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POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO Professora: Dra. Angela Mara de Barros Lara Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Educacional Giovana Vieira Cardoso Design Gráfico Bruna Stefane Martins Marconato DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; LARA, Angela Mara de Barros; Políticas Públicas, Educação e Saúde. Angela Mara de Barros Lara; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 44 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Políticas Públicas. 2. Educação. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 301 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 11| ASPECTOS ATUAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 21| A DISTRIBUIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES DAS DIFERENTES ESFERAS GOVERNAMENTAIS SOBRE A EDUCAÇÃO 29| A EVOLUÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO NOS ÚLTIMOS ANOS PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Aspectos Atuais da Educação no Brasil • A Distribuição das Responsabilidades das Diferentes Esferas Governamentais Sobre a Educação • A Evolução dos Investimentos em Educação nos Últimos Anos. POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO Nesta seção iniciaremos nosso debate trazendo as organizações internacionais, tendo em vista que tratar de políticas públicas de educação é também tratar das organiza- ções vinculadas a Organização das Nações Unidas - ONU1. Aqui vamos nos referir a apenas algumas destas a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco2; o Fundo Monetário Internacional – FMI3 e o Banco Mundial – BM4; 1 Ver anexo 1 – Organograma da ONU. 2 A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco está vinculada às Nações Unidas e sua função é promover as cooperações entre os 193 países-membros oficiais e seis membros associados no âmbito da educação, ciência e cultura. Foi fundada em 16 de novembro de 1945, decorrente da Conferência das Nações Unidas realizada em Londres, destinada ao estabelecimen- to de uma organização educacional e cultural. 3 Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional criada em 1944 na Conferência de Bretton Woods (formalmente criada em 27 de dezembro de 1945 por 29 países-membros e homolo- gado pela ONU em abril de 1964) com o objetivo, inicial, de ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional no período pós-Segunda Guerra Mundial. [...]. Através desta e outras atividades, tais como a vigilância das economias dos seus membros e a demanda por políticas de auto-correção, o FMI traba- lha para melhorar as economias dos países. O FMI se descreve como “uma organização de 188 países, trabalhando para promover a cooperação monetária global, a estabilidade financeira segura, facilitar o comércio internacional, promover elevados níveis de emprego e crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo”. Os objetivos declarados da organização são promover a coopera- ção econômica internacional, o comércio internacional, o emprego e a estabilidade cambial, inclusive mediante a disponibilização de recursos financeiros para os países membros para ajudar no equilíbrio de suas balanças de pagamentos. Sua sede fica em Washington, D.C., Estados Unidos. 4 O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional que efetua empréstimos a países em de- senvolvimento. É o maior e mais conhecido banco de desenvolvimento no mundo, além de possuir o status de observador no Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas e em outros fóruns interna- cionais, como o G-20 financeiro. A sede do banco está situada em Washington, D.C., Estados Unidos da América. A missão do banco é alcançar o duplo objetivo de erradicar a pobreza extrema e de construir uma prosperidade compartilhada. O Banco Mundial é composto por duas organizações que funcio- nam sob uma mesma estrutura: o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (IBRD ou BIRD) e a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA ou AID). Embora seja uma organização ca- racterizada pelo profissionalismo e pelo elevado nível técnico e acadêmico de seus funcionários, o Banco Mundial recebeu numerosas críticas ao longo das últimas décadas, por problemas corporativos inter- nos ou referentes à sua atuação nos países em desenvolvimento. https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_internacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Bretton_Woods https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Bretton_Woods https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_internacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Balan%C3%A7a_de_pagamentos https://pt.wikipedia.org/wiki/Washington,_D.C. https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Institui%C3%A7%C3%A3o_financeira https://pt.wikipedia.org/wiki/Empr%C3%A9stimo https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs_em_desenvolvimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs_em_desenvolvimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_de_desenvolvimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas https://pt.wikipedia.org/wiki/G20 https://pt.wikipedia.org/wiki/Washington,_D.C. https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Internacional_para_Reconstru%C3%A7%C3%A3o_e_Desenvolvimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Internacional_para_Reconstru%C3%A7%C3%A3o_e_Desenvolvimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Internacional_de_Desenvolvimento Pós-Universo 7 o Escritório Regional de Educação para América Latina e Caribe – Orealc5. No Brasil, a relação estabelecida com a Unesco se deu em 1946, seu primeiro es- critório foi aberto em 1964, no Rio de Janeiro, e em 1972 transferido para Brasília, onde a instituição está sediada atualmente. Em meados de 1992, com a “Declaração Mundial sobre Educação para Todos”6, o trabalho da Unesco adquiriu nova força, e em conjunto com o Ministério da Educação, iniciou permanente interação em prol de medidas que concedam o direito de educação para todos. Desta forma, surgiu o “Plano Decenal de Educação para Todos”7, proposto pelo governo federal e auxilia- do pelas organizações internacionais. A educação, na década de 1990, ganhou grande ênfase nas discussões mundiais, constituindo-se tema para encontros, conferências e diversos eventos, por meio dos quais os países desenvolvidos e as organizações internacionais, como Unesco e o Bird, discutiam o futuro da educação nos países em desenvolvimento. No caso bra- sileiro, muitas das diretrizes apresentadas foram explicitadas no Plano Decenal de Educação, o qual se refere a diversos consensos definidos enquanto exigências ao mundo do trabalho. 5 A Oficina Regional de Educação da UNESCO Para a América Latina e Caribe (OREALC/UNESCO Santiago), com sede em Santiago do Chile, foi criada em 1963 com o propósito de apoiar os Estados Membros da região na definição de estratégias para o desenvolvimento de suas políticas educativas. Em resposta ao mandato assinado na UNESCO por seus Estados Membros no Fórum Mundial de Educação celebra- do em Dakar no ano de 2000, o plano estratégico da Oficina Regional se inscreveno Marco da Ação de Educação para Todos (EPT) e do Projeto Regional de Educação para América Latina e Caribe (EPT/ PRELAC). Enquanto o primeiro responde a um compromisso mundial por fazer efetivo o direito a uma educação de qualidade para todas as pessoas, o EPT/PRELAC identifica as prioridades e desafios especí- ficos da região para garantir as metas de EPT. Ambos marcos, concebidos desde o enfoque de direitos, constituem o grande referente do trabalho da Oficina Regional. Na prática, a ação da OREALC/UNESCO Santiago se materializa na geração e difusão de informação e conhecimento, a elaboração de orientações para a definição de políticas públicas, a entrega de assessoria e apoio técnico aos países e a promoção do diálogo, o intercambio e a cooperação entre os diferentes atores, governos, universidades e centros de investigação, sociedade civil, setor privado e organismos internacionais. Este trabalho se conclui em colaboração com as oficinas múltiplas y nacionais que a UNESCO tem na região, assim como com as Comissões Nacionais de Cooperação com a UNESCO, com presença em cada um dos Estados Membros. 6 Esse Documento foi produzido pela Unesco em função da Conferência Mundial sobre a Educação para Todos, realizada no ano 1990, em Jontiem, na Tailândia, e representa a necessidade de satisfazer as ne- cessidades básicas de aprendizagem (UNESCO, 1998, p.1). 7 O Plano Decenal foi concebido e elaborado para ser instrumento-guia na luta da recuperação da edu- cação básica do país. Todavia, sua efetivação depende de esforço integrado e compartilhado entre todas as esferas e agentes do processo educativo, ou seja, a União, os Estados e Municípios, as Escolas, os Professores e Dirigentes Escolares, as Famílias e a Sociedade Civil (BRASIL, 1993, p.1). Deve-se lembrar, ademais, que a Unesco é integrante das Nações Unidas, bem como do grupo do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional – FMI. Assim, faz parte do Conselho Econômico e Social, dependendo de aval financeiro para seus projetos. Sendo assim, não se podem considerar os seus programas sem se verificar a grande influência que os grupos vinculados ao setor financeiro e às nações hege- mônicas apresentam nas elaborações daqueles. Os projetos da Unesco, no Brasil, desenvolvem ações que, em colaboração com o Estado, assumem a responsabilidade do atendimento, serviço e educação as crian- ças e jovens, bem como as definições do trabalho dos docentes da região. Apesar das várias áreas de atuação da Unesco – Educação; Ciências Naturais; Ciências Humanas e Sociais; Cultura; Comunicação e Informação e Pesquisa e Avaliação – no Brasil, sua principal atuação é a educação. Visa a promover a “Educação Para Todos” e a aprimo- rar as políticas públicas educacionais por intermédio de seus projetos. É importante salientar que as políticas de educação ao serem estudadas nos dão a compreensão da forma como as OIs influenciam-nas na América Latina e, em especial no Brasil. Vale ainda ressaltar que os documentos e relatórios que foram pu- blicadas por essas Organizações poderão subsidiar a análise dos aspectos relevantes nas quais as intenções dos governos instituem as políticas educacionais. O Escritório Regional de Educação para América Latina e Caribe – Orealc auxilia aos países da região latino-americana, desde 1969, a definir estratégias e políticas di- recionadas à educação, em colaboração com outros escritórios da Unesco e com as comissões nacionais de cooperação. No contexto em que visa ao alcance das metas do programa de Educação Para Todos, a Unesco estimula o desenvolvimento do Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe, o Prelac (2002-2017). Este foi concebido pelos ministros da Educação em novembro de 2002 e propõe focos estratégicos aos quais há que se dar atenção especial para se promover mudanças nas políticas e práticas educativas e, assim, responder aos desafios específicos apresentados pela realidade latino-ame- ricana e caribenha. A Orealc/Unesco coordena o trabalho de várias redes regionais que foram criadas para estreitar a cooperação horizontal entre os países e aperfeiçoar a capa- cidade técnica de diversos atores responsáveis pelo desenvolvimento da educação. O Escritório Regional de Educação colabora com os países e os ajuda a compartilhar suas experiências; realiza e promove estudos, análises e avaliações sobre o estado da situação da educação na região, publicando os resultados da região; recolhe e divulga boas práticas, estimula a participação de diversos setores da sociedade civil em educação e desenvolve alianças com outras agências das Nações Unidas e or- ganizações afins para agregar esforços na obtenção de maior igualdade na entrega dos serviços educacionais nos países da região8. A influência da Unesco na educação na sociedade latino-americana é marcada por um alinhamento aos ideais propostos pela sociedade capitalista atual. Essa orga- nização e seus projetos dependem marcadamente da influência dos grandes grupos bancários e das nações hegemônicas vinculadas a eles. Contudo, o pensamento hegemônico incorporado por essas organizações possui bases do capitalismo impe- rialista, influenciando na forma com vêm sendo organizados os projetos destinados ao setor educativo. 8 Essas informações foram obtidas no site da Unesco: Escritório Regional de Educação da Unesco para a América Latina e Caribe. Pós-Universo 10 Pós-Universo 11 ASPECTOS ATUAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Para verificarmos os pontos fundamentais da educação no Brasil é preciso ir à legis- lação. O que significa ir à legislação? Faz-se necessário conhecer a base legal que sustenta a educação a partir da Constituição Federal de 1988. Vamos usar como ponto de partida essa lei que é a que garante o direito a educação, em dois artigos podemos verificar isso: “ art. 6º - Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra- balho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição; no art. 205 - “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidada- nia e sua qualificação para o trabalho”. Seguindo uma ordem cronológica vamos ao Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA9 de 1990, Lei nº 8.069, com as respectivas alterações dadas a partir da legislação nº 13.257 de 2016. No Capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer, os artigos que vão do 53 ao 59 tratam da questão da educação, como segue: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qua- lificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo 9 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm Acesso em: 05.05.2017 Pós-Universo 12 pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zeroa cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artís- tica, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescen- te trabalhador; VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementa- res de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino funda- mental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola. Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comuni- carão ao Conselho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recur- sos escolares; III - elevados níveis de repetência. Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fun- damental obrigatório. Pós-Universo 13 Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artís- ticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e fa- cilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB10 , Lei nº 9394/1996, escolhe- mos os artigos 2º, 3º e 4º que nos possibilitam uma visão geral da educação: Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”; Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa- mento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legisla- ção dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial. Art. 21. A educação escolar compõe-se de: I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II - educação superior. 10 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm Acesso em: 05.05.2017 Pós-Universo 14 O quadro abaixo nos dá a dimensão de como se constitui a estrutura da educação básica e superior, incluindo etapas, níveis e modalidades. Figura 3: Níveis e Modalidades de Ensino Fonte: UFA (2014, online) O Plano Nacional de Educação – PNE11 (2014) trata das 20 diretrizes e diversas estraté- gias que o compõem. Dentre as 20 escolhemos uma para abordar, justamente, a que trata do investimento público na educação brasileira. Antes de adentrarmos nesta discussão acreditamos ser importante entender a linha base que sustenta o plano. 11 Disponível em: http://www.observatoriodopne.org.br/uploads/reference/file/439/documento-refe- rencia.pdf Acesso em: 06,05,2017 Pós-Universo 15 A linha de base das metas do Plano Nacional de Educação Fonte: BRASIL, 2015, p.17 Esta Linha de Base faz uma contextualização das condições educacionais de cada uma das metas no início da vigência do PNE, considerando os dados disponíveis na data de sua sanção presidencial. A Linha de Base é constituída a partir da apresentação e da análise descritiva das séries históricas com as trajetórias recentes dos indicado- res selecionados pelo MEC e pelo Inep para o acompanhamento das metas do PNE. A maioria desses indicadores compõe o painel “Situação dos estados e municípios em relação à meta nacional” do site “Planejando a Próxima Década – Construindo os Planos de Educação”, do Ministério da Educação. As informações para essa publi- cação têm como origem dados provenientes do Inep (Censo da Educação Básica, Censo da Educação Superior, Saeb, Ideb), do IBGE (Pnad e Censo Demográfico) e da Capes (dados da pós-graduação). Pós-Universo 16 A delimitação de metas quantificáveis possibilita que se realize comparações acerca dos desequilíbrios e desigualdades existentes em diversos níveis de desa- gregação, tal como regionais, localização rural e urbana, sexo, faixa etária, grupos étnico-raciais, renda, pessoas com deficiência, entre outros, que ainda podem ser combinados, de forma a ampliar a compreensão acerca da necessidade de políti- cas específicas de acordo com as características dos diversos grupos. Esta Linha de Base é dividida em 20 seções concentradas nos indicadores para o acompanhamen- to das metas do PNE. Os textos se estruturam sobre questões que foram elaboradas com base nos indicadores selecionados e cujas respostas disponibilizam os subsí- dios necessários para a contextualização dos desafios impostos por cada meta no início da vigência do Plano. Cada seção conta ainda com breves considerações finais, que visam sintetizar os resultados mais significativos das análises. Na última seção da Linha de Base são apresentadas as notas técnicas relativas à construção dos indica- dores adotados, com informações sobre suas fórmulas de cálculo, fontes dos dados, série histórica e níveis de abrangência. Esta publicação foi preparada pela Diretoria de Estudos Educacionais (Dired) do Inep. A seção referente à Meta 18 foi elaborada pela Diretoria de Valorização dos Profissionais da Educação da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC. A seção referente à Meta 19 foi elaborada por pesquisadores da Dired em par- ceria com a Profa. Dra. Eloisa Maia Vidal (Universidade Estadual do Ceará) e a Profa. Dra. Sofia Lerche Vieira (Universidade Nove de Julho e Universidade Estadual do Ceará), membros da Comissão Assessora de Especialistas para Avaliação de Políticas Educacionais do Inep (Portaria Inep nº 306, de 03 de setembro de 2012). É impor- tante destacar que este documento sintetiza, em caráter preliminar, os indicadores propostos pelo Ministério da Educação e pelo Inep para o monitoramento e a ava- liação do Plano Nacional de Educação (2014-2024). Deste modo, essa Linha de Base não comporta a opção definitiva acerca dos ins- trumentos para a aferição dos objetivos do PNE, mas busca desencadear o debate a respeito dos indicadores mais adequados para o acompanhamento de cada uma das metas estabelecidas no Plano. O processo de diálogo com a sociedade civil e com os atores governamentais é que irá atestar a solidez e as fragilidades das referên- cias adotadas, de modo que os indicadores possam ser ratificados ou reformulados. Esta primeira versão foi apreciada em reunião feita no Inep, em agosto de 2015, com representantes de entidades indicados pela plenária do Fórum Nacional de Pós-Universo 17 Educação (FNE): a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o Movimento Todos Pela Educação,o Movimento Interfóruns da Educação Infantil do Brasil, o Centro de Estudos Educação & Sociedade, o Conselho Nacional de Educação, a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação e a Federação de Sindicatos de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior. Na mesma ocasião, contribuí- ram para o debate a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, o presidente da Câmara de Ensino Básico do Conselho Nacional de Educação e representantes da Secretaria Executiva e da Secretaria de Articulação dos Sistemas de Ensino do Ministério da Educação. As contribuições desses atores fornecerão subsídios para o aprimoramento dos indi- cadores e para o processo de monitoramento continuo e avaliações periódicas do Plano em conformidade com o art. 5º da Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 – Lei do PNE (BRASIL, 2015, p. 17-19). Vamos ao destaque da Meta 20: Meta 20 - ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de sete por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país no quinto ano de vigência desta lei e, no mínimo, o equivalente a dez por cento do PIB ao final do decênio. Estratégias: 20.1. garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da educação básica, observando-se as po- líticas de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1º do art. 75 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacida- de de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional; 20.2. aperfeiçoar e ampliar os mecanismos de acompanhamento da arreca- dação da contribuição social do salário-educação; 20.3. destinar à manutenção e desenvolvimento do ensino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 da Constituição Federal, na forma da lei específica, a parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do caput do art. 214 da Constituição Federal; Pós-Universo 18 20.4. fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente a realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de transparência e a capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, com a co- laboração entre o Ministério da Educação, as secretarias de educação dos estados e dos municípios e os tribunais de contas da União, dos estados e dos municípios; 20.5. desenvolver, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estudos e acompanhamento regular dos investimentos e custos por aluno da educação básica e superior pública, em todas as suas etapas e modalidades; 20.6. no prazo de dois anos da vigência deste PNE, será implantado o Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi), referenciado no conjunto de padrões mínimos estabelecidos na legislação educacional e cujo financiamento será calculado com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino- -aprendizagem e será progressivamente reajustado até a implementação plena do Custo Aluno Qualidade (CAQ); 20.7. implementar o Custo Aluno Qualidade (CAQ) como parâmetro para o financiamento da educação de todas etapas e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do acompanhamento regular dos indicadores de gastos educacionais com investimentos em qualificação e remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da educação pública, em aquisi- ção, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de material didático-escolar, alimenta- ção e transporte escolar; 20.8. o CAQ será definido no prazo de três anos e será continuamente ajusta- do, com base em metodologia formulada pelo Ministério da Educação (MEC), e acompanhado pelo Fórum Nacional de Educação (FNE), pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pelas Comissões de Educação da Câmara dos Deputados e de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal; Pós-Universo 19 20.9. regulamentar o parágrafo único do art. 23 e o art. 211 da Constituição Federal, no prazo de dois anos, por lei complementar, de forma a estabele- cer as normas de cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, em matéria educacional, e a articulação do sistema nacional de educação em regime de colaboração, com equilíbrio na repartição das responsabilidades e dos recursos e efetivo cumprimento das funções redis- tributiva e supletiva da União no combate às desigualdades educacionais regionais, com especial atenção às regiões Norte e Nordeste; 20.10. caberá à União, na forma da lei, a complementação de recursos fi- nanceiros a todos os estados, ao Distrito Federal e aos municípios que não conseguirem atingir o valor do CAQi e, posteriormente, do CAQ; 20.11. aprovar, no prazo de um ano, Lei de Responsabilidade Educacional, as- segurando padrão de qualidade na educação básica, em cada sistema e rede de ensino, aferida pelo processo de metas de qualidade aferidas por institu- tos oficiais de avaliação educacionais; 20.12. definir critérios para distribuição dos recursos adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio, que considerem a equalização das oportu- nidades educacionais, a vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de gestão do sistema de ensino, a serem pactuados na instância prevista no § 5º do art. 7 º desta lei. Essa base legal apresentada pode dar a vocês, pesquisadores, uma ideia de como foi proposta e tem sido pensada pelo Ministério da Educação a legislação pertinente a sua área de estudo. Inventariamos aqui apenas a legislação que deverá dar sub- sídios aos estudos daqueles que se comprometem com as políticas públicas e seu entendimento. Pós-Universo 20 Pós-Universo 21 A DISTRIBUIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES DAS DIFERENTES ESFERAS GOVERNAMENTAIS SOBRE A EDUCAÇÃO As esferas governamentais se constituem em federal, estadual e municipal. Cada uma delas tem suas funções específicas no que tange ao regime de colaboração. Qual é a responsa- bilidade da Esfera Federal? E da Esfera Estadual? E da Esfera Municipal? No Brasil, quando falamos em Governo devemos considerar que ele está dividido em 3 níveis: Governo Federal aquele que trata dos assuntos de interesse de todo o país; Governo Estadual aquele que trata de assuntos referentes somente ao estado e o Governo Municipal o mais próximo do dia-dia do cidadão, trata dos assuntos da cidade. Toda a estrutura do Governo segue uma hierarquia. O Governo Federal é maior do que o Governo Estadual, que por sua vez, é maior do que o Governo Municipal. Quando pensar na organização do governo e quem é quem, pense nesta imagem abaixo: Cabe ressaltar que para entendermos do que trata esse regime de colaboração é preciso que busquemos na base legal, ou seja, na legislação educacional brasileira subsídios para sua discussão. Bom, é claro Figura 4: As Três Esferas de Governo Fonte: ORTEGA, (2014, on-line). Pós-Universo 22 que somente a legislação não seria suficiente para corroborar com a nossa com- preensão sobre o RC12! Vamos, então, buscar além, da LDB (9394/1996), alguns dos teóricos do financiamento da educação como esse regime se efetiva. “ A atuação dos governos em regime de colaboração na área da educação é ainda um objetivo a ser perseguido. O fato de a legislação determinar uma atuação compartilhada em vários âmbitos não garante que isso se concreti- ze. A prática dasrelações intergovernamentais é que vai marcar ações mais ou menos colaborativas ou coordenadas. E essa prática é marcadamente de cunho político, é mais informal e não obedece à lógica mais formal da le- gislação. Permanece, assim, para os sujeitos envolvidos nas negociações e acordos de colaboração a construção de políticas articuladas, o qual, sem eliminar conflitos e oposições, pode possibilitar práticas administrativas que viabilizem a democratização da educação em geral e não apenas desta ou daquela rede de ensino (FARENZENA, S/D, p. 4). Agora vamos verificar como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (1996)13 no seu título IV – Da Organização da Educação Nacional evidencia o que é o RC. TÍTULO IV Da Organização da Educação Nacional Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, ar- ticulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais. § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei. Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento) I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios; 12 Leia-se a partir daqui RC = regime de colaboração. 13 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm Acesso em: 05.05.2017 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3860.htm Pós-Universo 23 III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva; IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fun- damental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum; IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos para identificação, cadastramento e atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015) V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação; VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educa- ção superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino; IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamen- te, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.(Vide Lei nº 10.870, de 2004) § 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei. § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. § 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação superior. Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13234.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.870.htm Pós-Universo 24 II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das res- ponsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios; IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamen- te, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino; V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009) VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referen- tes aos Estados e aos Municípios. Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados; II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino; V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com priorida- de, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vincu- lados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12061.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.709.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.709.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.709.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.709.htm Pós-Universo 25 E para complementarmos essa discussão sobre o RC, “ Na legislação brasileira atual, a colaboração entre os sistemas estaduais e mu- nicipais prioriza a garantia da universalização do ensino obrigatório (ensino fundamental). A reforma constitucional do texto da área da educação, em 1996, redefiniu mecanismos de priorização financeira do ensino fundamental, vinculando, por dez anos, 15% da receita de impostos dos governos subnacio- nais à manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e, nessa lógica, criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) (FARENZENA, S/D, p. 2-3). O mais importante é que devemos conhecer o processo que demandou a propos- ta desse RC. Segundo Cardoso de Araujo (2010, p.753) “Essa nova configuração do federalismo brasileiro trouxe duas enormes complicações para a engenharia insti- tucional e política do país: a primeira relativa ao tamanho e à heterogeneidade da Federação brasileira, constituída, em sua maioria, por estados e municípios que so- brevivem com repasses dos fundos de participação, e a segunda relativa à falta de clareza e regulamentação do que consistiria em o regime de colaboração”. O que esta autora nos traz é uma discussão muito importante sobre a questão do federalismo, da subsidiariedade, daCONAE e, bem como do PNE (2014). Esses as- pectos são de relevância para aqueles que precisam conhecer e avaliar o papel do RC no financiamento da educação. E, sugere: [...] Na área de educação, podemos citar as políticas de criação de fundos por meio de emendas constitucionais que tentaram, a um só tempo, resolver o problema da assimetria dentro dos municípios de um mesmo estado e regu- lamentar, ainda que de forma precária, o regime de colaboração. Também foi possível observar ações de coordenação da União com a indução de políticas para a área de educação, traduzidas, erroneamente, como colaboração, como é o caso dos testes em larga escala, das definições cur- riculares e, recentemente, do Plano de Desenvolvimento da Educação e do Plano de Ações Articuladas. Todavia, esses “minipactos” não incidem sobre a questão histórica, estrutural e nevrálgica da organização da educação nacional que é a constituição de um Sistema Nacional de Educação (SNE), cujas bases são duas medidas vigo- rosas do ponto de vista político e institucional: uma reforma tributária, que Pós-Universo 26 elimine as brutais desigualdades regionais, e a regulamentação do regime de colaboração, ou seja, duas medidas que alteram o modelo do federalis- mo brasileiro, do ponto de vista fiscal e do ponto de vista jurídico-político (CARDOSO DE ARAUJO, 2010, p. 753-754). Ao tratar do federalismo cooperativo cuja intenção é equilibrar os conflitos e garan- tir a mesma qualidade de vida para todos os cidadãos, ela apresenta os fundamentos da Constituição Federal (1988), como sua base de ancoragem. E, ainda, afirma que “[...] sua premissa é o equilíbrio das tensões entre simetria e assimetria, unidade e di- versidade e união e autonomia” (CARDOSO DE ARAUJO, 2010, p. 755). Quando afirma que “[...] a subsidiariedade é uma ideia e um princípio que consiste na defesa de políticas diretamente conduzidas pela autoridade e/ou instituição mais próxima do cidadão” (CARDOSO DE ARAUJO, 2010, p. 756). O que queremos ressaltar com esses dois conceitos são as bases nas quais se fundamenta o RC. Ao fazer indicação do documento de referência da CONAE14 procura mostrar-nos os encaminhamentos derivados desse processo. O Documento Referência da CONAE se estruturou a partir de seis eixos te- máticos, o primeiro deles, e talvez o mais relevante, foi o “Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional”. Além de reiterar a denúncia da ausência de regula- mentação do regime de colaboração, argumenta que um sistema nacional e articulado passa, necessariamente, pela definição desse instituto jurídico-po- lítico, mencionando, inclusive, que o regime de colaboração se traduziria na corresponsabilidade entre os entes federados, o que, aparentemente, avança em relação à Portaria CNE/CP n. 10. Entretanto, a reiteração do princípio de subsidiariedade é destacada em vários trechos do Documento Referência, afirmando, inclusive, mecanismos desse princípio já existentes no ordena- mento jurídico brasileiro, [...] 14 A Conferência Nacional de Educação – CONAE é um espaço democrático aberto pelo Poder Público para que todos possam participar do desenvolvimento da Educação Nacional. Foi organizada para te- matizar a educação escolar, da Educação Infantil à Pós Graduação, e realizada, em diferentes territórios e espaços institucionais, nas escolas, municípios, Distrito Federal, estados e país. Estudantes, Pais, Profissionais da Educação, Gestores, Agentes Públicos e sociedade civil organizada de modo geral, tiveram em suas mãos, a partir de janeiro de 2009, a oportunidade de conferir os rumos da educação brasileira. Tema da CONAE, definido por sua Comissão Organizadora Nacional, foi: Construindo um Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de Ação. A CONAE aconteceu em Brasília, de 28 de março a 1º de abril de 2010, foi precedida de Conferências Municipais, previstas para o primeiro semestre de 2009 e de Conferências Estaduais e do Distrito Federal progra- madas para o segundo semestre do mesmo ano. A Portaria Ministerial nº 10/2008 constituiu comissão de 35 membros, a quem atribuiu as tarefas de coordenar, promover e monitorar o desenvolvimento da CONAE em todas as etapas. Na mesma portaria foi designado o Secretário Executivo Adjunto Francisco das Chagas para coordenar a Comissão Organizadora Nacional (conae.mec.gov.br). Pós-Universo 27 Evidentemente é inegável a magnitude do debate sobre o novo PNE nos municípios, estados e na CONAE, mas, efetivamente, não se pode conside- rar a organização do evento como exemplo do regime de colaboração por se tratar de iniciativa de coordenação federativa da União, na qual os entes federados e a sociedade civil foram chamados a tomar parte. É importante ressaltar que nas condições nebulosas, fragmentadas e dispersas do arranjo federativo brasileiro a tarefa de coordenação da União pode, no contexto atual, ser de extrema relevância, mas não se pode perder de vista que o regime de colaboração prevê a cooperação tanto vertical, quanto horizontal dos entes federados com mecanismos de interpenetração e não de interdependência e, ainda mais importante,no caso brasileiro, com mecanismos bem defini- dos de redistribuição de recursos e competências. Outra questão bastante curiosa é a inversão que o documento traz quanto à articulação entre a constituição do SNE e o instituto jurídico do regime de colaboração. [...] Ora, se o diagnóstico inicial do insucesso do atual PNE foi exatamente a au- sência de regulamentação do regime de colaboração, como o sistema pode ser um mecanismo articulador do regime de colaboração, se a ausência de regulamentação é exatamente o “nó górdio” da Federação brasileira e, talvez, o maior empecilho para a consolidação de políticas educacionais de caráter efetivamente nacional? Ademais, há, no Documento Final da CONAE, assim como do Documento Referência, uma indistinção entre coordenação federativa e regime de cola- boração. A coordenação federativa é elemento do regime de colaboração, mas não são sinônimos. [...] Além disso, essa meta reitera o princípio da subsidiariedade, uma vez que reafirma a ação supletiva da União, a indefinição do que seria essa coordena- ção e a “efetiva participação da sociedade civil”, conceito bastante flexível que pode abarcar extremos, desde grupos empresariais, como o “Compromisso Todos Pela Educação”, a movimentos sociais, como a “Via Campesina”, por exemplo. [...] Pós-Universo 28 Dessa forma, exige explicitação do papel da União na cooperação técnica e na determinação de transferências de recursos que podem equalizar as graves desigualdades regionais e intraestatais, estabelecendo uma coopera- ção vertical que permite alguma incidência na questão do federalismo fiscal, significando um caminho aberto para o estabelecimento futuro de coope- rações horizontais entre os entes federados (CARDOSO DE ARAUJO, 2010, p. 761-766). Para concluirmos a discussão sobre o RC vamos ao teórico Carlos Jamil Cury que vai demonstrar como os direitos ao serem proclamados na CF (1988): A Constituição de 1988 exibe, na proclamação de direitos da cidadania, na assinalação de novas obrigações do Estado, a vontade de fazer, no país, no presente, um acerto de contas com a modernidade, expurgando do passado um enorme passivo com a justiça e com a democracia. Aí a educação se torna o primeiro dos direitos sociais (art. 6º.), o ensino funda- mental, gratuito e obrigatório, ganha a condição de direito público subjetivo para todos, os sistemas de ensino passam a coexistir em regime de colabora- ção recíproca, a gestão democrática torna-se princípio dos sistemas públicos de ensino e a gratuidade, em nível nacional e para todos os níveis e etapas da escolarização pública, torna-se princípio de toda a educação nacional (art. 205-214). O texto constitucional reconhece o direito à diferença de etnia, de idade,de sexo e situações peculiares de deficiência, sem abrir mão do prin- cípio da igualdade (Cury, 2005). E, assim, buscamos terminar esse debate que não se faz tão simples para analisarmos como o RC se efetivou na educação brasileira. Esse é um debate que não se encerra aqui, para conhecer melhor os meandros do financiamento da educação é preciso que nos aprofundemos mais nessa discussão. Pós-Universo 29 A EVOLUÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO NOS ÚLTIMOS ANOS Para tratar da evolução dos investimentos em educação no Brasil nos primeiros anos do século XXI fomos ao site do Ministério da Educação - MEC e buscamos no Relatório Educação Para Todos No Brasil 2000-2015 algumas bases e fundamentos da propos- ta de financiamento da educação. A Meta 20 objeto da nossa discussão é essencial para a compreensão de “onde vem” e “para onde vai”, ou seja como é destinado os recursos para a educação. Faz-se necessário ressaltar que o texto que segue foi deri- vado do relatório em questão. • META 20 Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do produto interno bruto - pib do país no 5º (quinto) ano de vigência desta lei e, no mínimo, o equivalen- te a 10% (dez por cento) do pib ao final do decênio. Apresentação Os desafios relacionados à melhoria da educação brasileira, mesmo que haja espaço para ganhos de eficiência e efetividade do gasto, necessariamente passam pela ex- pansão dos recursos aplicados na educação pública. O documento Planejando a Próxima Década, publicado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2014, registra que: “[...] a vinculação de recursos financeiros para a educação, a ampliação dos percen- tuais do PIB para a educação nacional, bem como a vinculação do financiamento a um padrão nacional de qualidade, o acompanhamento e o controle social da gestão Pós-Universo 30 e uso dos recursos [...] são passos imprescindíveis para a melhoria do acesso, perma- nência e aprendizagem significativa dos estudantes. (BRASIL, 2014, p. 61). Ou seja, a garantia de financiamento adequado das políticas educacionais é base e alicerce para a efetivação do Sistema Nacional de Educação e, por conseguinte, para o alcance das metas e estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE), com vistas à garantia de educação em todos os níveis, etapas e modalidades e à superação das desigualdades regionais. O investimento público em educação tem se expandi- do ao longo dos últimos anos no Brasil. Com o instituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), houve expansão das fontes de recursos dos fundos estaduais destinados obrigatoriamente à educação básica. A partir de 2006, houve um crescimento mais pronunciado, pelo menos em parte15, devido à instituição do Fundeb e à necessi- dade de aumentar a oferta de vagas em razão da expansão do ensino fundamental, da educação infantil e das creches. O PNE 2014-2024 estabelece metas desafiadoras em diversos campos da educação. Para se atingir tais metas, é necessária a expansão da aplicação de recursos públicos, em especial na educação pública. Como se de- preende dos estudos realizados pelo MEC, o cumprimento das metas do PNE depende da manutenção de um ritmo forte de crescimento dos investimentos em educa- ção, o que demandará efetivo comprometimento, não só da União, mas também dos sistemas subnacionais. A Meta 20 destina-se a garantir recursos necessários à consecução das demais metas do PNE. Dois indicadores de investimento em edu- cação em relação ao PIB têm sido calculados pelo Inep e divulgados anualmente: o investimento público total em educação em relação ao PIB e o investimento público direto em educação em relação ao PIB. Ambos os indicadores atendem às recomendações metodológicas desenvolvidas pela OCDE, que preveem que as despesas devem estar de acordo com os relatórios de execução orçamentária da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Conforme estrutura dos in- dicadores apresentada no Quadro 1, o indicador mais abrangente é o investimento público total em educação em relação ao PIB, o qual representa a soma de todos os recursos aplicados pelo setor público (União, estados e municípios) em educação. Esse indicador considera não só os recursos do setor público aplicados em educação pública, incluindo complemento à aposentadoria futura dos profissionais da educa- ção, mas também recursos para bolsas de estudo, para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e transferências ao setor privado, sem considerar renúncias fiscais. 15 Os grifos no texto são nossos para que o leitor possa ficar atento a questões fundamentais para a dis- cussão proposta nesta subunidade. Pós-Universo 31 Já o outro indicador, investimento público direto em educação em relação ao PIB, apresenta apenas os recursos públicos, de todas as esferas de governo, aplicados em educação pública, mas não inclui o complemento a aposentadoria futura. Quadro 1: Estrutura do cálculo de investimentos públicos em educação – Brasil Fonte: BRASI;L, (2015, p.337) Este relatório apresenta uma análise do investimento público total em educação, de- sagregando-o por etapas de ensino e pelas principais fontes de recursos públicos. QUAL A PROPORÇÃO DO INVESTIMENTO PÚBLICO EM EDUCAÇÃO EM RELAÇÃO AO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) BRASILEIRO? Indicador 20 – Razão entre investimen- to público total em educação e o Produto Interno Bruto (PIB). O Gráfico 1 apresenta a trajetória dos dois indicadores de investimento em educação observada no período de 2004 a 2013. É importante ressaltar que esses percentuais foram obtidos consi- derando a nova metodologia de cálculo do PIB, adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de 2014 e replicada para os anos anteriores da série histórica. Durante o período analisado, de 2004 a 2013, o percentual do inves- timento público total em educação em relação ao Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) brasileiro avançou de 4,5%, em 2004, para 6,2%, em 2013, com crescimento de 1,7 pontos percentuais (p.p). Pós-Universo 32 Gráfico 1: Estimativa do percentual dos investimentos públicos total e direto em educação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) – Brasil Fonte: BRASIL (2015, p.338) O investimento público direto em educação apresentou menor evolução do per- centual alcançado em relação ao PIB em termos absolutos, variando 1,4 p.p. em 10 anos, avançando de 3,8%, em 2004, para 5,2% do PIB, em 2013. Analisando o percen- tual do investimento público total em educação em relação ao PIB, observa-se um crescimento aproximado de 0,2 p.p. a cada ano. Assim, será necessário crescer 0,8 p.p. nos próximos cinco anos para que a primeira etapa da Meta 20 seja cumprida (que o investimento atinja, no mínimo, 7% do PIB até o 5º ano de vigência do PNE). Para o cumprimento da meta ao final do decênio (que o investimento atinja 10% do PIB até o último ano de vigência do PNE), o crescimento necessário é de 3,8 p.p. Considerando o valor do PIB em 2013 (R$ 5,2 trilhões), o atingimento dos 7% (R$ 361 bilhões em 2019) significaria um incremento de R$ 42 bilhões aos R$ 319 bilhões já aportados atualmente na educação. Nessa mesma linha de raciocínio, o atingimento dos 10% (R$ 516 bilhões) em 2024 significaria, nos valores do PIB de 2013, um in- cremento de R$ 197 bilhões ao longo de 10 anos. Analisando apenas os montantes investidos em educação, constata-se que, em termos reais, os recursos mais que do- braram ao longo do período de 2004 a 2013, saltando de R$ 140,9 bilhões (a preços de 2013), em 2004, para R$ 318,9 bilhões em 2013. Isso representa um crescimento real de 126,4%. A taxa de inflação apurada no período foi de 61,6%. 1 1 Calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Fonte: IBGE. Pós-Universo 33 Tabela 2: Investimentopúblico total em educação e Produto Interno Bruto (PIB-Metodologia Nova) em valores constantes de 2013 Fonte: BRASIL, 2015, p.339 Na desagregação por etapas de ensino, verificou-se que o maior volume de recursos é direcionado à educação básica, abarcando 81,8% do total dos recursos destina- dos à educação em 2013 (Tabela 2). Dentro da educação básica, os anos iniciais do ensino fundamental absorvem a maior parte desses recursos (33,5% do total desti- nado à educação básica e 27,4% do total destinado à educação pública em 2013). A etapa de ensino que apresentou a maior evolução nos recursos financeiros aportados, no período de 2004 a 2013, foi o ensino médio, com crescimento real de 272,6%, seguido pela educação infantil, com 168,1%. A menor evolução ocorreu nos anos iniciais do ensino fundamental, com ganhos reais de 81,4%. A educa- ção superior apresentou crescimento real de 124,2% e representou 18,2% do total de recursos destinados à educação em 2013. A Tabela 3 mostra a estimativa dos per- centuais de investimento público total em educação sobre o PIB por etapas de ensino para o período de 2004 a 2013. Na educação básica, em 2013, foi aplicado um mon- tante equivalente a 5,1% do PIB. Desse total, foi investido no ensino fundamental o equivalente a 3,3% do PIB e, nos ensinos médio e superior, aproximadamente 1,1% do PIB para cada. Pós-Universo 34 Tabela 3: Estimativa do percentual do investimento público total em educação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), por níveis/etapas de ensino – Brasil Fonte: BRASIL, 2015, p.341 Dada a dimensão dos recursos públicos alocados na educação básica, foram anali- sadas as principais fontes de financiamento destinadas exclusivamente a essa etapa de ensino, tais como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef ), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o salário-educação. Em 2013, essas fontes de recursos representaram 52,1% do total de recursos destinados à educação básica. O Fundef entrou em vigor em 1998, introduzindo no âmbito de cada unidade da Federação um patamar mínimo para o valor aluno/ano no ensino fundamental e reduzindo, significativamente, a desigualdade na capacidade de financiamento entre os entes de um mesmo estado. Nacionalmente, o Fundef vigorou de 1998 a 2006, tendo sido instituído pela Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996, e regulamentado pela Lei nº 9.424, de 24 de dezembro do mesmo ano, e pelo Decreto nº 2.264, de 27 de junho de 1997. Já o Fundeb passou a vigorar em 2007, Pós-Universo 35 tendo sido implantado pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006, e regulamentado pela Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, e pelo Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007. Trata-se de um fundo de natureza contábil e de âmbito estadual, composto por uma cesta de recursos provenientes de impostos e transferências vinculados à educação dos estados, dos municí- pios e do Distrito Federal, e pela complementação da União. Os recursos que compõem os fundos de cada estado são distribuídos entre o governo estadual e os governos municipais na proporção do número de alunos matriculados nas respectivas redes de educação básica pública presencial, conforme fatores de ponderação esta- belecidos em instrumento de regulamentação específico. O Fundeb trouxe avanços para o sistema de financiamento da educação básica, considerando a perspectiva da redistribuição de recursos já vinculados à educação. Destacam-se, nesse sentido, a inclusão de todas as etapas (educação infantil e ensino médio) e modalidades (educação profissional, educação especial, educação de jovens e adultos, educação indígena e quilombola) da educação básica e a previsão de aumento dos recursos por meio do acréscimo de novas fontes de receitas e da elevação dos percen- tuais de destinação aos fundos. Além de assegurar o efeito redistributivo dos recursos dentro de cada estado, o Fundeb avançou no sentido de fixar constitucionalmente um valor mínimo para a complementação da União, que passou a ser de, no mínimo, 10% do total dos recur- sos do total dos fundos estaduais. A complementação da União permitiu reduzir, ao longo do período analisado, as desigualdades entre as unidades da Federação em relação aos valores anuais praticados por aluno. O volume total de recursos desse fundo, em 2013, foi de R$ 119,1 bilhões, que compreende 45,6% do total destinado à educação básica (Tabela 4). Os recursos oriundos do Fundef e do Fundeb apresen- taram ganhos reais de 158,3% ao longo do período analisado. O salário-educação foi instituído em 1964 e está previsto no artigo 212, § 5º da Constituição Federal, tendo sido regulamentado pela Lei nº 9.424/96, pela Lei nº 9.766/98, e pela Lei nº 11.457/2007 e pelo Decreto nº 6.003/2006. É uma contribuição social destinada ao financiamento de programas, projetos e ações voltadas para o financiamento da educação básica. Conforme demonstrado na Tabela 4, em 2013, o valor arrecadado com salário-edu- cação foi de aproximadamente R$ 16,7 bilhões, correspondendo a 6,4% do total de recursos destinado à educação básica. Essa fonte de financiamento apresentou cres- cimento real de 143,8% no período de 2004 a 2013. Pós-Universo 36 Fonte: BRASIL, 2015, p.341 CONSIDERAÇÕES FINAIS O investimento público total em educação representava 4,5% do PIB em 2004, evo- luindo para 6,2% do PIB no ano de 2013. Entre 2004 e 2013, o volume de recursos destinados à educação pública apresentou ganhos reais de 126,4%, totalizando R$ 318,88 bilhões em 2013. Realizando a desagregação por etapas de ensino, verifi- ca-se que, em 2013, a educação básica recebeu 81,8% do total de recursos destinados à educação. Os anos iniciais do ensino fundamental receberam a maior parte desses recursos (33,5%). Ao longo da série histórica analisada, a etapa de ensino que apre- sentou a maior expansão de recursos alocados foi o ensino médio, com crescimento real de 272,6%. A etapa com evolução mais lenta foi a dos anos iniciais, com cresci- mento real de 81,4%. Pós-Universo 37 Analisando as principais fontes de recursos da educação básica, verifica-se que, entre 2004 e 2013, os recursos oriundos do Fundef e do Fundeb cresceram 158,3%, totalizan- do R$ 119,1 bilhões. Em 2013, esse montante representou 45,6% do total destinado à educação básica. Outra importante fonte de recursos para a educação básica é o sa- lário-educação, que, no período analisado, apresentou crescimento real de 143,8%, correspondendo a 6,4% do total dos recursos destinados à educação básica em 2013. O Inep está envidando esforços no sentido de desenvolver um novo indicador dos investimentos públicos em educação, adequado ao disposto no parágrafo 4º do art. 5º da Lei do PNE.2 Pretende-se que o indicador seja capaz de captar as diversas formas de recursos públicos aplicados em educação conforme disposto em lei. Ainda é importante ressaltar que, para que se atinja efetivamente a Meta 20, são necessá- rias a alocação e indicação de novas fontes de recursos orçamentários e financeiros com vistas ao incremento das receitas públicas destinadas ao investimento público em educação. Uma nova fonte de receita que pode trazer expressiva expansão dos recursos destinados à educação está prevista na Lei nº 12.858, de 9 de setembro de 2013, que dispõe sobre a destinação para as áreas de educação e saúde de parcela da participação no resultado ou da compensação financeira resultante da exploração de petróleo e gás natural. No que tange à educação, serão destinados exclusiva- mente para a educação pública, com prioridade para a educação básica, na forma do regulamento, 75% dos recursos oriundos das receitas dos órgãos da administra- ção direta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, provenientes dos royalties e daparticipação especial decorrentes de áreas cuja declaração de co- mercialidade tenha ocorrido a partir de 3 de dezembro de 2012, relativas a contratos celebrados sob os regimes de concessão, de cessão onerosa e de partilha de produ- ção, quando a lavra ocorrer na plataforma continental, no mar territorial ou na zona econômica exclusiva. Além disso, 50% dos recursos recebidos pelo Fundo Social de que trata o art. 47 da Lei nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010, serão destinados à educação pública até que sejam cumpridas as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação. atividades de estudo 1. Conceito de Educação Pública. 2. Conceito de Regime de Colaboração. 3. Conceito de investimento em Educação. material complementar NAGEL, L. A Educação Política como condição de luta a Educação Política como condição de Luta. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 9, n. 1, p. 142-152, abr. 2017. Resumo: A reforma do ensino médio, projetada pela Medida Provisória no. 746, que introduz profundas mudanças na estrutura do Ensino Médio, sofre críticas que não podem ser ignora- das. No entanto, não basta a clareza sobre os limites das propostas curriculares e, tampouco, o reconhecimento das suas consequências. Urge, nesse momento, recuperar a educação política dos envolvidos nos processos educativos porque o avanço do neoliberalismo deixou marcas no cidadão, garantindo uma ideologia que o leva à própria destruição. Apatia, ressentimento, medo, indivi- dualismo, narcisismo, entre outros comportamentos, caso não combatidos, só fortalecerão as medidas hoje contestadas. Palavras chave: Reforma do Ensino Médio – Educação Política – Comportamentos. NA WEB: Dermeval Saviani: “Políticas Educacionais Brasileiras” Publicado em 30 de abr de 2015 Filósofo e pedagogo com formação pela Universidade Católica de São Paulo e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas, Dermeval Saviani proferiu palestra durante a semana de abertura do ano letivo de 2015 na UFBA, com o tema “Políticas Educacionais Brasileiras”. No vídeo, é possível conferir, na íntegra, a fala do pesquisador. Dermeval também é pesquisador Emérito do CNPq e Coordenador Geral do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” (HISTEDBR). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Filosofia e História da Educação, atuando principalmente nos se- guintes temas: educacão brasileira, legislação do ensino e política educacional, história da educação, história da educação brasileira, historiografia e educação, história da escola pública, pedagogia e teorias da educação. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uhomL5IUoFk referências ARAÚJO, T. Interpretações Sobre o Estado. 2017. Disponível em: < http://slideplayer.com.br/ slide/9538391/>. Acesso em: 06 jun. 2017. ABBAGNANO, N. DICIONÁRIO DE FILOSOFIA. São Paulo: Martins Fontes, 1998. ANDERSON, P. Balanço do Neoliberalismo. In: SADER, E. e GENTILI, P. (Org.). Pós- Neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. AURELIANO, L.; DRAIBE, S. M. A Especificidade do “Welfare State” brasileiro. Economia e Desenvolvimento, vol. 3, Brasília, 1989. AZEVEDO, J.M.L. A Educação como Política Pública. Campinas, SP: Autores Associados, 1997 BADALONI, N. Filosofia da Práxis. Disponível em: http://www.acessa.com/gramsci/?page=vi- sualizar&id=642 Acesso em: 03 de junho de 2017. BAHIA, L. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/ verbetes/sisunisau.html Acesso em: 27 de maio de 2017. Bobbio, N.; Mateucci, N.; Pasquini, G. 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