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PARASITOSE (2)

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS PARASITOSES
Ludmyla Lene Souza Cruz¹ Francisco Handson Costa Coelho²
RESUMO
O presente trabalho de pesquisa bibliográfica, teve como principal objetivo enfatizar alguns tipos de parasitas que afetam a população brasileira e mundial. Tendo em vista o panorama das parasitoses no mundo, torna-se relevante a criação e implementação de medidas de controle dessas parasitoses. A educação em saúde mostra-se ferramenta fundamental, tendo em vista que o conhecimento compartilhado pode disseminar hábitos de promoção e prevenção. Este estudo objetivou avaliar a frequência de parasitoses e realizar práticas de educação em saúde com a sociedade em geral. Estudar parasitologia é bastante instigante. Entender a ecologia do parasito na relação parasito-hospedeiro e como os sintomas são gerados. Entender como parasito e hospedeiro interagem mantendo o ciclo de vida do parasito. E, então, a partir daí, buscar intervir para quebrar a cadeia de transmissão e garantir a qualidade de vida do hospedeiro.
Palavras – chaves: Pesquisa. População. Parasitoses. Educação. Saúde
ABSTRACT
The present work of bibliographic research, had as main objective to emphasize some types of parasites that affect the Brazilian and world population. In view of the panorama of parasites in the world, it is relevant to create and implement measures to control these parasites. Health education proves to be a fundamental tool, given that shared knowledge can disseminate habits of promotion and prevention. This study aimed to assess the frequency of parasitosis and carry out health education practices with society in general. Studying parasitology is quite exciting. Understand the ecology of the parasite in the host-parasite relationship and how symptoms are generated. Understand how the parasite and host interact while maintaining the parasite's life cycle. And then, from there, seek to intervene to break the transmission chain and guarantee the host's quality of life.
Keywords: Research. Population. Parasitoses. Education. Cheers
¹Graduanda em Biomedicina – Facimp Wyden – ludmylacruz23@hotmail.com
²Farmacêutico generalista. – Facimp Wyden – Francisco.coelho@facimp.edu.br
1 INTRODUÇÃO
Hoje em dia, o Brasil, mesmo sendo um país evoluído em sociedade e ainda, haver muitos estudos, teses e livros que falem sobre o meio ambiente e consequências do mal uso deste meio pelos seres humanos que o habitam, observa-se um enorme balanço igualitário, clínico, e de cultura, que se mantem devido a fatos históricos sobre a formação social onde uns são submissos e outros, alienados. A existência é um círculo ativo e dinâmico entre as mais variadas espécies, procurando a continuação e a sustentação de cada uma. Para que haja o entendimento desse cenário é necessário pensar no ser humano como uma espécie comum e não superior. Nessa analogia entre espécies e o adjacente ao ambiente é que se inserem as discussões e os pensamentos na busca da evolução do saber sobre a parasitologia.
Entende-se parasitologia pelo estudo dos parasitas ou das doenças parasitárias, procedimentos de análises e influência de doenças por meio das parasitoses. Segundo Marília Varela “Na maioria dos casos um organismo (o hospedeiro) passa a constituir o meio ecológico onde vive o outro (o parasita)”. Esses parasitas estão relacionados à vida e, dessa forma, carecem ser experimentados incluídos numa visão ampla, tanto ambiental quanto social. Além do mais, humanos e demais seres viventes da natureza, tem seus aspectos positivos e negativos. Isso advém da antiguidade, nas primeiras relações entre os dominadores e os dominados. Contudo, para que haja uma estabilização dinâmica é de suma importância que o discernimento e o entusiasmo de adquirir cultura enfatizando os valores positivos em uma sociedade sejam destacados para se ter um equilíbrio das enfermidades causados por determinados parasitas.
Neste artigo iremos elencar bibliografias que discorrem acerca do conceito, da análise epidemiológica, como evoluiu, quais as estatísticas de casos, quais os fatores que determinam o aumento ou a diminuição da proliferação das parasitoses malária, tricomonas, giardia, áscaris, amebas e leishmania, bem como incluir dados históricos e a relação entre saúde pública e educação e quais medidas cabíveis tomadas para o controle e/ou amenização do quadro de casos no Brasil.
2 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
Entendendo a epidemiologia como ciência que pesquisa a classificação de doenças ou males, bem como o que determina em meio a população humana, onde tais determinantes são
 (
10
)
versados como fatores que põem em risco a saúde, é que se fará a análise epidemiológica das parasitoses malária, tricomonas, giardia, amebas, áscaris e leishmania . Segundo Varela
O universo dos parasitos de importância humana inclui protozoários, helmintos e ectoparasitos. Entre os protozoários temos: amebas, giárdia, tricomonas, tripanossoma, leishmania, plasmódio e toxoplasma. Entre os helmintos, por sua vez, encontramos o esquistossomo e as tênias, como representantes dos platelmintos, áscaris, ancilostomídeos, estrongiloides, tricuros, oxiúros e filária linfática, como representantes dos nematódeos. Entre os ectoparasitos encontramos representantes dos artrópodes (insetos, ácaros, por exemplo) e até anelídeos (hirudíneos).
Essa ciência também considera aspectos fisiológicos e sociais, objetivando requerer a saúde através da atenção de doenças em grupos que habitam em uma área geográfica definitiva (país, estado, bairro...), os sujeitos de alguma faixa etária, os profissionais que exercem um ofício, ou seja, indivíduos que constituíram ou se encontram expostos a determinados fatores de riscos particulares. Além disso, entender como é o mundo dos parasitos
2.1 MALÁRIA
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma no caso de uma nova infecção. No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma letalidade mais elevada que na região Amazônica.
A malária não é uma doença contagiosa. Uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa, é necessária a participação de um vetor, que no caso é a fêmea do mosquito Anopheles (mosquito prego), infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, porém em menor quantidade.
2.1.1 Sintomas
Os sintomas da malária são:
· febre alta;
· calafrios;
· tremores;
· sudorese;
· dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.
· prostração;
· alteração da consciência;
· dispnéia ou hiperventilação;
· convulsões;
· hipotensão arterial ou choque;
· hemorragias.
2.1.2 Tratamento
No geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato. O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante, a idade do paciente, condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde, além da gravidade da doença.
2.1.3 Prevenção
Entre as principais medidas de prevenção individual da malária estão:
· uso de mosquiteiros;
· roupas que protejam pernas e braços;
· telas em portas e janelas;
· uso de repelentes;
· borrifação intradomiciliar;
· uso de mosquiteiros;
· drenagem;
· pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor;
· aterro;
· limpeza das margensdos criadouros;
· modificação do fluxo da água;
· controle da vegetação aquática;
· melhoramento da moradia e das condições de trabalho;
· uso racional da terra.
Não existe vacina contra a malária. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação.
2.1.4 Dados Epidemiológicos
O número de casos de malária ao redor do mundo parou de cair após alguns anos seguidos de declínio: é o que mostra o relatório anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado nesta segunda-feira (19) em Maputo, capital de Moçambique. Em 2017, foram registrados 219 milhões de casos da doença, comparados a 217 milhões em 2016.
Desde 2010, a quantidade de pessoas que contraíram malária no mundo vinha caindo: de 239 milhões, naquele ano, para 214 milhões, em 2015. Apesar da queda do ano passado em relação ao início da década, a OMS afirmou, no relatório, que "não houve progresso significativo em reduzir a incidência da malária, globalmente, nesse período de tempo".
Os novos dados indicam que é improvável que os principais objetivos de combate à doença estabelecidos para 2020 sejam alcançados: de reduzir a incidência de casos e a taxa de mortalidade em pelo menos 40% em relação aos níveis de 2015.
 (
Casos de malária no Brasil, 2010-2017
ANO
QUANTIDADES
2010
384.655
2011
281.346
2012
255.662
2013
194.191
2014
146.675
2015
158.963
2016
133.591
2017
217.928
2018
194.271
FONTE : OMS
)No Brasil, a OMS estima que houve 217.928 casos de malária no ano passado, um aumento de 84% em relação a 2016. Existem 42 milhões de pessoas no país que correm o risco de contrair a doença, de acordo com o relatório. Desde 2010, a incidência vinha diminuindo. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos casos brasileiros se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
’
2.2 TRICOMONAS
O Trichomonas vaginalis é uma célula polimorfa, tanto no hospedeiro natural como em meios de cultura. Os espécimes vivos são elipsoides ou ovais e algumas vezes esféricos. O protozoário é muito plástico, tendo a capacidade de formar pseudópodes, os quais são usados para capturar os alimentos e se fixar em partículas sólidas. Em preparações fixadas e coradas, ele é tipicamente elipsoide, piriforme ou oval, medindo em média 9,7 μm de comprimento (variando entre 4,5 e 1 9 μm) por 7,0 μm de largura (variando entre 2,5 e 12,5 μm). Os organismos vivos são um terço maiores.
Contrariando o que ocorre na maioria dos protozoários, não há formação de cistos e, como todos os tricomonadídeo, T. vaginalis apresenta somente o estágio de trofozoíto. No entanto, muitos autores tem descrito pseudocistos ou formas endoflageladas como estruturas arredondadas, imóveis, aparentemente com os flagelos internalizados. Porém, ainda existe dúvida sobre o papel dessas formas no ciclo biológico do parasito. As condições físico-químicas (por exemplo, pH, temperatura, tensão de oxigênio e forca iônica) afetam o aspecto dos tricomonas, entretanto a forma tende a se tomar mais uniforme entre os flagelados que crescem nos meios de cultura do que entre aqueles observados na secreção vaginal e na urina.
2.2.1 Sintomas
T. vaginalis apresenta alta especificidade de localização, sendo capaz de produzir infecção somente no trato urogenital humano, pois não se instala na cavidade bucal ou no intestino.
2.2.1.1 Mulher
Na mulher, o espectro clinico da tricomoníase varia da forma assintomática (80% dos casos) ao estado de vaginite aguda. Estudos clínicos e experimentais da infecção determinaram que o período de incubação varia de 3 a 20 dias. T. vaginalis infecta principalmente o epitélio do trato genital. Nas mulheres adultas, a exocervice e suscetível ao ataque do protozoário, mas raramente os organismos são encontrados na endocérvice. Poderá ser observada uma secreção cervical mucopurulenta em infecções genitais associadas a Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis ou herpes simples. A tricomoníase provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fedido, mais frequente no período pôs-menstrual. O processo infeccioso e acompanhado de prurido ou irritação vulvovaginal de intensidade variável e dores no baixo ventre. A mulher apresenta dor
e dificuldade para as relações sexuais (dispareunia de introito), desconforto nos genitais externos, dor ao urinar (disúria) e aumento da frequência miccional (poliúria).
2.2.1.2 Homens
A tricomoníase no homem e comumente assintomática ou apresenta-se como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra. Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro, viscoso e pouco abundante, com desconforto ao urinar (ardência miccional) e por vezes hiperemia do meato uretral. Durante o dia, a secreção é escassa. Nos portadores assintomáticos, o parasito permanece na uretra e talvez na próstata. As seguintes complicações são atribuídas a este organismo: prostatite, balanopostite e cistite. Este protozoário pode se localizar ainda na bexiga e na vesícula seminal.
2.2.2 Tratamento
T. vaginalis foi reconhecido como causa de vaginites somente em 1916, e somente em 1954, pela triagem de vários antibióticos, antimaláricos e amebicidas, foi descoberta a azomicina (2-nitroimidazol). Através da modificação da estrutura química da azomicina, foi sintetizado o metronidazol, eficaz contra as infecções causadas por microrganismos anaeróbicos. Atualmente, os fármacos usados para o tratamento são o metronidazol (Flagyl) e tinidazol (Fasigyn). T. vaginalis não é sensível aos antibióticos e atualmente existe um aumento nos casos de isolados resistentes ao metronidazol. Em gestantes esses medicamentos não devem ser usados via oral, somente pela aplicação local de cremes, géis ou óvulos.
2.2.3 Dados Epidemiológicos
A tricomoníase é a DST não viral mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde estimou em 2008 uma incidência anual de 276,4 milhões de casos novos de tricomoníase no mundo, muito mais elevada que a soma das incidências de infecção por Chlamydia, sífilis e gonorreia juntas. A incidência da infecção depende de vários fatores incluindo idade, atividade sexual, número de parceiros sexuais, outras DSTs, fase do ciclo menstrual, técnicas de diagnóstico e condições socioeconômicas. A prevalência da tricomoníase e alta entre os grupos de nível socioeconômico baixo, entre as pacientes de clinicas ginecológicas, pré-natais e em serviços de DSTs.
A tricomoníase é incomum na infância (de 1 a 10 anos de idade), já que as condições vaginais (baixo pH) não favorecem o desenvolvimento da parasitose. Portanto, quando
diagnosticada na criança, deve ser cuidadosamente pesquisada, averiguando-se as possibilidades tanto de abuso
sexual quanto de outras fontes de infecção, que não sexual.
A taxa de prevalência da infecção em homens e pouco conhecida, mas provavelmente é 50 a 60% menor que em mulheres. A tricomoníase parece ser autolimitada em muitos homens, possivelmente por sua ação tricomonicida de secreções prostáticas ou pela eliminação mecânica dos protozoários que se localizam na uretra, durante a micção.
2.3 GIARDIA
Do ponto de vista estrutural, Giardia é um organismo simples que apresenta algumas características básicas das células eucariotas como a presença de núcleos delimitados por uma membrana (carioteca) que está ligada ao reticulo endoplasmático, um citoesqueleto complexo e composto por microtubulos e a presença de estruturas semelhantes a vacúolos lisossômicos. Por sua vez, neste protozoário estão ausentes organelas típicas dos eucariotas como mitocôndria, peroxissomos e um complexo de Golgi característico. Giardia apresenta duas formas evolutivas, o trofozoíto e o cisto, que diferem quanto a organização estrutural e bioquímica. O trofozoíto é encontrado no intestino delgado, sendo a forma responsável pelas manifestaçõesclinicas da infecção.
Assim como as amebas, a giárdia também se apresenta em dois estágios evolutivos: trofozoíto e cisto. Os trofozoítos, muito pequenos (10 a 20 μm) e delicados, apresentam formato piriforme e simetria bilateral, além de quatro pares de flagelos e um disco suctorial na face ventral convexa. A face dorsal côncava é lisa e sem modificações. Internamente são vistos dois núcleos na parte mais larga da célula, por trás do disco suctorial, e são encontrados, além das demais organelas de uma célula eucariótica típica (retículo, complexo golgiense, vacúolos, etc.), os axonemas dos flagelos e corpos medianos ou parabasais, cujo formato é usado para identificar as diferentes espécies de giárdia. Estas estruturas são mais fortemente coradas que as demais na microscopia óptica e são constituídos por microtúbulos e proteínas contráteis, assim como o citoesqueleto do disco suctorial.
O cisto é ainda menor, 8 a 12 μm, mas tem formato elipsoide, não apresenta flagelos nem disco suctorial. No seu interior são observados de 2 a 4 núcleos, os axonemas e resquícios do citoesqueleto do disco suctorial. Ao contrário do trofozoíto, organizado e com simetria, o cisto se apresenta bastante desorganizado, sem nenhuma simetria na disposição de suas estruturas.
2.3.1 Sintomas
Os sintomas da giardíase costumam surgir entre 1 e 3 semanas depois da infecção, mas a maioria dos pacientes, especialmente os adultos, acabam não apresentando nenhum sintoma da doença devido ao sistema imunológico mais desenvolvido. Assim, é importante ficar atento aos sintomas de giardíase principalmente em crianças, como por exemplo:
· Cólicas abdominais;
· Diarreia, que pode surgir de forma aguda e intensa ou pode ser leve e persistente;
· Inchaço abdominal;
· Perda de peso não intencional;
· Fezes amareladas, com sinais de presença de gordura;
· Aumento dos gases intestinais;
· Azia, queimação e má digestão.
Esses sintomas podem surgir de repente ou de forma gradual, e quanto mais a doença demora para ser identificada, maiores são as chances de o paciente desenvolver problemas como desnutrição e anemia, devido à má absorção dos nutrientes no intestino.
2.3.2 Tratamento
O tratamento da giardíase é feito com o uso de medicamentos que combatem o protozoário causador da doença, como Metronidazol, Tinidazol, Secnidazol ou Imidazol, por exemplo, orientados pelo médico. Em geral, o tratamento dura de 1 a 5 dias, a depender do medicamento utilizado e do quadro clínico da pessoa, entretanto, em casos persistentes ou recorrentes, o médico pode prescrever o uso de medicamentos por até 3 semanas. Além disso, a hidratação com o consumo de líquidos e, nos casos mais graves, até com soro na veia, pode ser necessária devido à desidratação provocada pela diarreia.
2.3.3 Prevenção
Para prevenir a giardíase são necessários, principalmente, medidas de higiene como sempre lavar as mãos antes de levá-las à boca, lavagem correta de vegetais, principalmente aqueles que são consumidos crus, tratar cães e gatos que possam estar contaminados, pois podem transmitir a doença, além de tratar corretamente a água antes do seu consumo, como através de fervura ou filtragem.
2.3.4 Dados Epidemiológicos
A giardíase está distribuída por todo o planeta, sobretudo em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil sua prevalência varia de 12,4% a 50%, dependendo do estudo, da região e da faixa etária pesquisada, predominando nas crianças entre zero e seis anos. Estudo feito em Botucatu, SP, revelou acometimento de crianças em faixa etária predominante de um a quatro anos. Pode ser transmitida por ingestão de cistos que contaminam a água e alimentos (via mais frequente), por contato interpessoal (em enfermos institucionalizados — p. ex., creches e hospitais psiquiátricos) e via sexual (sexo anal/ oral), a qual é teoricamente possível, mas não plenamente aceita por todos os autores. Aglomerados populacionais com precárias condições sanitárias e o convívio em creches aumentam a disseminação desse enteropatógeno. Em muitas regiões há um pico sazonal simultâneo no verão, relacionado à maior frequência a piscinas comunitárias por crianças de pouca idade, à eliminação de cistos prolongados e à pouca quantidade infectante.
2.4 ASCARIS
O Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga, é o maior nematódeo intestinal do homem. A doença causada pelo Ascaris é a Ascaridíase. O Ascaris adulto tem coloração amarelo-rosada, três lábios em sua extremidade anterior, tem uma cutícula lisa e duas linhas brancas lateralmente distribuídas pelo corpo. Quando adulto, o verme vive na luz do intestino delgado, onde se alimenta do conteúdo intestinal do homem e pode se locomover facilmente sem se fixar à mucosa intestinal. Vivem no intestino por cerca de seis meses e põem em média cerca de 200 mil ovos. No intestino, podem-se abrigar cerca de 500-600 vermes de uma só vez. Os ovos são arredondados ou ovais, de coloração marrom, pois absorvem pigmentos biliares das fezes. Esses ovos não são infectantes para o homem.
2.4.1 Ciclo Biológico
Os ovos fecundados são eliminados pelas fezes, desenvolvem-se à temperatura de 30- 35o C, umidade e oxigênio. Nessas condições, o ovo pode desenvolver-se em 12 dias, formando primeiramente em seu interior, uma larva que, em uma semana, sofre mutação para os estágios de segunda e terceira larvas, respectivamente. Esta terceira larva é a larva dita infectante. O homem infecta-se ingerindo água contaminada ou alimentos crus infectados com a mesma. As crianças podem se contaminar através do solo, pelo fato de levarem as mãos à boca. Os ovos ingeridos atravessam o estômago e as larvas vão ser liberadas no intestino delgado. Atravessam
em seguida a parede do intestino e caem na circulação sanguínea, onde vão cair no coração direito e em seguida, pulmões, onde sofrem novas mudas e depois migram pela árvore brônquica e são ou eliminados pela saliva ou deglutidos. Quando deglutidos, vão para o intestino e provocam a infecção, atingindo a maturidade e sendo capazes de reiniciar o seu ciclo.
2.4.2 Epidemiologia
A ascaridíase é uma das helmintoses mais comuns no Brasil senão a helmintose mais comum, bem como em todo o mundo, principalmente nas regiões subtropicais do planeta. Nas sociedades de baixo nível socioeconômico, sua prevalência facilmente ultrapassa os 80%.
2.4.3 Manifestações clínicas
No estágio larvário, dificilmente provocam algum sintoma relato, podendo ser comuns manifestações intestinais, pois as larvas migram para veia porta. Na sua passagem pelos pulmões, podem provocar infecções moderadas que por vezes podem evoluir e levam à tosse, febre, dispneia, dor torácica, roncos, sibilos e moderada ou intensa eosinofilia. Eosinofilia é o aumento da concentração de eosinófilos (valores superiores a 500 por microlitro), indicativo de que o indivíduo apresenta alguma infecção parasitária (verminose), alguma doença alérgica ou asma. O diagnóstico é dado por amostragem de larvas no escarro e, na criança pequena, pelo lavado gástrico. A cura geralmente é espontânea em até duas semanas. Na sua migração pelo fígado, as larvas podem provocar, embora sem comprovação, hepatomegalia, acompanhadas de eosinofilia intensa (94%), mal estar geral e febre persistente e moderada. No estágio adulto, a ascaridíase intestinal geralmente é bem tolerada, suas principais manifestações são acentuação da lordose lombar e abdome proeminente, pois podem aumentar o conteúdo abdominal e interferir na digestão e absorção entéricas. O desconforto abdominal se manifesta por dor em cólica podendo ocorrer náuseas. A desnutrição também está relacionada embora ainda não comprovada, por ação de utilização do nitrogênio e gordura, tolerância à lactose e utilização de vitamina A pelo verme. Precedendo esse quadro, pode ocorrer também a eliminação espontânea do verme pela boca, narinas e ânus.
2.4.4 Diagnóstico
É feito pela presença do parasita nas fezes, ou no material vomitado. Ao Raio-X podem ser visíveis após ingestão de contraste, os parasitas com seu trato alimentar contrastado,ou como manchas alongadas. A eosinofilia é achado frequente na infecção por Ascaris.
2.4.5 Tratamento
O tratamento deve ser feito de imediato, mesmo com pequeno número de vermes, pois sua migração pode aparecer de fato. Apenas nos casos de ascaridíase intestinal, as drogas mais indicadas são: os sais de piperazina, na dose de 75-100 mg/kg de peso, sais de tetramisol ou levamisol, nas doses de 80mg para crianças e 150mg para adultos, pamoato de pirantel, na dose de 10mg/kg/dia e o mebendazol, na dose de 100mg via oral cada 12 horas durante três dias consecutivos.
2.5 AMEBAS
Amebíase é a infecção do homem causada pela entamoeba histolytica, com ou sem manifestação clínica. Acomete crianças, especialmente até os 12 anos, adolescentes, homens e mulheres entre 19 e 49 anos de idade. Um dos mais intrigantes aspectos da biologia da ameba é sua inexplicada variabilidade quanto ao potencial patogênico e à diferença de virulência. o início da invasão amebiana é resultante da ruptura ou quebra do equilíbrio parasito-hospedeiro, em favor do parasito. São inúmeros os fatores ligados ao hospedeiro: localização geográfica, idade, resposta imune, estado nutricional, dieta, alcoolismo, clima e hábitos higiênicos.
2.5.1 Transmissão
O mecanismo de transmissão ocorre pela ingestão de cistos maduros em alimentos (sólidos ou líquidos). O uso de água sem tratamento, contaminada por dejetos humanos, é um modo frequente de contaminação; ingestão de alimentos contaminados (verduras cruas - alface, agrião; frutas - morango) é importante veículo de cistos. Alimentos também podem ser contaminados por cistos veiculados nas patas de baratas e moscas (essas também são capazes de regurgitar cistos anteriormente ingeridos). Além disso, falta de higiene domiciliar pode facilitar a disseminação de cistos dentro da família. Os “portadores assintomáticos” que manipulam alimentos são importantes disseminadores dessa protozoose.
2.5.2 Manifestações Clínicas
As classificações das manifestações clínicas da amebíase geralmente são difíceis e arbitrárias. O Comitê de Peritos da OMS, em 1969, propôs a seguinte classificação:
· Formas assintomáticas.
· Formas sintomáticas.
· Amebíase intestinal: a) forma diarreica; b) forma disentérica; c) amebomas; d) apendicite amebiana. Complicações e sequelas da amebíase intestinal: perfuração, peritonites, hemorragia, invaginação, colites pós-disentéricas e estenoses (Figura 15.6).
· Amebíase extraintestinal.
· Amebíase hepática: a) aguda não supurativa; b) abscesso hepático ou necrose coliquativa.
· Amebíase cutânea.
· Amebíase em outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, rim etc.
· Complicações do abscesso hepático: ruptura, infecção bacteriana e propagação para outros órgãos.
2.5.3 Período de Incubação
Muito variável: de 7 dias até anos e bastante difícil de ser determinado. No entanto mais comumente situa-se entre 2 a 4 semanas.
2.5.4 Epidemiologia
Estima-se que existam cerca de 650 milhões de pessoas no mundo infectadas com amebíase, das quais 10% apresentam formas invasoras, isto é, alterações intestinais ou extraintestinais, seguramente produzidas entamoeba histolytica. Estudos recentes, usando metodologias unicelulares para identificar as duas espécies, sugerem que sejam dez vezes mais frequente em portadores assintomáticos em países em desenvolvimento. Apesar da prevalência ser maior nas regiões tropicais e subtropicais. talvez isto não se deva mais às precárias condições de higiene, educação sanitária e alimentação dos povos subdesenvolvidos dessas regiões do que propriamente ao clima, uma vez que nos países de clima frio, com baixas condições higiênicas, a prevalência também é alta. A infecção é diagnosticada por meio de exame microscópico do sedimento fecal obtido por diferentes técnicas de concentração.
As informações analisadas foram pesquisadas no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, considerando-se as seguintes variáveis: amebíase; internações e mortalidade; sexo; faixa etária; e período de 2012 a 2016.
De 14.268 internações por amebíase em todo o Brasil, 4.252 foram em 2012, 3.248 em 2013, 2.552 em 2014, 2.033 em 2015 e 2.183 em 2016. Na Região Norte, encontraram-se os dois Estados com maior e menor número de internações da região e do país: o Pará, com
4.379 casos, e Roraima, com 5. Na Região Nordeste, o Maranhão foi o Estado com mais
notificações (4.114) e o segundo maior do Brasil. Na Região Sudeste, Minas Gerais apresentou maior número de registros (793); no Sul, foi o Paraná (325) e, no Centro-Oeste, Goiás (731). Dos Estados com registro de mortalidade, na Região Norte, o Amazonas obteve maior valor (1,02); no Nordeste, foi o Sergipe (5,26); no Sudeste, o Rio de Janeiro (7,81); no Sul, o Rio Grande do Sul (5,26); e, no Centro-Oeste, o Mato Grosso (1,22).
Apesar de uma redução no número de internações, as estatísticas para a amebíase ainda continuam altas, principalmente, considerando- se que se trata de uma patologia que poderia ser evitada. É necessário investir em mais medidas educativas, que ensinem a população a evitar a contaminação pelo Entamoeba , bem como que seja promovidas ações de saneamento básico e abastecimento de água potável adequados para todas as regiões do Brasil.
2.5.5 Tratamento
Os medicamentos utilizados no tratamento da amebíase podem ser divididos em três grupos:
1. Amebicidas que atuam diretamente na luz intestinal.
2. Amebicidas tissulares.
3. Amebicidas que atuam tanto na luz intestinal quanto nos tecidos.
2.6 LEISHMANIA
As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral que ataca órgãos internos. Como ocorre em todos os tripanossomídeos, a reprodução se realiza por divisão binária.
Segundo estimativas recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2015, a incidência da leishmaniose tegumentar no mundo está em tomo de 1,5 milhão de casos novos a cada ano. Dos 88 países onde a doença ocorre 76 são subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Os dez países com o maior número de casos são: Afeganistão, Argélia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Etiópia, Irã, Peru, Sudão e Síria que juntos são responsáveis por 70 a 75% da incidência global. Nas Américas, as leishmanioses cutânea e mucosa são endêmicas em 18 países estando os casos distribuídos desde o México até a Argentina. No período de 2001 a 2013 foram registrados mais de 700 mil casos com média anual de 57.228 incidências. Estima-
se que 38,9% dos casos ocorram no Brasil embora os registros oficiais não excedam os 30.000 casos anualmente no país. O Brasil responde por 96% dos casos ocorridos em toda a América a Organização Mundial da Saúde estima que são 400 mil novos casos da doença por ano, em todo o mundo.
Os 5 estados com mais casos de leishmaniose no Brasil
	Estados
	2017
	2018
	2019 (Até 24 de
julho)
	Total
	Maranhão
	789 casos
	703 casos
	185 casos
	1677 casos
	Pará
	540 casos
	518 casos
	156 casos
	1214 casos
	Minas Gerais
	768 casos
	331 casos
	115 casos
	1214 casos
	Ceará
	340 casos
	327 casos
	101 casos
	768 casos
	Bahia
	274 casos
	251 casos
	80 casos
	605 casos
Fonte: Sinan - Ministério da Saúde
2.6.1 Agentes causadores
Os conhecimentos atuais relativos à transmissão das leishmanioses resultaram de pertinazes estudos realizados por numerosos pesquisadores desde o início do século até o presente. A leishmânia é transmitida ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomíneos. A transmissão acontece quando uma fêmea infectada de flebotomíneo passa o protozoário a uma vítima sem a infecção, enquanto se alimenta de seu sangue. Tais vítimas, além do homem, são vários mamíferos silvestres (como a preguiça, o gambá, roedores, canídeos) e domésticos (cão, cavalo etc.). Os flebotomíneos são insetos pequenos, de cor amarelada e pertencem à ordem Diptera, mesmogrupo das mos/cas, mosquitos, borrachudos e maruins; apresentam um par de asas e um par de pequenas estruturas, chamados de halteres ou balancins, responsáveis pela estabilidade do voo e o zumbido característico dos dípteros. No Brasil, esses insetos podem ser conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.
2.6.2 Sintomas
A diversidade de espécies de Leishmania, associada à capacidade de resposta imunitária de cada indivíduo à infecção, está relacionada com as várias formas clínicas das leishmanioses. As leishmanioses tegumentares causam lesões na pele, mais comumente ulcerações e, em casos mais graves (leishmaniose mucosa), atacam as mucosas do nariz e da boca. Já a leishmaniose visceral, como o próprio nome indica, afeta as vísceras (ou órgãos internos), sobretudo fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea, podendo levar à morte quando não tratada. Os
sintomas incluem febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e do baço, hemorragias e imunodeficiência. Doenças causadas por bactérias (principalmente pneumonias) ou manifestações hemorrágicas são as causas mais freqüentes de morte nos casos de leishmaniose visceral, especialmente em crianças. Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico parasitológico é feito através da demonstração do parasito por exame direto ou cultivo de material obtido dos tecidos infectados (medula óssea, pele ou mucosas da face) por aspiração, biópsia ou raspado das lesões. Para o diagnóstico, há também métodos imunológicos que avaliam a resposta de células do sistema imunitário e a presença de anticorpos anti-Leishmania. Nesta categoria se incluem o teste cutâneo de Montenegro e testes sorológicos (exame de sangue), dos quais os mais utilizados são os ensaios de imunofluorescência indireta e o imunoenzimático (ELISA). Nem o teste de Montenegro nem os métodos sorológicos positivos significam doença. Indicam infecção por Leishmania, que pode ser atual ou passada. Há também os métodos moleculares (PCR) que detectam a presença de ácidos nucleicos do parasito. Os elementos clínicos e epidemiológicos também contribuem substancialmente para o diagnóstico.
2.6.3 Tratamento
Para todas as formas de leishmaniose, o tratamento de primeira linha no Brasil se faz por meio do antimoniato de meglumina (Glucantime). Outras drogas, utilizadas como segunda escolha, são a anfotericina B e a pentamidina. Todas estas drogas têm toxicidade considerável.
2.6.4 Prevenção
Não há vacina contra as leishmanioses humanas. As medidas mais utilizadas para o combate da enfermidade se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde. Há vacinas contra a leishmaniose visceral canina licenciadas no Brasil e na Europa. O cão doméstico é considerado o reservatório epidemiologicamente mais importante para a leishmaniose visceral americana, mas o Ministério da Saúde do Brasil não adota a vacinação canina como medida de controle da leishmaniose visceral humana. As medidas de proteção preconizadas consistem basicamente em diminuir o contato direto entre humanos e os flebotomíneos. Nessas situações as orientações são o uso de repelentes, evitar os horários e ambientes onde esses vetores possam ter atividade, a utilização de mosquiteiros de tela fina e, dentro do possível, a colocação de telas de proteção nas janelas. Outras medidas importantes são manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos;
realizar podas periódicas nas árvores para que não se criem os ambientes sombreados; além de não acumular lixo orgânico.
3 PROMOÇÃO E SAÚDE
Em todo período histórico não se pode ter medo de modificar e reparar o que é indispensável. Carece se ousar na reorganização do igualitário e na cobrança do ambiental. Daí o deslumbre de viver o agora! Pessoas ajustadas e compassivas são exemplos de coragem, consignação e espiritualidade voltadas para o avanço em direção da justiça e do equilíbrio! Tudo isso tem a ver com a parasitologia e com as doenças parasitárias. Porquanto é no vestígio da pobreza, da deficiência de educação e de saneamento básico que as enfermidades parasitárias deparam-se com um campo fecundo. Dados da OMS mostram que a dinâmica populacional tem sido muito intensa em nosso país, com acentuado êxodo rural e formação de favelas nas cidades. Para se ter uma ideia, em 1940 tínhamos uma população total de 41 milhões de habitantes, com 30% (13 milhões) vivendo em ambiente urbano e 70% (28 milhões) vivendo na zona rural; hoje somos 170 milhões, com 80% (138 milhões) vivendo nas cidades e 20% (32 milhões) vivendo na zona rural. Em decorrência desse êxodo acelerado, associado a falta de higiene, de moradia adequada e serviços sanitários amplos, as doenças que eram chamadas de "endemias rurais" devem ser hoje estudadas como "endemias urbanas", com perfil epidemiológico diferenciado. O relacionamento entre os seres vivos visa dois aspectos fundamentais: a obtenção de alimento e/ou proteção.
A obtenção de alimentos, quando enfocada sob o prisma celular, isto é, a obtenção de nutrientes para produção de energia ao nível da célula, é um dos capítulos mais apaixonantes da ciência moderna. A bioquímica celular está hoje num grau muito elevado, mostrando a "uniformidade" dos seres vivos quanto ao método de produzir energia, sejam animais uni ou pluricelulares. Os principais meios de prevenção são a educação para a saúde, de modo a evitar a contaminação no solo com fezes, e contato direto com solo, melhoria dos hábitos higiênicos no preparo de alimentos e seu manuseio, especialmente vegetais. O saneamento básico, a desinfecção e o tratamento são os principais meios de erradicar a doença. Deve-se usar latrinas, fossas secas e outros dispositivos para o recolhimento de dejetos, especialmente nas comunidades com precárias condições socioeconômicas. A desinfecção do solo também deve ser tentada, especialmente galinheiros e fazendas, além da desinfecção de alimentos, o que é
mais dificultado, pois geralmente utilizamo-nos da fervura, o que por si só não seria possível para completa desinfecção.
4 REFERÊNCIAS
CARLI, Geraldo Attilio de. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para o diagnóstico das parasitoses humanas - São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
DE CARLI, G. A. Parasitologia humana. São Paulo: Atheneu, 2000..
MINISTERIO DA SAUDE. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ acesso em 10/04/2020.
MORAES, Ruy Gomes. Parasitologia e Micologia Humana.5ª ed.- Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2008.
MINISTERIO DA	SAUDE. Malária.	Disponível em: https://saude.gov.br/saude-de-a- z/malaria. Acesso em: 11 de abril de 2020.
MINHA VIDA.Tricomoníase. Disponível em:https://www.minhavida.com.br/tricomoniase Acesso em : 11 de abril de 2020.
NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 13. ed. - São Paulo: Editora Atheneu, 2016.
Parasitologia II. https://www.passeidireto.com/arquivo/48634201/parasitologia-basica-livro- texto acesso em 09/04/2020.
REY,Luis . Parasitologia .4ª ed.-Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2017. VARELA, Marília. Noções de Parasitologia. Instituto Formação, 2015.1.

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