Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
6 7 Nesta primeira parte da aula 1 iremos revisar sobre as Demonstrações Financeiras e como avaliar as organizações utilizando técnicas de análise das demonstrações financeiras. Podemos entender como está à performance e a saúde das organizações analisando e avaliando suas demonstrações financeiras. Este tópico será apresentando sob os aspectos: (I) de revisão de demonstrações financeiras e (II) as estruturas de resultados. Na seqüência serão apresentados diversos índices utilizados para se avaliar as organizações. 1.1 – Análise das Demonstrações Financeiras Demonstrações Financeiras: Relembrando Conceitos e Aspectos Olá, Seja muito bem-vindo ao nosso espaço de troca de conhecimento! Nessa aula vamos revisar os conceitos e técnicas sobre as demonstrações financeiras, quais as finalidades de cada uma e bem como analisa-las. O fundamental para entendermos sobre as demonstrações financeiras que as mesmas são utilizadas para diminuir assimetria informacional entre os diversos agentes econômicos, quer sejam os sócios; investidores; governo. Fornecedores; trabalhadores; clientes e também o sistema financeiro. 8 Em 2007 foi promulgada a nova lei contábil no Brasil, lei 11.638, o objetivo desta lei foi convergir as normas contábeis nacionais ao padrão internacional do IFRS ( International financial Report Standard), e as grandes novidades introduzidas foram: As Demonstrações financeiras devem seguir os padrões internacionais, mais próximos ao europeu, o padrão IFRS; Em substituição a Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos passou a ser utilizado a Demonstração do Fluxo de Caixa; Foi criada uma nova Demonstração a de Valor Adicionado; A forma de mensuração dos ativos e passivos de longo prazo passaram a ser avaliados a valor presente. A literatura contábil nos ensina que as demonstrações financeiras têm duas funções: o Medir o desempenho dos gestores; o Evidenciar o valor da empresa. Assim, as demonstrações financeiras tanto podem auxiliar os investidores e sócios a verem como os gestores estão administrando ás organizações, bem como auxiliar a avaliarem quanto vale as organizações quando se esperar vender ou comprar participação societária na mesma. DICA: Assista a esse pequeno vídeo para relembrar sobre as Demonstrações: https://youtu.be/q_P4T-sqX_c https://youtu.be/q_P4T-sqX_c 9 Vamos repassar as demonstrações financeiras utilizadas pela contabilidade: Demonstração Finalidade Balanço Patrimonial Demonstração Estática que apresenta a estrutura patrimonial da Entidade. Composto de Ativo e Passivo. O Ativo é apresentado em ordem decrescente de liquidez e o Passivo em ordem decrescente de exigibilidade. O Passivo é composto de Passivo Exigível ( Circulante e Não Circulante) e Não Exigível ( Patrimônio Líquido ) Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração dinâmica que mede a perfomance da Entidade para obtenção de resultado em determinado período de tempo chamado de exercício. Utilizando do regime de Competência confronta as receitas e as despesas do período para identificar se a Entidade obteve Lucro ou Prejuízo Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido Demonstração que detalha as movimentações e alterações ocorridas no Grupo Patrimônio Líquido, quer seja ocorrido de constituição de Reservas, Integralização de Capital ou sua redução, bem como distribuição de Lucros e outros eventos que afetam o Passivo Não Exigível. Demonstração do Valor Adicionado Demonstração que não é obrigatória para todas as Entidades. Mostra a partição realizada em relação a Receita gerada pela Entidade. Mostra o quanto foi direcionado para fornecedores, funcionários, sociedade e para os sócios. É uma Demonstração que visa mostrar o quanto a Entidade agrega para a sociedade. 10 Demonstração do Fluxo de Caixa Única demonstração que utilizada o regime de Caixa e não de Competência. Ela mede a geração de Caixa ou seu consumo em 03 aspectos denominados Atividades. Sendo Atividade Operacional, de Investimento e Financiamento. São permitidos a utilizando de dois modelos o Direto e o Indireto. É sempre bom salientar que para toda Demonstração Financeira se faz obrigatoriamente a constituição de Notas Explicativas, sem pelas quais as Demonstrações ficam incompletas. Você pode está se perguntando qual a necessidade de revemos os conceitos de Demonstrações Financeiras para entender sobre gestão financeira, de fluxo de Caixa, sobre finanças corporativas? Simples. As Demonstrações irão permiti-lo entender melhor a capacidade financeira das Entidades, a capacidade de Liquidez, de Endividamento, de geração de fluxo de Caixa e de resultados, assim é fundamental dominarmos as demonstrações para que estas sejam importantes instrumentos para utilizarmos na gestão financeira das organizações. Vamos recapitular as estruturas de algumas das Demonstrações Financeiras, iniciando pelo Balanço Patrimonial: BALANÇO PATRIMONIAL: O Balanço Patrimonial atende a equação contábil, assim descrita: 𝐴𝑇 − 𝑃𝐸 = 𝑃𝐿 ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO L I Q U I D E Z E X I G I B I L I D A D E ATIVO PASSIVO 11 Onde: AT = Ativo Total composto por Ativo Circulante e Ativo Não Circulante PE = Passivo Exigível composto por Passivo Circulante e Não Circulante PL = Patrimônio Líquido o Passivo Não Exigível Podemos também fazer a seguinte notação: 𝑃𝐿 (𝑅 + 𝐶 + 𝐿𝑃) = 𝐴𝑇(𝐴𝐶 + 𝐴𝑁𝐶) − 𝑃𝐸(𝑃𝐶 + 𝑃𝑁𝐶) Onde: PL = Patrimônio Líquido R= Reservas C= Capital Social LP = Lucro ou Prejuízo AT = Ativo Total AC = Ativo Circulante ANC = Ativo Não Circulante PE = Passivo Exigível PC = Passivo Circulante PNC = Passivo Não Circulante A equação acima é denominada de equilíbrio patrimonial e mostra a estrutura que compõe o patrimonial da Entidade e entender essa estrutura é fundamental para saber onde os recursos da Entidade estão alocados, se sua alocação está melhorando ou prejudicando sua capacidade de Liquidez. O grande desafio da contabilidade é reconhecer, mensurar e evidenciar os fatos econômicos que afetam o patrimônio e para isso utilizam o processo “ Das 03 incertezas” – Primeiro da Existência; Segundo da Probabilidade do Resultado – e por fim o Terceiro Mensuração. 12 Vamos descrever a composição do Ativo: Grupo Composição Ativo Circulante É composto por grupos que se realizam em até 12 meses subseqüentes a posição de encerramento do exercício. O grupo de maior liquidez é o Disponível composto por recursos de liquidez imediata como Caixa, Banco Conta Corrente e Aplicações de Investimento com resgate até 90 dias. Também tem grupo de Estoque, Clientes e outros bens e Direitos de Curto Prazo. Ativo Não Circulante Este grupo se compõe de Ativos de Longo prazo como Investimentos, Ativos Permanentes e Imobilizado Vamos descrever a composição do Passivo: Grupo Composição Passivo Circulante É composto por grupos de exigibilidade que se realizam em até 12 meses, como salários, fornecedores, impostos e financiamentos. Passivo Não Circulante É composto por grupos de exigibilidade que são superiores a 12 meses, como fornecedores e financiamentos por exemplo, sempre avaliados a valor presente. Vamos descrever a composição do Patrimônio Líquido: Grupo Composição Capital Social É o valor integralizado pelos sócios para constituírem a Entidade Reservas São recursos oriundos de Lucros obtidos que não distribuídos aos sócios e que constituem de reservas destinadas a Entidade, podendo ser 13 estabelecidas por lei ( Lei societária 6.404/76, ou por estatuto e acordo de sócios. Lucro ou Prejuízo AcumuladoEsta rubrica representa o saldo de Lucro ou Prejuízo acumulado que não foi distribuído aos sócios em forma de dividendo, ou que não compõe as Reservas. DICA: Esse vídeo irá recapitular sobre Balanço Patrimonial: https://youtu.be/tZl4TNn5vfw DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ( DRE ): A Demonstração do Resultado do Exercício pode ser apresentada tanto pelo método de Função ou de Natureza, sendo essa última a habitualmente mais utilizada pelas grandes organizações. A Demonstração do Resultado do Exercício apurada pela função de Natureza permite extrair diversas informações importantes para tomadas de decisões táticas e estratégica para as organizações. Vamos apresentar de forma resumida o quadro da Demonstração do Resultado do Exercício. DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO Receita Bruta (-) Deduções (-) IPI (-) ICMS (=) Receita Líquida (-) CMV (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais -de vendas https://youtu.be/tZl4TNn5vfw 14 -Administrativas -Financeiras -Receitas financeiras (=) Lucro Operacional (+) Receitas Não Operacionais (=) Lucro Antes Imposto de Renda (LAIR) (-) Contribuição social (-) Imposto de renda (=) Lucro depois Imposto de Renda (LDIR) (-) Participação dos Administradores (=) Lucro Liquido A Demonstração do Resultado do Exercício não mede quanto a Entidade obteve de recursos financeiros ( Fluxo de Caixa), mas sim qual foi o seu resultado econômico ( lucro ou prejuízo), pois ela não compara os recebimentos x os desembolsos financeiros, mas sim compara a receita gerada com os custos e as despesas contraídas para garantirem essa receita. A DRE faz essa comparação de receitas x despesas usando o método de Regime de Competência. DICA: Assista ao vídeo do link informado e relembre em maiores detalhes sobre REGIME DE COMPETÊNCIA X REGIME DE CAIXA. Escolhi este vídeo porque ele está vinculado a questão de concurso público. ] https://www.youtube.com/watch?v=UtCMEufEdxs Ao analisarmos a DRE de forma vertical, de cima para baixo, podemos ao longo dela verificar quais fatores estão mais consumido parte da Receita, como por exemplo a política comercial de descontos e bonificações? Se existe muitas vendas canceladas, qual o % do custo está comprometendo o lucro e assim por diante. Essa capacidade de ler e interpretar as informações geradas pelas as demonstrações financeiras será fundamental para fazer a gestão financeiras organizações. https://www.youtube.com/watch?v=UtCMEufEdxs 15 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ( DFC ): A DFC foi introduzida no Brasil pela lei 11.638 de 2007. A DFC substituiu a DOAR, Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos. O objetivo da Demonstração de Fluxo de Caixa é demonstrar as entradas de recursos financeiros e a saída dos mesmos, sendo que categoria estas operações por atividades, sendo operacionais, de financiamento e investimentos. A Demonstração de Fluxo de Caixa tem dois modelos aceitos, sendo o método Direto e o Método Indireto. A DFC é a única Demonstração que adota o Regime de Caixa e não o de Competência. Vamos demonstrar abaixo os dois modelos utilizados para elaborar a DFC: Método Direto Atividades Operacionais (+) Recebimento de Clientes (-) Pagamento de Contas (-) Pagamento de Despesas Operacionais (-) Pagamento de Impostos Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Atividades de Financiamentos (+ ou -) Novos Empréstimos de Curto e Longo Prazos (+) Aumento de Capital (-) Despesas Financeiras (-) Pagamentos de Dividendos Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos Atividades de Financiamentos (+ ou -) Aquisição de Investimentos (+ ou -) Outros Investimentos Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos (+ ou -) Caixa Inicial Resultado do Caixa Final 16 O modelo mais utilizado é o Método Indireto pois permite identificar a contribuição do Lucro obtido e apurado na DRE com os valores apurados no grupo Disponível do Ativo Circulante. Veja que a grande diferença entre o Método Direto e Indireto está justamente na atividade operacional que inicia não com os recebimentos, mas sim com o Lucro ou Prejuízo apurado e tem as contas de “ajustes” e de variações obtidas no Capital de Giro. DICA: Assista vídeo sobre DFC: https://youtu.be/61hfhj8zyto e relembre os detalhes da estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa, e lembre-se entender a movimentação de entradas e saídas de recursos pelas atividades é fundamental para entender se a geração de fluxo de caixa é estrutural ou apenas conjuntural! https://youtu.be/61hfhj8zyto 17 RESUMO o As Demonstrações Contábeis foram alteradas no Brasil pela lei 11.638/2007; o Temos 05 Demonstrações: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido; Demonstração do Fluxo de Caixa. Demonstração do Valor Adicionado (Não aplicado a todas as entidades); o As Demonstrações têm que ter necessariamente Notas Explicativas; o Com as Demonstrações é possível entender e obter informações para tomadas de decisões estratégicas e táticas; o Todas as Demonstrações, a exceção da Demonstração de Fluxo de Caixa, são elaboradas pelo regime de Competência; o Das Demonstrações podemos extrair indicadores e índices que irão subsidiar a gestão financeira das organizações; o Entender como se reconhece, mensura e são evidenciados os fatos contábeis e econômicos nas demonstrações é fundamental para entender as informações e resultados gerados pelos mesmos. APRENDA ENQUANTO COME PIPOCA! No documentário Inside Job – A verdade da Crise, realiza diversas entrevistas mostrando se poderia ter sido evitada a crise na bolsa americana de 2008 que trouxe efeitos nefastos em escala mundial. A crise do subprime se deu exatamente por ações de ajustes por parte das instituições financeiras no critério de classificação e de liquidez das suas carteiras de empréstimos imobiliárias. Esses “ajustes” de classificação afetavam diretamente a forma como a contabilidade reconhecia, mensurava e evidenciava suas informações para os investidores, acionistas e mercado. Click no link abaixo e assista ao documentário e depois responda a algumas reflexões que irei propor: https://youtu.be/YamDhfIi6Hs https://youtu.be/YamDhfIi6Hs 18 REFERÊNCIAS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BÁSICA: Assaf Neto, Alexandre. Lima, Fabiano Guasti – Curso de Administração Financeira – 3 Edição – São Paulo, Atlas, 2014; BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Louis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: Teoria e Prática. Editoria Atlas, São Paulo. 2001. ROSS, Stephen. WESTERFIELD, Randolph W. JAFFE, Jeffrey F. Administração Financeira: Corporate Finance. Trad. Antonio Zoratto Sanvicente. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003. BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Luis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: teoria e prática. Trad. Alexandre L. G. Alcântara. São Paulo: Atlas, 2001. DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos: ferramentas e técnicas para a determinação do valor de qualquer ativo. Trad. Bazán Tecnologia e Lingüística. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Trad. Jean Jacques Salim e João Carlos Douat. 7 ed. São Paulo: Harbra, 1997. 19 1.2 – Estrutura de Resultados Estrutura de Resultados: Principais Indicadores Olá, seja novamente bem vindo! Estamos agora na segunda parte da aula 1. Você relembrou na primeira parte desta aula as 05 Demonstrações financeiras que utilizamos no Brasil emdecorrência da convergência ao IFRS ( International Financinal Report Standart ) a partir da entrada em vigor em 2007 da lei 11.638. Agora nesta segunda parte vamos correlacionar as demonstrações com os principais conceitos de índices e indicadores que podem ser extrair delas e que são extremamente úteis para os analistas e gestores financeiros. No entendimento de Assaf Neto1 “a análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo do desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual e produzir resultados para previsão de tendências futuras”. Existem outros modelos para avaliação de uma Entidade, entretanto a análise por índices é amplamente utilizada no mercado. Vamos retratar os aspectos conceitos de alguns dos principais índices. Elaboramos um quadro sintético dos índices que iremos retratar nesta segunda parte da primeira aula, veja abaixo: Índice Objetivo Memória de Calculo Análise Horizontal ( AH ) Analisar a evolução das rubricas de cada demonstração financeira dentro de uma série temporal 𝐴𝐻 = 𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑋 𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝐴𝑛𝑜 𝐵𝑎𝑠𝑒 Análise Vertical (AV) É uma análise comparativa entre valores relacionáveis e identificáveis dentro de uma mesma demonstração financeira 𝐴𝑉 = 𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑅𝑒𝑙𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑅𝑢𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑅𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 20 Liquidez Corrente (LC) Mede a relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante 𝐿𝐶 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Liquidez Seca (LS) Mede a relação entre os Ativos Circulantes de maior liquidez como o sub Grupo Disponível, Valores a Receber e aplicações financeiras resgatáveis em até 90 dias com o Passivo Circulante LS = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒−𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠−𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Liquidez Imediata ( LI ) Mede a relação entre o sub grupo Disponível do Ativo Circulante com o Passivo Circulante LI = 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 Liquidez Geral ( LG ) Mede a relação entre o Ativo Total e o Passivo Exigível, excluindo o Patrimônio Líquido, também conhecido como índice de Solvência LG = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 No quadro abaixo iremos continuar a apresentação dos indicadores, entretanto esses agora estão relacionados a atividade do ciclo operacional da Entidade. Índice Objetivo Memória de Calculo Prazo Médio de Estocagem ( PME) Mostra o tempo médio para a renovação dos estoques da empresa em decorrência de suas vendas 𝑃𝑀𝐸 = 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑥 360 Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF) Mostra o tempo médio em que a Entidade posterga em pagar suas dívidas junto aos seus fornecedores 𝑃𝑀𝑃𝐹 = 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑟 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 ( 𝑀é𝑑𝑖𝑎) 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑥 360 21 Prazo Médio de Cobrança (PMC) Mostra o tempo médio em que a empresa leva para receber créditos relativos as suas vendas á prazo PMC = Valores a Receber de Vendas a Prazo (Média) 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 No próximo quadro iremos apresentar os indicadores relacionados ao endividamento e a estrutura das fontes dos recursos financeiros. Índice Objetivo Memória de Calculo Relação de Capital de Terceiros sobre Capital Próprio (CT/CP) Mostra o nível de participação de endividamento, capital de terceiros, com relação ao Capital Próprio, Patrimônio Líquido. CT/CP = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 Relação de Capital de Terceiros sobre Ativo Total (CT/AT) Denominado dependência financeira mostra o quanto os Ativos da Entidade estão sendo financiados por Capital de Terceiros 𝐶𝑇 𝐴𝑇 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Imobilização de Recursos Permanentes ( IRP) Revela a relação de recursos de terceiros que estão imobilizados na Entidade 𝐼𝑅𝑃 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 Vamos apresentar agora, no próximo quadro, os indicadores de Rentabilidade, vejamos: Índice Objetivo Memória de Calculo Retorno sobre o Ativo (ROA) Mostra o retorno do investimento gerado pelos Ativos da Entida ROA = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀é𝑑𝑖𝑜 Retorno sobre o Investimento (ROI) Mostra o retorno total dos recursos aplicados pelos acionistas ROI = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) Mede o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários 𝑅𝑂𝐸 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 22 Margem Operacional Mede a rentabilidade obtida pela lucratividade relacionada entre o Lucro Operacional e as Vendas Líquidas 𝑀0 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Margem Líquida Mede a rentabilidade obtida pela lucratividade relacionada entre o Lucro Líquido e as Vendas Líquidas 𝑀𝐿 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Podemos sintetizar os indicadores nos seguinte quadro resumo: APRENDA ENQUANTO COME PIPOCA! No filme Too big to fail ( grande demais para quebrar) temos relatos bem didáticos sobre assuntos espinhos e ásperos relacionados a gestão financeira e o entendimento de como a manipulação de informações afetam a todos. O link: https://youtu.be/45MrjsA0oyU te levará gratuitamente ao filme assista com um olhar não de mero expectador, mas já com um olhar buscando entender os conceitos financeiros. Esrutura de Liquidez Estrutura de atividade Estrutura de Endividamento Estrutura de Rentabilidade https://youtu.be/45MrjsA0oyU 23 1.3 - Aplicação Prática dos Indicadores na gestão financeira ANÁLISE FINANCEIRA DAS EMPRESAS Olá, que bom que você chegou até esta aula! Vimos até agora a importância do analista e gestor financeiro entender e conhecer as estruturas das demonstrações financeiras bem como revisar e conhecer os índices e indicadores que podemos extrair das demonstrações financeiras. Agora chegou o momento de relacionarmos melhor com estes indicadores, sendo práticos nas simulações de casos propostos e já preparando você para os próximos desafios que viram nas demais aulas deste módulo. Nesta aula iremos abordar 04 pontos fundamentais: (I) Análise da Liquidez; (II) Detalhamento do Ciclo Financeiro; (III) Análise da Lucratividade e da Rentabilidade e por fim (IV) Análise do Endividamento. Nas aulas seguintes deste módulo teremos um momento para discutirmos gerenciamento financeiro baseado em valor, o que nesta segunda aula não será nosso objetivo. Apresentei para você na primeira aula que o Balanço Patrimonial é composto pela seguinte equação patrimonial: 𝐴𝑇 − 𝑃𝐸 = 𝑃𝐿 Nesta equação também conhecida como equilíbrio patrimonial temos que a diferença do Ativo Total ( AT) para o Passivo Exivígel ( PE ) sempre será o Patrimônio Líquido ( PL ). Agora podemos também redesenhar a equação para a seguinte configuração: APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGEM DE RECURSOS DE TERCEIROS ORIGEM DE RECURSOS DE PRÓPRIOS ATIVO PASSIVO 24 Podemos tratar o Ativo como toda aplicação de recursos alocadas na Entidade e o Passivo como origem destes recursos, podendo ser recursos de terceiros ou próprios. Na primeira aula apresentamos a estrutura sintética de um Balanço Patrimonial, iremos apresentar novamente para poder discorrer didaticamente a proposta desta aula. Balanço Patrimonial Ativo Circulante Passivo Circulante DisponívelFornecedores Caixa Contas a Pagar Banco Conta Corrente Salários a Pagar Aplicações de Curto Prazo Impostos a Recolher Clientes Estoques Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante Investimento Financiamentos Investimento em Coligada Empréstimos Investimento em Controlada Permanente Móveis e Utensílios Patrimônio Líquido Veículos Capital Social Equipamentos Reservas Imóveis Lucros e\ou Prejuízos Acumulados Intángivel Marcas e Patentes Ativo Total Passivo Total O Balanço Patrimonial acima é como contabilmente é tratado esta demonstração conforme preconiza a norma internacional que o Brasil aderiu, já dito anteriormente o IFRS. Agora vamos reclassificar este Balanço Patrimonial para dentro de um perfil de Liquidez, ou seja queremos sob a ótica de gestão financeira, ou finanças corporativas, tratar este Balanço Patrimonial, para isso iremos ajusta-lo, veja como ele ficou: 25 Balanço Patrimonial Ativo Errático Passivo Errático Disponível Empréstimos de Curto Prazo Caixa Passivo Cíclico (Operacional) Banco Conta Corrente Fornecedores Aplicações de Curto Prazo Contas a Pagar Ativo Cíclico ( Operacional) Salários a Pagar Clientes Impostos a Recolher Estoques Contas Permanentes Contas Permanentes Investimento Financiamentos Investimento em Coligada Empréstimos Investimento em Controlada Capital Social Permanente Reservas Móveis e Utensílios Lucros e\ou Prejuízos Acumulados Veículos Equipamentos Imóveis Intángivel Marcas e Patentes Ativo Total Passivo Total Perceba que demos outro tratamento para os grupos do Ativo e do Passivo. No lugar do Ativo Circulante temos agora o Ativo Errático que representa o maior grau de liquidez ( Sub grupo Disponível) e temos segregado do Ativo Circulante o denominado Ativo Cíclico que é o Ativo relacionado com a operação do negócio. O Ativo Não Circulante foi considerado Contas Permanentes. Por outro lado temos o Passivo Errático como sendo toda operação de financiamento de Curto Prazo, e os Fornecedores, Contas a pagar, Salários e Impostos como Passivo Operacional, não há mais divisão entre Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido, esses dois últimos foram aglutinados em Contas Permanentes do Passivo. Essa reclassificação nos ajudará a entender o aprofundamento que daremos nesta aula quanto as análises e decisões financeiras, pois é exatamente que as demonstrações financeiras servem para auxiliar na tomada de decisões. E quais são estas decisões? Vejamos: 26 DECISÕES ESTRATÉGICAS o Efeitos de longo prazo; o Afeta as estruturas de capacidade de competição do negócio; o Envolvem muitos recursos; o Em geral não se repetem; o Ação permanente DECISÕES OPERACIONAIS E TÁTICAS o Efeito no curto prazo; o Tendem a se repetir; o Decisões Cíclicas; o Relacionadas ao ciclo de produção e comercialização; Vamos agora entender como as decisões estratégicas ou operacionais afetam a gestão financeira das Entidades, e partir de agora iremos utilizar nesta segunda aula o Balanço Patrimonial Reclassificado já mostrando anteriormente. Primeiro ponto que iremos abordar será o Capital de Giro, e com certeza você terá uma surpresa do que nós analistas e gestores financeiros consideramos como Capital de Giro. Veja o esquema abaixo: Contas Estratéticas do Passivo + Patrimônio Líquido Contas Estratéticas do Ativo Capital de Giro ( CDG) 27 O que são Contas Estratégicas do Ativo e do Passivo? No Ativo são as Contas do Ativo Cíclico e Permanente e do Passivo Cíclico mais Contas do Permanente, incluindo o Patrimônio Líquido. Veja no exemplo do Balanço Reclassificado que apresento a seguir: Ativo Errático 710.000 Passivo Errático 300.000 Disponível 710.000 Empréstimos de Curto Prazo 300.000 Caixa 10.000 Passivo Cíclico (Operacional) 255.000 Banco Conta Corrente 200.000 Fornecedores 15.000 Aplicações de Curto Prazo 500.000 Contas a Pagar 20.000 Ativo Cíclico ( Operacional) 7.500.000 Salários a Pagar 95.000 Clientes 1.000.000 Impostos a Recolher 125.000 Estoques 6.500.000 Contas Permanentes 58.500.000 Contas Permanentes 66.155.000 Investimento 20.000.000 Financiamentos 5.350.000 Investimento em Coligada 10.000.000 Empréstimos 4.000.000 Investimento em Controlada 10.000.000 Capital Social 36.000.000 Permanente 8.500.000 Reservas 15.000.000 Móveis e Utensílios 500.000 Lucros e\ou Prejuízos Acumulados 5.805.000 Veículos 500.000 Equipamentos 2.500.000 Imóveis 5.000.000 Intángivel 30.000.000 Marcas e Patentes 30.000.000 Ativo Total 66.710.000 Passivo Total 66.710.000 Balanço Patrimonial Veja que as cores no Balanço Patrimonial acima já apontam para uma reconfiguração da estrutura de contas que iremos utilizar para fazer a análise do Capital de Giro desta empresa como exemplo. Apenas de forma visual utilizando as cores para demarcar a reclassificação utilizada você consegue percebe a correlação entre os grupos do Ativo e do Passivo. Mas vamos continuar de forma gráfica explicando o conceito de Capital de Giro. Veja agora com este outro exemplo a seguir: 28 Vamos chamar de Ativos Econômicos as aplicações líquidas de Capital próprio. A exigibilidade é o Capital de Terceiros e o Patrimônio Líquido é o Capital Próprio da Empresa. A literatura técnica afirma que a equação que define o Ativo Econômico (AE), tendo a seguinte notação: 𝐴𝐸 = 𝑁𝐶𝐺 + 𝐴𝑃 Onde AE é o Ativo Econômico as aplicações líquidas de Capital próprio da Entidade; NCG é a Necessidade de Capital de Giro, também denominada como working capital requeriments. A fórmula do NCG é o saldo das contas operacionais entre o Ativo e o Passivo; AP é o Ativo Permanente. Podemos representar graficamente esta nova composição da seguinte maneira: Aplicações Origens NCG Exigibilidade (E) Capital Próprio (CP) AP Aplicações Origens Ativo Econômico (AE) Exigibilidade (E) Patrimônio Líquido (PL) 29 Então na parte do Ativo os seguintes conceitos: Ativo Econômico; Necessidade de Capital de Giro e Ativo Permanente. Agora vamos atentar para o lado do Passivo, vamos entender melhor o E da Exigibilidade. A exigibilidade representa é a soma do financiamento de curto e longo prazo . Para encontrar o exigível de curto prazo iremos subtrair os financiamentos de curto prazo dos investimentos de curto prazo, assim iremos encontrar o denominado saldo de tesouraria, que também é conhecida como Capital Líquido ou Liquid Capital. Então temos que: 𝐶𝐿 = 𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çõ𝑒𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 − 𝑒𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 Já conhecido e identificado o Capital Líquido (CL), agora precisamos identificar e conceituar o Capital de Giro (CDG) que iremos considerar como sendo a diferença das contas de longo prazo das fontes de recursos e as aplicações. Podemos então fazer a seguinte notação: 𝐶𝐷𝐺 = 𝑃𝐿 + 𝐸𝐿𝑃 − 𝐴𝑃 Onde: CDG = Capital de Giro; PL = Patrimônio Líquido ELP = Exigibilidade de Longo Prazo AP = Ativo Permanente Agora que já entendemos os 03 conceitos básicos da estrutura de Liquidez, que são (I) o Capital Líquido, (II) (II) Necessidade de Giro e (III) (III) Capital de Giro, vamos entender as configurações básicas de Liquidez, que são as seguinte: (a) Escudo de Liquidez; (b) Capital Líquido (CL) como Exigível e(c) Necessidade de Capital de Giro (NCG) como fonte. 30 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ( NCG) COMO FONTE: Aplicações Origens CL NCG CDG A representação gráfica acima representa empresas que tem recebimento de vendas em prazos inferiores ao pagamento de fornecedores, desta forma, nesta configuração a demanda por capital de giro fica alterada e assim a necessidade de Capital de Giro se torna uma fonte de recursos, assim o único demandante por capital é o próprio Capital Líquido. Essa configuração apresenta um baixo endividamento e uma elevada capacidade de Liquidez por isso se denomina esta configuração escudo de Liquidez. CAPITAL LÍQUIDO COMO EXIGÍVEL Aplicações Origens NCG CL CDG O Termo CL como exigível mostra forte restrição de liquidez na empresa, com descasamento dos seus fluxos de recebimentos com seus fluxos de pagamentos. O Capital Líquido assume 31 juntamente com o CDG a fonte de financiamento do NCG, portanto a condição de fragilidade da liquidez da firma será tão pior quanto maior for o valor do CL negativo compondo o Passivo. Pode- se medir essa fragilidade com o indicador de fragilidade financeira que é a seguinte relação: 𝐼𝐹𝐹 = 𝐶𝐿 𝐴𝐸 Onde: IFF = Indice de Fragilidade Financeira CL = Capital Líquido AE = Ativo Econômico CICLO FINANCEIRO E CICLO ECONÔMICO O ponto muito importante na gestão financeira é entender o conceito de ciclo financeiro e do ciclo econômico. Veja abaixo o diagrama dos ciclos financeiros e econômicos: ESCUDO DE LIQUIDEZ Aplicações Origens CL CDG NCG Essa configuração de Liquidez mostra que a Necessidade de Capital de Giro ( NCG) é totalmente satisfeita pelo Capital de Giro ( CDG) formando assim um Capital Líquido (CL) positivo, mostrando desta forma os Ativos operacionais, líquidos dos passivos são financiados por capital de longo prazo. 32 Podemos então definir que a relação entre o Capital de Giro e a Necessidade de Giro da empresa irá definir o seu perfil de Liquidez. Assim para calcular o Ciclo Financeiro se faz necessário calcular além do Ciclo Econômico também o Ciclo Operacional. O Calculo do Ciclo Econômico é considerado o prazo médio de estocagem, que vai desde sua aquisição até o ato da venda, assim o Ciclo Econômico = Prazo Médio de Estocagem (PME); O Calculo do Ciclo Operacional compreende entre a data de compra da mercadoria até o recebimento do cliente. Assim se a empresa trabalhar apenas com vendas à vista o seu ciclo operacional será igual ao seu ciclo econômico. 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝐶𝐸 + 𝑃𝑀𝐶𝑅 Onde: CE = Ciclo Econômico PMCR = Prazo Médio de Contas a Receber O Calculo do Ciclo Financeiro compreende o período de pagamento dos fornecedores e oS recebimentos dos clientes, sendo assim sua fórmula: 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 = 𝐶𝑂 − 𝑃𝑀𝑃𝐹 33 Onde: CO = Ciclo Operacional PMPF – Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores Veja que entender os Ciclos que são afeitos as operações da empresa é importante para fazer a gestão financeira e compreender os fenômenos das finanças corporativas, por isso que nesta segunda aula estamos detalhando alguns indicadores que são mais afeitos ao viés financeiro. Mostramos o perfil de liquidez, agora os ciclos financeiros, operacionais e econômicos. Se apropriar destes conceitos são fundamentais para uma boa gestão financeira. DICA: Assista ao vídeo que retrata a importância dos Ciclos Econômico e Financeiro. https://youtu.be/OubeVdfQ3WY MEDIDAS DE RENTABILIDADE Estamos per passando pelas diversas formas de medidas de desempenho das Entidades a fim de dar um arcabouço técnico – teórico a você aluno para que possa ao longo das próximas aulas utilizar destes conceitos e ferramentas para se emponderar das competências e habilidades necessárias para realização de análise e gestão financeira das organizações. Agora iremos nos deter nas medidas de rentabilidade. Vamos iniciar por uma Demonstração do Resultado do Exercício ( DRE ) reclassificada. Receita Bruta Operacional (-) Deduções (=) Receita Líquida Operacional (-) Custos (Antes da Depreciação) (-) Despesas Operacionais (antes dos Juros) (=) EBTIDA (-) Depreciações e Amortizações (=) EBIT ou Lucro Operacional (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (=) LAIR - Lucro Antes do Imposto de Renda (-) Imposto de Renda e CSSL = Lucro Líquido Demonstração do Resultado do Exercício https://youtu.be/OubeVdfQ3WY 34 Com esta DRE reclassificada, que permite ver os resultados parciais antes da apuração do lucro líquido, permite verificar cada fase operacional da empresa e onde a sua performance é mais comprometida. Além disso temos também indicadores de rentabilidade que podemos extrair com este modelo de DRE reclassificada. Vejamos os dois indicadores: (a) Margem Líquida: 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (b) Margem de Ebtida: 𝐸𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 Com estes dois indicadores supra citados pode-se verificar em percentual quanto de lucratividade a empresa está obtendo, Margem Líquida, como também pode se verificar o lucratividade operacional utilizando a Margem do Ebtida. ENDIVIDAMENTO Vamos abordar um importante indicador de endividamento que é denominado Efeito Tesoura. O conceito do efeito tesoura é o aumento contínuo e constante da participação dos saldos de tesouraria no lado das origens de recursos. Temos a seguir uma demonstração figurativa do efeito tesoura: XO X1 X2 ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO NCG T NCG T NCG T CDG CDG CDG Veja que se analisarmos ao longo do tempo o T, que é símbolo do efeito tesoura, vai ao longo do tempo aumentando e isso vai mostrando que a empresa está precisando cada vez mais de 35 recursos financeiros, Necessidade de Capital de Giro (NCG), em relação ao Capital de Giro ( CDG) disponibilizado, assim o Efeito Tesoura mostra o endividamento de curto prazo da empresa. Temos assim o calculo do Efeito Tesoura: 𝑇 = 𝑁𝐶𝐺 − 𝐶𝐷𝐺 Veja em forma gráfica abaixo: Veja que ao longo do Tempo o NCG fica maior que o CDG, e essa diferença negativa é o Efeito tesoura, o que implica que a empresa tem alto grau de endividamento e está entrando em stress financeiro. - 500 1.000 1.500 2.000 2.500 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Efeito Tesoura NCG CDG 36 REFERÊNCIA Referência Bibliográfica Básica: Assaf Neto, Alexandre. Lima, Fabiano Guasti – Curso de Administração Financeira – 3 Edição – São Paulo, Atlas, 2014; BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Louis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: Teoria e Prática. Editoria Atlas, São Paulo. 2001. ROSS, Stephen. WESTERFIELD, Randolph W. JAFFE, Jeffrey F. Administração Financeira: Corporate Finance. Trad. Antonio Zoratto Sanvicente. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. Bibliografia Complementar: ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003. BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Luis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira: teoria e prática. Trad. Alexandre L. G. Alcântara. São Paulo: Atlas, 2001. DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos: ferramentas e técnicas para a determinação do valor de qualquer ativo. Trad. Bazán Tecnologia e Lingüística. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Trad. Jean Jacques Salim e João Carlos Douat. 7 ed. São Paulo: Harbra, 1997. 37
Compartilhar