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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ENGENHARIA E GESTÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS FELIPE CARDOSO DE ARGÔLO RESENHA CRÍTICA DO ESTUDO DE CASO: “Administrando a Cidade: desencadeando valor do ecossistema comercial”. ARACAJU-SE 2020 FELIPE CARDOSO DE ARGÔLO RESENHA CRÍTICA DO ESTUDO DE CASO: “Administrando a Cidade: desencadeando valor do ecossistema comercial”. Resenha crítica desenvolvida no curso de MBA em Engenharia e gestão de Energias Renováveis da Universidade Estácio de Sá para a disciplina de Gestão e Legislação Ambiental como requisito para obtenção da nota. TUTOR: Simara Ferreira Bruno ARACAJU-SE 2020 “Administrando a cidade: desencadeando valor do ecossistema comercial” é um artigo em língua portuguesa publicado em 2017 na revista California Management Review que faz parte da edição especial sobre inovação urbana, sendo escrito por Ivanka Visnjic, Andy Neely, Carmelo Cennamo e Nikola Visnjic todos com vínculos em universidades do continente europeu, seja professores, chefe de institutos ou fundadores de empresas de pesquisas. Esse artigo discute a respeito das tarefas administrativas mais complexas enfrentadas pelos lideres dos municípios. Os municípios retratados nesse artigo são os modelos de liderança organizacional mostrando que os lideres municipais tratam as cidades como ecossistemas, estruturadas e administradas como “empresas estendidas” ou como “mercados de plataformas”. Os autores começam expondo que com a era industrial investiu-se mais em conhecimento a cerca da administração de empresas tendo um vasto conhecimento a respeito de estratégias, marketing e interrelaçoes entre empresas, mas pouco se sabe sobre formas mais complexas de organizações as quase com o advento tecnológico seja de informações, equipamentos ou conhecimento tornou as relações mais complexas entre entidades diferentes. Essas relações mais complexas fazem parte das tarefas administrativas dos municipios, destarte, as cidades não podem ser entendidas apenas como áreas físicas onde pessoas e empresas residem, indo muito além, as cidades são ecossistemas comerciais formados por complexas relações que se sobrepõem entre empresas que representam residentes, prestadores de serviços, fornecedores, clientes ou funcionários. Desse modo, os governantes são visto como gestores de ecossistemas que se envolvem na organização de atividades, prestação de serviços e na coordenação e intermediação do funcionamento de atividades econômicas de empresas. Nesse contexto, cabe aos prefeitos equilibrar as tarefas duplas de melhoraria da qualidade de vida dos cidadãos e proporcionar um clima econômico receptivo para as empresas. Essa tarefa possui limitações principalmente quanto aos recursos financeiros forçando os prefeitos a inventar estratégias inovadoras e administrar a cidade como empreendedores em vez de administradores públicos. Outro fator é que embora algumas cidades ofereçam bons exemplos de práticas administrativas de ecossistemas bem-sucedidos é difícil generalizar a partir de exemplos esporádicos e aplicar as lições em outras cidades e outros ecossistemas. Nesse sentido, os autores pretendiam fazer um estudo sistemático de cidades extraordinárias e suas estratégias de gestão do ecossistema para entender como as cidades são realmente administradas ou, mais especificamente, quais são os mecanismos de governança transferíveis que permitem que governos municipais incríveis criem ecossistemas triunfantes. Para tal, foram analisadas três cidades exemplares que dominam várias classificações de qualidade de vida e/ou clima comercial: Chicago, Londres e Viena. Para essa analise foi levado em conta à teoria de governança de ecossistemas em que buscava de uma só vez capturar os aspectos colaborativos de governança e cocriação de valor que unem organizações públicas e privadas distintas e atores individuais. A escolha dessas cidades baseou-se na abordagem de replicação direta que consiste no processo de identificar padrões semelhantes nas unidades de observação. Desse modo, foram selecionadas cidades que apresentavam um desempenho exemplar em várias medidas de clima comercial e qualidade de vida de acordo com números de rankings urbanos renomados. Dentre as três cidades escolhidas, uma sobressaiu nas medições de qualidade de vida, Viena, e as outras duas nas medições de clima comercial, Chicago e Londres. Quanto à abordagem da pesquisa essa ocorreu com uma abordagem de estudos de caso semelhantes e começou identificando e estudando ecossistemas bem-sucedidos que emergem em torno de programas, projetos ou funções urbanas. A primeira fonte de dados foi os dados disponíveis em arquivos dos sites da cidade. Em seguida, foi realizada entrevista com representantes municipais para obtenção de dados mais aprofundados das pratica informais realizadas. Primeiramente, foi realizado o mapeamento do ecossistema urbano de acordo com os participantes mais importantes do ecossistema. Logo depois, identificamos todas as funções que a autoridade municipal desempenhava. Posteriormente, foi realizada a análise dos objetivos/projetos/ecossistemas individuais e como eles foram escolhidos, desenvolvidos e alterados. Em seguida, realizou-se a análise cruzada de casos, procurando diferenças e semelhanças nos padrões de governança abrangente e desempenho correspondente. Com isso, obteve se como resultado a identificação de duas estruturas principais de ecossistemas e modelos de governança utilizados por esses países que diferem na estrutura organizacional e na função que a cidade desempenha na prestação de serviços e organização das atividades econômicas, sendo elas a abordagem integradora que é eficaz em ecossistemas estruturados como empresa estendidas em que produtos e serviços de fornecedores e outros provedores se integram ao serviço final prestado ao cliente; e a outra estrutura o ecossistema como um mercado de plataforma onde a autoridade municipal intermédia à interação de prestadores de serviços terceirizados com clientes, cidadãos e empresas. Vale ressaltar que não existe um modelo superior, o melhor modelo vai de acordo com o contexto do ecossistema. Ainda, os autores afirmam que o melhor modelo seria o com abordagem de orquestração em que se escolhem as estruturas e abordagens de governança certas para diferentes subecossistemas e, em seguida, adaptá-las quando as condições mudarem favorecem as cidades a serem bem sucedidas. Levando em consideração todo esse cenário e diante da crescente e sofisticada expectativa do cliente, bem como para garantir a oferta dos produtos/serviços desejados conforme esperado pelo cliente e a dispersão do conhecimento atualmente existente as empresa vem realizando colaborações com outras empresas, ou seja, interconexão de organizações que dependem uma da produção da outra, assim as empresas se enraízam em uma rede de relações interdependentes com outras organizações, chamadas de ecossistema. Os ecossistemas são mais complexos e funcionam de forma diferente de um conjunto de alianças bilaterais. Dessa forma, a estrutura de ecossistemas é determinada pela posição/função que o “centro de ecossistemas” desempenha. Os ecossistemas podem ser englobados em dois tipos que levam a modos de governança distintos: “empresas estendidas” e “mercados de plataformas”. Esses dados consistem com a literatura a respeito dos ecossistemas e cada autoridade municipal desempenha uma função no ecossistema de “integrador” ou “centro de plataformas”. As empresas estendidas possuem uma estrutura vertical /linear em que as atividades do projeto. Essas são agregadas e coordenadas por uma empresa central que é o integrador em que esse interage com as diversas partes adotandouma estrutura de “constelação” de interconexões entre organizações verticais e laterais. Nesse modelo, a autoridade municipal atua como uma “organização de nível mais alto” que supervisiona e administra as atividades das “organizações de nível mais baixo”, envolvidas no processo da prestação dos serviços. Dessa forma, a entrega da solução integrada como resultado da empresa estendida aos clientes é de responsabilidade de uma única organização (integrador). Essa estruturação do ecossistema sugere que a autoridade municipal tenha uma abordagem de integrador em que esse deve focar nas necessidades dos clientes e entender claramente quais são essas necessidades. Nesse tipo de abordagem o integrador foca no controle e na coordenação onde liga as atividades necessárias às partes que melhor desempenham essas atividades. Entre as principais vantagens da empresa estendida destaca-se o controle de qualidade uma vez que o integrador controla o resultado do ecossistema. Isso é extremamente importante quando existe a necessidade de um grande investimento adiantado para garantir uma solução eficaz em um prazo mais longo. Quanto às desvantagens pode-se elencar: complexidade considerável, custos de coordenação significativos, grande investimento de tempo e inflexibilidade nos ajustes da evolução das condições ambientais. No que diz respeito ao mercado de plataforma e sua estruturada essa é estruturada de maneira horizontal/em rede na qual a cidade pode adotar a estrutura organizacional de uma “plataforma aberta”, onde os participantes do ecossistema urbano interagem entre si para criar valor, em vez de fornecer seus produtos à cidade como insumos para os serviços integrados da cidade obtendo diversas soluções desintegradas. Assim, a abordagem dos centros de plataforma foca no controle do contexto, não no resultado, não assume o planejamento, projeto e operação, mas uma plataforma para facilitar a colaboração com diversas partes interessadas. Cabe destacar que um centro de plataforma foca nas necessidades dos clientes e dos complementadores, isto é, o centro de plataformas não adquire as atividades diretamente de fornecedores específicos, mas incentiva diretamente a produção por meio dos “complementadores”. Com isso, também, fomenta inovação, criando condições para a serendipidade. Dessa forma, seu papel é estabelecer um equilíbrio entre a liberdade, suficiente para incentivar a experimentação e a inovação, e regulamentos adequados, para permitir que participantes sintam que os seus interesses de longo prazo estejam garantido. Em relação às vantagens advindas dessa estrutura de ecossistema pode-se citar a variedade e pluralidade com investimentos limitados isso se dá pelo fato de que essa abordagem tem vários participantes tentando soluções alternativas para o problema atual gerando, dessa maneira, uma variedade de oferta de serviços. No que se referem às desvantagens, pode-se elencar os investimentos e a escala inicial, isto é, quando o fornecedor da plataforma depende de fornecedores externos para elementos da solução, mas não há uma demanda clara, os fornecedores não poderão fazer investimentos na plataforma por não saberem se deve construir a infraestrutura/serviço esperando que a demanda seja gerada posteriormente ou primeiro focar na demanda. Outros desafios enfrentando é a dificuldade de controlar soluções e a dificuldade de se chegar a uma única solução ou uma agenda comum. Como dito anteriormente nenhuma abordagem à governança de ecossistemas é superior e nenhuma cidade funciona exclusivamente com um das duas abordagens. Diante disso, os autores conseguiram observar que as três cidades usaram a abordagem do orquestrador em que a estrutura adotada e o modo de governança dependem do tipo de projeto/função, caracterizando, assim, o ecossistema de ecossistemas. Essa estrutura apresenta diversos objetivos interligados que levam à uma estrutura complexa em que o aumento da sofisticação das necessidades dos cidadãos, a emergência de vários objetivos possivelmente conflitantes, aumento dos custos e limitações orçamentais maiores, aumenta a complexidade de administrar a cidade. Isso reflete nas estruturas organizacionais, pois ao abordar diversos objetivos interligados, as cidades crescem drasticamente em termos de departamentos internos diferentes e empresas específicas, novas, discretas e geralmente autônomas. Outra característica dessa estrutura é que ela engloba vários ecossistemas com partes interessadas em comum visto que as autoridades municipais se envolvem na configuração de diversos ecossistemas que focam na entrega de diferentes projetos e contribuem para diferentes funções. Essa estrutura tem como ponto da abordagem do orquestrador a visão de longo prazo e pragmatismo de longo prazo decorrente da complexidade resultante da abordagem do orquestrador envolvida na conquista de diversos objetivos interligados. As autoridades municipais começam com a visão de longo prazo para a cidade como um todo, nesse caso, o orquestrador é o estrategista e o líder dos ecossistemas e não gestor de apenas um ecossistema. Esta visão de longo prazo nunca é uma iniciativa inédita e quase sempre requer pragmatismo por parte da autoridade municipal para aproveitar ao máximo a visão e aplicá-la a estruturas, projetos e desenvolvimentos. Faz parte dessa abordagem também a seleção do projeto certo durante a estruturação do ecossistema quando a autoridade municipal pretende começar um projeto ela tem a opção de estruturar o ecossistema como uma empresa estendida ou um mercado de plataformas, no entanto nenhum dos dois ecossistemas é claramente melhor que o outro e o escolhido pode funcionar bem ou fracassar. Ao mesmo tempo, as características intrínsecas das estruturas oferecem alguns princípios orientadores com relação ao contexto no qual uma determinada estrutura pode funcionar. Precisa-se levar em conta ainda nessa abordagem a governança de ecossistemas quando essa deve entrar é de importância o estabelecimento da direção estratégica em vez da administração ativa do ecossistema. O estabelecimento da direção estratégica consiste na utilização da autoridade e poder simbólico do prefeito para levar os participantes certos do ecossistema à mesa de negociação, trabalhando juntos para esclarecer os incentivos de diferentes partes, personalizando propostas de valor para o projeto em geral. Após essa descrição do artigo aqui analisado criticamente, é importante salientar que o autor discorreu bem sobre os tópicos que queria trabalhar e explicou o assunto ao mesmo tempo em que exemplificava com o seus achados sobre as cidades analisadas a respeito de fatores administrativos complexos que levava em consideração o clima comercial das empresas e a qualidade de vida da população. Concomitante ele separa os artigos em tópicos ao final do texto sobre as estruturas de ecossistemas para facilitar o entendimento de que estar lendo. Entretanto, no começo do artigo o autor vai e vem em algumas informações, em vez de ter apresentado-as de forma continua. Outro ponto positivo que facilita o entendimento do assunto abordado é o uso de imagens, gráficos e ornogramas que resumiam e ilustravam o exposto sendo acompanhados do posicionamento dos autores por meio de fundamentação teórica caracterizando-o como um assunto importante a ser abordado. Além disso, o estudo deles se baseia nos dados e no conhecimento consiste da literatura a respeito do tema abordado. Portanto, o texto aqui analisado de maneira critica e quase totalmente organizado para facilitar o entendimento do leitor abordava a dificuldade administrativa de uma cidade, na qual vem essa como um ecossistema complexo de relações interligadas entre população e empresas e como seus lideres municipais lidam com essa situação.
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