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E-BOOK Oficinas sustentáveis Olá, Você sabe que para gerir com sucesso uma empresa e enfrentar o mercado e os desafios do dia a dia empresarial, é preciso se preparar e, para isso, o Sebrae disponibiliza diversos produtos, canais e serviços para auxiliá-lo nessa jornada. Em sua estratégia de Atendimento Remoto e com o objetivo de ampliar suas alternativas de acesso a conteúdos e soluções educacionais, o Sebrae produziu e disponibiliza este e-book, mais um produto no formato de Educação a Distância (EAD). A proposta de nossos e-books é apresentar os principais conteúdos sobre gestão de pequenas empresas como cursos em formato de livros digitais, isto é, materiais educacionais organizados para capacitar quem quer empreender e quem já possui empresa e deseja ampliar seus conhecimentos e melhorar sua prática à frente de seus negócios. Com as soluções de Educação a Distância do Sebrae você tem a oportunidade de estudar off-line ou em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), disponível 24 horas por dia, que pode ser acessado a qualquer momento e de qualquer lugar que tenha conexão com a internet, sem necessidade de deslocamento. Aproveite esta oportunidade de ampliar seus conhecimentos e bons negócios! Equipe de EAD do Sebrae-SP Sumário Carta do Sebrae ......................................................................................................................................2 Apresentação .........................................................................................................................................4 Sustentabilidade .....................................................................................................................................5 O tamanho do problema ......................................................................................................................... 6 O tamanho das vantagens ....................................................................................................................... 7 Impactos ambientais ............................................................................................................................14 O que são resíduos? .............................................................................................................................. 17 Gestão ambiental .................................................................................................................................24 Impactos sociais ...................................................................................................................................30 RSE externa ............................................................................................................................................ 32 RSE interna ............................................................................................................................................ 35 Sistema de saúde e segurança ocupacionais .........................................................................................43 Requisitos legais e associados .........................................................................................43 Objetivos, metas e programas .........................................................................................44 Passo 2 – Desenvolvimento/execução: implementação do sistema de gestão de saúde e segurança ................................................................................................................................. 44 Passo 3 – Verificação e atuação: revisão de dados e melhoria ............................................................ 47 Colocando em prática um sistema de gestão ambiental ........................................................................49 O que é um sistema de gestão ambiental em uma pequena empresa?.............................................. 49 Encerramento .......................................................................................................................................60 Apresentação Com este e-book, você vai aprender a colocar em prática um sistema de gestão ambiental na sua oficina. Também aprenderá sobre os impactos ambientais e sociais gerados pelas oficinas de funilaria e pintura, além das normas e legislações relacionadas a esse assunto. Você já ouviu falar em sustentabilidade ou sabe como colocar em prática ações socioambientais nas ativida- des de funilaria, pintura ou reparos automotivos? Quer saber mais sobre esses assuntos? Continue a leitura! 5 Sustentabilidade Neste capítulo, você vai ver o que é e o que não é sustentável nas oficinas de funilaria e pintura. Alguns padrões de consumo e métodos de produção atuais provocam sérios problemas para a sociedade e para o meio ambiente. Exemplos conhecidos são a poluição e o esgotamento de recursos naturais. A produção em grande escala que estimula o consumo exagerado tem origem na ideia de que o crescimento da economia deve ser estimulado a qualquer custo. Isso levou a desequilíbrios ambientais sérios e riscos para os recursos naturais. Essas atividades, da maneira como vinham sendo conduzidas, passaram a ser classifica- das como insustentáveis. 6 A comunidade científica começou a discutir as formas e o preço dos padrões de desenvolvimento. Iniciou- -se a busca por formulações de tratados e leis que tornassem as atividades de produção de bens e serviços menos danosas e que permitissem às gerações futuras, pelo menos, o mesmo padrão de vida que está disponível hoje. O tamanho do problema Você sabia que no Brasil existem mais de 97 mil oficinas, a maioria negócios de pequeno porte? Essas oficinas geram mais de 760 mil empregos diretos e indiretos. Apenas no estado de São Paulo, existem aproximada- mente 16.500 micro e pequenas oficinas de reparos automotivos que geram cerca de 190.460 empregos! 7 Pensando-se em uma oficina de forma isolada, pode-se dizer que uma pequena empresa do setor auto- motivo polui pouco. Mas e pensando-se no conjunto das 97 mil oficinas? Imagine o tamanho do impacto socioambiental! Por isso, realizar mudanças de atitude em atividades que poluem o meio ambiente pode fazer uma grande diferença! O tamanho das vantagens Ao adotar pequenas ações para evitar desperdícios e utilizar os materiais de forma mais eficiente e respon- sável, você colabora com o meio ambiente e diminui os custos operacionais da sua oficina! Com práticas sustentáveis, você melhora a imagem da sua oficina, renova o leque de produtos e de serviços, aumenta a produtividade, amplia sua atuação para outros mercados, aumenta o comprometimento dos fun- cionários e melhora as relações de trabalho. Além de criar vantagens para o negócio, você diminui os riscos legais de multas e outras penalidades decor- rentes do descumprimento das leis e das normas que regulam atividades potencialmente poluentes. Dessa forma, ao adotar estratégias e ações sustentáveis, você e sua oficina contribuem para o aumento da competitividade empresarial, para a melhoria das condições ambientais do planeta e para a qualidade de vida da sociedade. 8 Para que você consiga isso, a sustentabilidade deve fazer parte do sistema de gestão da sua empresa, e não ser tratada apenas como um problema externo. Sustentabilidade Sustentabilidade, palavra comprida, com significado ainda maior. A palavra “sustentável” vem do latim sustentare, que significa favorecer, conservar. O termo “sustentabilidade” apareceu em 1972 durante a conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, na Suécia. No Brasil, a preocupação com a sus- tentabilidade está presente no artigo 225 da Constituição Federal de 1988: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e es- sencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” No entanto, a palavra “sustentabilidade” só passou a ser utilizada, de fato, a partirde 1992, após a Confe- rência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. O desenvolvimento sustentável procura equilibrar as necessidades da geração atual com as necessidades das gerações futuras: usar o que precisamos da natureza minimizando os impactos. Parece complicado, mas as atitudes sustentáveis são bem simples. Economizar água e energia, minimizar a produção de po- luentes e pensar na melhor gestão dos resíduos, que inclui coleta seletiva, reciclagem, reuso e destinação correta, são exemplos de atitudes sustentáveis. 9 Uma atividade sustentável, então, é aquela que poderia existir para sempre, pois sua execução não compro- mete o acesso das gerações futuras aos recursos. Por exemplo, um automóvel movido a gasolina não é sustentável, pois o petróleo extraído para produzir esse combustível não se renova na natureza e um dia vai acabar. Assim, quanto mais esse tipo de veículo for usa- do, mais limitado será o acesso das futuras gerações ao petróleo. Além disso, os combustíveis derivados do petróleo emitem gases que poluem a atmosfera e contribuem para o efeito estufa. Por outro lado, dirigir um carro movido a etanol é uma atitude mais sustentável, quando comparado ao uso da gasolina, pois trata-se de um combustível renovável, feito a partir da cana-de-açúcar, que pode ser con- tinuamente cultivada. Outras fontes são ainda mais eficazes, como o carro elétrico e o híbrido. Usar fontes renováveis de combustível não compromete o futuro e torna o transporte com automóveis um ato mais sustentável. A sustentabilidade pode ser dividida em três pilares: econômico, social e ambiental. Se um dos três pilares não for bem administrado, todo o conjunto cai. Ser economicamente sustentável é rentável! Isto é, há retorno do capital investido e, assim, sobra dinheiro para a empresa reinvestir, crescer e continuar competitiva no mercado. Também é importante considerar a economia que o respeito à legislação promove, pois evita o pagamento de multas altas. 10 Ser socialmente sustentável é diminuir os riscos sociais, oferecendo melhores condições de trabalho aos seus funcionários e promovendo um bom relacionamento entre os empregados e a comunidade na qual sua oficina está inserida. Esse tipo de sustentabilidade é alcançado de forma proativa e voluntária, sem que a empresa se limite a apenas respeitar a legislação trabalhista. Para ser socialmente sustentável, é necessário cumprir suas obrigações sociais e morais, respeitar os direitos humanos e diminuir os riscos sociais. Ser ambientalmente sustentável é produzir mais com menos recursos, buscando não contaminar qualquer tipo de ambiente. Representa o cuidado com o meio ambiente desde a compra dos insumos até o destino dado aos resíduos finais da produção ou da prestação do serviço. Empresas sustentáveis sempre têm como objetivo alcançar um nível de gestão satisfatório para os três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Portanto, uma oficina que cuida do meio ambiente, mas é negligente com seus funcionários não é sustentá- vel. Caso a gestão ambiental consuma recursos naturais importantes, como água, a sustentabilidade também será afetada. O universo da sustentabilidade engloba leis e normas regulamentadoras que devem ser cumpridas por toda oficina automotiva. O empreendedor precisa conhecer a legislação vigente referente à sua atividade para promover a sustentabilidade e evitar o pagamento de multas. 11 Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download da lista de referência na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Lista de referências para oficinas automotivas (Oficinas sustentáveis_Módulo_1_lista_referencia). Levar em conta os aspectos sociais, ambientais e econômicos equivale a reduzir desperdícios, contribuir para a diminuição da poluição e aumentar a produtividade e a competitividade do seu negócio! O crescimento econômico e a proteção ambiental não são necessariamente conflitantes. Hoje, quem quer alcançar o sucesso pensa tanto no retorno econômico quanto no meio ambiente. A sustentabilidade não é um custo, é uma oportunidade de expandir seu negócio. Em médio e longo prazo, pode ser aplicada e significa dinheiro no bolso. Não importa se sua oficina é de grande, médio ou pequeno porte. 12 Agora, você: • sabe o que é sustentabilidade. • reconhece que pode aplicar a sustentabilidade em sua oficina de funilaria e pintura, independentemente do tamanho do seu negócio. • percebe que, ao realizar essa gestão socioambiental, você reduzirá os desperdícios, aumentará a produ- tividade e a competitividade. • entende que sua oficina pode funcionar sem gerar impactos sociais negativos e sabe que pode contribuir para a diminuição da poluição e dos impactos ambientais negativos. 13 Atividade 1.1 Identifique as alternativas corretas. Quando se pensa em sustentabilidade, pode-se afirmar que: a) reduz os impactos ambientais e estimula o aumento do uso de recursos naturais. b) proporciona melhor qualidade de vida. c) pode ser aplicada em oficinas de todos os portes. d) reduz a produtividade, mas diminui a poluição. RESPOSTA: Estão corretas as alternativas b (“Proporciona melhor qualidade de vida”) e c (“Pode ser aplicada em oficinas de todos os portes”). Você pode dizer que já sabe tudo sobre sustentabilidade? Que tal realizar a atividade a seguir? 14 Impactos ambientais Neste capítulo, você vai ver o que é impacto ambiental e quais aspectos presentes em sua oficina podem causar impactos ao ambiente. As oficinas de reparo automotivo e de funilaria e pintura causam impactos ao meio ambiente porque usam materiais que são contaminantes. Chama-se de aspectos ambientais todas as atividades que interagem com o meio ambiente, como o con- sumo de energia, o consumo de água e a geração de resíduos. Quando a interação ocorre com a sociedade, diz-se que são atividades com aspectos de responsabilidade social. Quando esses aspectos causam alterações, sejam boas, sejam ruins, no meio ambiente ou na sociedade, chama-se de impacto. 15 Por exemplo, a poluição atmosférica e a contaminação do solo podem ser consideradas impactos ambientais. Já o adoecimento das pessoas de uma região, por conta da poluição ou da contaminação do solo, pode ser considerado um impacto social. Adotar ações que considerem os impactos ambientais e sociais é agir com responsabilidade ambiental e social. Pensar nessas ações e colocá-las em prática é o papel de uma boa gestão empresarial que deve prever os as- pectos envolvidos na atividade da empresa e também os possíveis impactos que eles causam. Melhor ainda é quando essas informações são registradas em algum documento, para que sejam tomadas providências que evitem eventuais problemas. Pense neste exemplo! Em uma oficina mecânica, óleo, estopas, latas, frascos plásticos, papéis, filtros, pneus, vidros, entre outros produtos, precisam ser descartados. Esse descarte, se for feito incorretamente, pode in- teragir com o meio ambiente e, por isso, torna-se um aspecto ambiental. Se esses resíduos forem despejados em locais impróprios, eles poderão se espalhar e atingir a natureza, afetando negativamente o ecossistema. Assim, o impacto ambiental desse descarte é a contaminação do solo, dos afluentes, dos mananciais etc. Veja a seguir uma relação de aspectos ambientais e os impactos que eles causam. 16 Atenção Cada empresa tem seus próprios aspectos e impactos e, por isso, essa relação serve como referência, mas não esgota o assunto. Aspecto ambiental Impactos ambientais Geração de efluentes líquidos Contaminação do solo Contaminação do lençol freático Emissão atmosférica de gases Contaminação da atmosfera com gases de efeito estufa (R12, CFC ou R134A) Geração de resíduos sólidos Poluição do solo Poluição de rios ou córregos Geração de ruído Perturbação da fauna e de ciclos naturais Consumo de recursos naturais Esgotamento do recurso natural Extinção do ambiente natural de flora e de faunaVazamentos Contaminação do solo Contaminação do lençol freático 17 Agora, será detalhado um dos aspectos ambientais mais importantes para as atividades das oficinas de repa- ros automotivos e também para as oficinas de funilaria e pintura: a geração de resíduos. O que são resíduos? Tudo o que habitualmente é considerado lixo pode ser entendido como resíduo. Quando não existe tecnologia ou viabilidade econômica que permita o tratamento, o reaproveitamento ou a reciclagem do resíduo, ele é chamado de rejeito e deve ser encaminhado para aterros sanitários. Os outros resíduos devem ser enviados para tratamento e reciclagem. Neste e-book, é considerado resíduo tudo aquilo que não deve ser colocado no lixo comum, nem despejado na rede pública de esgoto ou em rios, lagos e mares, ou seja, tudo aquilo que exija uma solução técnica antes do descarte. 18 As atividades das oficinas automotivas liberam resíduos: • Sólidos ou semissólidos: estopas; vidros; fitas adesivas; pneus; latas e outras embalagens; restos de tin- tas; borras e qualquer outro material que é descartado. • Líquidos também chamados de lixiviados: óleos e solventes; tintas, primers e revestimentos; fluidos de baterias; e água de lavagem dos automóveis e da oficina. A classificação e o descarte dos resíduos líquidos têm algumas particularidades, que também devem ser apli- cadas aos materiais que absorvem esses líquidos, como estopas, trapos e panos. Para gerenciar os resíduos adequadamente, é preciso classificá-los quanto à periculosidade, isto é, que tipo de risco eles oferecem ao meio ambiente e à saúde. Atenção Periculosidade é o quanto o resíduo pode ser perigoso. 19 As características avaliadas para a classificação da periculosidade são: • Inflamabilidade: é a propriedade que uma determinada substância tem de pegar fogo com facilidade. • Corrosividade: é a propriedade de corroer outros materiais. • Reatividade: é a propriedade que uma determinada substância tem de reagir com outros materiais e formar novas substâncias. • Patogenicidade: refere-se à presença, no material, de microrganismos patógenos (que causam doenças). • Toxicidade: refere-se ao potencial de uma determinada substância para provocar efeitos adversos quando inalada, ingerida ou absorvida pela pele e pelas mucosas, por exemplo, náuseas, vômitos e dores de cabeça, ou efeitos mais graves (toxicidade aguda) que podem até provocar a morte após a exposição a uma dose elevada ou a doses repetidas em um curto espaço de tempo. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) classifica os resíduos sólidos em três categorias: • Classe I – Perigosos. São resíduos que podem ser inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogê- nicos. Por exemplo: óleos, graxas, combustíveis, solventes, baterias e tintas. • Classe II A – Não perigosos e não inertes. De forma geral, são resíduos biodegradáveis ou solúveis em água. Por exemplo: restos de alimento, lixo de banheiro e bitucas de cigarro. • Classe II B – Não perigosos e inertes. São resíduos não contaminantes, geralmente recicláveis, e que não se decompõem em contato com o solo. Embalagens plásticas em geral, papel, pneus, peças me- tálicas e vidros. Cada uma das classes de resíduos recebe atenção diferente no momento do descarte, e a melhor maneira de gerenciá-los é por meio da coleta seletiva. A ideia é fazer o armazenamento interno dos resíduos usando cores, para facilitar a separação e a reciclagem. 20 Para cada tipo de resíduo, é utilizada uma cor: Papel/Papelão Plástico Vidro Metal Madeira Resíduos ambulatoriais Não recicláveis Resíduos perigosos Resíduos radioativos Orgânicos Esse padrão de cores é adotado em muitos países que têm serviços públicos de coleta seletiva. No Brasil, essas cores nem sempre são seguidas. O ideal é separar os resíduos sólidos da forma que mais facilitar a identificação para a reciclagem. Porém, sua oficina poderá adotar esse padrão internamente, separando seus resíduos em galões das diferentes cores e sinalizando com placas o que deve ser descartado em cada um de- les. Assim, você contribui como medida educativa para os funcionários e facilita a identificação dos materiais no momento da triagem para a reciclagem. Os resíduos devem ser classificados de acordo com o componente mais perigoso, segundo o quadro de clas- sificação. Por exemplo: um papel de mascaramento pode ser classificado como resíduo Classe II B (inerte), contudo, um papel de mascaramento “sujo” de tíner deve ser classificado de acordo com a periculosidade do tíner, ou seja, Classe I (perigoso). O mesmo vale para embalagens. Uma bombona pode ser classificada como Classe II A (não inerte), mas uma bombona que contenha óleo lubrificante deve ser classificada como Classe I (perigoso). 21 Atenção Os resíduos perigosos devem ser descartados em aterros sanitários ou incinerados por empresas espe- cializadas, que realizam a coleta desses resíduos de acordo com as normas específicas para transportes e descarte final. Outro aspecto importante quanto às embalagens ou qualquer resíduo que venha a ser descartado é que eles não devem ser lavados para remover a substância que continham. Você só deve lavar a embalagem se o seu estabelecimento for preparado e houver uma estação de captação e tratamento de efluentes químicos. Deve-se evitar que os resíduos entrem em contato com sistemas de drenagem ou com vias de águas pluviais. Não se deve jogar esses resíduos diretamente no esgoto. Caso eles contaminem águas de rios, lagos ou cursos de águas pluviais, deve-se informar as autoridades competentes de acordo com as regulamentações locais. Quando o líquido for considerado impróprio para lançamento no esgoto, isto é, quando o líquido tiver em sua composição substâncias contaminantes, ele é classificado como perigoso e requer destinação adequada. É o caso dos resíduos de óleo. É comum aproveitar embalagens plásticas já usadas para recolhê-los e, assim, armazená-los em segurança até que uma empresa homologada faça a coleta. 22 Se sua empresa gera resíduos perigosos ou não inertes, consulte a legislação ambiental vigente, para garan- tir a correta destinação e disposição de resíduos e rejeitos. Lembre-se também de que se os resíduos forem perigosos ou não inertes, você precisa procurar orientações no órgão ambiental do seu município ou estado. No caso do estado de São Paulo, por exemplo, é exigido o CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental). Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Mais informações sobre o CADRI (Oficinas sustentáveis_Módulo_2_Informações_CADRI). 23 Atividade 2.1 Relacione a destinação correta a cada item. 1. Tíner, massa acrílica, verniz, cera automotiva, primer universal, tintas, óleos e materiais contaminados. 2. Lâmpadas com vapor de mercúrio. 3. Sucata ferrosa e plástica, papel, papelão, borracha, madeira e vidro. ( ) Postos de coleta para logística reversa. ( ) Reciclagem (associação de catadores ou empresas de coleta seletiva). ( ) Aterros sanitários ou incineração controlada. RESPOSTA: A sequência correta é 1, 3, 2. Tíner, massa acrílica, verniz, cera automotiva, primer universal, tintas, óleos e materiais contaminados devem ser descartados em postos de coleta para logística reversa. Sucata ferrosa e plástica, papel, papelão, borracha, madeira e vidro podem ir para a reciclagem (associação de catadores ou empresas de coleta seletiva). Já as lâmpadas com vapor de mercúrio precisam ir para aterros sanitários ou incineração controlada. 24 Gestão ambiental Ao longo deste capítulo, você vai ver o conjunto de referências que podem auxiliá-lo a elaborar o sistema de gestão ambiental de sua oficina. Atenção Os padrões ISO abordados neste e-book podem e devem ser considerados em um sistema de gestão so- cioambiental. Eles servem de referência para empresas de todos os tipos e tamanhos. 25 A NBR ISO 14001 apontarequisitos de um sistema de gestão ambiental que permite à empresa desenvolver e praticar projetos e metas ambientalmente sustentáveis. Ela mostra que o negócio tem que considerar todos os aspectos relevantes ao meio ambiente em sua operação, como a poluição atmosférica, questões de água e esgoto, gestão dos resíduos, contaminação dos solos, uso eficiente dos recursos naturais, entre outros. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Mais informações sobre a ISO 14001 (arquivo Oficinas sustentáveis_Módulo_3_ ISO 14001). Muitas oficinas pensam que seu consumo de recursos naturais, como energia e água, é algo fora de seu controle, que não pode ser contido e muito menos reduzido. Mas o consumo desses recursos pode ser ge- renciado e reduzido se utilizada a abordagem correta. A NBR ISO 50001 mostra que as organizações podem estabelecer sistemas e processos para melhorar o de- sempenho energético, incluindo eficiência energética, uso e consumo de energia. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Mais informações sobre a NBR ISO 50001 (arquivo Oficinas sustentáveis_Módulo_3_NBR ISO 50001). 26 Reduzir os custos com energia e com água não afeta negativamente a oficina, suas operações e seus traba- lhadores, o que nem sempre acontece com outros tipos de corte, como os que envolvem custos que afetam direta ou indiretamente os empregados e os prestadores de serviço. A redução no consumo de energia e de água pode ser obtida de diversas maneiras: no empenho em poupar esses recursos em todos os níveis da organização, no desenvolvimento de planos que identifiquem as opor- tunidades de economia na prática desses planos e no monitoramento e na verificação das melhorias. Dica Os planos de melhoria são desenvolvidos e praticados de forma contínua. Gerenciar recursos naturais não é apenas um projeto, é uma prática que envolve um conjunto de medidas e de ferramentas que devem ser introduzidas nas atividades do seu dia a dia. O termo “eficiência energética” pode ter diversas interpretações, mas para nós ele significa ter o mesmo resultado, utilizando menos energia. O mesmo vale para a eficiência hídrica. O uso eficiente da água é outro aspecto importante e que reduz custos. A água proveniente de chuvas, por exemplo, pode ser utilizada para lavar piso, peças de veículos ou equipamentos e vasos sanitários. Torneiras com redutores ou com acio- namento automático contribuem para a redução do consumo de água. A inspeção frequente pode evitar vazamentos. Essas atitudes não representam grandes investimentos e trazem retorno financeiro, por meio da diminuição de custos. 27 Dica Para obter sucesso na prática da gestão de recursos, é necessário o empenho de todos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é a Lei Federal 12.305/2010, que tem o objetivo de promo- ver a gestão unificada e o gerenciamento ambientalmente apropriado dos resíduos sólidos, ou seja, reduzir a geração dos resíduos sólidos e incentivar a reciclagem e o modo correto de manipular os resíduos que podem contaminar o meio ambiente. A PNRS mostra três pilares para essa questão: 1. A extinção dos lixões. 2. A obrigatoriedade da logística reversa. 3. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Sobre o item 3, a PNRS estabelece que consumidores, empresas e governos passem a compartilhar a res- ponsabilidade pelo modo correto de manipular os resíduos, desde sua separação até seu armazenamento e descarte final. A PNRS apresenta a logística reversa como um dos principais instrumentos de gerenciamento de resíduos sólidos por parte de pessoas jurídicas ou físicas, de direito privado ou público, responsáveis direta ou indire- tamente pela produção dos resíduos. 28 Logística reversa Logística reversa é o caminho que o resíduo deve percorrer até estar pronto para a reutilização ou ou- tra destinação final ambientalmente correta. Esse trabalho não deve fazer parte da coleta rotineira dos serviços públicos. Ele é responsabilidade de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de grupos de produtos como: agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, alguns tipos de lâm- padas, produtos eletroeletrônicos e medicamentos, bem como seus resíduos e embalagens. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, é clara: indústrias de produtos de alta periculosidade têm obrigações a cumprir, entre elas, a coleta seletiva dos resíduos. Esses resíduos, quando não são peri- gosos ou contaminantes, devem voltar às indústrias para serem reinseridos na cadeia produtiva, quando possível, com reaproveitamento dos componentes, ou descartados em locais adequados, que respeitem normas operacionais específicas para minimizar os riscos de impactos ambientais. Quem pratica a logística reversa mostra responsabilidade com o meio ambiente, economiza utilizando materiais reciclados e contribui com a geração de emprego e renda. 29 Você sabia? Em dezembro de 2012, firmou-se o Acordo Setorial para Implantação de Sistema de Logística Reversa de Embalagens Plásticas de Óleos Lubrificantes, o primeiro acordo concluído no âmbito da PNRS. As empresas do setor de transformados plásticos que assinaram o acordo assumiram a responsabilidade compartilhada pela coleta e pela destinação das embalagens, que, a partir de então, devem ser enviadas para as centrais para tratamento inicial e, posteriormente, para empresas recicladoras. O programa Jogue Limpo – Logística Reversa de Lubrificantes disponibiliza em seu site (www.joguelimpo. org.br) instruções e informações sobre a coleta de embalagens de óleos lubrificantes. Para a logística reversa de outros resíduos, como vidros automotivos, autopeças e latas de tinta, deve-se entrar em contato com o fabricante do produto ou com as associações dos fabricantes. Para saber onde se localiza o ponto de coleta ou a estação de transbordo mais próxima, pode-se entrar em contato com a pre- feitura do seu município. E você, sabe qual é a destinação correta para os produtos que utiliza em sua oficina? Que tal realizar a ati- vidade a seguir? Atividade 3.1 Selecione a alternativa que indica a destinação correta para tíner, massa acrílica, verniz, cera automotiva, primer universal, tintas, óleos e materiais contaminados: a) Logística reversa. b) Coleta seletiva para a reciclagem. c) Aterros sanitários ou incineração controlada. d) Lixo comum. RESPOSTA: A alternativa correta é c: (“Aterros sanitários ou incineração controlada”). 30 Impactos sociais Agora, você vai ver o que é impacto social e quais aspectos de uma oficina causam impactos sociais. Os aspectos sociais de uma empresa se relacionam aos elementos que têm efeito sobre a vida das pessoas, sejam elas parte do público interno (funcionários diretamente ligados à oficina), sejam do público externo (vizinhos, clientes etc.). Por exemplo, se uma empresa contratar pessoas da comunidade ao seu redor de maneira informal (sem re- gistro em carteira), com salários baixos, poderá ter um impacto social negativo por causar a redução da renda média da região onde vivem os trabalhadores. 31 Veja alguns aspectos sociais das oficinas de reparos automotivos e das oficinas de funilaria e pintura e seus impactos. Aspectos sociais Impactos Geração de ruídos Ambiente insalubre de trabalho Armazenamento de perfurocortantes Possibilidade de acidentes de trabalho Uso recorrente de horas extras Insatisfação dos funcionários Potencial dano à imagem da empresa Repare que o aspecto “geração de ruídos” já havia aparecido também como aspecto ambiental. É comum que o mesmo aspecto cause impacto tanto social quanto ambiental. A forma de tratar cada um deles, no entanto, pode ser diferente. Em relação aos impactos sociais, a empresa deve adotar atitudes de responsa- bilidade social, com ética e moral. É fundamental que as oficinas automotivas sigam estratégiasbaseadas na responsabilidade social. Por exemplo: criar um ambiente com base na confiança, ou seja, com uma postura sempre transparente e verdadeira; criar formas que permitam os colaboradores expressarem suas opiniões com relação às novas formas de executar suas tarefas; incentivá-los a buscarem capacitação, mesmo que ela não seja diretamente ligada a sua função na empresa; promover e divulgar para a comunidade campanhas de vacinação etc. 32 Em outros casos, o objetivo pode envolver um melhor aproveitamento dos recursos humanos ou das opor- tunidades existentes. Tudo isso melhora a reputação da empresa e ajuda a superar os concorrentes e a permanecer forte no mercado. A responsabilidade social reflete a necessidade de as empresas devolverem benefícios às comunidades nas quais estão instaladas. Isso implica a mudança de atitude nas empresas, que devem considerar objetivos de longo prazo, em vez de somente lucros em curto prazo. Mas, afinal, o que é ser socialmente responsável? Em uma empresa, a responsabilidade social refere-se a ações que contribuem para os interesses sociais, mais que apenas para interesses exclusivamente econômicos ou relacionados a exigências legais. É o com- prometimento constante em agir de forma ética, contribuir com o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo. A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) acontece quando uma empresa adota, de forma voluntária, ações que geram o bem-estar de seus públicos interno e externo. Assim, a empresa promove melhorias que podem não estar na legislação, mas que atendem às expectativas da sociedade quanto ao negócio. Com RSE, a oficina contribui com o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando com os empregados e suas famílias, com a comunidade local e com a sociedade em geral, para melhorar a qualidade de vida de todos. Existem, então, dois ambientes com os quais a empresa deve ter responsabilidade social: um ambiente in- terno e outro externo. RSE externa O raio de alcance da RSE externa inclui comunidade local, clientes, autoridades públicas e ONGs. Adotar uma postura proativa em relação ao ambiente externo tem custos muitas vezes altos. Mas os ganhos em relação à comunidade e à imagem da empresa podem recompensar todo o esforço. A forma mais ecoeficiente de contribuir para a RSE externa é investir na cadeia de reciclagem local, em es- pecial nas cooperativas, que no Brasil têm uma forte característica social, pois oferecem oportunidades para catadores, cuja renda, de outra forma, é baixíssima. Outro exemplo de reciclagem local diz respeito aos serviços de troca de óleo, resíduo altamente poluente, que pode ser coletado, vendido para empresas autorizadas e revertido em ações sociais. 33 Cadeias assim formam o Ciclo Virtuoso da Reciclagem, que se inicia quando a empresa separa seus resíduos recicláveis corretamente e os entrega para cooperativas de coleta seletiva. Essas cooperativas empregam catadores e oferecem a eles melhores condições de trabalho. Nas cooperativas, acontece uma segunda seleção do material e sua transformação em fardos, que são vendi- dos para uma indústria transformadora, a qual fará as demais etapas de beneficiamento e tornará o material apto a ser utilizado como matéria-prima novamente. 34 Repare que o Ciclo Virtuoso da Reciclagem integra os três pilares da sustentabilidade: • Econômico: valoriza um material já utilizado transformando-o em matéria-prima, o que é bom para a economia. • Social: envolve moradores locais de baixa renda, o que é bom para a sociedade. • Ambiental: impede que o descarte incorreto polua a natureza com resíduos, o que é bom para o meio ambiente. Portanto, o Ciclo Virtuoso da Reciclagem é uma rotina 100% sustentável, que deve ser prestigiada por você. Você sabia? O Brasil é, desde 2011, o país que mais recicla alumínio proveniente de latinhas de bebidas. Em 2012, o país reciclou 97,9% das latinhas utilizadas (o que representa 267 mil toneladas) e injetou mais de R$ 630 mil na economia nacional. 35 RSE interna O objetivo da RSE interna é a segurança no trabalho e a promoção de um ambiente saudável. Na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), existem Normas Regulamentadoras (NRs) que se propõem a regulamentar e orientar a respeito da saúde e medicina do trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego disponibiliza as NRs em seu site (www.mte.gov.br). Serão apresentadas neste e-book somente aquelas diretamente ligadas à sustentabilidade e à RSE interna, mas é importante que depois você consulte todas elas. A responsabilidade social empresarial interna está relacionada, basicamente, à segurança, à saúde ocupacional e à qualidade de vida e de trabalho dos funcionários. Existem normas regulamentadoras que estabelecem um padrão, recomendado para o ambiente e a segurança de qualquer empresa. Conheça as normas e identifique em qual delas sua empresa se enquadra! Com isso, você poderá desen- volver ações em sua oficina para reduzir ou até eliminar os impactos relacionados à saúde ocupacional. Acompanhe! Para melhor organizar e visualizar os objetivos, você pode usar o Mapa de Riscos, citado na Norma Regula- mentadora 05. 36 Veja a seguir uma representação gráfica dos cinco tipos de risco aos quais um funcionário pode estar sujeito, e podem ser considerados itens da responsabilidade social empresarial. São eles: Riscos físicos Ruído, vibração, umidade, temperatura ou pressão incomum. Riscos químicos Névoas, vapores, poeira, gases ou fumos. Riscos biológicos Fungos, vírus, bactérias ou parasitas. Riscos ergonômicos Ritmo excessivo de trabalho, movimentos repetitivos, postura inadequada. Riscos de acidentes Iluminação inadequada, equipamentos sem proteção, arranjo físico inadequado, eletricidade, animais peçonhentos. Atenção Há uma forma correta de minimizar ou evitar cada um dos tipos de risco. 37 Você vai encontrar no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA – N9) a identificação dos riscos ambientais. Esses riscos podem ser físicos, químicos e biológicos. O programa também descreve alguns as- pectos sociais. Existe também a NR 17, sobre ergonomia. Ela identifica os riscos decorrentes de movimentos repetitivos e da má postura (ergonômicos), além dos riscos de acidentes. Assim, o PPRA e os demais levantamentos de riscos servem como base para que sua empresa elabore o Pro- grama de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO – NR 07). O PCMSO NR 07 é um documento que mostra os riscos presentes no ambiente da empresa e os possíveis danos para a saúde do trabalhador que eles podem causar, ou seja, ele apresenta alguns impactos sociais que a responsabilidade social empresarial interna deve considerar. A respeito de ações para minimizar os riscos, você também encontrará no PCMSO uma série de medidas preventivas, descrição de equipamentos de proteção individual (EPIs – NR 06) e exames periódicos. 38 Quando a empresa adota a integração e a gestão da responsabilidade social empresarial, ela pode obter benefícios para o negócio e seus funcionários. Os benefícios para o negócio são: • Captação de parceiros confiáveis. • Melhora na imagem da empresa. • Aumento de competitividade. • Diminuição na rotatividade de funcionários. • Maior visibilidade e oportunidade para novas parcerias (como companhias seguradoras). Os benefícios para os funcionários são: • Melhores condições de trabalho. • Diminuição no risco de acidentes de trabalho. 39 • Melhor conhecimento dos direitos trabalhistas. • Melhor comunicação com a gerência. • Remuneração adequada ao serviço prestado. A norma SA 8000 foi a primeira norma internacional a certificar empresas por suas condições de trabalho, com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. A norma trata de questões como saúde e segurança do trabalho, trabalho escravo, trabalho infantil, discriminação, ações de disciplina, jornada de trabalho,remuneração e sistemas de gerenciamento. A empresa que adotar esse padrão deve observar os impactos sociais de suas atividades operacionais e também de seus fornecedores e parceiros. A ISO 26000 e a ABNT NBR 16001 apresentam os guias e os requisitos para a implementação de um sistema de gestão de responsabilidade social. Os padrões nelas apresentados são referências que guiam as empresas na elaboração de ações para o sistema de gestão. A ABNT NBR 16001, norma brasileira de responsabilidade social, foi escrita de forma a aplicar-se às pequenas e médias empresas de qualquer setor, assim como às organizações públicas. 40 Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Mais informações sobre a NBR 16001 (arquivo Oficinas sustentáveis_Módulo_4_NBR 16001). O tema “responsabilidade social” é tratado de forma bastante inovadora e considerando que a responsabili- dade social está diretamente ligada à concepção de desenvolvimento sustentável, refletindo-se nas suas três dimensões: econômica, ambiental e social. O primeiro passo para que a responsabilidade social seja implementada com sucesso na empresa é a definição de uma política de responsabilidade social. Para que ela se torne possível, é necessário o comprometimen- to de todos os funcionários e proprietários da empresa com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável. Esses exemplos de padrões de responsabilidade social são uma oportunidade para as oficinas de funilaria e pintura começarem a organizar sua gestão da responsabilidade socioambiental, ou seja, tudo isso envolve orientações, sugestões e insumos para que as oficinas de reparação automotiva possam perceber a impor- tância de se adotar práticas de RSE. 41 A OHSAS 18001 é uma norma internacional sobre saúde e segurança ocupacionais, que tem como objetivo promover e auxiliar as boas práticas nessas áreas por meio de uma gestão sistemática e estruturada. Ela oferece inúmeros benefícios, por reduzir o potencial de acidentes e interrupções nos processos produtivos, melhorando a imagem da empresa, seu ambiente interno e seu desempenho de forma geral. Esse padrão pode ser visto também como uma ferramenta estratégica para melhorar a competitividade e alcançar uma melhor posição no mercado. Essa norma pode ser aplicada por qualquer empresa que queira estabelecer um sistema de gestão da saúde e segurança ocupacionais, tendo em vista: • implementar, manter e melhorar continuamente o sistema de saúde e segurança ocupacionais. • garantir que o sistema de saúde e segurança ocupacionais adotado esteja de acordo com a política de saúde e segurança ocupacionais. • eliminar ou minimizar os riscos associados às atividades da empresa aos quais estão expostas as partes interessadas. • demonstrar ao mercado sua adequação ao padrão OHSAS 18001. Mas a OHSAS, por si só, não é suficiente para que a empresa alcance todos esses benefícios. Implementá-la é apenas o primeiro passo para uma gestão da saúde e segurança do trabalho sistemática e bem-sucedida. 42 Uma gestão favorável à equipe de trabalho cria um ambiente propício à segurança e envolve todas as partes interessadas na busca pelo índice de zero acidentes. No próximo capítulo, você verá os três passos para implementar um sistema de saúde e segurança ocupacionais! Agora, você pode realizar a atividade a seguir para conferir se aprendeu o que é gestão socioambiental. Atividade 4.1 Selecione a alternativa correta que completa a seguinte frase: A gestão socioambiental é sinônimo de a) ideia ambientalista que não se aplica ao âmbito dos negócios. b) gestão voltada apenas para grandes empresas. c) técnica de descarte de resíduos para Micro ou Pequena Empresa. d) redução de desperdícios e poluição, maior produtividade e melhor competitividade. RESPOSTA: A alternativa correta é a d (“redução de desperdícios e poluição, maior produtividade e melhor competitivi- dade”). 43 Sistema de saúde e segurança ocupacionais Ao longo deste capítulo, você vai ver o planejamento: definição da política, objetivos e metas; o desenvol- vimento/execução: implementação do sistema de gestão de saúde e segurança, e a verificação e atuação: revisão de dados e melhoria. Passo 1 – Planejamento: definição da política, objetivos e metas Identificação dos perigos, levantamento de riscos e controles: • Esses processos serão a base do desenvolvimento do sistema de gestão. A flexibilidade do padrão OHSAS 18001 permite o gerenciamento desses temas de acordo com o tamanho do negócio, com as situações reais do ambiente de trabalho e com os perigos específicos da atividade. Requisitos legais e associados • O padrão determina que sejam desenvolvidos e avaliados procedimentos que permitam ao negócio iden- tificar os requisitos legais relacionados à saúde e à segurança. 44 Objetivos, metas e programas • Para implantar a política de saúde e segurança, é preciso elaborar um plano com objetivos específicos, mensuráveis, realistas e possíveis dentro de um prazo determinado. Definir de forma clara as responsabi- lidades e os responsáveis para cada etapa de trabalho. Passo 2 – Desenvolvimento/execução: implementação do sistema de gestão de saúde e segurança Recursos e responsabilidades • A gerência/direção do negócio deve se responsabilizar e oferecer o tempo e os recursos financeiros neces- sários para a implementação do sistema. Competência, treinamento e comprometimento • É necessário garantir que todos os colaboradores estejam capacitados para participar do novo sistema de gestão. Essa capacitação envolve a compreensão do papel e da responsabilidade individual de cada um. 45 Comunicação e participação • O envolvimento e a participação da equipe na identificação de perigos, no levantamento de riscos e na investigação de acidentes e incidentes são necessários e demonstram bons níveis de comunicação. Documentação e controle • É necessário manter o registro dos dados históricos ou criá-lo, caso não exista. Controlá-lo também é im- portante, pois todos serão informados sempre que houver atualização ou novidade nos processos. Controle operacional • Uma boa gestão necessita checar regularmente se suas medidas de controle de riscos estão adequadas. Isso inclui também procedimentos para todas as atividades e comunicação desses procedimentos a todos os colaboradores. O controle operacional está relacionado à compra de suprimentos, equipamentos e serviços, e também aos procedimentos de cada uma das atividades da oficina. 46 Atendimento a emergências • Ter planos bem elaborados e disponíveis para atendimento em situações de emergência é fundamental. Também é muito importante testá-los e revisá-los periodicamente, para garantir que permaneçam fun- cionando. 47 Passo 3 – Verificação e atuação: revisão de dados e melhoria Medição e monitoramento do desempenho • É necessário que existam processos para medir e monitorar o desempenho. Isso garante que a empresa tenha sob controle os riscos à saúde e à segurança, além de fornecer mecanismos para mostrar o progres- so do sistema em relação ao alcance de suas metas. Nos casos em que seja necessário um equipamento para medir e monitorar, ele deve estar sempre calibrado e seus registros devem ser armazenados. Investigação de incidentes e ações corretivas e preventivas • É necessário que, além dos procedimentos para a realização de atividades, haja procedimentos para a investigação e análise dos incidentes e não conformidades. Assim, será possível identificar e eliminar as causas ou possíveis causas de potenciais danos. Revisão de gestão • Os donos ou gerentes das oficinas devem realizar reuniões periódicas para revisar os sistemas de gestão. Nessas reuniões, será possível rever a política, o desempenho da empresa e a viabilidade dos objetivos e metas determinados. Essa revisão também deve considerar mudanças no ambiente dos negócios para futuros programas de gestão. 48 E agora, que tal realizaruma atividade para conferir seus conhecimentos sobre o assunto? Atividade 5.1 Relacione as atividades com cada passo de implementação do sistema de saúde e segurança ocupacionais. 1. Passo 1 2. Passo 2 3. Passo 3 ( ) Estabelecer processos para monitoramento do desempenho; analisar incidentes e providenciar ações corretivas e preventivas; avaliar periodicamente e revisar a gestão. ( ) Identificar os perigos e levantar riscos; avaliar os requisitos legais; estabelecer objetivos, metas e pro- gramas. ( ) Oferecer recursos e atribuir responsabilidades; facilitar treinamento e comprometimento; garantir documentação e controle dos processos; planejar atendimento a emergências. RESPOSTA: A sequência correta é 3, 2, 1. O Passo 3 é estabelecer processos para monitoramento do desempenho; ana- lisar incidentes e providenciar ações corretivas e preventivas; avaliar periodicamente e revisar a gestão. O Passo 2 é identificar os perigos e levantar riscos; avaliar os requisitos legais; estabelecer objetivos, metas e programas. E o Passo 3 é oferecer recursos e atribuir responsabilidades; facilitar treinamento e comprometi- mento; garantir documentação e controle dos processos; planejar atendimento a emergências. 49 Colocando em prática um sistema de gestão ambiental Neste capítulo, você vai ver passo a passo para tornar sua oficina mais sustentável e o que você pode extrair da ISO 14001, 14040 e da OHSAS 18001 para planejar e definir ações para o sistema de gestão socioambien- tal da sua oficina. O que é um sistema de gestão ambiental em uma pequena empresa? É um conjunto de diretrizes adotadas para a implementação de uma política ambiental em uma determinada empresa ou unidade produtiva, que especifica competências, comportamentos, procedimentos e exigências, a fim de avaliar e controlar os impactos ambientais de suas atividades. Uma oficina que nunca programou ações de sustentabilidade pode iniciar seu sistema de gestão adotando rotinas para utilizar de forma mais eficiente a energia elétrica, a água, os materiais, além de reduzir os resí- duos. Para isso, você, o gestor, precisa se planejar. 50 O sistema de gestão ambiental deve englobar a política da empresa e o levantamento de aspectos e impactos ambientais, objetivos, metas e programas. Para isso, foi escolhida a metodologia da ISO 14001, 14040 e da OHSAS 18001 como estrutura de desenvolvimento. Para a implantação do sistema de gestão integrada, o planejamento deve ser feito de acordo com esta sequência: 1) Elaboração da política integrada. 2) Levantamento de aspectos e impactos sociais e ambientais. 3) Determinação dos objetivos e metas a serem alcançados. 4) Elaboração de programas e projetos. 5) Implantação dos programas e projetos. 6) Controle dos programas. 51 O primeiro passo para a implementação do sistema de gestão integrada visando à sustentabilidade, que le- vará em conta os aspectos socioambientais das atividades de uma oficina, deve começar pela elaboração da política integrada de gestão. A política integrada de gestão é formalizada em um documento escrito que coloca em palavras as preocupa- ções socioambientais da empresa e o que ela quer que o sistema de gestão socioambiental represente para o seu negócio. O documento da política integrada de gestão deve conter a afirmação dos compromissos da oficina em relação ao meio ambiente e à sociedade e servirá como um guia para todas as ações que se relacionem a esse assunto. A política de gestão deve conter o compromisso da oficina com a melhoria contínua, o atendimento aos requisitos legais, a proteção de cada um dos pilares da política, a defesa dos direitos humanos, o combate à poluição ambiental, a prevenção de acidentes, busca pela eficiência dos sistemas de energia e preocupação com o ciclo de vida de todas as atividades envolvidas nas oficinas. Agora que você entendeu como elaborar a política socioambiental da sua oficina, serão mapeadas todas as atividades do seu estabelecimento com foco em seus aspectos e impactos ambientais e sociais. Levantamento de aspectos e impactos sociais e ambientais Nas oficinas de funilaria e pintura, os processos e as operações envolvem, em linhas gerais, desmontagem, limpeza, lixamento ou remoção e substituição da parte afetada, alinhamento, soldagem, preparação para pintura e pintura. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Guia de mapeamento dos processos (arquivo Oficinas sustentáveis_M6_Guia_mapeamento_processos). Depois de mapeadas as atividades, é importante identificar, para cada uma delas, os aspectos e impactos sociais, ambientais e de segurança do trabalho relacionados. 52 Para tanto, devem-se levar em consideração a preparação da atividade (entradas – materiais e recursos utili- zados, energia e água consumidas etc.); sua execução e suas saídas (resíduos e efluentes gerados). Para fazer isso, você pode usar a metodologia da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que ajuda a levantar os impactos ambientais e sociais de produtos, processos ou atividades em todo seu ciclo de vida. A Avaliação do Ciclo de Vida vai ajudar você a identificar, ao longo de todas as atividades e processos da sua oficina, os recursos utilizados, os tipos de resíduo gerados e os impactos causados por eles. Assim, você con- seguirá identificar qual o seu papel nessa cadeia produtiva. Você achou complicado? Analise a atividade da sua oficina como um todo, considerando desde a origem e as características das matérias-primas utilizadas até a destinação ou descarte final dos materiais. Veja, por exemplo, seu papel no ciclo de vida de um veículo: • imagine que o veículo foi produzido por uma montadora, usou recursos naturais, gerou resíduos, causou impactos ambientais e chegou até o mercado para venda. Uma pessoa adquiriu esse veículo e circulou com ele por um período. Quando esse motorista bate seu carro, causando uma avaria, o veículo é levado até sua oficina. Sua oficina, por sua vez, precisará de matérias-primas para realizar o reparo e gerará resíduos, que podem causar impac- tos se não forem tomados os cuidados necessários. 53 A Avaliação do Ciclo de Vida deve ser considerada uma ferramenta capaz de fornecer informações sobre os impactos causados. Os resultados da avaliação permitem que você tome decisões, como mudar os produtos utilizados ou modificar os processos, em busca da redução dos impactos. Os requisitos para a ACV foram estabelecidos na ISO 14040. Veja um exemplo de como essa análise pode ser feita em uma oficina, na preparação de ferramentas e desmontagem de peças e veículos. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Exemplo da análise da ISO 14040 (arquivo Oficinas sustentáveis_M6_ISO_14040). Analise o dia a dia de sua oficina e identifique quais dessas atividades acontecem no seu estabelecimento. Em seguida, faça a descrição de cada uma dessas atividades. Ao fazer a ACV, você poderá identificar os impactos da sua oficina. Após o mapeamento das atividades, aspectos e impactos, deve-se passar para a análise de prioridades. Isso pode ser feito atribuindo-se notas que indicam a gravidade e a frequência do impacto de cada atividade. 54 As notas devem ser dadas com base na experiência e no conhecimento acumulados na empresa, por meio de escalas. No exemplo, a escala utilizada foi: 1 = baixa; 2 = média; 3 = alta. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download dos arquivos na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Execução dos impactos das atividades (arquivo Oficinas sustentáveis_M6_execução_impactos) • Análise de prioridades (arquivo Oficinas sustentáveis_M6_análise_prioridades). A multiplicação da gravidade ou severidade pela frequência resulta no Número de Prioridade de Risco (NPR), que representa o grau de impacto ambiental ou social. A oficina deve estabelecer um valor-limite para o NPR. Quando ultrapassadoesse limite, o impacto associado passa a ser considerado significativo, o que obriga a empresa a implementar um controle dos impactos. Veja, a seguir, a tabela para o cálculo de NPR utilizada no exemplo. Repare que foi determinado como limite aceitável o valor 3, ou seja, a partir de 4 a empresa deve controlar os impactos. 55 O controle é obrigatório quando o limite de NPR é ultrapassado, mas a empresa pode controlar também impactos de NPR. No exemplo, esse é o caso da coleta seletiva. Estabelecidas as prioridades na minimização dos impactos, é necessário determinar objetivos e metas, visando sempre à redução do NPR. Pronto! Depois de levantar e mapear os impactos das atividades da sua oficina, para torná-la sustentável, você deve determinar objetivos e metas! Determinação dos objetivos e metas a serem alcançados Os objetivos são aquilo que queremos de forma geral: diminuir os resíduos gerados, baixar o consumo de energia elétrica, diversificar os fornecedores de tintas etc. As metas, por sua vez, são os objetivos pensados de forma que possam ser medidos e aplicados. Há algo que a empresa considera importante, como os insumos (materiais) que compra e os recursos que consome? En- tão, para controlá-los, é necessário medi-los. Aquilo que não é medido não pode ser controlado. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Cálculo NPR (arquivo Oficinas sustentáveis_M6_Cálculo_NPR). 56 A grande dificuldade que pode surgir neste momento é a falta de dados sobre as partes dos processos e ati- vidades. Essa é a sua grande oportunidade de coletar e organizar as informações que um sistema de gestão proporciona. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Modelo de sistema de gestão (Oficinas sustentáveis_M6_Sistema_gestão). Para cada uma das tarefas ou atividades, sua oficina deve determinar indicadores que possam ser medidos, por exemplo, quanta energia é consumida por carro consertado, quanta tinta é utilizada por carro reparado. Os indicadores devem ser baseados em médias históricas, e essa é mais uma grande vantagem do sistema de gestão, pois ele permite armazenar os dados registrados. Se algum indicador criado ainda não foi controlado, é hora de estabelecer esse controle. Veja um exemplo sobre o consumo energético! Para a reparação de um veículo, a oficina consome uma quantidade de energia (kWh). Deve-se identificar os equipamentos utilizados e a indicação dos fabricantes sobre seu consumo de energia. Feito isso, verifica-se quanto tempo, em média, cada equipamento é utilizado durante o reparo de um veículo. Se o consumo de 57 energia indicado pelo fabricante for multiplicado pelo tempo de utilização do equipamento, a quantidade de kWh consumida por veículo será descoberta. Em alguns casos, pode ser vantajoso investir na compra de novos equipamentos, para obter uma economia no consumo de energia elétrica, e um aumento na produtividade. Na análise do consumo de energia, podem ser observados desperdícios, como equipamentos que permane- cem ligados enquanto não são utilizados. Também pode ser percebido que equipamentos antigos, em sua maioria, consomem mais energia. Fazendo essas observações, serão estabelecidos os objetivos e as metas, como a de reduzir em 20% o consumo de energia por carro reparado. Para cada atividade de todas as áreas, processos e produtos, você deve se perguntar: Quanto se obteve de entrada (insumos, energia, água) e quanto foi gerado na saída (resíduos, efluentes)? Com objetivos e metas traçados, devem ser criados os programas e projetos de gestão socioambiental que determinem como alcan- çá-los de maneira realista. • Elaboração de programas e projetos. • Implantação dos programas e projetos. • Controle dos programas. 58 Os programas de gestão nada mais são do que a compilação dos objetivos, das metas e das ações exigidas por eles, incluindo quem será o responsável e o prazo para serem realizados. Veja um exemplo de uma oficina que determinou como meta reduzir os desperdícios de água e de energia elétrica. Para economizar água, a oficina poderia trocar torneiras tradicionais por torneiras automáticas ou instalar redutores de vazão. Já para a energia elétrica, as lâmpadas tradicionais poderiam ser substituídas por LED, ou um sistema de sensores de presença poderiam ser instalados em banheiros e corredores, também poderiam ser instaladas janelas ou claraboias para melhor aproveitamento de luz natural. Todo programa de gestão ambiental deve descrever todo o projeto, com prazos e fases. Por exemplo: “Iniciare- mos pela cotação das torneiras automáticas com a empresa XYZ, que deverá apresentar orçamento até a data D, e realizar a primeira fase da implantação segundo o escopo e os prazos definidos nesse programa de gestão”. Sua oficina deve desenvolver programas e projetos para controlar as atividades consideradas prioritárias em relação à minimização dos impactos ambientais ou sociais. Programas são rotinas estabelecidas com prazo de validade indeterminado. Por exemplo, se uma funilaria quer que todos os pneus sejam enviados para reciclagem para sempre, deve-se criar um programa para isso, ou seja, estabelecer novas atividades e ferramentas para que os funcionários cumpram esse objetivo. Um projeto é algo que tem uma data para terminar. Se uma funilaria quer implementar a coleta seletiva, é necessário um projeto para levantar os custos e os esforços. O projeto termina quando for escolhido o me- lhor processo de coleta seletiva. Um projeto tem sempre uma meta, e é finalizado quando esta é alcançada. Tanto para programas quanto para projetos, a comunicação com os funcionários é de extrema importância, pois os resultados alcançados dependem da motivação e engajamento de cada um. Assim, procure comuni- car as intenções e os benefícios de forma clara e cativante, com títulos desafiadores, reforçando sempre sua importância em comunicados internos e em eventos. Dica Para pôr em prática o que aprendeu, faça o download do arquivo na Biblioteca Virtual, no site do Sebrae: • Modelo de aspectos e controles nas oficinas (arquivo Oficinas sustentáveis_M6_Aspectos_controles). 59 Para finalizar o e-book e conferir seus conhecimentos, vamos fazer mais uma atividade? Atividade 6.1 Coloque as etapas do processo de gestão socioambiental na sequência correta. 1. Primeira etapa 2. Segunda etapa 3. Terceira etapa 4. Quarta etapa 5. Quinta etapa ( ) Elaboração e implantação de programas e projetos. ( ) Controle dos programas. ( ) Levantamento de aspectos e impactos sociais e ambientais. ( ) Elaboração da política integrada. ( ) Determinação dos objetivos e metas a serem alcançados. RESPOSTA: A sequência correta é 4, 5, 2, 1 e 3. Quarta etapa é a elaboração e implantação de programas e projetos. Quinta etapa é o controle dos programas. A segunda etapa é o levantamento de aspectos e impactos sociais e ambientais. A primeira etapa é a elaboração da política integrada. E a terceira etapa é a determinação dos objetivos e metas a serem alcançados. 60 Encerramento Ao longo do e-book, você viu o que é necessário para estabelecer práticas sustentáveis na sua oficina de fu- nilaria e pintura e algumas das principais estratégias de gestão socioambiental que podem ser adotadas por qualquer oficina. Você percebeu que, ao realizar essas ações, vai contribuir com a sustentabilidade, em qualquer um de seus três pilares: ambiental, econômico ou social. Não deixe esse aprendizado apenas no papel! Coloque em prá- tica na sua oficina essas ações sustentáveis! Envolva seus colaboradores, mostre o quanto isso é importante. Assim, eles também se comprometerão com os objetivos e metas! Se você trabalha sozinho, ou com apenas um ajudante, você também pode praticar algumas dessas ações individualmente ou com a ajuda do seu funcionário. 61 Depois que sua oficina já colocouem prática um sistema de gestão socioambiental, uma boa prática de sustentabilidade é revisar periodicamente as atividades, para avaliar quais podem ser as próximas ações adotadas em seu estabelecimento. Envolva os colaboradores em reuniões semanais ou mensais, para que eles se sintam parte do programa de gestão socioambiental e verifique com eles o andamento dos programas e dos indicadores. Se houver ativi- dades com problema, ou desempenho muito abaixo do esperado, corrija os rumos e continue em busca de oportunidades de melhoria. 62 2016© Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP Produção Técnica e Operacional – Fundação Carlos Alberto Vanzolini Conselho Deliberativo Presidente Paulo Skaf (FIESP) ACSP – Associação Comercial de São Paulo ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras BB – Superintendência Estadual do Banco do Brasil CEF – Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal DESENVOLVE-SP – Agência de Desenvolvimento Paulista FAESP – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo FECOMERCIO – Federação do Comércio do Estado de São Paulo FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas ParqTec – Fundação Parque Alta Tecnologia de São Carlos SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SDECTI – Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo SINDIBANCOS – Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo Diretor – Superintendente Bruno Caetano Diretor Técnico Ivan Hussni Diretor Administrativo e Financeiro Pedro Rubez Jehá Unidade Atendimento Remoto Gerente: Ivan Teodoro Equipe Técnica Carlos Henrique Camacho Maia Claudia Aparecida Gonçalves Brum Karoline Martins Amaral Unidade Cultura Empreendedora Gerente: Juliana Gazzotti Schneider Equipe técnica Maria Augusta Pimentel Miglino Mirza Rosas Augusto Laranja Unidade Gestão de Produtos Gerente: Clarissa Battistella Guerra Equipe técnica José Carmo Vieira de Oliveira Unidade Atendimento Setorial Gerente: Antonio Sebastião Teixeira Mendonça Equipe técnica José Paulo Albanez Ferreira Luscri Márcio Bertollini Rodrigues Figueiredo Consultores conteudistas Mauro Przewozinski – SETEC Consulting Group Paulo Eduardo de Souza – SETEC Consulting Group Maria Augusta Pimentel Miglino – SEBRAE-SP Colaboração BB Mapfre Presidente da Diretoria Executiva João Amato Neto Diretor Administrativo e Financeiro Luís Fernando Pinto de Abreu Diretor de Operações Roberto Marx Diretor da Área de Gestão de Tecnologias em Educação Guilherme Ary Plonski Coordenadoras Executivas Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gerente da Unidade de Gestão de Projetos Luis Marcio Barbosa Gestoras do Projeto Sônia Akimoto e Denise Blanes Assistentes de Gestão Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Designer Instrucional Master Heloisa Collins Designer Instrucional David Melo da Luz, Natália de Mesquita Matheus, Tauana Grasso Chixaro e Thais Cattucci Dantas Consultora Pedagógica Mainã Greeb Vicente Revisão de Texto Priscila Risso e Tatiana F. Souza Iconografia Priscila Garofalo e Rita de Lucca Consultora de Acessibilidade Karina Zonzini Consultor de Tecnologia Wilder Oliveira Programador de Front-end Edson Ramos Web Designer Bruno Gomes de Souza e Fernando Oliveira Martins Consultora de Comunicação Sonia Scapucin Editora Elisabete Portugal Diretora de Vídeo Ane do Valle Roteirista Patricia Roman Repórter Viviane Thomaz Narradora Michelle Dufour Diretor de Arte Michelangelo Russo Designer Gráfico Eduardo de Camargo Neto Diagramação Jairo Souza Design Gráfico Imagens Cedidas pelo Sebrae-SP, pela GTE/FCAV ou usadas sob licença da Shutterstock.com. Olá, Apresentação Sustentabilidade O tamanho do problema O tamanho das vantagens Impactos ambientais O que são resíduos? Gestão ambiental Impactos sociais RSE externa RSE interna Sistema de saúde e segurança ocupacionais Requisitos legais e associados Objetivos, metas e programas Passo 2 – Desenvolvimento/execução: implementação do sistema de gestão de saúde e segurança Passo 3 – Verificação e atuação: revisão de dados e melhoria Colocando em prática um sistema de gestão ambiental O que é um sistema de gestão ambiental em uma pequena empresa? Encerramento
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