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Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica VOLUME 14 - NÚMERO 01 - 2019/2020 - MAGAZINE Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica É com grande satisfação que, publicamos a Revista on-line ENAF SCIENCE. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e da saúde. No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2006 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que unem formação e produção. E a partir de 2016, passou a ser on-line. Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou como resumo na forma de pôster. Esperamos que este seja a continuação dos passos que pretendemos empreender na busca por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física. Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos respectivos autores, não sendo atribuível ao ENAF nenhuma forma de competência legal sobre os mesmos. Contato@enaf.com.br www.PortalENAF.com.br mailto:Contato@enaf.com.br http://www.portalenaf.com.br/ Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ÍNDICE (Dica: clique no titulo abaixo para acessar a página do trabalho) PAPEL PLEIOTRÓPICO DA PROTEÍNA QUINASE ATIVADA POR AMP (AMPK) ...................................................................................................................... 5 MOTIVOS PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS EM DUAS ACADEMIAS AO AR LIVRE (AAL) DO MUNICÍPIO DE BETIM – MG ..................... 10 QUALIDADE DE VIDA E SEU REFLEXO NO TRABALHO-PROJETO EM DIA COM A SAÚDE ........................................................................................................ 20 O PAPEL DA NUTRIÇÃO NO PROCESSO DE HIPERTROFIA MUSCULAR.......... 25 PROGRAMA ESPORTIVO SOCIAL E SEUS BENEFÍCIOS À SAÚDE DOS ENVOLVIDOS DE UMA COMUNIDADE CARENTE DA CIDADE DE DIVINÓPOLIS – MG ................................................................................................ 38 ESTUDO RELACIONADO À QUALIDADE DE VIDA DO PROFISSIONAL BACHARELEM EDUCAÇÃO FÍSICA ATUANTE EM ACADEMIAS NA CIDADE DE DIVINÓPOLIS-MG ............................................................................... 45 EXERCÍCIOS FÍSIOS E O IDOSO: BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS FÍSIOS PARA A SAUDE FÍSICA E MENTAL DOS IDOSOS ................................................ 59 IMPORTÂNCIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL........................................................................................ 70 OS DANOS CAUSADO AO FIGADO DEVIDO AO USO ABUSIVO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGENICOS .............................................. 80 A INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES FÍSICAS NO TRATAMENTO DE PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL ESQUIZOFRÊNICO: PACIENTES DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO MUNICIPIO DE PARINTINS .............................................................................................................. 88 HIDROGINÁSTICA E ENVELHECIMENTO ............................................................. 96 NATAÇÃO INFANTIL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA CRIANÇAS DE CINCO Á DOZE ANOS ...................................................................................................... 105 EDUCAÇÃO FÍSICA E INFRAESTRUTURA ESCOLAR: INFLUENCIA NA PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS NAS AULAS PRÁTICAS ..................................... 118 TREINAMENTO CONCORRENTE: EFEITOS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL, FORÇA MUSCULAR, POTÊNCIA AERÓBICA E NOS ASPECTOS RELACIONADOS A SAÚDE .............................................................. 119 Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica PAPEL PLEIOTRÓPICO DA PROTEÍNA QUINASE ATIVADA POR AMP (AMPK) NUNES, M. S. 1; FARIA, P. F. 1; MARQUES-OLIVEIRA, G. H. 1; Centro Universitário de Formiga/UNIFOR-MG – Minas Gerais – Brasil. gleuberh@gmail.com RESUMO A proteína quinase ativada por AMP (AMPK) é uma das principais proteínas relacionadas com o metabolismo celular. Essa proteína é uma enzima pleiotrópica (que desempenha diversas funções). É uma molécula heterotrimetrica que consiste em uma subunidade alfa catalítica e uma subunidade beta e gama regulatória. Quando as razões AMP/ATP aumentam essa proteína se torna mais ativa, desempenhando diversas funções como: redução da gliconeogênese hepática, translocação do transportador de glicose isoforma 4 no músculo esquelético e aumentando a oxidação de gordura via inibição da enzima acetil-coa carboxilase. Aqui nós fizemos uma breve revisão da estrutura e função a AMPK, que tem sido amplamente estudada em todo o mundo. ABSTRACT AMP-activated protein kinase (AMPK) is one of the main proteins related to cell metabolism. This protein is a pleiotropic enzyme (which performs several functions). It is a heterotrimetric molecule that consists of a catalytic alpha subunit and a beta subunit and regulatory gamma. When the AMP/ATP ratios increase, this protein becomes more active, performing several functions, such as: reducing hepatic gluconeogenesis, translocation of the glucose transporter isoform 4 in the skeletal muscle and increasing the oxidation of fat via inhibition of the enzyme acetyl-coa carboxylase. Here we did a brief review of the structure and function of AMPK, which has been widely studied around the world. 1 Introdução A proteína quinase ativada por AMP (AMPK) é o principal sensor energético molecular. Os estímulos da AMPK são geralmente processos que resultam em depleção do ATP(HARDIE, 2004).O papel da AMPK no metabolismo celular é principalmente de manutenção da homeostase energética. É uma molécula ativada durante o exercício devido às alterações nos níveis de fosfato energético da fibra muscular. Ela regula numerosas vias energéticas no músculo esquelético(BOLSTER et al., 2002; MCGEE et al., 2008).A AMPK faz parte do grupo serina/treonina quinase que medeia a adaptação celular aos fatores de estresse nutricional, metabolismo celular e/ou resistência à insulina(CARLING, 2004).A melhora da captação de glicose nos músculos e diminuição da produção hepática da glicose após o exercício ocorre através de várias vias, que dentre elas se destaca da AMPK(BARNES; ZIERATH, 2005; KAHN et al., 2005).Além disso, outros estudos científicos mais recentes Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica mostram a influência da AMPK no controle do peso corporal e da ingestão alimentar (fome/saciedade)(PEPIN et al., 2016; PIMENTEL et al., 2013; LÓPEZ et al., 2010; CLARET; SMITH; KNAUF, 2011). 1.2 Estrutura A descrição da estrutura da AMPK tem a seguinte característica: é uma molécula heterotrimetrica que consiste em uma subunidade alfa catalítica e uma subunidade beta e gama regulatória. Elas se consistem em isoformas (alfa1, alfa2, beta1, beta2, gama1, gama2 e gama3)(ARAD; SEIDMAN, 2007; HARDIE, 2003). A subunidade alfa possui um sítio de fosforilação. Enquanto a beta, possui fácil controle em relação aos estoques de glicogênio; já a gama possui osítio de ligação por AMP. É importante destacar que a ligação da AMP a subunidade gama e a fosforilação do sítio de Thr-172 da subunidade alfa da AMPK induz mudança na molécula, protegendo-a da perda de fosfato, ou seja, a uma desfosforilação (VIOLLET et al., 2009). Estudos com roedores, tendo comparação ao músculo humano, não demonstrou diferenças evidentes quanto a expressão da AMPK nos diferentes tipos de fibras. Nos roedores, as fibras tipo I apresentam uma expressão mais alta das subunidades alfa1, alfa2 e beta1. Enquanto fibras tipo II apresentam uma maior expressão de beta2, gama2 e gama3 (LOPES, 2017; SALT; HARDIE, 2017; XIAO et al.,2003; ROSS; MACKINTOSH; HARDIE, 2016). 1.3Funções Gerais Uma das principais funções da AMPK está relacionada a manutenção do equilíbrio energético, sua atividade está ligada, sobretudo pelas mudanças nos níveis de fosfato e queda da carga energética da célula muscular, dada pela razão ADP/ATP. Além do controle energético, a AMPK também está ligada ao controle do apetite(NADER, 2006).A AMPK exerce efeitos sobre o metabolismo de glicose e lipídeos, sobre expressão gênica e síntese proteica. Atuando também em diversos órgãos, incluindofígado, músculoesquelético, coração, tecido adiposo e pâncreas. No fígado a ativação da AMPK inibe a transcrição de enzimas como PEPCK e G6Pase reduzindo a glicogênese (DZAMKO; STEINBERG, 2009; COOL et al.,2006; LOCHHEAD et al., 2000).No músculo esquelético ela é ativada durante o exercício. Estudos mostram que a ativação da AMPK no mesmo é capaz de aumentar a oxidação lipídica fazendo com que os estoques de glicogêniosejampoupados (SCHIMMACK; DEFRONZO; MUSI, 2006). Nas células betas das ilhotas pancreáticas, o papel da AMPK pode ser mais especializado e representar uma parte essencial do mecanismo de detecção de glicose dessas células (RUDERMAN; SAHA; KRAEGEN, 2003). 2 AMPK Aumenta aExpressão do GLUT4 O exercício físico promove o aumento de captação de glicose pela contração muscular por uma via não insulínica, ondenão temos a fosforilação do receptor insulínico e subsequente do Pi3K (VAVVAS et al., 1997; HAYASHI et al., 2000).Vários experimentos demonstram um aumento significante na atividade da AMPK após a contração muscular por estimulação elétrica in situ e após a contração isolada no músculo de rato in vitro (AI et al., 2002).Observou-se que a ativação crônica da AMPK por AICAR diariamente durante 4 semanas, para Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica simular o treinamento com exercícios, foi associado com aumentos no conteúdo de GLUT-4,assim como a atividade das enzimas oxidativas nas mitocôndrias (HAYASHI et al., 1998; JESSEN; GOODYEAR, 2005).A ativação da AMPK durante o exercício promove aumento na captação de glicose, melhora a homeostase glicídica e sensibilidade a insulina, aumentando ainda a capacidade oxidativa(FUNAI; CARTEE, 2008).Como a atividade contrátil reduz as concentrações de ATP e aumentamàs concentrações de AMP, induzindo a ativação da AMPK. Essa enzima promove translocação do GLUT-4 até a membrana das células, uma vez que o aumento das razões AMP/ATP é um dos maiores responsáveis pela ativação da AMPK(KEMP et al., 1999; JESSEN N; GOODYEAR, 2005). O exercício altera o gasto energético das células musculares esqueléticas, podendo haver diminuição significantes nas concentrações de fosfocreatina e ATP, levando a maior ativação da AMPK(RANG et al., 2016). 3 AMPK Aumenta a Oxidação de Gordura A AMPK inibea enzima acetil-CoA carboxilase (ACC), promovendodiminuição nos níveis intracelulares de Malonil CoA, um inibidor da carnitina palmitoil transferase I (CPT 1). Logo, o efeito da AMPK na oxidação de ácidos graxos é subsequenteda fosforilação e inibição da ACC(AI et al., 2002; RUTTER; XAVIER; LECLERC, 2003; SAVAGE et al.,2006).Indícios crescentes de que o treinamento de força por exemplo ativa a oxidação de lipídios no fígado devido a um aumento daatividade da AMPK neste local. A grande concentração de ácidos graxos e glicose encontrada nos obesos pode impedir a atividade de AMPK por ativar a produção de fosfatase 2A, uma enzima que desfosforila a AMPK, inativando-a (KIM et al., 2009).A AMPK realiza um papel essencial no ajuste do metabolismo lipídico, A CPT1 irá permitir a entrada do ácido graxo para o centro da mitocôndria, facilitando assim a sua oxidação (CURI et al., 2003).O crescimentodas concentrações do AMPK provocaem uma maior ação de enzimas responsáveisà oxidação de gordura como: (a) citrato sintase no ciclo de Krebs; (b) aumento na expressão da enzima Malonil COA descarboxilase; (c) diminuição da enzima Acetil COA carboxilase (responsável pela produção da enzima malonil COA desidrogenasse); (d) redução da enzima malonil COA desidrogenasse. Esse último passo impede a ação da CPT1 [enzima responsável pela transferência dos ácidos graxos acilados (grupo acilcarnitina) de cadeia longa para matriz mitocondrial] e sua oxidação(HOLLOWAY, 2009; NORRBON; SUNDENBERG; AMELN, 2004). Além disso, a AMPK contém função regulatória na biogênese/função mitocondrial (MCBRIDE et al., 2009). Referências AI H, IHLEMANN J, HELLSTEN Y, LAURITZEN HP, HARDIE DG, GALBO H, et al. Effect of fiber type and nutritional state on AICAR- and contraction-stimulated glucose transport in rat muscle. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2002;282(6):E1291-300. ARAD, M.; SEIDMAN, C. E.; SEIDMAN, J. G. AMP-Activated protein kinase in the heart: role during health and disease. Circ. Res., v. 100, n. 4, p. 474-488, 2007. BARNES BR, ZIERATH JR.Role of AMP-activated protein kinase in the control of glucose homeostasis. Curr Mol Med 2005; 5:341-8. Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica BOLSTER DR, CROZIER SJ, KIMBALL SR, JEFFERSON LS. AMP-activated protein kinase suppresses protein synthesis in rat skeletal muscle through down-regulated mammalian target of rapamycin (mTOR) signaling. J Biol Chem. 2002;277(27):23977-80. CARLING D. The AMP-activated protein kinase cascade – a unifying system for energy control. Trends Biochem Sci. 2004;29:18-23. CLARET M, SMITH MA, KNAUF C. Deletion of Lkb1 in pro-opiomelanocortin neurons impairs peripheral glucose homeostasis in mice. Diabetes, 60:735–45, 2011. COOL B, ZINKER B, CHIOU W, KIFLE L, CAO N, PERHAM M, et al. Identification and characterization of a small molecule AMPK activator that treats key components of type 2 diabetes and the metabolic syndrome. Cell Metab. 2006;3:403-16. CURI, R. et al. 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Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica MOTIVOS PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS EM DUAS ACADEMIAS AO AR LIVRE (AAL) DO MUNICÍPIO DE BETIM – MG VIANA, V.C.1; MATA, L.S.C.2; QUEIROZ, B.Z.1 1 - Secretaria Municipal de Saúde de Betim – Betim – Minas Gerais 2- Centro Universitário UNA – Betim – Minas Gerais vicoimbra10@gmail.com RESUMO A inatividade física é considerada um dos dez principais fatores de risco de morte em todo planeta. Diante desse panorama, várias cidades brasileiras têm implementado ações no sentido de estimular o estilo de vida ativo, uma delas é a instalação das Academias ao Ar Livre (AAL). Na literatura atual, vários são os estudos que avaliaram o perfil dos praticantes de atividades físicas nas AAL, mas poucos são aqueles que se propuseram a investigar a motivação para a prática de atividades físicas nesses espaços. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi identificar os motivos que levam usuários a praticar atividades físicas em duas AAL do município de Betim-MG. Participaram do estudo 61 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 18 e 78 anos, escolhidos de maneira aleatória em duas AAL do município de Betim – MG. Para a coleta dos dados, foi utilizado questionário fechado, aprovado pelo COEP UFMG sob o número CAAE 43817515.1.0000.5149, contendo questões relativas ao perfil dos usuários, ao programa AAL e a utilização desses espaços. Foi realizada análise descritiva dos dados, utilizando o Software IBM SPSS estatistics 17®. A melhoria da saúde foi reportada por 55,4% da amostra como motivo para a prática de atividades físicas na AAL, seguida de indicação médica (14,7%), socialização (13,1%), lazer (9,8%), fortalecimento muscular (4,9%) e estética (1,6%). Fortalecimento muscular e estética foram variáveis reportadas apenas pelas mulheres. Conclui-se que para os homens e mulheres entrevistados, os motivos para a prática de atividades físicas nas duas AAL estudadas são: melhoria da saúde, indicação médica, socialização e lazer. Em ambos os sexos a melhoria da saúde aparece como o motivo mais relevante para a busca por esses espaços. Recomenda-se que novas investigações sejam realizadas para subsidiar o planejamento de estratégias assertivas para o estímulo da prática regular de atividades físicas pela população. Palavras-chave: Academia ao Ar Livre; Atividade Física; Motivação. ABSTRACT Physicalinactivityisconsideredoneofthemost importante riskfactors for deathworldwide. Severalbraziliancitieshaveimplementedactionstoestimulateanactivelifestyle, includingtheinstallationof Outdoor Gymequipment (OG). Literature shows studiesthatassesstheprofile ofpractitionersofphysicalactivities in OG, butfewstudiesproposedtoinvestigatethemotivationtopracticeactivities in thesepublicspaces. Therefore, theobjectiveofthepresentstudywastoidentifythereasonsthat lead Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica userstopracticephysicalactivities in two OG in thecityof Betim-MG. Individualswererandomlyselectedin two OG in Betim – MG, 61 womenandmenwereincluded, agedbetween 18 and 78 years. Informationonthesample‘scharacteristicswasobtainedusing a standardizedquestionnaireapprovedby COEP UFMG underthenumberof CAAE 43817515.1.0000.5149. The questionnairewascomposedbytheuser profile, the OGprogramandthe use ofthe OG spaces. SamplecharacterizationwasdeterminedusingdescriptivestatisticsusingtheStatisticalPack age for the Social Sciences (SPSS version 17.0; Chicago, IL, USA). The improvementofhealthwasreportedby 55.4% ofthesample as a reason for thepracticeofphysicalactivities in OG, medical indication (14.7%), socialization(13.1%), leisure (9.8%), musclestrengthening (4.9%) andaesthetics (1.6%). Musclestrengtheningandaestheticswerevariablesreportedonlybywomen. In conclusion, for menandwomeninterviewed, in conclusion, themotivationtopracticephysicalactivity in the OG are: healthimprovement, medical indication, socializationandleisure. In bothsexes, healthimprovementappears as themostrelevantreason for theuse ofthesespaces. It isrecommendedfurtherinvestigationstosupporttheplanningofassertivestrategiesto encouragethe regular practiceofactivityactivitiesbythepopulation. Keywords: Outdoor Gym;Physicalactivity; Motivation. INTRODUÇÂO A inatividade física já é considerada um dos dez principais fatores de risco de morte em todo planeta(WHO, 2016). Além disso, compõe a gama de fatores de risco para o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como, por exemplo, doenças do aparelho circulatório, neoplasias, doenças respiratórias e diabetes (WHO, 2016). Atualmente, as DCNT são responsáveis por 41 milhões dos óbitos globais a cada ano, correspondendo a 71% do número de óbitos em todo o mundo (WHO, 2018). Sendo assim, por apresentarem uma relação direta com os fatores associados à saúde, os níveis de atividades físicas alcançados pela população, geram importantes temas de discussão para especialistas da área (SANTOS, 2008). Apesar de todo conhecimento acerca da importância da prática regular de atividades físicas, dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), apontam que apenas 38,1% da população brasileira é considerada ativa no tempo livre (BRASIL, 2018).Diante desse panorama, várias cidades brasileiras têm implementado ações no sentido de estimular o estilo de vida ativo, uma delas é a instalação das Academias ao Ar Livre (AAL) (COUTO etal., 2015; COSTA et al., 2016), equipamentos de ginástica instalados em espaços públicos com o objetivo de estimular a prática de atividades físicas (ANASTASIA et al., 2013). Iniciativas como essas são de suma importância para o enfrentamento do comportamento sedentário, já que a presença de equipamentos adequados tem mostrado associação positiva com níveis elevados de atividades físicas (REIS, 2001; WENDEL-VOS et al., 2007). Sendo assim, pode-se afirmar que a instalação de AAL contribui para que a população sinta-se encorajada a se manter em movimento, mas é Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica importante lembrar que a adoção de um estilo de vida mais ativo não está apenas relacionada à disponibilização de equipamentos e locais adequados para a prática. Deve-se considerar também os objetivos individuais que levam as pessoas a buscar uma atividade física, como por exemplo, a busca por qualidade de vida, saúde, socialização, diminuição do estresse, melhoria da estética e bem estar psicológico (ROCHA, 2011; SANTOS et al, 2015). Observa-se que na literatura atual, vários são os estudos que avaliaram o perfil dos praticantes de atividades físicas nas AAL (PAULO et al., 2012; SOUZA et al., 2014; IEPSEN e SILVA, 2015; COSTA et al., 2016), mas poucos são aqueles que se propuseram a investigar a motivação para a prática de atividades físicas nesses espaços, principalmente entre adultos (MATHIAS et al.,2018). Tendo em vista a importância dos anseios individuais para a adoção de um estilo de vida mais ativo, o objetivo do presente estudo foi identificar os motivos que levam usuários a praticar atividades físicas em duas AAL do município de Betim-MG. METODOLOGIA Trata-se de estudo de natureza observacional de caráter transversal. Participaram do estudo 61 indivíduos, com idades entre 18 e 78 anos, residentes em uma regional do Município de Betim/MG (Regional Centro), praticantes de atividades físicas em duas academias ao ar livre. Para a obtenção das respostas, os participantes foram escolhidos aleatoriamente durante seus momentos de prática, sendo convidados a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e a responder um questionário fechado, aprovado pelo COEP UFMG sob o número da CAAE 43817515.1.0000.5149, contendo questões como idade, sexo, escolaridade e motivos pelos quais os entrevistados utilizavam esses equipamentos. A aplicação do questionário seguiu duas etapas: Primeiramente o pesquisador fazia a leitura integral da pergunta, em seguida fazia a leitura das alternativas de resposta para aquela pergunta e passava a palavra para o entrevistado, seguindo a sequência do questionário. Tal procedimento foi repetido em cada uma das perguntas realizadas. Para coleta dos dados, foi delimitado um período de duas semanas no mês de maio de 2017, sendo realizadas nas segundas e nas sextas feiras, totalizando assim quatro dias de coleta (dias 15, 19, 22 e 26 de maio). Cada AAL foi visitada duas vezes, sendo a primeira semana destinada a coleta na Praça Tácido Guimarães (segunda e sexta feira) e a segunda semana destinada a Praça Alzira Rosa de Jesus (segunda e sexta feira). O pesquisador permaneceu nos locais de coleta durante três horas, em cada um dos dias, sendo uma hora e trinta minutos no turno da manhã (7:30 as 9:00) e uma hora e trinta minutos no turno da tarde (17:00 as 18:30) totalizando seis horas de coleta em cada AAL. Para a escolha dos horários de coleta levou-se em consideração a vulnerabilidade dos locais, que ao anoitecer são utilizados como ponto de encontro de grupos específicos para uso de drogas, amedrontando assim os praticantes de atividades físicas. Não houve interferência de períodos chuvosos, queda ou elevação acentuada de temperatura nos dias de coleta. Para o tratamento dos dados foi realizada analise descritiva reportada em frequência utilizando o Software IBM SPSS Statistics 17®. A Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica partir do tratamento dos dados, foram geradas tabelas e gráficos utilizando o Software Microsoft Excel 2013® para apresentação dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÃO As tabelas 1, 2 e 3 apresentam dados relacionados a caracterização da amostra estudada de acordo com as variáveis sexo, faixa etária e nível de escolaridade. Tabela 1 – Caracterização da amostra em relação ao sexo N % Feminino 41 67,2 Masculino 20 32,8 Total 61 100 Fonte: Elaborado pelo autor Tabela 2 – Caracterização da amostra em relação a faixa etária em anos N % 18 a 20 1 1,6 21 a 30 9 14,7 31 a 40 14 23 41 a 50 20 32,8 51 a 60 10 16,4 >60 7 11,5 Total 61 100 Fonte: Elaborado pelo autor Tabela 3 – Caracterização da amostra com relação ao nível de escolaridade N % Sem escolaridade 3 4,9 Fundamental incompleto 22 36,1 Fundamental completo 17 27,9 Médio incompleto 3 4,9 Médio completo 16 26,2 Superior incompleto 0 0 Superior completo 0 0 Total 61 100 Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Fonte: Elaborado pelo autor Nota-se que o número de usuários do sexo feminino é expressivamente maior (34,4%) que o de usuários do sexo masculino. Na amostra estudada, 88,6% dos indivíduos são adultos (acima de 18 anos) e 11,5% são idosos (acima de 60 anos). A faixa etária mais prevalente foi de 31 a 50 anos de idade (55,8%). Já com relação ao nível de escolaridade, 4,9% não frequentou a escola regular. A maior parte dos entrevistados, 64%, relatou ter frequentado ou concluído o ensino fundamental enquanto apenas 31% relataram ter frequentado ou concluído o ensino médio. Já o ensino superior não foi relatado por nenhum entrevistado. O gráfico 1 aponta os motivos relatados pelos usuários para a frequentarem a AAL Gráfico 1 – Motivos para a prática de atividades físicas nas AAL Fonte:Elaborado pelo autor Baseado no gráfico acima nota-se que a melhoria da saúde foi o motivo mais prevalente dentreas respostas obtidas com relação aos motivos para a prática (55,7%). Atualmente, a preocupação com a saúde por parte da população vem aumentando. Campanhas realizadas pela mídia e pelos órgãos responsáveis pela saúde pública, na maioria das vezes, orientam a população sobre a relação entre a prática de atividades físicas e a melhoria dos níveis de saúde e qualidade de vida. Tendo em vista a amplitude conceitual do termo, pode-se dizer que a busca pela saúde implica em melhoria na qualidade de vida, e a falta da mesma impacta diretamente na vida das pessoas por interferir em sua capacidade produtiva e na maneira como se vive (ANDRADE, NORONHA E OLIVEIRA, 2006). Apesar da diferença conceitual existente entre os termos saúde e qualidade de vida, baseado na relação citada, pode-se sugerir que os resultados do estudo vão de encontro com aqueles obtidos em pesquisa realizada pelo IBGE (2017) onde 40,2% dos brasileiros maiores de 15 anos buscam praticar atividades físicas para a melhoria do bem estar e da qualidade de vida. Em pesquisa realizada pelo Ministério do Esporte (2016) 46,2 % da população entrevistada relata o bem estar e qualidade de vida como principal motivo para a prática de atividades físicas. Mathias et al.(2019) realizaram um estudo com 64 participantes de atividades físicas em uma academia ao ar livre, Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica localizada na cidade de Paranaguá, estado do Paraná. Os participantes responderam a um questionário, contendo perguntas sobre o perfil de saúde e doenças pré-existentes, dados antropométricos e sociais, além dos níveis de atividade física e sua motivação para a prática regular de exercícios. No estudo em questão, a busca pela saúde também apareceu como um dos principais motivos para a prática de atividades físicas, corroborando com os dados apontados na presente pesquisa. A corrida em busca pela saúde, por parte da população, pode estar relacionada à transição epidemiológica vivida nos últimos anos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Dados apontam que as DCNT já são responsáveis 72% das causas de mortes em todo o território nacional, vitimando pessoas de todas as camadas sociais (BRASIL, 2011). Dessa forma, toda essa mobilização se faz pertinente, já que a adoção de um estilo de vida ativo pode influenciar positivamente na redução do risco para DCNT (BRASIL, 2011; SANTANA et al, 2015). O fato de a busca pela saúde liderar a lista de motivos para a atividade física nas ALL, deve ser encarada positivamente, pois aponta que as pessoas, cada vez mais, reconhecem o estilo de vida ativo como promissor para conduzi-las a melhores níveis de saúde e qualidade de vida. Estudo de Ferreira, Diettrich e Pedro (2015) reforça e encoraja tal comportamento. Os autores conduziram uma pesquisa com 90 indivíduos com mais de mais de 40 anos de idade, participantes e não participantes de um programa de atividades físicas desenvolvido por Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Campo Grande no Mato Grosso do Sul. Constatou-se, de forma significativa, que indivíduos expostos à prática regular de exercícios apresentam melhores indicadores de saúde e qualidade de vida do que aqueles não participantes. A relação positiva entre atividade física e saúde também é compartilhada por profissionais médicos, quando observamos que 14,7% dos entrevistados procuram a atividade física por indicação desses profissionais. A crescente preocupação por parte dos profissionais de saúde em recomendar a prática de exercícios físicos, pode ser observada em estudo realizado por Häfele e Siqueira (2016), onde o aconselhamento à prática de atividade física durante os atendimentos foi reportado por 35,4% dos profissionais entrevistados, em sua maioria médicos. Motivos associados às interações sociais e ao lazer ativo também foram levantados pelos entrevistados como incentivo para frequentar as AAL. Cabe ressaltar que os indivíduos que relatam a ―socialização‖ e o ―lazer‖ como motivos relevantes para a adoção de um estilo de vida ativo (13,1% e 4,9% respectivamente), somam 18%. Pode-se, portanto, inferir que uma importante parcela dos participantes da pesquisa consideram as atividades físicas como um meio de se socializar e se divertir, o que pode ser considerado como um comportamento muito relevante do ponto de vista da saúde mental. Estudos demonstram que a prática de atividades físicas é um fator importante para a socialização entre pessoas contribuindo para a prevenção de distúrbios psíquicos, principalmente entre idosos (OLIVEIRA, SILVA e OLIVEIRA, 2015). O gráfico 2 aponta os motivos relacionados a prática de atividades físicas nas AAL em relação ao sexo dos participantes. Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Gráfico 2 – Motivos para a prática com relação ao sexo dos participantes Fonte: Elaborado pelo autor Ao analisar os motivos para a prática de atividade física em relação ao sexo dos voluntários, nota-se que a preocupação com a saúde é uma característica muito presente em ambos os grupos (51,2% das mulheres e 65% dos homens). Esses dados seguem a mesma tendência observada em pesquisa do Ministério do Esporte, 2016, que indicou a preocupação com o bem estar e qualidade de vida como principal motivo para a prática de esportes para homens e para mulheres, com prevalência de 45,3% e 50,5%, respectivamente (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2016). Os dados apresentados apontam que ambos os gêneros consideram a melhoria da saúde como um fator importante a ser alcançado com a prática de exercícios físicos. O que chama atenção é o fato de que essa variável parece motivar mais os indivíduos do sexo masculino do que do sexo feminino. Se observarmos a literatura em torno dessa temática, tal comportamento não é esperado, já que os homens, por influencia cultural, geralmente são avessos ao cuidado, característica que influencia a qualidade de vida desse grupo, inclusive sua expectativa de vida em relação às mulheres (BOTTON, CÚNICO e STREY, 2017). Mesmo assim, é possível encontrar pesquisas que evidenciaram grande reconhecimento e participação de homens em ações de autocuidado, dando sustentação a diferença encontrada no presente estudo (BERTOLINI e SIMONETTI, 2014) Nos dados do presente estudo observa-se que homens e mulheres seguem a mesma tendência de respostas, tendo ocorrido diferenças em relação ao fortalecimento muscular e principalmente em relação à estética, ambas citadas apenas pelas mulheres. A situação encontrada corrobora com a pesquisa realizada por Planche e Junior (2016) , onde 45,5% das mulheres entrevistadas apontaram motivos estéticos como o principal fator para a adesão a um programa de atividades físicas. Pesquisa realizada por Rocha, Peito e Zazá (2011) em academias exclusivamente femininas também aponta que 47,8% das mulheres relatam a melhora estética corporal como um dos principais motivos para busca pela prática de exercícios. Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Martins, Viana e Matos (2017) realizaram uma extensa pesquisa bibliográfica, objetivando entender melhor os motivos pelos quais as mulheres brasileiras buscam a prática de atividades físicas. No estudo, foi possível constatar que os movimentos feministas, juntamente com a expansão das academias de saúde, a partir da década de 70, despertaram a autoestima e o interesse feminino na busca da prática de exercícios, como forma de melhorar a saúde e a aparência física. Os autores evidenciaram que a motivação estética,bem como os padrões de beleza estabelecidos pela sociedade,são determinantes diretos do público feminino na decisão de realizar atividades físicas rotineiras. A motivação para a prática de atividade física é uma informação importante que pode ser utilizada na estimulaçãode um estilo de vida ativo, com potenciais efeitos sobre a saúde e qualidade vida da população. Percebe- se que há um grande potencial para campanhas motivacionais no sentido de esclarecer os benefícios das atividades físicas. Algumas estratégias interessantes seriam: enfatizar os ganhos em socialização e lazer; esclarecer os ganhos na prevenção de DCNT; e informar a importância de ingestão de alimentos variados e nutritivos, como aliados para a efetivação dos resultados desejados na realização das atividades físicas. Uma das limitações da pesquisa foi o fato de que a amostra feminina foi duas vezes maior que a amostra masculina. Tal situação pode ter sido influenciada pelo fato de que mulheres costuma apresentar melhor adesão a programas públicos de incentivo à prática de atividades físicas do que os homens. CONCLUSÃO O presente estudo aponta que,para os homens e mulheres entrevistados, os motivos para a prática de atividades físicas nas duas AAL estudadas são: melhoria da saúde, indicação médica, socialização e lazer.Motivos relacionados ao fortalecimento muscular e a estética corporal são mais presentes em mulheres, pois foram reportados apenas pelas mulheres na pesquisa em questão.Nota-se ainda que os motivos que envolvem a busca pela saúde apresentam grande relevância para atividade física em ambos os sexos. Ressalta-se que pesquisas como a descrita neste artigo são muito úteis para orientar as ações de efetivação das atividades físicas, pois permitem a identificação do perfil dos indivíduos atendidos e, assim, orientam as estratégias para aperfeiçoar os resultados esperados com tais atividades. Dessa forma, recomenda-se que novas investigações sejam realizadas para que subsidiar o planejamento de estratégias mais assertivas para o estímulo a prática regular de atividades físicas por parte da população. REFERÊNCIAS ANASTASIA, A. A. J. et al. Boas Práticas de Implantação e Gestão de Academias ao Ar livre. 2013. Disponível em: http://docplayer.com.br/11266507-Boas-praticas-de-implantacao-e-gestao-de- academias-ao-ar-livre.html. Acesso em: 15 nov. 2016. Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica ANDRADE, M.V.; NORONHA, K.V.M.S; OLIVEIRA, T.B. Determinantes dos gastos com saúde no Brasil. Economia, Brasília (DF), v.7, n.3, p.485–508, set./ dez. 2006. BERTOLINI, D. N. P; SIMONET, J. P. O gênero masculino e os cuidados de saúde: a experiência de homens de um centro de saúde. Esc Anna Nery, Rio de Janeiro, v.18, n.4, p.722-727, dez./2014. BOTTON, A.; CÚNICO, S. D.; STREY, M. N. 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P. 1,2 1 Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG - Divinópolis – MG – Brasil. 2Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Divinópolis – Minas Gerais – Brasil. fabio.carballo@unifenas.br RESUMO O projeto Em Dia com a Saúde teve como objetivo desenvolver ações de intervenção na Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) para funcionários do setor administrativo e do corpo docente da FUNEDI-UEMG e as atividades foram realizadas nas dependências da instituição. Após exames clínicos, o grupo, composto por 18 pessoas, foi submetidos a atividades físicas funcionais, três vezes por semana, com a duração de sessenta minutos. Periodicamente, foram realizadas avaliações físicas-antropométricas. Observou-se a redução de 4% do percentual de gordura (média), uma melhora da aptidão cardiorrespiratória - de muito fraca (23mL) para boa (44mL), com consequente mudança positiva no trabalho. Os participantes relatam o desenvolvimento mais fácil das tarefas diárias, além de satisfação ao praticarem exercícios físicos regularmente. Palavras-chave: Projeto. Qualidade de Vida. Trabalho. Atividade Física INTRODUÇÃO Podemos definir Qualidade de Vida como a busca do equilíbrio psicológico, físico e social do indivíduo, ao se respeitar suas necessidades e limitações, haverá um resultado benéfico em seu crescimento pessoal e profissional. Afeta atitudes, comportamentos e a produtividade dentro de um ambiente de trabalho, tais como: motivação para o trabalho, mudanças, criatividade e inovação. Baseia-se em uma visão integral das pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial, o qual se origina da medicina psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística, do ser humano (Maximiano,2000, p. 498). A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é um dos grandes desafios para as empresas e pode afetar diretamente a vida dos funcionários, assim como sua produção nas empresas. Há vários fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho. Assim, percebe-se a importância de fatores como: oportunidades, programa de atividades físicas, de lazer, ergonomia, acompanhamento fisiológico, nutricional, médico dentro da empresa, entre outros. Vários fatores contribuem para uma não qualidade de vida, por isso, devem ser identificados e combatidos com políticas e ações que visem minimizar ou mesmo eliminar esses males que afetam, não somente o trabalho, mas também a vida familiar e social dos funcionários. mailto:fabio.carballo@unifenas.br Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Ações voltadas para o uso da atividade física como intervenção na QVT favorecem a saúde dos funcionários não só no que diz respeito à vida profissional, mas também familiar. Através deste projeto, a ação de intervenção, constitui uma prevenção em relação à morbimortalidade, pois por meio da atividade física regular, tem-se a prevenção de doenças crônico- degenerativas, em especial, as doenças cardiovasculares, o controle da obesidade, a busca permanente e regular de um estilo de vida ativo e saudável, desenvolvendo-se, com mais facilidade, as tarefas diárias, tendo uma mudança de comportamento e uma grande satisfação ao praticarem exercícios físicos regularmente. Programas de atividades físicas para a QVT auxiliam na melhoria da saúde, sua importância é notada, principalmente, quando analisamos a necessidade de que a pressão arterial mantenha-se em estado estável, tornando-se relevante no que diz respeito às condições satisfatórias de saúde inerentes a cada indivíduo, percebendo que, ao caso de a pressão arterial apresentar-se em estado superior ao aceitável em um indivíduo jovem e sadio, ou seja, ―pressão sistólica em média de aproximadamente 120 mm Hg e a pressão diastólica de 80 mm Hg‖ (Mcarddle e Katch 1998, p. 257), dado ocorrido pode resultar em quadro denominado como hipertensão, sendo que este sem a recomendada correção pode apresentar-se como precursor de morbidades como insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC), dentre outros. Justifica-se então a necessidade de programas de QVT nas organizações, uma vez que é possível constatar que a atividade física orientada fornece uma melhora econômica da empresa, uma vez que ela diminuirá os custos elevados do sedentarismo e uma melhora também de rendimento comparando o trabalhador sedentário ao trabalhador que faz uso da atividade física como promoção à saúde e a uma melhor qualidade de vida, sendo este possivelmente mais produtivo e satisfeito com o seu ambiente de trabalho. Segundo Fernandes (1996, p. 21), ―Qualidade, Produtividade e Competitividade são um tripé buscado a todo custo pelas empresas do mundo inteiro, têm, na participação, sua pedra angular‖; podemos notar, então, que é com a participação de todos que a empresa cresce, já que funcionário com boa estrutura para melhorar sua QVT, também é um bom funcionário para o crescimento e desenvolvimento da empresa. Este projeto objetivou promover e desenvolver ações de intervenção pela QVT na FUNEDI/UEMG, para os funcionários do setor administrativo e corpo docente, sensibilizando os envolvidos em relação à importância da adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável e intervir para que haja melhorias nos parâmetros de saúde e análise dos resultados desse impacto. METODOLOGIA A metodologia adotada, inicialmente, na pesquisa foi à bibliográfica sobre o assunto, pois esta possibilita o aprofundamento teórico capaz de fornecer base para o seguinte estudo. Foi montada uma equipe do curso de Educação Física, formada por um professor orientador e um aluno bolsista, responsáveis por desenvolver as atividades e realizar as avaliações durante o projeto. Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O projeto ocorreu entre os meses de abril a dezembro de 2014, acontecendo sempre três vezes por semana, tendo cada aula, a duração de uma hora (60 minutos). Participaram do projeto dezoito mulheres, com idade entre vinte e quarenta anos, do setor administrativo da FUNEDI/UEMG, que após exames clínicos, foram submetidas às atividades físicas funcionais. Todas as envolvidas assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. As atividades ministradas nas aulas eram de caráter aeróbico, como: corridas, caminhadas, exercícios funcionais, ginástica aeróbica, além de jogos recreativos, alongamentos e relaxamento, sendo estas trabalhadas sempre com variações de intensidade (baixa e alta). Para o levantamento de resultados quantitativos, foram realizadas avaliações periódicas, em que se avaliaram os níveis de percentual de gordura, aptidão cardiorrespiratória e pressão arterial. Sendo assim, utilizo-se o Protocolo de Guedes e Pollock para mensurar a composição corporal, através das dobras cutâneas. O Protocolo de Katch e Mcardle para acompanhar o percentual de gordura. Na avaliação da aptidão cardiorrespiratória, foram utilizados o Teste de Cooper, para mensurar além da aptidão, o volume máximo de oxigênio consumido durante atividade física (VO2 máx.); e o método auscultatório, para a aferição da pressão arterial dos indivíduos participantes do projeto. Já a avaliação qualitativa se deu por meio de questionário, abordando sobre o grau de satisfação das envolvidas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após as avaliações, foi possível constatar uma redução de 6% do percentual de gordura (média). Segundo Pollock (1993), o percentual de gordura para mulheres é considerado ruim se a média for entre 29 a 31 %, normal se a média for entre 23 a 25%, bom se a média for 12 a 19% e excelente se for entre 13 a 16%. Observação: há variações pelo fator idade. Houve uma melhora da aptidão cardiorrespiratória: de muito fraca (23 ml) para boa (44 ml) (média). Na avaliação da aptidão cardiorrespiratória, realizamos o Teste de Cooper. A classificação da aptidão cardiorrespiratória segue o American Heart Association (2003).Há variações desta devido a dois fatores: sexo e idade. A tabela está disponível no site da instituição (www.aha.org). Foi possível fazer um levantamento sobre a pressão arterial dos participantes, que em média, na fase inicial do projeto, era de 140 mm Hg de pressão sistólica e 100 mm Hg de pressão diastólica, mas, na fase final do projeto, essa média era de 120 mm Hg de pressão sistólica e 80 mm Hg de pressão diastólica. Segundo Katch e Mcardle (2000), ―o nível considerado ideal é de 120 mm Hg de pressão sistólica e de 80 mm Hg de pressão diastólica‖. Sendo assim, nota-se que a média das participantes obteve uma melhora dos níveis aferidos inicialmente e que, em todas as amostras independente de idade, aconteceram melhoras nos níveis obtidos, diminuindo o risco de doenças crônico-degenerativas e cardiovasculares. Em relação ao nível de interesse, satisfação e benefícios foi aplicado um questionário com cinco perguntas fechadas e o resultado demonstra que: das 14 entrevistadas (80%) interessaram e participaram do projeto por ser gratuito, enquanto quatro (20%) participaram por algum tipo de indicação médica. Em relação aos benefícios percebidos, 11 funcionárias (60%) sentiram melhora na resistência do corpo. Enquanto 14 participantes (80%) perceberam a redução de medidas antropométricas, melhorando sua autoestima. Por fim, 18 (100%) Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica das participantes observaram melhora significativa ao executar suas tarefas e uma maior disposição, trazendo benefícios significativos tanto para as envolvidas, quanto para a instituição. CONCLUSÃO Por fim, considera-se que a busca pela Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e implementação de ações visando à atividade física para gerar melhorias para as pessoas conseguem melhorar de fato a vida dos trabalhadores de uma forma geral. Os resultados apontam claramente a relevância do uso atividade física como ferramenta importante dentro de projetos que visam a QVT. Programas voltados para essa área permitem uma maior influência do trabalhador na instituição, influência essa que é movida pela possibilidade de melhorar saúde biológica e social do trabalhador. Foi o que se notou nas participantes do projeto, pois além dos resultados apresentados da parte fisiológica, elas relataram o melhor desempenho no ambiente de trabalho e familiar, a maior capacidade de concentração, a possibilidade de melhorar a autoestima, além de alcançarem um melhor nível de aptidão física dentro das atividades físicas executadas no projeto e fora dele. Foi possível notar que, ao final do Projeto, houve uma diminuição significativa da gordura corporal, diminuindo assim o risco cardiovascular. Verificou-se um aumento significativo no gasto energético (particularmente nas atividades moderadas), aumento da potência aeróbica e uma melhora significativa na qualidade de vida das envolvidas, que relataram ter consciência da importância de participarem de um projeto em que se tinha como interesse central a qualidade de vida do profissional e não somente a qualidade dos serviços. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS American College of Sports Medicine (2013). Medicine & Science in sports&Exercise.Http://www.acsm.org/access-public-information/acsm-journals. Araújo T, Bertoto B, Matsudo S, et al.(2012) Influence of fixing a poster in increasing stair climbing use in work .MedSci Sports Exerc. 2002;34 Fernandes, E. C. (1996).Qualidade de Vida no Trabalho. Salvador, BA: Casa da Qualidade. Fernandes, J.(2000). A Prática da Atividade Física. São Paulo: Shape. Katch, F e Mcardle, W.(2000).Fisiologia do Exercício.São Paulo: Ed. Guanabara. Proper, K., Hildebrandt, V.H., Van Der Beek, A.J., Twisk, J.W. e Van Mechelen W.(2003). Effect of individual counseling on physical activity fitness and health: a randomized controlled trial in a workplace setting. Am J Prev Med. 2003;24(3):218-26. Rodrigues, M. V. C.(1998). Qualidade de Vida no Trabalho: Evolução e Análise no Nível Gerencial. 4 ed. Petrópolis ( RJ):Vozes. Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Silva, M. A. Dias da e De Marchi, R.(1997). Saúde e qualidade de vida no trabalho. São Paulo: Best Seller. Silva, RS et al.(2013). Atividade Física e Qualidade de vida.Sielo:http://www.scielo.br/pdf/csc/v15n1/a17v15n1.pdf. Vasconcelos, A. F.(2001). Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectivas. Caderno de Pesquisas em Administração, v. 08, nº. 1, janeiro/março, São Paulo. Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica O PAPEL DA NUTRIÇÃO NO PROCESSO DE HIPERTROFIA MUSCULAR da COSTA; A. V.1de SOUZA; M. H. C. 2 AMARAL; K.J.B1,2 CARBALLO; F. P. 1,2 1 Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG - Divinópolis – MG – Brasil. 2 Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Divinópolis – Minas Gerais – Brasil. fabio.carballo@unifenas.br RESUMO Atualmente no mundo há uma maior preocupação com a saúde e imagem corporal, esses aspectos tem sido o motivo pro grande aumento no numero de academias de musculação, as pessoas a procuram com intuito de obter modificações corporais e o exercício mais indicado é o treinamento resistido com ele o processo de hipertrofia muscular, mas é sabido que esse processo é longo e é necessário disciplina com os treinos e com a alimentação, esse ultimo sendo o maior dificultador para que as pessoas alcance seus objetivo de ganho de massa magra. Este estudo aborda como a nutrição inadequada atrapalha a hipertrofia muscular, salientando sobre como os nutrientes atuam no corpo para que esse ganho aconteça, além das melhores formas de treinamento. Ao final foi possível observar o quanto a má alimentação é a causa principal da não obtenção de resultados perante a hipertrofia muscular. Palavras-chave: Alimentação, hipertrofia, resultados, musculação INTRODUÇÃO A prática de atividades físicas com intuito de ganhar músculos e ter um corpo definido vem de eras muito antes de Cristo assim bem como uma alimentação adequada para melhor desempenho ao treinamento. Segundo McArdle et. al. (2003)Heródictus médico e atleta do século 5 a.C. defendia a dieta apropriadaao treinamento físico. E ainda Galeno(131-201 d.C.)fomentou as chamadas leis da saúde, que determinava os principais métodos para um corpo e vida saudável, resumidamente seriam respirar ar puro, comer alimentos apropriados, beber bebidas saudáveis, exercitar-se, e dormir bem. Hoje percebe-se que esses estudiosos da antiguidade estavam certos sobre suas ideias que com o avanço da medicina e surgimento de outras áreas mais especificas de estudo sobre o corpo, exercícios e alimentação confirmaram tais importâncias e que atualmente são aplicadas pelos profissionais da área, segundo SILVA et. Al. em 2012 que a prática regular de exercícios físicos, unida à alimentação saudável, está cada vez mais associada à melhor qualidade de vida, levando as pessoas às academias de ginástica para a mailto:fabio.carballo@unifenas.br Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica prática da musculação por promover redução da gordura corporal e hipertrofia muscular.‖ Hoje o número de academias difundidas no mundo e enorme e nelas as pessoas buscam corpos ideais, saúde e bem-estar. Muitas dessas pessoas quando chegam em uma academia tem seus objetivos traçados e que em sua maioria são estéticos, a busca por ter um corpo musculoso e definido. Então procuram o treinamento especifico para o ganho de massa magra e redução no percentual de gordura. ―Os indivíduos que participam de um programa de treinamento de força esperam que ele produza determinados benefícios, tais como aumento de força, aumento demassa magra (hipertrofia muscular), diminuição da gordura corporal.‖ (OLIVEIRA, 2014, p.436) Sendo assim a musculação o exercício mais indicado para tais objetivos, por sua característica de utilizar pesos aumentando consequentemente a força o que por sua vez define e aumenta a massa muscular o que chamamos de hipertrofia. ―Que apresenta como principal modificação morfológica a hipertrofia muscular, a qual é definida como um aumento do volume de um determinado músculo ocorrido em consequência do aumento da área de secção transversa das fibras que o constituem.‖ (GROZETA e OLIVEIRA 2009 citado por SILVA 2012; p.390). Mas tais objetivos em muitos casos não são alcançados pois a falta de orientação adequada de profissionais, treinamento inadequado, falta de disciplina do próprio aluno, enfim por inúmeros motivos, mas um dos principais e que mais atrapalham o alcance da hipertrofia muscular é a má alimentação. ―A alimentação é outro aspecto importante no ganho de massa muscular. As pessoas possuem pensamentos errôneos quanto à alimentação adequada e saudável, necessária para atingir suas metas.‖ (OLIVEIRA E RODRIGUES, 2007, p.1). Muitas pessoas querem alcançar seus objetivos na musculação, mas em sua maioria não tem interesse em mudar os hábitos alimentares, comem produtos industrializados, excesso de açucares, gorduras, carboidratos, todos esses alimentos consumidos em demasia, ou então vão em contra mão desses alimentos cortando não somente esses excessos mas também deixando de ingerir alimentos que são importantes para o ganho de massa muscular por crerem que podem prejudicar seus objetivos enfim não procuram um acompanhamento nutricional adequado ao seu objetivo e acabam por atrapalhar os resultados, no estudo de SILVA em 2012 ele citou LOPES em 2008 que dizia sobre o processo de Transição Nutricional no Brasil caracterizou-se pelo aumento de práticas alimentares inadequadas e o aumento do sedentarismo, o qual tem mostrado uma maior relação com o aparecimento de doenças crônico-degenerativas que são as principais causas de morbimortalidade na população mundial‖. Assim este estudo é de grande importância para compreender o quanto a não adequação alimentar pode prejudicar no aumento significativo de massa muscular magra. Quais as maiores dificuldades em adequar-se a uma nova Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica dieta, porque as pessoas ainda insistem em procurar por dietas miraculosas ao invés de um acompanhamento nutricional adequado e ainda salientar qual a função, ação e importância de cada grupo alimentar sobre o corpo durante a atividade física, o quão o corpo necessita de vias energéticas primordiais para que durante o exercício de musculação o organismo tenha energia o suficiente para um melhor desempenho muscular assim ganhando ao invés de perder massa muscular. HIPERTROFIA E NUTRIENTES A musculação é a atividade mais adequada a quem deseja ter um ganho significativo de massa muscular. A hipertrofia acontece quando o musculo sofre um estimulo mecânico no caso os movimentos realizados com carga. Esse estimulo ativa as proteínas existentes no musculo que entram em atrito criando microfissuras na musculatura o que por sua vez cria espaço para novas fibras musculares aumentando assim sua espessura. Como na hipertrofia trabalhamos com a adaptação das fibras e do nosso organismo aos estímulos, podemos citar BUCCI em 2005 que obteve algumas informações sobre o curso este tema, as fibras musculares não proliferam, a única maneira de aumentar o tecido muscular é elevando a espessura das mesmas, isso ocorre com o surgimento de novas miofibrilas. (...) às microlesões causadas pelo exercício intenso no músculo esquelético. Estas microlesões atraem as células satélites que se fundem e dividem o seu núcleo com a fibra muscular, dando o suporte necessário para a síntese de novas proteínas contráteis. Como o número de núcleos novos é maior do que o necessário para preencher o espaço deixado pelas microlesões, a fibra muscular produz um número maior de miofibrilas, resultando na hipertrofia muscular. Mas para a realização de todo esse processo dentro do musculo ele necessita de energia, e essa energia é adquirida através da alimentação, mais especificamente pelos macronutrientes, sendo eles carboidratos, lipídios e proteínas. Segundo McArdle et.al. (2003) os carboidratos são nossa principal fonte de energia, na realização de exercícios eles são os primeiros a serem acionados, a energia derivada do catabolismo da glicose acaba a acionar elementos contrateis do musculo. Por isso a ingestão equilibrada de carboidratos é tão importante pois a célula tem um limite em sua capacidade de armazenar energia a quantidade extra que é consumida é reservada em forma de gordura no organismo o que pode prejudicar quem deseja um corpo com o percentual de gordura baixo. ―A ingestão diária de carboidratos para os indivíduos fisicamente ativos terá que proporcionar níveis capazes de manter as reservas corporais de glicogênio que são relativamente limitadas. Depois que as células alcançam sua capacidade máxima para armazenamento de glicogênio, os açúcares em excesso são transformados prontamente e armazenados como gordura.‖ (MACARDLE et.al. 2003, p.14). Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Não somente o excesso de carboidratos prejudica os resultados de quem deseja ter uma hipertrofia muscular bem como a falta dele pode ocasionar um efeito contrário. As proteínas sendo fundamental para a reconstrução dos tecidos celulares na falta do glicogênio liberado pelo consumo de carboidratos pode acionar o mecanismopela falta de glicose o organismo começa a transformar a proteínas em glicose para ter energia para realização dos exercícios o que se ocorrer com frequência pode reduzir de forma significativa a massa magra também prejudicando a hipertrofia muscular. ―Uma ingestão insuficiente de proteínas pode induzir a uma perda de proteína muscular com deterioração concomitante do desempenho.‖ (MACARDLE et.al. 2003, p.36). Os lipídios são uma grande fonte e reserva de energia, o que por sua vez quando utilizado no organismo como fonte de energia para a realização de exercícios polpa a proteína da célula que servira para reconstrução muscular após o exercício. Muitos profissionais da área da nutrição têm apostado no consumo de lipídios ao invés de carboidratos para que sejam consumidos como fonte de energia do organismo nos treinamentos para assim reduzir a gordura corporal e ainda assim não deixar que a proteína seja utilizada pelo organismo no momento do exercício, pois agordura constitui o combustível celular ideal pois cada molécula carrega grandes quantidades de energia por unidade de peso, transporta e armazena facilmente e proporciona uma fonte imediata de energia. Nos indivíduos bem nutridos em repouso, a gordura atende de 80 a 90% da necessidade energética do organismo. Um grama de lipídio puro contem cerca de 9 calorias de energia mais que o dobro do que o organismo poderia obter de quantidades iguais de carboidrato e proteína, pois a molécula de lipídio possui mais átomos de hidrogênio ricos em energia.‖ (MCARDLE, 2003 p. 29) Enfim com todos esses macronutrientes sendo utilizado de forma equilibrada o organismo tem a capacidade do individuo alcançar a hipertrofia tão desejada. Os carboidratos e lipídios sendo usadas como forma de energia, e as proteínas tão necessárias para a reconstrução muscular.Após o encontro desse equilíbrio nutricional para o objetivo desejado é importante um treinamento especifico para que esse ganho se torne ativo e constante. ―Alimentação saudável deve ser balanceada com: carboidratos, lipídios, proteínas (aminoácidos), vitaminas e minerais.Em alguns casos deve-se realizar algum tipo de suplementação alimentar, sob orientação de um especialista.‖ (OLIVEIRA &RODRIGUES, 2007, p.1) O profissional de educação física deve ter em mente que cada organismo reage de uma forma e adaptar o treino conforme a necessidade a ser suprida de cada aluno. Mas para que isso aconteça algumas linhas para a hipetrofia musculardevem ser seguidas. ―O ganho de massa muscular ocorre com o treinamento de força, sendo que, para bons resultados, algumas variáveis devem ser consideradas: volume, intensidade, duração, intervalos, velocidade e frequência.‖ (OLIVEIRA E RODRIGUES, 2007, p.1) Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica Existem no organismo dois tipos de fibras musculares; o tipo 1 que são de contração lenta que são altamente resistentes a fadiga apropriada nos exercícios de longa duração como os exercícios aeróbicos exemplo são a corrida e a natação. O tipo 2 são a fibras de contração rápida que utiliza a energia anaeróbica; são elas que são ativadas durante o exercício de musculação. Segundo Oliveira e Rodrigues(2007)o treinamento de força deve seguir algumas variáveis que seriam elas: volume, intensidade, duração, intervalos, velocidade e frequência. E na ânsia de alcançar tais resultados muitas dessas etapas do treinamento são negligenciadas assim prejudicando o ganho de massa muscular. O volume é a variável que muitas vezes é interpretado de forma erronia como se fosse à quantidade de peso que é levantado, mas não; Badillo (2001) explica que o volume é o numero de repetições que o individuo consegue realizar com determinado peso. Tendo-se a partir daí a intensidade que é caracterizada pela dificuldade do momento da execução que pode ocorrer na união de alguns fatores somados como, carga, numero de repetições e períodos de descanso, essas que iram determinar a intensidade do treinamento que pode ser baixa, moderada ou alta, isso não deixando de lembrar o nível em que o aluno se encontra pra realização do exercício, pois um treino muito intenso para um aluno iniciante prejudicara o seu desempenho no ganho de massa muscular e podendo até ocasionar algum tipo de lesão. ―Assim, um treinamento adequadamente prescrito pelo profissional de educação física irá possibilitar a conquista do ganho de massa muscular, mediante o mínimo desgaste e o mínimo risco lesional.‖(OLIVEIRA E RODRIGUES, 2007, p.5) No momento da execução do exercício existem duas fases que acontecem sendo elas a fase concêntrica que é necessariamente quando o musculo está contraído e a fase excêntrica quando ocorre a descontração muscular. A velocidade em que a execução é realizada afeta esses dois momentos quando a velocidade é maior o numero de repetição por sua vez se torna mais fácil podendo então ser maiores, quando a velocidade é menor o chamado slow o número de repetição tende a ser menor pois o musculo se mantem contraído por mais tempo dificultando assim a execução, o musculo entrando em fadiga rapidamente. ―A velocidade de execução afeta as características da contração muscular e influi na atividade neural. Realizar o movimento com fases concêntrica e excêntrica ativará e hipertrofiará as fibras lentas.‖ (BADILLO, AYESTARAN, 2001 citado por OLIVEIRA E RODRIGUES, 2007, p.2). Depois de todas essas etapas para o treinamento de força uma das maiores relevânciasseria em sua maioria a negligenciada ao intervalo. Ele ocorre durante a execução dos exercícios e posteriormente a eles. ―Na ânsia de ganhar massa muscular, alguns praticantes de musculação não respeitam o Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica tempo de intervalo entre as séries e entre as sessões.‖ (OLIVEIRA E RODRIGUES, 2007, p.1). O intervalo entre series normalmente varia entre 30 segundos à 2 minutos, o que dependera da intensidade do treino e do objetivo, normalmente se opta pelo equilíbrio um curto descanso ou a falta dele pode levar a perca de massa magra pois o musculo estará sendo acionando sem ao menos ter se recuperado, já um período longo de descanso entre as series pode não acionar a musculatura adequadamente, portanto dentro da literatura temos uns estudos que comprovam isso, como em OLIVEIRA E RODRIGUES em 2007 que disse que objetivo da hipertrofia é atingir o número máximo de fibras musculares durante o trabalho, a fim de obter o máximo de desenvolvimento destas fibras. Para isto, os intervalos devem variar entre 1 e 3 minutos, pois desta forma a musculatura não terá o tempo adequado para o restabelecimento total de sua capacidade, tendo novas fibras a serem recrutadas para a execução do esforço. O intervalo ou chamado descanso entre o treinamento vai depender de quantas vezes por semana o treinamento de força realizado; é indicado por estudiosos o mínimo e máximo de descanso entre 48 e 72 horas caso este seja menor como para quem realiza o treinamento diário o profissional deverá dividir o treinamento por grupos musculares para que estes tenham a quantidade de descanso necessário para a recuperação muscular que é primordial para o ganho de massa magra. ―Treinar excessivamente os mesmos segmentos musculares, sem dar tempo para a recuperação dos músculos, prejudica o resultado do treinamento.‖ (OLIVEIRA E RODRIGUES, 2007, p.1). Após a analise de todas essas variáveis o profissional de educação física irá estabelecer o melhor e mais adequado tipo de treino a seu aluno. Existem vários métodos que podem ser utilizados Oliveira e Rodrigues citam alguns deles, entre eles, os mais utilizados para o ganho de massa muscular: (1) Método Pirâmide–Crescente (peso aumenta e repetições diminuem); (2) Pirâmide–Decrescente (pesos diminuem e repetições aumentam); (3) Método Bi-Set (realizar dois exercícios consecutivos, sem descanso); (4) Método Tri- Set (realizar três exercícios consecutivos, sem intervalos, recomendado para praticantes avançados); (5) Método Super–Set (consiste na realização consecutiva de quatro exercícios, sem intervalos, para o mesmo grupo muscular); (6) Método Pré-Exastão (utilizar dois exercícios, sendo o primeiro monoarticular e o segundo multiarticular). Quando a metodologia de treinamento é adequada a cada tipo de pessoa os resultados começam a ser observados após 8 semanas de treinamento. Levando em conta se todas fases do treino foram respeitadas e a ingestão de nutrientes foi adequada. Assim cabe ao profissional da área informar e estimular o aluno para que este entenda que só alcançara seus objetivos com força de vontade e determinação. ―A musculação pode ser aplicada em várias áreas e segmentos, podendo atingir diversos resultados, de acordo com o Revista ENAF Science Volume 14, Edição 2019/2020 - ISSN: 1809-2926 Órgão de divulgação científica objetivo desejado pelo praticante, com uma melhoria em sua composição corporal, saúde e qualidade de vida.‖ (MARTINS, 2014, p.1) METODOLOGIA Esse artigo descritivo exploratório, realizado em forma de revisão bibliográfica, elaborado a partir de dados coletados nas bases de dados online como Scielo, Pubmed, Medline entre outros sites de caráter cientifico. Além de livros que relatam sobre a nutrição adequada para hipertrofia. Para essa pesquisa foram selecionados 20 trabalhos acadêmicos, entre eles artigos, monografias e teses e 2 livros publicados entre o ano de 2005 a 2017. Tais estudos relatando sobre a hipertrofia como acontece e quais exercícios devem ser trabalhados, outros sobre como a nutrição adequada transforma o corpo e por fim trabalhos específicos que correlacionam os temas, como a nutrição interfere diretamente no resultado desejado. Assim tendo em foco as principais palavras chave; nutrição, hipertrofia, musculação e resultados. DISCUSSÃO A alimentação é fator
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