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condromalácia patelar

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Condromalácia patelar e sua reabilitação
O complexo articular do joelho é composto por estruturas que são submetidas a constantes impactos nas atividades diárias. Na articulação femuropatelar, o excesso de atividades pode provocar o amolecimento ou até mesmo o desgaste condral desta articulação. A atividade física realizada de forma irregular e o excesso de peso são exemplos de atividades impostas a esta articulação que podem predispor a lesões. O joelho é a maior articulação do corpo humano, composto pelos ossos fêmur, tíbia, fíbula e patela, acoplados por estruturas de suporte e estabilização que são: ligamentos, cápsula articular, meniscos e músculos.
	A articulação patelofemoral é formada pelas facetas posteriores da patela e pela superfície anterior do fêmur onde se encaixa na cavidade troclear. O quadro clínico de condromalácia patelar está associado à crepitação, bloqueio e dor retropatelar exacerbada por atividades esportivas que envolvem apoio compressivo ou ao subir e descer escadas por aumentar a força de compressão entre a patela e o fêmur. A patela tem como uma das funções aumentar o braço de alavanca do quadríceps. A alteração no alinhamento femoropatelar é fator que propicia mudança na estrutura da cartilagem articular do joelho, levando a um quadro de condromalácia patelar (CP) (BERCHTOLD et al., 2008). A condromalácia se manifesta particularmente em pessoas do sexo feminino, devido às mulheres usarem salto alto e possuírem o quadril mais largo, o que propicia desvios angulares do joelho (FREITAS; CAMPOS; KAMIMURA, 2007). A CP é frequentemente chamada de “joelho de corredor” devido as lesões serem comuns em maratonistas e caracteriza-se pelo amolecimento e surgimento de fissuras da superfície da patela (degeneração da cartilagem articular), ulcerações, artrose e osteoartrite, devido a fatores como o desequilíbrio bioquímico do líquido sinovial. Apresenta alta incidência em jovens e principalmente no gênero feminino e aumenta com o passar dos anos.
A CP é dividida em respectivos graus: 
Grau 0 – Cartilagem normal;
Grau I – Área de hiposinal cartilaginoso;
Grau II – Grau I e alterações do contorno;
Grau III – Aspecto serrilhado com áreas de redução do sinal e grandes irregularidades do contorno;
Grau IV – Úlceras cartilaginosas e alterações do osso subcondral.
Intervenção fisioterapêutica
A fisioterapia é importante a pessoa com esta lesão com enfoque na prevenção e tratamento propondo melhora na qualidade de vida. Os objetivos do programa de reabilitação são: a diminuição da dor, fortalecimento muscular do quadríceps, especialmente o aumento da força, resistência muscular e optimização do balanço de forças do vasto medial oblíquo (VMO) e vasto lateral (VL), fortalecimento muscular dos abdutores e rotadores externos da patela, melhoria da flexibilidade, melhoria da biomecânica do membro inferior, diminuição da sobrecarga femoro-patelar e consequentemente a melhoria global da funcionalidade do joelho e do padrão de marcha.
Quanto aos recursos e meios de tratamento 
Analgesia: A síndrome femoro-patelar (SFP) pode ter sintomas inflamatórios controlados através da crioterapia, nomeadamente nas fases agudas, e/ou utilizando de modalidades de electroterapia analgésica como o TENS (Transcutaneous Electric Nerve Stimulation). Já em fase subaguda ou crônica é recomendável a utilização de calor, uma opção pode ser o ultra-sons. 
Flexibilização: A mobilização e os estiramentos passivos e ativos dos tecidos moles periarticulares (principalmente dos isquiotibiais e banda ileo-tibial), permitindo assim a melhora da mobilidade durante o movimento do joelho.
Fortalecimento Muscular do Quadríceps e VMO: Os pacientes com SFP historicamente exibem a fraqueza do quadríceps e para que se tenha a recuperação da força muscular e função deste músculo, possibilitando assim o realinhamento da articulação femoropatelar.
Exercícios Isotônicos em Cadeia Cinética Aberta (CCA) versus Fechada (CCF) e Isométricos: Exercícios realizados em CCF diminuem a sobrecarga do joelho e facilita o fortalecimento sem provocar dor, pois a força muscular gerada pelo quadríceps é mínima na extensão completa do joelho e, portanto, o stress articular femoro-patelar é menor nos primeiros graus de flexão do joelho. 
Estimulação Eléctrica Neuro-muscular: Estudos mostraram que a utilização da estimulação elétrica neuromuscular (EENM), aumenta a intensidade de ativação da musculatura. Nos protocolos para ganho de força muscular usando a EENM normalmente se indica correntes pulsadas bidirecionais, ou seja, bifásicas apolares, para se evitar os efeitos iônicos gerados pelas correntes polarizadas. A intensidade da corrente está diretamente relacionada à geração de força muscular .
Taping patelar: A correção do posicionamento patelar através da utilização das técnicas de taping de Grelsamer e McConnell é uma forma de optimizar a trajetória de movimento da rótula na tróclea femoral e o seu alinhamento. Na maioria dos estudos publicados, o SFP é tratado através de uma intervenção combinada de taping e exercícios de fortalecimento muscular, pelo que, é difícil avaliar os efeitos do taping por si só. 
Ortéses: Os pacientes com dor patelar podem referir melhoria da dor com a utilização de ortéses dinâmicas estabilizadoras rotulianas, uma vez que estas limitam a báscula e a translação lateral da patela, contribuindo para a melhoria da cinemática do joelho. 
Treino de Marcha: O treino de marcha é essencial no plano de tratamento global para a recuperação da marcha fisiológica e funcional. A reeducação da marcha recorrendo a feedback visual pode corrigir padrões de marcha anômalos tal como adução e rotação interna da patela e queda da pelve. 
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