Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDADE IV Prof. Fernando Gorni Negócios Internacionais Vamos analisar os tipos de contratos realizados no comércio internacional. No comércio internacional, determinadas fórmulas contratuais relativas às condições de transferência de mercadorias têm grande aplicação. Ocorre que o comércio internacional é desenvolvido por meio de inúmeros contratos celebrados entre os agentes econômicos, em sua maioria, contratos internacionais. Os contratos internacionais se distinguem dos contratos internos por estarem tutelados por normas internacionais, isto é, por aferição de fontes internacionais. Há a vinculação a um ou mais sistemas jurídicos estrangeiros, além de outros componentes que acabam por constituir um elemento de estraneidade (que significa a condição jurídica de um estrangeiro no país em que se encontra). Contratos comerciais internacionais A Convenção de Viena sobre compra e venda internacional, de 1980, dispõe, em seu artigo primeiro, parágrafo segundo, que “entende-se que um contrato é internacional quando as partes no mesmo tiverem sua residência habitual ou estabelecimento sediado em diferentes Estados-partes”. Há, ainda, nos contratos internacionais, a possibilidade de as partes escolherem a lei aplicável. Conceitos: Contrato pode ser conceituado como o acordo de vontades que tem por finalidade dispor acerca da aquisição, resguardo, modificação ou extinção de direitos. O contrato mercantil é aquele que tem por objetivo regular um desses aspectos, mas sempre vinculado à prática de algum ato de comércio. Contratos comerciais internacionais No contrato interno ou doméstico, a relação jurídica é submetida a uma única ordem judicial. No contrato internacional, uma das partes encontra-se submetida a outra ordem jurídica, que pode dispor de normas de diferentes naturezas para o mesmo tema. Os contratos podem ser celebrados de forma solene, ou seja, por escrito, ou de modo mais informal, verbalmente, por exemplo. Tipos de contratos internacionais: o primeiro problema que se coloca é a identificação do contrato como um contrato internacional. Para o Direito Comercial, é um contrato internacional aquele que pode sofrer a aplicação de normas de dois ou mais Estados. Contratos comerciais internacionais Dessa forma, os contratos celebrados entre empresas constituídas em diferentes Estados serão considerados internacionais. No Brasil, o contrato internacional é regido pela lei do país em que ele foi constituído. Vejamos o que diz o art. 9º, da Lei de Introdução ao Código Civil: Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. § 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente (BRASIL, 1942). Contratos comerciais internacionais Nesse sentido, um contrato celebrado na Itália, para o ordenamento jurídico brasileiro, é regido pelas leis italianas, o que faz o juiz brasileiro aplicar a lei estrangeira em um processo aqui no país. Mas alguns autores defendem a autonomia da vontade das partes contratantes. O desenvolvimento do comércio internacional tem como pressuposto a segurança jurídica, portanto, os contratos internacionais são instrumentos do comércio internacional. Assim sendo, a questão fundamental que se impõe aos contratos internacionais é a lei que lhes é aplicável. As partes, visando a fugir aos conflitos de leis, estabelecem práticas que objetivam possibilitar segurança jurídica aos contratos internacionais. Contratos comerciais internacionais De acordo com Racy (2006), entre os contratos internacionais típicos, temos: comfort letters (é a garantia pela qual uma sociedade-mãe, que pode ser controladora ou garantidora, mediante a emissão de uma “carta”, garante ao credor de sua controlada o pagamento do débito desta última); cartas de intenção; crédito documentário; forfaiting (financiamento pós-embarque através da venda, pelo exportador brasileiro ou pelo exportador estrangeiro, dos recebíveis da exportação a uma instituição estabelecida no exterior); factoring (contrato pelo qual um comerciante ou industrial cede, total ou parcialmente, a uma instituição financeira créditos de vendas feitas a terceiros); Contratos comerciais internacionais uso de marcas e patentes; transferência de tecnologia; know-how; turn-key; engineering; assistência técnica; loan agreement (contrato de empréstimo); investimento estrangeiro; franchising; countertrade; leasing; joint venture; catering; agência internacional. Contratos comerciais internacionais Nas relações comerciais, o contrato de compra e venda é o protótipo contratual no direito das obrigações brasileiro, o mesmo acontece no meio internacional. Sua importância deriva do fato de que a ele estão ligados diversos outros contratos que o viabilizam. Podemos entender por compra e venda o contrato pelo qual uma parte (vendedor) obriga-se a transferir para outra (comprador) um determinado bem, mediante o recebimento de um pagamento (preço). No processo de uma exportação intervêm, basicamente, dois sujeitos, entre os quais se celebra o contrato de compra e venda internacional de mercadorias: o exportador (ou vendedor) e o importador (ou comprador), localizados em países diferentes. Contratos comerciais internacionais Como na compra e venda internacional, as partes encontram-se localizadas em países distintos, isso faz com que as vendas internacionais de mercadorias sejam combinadas quase sempre a distância, o que acarreta um conjunto de consequências. A distância entre o exportador e o importador determina que o contrato de compra e venda internacional de mercadorias seja um contrato do tipo consensual. Além dos contratos citados, temos na área de comércio exterior os tipos de contrato descritos a seguir: O contrato de câmbio é o instrumento pelo qual se efetua a troca de divisas estrangeiras por nacionais e vice-versa. Nele consta, entre outras informações, qual moeda estrangeira está sendo comprada ou vendida, a taxa contratada, o valor correspondente à moeda nacional, os nomes do comprador e do vendedor e suas respectivas assinaturas. Contratos comerciais internacionais Já o contrato de transporte é, em geral, regulado por meio de contratos especiais, de transporte marítimo, ferroviário lacustre, aéreo ou rodoviário, com cláusulas típicas em função do meio de transporte utilizado. Em relação ao contrato de transporte, as mercadorias objeto de exportação devem ser expedidas pelo exportador ao importador por meio de um transportador encarregado de levá-las até o destino acertado. Dessa forma, um segundo contrato, o de transporte, fica registrado em um documento que o instrumenta, que poderá ser o conhecimento de embarque marítimo (bill of lading), o conhecimento de embarque aéreo (airway bill), o conhecimento de transporte internacional por rodovia (CRT) ou o intermodal de transporte ferroviário (TIF). O preço pago pelo transporte denomina-se frete e consta, por sua vez, de uma fatura ou comprovante de pagamento de frete. Contratos comerciais internacionais O contrato de seguro é fundamental para as partes envolvidas no contrato de compra e venda internacional. A seguradora, mediante o pagamento de um prêmio acordado, compromete-se a pagar uma indenização em caso de sinistro que afete a carga transportada. Nesse sentido, o contrato de seguro, por sua vez, é muito importante, haja vista que, durante a viagem, a mercadoria está exposta a diversos riscos, por isso, normalmente, é assegurada, intervindo na operação um quarto sujeito, a seguradora,do que resulta a celebração de um novo contrato, o de seguro, que se expressa em um novo documento, a apólice de seguro. O preço pago à seguradora denomina-se prêmio e consta, por sua vez, de um documento denominado certificado de seguro. No processo de negociação, esse é um dos aspectos que as partes devem considerar. A negligência dos contratos de seguro poderá acarretar prejuízos. Contratos comerciais internacionais No contrato de seguro, quando se usa o termo “prêmio”, tem-se o significado de que: a) É a indenização ou reparação que o segurado tem direito em caso de sinistro. b) É o valor ou prestação paga pelo segurado para ter a proteção da seguradora. c) É a indenização que o segurado tem com base no que consta da apólice e a esta vinculando os riscos contratados. d) É um bônus que a seguradora concede ao segurado, quando se renova o contrato, em que o cliente não fez uso do seguro no ano anterior. e) É a garantia de risco proveniente de ato doloso, que exige estipulação expressa e destacada no contrato. Interatividade No contrato de seguro, quando se usa o termo “prêmio”, tem-se o significado de que: a) É a indenização ou reparação que o segurado tem direito em caso de sinistro. b) É o valor ou prestação paga pelo segurado para ter a proteção da seguradora. c) É a indenização que o segurado tem com base no que consta da apólice e a esta vinculando os riscos contratados. d) É um bônus que a seguradora concede ao segurado, quando se renova o contrato, em que o cliente não fez uso do seguro no ano anterior. e) É a garantia de risco proveniente de ato doloso, que exige estipulação expressa e destacada no contrato. Resposta Temos, ainda, outros tipos de contrato, que vamos descrever a seguir: O contrato de representação ou agente internacional estabelece que uma pessoa física ou jurídica representará o exportador em determinado mercado estrangeiro, tornando-se representante legal de seus produtos e interesses. O agente receberá uma comissão previamente acordada pelas vendas e serviços realizados. O contrato de agência representa uma das formas de colocação de produtos e serviços de que o comerciante pode se valer no comércio internacional. Contratos comerciais internacionais Estrutura dos contratos internacionais. Denominação do contrato; Qualificação das partes Intervenientes (No caso de empresas: neste ato representada por qualificação do representante); Preâmbulo (introdução, início ou declaração inicial); Cláusula de definições; Cláusula de interpretação; Objeto contratual; Obrigação das partes; Cláusula de pagamentos; Tributos; Cláusulas declaratórias (Relativas à capacidade da parte; Vinculação legal; Especificidades legais para a validade e exequibilidade do contrato; Não ocorrência de inadimplemento; Veracidade e integridade das informações; Inexistência de ações judiciais); Disposições gerais (Adiantamentos; Não renúncia; Notificações; Cessão; Títulos; Lei e foro); Questões de cunho ambiental. Contratos comerciais internacionais No comércio internacional, agência é contrato corriqueiro, no entanto devem ser observados os seguintes fatores: A legislação do país-alvo, no qual a agência se desenvolverá, deve ser analisada por meio de consultoria local, de modo a definir claramente os direitos e obrigações das partes. O representado deve ser cauteloso ao definir sua estratégia de distribuição de produtos ou serviços, pois o agente escolhido deverá contribuir positivamente para firmar a imagem do produto ou serviço divulgado no país-alvo. A pessoa física ou jurídica contratada como agente deverá ser idônea. O esquema de aprovação de propostas e formalização dos contratos de venda de produtos ou serviços deverá ser claramente definido. Contratos comerciais internacionais As cláusulas que devem ser observadas nos contratos de agência são: Identificação precisa e detalhada dos produtos e do território de atuação do agente. Definição da existência (ou não) de obrigação do agente de atuar com exclusividade em relação àquele tipo de produto ou em relação ao tipo de negócio da empresa representada. Definição da existência (ou não) de obrigação do representado de utilizar o agente apenas no território designado. Caracterização, como decorrência natural da cláusula de exclusividade, do agente que recebe remuneração por quaisquer produtos/serviços vendidos no território, por seu intermédio ou não. Contratos comerciais internacionais Caracterização da possibilidade de virem a ser agregados outros produtos ou territórios ao contrato. Forma de propaganda dos produtos, de divulgação do material de propaganda do representado para o agente e de angariamento de propostas. Submissão de propostas para aprovação do representado e condições para a aprovação ou para a razoável negativa de aprovação. Formalidades para assinatura dos contratos angariados. Definição das obrigações das partes, inclusive de diligência do agente. Definição da remuneração e da sua forma de cálculo sobre o preço efetivamente recebido pelos produtos/serviços vendidos. Contratos comerciais internacionais Dever do agente de manter confidencialidade quanto aos segredos comerciais e informações relativas ao representado e seus produtos/serviços. Condições para a rescisão antecipada do contrato e respectiva indenização etc. As principais fontes de controvérsias que envolvem o contrato de agência e que devem ser consideradas pelas partes são: Conflitos decorrentes da inidoneidade do agente ou de sua atuação indevida, sabotando a colocação dos produtos do representado em favor de concorrentes. Questões relacionadas à cobrança pelos agentes de comissões relativas a contratos não angariados pelos agentes, mas firmados no território previsto no contrato. Contratos comerciais internacionais Cobrança de reembolso de despesas incorridas pelo agente em prol dos contratos de agência que o representado não reconhece dever. Rescisão antecipada (e indevida) de contrato pelo representado, sem considerar o pagamento da indenização prevista. Os contratos deverão ser harmonicamente inter- relacionados, para que se evitem quaisquer discrepâncias nas instruções e condições contidas nos diferentes instrumentos contratuais. Contratos comerciais internacionais Em relação a cada espécie de contrato é correto afirmar: a) A compra e venda podem ter por objeto coisa atual ou futura; neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório. b) A doação feita em contemplação do merecimento do donatário perde o caráter de liberalidade por parte do doador. c) O comodato perfaz-se com a tradição do objeto e significa o empréstimo gratuito de coisas fungíveis. d) O mandato pode ser expresso ou tácito, mas somente se outorga por escrito, por se tratar de contrato formal. e) A transação interpreta-se restritivamente, por ela transmitindo-se, declarando e reconhecendo direitos. Interatividade Em relação a cada espécie de contrato é correto afirmar: a) A compra e venda podem ter por objeto coisa atual ou futura; neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório. b) A doação feita em contemplação do merecimento do donatário perde o caráter de liberalidade por parte do doador. c) O comodato perfaz-se com a tradição do objeto e significa o empréstimo gratuito de coisas fungíveis. d) O mandato pode ser expresso ou tácito, mas somente se outorga por escrito, por se tratar de contrato formal. e) A transação interpreta-se restritivamente, por ela transmitindo-se, declarando e reconhecendo direitos. Resposta Contrato de know-how, que significa saber fazer alguma coisa. Esse contrato se dá mediante o pagamento de royalties. Uma pessoa física ou jurídicacede a outrem os direitos de uso da propriedade intelectual sobre fórmulas, técnicas ou processos exclusivos. Também temos o contrato denominado joint-venture, que significa empreendimento em conjunto. Esse contrato vincula a participação de duas ou mais partes em determinado empreendimento. Temos ainda o contrato de exportação de serviços, que tem por finalidade as vendas de serviços ao exterior, que engloba os serviços de assessoria, engenharia, arquitetura e consultoria. Contratos comerciais internacionais Outro tipo de contrato utilizado no comércio exterior são os denominados Incoterms, definidos como cláusulas contratuais inseridas nos contratos de compra e venda de mercadorias, que determinam a condição de entrega do bem e o momento em que se dará a transferência da responsabilidade jurídica entre comprador e vendedor, denominado ponto crítico. Os Incoterms são cláusulas de um contrato de compra e venda e com este não se confundem. Os termos cuidam apenas da relação jurídica entre comprador e vendedor, nos termos pactuados, não interferem, portanto, nos contratos de transporte das mercadorias, realizados por terceiros. Incoterms Nos Incoterms estão descritas as condições, que são próprias a cada um, das modalidades de vendas usualmente adotadas, e a regra respectiva detalha minuciosamente as obrigações e direitos do vendedor e do comprador. Os Incoterms não alcançam a negociação de bens intangíveis ou serviços, e o mais importante é que estabelecem o nível de responsabilidade e as obrigações que devem ser assumidas por compradores e vendedores em relação às mercadorias negociadas. De igual modo, são também condição necessária e suficiente para a reclamação, em juízo oficial ou arbitral, de eventuais direitos decorrentes do inadimplemento do contrato de compra e venda, no que tange às condições de entrega. Incoterms A versão de 2010 dos Incoterms, conhecido atualmente como Incoterms 2010, que passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2011, contempla 11 termos e esclarece que os padrões podem ser utilizados tanto nos contratos de compra e venda nacionais como internacionais. A fim de facilitar o entendimento, os Incoterms foram agrupados em quatro categorias: grupo E (partida); grupo F (transporte internacional não pago); grupo C (transporte internacional pago); grupo D (chegada). Incoterms Incoterms: Grupo E EXW (Ex Works), traduzido por “no local de produção”. O exportador acondiciona a mercadoria na embalagem de transporte (caixa, saco) e disponibiliza-a em seu próprio estabelecimento. Cabe ao importador estrangeiro adotar todas as providências para retirada da mercadoria do estabelecimento do exportador, tais como: transporte interno, embarque para o exterior, licenciamentos, contratações de frete e de seguro internacionais etc., sem que esta esteja desembaraçada para exportação e não carregada em qualquer veículo coletor. Não deve ser utilizado quando o importador não está apto para, direta ou indiretamente, obter os documentos necessários à exportação da mercadoria. Incoterms Os termos de Incoterms: FCA, FAS, FOB. FCA (Free Carrier), ou seja, “transportador livre” (local designado). O exportador entrega a mercadoria, desembaraçada para exportação, aos cuidados do transportador internacional indicado pelo importador, no local designado do país de origem. Cabe ao importador contratar frete e seguro internacional. FAS (Free Alongside Ship), traduzido como “livre no costado do navio” (no porto de embarque). O exportador coloca a mercadoria ao longo do costado do navio transportador, no porto de embarque. O importador contrata frete e seguro internacionais. Incoterms FOB (Free On Board), que significa “livre a bordo” (no porto de embarque designado). A responsabilidade do exportador sobre a mercadoria vai até a transposição da amurada do navio, no porto de embarque, embora a colocação da mercadoria a bordo do navio seja também, em princípio, tarefa a cargo do exportador, exportação. O importador contrata o frete internacional. Os termos de Incoterms: CFR, CIF, CPT e CIP. CFR (Cost and Freight) que significa “custo e frete” até o porto de destino designado. O exportador assume todos os custos anteriores ao embarque internacional, bem como a contratação do frete internacional, para transportar a mercadoria até o porto de destino indicado. Incoterms CIF (Cost, Insurance and Freight) significa “custo, seguro e frete” até o porto de destino designado. O exportador tem as obrigações do CFR e, adicionalmente, contratar o seguro marítimo contra riscos de perdas e danos durante o transporte. CPT (Carriage Paid to...) significa “transporte pago até...” (local de destino designado). O exportador contrata o frete pelo transporte da mercadoria até o local designado. Os riscos de perdas e danos na mercadoria, bem como quaisquer custos adicionais devido a eventos ocorridos após a entrega da mercadoria ao transportador são transferidos pelo exportador ao importador, quando a mercadoria é entregue à custódia do transportador. Incoterms CIP (Carriage and Insurance Paid to...), que se traduz em “transporte e seguros pagos até...” (local de destino). O exportador tem as obrigações definidas no CPT e, adicionalmente, arca com o seguro contra riscos de perdas e danos da mercadoria durante o transporte internacional. Os termos de Incoterms: DAT, DAP e DDP. DAT (Delivered at Terminal) foi criado em substituição ao termo DEQ. Com a utilização desse novo termo, a mercadoria poderá ser entregue num terminal portuário, como já ocorria com o termo DEQ, ou em outro terminal localizado fora do porto de destino. Incoterms DAP (Delivered at Place), por sua vez, surgiu em substituição aos termos DAF, DES e DDU. Utilizando-se esse novo Incoterm, a mercadoria poderá ser entregue no porto de destino, ainda dentro do navio transportador e antes de ser desembarcada para importação, mediante os quais a mercadoria será entregue na fronteira ou em algum local no interior do país de destino que for designado pelo comprador. DDP (Delivered Duty Paid) – “entregue com direitos pagos” no local de destino designado. O exportador entrega a mercadoria no local designado do país de destino final, desembaraçada para importação. O exportador assume todos os riscos e custos, inclusive impostos, taxas e outros encargos incidentes na importação. É o Incoterm que oferece o maior grau de responsabilidade para o vendedor. Incoterms Em uma negociação de embarque entre exportador e importador, o Incoterm a ser estabelecido deve envolver a contratação prévia de seguro por parte do comprador. Considerando essa situação, os dois possíveis Incoterms (revisão 2010) que exigem a contratação do seguro neste contrato de transporte internacional são: a) CIF e o CIP. b) CFR e o FOB. c) EXW e o FCA. d) CIF e o EXW. e) DDP e o DAT. Interatividade Em uma negociação de embarque entre exportador e importador, o Incoterm a ser estabelecido deve envolver a contratação prévia de seguro por parte do comprador. Considerando essa situação, os dois possíveis Incoterms (revisão 2010) que exigem a contratação do seguro neste contrato de transporte internacional são: a) CIF e o CIP. b) CFR e o FOB. c) EXW e o FCA. d) CIF e o EXW. e) DDP e o DAT. Resposta A arbitragem é uma forma alternativa de solução de controvérsia que envolve direitos patrimoniais disponíveis, que são aqueles que, além de poder ser avaliados pecuniariamente, podem ser objeto de transação, renúncia ou cessão. No Brasil, a arbitragem é regulada pela Lei nº 9.307/96, que buscou inscrever o país dentro de um contexto internacional que vem prestigiando a arbitragem como instituto jurídico. A Lei Modelo de Arbitragem Uncitral descreve o procedimento e o que deve ser realizado para ter a arbitragem definidapor essa lei. Define o art. 1º (3): Uma arbitragem é internacional se: a) As partes em uma convenção de arbitragem tiverem, no momento da sua conclusão, as suas sedes comerciais em diferentes Estados; ou Arbitragem b) Um dos locais a seguir referidos estiver situado fora do Estado no qual as partes têm a sua sede; (i) O local da arbitragem, se determinado na, ou de acordo com, convenção de arbitragem; (ii) Qualquer local onde deva ser cumprida uma parte substancial das obrigações resultantes da relação comercial ou o local com o qual o objeto da disputa tenha vínculos mais estreitos; ou c) As partes tiverem convencionado expressamente que o objeto da convenção de arbitragem envolve mais de um país (GREGORIO, [s.d.]). Arbitragem A Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (Uncitral) elaborou modificações em 2006 na Lei Modelo de Arbitragem Internacional, a qual propõe aos países adotarem-na com o intuito de harmonizar e tornar unas as normas jurídicas internacionais, trazendo menos burocracia e diminuindo a diversidade de legislações de maneira a não ofender a soberania das nações em decisões de cortes internacionais. A Lei Modelo de Arbitragem Uncitral prevê ainda: A própria cláusula arbitral, antevendo no contrato que qualquer controvérsia será submetida à arbitragem. O compromisso, que é o acordo firmado pelas partes em litígio, depois de iniciada a execução do contrato, e pelo qual elas submetem a controvérsia à solução arbitral. Arbitragem Arbitragem ad hoc é quando as partes não se vinculam pelo contrato à regra de nenhuma instituição arbitral. Já a arbitragem institucional é quando a cláusula do contrato se refere à submissão do conflito à arbitragem de acordo com as regras de alguma entidade arbitral. A arbitragem privada é aquela em que as partes resolvem submeter suas lides, resultantes de determinadas relações jurídicas de direito privado, a um tribunal arbitral. Arbitragem Fundo Monetário Internacional (FMI): Criado em 1944, na Conferência Internacional de Bretton Woods, o FMI é uma agência especializada da ONU, com sede em Washington, que integra o sistema financeiro internacional, ao lado do Bird e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e foi criado com a finalidade de promover a cooperação monetária entre os países, coordenar as paridades monetárias (evitar desvalorizações desleais) e levantar fundos entre os diversos países-membros para auxiliar os que encontrassem dificuldades nos pagamentos internacionais. Sistema financeiro internacional Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird): O Bird, também conhecido como Banco Mundial ou Banco Internacional, foi criado com o FMI na Conferência de Bretton Woods. Seu objetivo é favorecer a reconstrução dos países devastados pela Segunda Guerra Mundial e promover o desenvolvimento das regiões mais pobres, sendo um organismo fornecedor de créditos a médio e longo prazos, agindo como captador de capitais internacionais para investimentos produtivos em países subdesenvolvidos. No caso de não conseguir esses recursos, ele poderá emprestar parte de seu próprio capital. Sistema financeiro internacional Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID): o BID foi criado, em 8 de abril de 1959, com a finalidade de financiar o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos da América Latina e Caribe. Seu capital inicial foi de US$ 1 bilhão e sua administração e funcionamento correspondem, em parte, à administração e funcionamento do Bird. Os recursos de capital são a parcela de capital subscrita por todos os países-membros. O fundo para operações especiais são recursos fornecidos por todos os países-membros para serem aplicados em financiamentos sob condições especiais. Os fundos fiduciários são os pertencentes a países- membros e não membros e administrados pelo BID mediante acordos. Sistema financeiro internacional As formas de pagamento reguladas e permitidas pelo Banco Central são: Remessa antecipada ou pagamento antecipado, o importador remete ao exportador previamente o valor da transação. Somente depois de ter recebido o dinheiro, o exportador providencia o embarque da mercadoria e envia ao importador a respectiva documentação. Portanto, primeiro paga-se a mercadoria para depois recebê-la. A modalidade de cobrança é regida pela Publicação no 522 da Câmara de Comércio Internacional (CCI), na qual o exportador, após o embarque da mercadoria, entrega a documentação a um banco (banco remetente) para que seja encaminhada a outro banco no país do importador (banco cobrador), que se encarregará de obter o pagamento ou aceite e posterior pagamento do importador. Modalidades de pagamento Já na remessa sem saque, o exportador envia diretamente ao importador (sem usar a via bancária) a fatura e o conhecimento de embarque; não emite um saque, o que significa que não há prazo para pagamento. Recebidos os documentos, o importador promove o desembaraço da mercadoria na alfândega e providencia a remessa da quantia respectiva para o exterior. Nesse caso, o exportador deve confiar na idoneidade do importador, porque fica sem garantia, razão pela qual essa modalidade é mais comum nas operações realizadas entre matrizes e filiais. Modalidades de pagamento A modalidade de pagamento mais vantajosa para as partes, ou seja, importador e exportador, é o crédito documentário, também conhecida como carta de crédito. É a forma de pagamento mais utilizada no comércio internacional e também a mais segura para o importador e para o exportador. A Câmara de Comércio Internacional de Bruxelas divulgou as normas a serem seguidas quanto à abertura, à utilização e à liquidação do crédito no documento denominado regras e usos uniformes sobre créditos documentários. O que diferencia essa forma de pagamento das demais é que, nessa modalidade, quem efetua o pagamento direto pela transação não é o importador, e sim um banco nomeado pelo documento. Para o exportador, há a garantia do pagamento após apresentação e análise dos documentos, pois o importador já depositou o dinheiro na ocasião da abertura da carta de crédito e o banco fornece a garantia do pagamento. Modalidades de pagamento O dicionário Houaiss define ética como parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. E, também, define como sendo um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. O que induz mais ruído em negociações internacionais são os aspectos culturais, que são mal-entendidos e confundidos com diferenças éticas. Os aspectos culturais que precisam ser realçados são: o protocolo, a religião, o uso das cores e o significado delas em cada cultura, a linguagem corporal, os costumes de alimentação e os presentes. Uma ideia comum é que o suborno é esperado, aceito e habitual em alguns países. Suborno está errado em qualquer lugar do mundo. Ética nos negócios internacionais Um contrato internacional entre um exportador brasileiro de laranjas e o comprador americano previu que em caso de litígio fosse utilizada a arbitragem, realizada pela Câmara de Comércio Internacional. O exportador brasileiro fez a remessa das laranjas, mas estas não atingiram a qualidade estabelecida no contrato. O comprador entrou com uma ação no Brasil para discutir o cumprimento do contrato. O juiz decidiu: a) Extinguir o feito sem julgamento de mérito, em face da cláusula arbitral. b) Deferir o pedido na forma requerida. c) Indeferir o pedido porque o local do cumprimento do contrato é nos Estados Unidos. d) Deferir o pedido, em razão da competênciaconcorrente da justiça brasileira. e) Não julgar pela língua usada nas cláusulas contratuais. Interatividade Um contrato internacional entre um exportador brasileiro de laranjas e o comprador americano previu que em caso de litígio fosse utilizada a arbitragem, realizada pela Câmara de Comércio Internacional. O exportador brasileiro fez a remessa das laranjas, mas estas não atingiram a qualidade estabelecida no contrato. O comprador entrou com uma ação no Brasil para discutir o cumprimento do contrato. O juiz decidiu: a) Extinguir o feito sem julgamento de mérito, em face da cláusula arbitral. b) Deferir o pedido na forma requerida. c) Indeferir o pedido porque o local do cumprimento do contrato é nos Estados Unidos. d) Deferir o pedido, em razão da competência concorrente da justiça brasileira. e) Não julgar pela língua usada nas cláusulas contratuais. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar