Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS Prof. Rodrigo Moreira Sodero Victório PROF. RODRIGO MOREIRA SODERO VICTÓRIO Advogado. Especialista em Direito Previdenciário e do Trabalho. Coordenador da pós-graduação em Direito Previdenciário da Faculdade Legale. Professor de diversos cursos de pós-graduação e extensão. Membro do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário - IBDP. Membro da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/SP. Coautor de obras doutrinárias e autor de artigos jurídicos para revistas especializadas em Direito Previdenciário. INTRODUÇÃO AOS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE NO RGPS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE NO RGPS Quais são os benefícios por incapacidade oferecidos pelo RGPS? • Aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez (art. 201, inciso I, da CF; art. 42 e ss., da 8.213/91; art. 43 e ss., do Decreto 3.048/99; art. 213 e ss., da IN INSS/PRES 77/2015; Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS). • Auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença (art. 201, inciso I, da CF; art. 59 e ss., da Lei 8.213/91; art. 71 e ss. do Decreto 3.048/99; art. 300 e ss., da IN INSS/PRES 77/2015; Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS). • Auxílio-acidente (art. 201, inciso I, da CF; art. 86, da Lei 8.213/91; art. 104 e ss., do Decreto 3.048/99; art. 333 e ss., da IN INSS/PRES 77/2015; Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Referências legislativas Art. 201, inciso I, da CF. Art. 42 e ss., da 8.213/91. Art. 43 e ss., do Decreto 3.048/99. Art. 213 e ss., da IN INSS/PRES 77/2015. Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS. Manual de Perícias Médicas do INSS (2018). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Quais são os pressupostos de concessão da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez? • Incapacidade total e permanente para o trabalho. • Carência de 12 contribuições mensais, com exceções previstas em lei. • Qualidade de segurado na data de início da incapacidade. Beneficiários: todos os tipos de segurado. Inclusive o segurado facultativo? Alteração do risco social pela EC 103/19. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Incapacidade total e permanente para o trabalho Incapacidade total: toda e qualquer atividade laborativa; impossível a reabilitação profissional, nos termos da lei (arts. 42 e 89 e ss., da Lei 8.213/91). Incapacidade permanente para o trabalho: imprevisibilidade de recuperação da capacidade laborativa; não necessariamente deve ser definitiva; impossível a reabilitação profissional, nos termos da lei (arts. 42 e 89 e ss., da Lei 8.213/91). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • Análise da incapacidade sob o prisma biopsicossocial: consideração das condições socioeconômicas, profissionais e culturais do segurado (STJ, AgRg no AREsp 136.474/MG, AgRg no REsp 1.000.210/MG, REsp 196.053/MG e Súmulas 47 e 78, da TNU (HIV/aids)). • Reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente: na forma do art. 101, da Lei 8.213/91, o segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Carência (número mínimo de contribuições mensais – art. 24 e ss., da Lei 8.213/91) Regra: 12 contribuições mensais (art. 25, inciso I, da Lei 8.213/91). A carência deve ser cumprida até a data de início da incapacidade? Exceções: a carência é inexigida nos casos de incapacidade decorrente de acidente do trabalho ou de acidente não relacionado ao trabalho e de incapacidade decorrente de doença grave. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • Acidente de trabalho ou acidente não relacionado ao trabalho (acidentes de qualquer natureza) x inexigência de carência: art. 26, da Lei 8.213/91. • Acidente de trabalho em sentido amplo: acidente de trabalho típico, doença do trabalho, doença profissional, concausalidade; arts. 19 e ss. da Lei 8.213/91. Atenção ao disposto no art. 21-A, da Lei 8.213/91, quanto ao nexo técnico epidemiológico (NTEP – CID x CNAE). • Novidade: MP 905, publicada em 12.11.2019 (revogação da alínea d do inciso IV, do art. 21, da Lei 8.213/91 - acidente de trajeto deixa de ser equiparado a acidente de trabalho). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • Doenças graves: art. 151, da Lei 8.213/91 e Portaria MPAS/MS 2.998/01. • Caráter taxativo do rol de doenças graves (STF, RE 856.860/RS - RPPS). • Caráter exemplificativo do rol de doenças graves: tese com fundamento no princípio da universalidade de cobertura e de atendimento, pois à ciência médica, e somente a ela, incumbe qualificar determinado mal como incurável, contagioso ou grave, não à jurídica, sob pena de desproteção social indevida (STJ, REsp 942.530/RS - RPPS). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Utilização como carência das contribuições vertidas antes da perda da qualidade de segurado • Na redação original da Lei 8.213/91, o art. 24, parágrafo único, previa que havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data seriam serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contasse, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido. • Esse dispositivo foi revogado pela MP 739/16 que passou a exigir a integralidade dos períodos de carência. Entretanto, esta MP, que acrescia o parágrafo único ao art. 27, da Lei 8.213/91, não foi convertida em Lei. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • A mesma tentativa foi feita na edição da MP 767/17 (carência integral), mas quando foi convertida na Lei 13.457/17 (publicada em 27.06.2017), inseriu-se no texto a exigência de apenas a metade dos períodos de carência (art. 27-A, da Lei 8.213/91). • A MP 871/19 (publicada em 18.01.2019) passou a exigir a integralidade dos períodos de carência, mas neste ponto não foi convertida em Lei, sendo que, quando publicada a Lei 13.846/19, em 18.06.2019, houve o retorno da exigência do cumprimento da metade da carência exigida para a concessão do benefício após o reingresso ao sistema. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Segurados especiais Os segurados especiais estão isentos do cumprimento do período de carência (número mínimo de contribuições mensais), devendo, no entanto, comprovar o exercício de atividade rural nos 12 meses imediatamente anteriores ao requerimento da aposentadoria por invalidez. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Qualidade de segurado na data de início da incapacidade (DII) Doença ou lesão preexistente (art. 42, § 2º, da Lei 8.213/91). Diferença entre data de início da doença (DID) e data de início da incapacidade (DII); a questão do agravamento. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Natureza da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez: comum/previdenciária (B-32) ou acidentária (B-92). Acidente de trabalho: acidente de trabalho típico, doença do trabalho, doença profissional, concausalidade; arts. 19 e ss. da Lei 8.213/91. Atenção ao disposto no art. 21-A, da Lei 8.213/91, quanto ao nexo técnico epidemiológico (NTEP – CID x CNAE); deve ser observada a Lista C, do Anexo II, ao Decreto 3.048/99. O empregador ou empregador doméstico poderão interpor recurso com efeito suspensivo ao CRPS, contra a decisão do INSS que caracterizar o NTEP, na forma do § 2º, do art. 21-A, da Lei 8.213/91. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Comunicação do acidente de trabalho (CAT): na forma do art. 22, da Lei8.213/91, a empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Da CAT receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, independentemente de prazo. A comunicação feita nestas condições não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto na lei. Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas no art. 22, da Lei 8.213/91, sendo certo ainda que a multa a que se refere o mesmo dispositivo, não se aplica na hipótese de NTEP. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Cálculo do B-32 após a EC 103/19 (art. 26): média aritmética simples de todos os salários-de-contribuição existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota de 60% mais 2% a cada ano de tempo de contribuição completo além dos 20 anos de contribuição, no caso de segurado do sexo masculino e além dos 15 anos de contribuição, no caso de segurado do sexo feminino. A alíquota pode superar 100%. Atenção para a PEC 133/19. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE PEC 133/19. PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE REGRA DE TRANSIÇÃO PARA A MÉDIA DOS SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO. PERÍODOS SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO (SALÁRIOS-DE- CONTRIBUIÇÃO EXISTENTES A PARTIR DE DESDE 07/1994) Até 31.12.2021 Média dos 80% maiores De 01.01.2022 até 31.12.2024 Média dos 90% maiores A partir de 01.01.2025 Média de 100% APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • Cálculo do B-32 antes da EC 103/19 (art. 29, da Lei 8.213/91): média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota fixa de 100%. • Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B-32: Justiça Federal, na forma do art. 109, inciso I, da CF. Possível o ajuizamento perante a Justiça Estadual quando a Comarca de domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km de Município sede de Vara Federal (competência federal delegada), conforme § 3º do art. 109, da CF c/c art. 3º da Lei 13.876/19). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Cálculo do B-92 após a EC 103/19 (art. 26): média aritmética simples de todos os salários-de-contribuição existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota fixa de 100%. Atenção para a PEC 133/19: além de criar uma regra de transição para a apuração do salário-de-benefício, como já visto, a PEC 133/19 propõe que, caso a aposentadoria por incapacidade permanente gere deficiência ou seja decorrente de doença neurodegenerativa, a alíquota utilizada no cálculo do benefício também seja de 100%. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Cálculo do B-92 antes da EC 103/19 (art. 29, da Lei 8.213/91): média aritmética simples dos 80% maiores salários-de- contribuição existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota fixa de 100%. Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B- 92: Justiça Estadual na forma do art. 109, inciso I, parte final, da CF, ressalvados os casos de mandando de segurança. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • Atenção especial para benefícios concedidos após a publicação da EC 103/19: 1. O auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença pode possuir valor superior à aposentadoria por incapacidade permanente! 2. A comprovação de existência da incapacidade total e permanente para o trabalho (DII) ATÉ 13.11.2019 (art. 3º, da EC 103/19), data de publicação da EC 103/19, pode alterar a forma de cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente. 3. A comprovação do nexo causal ou concausal da doença ou lesão com a atividade laborativa do segurado, ou seja, da natureza acidentária do benefício, impacta no cálculo da renda mensal inicial (RMI). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Obrigações do aposentado por incapacidade permanente/por invalidez sob pena de suspensão do benefício (art. 101, da Lei 8.213/91): • Submeter-se a exame médico (perícia médica) a cargo da Previdência Social (também há previsão no art. 43, § 4º, da Lei 8.213/91). • Submeter-se a processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado. • Submeter-se a tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • O aposentado por invalidez e o pensionista inválido que não tenham retornado à atividade estarão isentos da perícia médica nas seguintes situações: 1. Após completarem 55 anos ou mais de idade e quando decorridos 15 anos da data da concessão da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez ou do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença que a precedeu (inciso I do § 1º, do art. 101 da Lei 8.213/91). A MP 871/19 havia excluído esta possibilidade, entretanto, o fim desta possibilidade não foi mantido quando da conversão da MP na Lei 13.846/19. 2. Após completarem 60 anos de idade (inciso II do § 1º, do art. 101 da Lei 8.213/91). 3. Se tratar de pessoa com HIV/aids (art. 43, § 5º, da Lei 8.213/91 com redação dada pela Lei 13.847/19 (publicada em 21.06.2019). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • Mesmo que ocorra uma das situações anteriormente abordadas, o segurado deverá se sujeitar às avaliações periciais do INSS, quando o exame for destinado a verificar (§ 2º do art. 101, da Lei 8.213/91): 1. Verificar necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% sobre o valor do benefício, conforme dispõe o art. 45, da Lei 8.213/91. 2. Verificar recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do aposentado ou pensionista que se julgar apto. 3. Subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez concedida judicialmente e a submissão à avaliação pericial administrativa do INSS O § 4º do art. 43, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 13.457/17, diz que segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente, observado o disposto no art. 101 da Lei de Benefícios. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Algumas ponderações: princípio do paralelismo das formas; revisão ou cessão do benefício somente por outra decisão da mesma natureza, ou seja, judicial (art. 505, inciso I, do CPC e art. 71, da Lei 8.212/91). Precedente: STJ, REsp 1.408.281/SC (decisão monocrática publicada em 07.03.2017, transitada em julgado); STJ, AREsp 1.228.973/SP (decisão monocrática de 2019); STJ, REsp 120.1503/RS (acórdão publicado em 2012). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez concedida por tutela provisória e a submissão à avaliação pericial administrativa do INSS, sem trânsito em julgado O Estado detém o monopólio da atividade jurisdicional, sendo, portanto, a cessação administrativa do benefício concedido judicialmente, ilegal. (TRF4, APELREEX 0011668- 33.2016.404.9999 e AG 5010194-29.2017.404.0000). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Observações importantessobre a renda mensal inicial (RMI) da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez • Metodologia de cálculo alterada pela EC 103/19, importando, a partir de então, a natureza, comum ou acidentária, do benefício. • Valor mínimo da renda mensal: 1 salário mínimo (art. 201, § 2º, da CF). • Valor máximo: R$ 6.101,06 (teto, na forma da Portaria ME 914/2020). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Complemento acompanhante/auxílio-acompanhante (acréscimo de 25% sobre a aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez) Hipótese legal: “grande invalidez”; necessidade da assistência permanente de outra pessoa (art. 45, da Lei 8.213/91; art. 45, do Decreto 3.048/99, Quadro Anexo I, ao Decreto 3.048/99). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE • Importante: 1. O segurado poderá receber integralidade dos benefícios, mesmo quando a soma dos valores do complemento acompanhante e da aposentadoria ultrapassar o valor-teto; 2. O complemento acompanhante é reajustado juntamente com a aposentadoria; 3. O complemento acompanhante cessará com o óbito do segurado, sendo, portanto, intransferível. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Complemento acompanhante sobre outras aposentadoria diferentes da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez Precedente favorável do STJ: Tema 982 (REsp repetitivo 1.648.305/RS). Não há trânsito em julgado. O STF determinou a suspensão dos efeitos da decisão proferida em sede de recurso repetitivo. Precedente favorável da TNU: Processo 5000890- 49.2014.4.04.7133. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Data de início (DIB) da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez Data de início (DIB) quando decorrente da transformação de auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença: dia imediato ao da cessação deste benefício. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Data de início (DIB) quando não decorrente da transformação de auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença: Para os segurados empregados (exceto o doméstico): a contar do 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da entrada do requerimento (DER), quando postulada após o 30º dia do afastamento da atividade (os 15 primeiros dias de afastamento são de responsabilidade da empresa, que deverá pagar ao segurado empregado o “salário”). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Para o segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial, facultativo e intermitente: a partir da data do início da incapacidade, ou da data de entrada do requerimento (DER), quando ocorrido após o 30º dia da incapacidade. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE DIB na hipótese em que a aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez é solicitada exclusivamente na via judicial, sem prévio requerimento administrativo: a data da citação válida é que deve ser considerada como termo inicial do benefício. Isso porque a citação, além de informar o litígio, constitui o INSS em mora quanto à cobertura do evento causador da incapacidade, tendo em vista a aplicação do art. 240, do CPC (Súmula 576, do STJ). APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Cessação da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez Hipótese 1: quando a recuperação ocorrer dentro de 5 anos, contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará: De imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados. Exemplo: 4 anos de benefício(s) por incapacidade nas condições acima especificadas, darão direito ao segurado, considerado apto pelo INSS, ao recebimento da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez por mais a 4 meses após a verificação da recuperação da capacidade laborativa. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE Hipótese 2: quando a recuperação ocorrer após o prazo de 5 anos ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: No seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade. Com redução de 50%, no período seguinte de 6 meses. Com redução de 75%, também por igual período de 6 meses, ao término do qual cessará definitivamente. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA AUXÍLIO-DOENÇA AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Referências legislativas: Art. 201, inciso I, da CF. Art. 59 e ss., da Lei 8.213/91. Art. 71 e ss. do Decreto 3.048/99. Art. 300 e ss., da IN INSS/PRES 77/2015. Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS. Manual de Perícias Médicas do INSS (2018). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Quais são os pressupostos de concessão do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença? • Incapacidade temporária para o trabalho ou para a atividade habitual, que perdure por mais de 15 dias. • Carência de 12 contribuições mensais, com exceções previstas em lei. • Qualidade de segurado na data de início da incapacidade. Beneficiários: todos os tipos de segurado. Inclusive o segurado facultativo? Alteração do risco social pela EC 103/19. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Incapacidade temporária para o trabalho ou para a atividade habitual, que perdure por mais de 15 dias • Para fins de concessão do auxílio por incapacidade temporária/auxílio- doença, a incapacidade para o trabalho não necessariamente deve ser total, ou seja, para toda e qualquer atividade laborativa. • Neste sentido, caso o segurado exerça mais de uma atividade abrangida pelo RGPS, o benefício será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo, conforme dispõe o art. 73, do Decreto 3.048/99. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente: do mesmo modo que ocorre na aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez, na forma do art. 101, da Lei 8.213/91, o segurado em gozo de auxílio-doença, está obrigado, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. Caso o processo de reabilitação seja concluído sem sucesso, deverá ser concedida a aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez (arts. 62 e 89 e ss., da Lei 8.213/91). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Duração do benefício e alta programada (Cobertura Previdenciária Estimada – COPES) Duração do benefício: nos termos dos arts. 60 e 62, da Lei 8.213/91, o auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença deve ser pago ao segurado enquanto estiver incapaz para o trabalho ou atividade habitual. O que é “alta programada”? O perito médico realiza, a partir do diagnóstico, um prognóstico de cessação da incapacidade, com base no tempo supostamente necessário para a reaquisição da capacidade para o trabalho. Previsão legal: §§ 8º e 9º do art. 60, da Lei 8.213/91, inseridos pela Lei 13.457/17, que, por sua vez, resultou da conversão da MP 767/17. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA • A alta programada administrativa, que é adotada pelo INSS sem qualquer tipo de ressalva desde o ano de 2005, encontrou respaldona lei somente a partir da publicação da MP 767/17, convertida na Lei 13.457/17, que também previu a possibilidade alta programada judicial. Vejamos: • Art. 60, § 8º, da Lei 8.213/91: Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício. • Art. 60, § 9º, da Lei 8.213/91: § 9º Na ausência de fixação do prazo de que trata o § 8º deste artigo, o benefício cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado da data de concessão ou de reativação do auxílio-doença, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação perante o INSS, na forma do regulamento, observado o disposto no art. 62 desta Lei. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA • Antes da inserção do procedimento da alta programada na Lei 8.213/91, o STJ havia se manifestado sobre a sua ilegalidade. Vejamos: • PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL PELO DECRETO 5.844/2006. CRIAÇÃO DA DENOMINADA "ALTA PROGRAMADA". ILEGALIDADE. CONTRARIEDADE AO ART. 62 DA LEI 8.213/1991. 1. O acórdão recorrido está no mesmo sentido da compreensão do STJ de que a inserção da chamada "alta programada" para auxílio-doença concedido pelo INSS pelo art. 78, §§ 1º a 3º, do Decreto 3.048/1999 (mediante modificação operada pelo Decreto 5.844/2006) é ilegal, pois contraria o art. 62 da Lei 8.213/1991. A propósito: REsp 1.717.405/PB, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, DJe 17.12.2018; AgInt no AREsp 968.191/MG, Rel.Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 20.10.2017;AgInt no REsp 1.546.769/MT, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, DJe 3.10.2017; AgInt no AREsp 1.049.440/MT, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 30.6.2017.2. Recurso Especial não provido. (REsp 1.597.725/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 01/07/2019) AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA • Isso porque, segundo o STJ, não é possível que um sistema previdenciário, cujo pressuposto é a proteção social, se abstenha de acompanhar a recuperação da capacidade laborativa dos segurados incapazes, atribuindo-lhes o ônus de um auto exame clínico, a pretexto da diminuição das filas de atendimento na autarquia. • As decisões são fundamentadas na violação ao art. 62, da Lei 8.213/91 e o art. 1º, inciso III, da CF. • Em recente decisão monocrática, proferida após a inserção do procedimento da alta programada em lei, nos autos do REsp 1.754.934/PR, a sua posição foi reiterada pelo STJ. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Pedido de prorrogação: para os casos em que o prazo fixado não for suficiente para a recuperação da capacidade de trabalho, a Previdência instituiu o pedido de prorrogação (PP). O objetivo é evitar o fim do auxílio-doença antes da recuperação efetiva do segurado, submetendo-o a nova avaliação para analisar se é necessária a continuidade da licença e do pagamento. O Pedido de Prorrogação poderá ser protocolado nos últimos 15 dias do período indicado para a cessação do benefício. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA A solicitação pode ser repetida, desde que o segurado, ao fim do novo prazo de licença, ainda se considere incapaz de voltar ao trabalho. Resolução 97/2010, do INSS: estabelece que no procedimento de concessão do benefício de auxílio-doença, inclusive aqueles decorrentes de acidente do trabalho, uma vez apresentado pelo segurado pedido de prorrogação, mantenha o pagamento do benefício até o julgamento do pedido após a realização de novo exame médico pericial (ACP 2005.33.00.020219-8, 14ª Vara Federal de Salvador – BA). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Alta programada judicial: O entendimento do TRF4 tem se firmado no sentido de que, em se tratando de benefício de natureza temporária, não há como determinar o seu termo final, já que não se pode prever até quando estará o segurado incapacitado (TRF4, AC 0021056-28.2014.404.9999, D.E. de 29.01.2015). É que a cessação do benefício só ocorrerá quando ficar demonstrado pelo INSS que o segurado recuperou a capacidade laboral, mediante realização de perícia médica (TRF4, AC 0018542- 05.2014.404.9999, D.E. de 05.02.2015). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA • Conforme salientou o Desembargador Federal Celso Kipper, quando do julgamento da AC 0003073-11.2017.4.04.9999/SC, mesmo tendo o benefício sido concedido após a edição da MP 739/16, não é “possível o estabelecimento de um prazo para sua cessação quando há clara impossibilidade de um prognóstico seguro acerca da total reabilitação da parte autora para o exercício de suas atividades laborativas. Com efeito, é necessária toda a cautela antes de se antecipar uma situação futura que pode não refletir o real estado de saúde do segurado, haja vista que o quadro clínico de cada trabalhador demanda um diagnóstico específico. O tempo de recuperação de cada segurado poderá oscilar sensivelmente dependo das suas condições pessoais, mesmo que se considere segurados portadores de idêntica moléstia e com mesma faixa etária. Tanto é assim que a própria disposição legal prevê que tal prazo seja estipulado sempre que possível, o que não quer dizer, obviamente, em todos os casos”. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Assim, havendo impedimento para o trabalho, deve ser concedido auxílio-doença até a melhora do quadro, ou eventual reabilitação profissional, não sendo possível, no processo judicial, fixar o termo final do benefício, ou um período máximo para a cura da moléstia.Nada impede, ademais, que o INSS convoque o segurado para avaliação das condições que ensejaram a concessão do benefício. (TRF4, AC 5022996- 64.2019.4.04.9999/SC, juntada aos autos em 19/02/2020). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Internamente, o Manual de Perícias Médicas do INSS, do ano de 2018, trata do assunto: “Caberá atuação da Perícia Médica nos benefícios implantados/reativados por decisão judicial nos seguintes casos: I – prorrogação: requerimento e agendamento remotos (Central 135 ou Internet) ou na APS de manutenção do beneficio. O atendimento será realizado pelo Perito Médico no SABI (ou em outro sistema que venha a substituí-lo), na agenda ordinária ambulatorial ou como perícia externa. Em casos excepcionais, quando houver indisponibilidade ou inconsistência do Sistema de Perícia Médica que impeça o agendamento da solicitação de prorrogação, o exame será agendado pela APS de manutenção do benefício no SAG (*SISTEMA DE AGENDAMENTO), utilizando, nestes casos, o Código 1551; AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA II – por determinação judicial – agenda SAG, Código 1571: exame realizado nos casos em que houver nova intimação judicial manifestando discordância com a DCB fixada em 120 (cento e vinte) dias da Data do Despacho do Benefício – DDB (implantação/reativação), conforme § 9º do art. 60 da Lei n. 8.213, de 1991, condicionando a cessação do benefício a avaliação pericial do segurado. Esta perícia será agendada pela APSADJ/SADJ por ocasião do cumprimento da decisão judicial; AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA III – reabilitação profissional por determinação judicial: agenda SAG, Código 2211, perícia agendada pela APSADJ/SADJ no momento da implantação/reativação do benefício, cuja sentença determine a reabilitação profissional do segurado. Esta perícia tem por objetivo a avaliação da elegibilidade do segurado para prosseguimento no Programa e poderá ser realizada por todos os Peritos Médicos da APS de manutenção do beneficio; e IV – revisão: agenda SAG, Código 1391, agendamento pela APS de manutenção do benefício no ato de convocação do segurado para pericia de revisão judicial, quando o benefício não tiver DCB fixada, nem a conclusão ‘NB impedido de cessar automaticamente/sem DCB’.” AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Pedido de reconsideração: se o médico mantivesse a decisão anterior, o segurado tinha a opção do Pedido de Reconsideração. Porém, este foi extinto pela Portaria 152, de 25 de agosto de 2016,do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Recurso Ordinário: se a nova perícia confirmar a capacidade para voltar ao trabalho, o beneficiário ainda pode dar entrada em recurso, num prazo de 30 dias, a contar da data da ciência, na própria agência que concedeu o benefício. Nesses casos não são aceitos recursos pela internet ou por chamadas ao telefone 135. Esse recurso é avaliado pelo setor de perícia médica e será encaminhado para a Junta de Recursos do CRPS, que dará a decisão final sobre o assunto. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Carência (número mínimo de contribuições mensais – art. 24 e ss., da Lei 8.213/91) • Regra: 12 contribuições mensais (art. 25, inciso I, da Lei 8.213/91). • Exceções: a carência não é exigida nos casos de incapacidade decorrente de acidente do trabalho ou de acidente não relacionado ao trabalho e de incapacidade decorrente de doença grave (arts. 26 e 151, da Lei 8.213/91 e Portaria MPAS/MS 2.998/01), sendo as considerações cabíveis ao auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença, as mesmas realizadas quando do estudo da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Qualidade de segurado na data de início da incapacidade (DII) Doença ou lesão preexistente (art. 59, § 1º, da Lei 8.213/91). Diferença entre data de início da doença (DID) e data de início da incapacidade (DII); a questão do agravamento. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Natureza do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença: comum/previdenciária (B-31) ou acidentária (B-91). • A caracterização da natureza do benefício como comum ou acidentária não afeta a forma de cálculo do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença. • O art. 118, da Lei 8.213/91, prevê que o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA O art. 15, da Lei 8.036/90, diz que o depósito do FGTS é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho. Segundo o art. 120, da Lei 8.213/91, a Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva e de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei 11.340/06 (hipótese incluída pela Lei 13.846/19). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA O reconhecimento da natureza acidentária do benefício previdenciário é um forte indício da possibilidade de responsabilização civil do empregador em razão de dano moral e/ou material sofrido pelo empregado. A quantidade de benefícios previdenciários de natureza acidentária é levada em consideração para a apuração do valor devido pela empresa a título de Seguro Acidente de Trabalho – SAT, na forma do art. 22, inciso II, da Lei 8.212/91 (Fator Acidentário de Prevenção – FAP; art. 10, da Lei 10.666/03). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B-31: Justiça Federal, na forma do art. 109, inciso I, da CF. Possível o ajuizamento perante a Justiça Estadual quando a Comarca de domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km de Município sede de Vara Federal (competência federal delegada), conforme § 3º do art. 109, da CF c/c art. 3º da Lei 13.876/19). Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B-91: Justiça Estadual na forma do art. 109, inciso I, parte final, da CF, ressalvados os casos de mandado de segurança. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Documentação administrativa médica relevante Laudo Médico Pericial confeccionado pelo perito do INSS Histórico Médico - HISMED AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença concedido judicialmente e a submissão à avaliação pericial administrativa do INSS • O § 10 do art. 60, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 13.457/17, diz que segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença, concedido judicial ou administrativamente, poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento, observado o disposto no art. 101 da Lei de Benefícios. • Neste caso, devem ser aplicadas às mesmas ponderações realizadas quando do estudo da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez sobre o princípio do paralelismo das formas. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Renda mensal inicial (RMI) do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença Cálculo do B-31 e do B-91 após a EC 103/19 (art. 26): média aritmética simples de todos os salários-de-contribuição existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota de 91% (art. 61, da Lei 8.213/91). Atenção para a PEC 133/19. AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Cálculo do B-31 e do B-91 antes da EC 103/19 (art. 29, da Lei 8.213/91): média aritmética simples dos 80% maiores salários- de-contribuição existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota de 91% (art. 61, da Lei 8.213/91). O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes (§ 10 do art. 29, da Lei 8.213/91). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Valor mínimo da renda mensal: 1 salário mínimo (art. 201, § 2º, da CF). Valor máximo: R$ 6.101,06 (teto, na forma da Portaria ME 914/2020). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Data de início (DIB) do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença (art. 60, caput e § 1º, da Lei 8.213/91) Para os segurados empregados (exceto o doméstico): a contar do 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da entrada do requerimento (DER), quando postulado após o 30º dia do afastamento da atividade (os 15 primeiros dias de afastamento são de responsabilidade da empresa, que deverá pagar ao segurado empregado o “salário”). AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Para o segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial, facultativo e intermitente: a partir da data do início da incapacidade, ou da data de entrada do requerimento (DER), quando ocorrido após o 30º dia da incapacidade. AUXÍLIO-ACIDENTE AUXÍLIO-ACIDENTE Referências legislativas Art. 201, inciso I, da CF. Art. 86, da Lei 8.213/91. Art. 104 e ss., do Decreto 3.048/99. Art. 333 e ss., da IN INSS/PRES 77/2015. Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS. Manual de Perícias Médicas do INSS (2018). AUXÍLIO-ACIDENTE Quais são os pressupostos de concessão do auxílio-acidente? Incapacidade parcial e permanente para a atividade habitualmente desenvolvida, advinda de acidente do trabalho ou de acidente não relacionado ao trabalho (impossibilidade de exercício da atividade habitualmente exercida à época do acidente ou mais dificuldade no exercício daquela atividade). Qualidade de segurado na data de início da incapacidade. Atenção: o benefício não exige o cumprimento de carência e não é exigido que necessariamente seja precedido de auxílio-doença! AUXÍLIO-ACIDENTE Natureza do auxílio-acidente O auxílio-acidente pode possuir natureza comum/previdenciária (B- 36) ou acidentária (B-94). AUXÍLIO-ACIDENTE Auxílio-acidente no caso de perda auditiva É possível a concessão de auxílio-acidente no caso de perda auditiva desde que haja relação da mesma com o trabalho do segurado e a comprovação da redução da capacidade laborativa (art. 86, § 4º, da Lei 8.213/91 e STJ, Tema 213 - REsprepetitivo 1.108.298/SC). AUXÍLIO-ACIDENTE Beneficiários do auxílio-acidente Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os seguintes segurados: empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e segurado especial, na forma do art. 18, § 1º, da Lei 8.213/91. A TNU, no julgamento do Tema 201, decidiu que o contribuinte individual NÃO faz jus ao auxílio-acidente. AUXÍLIO-ACIDENTE Valor do auxílio-acidente (renda mensal inicial – RMI) Cálculo do auxílio-acidente (B-36 ou B-94 antes da MP 905/19): média aritmética simples dos 80% maiores salários-de- contribuição, devidamente corrigidos, existentes a partir de 07/1994, multiplicada pela alíquota de 50%. Cálculo do auxílio-acidente (B-36 ou B-94 na forma da MP 905/19 (12.11.2019)): aposentadoria por incapacidade permanente simulada, multiplicada pela alíquota de 50%. AUXÍLIO-ACIDENTE Cálculo do auxílio-acidente (B-36 ou B-94, na forma do art. 26 da EC 103/19 (13.11.2019)): média aritmética simples de todos os salários-de-contribuição, devidamente corrigidos, existentes a partir de 07/1994, multiplicada pela alíquota de 50%. Atenção: o cálculo do B-36 é mais vantajoso, via de regra, se observada a EC 103/19, em detrimento da MP 905/19. O Ofício Circular 64/19, diz que o INSS fará o cálculo de acordo com a MP. Revisão! AUXÍLIO-ACIDENTE Discussão sobre o valor mínimo do auxílio-acidente. O auxílio- acidente pode ter valor inferior ao do salário mínimo (art. 201, § 2º, da CF)? STF, RE 597.022/SC: precedente favorável. STF, ARE 705.141: não admitiu a repercussão geral do tema STJ, AR 5160/SP: pode ser inferior ao salário mínimo. AUXÍLIO-ACIDENTE Redução mínima da capacidade laborativa Segundo o posicionamento firmado pelo STJ, no julgamento do Tema 416 (REsp repetitivo 1.109.591/SC), a redução mínima da capacidade laborativa é suficiente para a concessão do auxílio- acidente. AUXÍLIO-ACIDENTE Reversibilidade da doença Será devido o auxílio-acidente, sendo irrelevante a possibilidade de reversibilidade da doença (STJ, Tema 156 – REsp repetitivo 1.112.886/SP). AUXÍLIO-ACIDENTE Data de início do auxílio-acidente (DIB) • Dispõe o § 2º do art. 86, da Lei 8.213/91, que o auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado. • A questão aguarda julgamento do STJ, Tema 862 (REsp repetitivo 1.729.555/SP e REsp repetitivo 1.786.736/SP). • Quando não precedido de auxílio-acidente a data de início do benefício deve ser fixada na data da entrada do requerimento ou da citação do INSS no processo judicial, caso, eventualmente, não exista prévio requerimento administrativo. AUXÍLIO-ACIDENTE Duração do auxílio-acidente • Diz o art. 86, § 1º, da Lei 8.213/91, com redação dada pela MP 905/19 (12.11.2019), que o auxílio-acidente será pago enquanto persistirem as condições que lhe deram origem (incapacidade parcial e permanente para a atividade habitualmente desenvolvida à época do acidente). • A MP ainda incluiu o § 1º-A ao art. 86, da Lei 8.213/91, para expressamente prever que na hipótese de manutenção das condições que ensejaram o reconhecimento do auxílio-acidente, o auxílio será devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. AUXÍLIO-ACIDENTE O INSS poderá convocar para avaliação pericial os segurados que recebem auxílio-acidente com origem anterior à 12.11.2019? Entendemos que não, sob pena de violação ao direito adquirido. Vale lembrar que, na redação original da Lei 8.213/91, o § 1º do art. 86, previa que o auxílio-acidente seria vitalício. • Após, foi publicada a MP 1.596/97 (11.11.1997), convertida Lei 9.528/97, que alterou a redação do § 1º do art. 86, da Lei 8.213/91, que passou a prever que o auxílio-acidente seria devido até a aposentadoria do segurado. AUXÍLIO-ACIDENTE Acumulação com a aposentadoria • Súmula 507, do STJ: a eclosão da lesão incapacitante e a aposentadoria devem ser anteriores a 11.11.1997, data de publicação da MP 1.596/97, que alterou o disposto no art. 86 da Lei 8.213/91, que, por sua vez, passou a dizer que o auxílio-acidente cessaria com a aposentadoria do segurado. • Tema 555, no STJ (REsp repetitivo 1.296.673/MG): mesma solução da Súmula 507. • A questão (similar) será avaliada pelo STF quando julgamento do Tema 599 (RE 687.813/RS, com repercussão geral reconhecida). AUXÍLIO-ACIDENTE Consideração do valor do benefício na composição do salário-de- contribuição • O valor mensal recebido à título de auxílio-acidente deve ser considerado como salário-de-contribuição no respectivo mês, sendo somado ao valor da remuneração do segurado, na forma do art. 31, da Lei 8.213/91. • Esta situação somente será possível quando: a. o benefício for inacumulável com a aposentadoria do segurado; b. quando houver recebimento concomitante de remuneração no mês de referência. AUXÍLIO-ACIDENTE Majoração da alíquota de benefícios antigos para 50% • O auxílio-acidente, na redação original da Lei 8.213/91, era concedido ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente do trabalho, houvesse seqüela que implicasse: • I - redução da capacidade laborativa que exigisse maior esforço ou necessidade de adaptação para exercer a mesma atividade, independentemente de reabilitação profissional. • II - redução da capacidade laborativa que impedisse, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém, não o de outra, do mesmo nível de complexidade, após reabilitação profissional; ou • III - redução da capacidade laborativa que impedisse, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém não o de outra, de nível inferior de complexidade, após reabilitação profissional. AUXÍLIO-ACIDENTE Para cada uma dessas hipóteses, o benefício possuía uma alíquota de cálculo diferente, confirme dispunha originalmente o § 1º do art. 86 da Lei 8.213/91. O dispositivo dizia que o auxílio-acidente, corresponderia, respectivamente às situações previstas nos incisos I, II e III, a 30%, 40% ou 60% do salário-de-contribuição do segurado vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior a esse percentual do seu salário-de-benefício. AUXÍLIO-ACIDENTE Foi com a publicação da Lei 9.032/95 (29.04.1995), que o art. 86, § 1º, da Lei 8.213/91, unificou a alíquota do auxílio-acidente em 50%. Em razão disso, surge a tese revisional fundamentada na possibilidade de majoração das alíquotas de 30% e 40%, de benefícios nos moldes da legislação anterior, para 50%. A tese foi rechaçada pela jurisprudência: STJ, Tema 18 (REsp repetitivo 1.096.244/SC). AUXÍLIO-ACIDENTE Auxílio-acidente e manutenção da qualidade de segurado Nos termos do art. 15, inciso I, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 13.846/19 (publicada em 18.06.2019), o recebimento de auxílio-acidente (sem contribuição concomitante) não reflete a manutenção da qualidade de segurado do beneficiário. QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES A incapacidade para o trabalho • Na petição inicial o advogado deve explorar as atividades laborativas executadas pelo autor. Os detalhes de cada caso concreto são importantes. • O segurado consegue/pode exercer a sua atividade? • O segurado deve exercer atividade? Há risco de agravamento caso a execute? O exercício de sua atividade laborativa coloca em risco a sua saúde/vida e/ou a saúde/vida de terceiros? QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES Interesse de agir Atenção ao decidido pelo STF no julgamento do Tema 350 (RE 631.240/MG). Segundo a TNU o pedido de prorrogação do auxílio-doença não é necessário para a configuração do interesse de agir nas ações de restabelecimento deste benefício (PEDILEF 5006414- 91.2012.4.04.7005, julgado em 19.08.2015). QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES Produção antecipada da prova pericial RecomendaçãoConjunta CNJ/AGU/MTPS 1/2015. Apresente os quesitos e indique assistente técnico na petição inicial! QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES Fungibilidade das ações previdenciárias • A fungibilidade das ações previdenciária tem sido aceita pela jurisprudência, com fundamento na necessidade de flexibilidade na análise dos processos desta natureza e no disposto no art. 493, do CPC, que dispõe que se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. • Precedentes: STJ, AgRg no REsp 868.911/SP e REsp 847.587/SP. QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES Recebimento de valores decorrentes de aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez ou auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença quando houver trabalho no mesmo período em que o direito ao benefício é reconhecido em processo judicial • Súmula 72, da TNU: é possível o recebimento de benefício por incapacidade durante período em que houve exercício de atividade remunerada quando comprovado que o segurado estava incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou. • STJ: Tema 1.013, aguardando julgamento no STJ (REsp repetitivo 1.786.590/SP e REsp repetitivo 1.788.700/SP). PERÍODOS DE RECEBIMENTO DE BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE E REFLEXOS NAS APOSENTADORIAS VOLUNTÁRIAS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Dispõe o art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91, que: “Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo”. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO • Por sua vez o art. 55, inciso II, da Lei 8.213/91, prevê que: • “O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado: (...) II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez”. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO • O art. 61 do Decreto 3.048/99 e o art. 164, inciso XVI, da IN INSS/PRES 77/2015, dizem que devem ser contados como tempo de contribuição os períodos de recebimento de benefício por incapacidade, entre períodos de atividade e o de benefício por incapacidade decorrente de acidente do trabalho, intercalado ou não. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO • No que diz respeito ao intercalamento, a TNU dos JEF`s, no julgamento do PUIL 0000805-67.2015.4.03.6317/SP, firmou a tese de que o tempo de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente do trabalho deve ser computado para fins de tempo de contribuição, quando intercalado com períodos de contribuição, independentemente do número de contribuições vertido e o título a que realizadas. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA • Como já visto o art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91, expressa que, se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada (...): inclusive para fins de carência? BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA Súmula 73, da TNU. O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA Para o STJ, os períodos de recebimento de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, desde que intercalados com contribuição, também devem ser considerados para fins de carência (vide REsp 1.414.439/RS e REsp 1.334.467/RS). BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA Art. 153, da IN INSS/PRES 77/2015. Considera-se para efeito de carência: (...) § 1º Por força da decisão judicial proferida na Ação Civil Pública nº 2009.71.00.004103-4 (novo nº 0004103-29.2009.4.04.7100) é devido o cômputo, para fins de carência, do período em gozo de benefício por incapacidade, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalado com períodos de contribuição ou atividade, observadas as datas a seguir: (Nova redação dada pela IN INSS/PRES nº 86, de 26/04/2016) BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA I - no período compreendido entre 19 de setembro de 2011 a 3 de novembro de 2014 a decisão judicial teve abrangência nacional; e II - para os residentes nos Estados do Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a determinação permanece vigente, observada a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 1.414.439-RS, e alcança os benefícios requeridos a partir de 29 de janeiro de 2009. (Nova redação dada pela IN INSS/PRES nº 86, de 26/04/2016) BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA § 2º Para benefícios requeridos até 18 de setembro de 2011, somente contarão para carência os períodos de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez recebidos no período de 1º de junho de 1973 a 30 de junho de 1975. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA Nos autos do Processo 5007252-92.2018.403.6183 (ACP ajuizada pelo IBDP – 6ª Vara Previdenciária de São Paulo), houve DEFERIMENTO de liminar, inaudita altera pars, afastando a aplicação dos termos do art. 153, § 1º, da IN 77/2015, devendo ser computado para fins de carência, o período em gozo do benefício de incapacidade, bem como aqueles decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalados com períodos de contribuição ou atividade, com efeitos em todo o território nacional. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA O INSS interpôs Agravo de Instrumento com pedido de efeito suspensivo contra a decisão liminar, pleito indeferido pela Relatora Tânia Regina Marangoni, da 8ª Turma do TRF da 3ª Região, que, inclusive, manteve a extensão dos efeitos da decisão para todo o território nacional, tendo em vista que a limitação dos efeitos da decisão aos segurados submetidos à jurisdição do órgão prolator vem sendo afastada pelo STJ nas hipóteses de interesses individuais homogêneos, conforme entendimento firmado no REsp 1.243.887/PR. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X CARÊNCIA Quanto ao intercalamento, a TNU dos JEF`s, também no julgamento do PUIL 0000805-67.2015.4.03.6317/SP, firmou a tese de que o tempo de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente do trabalho deve ser computado para fins de carência, quando intercalado com períodos de contribuição, independentemente do número de contribuições vertido e o título a que realizadas. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO ESPECIAL Novamente ele: o art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91, dispõe que, se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada (...): inclusive como tempo especial? BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO ESPECIAL Dispõe o art. 65, parágrafo único, do Decreto 3.048/99, que o(s) período(s) de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem como aos de percepção de salário-maternidade, serão considerados como especiais, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exposto aos fatores de risco. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO ESPECIAL • No mesmo sentido, o art. 291, da IN 77/2015, diz que serão considerados como especiais os períodos de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentários, bemcomo os de recebimento de salário- maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercendo atividade considerada especial. • O parágrafo único do mesmo dispositivo é explícito ao dizer que os períodos de afastamento decorrentes de gozo de benefício por incapacidade de espécie não acidentária não serão considerados como sendo de trabalho sob condições especiais. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO ESPECIAL No julgamento do Tema 998 (REsp repetitivo 1.759.098/RS e REsp repetitivo 1.723.181/RS), o STJ firmou a tese de que é possível o cômputo como especial, para fins de inativação, do período em que o segurado esteve em gozo de auxílio-doença de natureza não acidentária. O INSS opôs embargos de declaração, que está pendente de julgamento. BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE X TEMPO ESPECIAL Tema 165, julgado pela TNU: O período de auxílio-doença de natureza previdenciária, independente de comprovação da relação da moléstia com a atividade profissional do segurado, deve ser considerado como tempo especial quando trabalhador exercia atividade especial antes do afastamento. (PEDILEF 5012755- 25.2015.4.04.7201/SC) PERÍODO DE RECEBIMENTO DE AUXÍLIO-ACIDENTE Ele não nos abandona: o art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91, dispõe que, se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada (...): inclusive o período de recebimento de auxílio-acidente sem concomitância com remuneração? PERÍODO DE RECEBIMENTO DE AUXÍLIO-ACIDENTE Em suas mais recentes decisões o STJ e a TNU vem inadmitindo a contagem do período de recebimento de auxílio- acidente como tempo de contribuição ou carência (vide: STJ, REsp 1.247.971/PR (2015) e TNU, Processo 0504317- 35.2017.4.05.8302/PE). Entretanto, existe precedente (mais antigo – 2013) favorável à possibilidade do cômputo do período de recebimento de auxílio- acidente para fins de carência no STJ (vide REsp 1.243.760/PR). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008. DE CASTRO, Carlos Alberto Pereira. LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 23. ed. Santa Catarina: Conceito Editorial, 2020. SERAU JUNIOR, Marco Aurélio. Seguridade social como direito fundamental material. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2011.
Compartilhar