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PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 1 DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL © Base da doença inflamatória intestinal: paciente geneticamente suscetível (principal fator de risco para desenvolver doença inflamatória intestinal = história familiar de DII) ó Fatores de gatilho desconhecidos • Provocam inflamação no intestino e em pacientes geneticamente suscetíveis, isso evolui para inflamação descontrolada e crônica, enquanto em pacientes que não são suscetíveis, depois de algum tempo ocorre remissão da inflamaçãoLocais desenvolvidos estão mais expostos aos gatilhos (corantes e conservantes) ó Possíveis gatilhos • Locais desenvolvidos estão mais expostos aos gatilhos (corantes e conservantes) • Estresse? • AINE é o que faz a pessoa compensada entrar em crise ou a pessoa desenvolver a DII COLITE ULCERATIVA só mucosa J, sempre reto © Doença inflamatória crônica da mucosa limitada ao cólon, comprometimento contínuo! ó Como só atinge a MUCOSA, não se tem formação de fístula/estenose ó Sempre envolve o reto • Pode acometer outras partes © Caracteristicamente envolve o reto e pode se estender simetricamente por todo o cólon. © 20% terão pancolite; © Etiologia indeterminada; EPIDEMIOLOGIA: © Incidência 2-6/100.000/ano – EUA; © Prevalência 50-80/100.000 – EUA; © Faixa etária preferencial de 20 a 40 anos mas pode ocorrer em qualquer idade; © Mais freqüente em mulheres; © No Brasil: aumento da incidência; QUADRO CLÍNICO: Reto inflamado à muco e sangue! © Sintomas mais previsíveis; © Diarreia com muco e sangue; © Cólica abdominal; © Tenesmo (toda vez que se tem inflamação, essa inflamação vem acompanhada de edema à edema no reto à sensação de que o reto está cheio/com vontade de evacuar); © Perda de peso; © Sintomas sistêmicos; © Manifestações extra intestinais; © Os sintomas dependem da extensão e gravidade da inflamação; ó Se acomete só o reto ou pancolônica; ó Se a inflamação é leve/moderada/grave; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: © Doença de Crohn ó Só é importante diferenciar se for fazer cirurgia © Enterocolite infecciosa ó O tratamento da RCUI e da doença de Crohn é baseado na imunossupressão – se imunodeprimir um paciente com doença infecciosa à pode piorar o quadro!!! – importante excluir esse diagnóstico antes de iniciar o tratamento J © Colite isquêmica; ó Pode ter aspecto parecido ® Colite no reto: • Diarreia pouco volumosa + Tenesmo ® Colite ulcerativa de todo o cólon (pancolite) • Diarreia muito mais volumosa, com várias evacuações ao dia; PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 2 ó História clinica de cocaína, cardiopata © Colite actínica; ó Radioterapia prévia (dx pela história clinica) © Colites microscópicas; ó Doenças que provocam diarreia crônica. Pode ser o início de um RCUI ou Crohn. ó Acontece mais em mulher, 40-50anos, prevalência maior em Tabagistas e alcoolatras ó Diarreia aquosa. Colono inocente + biopsia com infiltrado inflamatório ó TTO inicial não é tão agressivo como das DII (anti-diarreico, suspende fumo e álcool) © Ca cólon (muco/sangue nas fezes) ó Risco de evoluir. © Colite associada com doença diverticular ó Divertículo vem para a luz intestinal e volta à inflamação (na EDA vê os divertículos com achados inflamatórios) ó Acontece mais no sigmoide (pode ter muco e sangue nas fezes) © Úlcera retal solitária; ó Muco e sangue nas fezes ó Mulher com mais idade ó Filhos por parto normal à Fraqueza do períneo à prolapsa o reto (isquemia) © Síndrome do intestino irritável; DOENÇA DE CROHN Transmural, assimétrica (segmentar) © Inflamação crônica transmural (mucosa, submucosa, serosa e muscular) que pode acometer qualquer segmento do trato digestivo. ó Muscular inflamando e desinflamando ao longo dos anos pode gerar estenoses; ó Serosa inflamando e desinflamando ao longo dos anos pode perfurar e formar fístulas; © Distribuição assimétrica (irregular), segmentar; ó Sintomas menos previsíveis – dependem da região que está sendo acometida; © Complicada por fístulas e/ou obstrução © Etiologia indeterminada EPIDEMIOLOGIA: © Incidência = 5/100.000/ano; © Prevalência=50/10.000; © Doença de adultos jovens, 15 a 30 anos mas pode ocorrer em todas as faixas etárias; © Colite somente=15 a 20% © Intestino delgado= 80%**** QUADRO CLÍNICO: © Inicia com processo inflamatório e no decorrer dos anos o paciente evolui para um tipo ou outro: ó Tipo obstrutiva ó Tipo fistulizante • Cólica e diarreia à urina com ar (fístula enterro-vesical) • Peri-anal • Frequentemente acompanhada de doença perianal (fissuras, fístulas...); © Pode ter manifestações extra intestinais; ó Fissuras grandes/nas laterais – sugerem doença de Crohn; © Dor + Diarreia há 2 meses: ó Estesse? SII? Crohn. Os sintomas variam de acordo com o tipo e a localização da doença (depende do fenótipo) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: O mais importante são as infecções © SII ó Diagnóstico diferencial mais difícil à pedir calprotectina nas fezes; em SII estará normal); ó Crohn tem uma janela terapêutica (não tratam estenose nem fístula, e sim infecção) ó Intestino irritávelà provas inflamatórias estão NORMAIS!!! PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 3 © Enterocolite infecciosa: ó O tratamento da RCUI e da doença de Crohn é baseado na imunossupressão – se imunodeprimir um paciente com doença infecciosa à pode piorar o quadro!!! – importante excluir esse diagnóstico antes de iniciar o tratamento J © Apendicite/ abscesso periapendicular ó Laparotomia e na hora que vai fazer apendicectomia tem crohn J ó Dor na FID que pode simular apendicite. à Ver se é dor recorrente, diarreia associada! © Tuberculose intestinal** ó Na maioria das vezes acomete o íleo – que também é a região mais acometida por crohn; as duas doenças formam granuloma ó Anti-TNF (principal medicação indicada na doença de Crohn) tem como principal contraindicação a tuberculose intestinal © Linfoma de intestino delgado: ó Pode ser manifestação primária ó Doença celíaca ó Homem + jovem + terapia combinada de azetioprina e anti-TNF tem fator importante para desenvolver linfoma © Doenças ovarianas/gravidez ectópica; ó Dor em FID. *AMBAS ACOMETEM MAIS O ADULTO JOVEM (início dos sintomas) Podem acometer qualquer faixa etária MANIFESTAÇÕES EXTRA-INTESTINAIS E ATIVIDADE DE DOENÇA © Artralgia e artrite em grandes articulações, relação com a atividade da doença © Aftas grandes © Colangite esclerosante primária: ó Manifestação associada rara, pode acontecer antes, durante ou depois da doença ó RCUI faz coledocotomia total cura a doença, porém depois pode aparecer a colangite ó RCUI é fator de risco para câncer de colon (se associada com colangite esclerosante tem mais risco ainda) © Crohn mais calculo renal pois não absorve adequadamente o cálcio. © Pioderma gangrenoso: ó Lesão de pele que só melhora se tratar DI ó Localizada em feridas. Algumas tem associação com a severidade da doença e algumas não; CARACTERÍSTICAS ENDOSCÓPICAS DAS DII Doença de Crohn Retocolite ulcerativa © Reto geralmente poupado; © Lesões salteadas (acometimento ASSIMÉTRICO e SEGMENTAR); © Úlceras aftosas; © Padrão “pedra de calçamento”; © Úlceras lineares ou serpiginosas; © Fístulas; © Ulceração do íleo terminal; © Reto envolvido; © Lesão padrão contínuo; © Perda do padrão vascular; © Eritema difuso; © Granularidade da mucosa; © Não ocorrem fístulas; © Íleo terminal; PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 4 ANATOMIA PATOLÓGICA A biópsia SUGERE, mas não da o diagnóstico!! Também da o grau de atividade inflamatória; Não tem achado patognomônico Colite crônica inativa não significa que tem RCUI à é obrigada a ter alguns leucócitos na parede para se defender das bactérias que passam ali (podem acontecer, então, num indivíduo saudável J)COLITE: Ativa Remissão © Alterações de mucosa e até submucosa; © Cripitite – Microabscessos; - achado inflamatório e estéril mais característico da colite ulcerativa em atividade; © Congestão vascular; © Úlceras; © Inflamação mínima; © Alterações arquiteturais; © Atrofia de mucosa; © Células de Paneth: Doença de longa evolução. Células normais do delgado. Pacientes que não tem células de Paneth indica que não é de longa evolução e pode parar a medicação (por ser um episódio) DOENÇA DE CROHN: © Lesão de pequenos vasos. © Úlceras aftóides – erosões sobre folículos linfóides. © Úlceras e fissuras; © Granuloma (encontrados em apenas 40% das peças cirúrgicas); ó Muito difícil encontrar granuloma em biópsias de endoscopia; ó Não tem que esperar ter o granuloma para fazer o diagnóstico!!! © Inflamação transmural. © Fibrose. DIAGNÓSTICO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (Difícil) © História Clínica; © Exame Físico; © Exames Laboratoriais ó VHS, PCR © Avaliação Endoscópica; © Avaliação Radiográfica: ó Investigação do delgado (enteroRM e enteroTC) © Histologia; DETERMINAÇÃO LABORATORIAL DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA © Hemograma ó Paciente com Crohn: • Se espera alguma anemia, mostrando deficiência na absorção de ferro; © Contagem de plaquetas ó Costuma ser mais alta – como também em outras doenças inflamatórias); © VHS e Proteína C reativa aumentadas © Calprotectina (produto de degradação dos leucócitos nas fezes – mais fácil de dosar do que os leucócitos à meia vida de 14 dias) / leucócitos fecais; ó Calprotectina serve tanto para diagnóstico como para acompanhamento do tratamento; TRATAMENTO: OBJETIVOS DA TERAPIA Clínico → Induzir e manter a remissão sem corticoides e fechamento de fístulas; Endoscópico → cicatrizar a mucosa quando está cicatrizada há menos complicações, remissões e cirurgias J Longo prazo → evitar complicações, internações e cirurgias; OPÇÕES DE TRATAMENTO (é uma escada) 1º 5ASA – MESALAZINA; © Molécula anti-inflamatória que tem tropismo para o local inflamado J PROVA 3 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 5 ® Sulfasalazina ® Mesalazinas 500mg • liberada por pH – usada para intestino delgado ® Mesalazinas 800mg • liberada por tempo – usada para cólon (800mg) © Usada para casos mais leves! (começar com essa mediaçãoà melhorou mantém!) 2º CORTICOIDES (PREDNISONA 1mg/kg) © Não pode deixar o paciente tomando corticoide muito tempo por causa dos efeitos colaterais ó Sai da criseà tira ó Se tirar e o paciente voltar a ter criseà corrticodependente à imunossupressor ó Se deu corticoide e nem assim o paciente chegou a ficar bem à paciente corticorefratário; © Paciente corticodependente e corticorefratário è passar para as drogas imunossupressoras; 3º IMUNOSSUPRESSORES: © Azatioprina 2-2,5mg/kg ó + usada/ 6MP; leva 4-6 meses para fazer efeito (usa a menor dose de corticoide) © Metotrexate; ® Se o paciente ficar bem com imunossupressor à fazer manutenção com imunossupressor; ® Se der o imunossupressor e mesmo assim o paciente ainda precisar de corticoide è passar para a terapia biológica (substâncias sintetizadas em laboratório que imitam a resposta inflamatória); 4º TERAPIA BIOLÓGICA: $$$ © Anti TNF; ó Na mucosa de pacientes com RCUI e Crohn tem muito TNF que desregula o sistema inflamatório da mucosa e causa essas doenças; © Anti integrinas; (+ seguro, usado para extremos de idade) ó Integrina é o que faz com que o processo inflamatório consiga grudar na parede do intestino (com a anti-integrina, não consegue mais grudar na parede do intestino) ó Ótimo para RCUI © Anti interleucinas 12/23; ó Existe uma parte dos pacientes com doença de Crohn que não respondem a terapia com TNF e respondem a terapia com interleucinas; INDICAÇÕES CIRÚRGICAS Colite ulcerativa Doença de Crohn © Agudização grave sem resposta ao tratamento medicamentoso; © Doença crônica refratária, com piora da qualidade de vida; © Displasiaà aumenta o risco de ca de intestino!! Cx: colectomia total com anastomose ileoanal (escape noturno e 6 evacuações/dia) Obstrução Perfuração Fístulas Só opera complicação pois não cura J VIGILÂNCIA PARA CÂNCER Colonoscopia anual com biópsia dos 4 quadrantes após 8 a 10 anos de doença; © Risco de Ca cólon aumenta 1% ao ano após 10 anos de doença extensa; © Risco aumenta 1% após 30 anos de doença distal à só reto e sigmoide pode espassar as colonoscopias PROGNÓSTICO: Expectativa de vida igual à da população em geral; Colite ulcerativa Doença de Crohn 80% doença crônica recidivante; 15% colite crônica com indicação de Colectomia; 5% com indicação de colectomia na primeira crise; Antigamente - 70% cirurgia; Novos medicamentos estão mudando esse quadro;
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