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6 - PERSONALIDADE

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 A Personalidade 
 
 
As pessoas, geralmente, reconhecem a personalidade uma das outras através dos 
comportamentos que são exibidos, com grande freqüência, por elas. A sociedade, ao 
observar o comportamento das pessoas, pode aprová-lo ou desaprová-lo, implicando em 
um controle social (membros considerados desapropriados sofrem profundas repressões). 
Podemos perceber que a sociedade, portanto, é a maior influenciadora da 
personalidade, pois ela força seus membros, que são considerados desapropriados, a 
mudarem seus hábitos e comportamentos, a fim de enquadrá-los em seus padrões e regras. 
A PERSONALIDADE 
 
Termo utilizado para designar a organização dinâmica do conjunto de sistemas 
psicofísicos que determinam os ajustamentos do indivíduo ao meio em que vive. Possui 
várias características: 
o É única, própria a um só indivíduo, ainda que este tenha traços comuns a outros 
indivíduos. 
o É uma integração das diversas funções, e mesmo que esta integração não esteja 
concretizada, existe uma tendência à integração que confere à personalidade o caráter 
de centro organizador. 
o É temporal, pois é sempre a de um indivíduo que vive historicamente. 
Não é estímulo nem resposta, mas uma variável intermediária que se afirma, portanto, 
como um estilo pela conduta. 
 
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Estrutura da Personalidade 
As observações de Freud¹ revelaram uma série interminável de conflitos e acordos 
psíquicos. A um instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que bloqueavam 
pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações freqüentemente chocavam-se uns 
com os outros. 
 
Ele tentou ordenar este caos aparente 
propondo três componentes básicos 
estruturais da psique: o Id, o Ego e o 
Superego. 
 
 
As estruturas de Personalidade 
 
 
 
¹ SIGMUND FREUD 
 
 Nascido em 06 de maio de 1856, em 
Freiberg, na Morávia. Estudou em Viena. Aluno de 
Brücke, o fisiologista. Formatura grau de médico, 1881. 
Aluno de Charcot em Paris, 1885-6. Habilitação 
nomeação como Privatdozent, 1885. Trabalhou como 
médico e Dozent na Universidade de Viena a partir de 
1886. Indicado como Professor Extraordinarius, 1897. 
 
 
 
 Antes disso, Freud produziu textos sobre histologia e anatomia cerebral e, 
subseqüentemente, trabalhos clínicos sobre neuropatologia; traduziu obras de Charcot e 
Bernheim. Em 1884, “Über Coca” “Sobre a Coca”, artigo que apresentou a cocaína à 
medicina. 
 
 Em 1891, bar Auffassung der Aphasien Sobre a Interpretação das Afasias. 
 
 
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 Em 1891 e 1893, monografias sobre as paralisias cerebrais infantis, que 
culminaram em 1897 no volume sobre esse assunto no Handbuch de Nothnagel. Em 1895, 
Studien über Hysterie – Estudos sobre a Histeria (com o Dr. J. Breuer). Desde então Freud 
voltou-se para o estudo das psiconeuroses, especialmente da histeria, e numa série de 
trabalhos mais curtos enfatizou a importância etiológica da vida sexual para as neuroses. 
Desenvolveu também uma nova psicoterapia da histeria, sobre a qual muito pouca coisa 
tem sido publicada. Um livro, Die Traumdeutung – A Interpretação dos Sonhos, está no 
prelo. 
 
 ID, EGO E SUPEREGO – Relações entre Três Sistemas 
A meta fundamental da psique é manter e recuperar, quando perdido, um nível 
aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. A energia 
que é usada para acionar o sistema nasce no Id, que é de natureza primitiva, instintiva. 0 
ego, emergindo do id, existe para lidar realisticamente com as pulsões básicas do id e 
também age como mediador entre as forças que operam no Id e no Superego e as 
exigências da realidade externa. O superego, emergindo do ego, atua como um freio moral 
ou força contrária aos interesses práticos do ego. Ele fixa uma série de normas que definem 
e limitam a flexibilidade deste último. 
O id é inteiramente inconsciente, o ego e o superego o são em parte. Grande parte 
do ego e do superego pode permanecer inconsciente e é normalmente inconsciente. Isto é, 
a pessoa nada sabe dos conteúdos dos mesmos e é necessário despender esforços para 
torná-los conscientes. 
 
O ID 
 
O id é uma estrutura poderosa 
da personalidade, pois fornece 
O EGO 
 
 É o aspecto racional da 
O SUPEREGO 
 
O superego é um conjunto 
poderoso (e em grande parte 
 
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toda a energia para os outros 
dois componentes e é o 
reservatório dos instintos e da 
libido, portanto, está ligado à 
satisfação das necessidades 
corporais. O id age de acordo 
com o que Freud chamou 
de princípio do prazer¹; por 
meio da sua preocupação com 
a redução da tensão, o id atua 
para aumentar o prazer e não 
tolera atrasos ou adiamentos da 
satisfação por nenhum motivo. 
É uma estrutura egoísta que só 
conhece a gratificação 
instantânea sem levar em 
consideração o que os outros 
querem. A busca do prazer é 
amoral, primitiva, impulsiva e 
insistente. O id não tem 
consciência da realidade e é 
comparado a um bebê recém-
nascido. As únicas maneiras 
pelas quais o id pode tentar 
satisfazer suas necessidades 
são o ato reflexo e o desejo ou 
fantasia, que Freud rotulou 
como processo primário. 
 
personalidade, responsável pela 
orientação e controle dos instintos 
de acordo com o princípio de 
realidade³, que se opõe às vezes ao 
princípio do prazer. O ego exerce 
controle sobre os impulsos do id, 
mas não impede a satisfação dele; 
ele tenta adiar ou redirecioná-la em 
função das exigências da realidade. 
Conforme a criança cresce ela vai 
aprendendo a lidar de forma 
inteligente e racional com o mundo 
exterior e desenvolve os processos 
de percepção, reconhecimento, 
julgamento e memória. Freud 
chamava essas habilidade 
de processo secundário. 
 O ego serve a dois mestres – o 
id e a realidade – e está 
constantemente mediando e 
confrontando os compromissos 
entre as demandas conflitantes de 
ambos. É um quadro de luta, o ego 
tenta reprimir o id e ao mesmo 
tempo satisfazê-lo de acordo com 
as exigências da realidade. Como 
está ciente da realidade o ego 
decide quando e como os instintos 
do id podem ser satisfeitos. Ele 
determina os momentos, lugares e 
objetos adequados e socialmente 
aceitos que irão satisfazer os 
impulsos do id. 
 
inconsciente) de ordens ou 
crenças que adquirimos na 
infância: o nosso conceito 
de certo e errado. É o 
equivalente ao que 
chamamos de “consciência” 
na linguagem cotidiana. 
Segundo Freud a base desse 
lado moral da personalidade 
é adquirida por volta dos 
cinco ou seis anos de idade; 
no início é constituído por 
regras de conduta 
estipuladas pelos nossos 
pais. Por meio de elogios e 
castigos aprendemos quais 
os comportamentos que 
nossos pais consideram 
bons ou maus. Esses 
comportamentos devido aos 
quais somos punidos 
formam 
a consciência5, uma parte 
do superego. A segunda 
parte do superego é o ideal 
do ego6, que é constituído 
de comportamentos bons ou 
corretos, pelos quais fomos 
elogiadas. Então, o superego 
é o aspecto moral da 
personalidade, a introjeção 
dos valores e padrões dos 
pais e da sociedade. Em 
consequência dele surgem 
os sentimentos de vergonha 
e culpa quando agimos em 
desacordo com esse códig

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