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AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA: ANÁLISE ECONÔMICA E MERCADO

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA: ANÁLISE ECONÔMICA E MERCADO
RIO DE JANEIRO
2020
	As crises representam fases de queda da atividade econômica, podendo ser entendidas como períodos comuns no Sistema Capitalista que normalmente passa por ciclos de expansão, boom, contração e recessão. Durante a história da economia mundial, puderam ser vivenciadas várias crises que se consolidaram em um país específico, e acabaram afetando outras diversas nações. Neste contexto, a crise de 1929, também conhecida como a grande recessão e a crise de 2008, podem ser consideradas as crises de maior relevância no cenário econômico mundial até 2019, visto que, atualmente vivemos uma importante crise econômica desencadeada pela pandemia do Covid-19, que decerto será sem precedentes na história na humanidade.
	A crise de 1929, foi iniciada nos Estados Unidos e representou o mais longo período de recessão econômica vivenciado na história. Na década de 20 os Estados Unidos já ocupavam uma posição de potência econômica internacional e era detentor de uma produção bastante intensa. Além de vender os seus produtos no mercado interno, também exportava para os países Europeus que se encontravam em situação de recuperação após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O cenário era de grande euforia, as pessoas consumiam bens em ritmo acelerado e o Estado estimulava e fornecia crédito sem nenhuma regulamentação.
	Com o passar do tempo os países europeus foram se reerguendo, e com isso reduziram suas importações. Em contrapartida, no território dos EUA a produção era conduzida “a todo vapor”, entretanto os salários da classe operária não evoluíam na mesma velocidade, culminando em um grande desequilíbrio entre oferta e demanda. Por outro lado, a expansão do crédito sem garantia ocasionou um falso cenário de prosperidade financeira, ou seja, havia muito dinheiro emitido circulando, mas sem valor real com a produção, e essa percepção equivocada da realidade estimulava as pessoas a ampliarem os seus negócios e investirem em ações. A manutenção do cenário de superprodução conjugado à falsa prosperidade financeira culminou a quebra da economia norte americana.
	A crise dos Estados Unidos se espalhou para o resto do mundo, ocasionando principalmente o desemprego e a falência de várias empresas, inclusive, muitas pessoas perderam todo o patrimônio que tinham investido com a quebra da Bolsa de Valores. O Brasil também sofreu os efeitos da recessão de 1929, tendo grande impacto na produção de café, principal produto de exportação do país, o qual era consumido pelo Estados Unidos em quase 80%. O preço do café brasileiro despencou, e Getúlio Vargas reagiu criando o Conselho Nacional do Café (CNC) em 1931. Com o objetivo de conter a queda do valor do produto no mercado internacional, o governo comprava as sacas de café que estavam paradas e as incendiava. Outras medidas do Governo Vargas para superar a crise foi criar uma política de investimento no setor industrial e na produção agrícola, e fomentar a integração do mercado interno.
	O período mais crítico da crise de 1929 foi entre 1929 e 1933, e a situação só começou a se estabilizar com a nova política implantada pelo presidente Franklin Roosevelt, conhecida como o New Deal, que inspirado em John Maynard Keynes, adotou estratégias de intervenção do Estado na economia. Este foi um marco importante na história da economia mundial que colocou em xeque o liberalismo econômico até então praticado.
Já a crise de 2008 foi de caráter financeiro, e teve origem no mercado imobiliário dos Estados Unidos, resultante de um verdadeiro descuido na avaliação de risco durante a concessão de empréstimos imobiliários. A conjuntura dessa bolha imobiliária foi formada da seguinte maneira: por volta de 2005 o mercado imobiliário americano estava em grande expansão, com os juros baixos e bastante crédito disponível no mercado. Essa situação estimulava as pessoas a realizarem investimento, tornando-se fácil adquirir empréstimos com crédito facilitado. A garantia do empréstimo era dada através da hipoteca, e devido aos juros baixos, as companhias hipotecárias começaram a emprestar para clientes da categoria subprime, que são pessoas com maior risco de inadimplência financeira. 
À medida que o interesse pelos imóveis aumentava, os preços também subiam devido ao aumento da procura, porém os valores dos imóveis não eram valorizados. Os bancos, por sua vez, começaram a lançar títulos no mercado financeiro baseado no valor das hipotecas e vendiam para outras instituições financeiras (bancos, seguradoras etc.). Com o aumento da procura e a alta da inflação, a taxa de juros subiu bruscamente e as pessoas não conseguiram mais pagar as parcelas da dívida. Sem dinheiro para realizar novos empréstimos e para conseguir sustentar suas despesas os bancos quebraram, sendo a grande marca dessa crise o decreto de falência do banco Lehman Brothers.
A crise de 2008 impactou o sistema financeiro mundial. As bolsas de diversos países entram em colapso e a liquidez do mercado diminuiu, pois com medo de perderem dinheiro, muitos investidores decidiram sacar os investimentos feitos em ações e os bancos não tinham recurso para a alta demanda de saques. No Brasil, o governo alavancou estímulos para a economia, adotando medidas de crescimento para o mercado interno, e assim impulsionar o consumo. Para tanto, os juros foram diminuídos, a alíquota de impostos para eletrodomésticos, materiais de construção e automóveis foram reduzidas, e houve um estímulo para o setor financeiro intensificar seus empréstimos, liberando bilhões de reais em depósitos compulsórios para os bancos. Mesmo com a queda do PIB em 2009, fechando negativo em - 0,3%, o Brasil não sofreu grandes impactos da crise como aconteceu nos Estados Unidos e na Europa, onde houve aumento significativo na taxa desemprego. 
Atualmente, o mundo atravessa uma crise de saúde e muitos estudiosos acreditam que esta poderá representar uma recessão ainda maior que a de 1929. As regras de distanciamento social adotadas em várias partes do mundo, como medida necessária para a redução ao contágio do Covid-19, afetam não só o mercado interno dos países, mas também todo o mercado externo devido a dependência economia entre as nações. Trata-se de um cenário bastante diferente das crises anteriores aqui mencionadas, pois a problemática da questão econômica não está relacionada a especulação de mercado ou superprodução. 
O que vivenciamos neste momento é um declínio brutal da atividade econômica desencadeada pela paralização de diversas atividades para evitar aglomeração de pessoas e outros meios de propagação do vírus. Diversos mercados já sofreram com a falta de demanda e estagnaram, empresas já fecharam e outras, na tentativa de manter os seus negócios, optaram pela demissão em massa. Estima-se que o Covid-19 gerará a crise mais grave no emprego desde a II Guerra Mundial.
Além de nos colocar numa posição de medo, incerteza e preocupação, trazendo à tona a necessidade de reinvenção para a sobrevivência, esta crise nos traz a retomada da questão sobre o papel do Estado na economia e até que ponto cabem a regulamentação e intervenção estatal, uma vez que sem a adoção de estratégias emergenciais para tentar conter a desaceleração econômica atual, governos, empresas e pessoas estão fadadas a ruína.
Referências Bibliográficas
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