imposto de Renda
(-) Imposto de Renda e CSSL
= Lucro Líquido
Demonstração do Resultado do Exercício
 
https://youtu.be/OubeVdfQ3WY
34 
Com esta DRE reclassificada, que permite ver os resultados parciais antes da apuração do 
lucro líquido, permite verificar cada fase operacional da empresa e onde a sua performance é mais 
comprometida. 
 
Além disso temos também indicadores de rentabilidade que podemos extrair com este 
modelo de DRE reclassificada. 
 
Vejamos os dois indicadores: 
 
(a) Margem Líquida: 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
 
 
(b) Margem de Ebtida: 
𝐸𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
 
 
Com estes dois indicadores supra citados pode-se verificar em percentual quanto de 
lucratividade a empresa está obtendo, Margem Líquida, como também pode se verificar o 
lucratividade operacional utilizando a Margem do Ebtida. 
 
 ENDIVIDAMENTO 
Vamos abordar um importante indicador de endividamento que é denominado Efeito 
Tesoura. O conceito do efeito tesoura é o aumento contínuo e constante da participação dos saldos 
de tesouraria no lado das origens de recursos. 
Temos a seguir uma demonstração figurativa do efeito tesoura: 
 
XO X1 X2 
ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO 
NCG 
T 
NCG 
T 
 
NCG 
T 
CDG 
 
 CDG 
 CDG 
 
Veja que se analisarmos ao longo do tempo o T, que é símbolo do efeito tesoura, vai ao longo 
do tempo aumentando e isso vai mostrando que a empresa está precisando cada vez mais de 
35 
recursos financeiros, Necessidade de Capital de Giro (NCG), em relação ao Capital de Giro ( CDG) 
disponibilizado, assim o Efeito Tesoura mostra o endividamento de curto prazo da empresa. 
Temos assim o calculo do Efeito Tesoura: 𝑇 = 𝑁𝐶𝐺 − 𝐶𝐷𝐺 
 
Veja em forma gráfica abaixo: 
 
 
 Veja que ao longo do Tempo o NCG fica maior que o CDG, e essa diferença negativa 
é o Efeito tesoura, o que implica que a empresa tem alto grau de endividamento e está entrando 
em stress financeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 -
 500
 1.000
 1.500
 2.000
 2.500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Efeito Tesoura
NCG CDG
36 
REFERÊNCIA 
 
Referência Bibliográfica Básica: 
Assaf Neto, Alexandre. Lima, Fabiano Guasti – Curso de Administração Financeira – 3 Edição – São 
Paulo, Atlas, 2014; 
BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Louis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: Teoria 
e Prática. Editoria Atlas, São Paulo. 2001. 
ROSS, Stephen. WESTERFIELD, Randolph W. JAFFE, Jeffrey F. Administração Financeira: Corporate 
Finance. Trad. Antonio Zoratto Sanvicente. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
Bibliografia Complementar: 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003. 
BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Luis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: teoria e 
prática. Trad. Alexandre L. G. Alcântara. São Paulo: Atlas, 2001. 
DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos: ferramentas e técnicas para a determinação 
do valor de qualquer ativo. Trad. Bazán Tecnologia e Lingüística. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Trad. Jean Jacques Salim e João 
Carlos Douat. 7 ed. São Paulo: Harbra, 1997. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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