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A StuDocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade EPTG resumos 2teste Evolução do Pensamento e das Teorias em Gestão (Universidade do Minho) A StuDocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade EPTG resumos 2teste Evolução do Pensamento e das Teorias em Gestão (Universidade do Minho) Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste https://www.studocu.com/pt/document/universidade-do-minho/evolucao-do-pensamento-e-das-teorias-em-gestao/apontamentos/eptg-resumos-2teste/7665022/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste https://www.studocu.com/pt/course/universidade-do-minho/evolucao-do-pensamento-e-das-teorias-em-gestao/2874802?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste https://www.studocu.com/pt/document/universidade-do-minho/evolucao-do-pensamento-e-das-teorias-em-gestao/apontamentos/eptg-resumos-2teste/7665022/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste https://www.studocu.com/pt/course/universidade-do-minho/evolucao-do-pensamento-e-das-teorias-em-gestao/2874802?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste SEQUÊNCIA DE APARECIMENTO DAS DIFERENTES ABORDAGENS TEORIAS SISTÉMICAS Representa um retorno à lógica racional que caracteriza a fase anterior às Relações Humanas, ou seja, a Gestão Científica. Após a II Guerra Mundial, nas escolas de gestão, a atenção passou a focar-se em disciplinas como a investigação operacional, as finanças, a contabilidade e a estatística. Quando a abordagem sistémica surgiu, a escola das relações humanas passou da teoria para a prática. A lógica input – processo – output A grande diferença entre o racionalismo sistémico e a gestão científica decorre do facto de a matriz ser agora trazida pela engenharia dos computadores – e já não pela engenharia mecânica. Esta abordagem foi influenciada pelo trabalho do biólogo LUDWIG VON BERTALANFFY (1901-1072) que dirigiu o Centro de Biologia Teórica na State University of New York. Admitiu a Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste existência de princípios aplicáveis a qualquer sistema ou aos seus subsistemas, tendo procurado identifica-los. Segundo este investigador, os princípios e leis dos sistemas podem ser aplicados nas ciências sociais. Conceito de sistema: conjunto de elementos interdependentes e interligados para formar um todo, e cujo resultado (output) é superior ao resultado que as partes poderiam originar se funcionassem de um modo independente. Entender as organizações como sistemas consiste em concebê-las como conjuntos de partes integradas, como sistemas dentro de sistemas. Parâmetros que caracterizam o sistema: 1. Entrada (input) – os sistemas abertos importam inputs do seu exterior, sob a forma de energia elétrica, matérias-primas, pessoas, etc. 2. Saída ou produto (output) – finalidade para a qual os vários elementos do sistema se reúnem. 3. Processamento ou transformador – os sistemas processam os inputs: transformam a energia de uma forma que reorganiza o influxo em produtos ou serviços, que serão depois colocados nos mercados e que correspondem ao resultado ou outputs. 4. Retroação ou alimento de retorno (feedback) – função do sistema que permite comparar os objetivos com os outputs. Se os outpus forem diferentes dos objetivos (de forma negativa), é necessário recorrer a medidas corretivas 5. Ambiente – onde vamos buscar os inputs. Os sistemas exportam alguma forma de produto para a envolvente (mais especificamente, colocam na envolvente: produtos, serviços, informações, mensagens, pessoas com determinada experiência e conhecimento). Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 Sistemas Abertos vs. Sistemas Fechados • Sistemas fechados – não estabelecem trocas com o ambiente. Na lógica das organizações, as máquinas podem ser consideradas como um sistema fechado, se assumirmos que têm um comportamento determinístico. • Sistemas abertos – estão sempre a estabelecer intercâmbios com a envolvente e têm que se ajustar constantemente para não ficarem para trás. AS ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS ABERTOS No seu clássico livro “The social psychology of organization”, KATZ e KAHN (1978) enunciaram as características comuns aos sistemas abertos organizacionais. Katz & Kahn consideram que: Os sistemas são compostos por subsistemas – nas organizações existem vários subsistemas (departamentos) e todos eles têm que funcionar em conjunto (interdependentes). Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste Os sistemas são ciclos de acontecimentos – o padrão de atividades sistémicas tem um carácter cíclico, sendo que as redes de ciclos interdependentes não terminam dentro da organização. O processo de seleção de pessoal exemplifica a continuidade cíclica para lá das fronteiras da organização: atração de candidatos, filtragem dos candidatos, escolha dos candidatos e oferta do lugar. Este processo, embora determinado internamente, articula o interior com o exterior. Dado o seu carácter regular, o ciclo produtivo tende a repetir-se sucessivamente. Para sobreviverem, os sistemas têm que contrariar o processo entrópico – isto é, precisam de entropia negativa, se não se renovarem com inputs apropriados, os sistemas “morrem”. Os inputs organizacionais incluem a informação (ex.: informações acerca das tendências dos mercados ou das ações dos concorrentes) – o feedback negativo é o tipo mais simples de influxo informativo, permitindo que o sistema corrija desvios ou desequilíbrios, fazendo-o retornar ao seu equilíbrio anterior. Os sistemas abertos tendem a evoluir para uma maior diferenciação – os padrões difusos tendem a ser substituídos por funções especializadas. Quanto maior for a diferenciação, maior é o esforço necessário de integração – os níveis progressivamente superiores de diferenciação têm que ser contrariados por níveis mais elevados de integração. Os sistemas abertos são caracterizados pela equifinalidade – um sistema pode atingir o mesmo estado final a partir de condições iniciais diversas e através de diferentes percursos. Organizações enquanto sistemas verdadeiramente abertos? O conceito de autopoiese aplicado às organizações, segundo proposta de Niklas Luhmann (1927-1998) A autopoiese é a capacidade de uma comunidade social (ou de um indivíduo) para estabelecer/produzir a sua própria imagem e o seu futuro como um padrão comportamental. A autopoiese patológica significa que a comunidade social (ou o indivíduo) se encerra em si própria. Perde, pois, a capacidade para se autorregenerar à luz do que ocorre na sua envolvente. A autopoiese patológica é, pois, o comportamental disfuncional que gera a auto manutenção ou auto produção de um sistema, com efeitos perversos a longo prazo que põem em causa a sobrevivência Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755desse sistema. A deteção destas patologias é por vezes difícil, dada que as atividades em causa podem ser levadas a cabo com grande eficiência. Por exemplo, uma organização incapaz de compreender o papel e a relevância de novos concorrentes pode continuar a recorrer, eficientemente, aos processos bem-sucedidos usados no passado. Algo deste teor pode ter ocorrido em Portugal, com empresas do setor têxtil que não tomaram em linha de conta a concorrência provinda dos países asiáticos, sobretudo a China e a Índia. Reproduzindo o padrão comportamental do passado, num sistema de autorreferenciação recorrente, acabaram por “morrer” devido a desajustamento à envolvente. Sintomas possíveis de autopoiese patológica: • Excessiva preocupação com as regras organizacionais, os rituais e os procedimentos. • Excessiva preocupação com a coordenação interna em detrimento da prestação de serviços e a venda de produtos aos clientes. • O declínio na adaptabilidade da organização à envolvente. As organizações são, assim, entendidas como sistemas autónomos e operacionais fechados que reproduzem as suas operações através das redes estabelecidas entre essas mesmas operações. São sistemas fechados por fronteiras de significado (significado esse que é construído por autorreferência à própria organização) e abertos, uma vez que interagem com sistemas externos. O surgimento das organizações com uma dupla função – a abordagem sociotécnica Subsistema Técnico – ferramentas, equipamentos, tecnologia. Responsável pela eficácia potencial da organização. Subsistema Social – composto pelas pessoas com competências, atitudes, valores, níveis de empenhamento, conhecimento, etc. Responsável pela eficiência real (são as pessoas que vão pegar na tecnologia existente e transformar o “potencial” em eficiência “real”). Outras conclusões relevantes: • A equipa de trabalho – a organização gere equipas de trabalho e não pessoas individualmente. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste • O trabalho em equipas semiautónomas – é importante que as organizações deem alguma autonomia às equipas de trabalho. • As competências do indivíduo – garantir que todas as pessoas têm oportunidade para desenvolver as suas competências. • As pessoas como complemento das máquinas • O ajuste da organização ao exterior através da variedade – uma organização deve apostar na variedade e não na padronização de modo a oferecer algo que seja diferente e único. A ORGANIZAÇÃO E O SEU AMBIENTE Envolvente/ambiente = ambiente externo da organização; tudo o que a rodeia e condiciona a sua atuação; são forças exteriores à organização e que potencialmente afetam o seu desempenho. Ambiente ou tarefa específico Ambiente Geral O ambiente geral Características externas que afetam de um modo semelhante todas as organizações que o compõe. Envolvente tecnológica – grau de desenvolvimento científico/técnico, diferente do ambiente externo, que tem implicações na organização. Envolvente política e legal – se é um regime democrático, ideológico de esquerda ou de direita, etc. Envolvente económica – relacionado com a dívida pública do país, balança de pagamentos, política de capitais, distribuição de riqueza per capita, etc. Org. A Org. A Org. B Org. C Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 Envolvente social e cultural Envolvente demográfica – distribuição geográfica do país, distribuição etária, ao nível de género, etc. ex.: tipo de clientes e tipo de recursos humanos com que a organização pode contar. Envolvente ecológica/física – recursos naturais disponíveis e geografia do país. O ambiente da tarefa ou específico Clientes – se não houver clientes, a organização morre. Os clientes, atualmente, são cada vez mais voláteis. Fornecedores – todas as entidades que fornecem inputs (equipamentos, matérias perimas e os próprios recursos humanos). É necessário estabelecer uma relação de confiança. Concorrentes – aqueles que disputam os mercados para colocação de bens e que também disputam os próprios recursos humanos. Grupos de pressão – grupos que questionam a atividade das organizações e pressionam os seus valores (ex.: sindicatos, movimentos ecológicos, grupos de proteção dos direitos dos trabalhadores). Governo – decisões do governo que afetam de modo particular um determinado setor da indústria. Instituições financeiras – as organizações manterem boas relações com a Banca é extremamente importante para as mesmas possam obter créditos mais facilmente. TEORIAS CONTINGENCIAIS As organizações são influenciadas pelo meio envolvente. A teoria contingencial é uma das abordagens que procuram compreender a relação entre a eficácia organizacional e as características da envolvente. Afirma que a eficácia da organização é o resultado da articulação entre as características da organização e as características da envolvente que a rodeia. Por exemplo, as organizações que competem em envolventes instáveis e turbulentas tendem a adotar estruturas mais flexíveis. Pelo contrário, as que competem em envolventes mais estáveis tendem a adotar Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste formas menos flexíveis. Ou seja, diferentes envolventes favorecem diferentes tipos de organizações. Os fatores de contingência mais importantes são a envolvente, a dimensão e a estratégia. A teoria contingencial rejeita, portanto, a ideia de “the one best way”, antes afirma que o design organizacional mais adequado depende das características da envolvente. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas de gestão são variáveis dependentes dentro de uma relação funcional: Técnicas de gestão = f (variáveis ambientais) Contingência – qualquer variável que modera (ou seja, reforça ou anula) o efeito de alguma característica organizacional sobre o desempenho da organização. A teoria contingencial procura, por conseguinte, avaliar em que medida o cumprimento da relação entre uma variável (ex.: estrutura) e uma segunda variável (ex.: eficácia organizacional) depende de uma terceira variável (ex.: características da envolvente) Variáveis independentes (causas ou antecedentes) Exs.: Estrutura organizacional Práticas de GRH Estratégia da organização Estratégia de internacionalização Variáveis dependentes (efeitos) Exs.: Eficácia organizacional Rentabilidade Penetração nos mercados Turnover Fatores de contingência (afetam a relação entre as causas e os efeitos) Exs.: Cultura nacional Estrutura competitiva do setor Grau de estabilidade da envolvente Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 Enunciando: A teoria visa saber em que medida as características da envolvente compelem a organização a adotar determinada estrutura para que a eficácia seja alcançada. O sucesso de ma empresa depende do grau em que ajusta a sua estrutura às características da envolvente. Estruturas diferentes podem gerar idênticos bons resultados, desde que sejam ajustadas às contingências da envolvente. Lawrence e Lorsh – os conceitos de integração e diferenciação Objetivo da pesquisa – determinar que características devem ser cultivadas pelas empresas de modo a enfrentar com eficiência as condições externas, nomeadamente as condições de mercado e o surgimentodas novas tecnologias de produção. Deste estudo, os autores concluíram que os problemas organizacionais básicos consistem na tensão entre a diferenciação e a integração. O argumento dos contingencialistas sugere que, em envolventes mais estáveis, as organizações necessitam de especializar mais as suas atividades para responderem adequadamente às necessidades de segmentos específicos da envolvente: cada parte da organização responde então mais adequadamente a cada parte específica do ambiente. Diferenciação – as diferenças nas orientações cognitivas e emocionais entre gestores de diferentes departamentos funcionais e as diferenças na estrutura formal entre estes departamentos. Integração – a qualidade do estado de colaboração existente entre departamentos, requerida para alcançar a unidade de esforço exigida pela envolvente. A diferenciação precisa de ser complementada por um nível adequado de integração – sendo esta proporcionada por um conjunto de mecanismos que garantem a coordenação necessária para que todas as partes da organização contribuam para o mesmo objetivo. Enquanto as envolventes homogéneas requerem níveis de diferenciação relativamente baixos, níveis elevados de diferenciação são necessários quando as envolventes são diversas, instáveis e recheadas de incerteza. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste Burns E Stalker – a importância do ambiente externo para os modelos organizativos Em 1961, estes investigadores pesquisaram, numa amostra de 20 indústrias inglesas, a relação entre as práticas de gestão e o ambiente externo das organizações. Dois sistemas opostos de prática de gestão, traduzidos em dois tipos distintos de estrutura: (1) Estrutura mecaniscista (2) Estrutura orgânica Metáfora do átomo: as pessoas chave da organização devem constituir um “núcleo duro”, enquanto as outras devem colaborar com a organização de uma forma mais flexível (num átomo, o núcleo é constituído por protões e neutrões que não se ajustam, quem se ajusta são os eletrões). Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 SISTEMA MECANICISTA SISTEMA ORGÂNICO Organização burocrática Cargos estáveis, definidos e ocupados por especialistas Centralização no topo Comunicação sobretudo vertical (instruções e decisões) Ênfase nas regras, regulamentos, e posição na hierarquia Ambiente estável Organização alta e magra (muitos níveis, muitos chefes) Identificação com as abordagens clássicas Organização flexível Cargos mutáveis, redefinidos constantemente Descentralização Comunicação sobretudo horizontal (aconselhamento e informação lateral) Ênfase nas comunicações informais e nos conhecimentos Ambiente instável Organização achatada Identificação com a teoria das relações humanas Crítica à proposta de Burns e Stalker – AS ESTRUTURAS MÍNIMAS (crítica aos sistemas orgânicos) Estruturas mínimas são sistemas de regras organizacionais nos quais um pequeno conjunto de especificações (ex.: responsabilidades, objetivos, prazos) cria um contexto forte mas não intrusivo e favorável à ação. Numa estrutura mínima, tudo o que não está proibido é permitido. Isto é alcançada pela definição de um conjunto de controlos invisíveis e inegociáveis (objetivos, prazos, responsabilidades), havendo grande margem de manobra em todos os demais aspetos. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste Os efeitos do desajustamento Segundo estudos de John Child (1984), o desajustamento entre a estrutura organizacional existente e as necessidades da organização pode produzir 5 consequências negativas: Consequências negativas Podem surgir quando: (exemplos) A motivação e o moral podem baixar A ausência de regras implica que as decisões possam ser tomadas de modo arbitrário e inconsistente. As pessoas percecionam que têm reduzidas responsabilidades e autonomia. Os objetivos são pouco claros e coordenados. A tomada de decisão pode ser lenta e de fraca qualidade A informação não chega à pessoa certa no omento certo. Os decisores estão sobrecarregados devido a um défice de delegação. Excesso de conflito e falta de coordenação Verificam-se objetivos concorrentes – problema de diferenciação. Os mecanismos de ligação (equipas) são insuficientes – problema de falha de integração. As pessoas que lidam com o problema na prática não participam dos processos de tomada de decisão – problema de falta de delegação. Falta de capacidade de resposta inovadora e mudanças na envolvente Faltam funções especializadas na inovação ena previsão. A inovação e a mudança não são consideradas prioritárias pela gestão de topo. Não existe coordenação entre aqueles que identificam oportunidades de mercados e os que têm responsabilidade de gerar inovações. Custos elevados, sobretudo administrativos Existe uma hierarquia excessiva. Existe excesso de formalismo (“papelada”). Limitações e contribuições da abordagem contingencial para a gestão Contribuições: As organizações são sistemas abertos e, por isso, dependem do seu ambiente externo; As estruturas organizacionais devem responder à envolvente; Não existe um “the one best way” da gestão; Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 As regras/regulamentos são importantes, mas devem estar relacionados com as relações humanas. Limitação: A abordagem é muito abstrata; é mais fácil de seguir uma abordagem científica do que uma abordagem contingencial. TEORIAS AMBIENTAIS SOCIOLÓGICAS Abordagens Clássicas Abordagens Humanistas Abordagem Sistémica Abordagens Contingenciais Abordagens Sociológicas Relação com o ambiente Teoria da Dependência de Recursos Teoria Ecológica Teoria institucional A TEORIA DA DEPENDÊNCIA DE RECURSOS Esta teoria explora os mecanismos usados pelas empresas para aliviarem a sua dependência faca a entidades externas para a obtenção dos recursos críticos. O sucesso dos gestores é, então, ligado à sua capacidade de trazerem para a organização os recursos de que esta necessita. Processos internos Processos internos Ambiente Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste Três fatores condicionam o grau de dependência de uma organização em relação a dado recurso: 1. Importância ou centralidade do recurso – um recurso é tanto mais central quanto maior a dificuldade de a organização operar se não o possuir. 2. Poder discricionário sobre a afetação e utilização do recurso – o poder refere-se ao grau em que a organização pode garantir a posse ou acesso ao recurso, o que serve para compreender, por exemplo, as estratégias de diversificação vertical (a empresa expande-se para os negócios dos fornecedores e/ou dos clientes). 3. Grau de dispersão do recurso – o número de alternativas possíveis ao acesso ao recurso influencia o grau de dependência: quanto maior a quantidade de alternativas (isto é, dispersão), menor é a dependência da organização. Pressupostos centrais da teoria de dependência dos recursos 1. A envolvente é fonte de recursos, mas também de constrangimentos e incertezas – avaliam- se asincertezas sob o ponto de vista dos fornecedores. 2. As organizações vivem confrontadas com o dilema “certeza vs. Autonomia” – para dispor de alguma certeza, a organização necessita de desenvolver uma série de compromissos interorganizacionais (ex.. acordos/parcerias com fornecedores de matéria-prima), mas daí advém a diminuição da autonomia. Os elementos estruturais que definem a estrutura da envolvente de uma organização Concentração: grau em que o poder e a autoridade estão dispersos na envolvente. Uma envolvente é concentrada quando existem organizações poderosas que dominam esse espaço e/ou quando as organizações sem agregam em torno de acordos de vários tipos. Munificência: grau em que os recursos críticos escasseiam ou abundam na envolvente. A envolvente é munificente quando os recursos de que a organização necessita são abundantes. Quando um recurso é escasso, aqueles que o detêm adquirem um considerável poder negocial. Complexidade: refere-se ao número e ao padrão de ligações entre as organizações. Uma envolvente organizacional é complexa quando existem muitas ligações ou entre muitas organizações. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 O papel da gestão no sucesso da organização De acordo com a perspetiva da dependência de recursos, o sucesso organizacional deve ser medido não apenas através de indicadores de eficiência interna, mas também de indicadores externos – tal como a capacidade de assegurar a aquisição dos recursos críticos preservando o máximo de autonomia. Cabe aos gestores despender boa parte do tempo a estudar a envolvente e aquilo que nela acontece, sendo a partir dessa análise que devem tomar as decisões que afetam a organização. Embora o seu controlo sobre a envolvente seja limitado, eles podem dispor de margem de manobra suficiente para influenciar as empresas que lideram, através das suas escolhas estratégicas. São estas escolhas que, estando associadas ao sucesso ou ao fracasso das organizações, definem a sorte dos gestores: o sucesso reforça o poder, o fracasso provoca a sua erosão. Daqui resulta que tendem a ser promovidos os gestores que melhor souberem lidar com a envolvente, sedo estes presumivelmente os mais capazes de assegurar a aquisição de recursos e a manutenção da autonomia. Isto significa que, do ponto de vista da teoria da dependência de recursos, a envolvente influencia diretamente as organizações através do mecanismo da sucessão dos seus executivos. Principais críticas a esta teoria É muito importante o papel do gestor. No entanto, o nível de controlo que este tem sob a envolvente é muito pouco – teoria pouco prescritiva. A TEORIA ECOLÓGICA Analisa o processo de mudança organizacional ao nível macro, i.e. da população de organizações. As “espécies” de organizações melhor ajustadas às contingências da envolvente serão capazes de sobreviver e prosperar, ao passo que as menos ajustadas desaparecerão, dada a sua dificuldade em obter os recursos adequados. As organizações têm de estar muito adaptadas à Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste envolvente senão morrem (são eliminadas pelos seus concorrentes mais “jovens”). Este processo evolutivo cria grande diversidade organizacional. A teoria assume que a mudança que se vê na envolvente (de nível macro) não existe porque as organizações se ajustam à mesma, mas sim porque morrem e nascem outras. Inércia estrutural: inabilidade das organizações mudarem ao ritmo das suas envolventes. Devido à inércia, as organizações enfrentam sérias dificuldades quando procuram mudar as suas estruturas. Fontes de inércia: Fontes internas – custos económicos, normativos, informacionais e políticos Fontes externas – barreiras legais e fiscais, grau de disponibilidade da informação, nível de legitimidade organizacional e racionalidade coletivo. A TEORIA INSTITUCIONAL Reflete sobre questões de legitimidade da organização na sociedade, sendo esta considerada uma condição fundamental para a organização sobreviver. 1. Organizações não institucionalizadas – ainda não adquiriram legitimidade institucional ou uma posição “sólida” (são pequenas e pouco conhecidas) 2. Organizações institucionalizadas – têm uma posição sólida e relevante, que acreditamos que dificilmente vão desaparecer (ex.: CTT, SONAE) 3. Instituições – existem a um nível de permanência (ex.. universidade) e nas quais se sente que nunca vão deixar de existir. Por instituição entende-se “a forma como estruturamos a interação humana – política, social e económica. As instituições constituem o quadro de incentivos de uma sociedade. São feitas de regras formais (constituições, leis e regras), constrangimentos informais (normas, convenções e códigos de conduta) e as características da sua aplicação. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 O Novo Institucionalismo Enfatiza questões como a legitimidade, os campos organizacionais, as rotinas, guiões e esquemas. Por que são as organizações do mesmo tipo (e.g. hospitais, universidades) tão parecidas umas com as outras? Qual a origem dos comportamentos organizacionais e do interesse pelas convenções, rotinas e hábitos? O novo institucionalismo analisa a forma como as organizações reagem às pressões institucionais provenientes do exterior, como se conformam a essas pressões, mas também como as modificam. Para tal, considera a envolvente como repositório de: Recursos económicos – são tangíveis e correspondem aos clássicos fatores de negócio (dinheiro, terra e maquinaria) Recursos simbólicos – são intangíveis e referem-se a aspetos como a reputação da organização, as ligações institucionais estabelecidas e o prestígio dos seus líderes. O objetivo das organizações é o de converter recursos económicos em simbólicos, para depois converter os simbólicos em económicos. O processo encerra uma componente de gestão de impressões, com as organizações a procurarem imitar as melhores empresas para, dessa forma, reforçarem a sua legitimidade. Uma vez que as organizações de vigiam mutuamente e tendem a imitar-se, ao longo do tempo vão sendo desenvolvidas “boas práticas” que se difundem por todo o setor. Como tal, as organizações tendem a assemelhar-se, uma vez que o seu funcionamento não é independente do funcionamento das outras organizações nem das normas que se vão sedimentando ao longo do tempo e através da interação entre elas. Imitação e isomorfismo O fenómeno do “isomorfismo”: as estruturas e os comportamentos das organizações que partilham a mesma envolvente tornam-se gradualmente homogéneos, fruto da resposta às suas expectativas institucionalizadas. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste Estes processos de imitação decorrem do recurso a três tipos de isomorfismo: coercitivo, mimético e normativo. 1. Isomorfismo coercitivo – resulta da influência política legítima, sendo exercido formal ou informalmente por umas organizações sobre outras que dela dependem. A coerção pode vir, por exemplo, do Estado ou de entidades reguladoras. 2. Isomorfismo mimético – resulta das respostas estandardizadas das organizações à incerteza, e encontra explicação na imitação organizacional: o comportamento de sucesso de uma organização é frequentemente imitado por outras organizações. Este fenómeno tem sido identificado em diversas esferas da ação organizacional, designadamente na adoção de modasde gestão e na introdução de inovações tecnológicas ou administrativas. 3. Isomorfismo normativo – decorre das pressões da profissionalização. Ex.: de uma forma simples, pode afirmar-se que uma parcela da semelhança entre algumas organizações decorre do facto de nelas preponderarem engenheiros que receberam determinada formação universitária e que se influenciam mutuamente através das redes formais e informais através das quais de relacionam). TEORIAS DE GESTÃO DOS PROCESSOS O declínio do modelo taylorista/fordista Na sociedade pós industrial, ou terciária, os serviços ganham lugar à indústria no que se refere à oferta de emprego e ao seu papel nas economias. Mas isso não decorre da perda de importância da indústria na atividade económica – mas antes dos avanços nos processos de organização e gestão que têm conduzido a profundos ganhos de eficiência e produtividade. Na década de 70, este modelo (taylorista/fordista) começou a ser posto em causa. Assim, após os anos iniciais, o crescimento da produtividade baixou. As pressões para os aumentos salariais tornaram-se mais fortes e a competição internacional aumentou. Antigos baluartes do fordismo começaram a deslocar a produção. Em simultâneo, os produtos fabricados de acordo com este Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 método começaram a ser criticados pelos consumidores, que preferiam produtos fabricados no Japão, mais baratos e percecionados como de melhor qualidade. Em parte, a perda relativa de qualidade dos produtos fabricados sob a égide do sistema fordista devia-se ao próprio sistema. Na verdade, os empregados expressavam, por vezes, a sua insatisfação adotando atos de sabotagem, e traduziam o sei desinteresse com um fraco envolvimento com a empresa e os seus produtos. Por contraste, as empresas japonesas tornavam- se conhecidas pela sua excelência, pelo empenhamento dos seus trabalhadores e pela qualidade final dos produtos. A onda nipónica No início dos anos 1980, as inovações japonesas no domínio da gestão da produção suscitaram o interesse e a admiração em todo o planeta. Novas ideias sobre a gestão da produção entraram no pensamento gestionário e o vocabulário da disciplina enriqueceu-se com um conjunto de novos conceitos como o toyotismo, pós-fordismo, produção enxuta e especialização flexível. O contraste entre a empresa japonesa e americana evidenciou os benefícios do sistema nenko, que enfatiza a ascensão gradual dentro da mesma organização e estimula uma relação de lealdade à empresa – uma prática em contraste gigante com o que ocorria, e continua a ocorrer, no mundo ocidental. As inovações de gestão de origem nipónica trouxeram, em resumo, uma visão nova da organização: a de um conjunto de processos interligados que cruzam funções e articulam atividades. Esta visão rompia com a perspetiva tradicional que tomava a organização como uma coleção de áreas funcionais distintas. A gestão dos processos organizacionais seria mais tarde retomada pela reengenharia. O paradigma da qualidade Conceito kaizen: melhoria contínua, de tudo (quer produto final quer todo o processo produtivo) através do envolvimento de todos (incluindo trabalhadores das bases) ao longo do tempo, de forma paciente e incremental. Todo o processo produtivo deve espelhar qualidade. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste Exemplos: círculos de qualidade, filosofia zero defeitos, just in time, relações de cooperação, sistemas de sugestões e disciplina no local de trabalho. O conceito de clientes internos – as relações com os fornecedores deixam de ser adversativas e baseadas no preço, e passaram a pautar-se pelos princípios da colaboração e da aprendizagem mútua. Os fornecedores passaram a parceiros. A existência de clusters especializados em tecnologia avançada criou uma dinâmica de melhoria facilitada pela proximidade física. O TOYOTISMO E A PRODUÇÃO ENXUTA - lean production O sucesso da Toyota assentou numa filosofia de gestão que tinha como faceta mais visível um novo sistema de produção, conhecido como lean production. Nos anos 50, Sakichi Toyoda visitou uma fábrica da Ford em Detroit. Esta visita permitiu ao visitante japonês admirar as realizações do fordismo, mas também lhe permitiu identificar o que teria de ser feito de modo distinto no Japão. Segundo os Toyoda, a produção no Japão teria que se distinguir da produção americana porque: No Japão não existia um grande mercado para carros grandes. O mercado nipónico exigia uma maior diversidade de modelos. Os lotes produzidos teriam que ser menores do que os produzidos nos EUA. Ou seja, seria produzida uma maior variedade em menores quantidades. Os níveis de muda (desperdício, no sentido de qualquer coisa que toma tempo e não gera valor para o cliente) observados nas fábricas norte-americanas eram inaceitáveis. O sistema de produção Toyota é um sistema focado na melhoria contínua, algo apenas possível em contextos de trabalho capazes de gerar o envolvimento e a participação dos trabalhadores, e não apenas o seu simples controlo. O novo sistema trouxe à linha de produção os princípios de participação. A organização hierarquizada, com longos ciclos de produção partidos em funções de ciclo rápido e orientada para a produção em massa, deu lugar a uma nova forma de Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 organização e de execução do trabalho. Em vez de inspecionar os produtos a posteriori, a nova filosofia baseou-se numa melhoria ativa do processo levado a cabo por todos os participantes. A burocracia mecânica transformou-se numa burocracia aprendente. A importância dos factos concretos para a mente japonesa ajudará a compreender a visão da produção como assentando na melhoria de pequenas oportunidades atuais, mais do que no redesenho abstrato da organização. Um novo modelo produtivo: 1. Tecnologias flexíveis – que pudessem ser rapidamente reconfiguradas para diferentes tipos de modelos. Diminuíram-se, pois, os tempos de mudanças de ferramentas e, consequentemente, passou a ser mais fácil e eficiente produzir lotes de mais pequena quantidade e, assim, ajustar rapidamente a produção à procura. 2. Sistema just-in-time – produziam-se apenas as unidades necessárias na quantidade justa no momento necessário. Graças à intensa cooperação com os fornecedores, os componentes chegavam quando necessários, sem necessidade de serem armazenados. Esta cooperação de longo prazo e de base relacional – por contraponto às anteriores relações transacionais (e até conflituosas) com os fornecedores – facilitou a criação de inovações em todo o sistema organizacional. 3. Princípio jikoda (zero defeitos) – consiste no desenho de máquinas incorporando sistemas de deteção de defeitos. Deste modo, detetado um defeito, a produção para. Em vez de o erro ser detetado a posteriori, por vigilância do operador humano, passa a ser detetado automaticamente pela própria máquina. Como não é necessário vigiar cada máquina, os operadores podem supervisionar um conjunto de máquinas em simultâneo. Isto aumenta a flexibilidade dos trabalhadores e da organização e aproxima-a dos “zero defeitos”. 4. Sistema de incentivos – assentava na senioridade e no lucro da empresa. Como tal, os empregados tinham vantagem em ajudar a empresa a obter lucro e a nela permanecer numa perspetiva de longo prazo. 5. Equipas autogeridas – a cooperação entre colegas era incentivada, em vez da cooperação pela busca do bónus individual. 6. Círculos de qualidade O trabalho em equipa incluía a participação em círculos da qualidade – equipas comoperários e especialistas, orientadas para a deteção de oportunidades de Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste melhoria da qualidade. A organização buscava a qualidade total. Destas práticas, emergiu a filosofia da gestão pela qualidade total. A CULTURA ORGANIZACIONAL JAPONESA O sucesso económico das empresas japonesas remeteu para um espaço que desvaloriza as teorias e modelos que faziam carreira do lado ocidental do planeta. Quando os produtos japoneses começaram a surgir no mercado como exemplos de boa qualidade a baixo preço, as “torres de marfim analíticas” erguidas nos empórios (tipo um centro comercial, existe um grande fluxo comercial, apresentando uma intensa variedade de produtos.) empresariais ocidentais tomaram a chegada como passageira – considerando-a incapaz de sobreviver à concorrência. No entanto, os factos desmentiram alguma sobranceria – e o mero entusiasmo pelo exotismo oriental que as primeiras reações evidenciaram deu lugar à consideração séria. Afinal, os produtos japoneses denotavam superior qualidade, eram fiáveis, competiam vitoriosamente no preço e eram apreciados pelos consumidores. É neste contexto que surgiu o trabalho de Ouchi e o livro de Peters e Waterman, que associava a excelência organizacional a um conjunto de valores partilhados por toda a organização. A “Teoria Z” de William Ouchi A empresa Z caracterizaria a empresa não japonesa (nomeadamente norte-americana) mas com traços da gestão e da cultura japonesa. Caraterísticas do estilo de gestão japonês Cultura – as características da cultura familiar eram transpostas para a organização Principais valores da cultura organizacional japonesa: Coesão – existem mutios valores que são partilhados por muitos elementos. Harmonia – preocupação em não rebaixar as pessoas; deve-se garantir que as pessoas não vão ficar chateadas umas com as outras, nem que se sintam alienadas. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 Coletivismo – preferência por trabalhos em grupo (estão dispostos a sacrificar os interesses pessoais em prol dos interesses coletivos). Paternalismo (sistema tradicional "iye") – nas organizações, há um grande respeito pelas pessoas mais velhas (aspeto que vem da família tradicional para a organização). Lealdade – fomentada pela garantia de emprego permanente. Nas organizações vigoram as recomendações pessoais, isto é, os trabalhadores só recomendam alguém que acreditem que não os vai deixar ficar mal e que irá fazer tudo o que lhe é pedido. Dessa forma, as pessoas recomendadas sentem a obrigação de fazer um bom trabalho e se empenharem para não desiludirem a pessoa que os recomendou. Solidariedade – todos se apoiam e entreajudam, o que fornece uma vantagem à organização. Espírito familiar – todos na organização se vêm como uma grande família. Preservação e manifestação da cultura organizacional: Canções e hinos Concursos de ideias Livros sobre história e desenvolvimento da organização Reuniões matinais sobre objetivos do grupo e a evolução das vendas Viagens de grupo e eventos desportivos Processo de Tomada de Decisão Sistema "ringi" (consenso) – as decisões não são tomadas por maioria, mas sim por consenso. O processo de tomada de decisão é lento, mas a implementação da decisão é mais rápida, uma vez que toda a gente concorda com ela. Emprego Permanente Conceito "amaeru” (desejo de se ser protegido) – se o emprego é permanente, as pessoas não encaram a mudança como uma ameaça à sua profissão Ajudam a organização a implementar a mudança. Prática de gestão “nenko” – as pessoas entram para a organização com a perspetiva de que vão subir na empresa lentamente, mas de forma contínua. Isto fomenta a permanência dos Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste trabalhadores na organização, uma vez que caso decidam sair, teriam que começar do zero noutra empresa. Relação estreita entre Governo, Empresas e Sindicatos – o governo encoraja o desenvolvimento da indústria. Existe um sindicato para cada empresa (constituído por pessoas da empresa). Tal impede que a existência de uma relação de divergência entre eles. Caraterísticas da organização ORGANIZAÇÃO JAPONESA ORGANIZAÇÃO AMERICANA (Modelo ocidental) EMPRESA Z (Empresas norte- americanas “japonizadas”) EMPREGO Para toda a vida De curto prazo De longo prazo AVALIAÇÃO E PROMOÇÃO Lentas (baseadas na antiguidade) Rápidas (baseadas no desempenho) Rápidas (baseada no desempenho) CARREIRA Não especializada. Especializada Especialização na empresa (não na função) DECISÃO Coletiva Individual Orientação coletivista (cada pessoa não corresponde a um voto, mas deve ouvir- se a opinião de toda a gente) RESPONSABILIDADE Coletiva Individual Ambas ENFOQUE Baseada no todo (preocupação holística) Baseada no segmento (preocupação segmentada) Ambas Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 REENGENHARIA Numa edição da Revista Exame, Michael Hammer explicou que: “Reengenharia significa realmente começar de novo, repensar a maneira como o negócio tem sido conduzido. Um executivo colocou recentemente a situação da seguinte maneira: faz de conta que acabamos de criar uma companhia, levando em consideração as nossas necessidades e condições tecnológicas. A maioria das empresas herda modos de operação do passado e, em geral, o amimo que faz é tentar melhorá-los. Isto não é reengenharia. Não estamos a falar de melhoria, falamos de reinventar a operação, de começar de novo.” A lógica subjacente à reengenharia encara a empresa como uma coleção de processos (ex.: receção de encomendas, envio e faturação), em vez de como uma acumulação de departamentos funcionais (marketing, finanças, recursos humanos). O objetivo era o de tornar mais fluida a comunicação entre departamentos e, portanto, o desenrolar das operações. O lado perverso da reengenharia Redução do número de trabalhadores em virtude do processo de rightsizing – eufemismo para downsizing (despedimentos em massa). Redução dos níveis de gestão intermédia devido ao achatamento das estruturas – por um lado, despediram-se pessoas e, depois, alguns departamentos da gestão intermédia desapareceram e o poder não se dividiu, ficou concentrado no topo da organização Menos pessoas passam a ter mais poderes. Níveis de exigência e de pressão superiores para os trabalhadores – os trabalhadores que permanecem na empresa após o downsizing ficam submetidos a níveis de exigência e de pressão superiores, acabando frequentemente por desenvolver uma perspetiva cínica acerca da organização e por diminuir os seus níveis de empenhamento e de desempenho. Aumento das remunerações dos executivos envolvidos neste tipo de processos – o dinheiro que se poupo com a redução de pessoal culminou em mais prémios (aumentos Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=eptg-resumos-2teste de remunerações) para a gestão de topo e não para os funcionários (através de aumentos nos salários). ORGANIZAÇÕES EM REDE Face às novas preocupações, as velhas estruturas multidivisionais foram desmanteladas e substituídas por formas mais ágeis. As organizações, em vez de diversificarema sua atividade, recentraram-na em torno de um conjunto de competências nucleares, crescentemente intangíveis e associadas ao crescimento. A atenção dedicada aos sistemas de produção convencionais foi substituído pelo entusiasmo com os sistemas complexos de produção – redes de firmas fortemente especializadas e complementares que funcionam como um pool de conhecimento circulante na rede Numa organização em rede, as reservas dos bens, o conhecimento e as competências estão distribuídas, isto é, estão situadas em múltiplas localizações. Exemplos de redes organizacionais: A Benetton tem mais de 200 empresas subcontratadas; Em Silicon Valey desenvolvem-se empresas de biotecnologia, semicondutores e software; Em Hollywood estrão disponíveis e concentradas as competências de atores, realizadores, argumentistas, designers… Tipos de redes: 1. Rede dispersa – têm um integrador estável, que é a empresa líder da rede, e envolvem habitualmente um número mais elevado de organizações mais pequenas. 2. Rede concentrada – envolvem normalmente um pequeno número de grandes organizações e têm um integrador estável, que é a empresa líder da rede. 3. Rede multicêntrica – não têm um integrador estável, virando esse papel em função dos projetos. Descarregado por Marcelo Quaresma (marcelopiresquaresma@hotmail.com) lOMoARcPSD|5312755
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