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Há direitos autorais sobre este material, portanto é proibida a sua distribuição em qualquer meio de comunicação. 1 G a b r i e l a G o m e s d a S i l v a | P s i c o l o g i a | 6 º p e r í o d o | @ p s i c o m g a b i RESUMO DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA INTRODUÇÃO A VIDA DE MELANIE KLEIN Melanie Reizes nasceu em Viena em 1882, e veio a se tornar Klein após seu casamento. Era caçula dos quatro filhos de uma família de origem hebraica e humilde de poucas condições financeiras, mas dotada de certo envolvimento cultural. Seu pai era médico e dentista, sua mãe dona de casa e proprietária de um comércio. Aos 4 anos de idade Klein perde precocemente sua irmã, e aos 20, seu irmão. A perda e melancolia vividas por ela marcaram profundamente seu pensamento teórico. Aos 21 casou-se com o melhor amigo de seu irmão, Arthur Klein, de quem estava noiva desde os 17. Seu irmão foi o intermédio entre Klein e o mundo cultural de Viena, e desde os 14 anos tinha o sonho de consolidar uma carreira como médica. Mas esse sonho foi bloqueado devido ao seu casamento precipitado e o nascimento dos três filhos, Melitta em 1904, Hans em 1907 (seus dois filhos pré-analíticos) e Erich em 1914. Após seu casamento, Klein mora em diversas cidades devido ao emprego do marido, e durante todo esse tempo ela se deprime, sofre e vivencia episódios de desânimo, o que prejudica sua capacidade de cuidar dos seus dois primeiros filhos. Por várias vezes ela passou temporadas em repouso longe da família, e seus filhos ficaram sob a responsabilidade de sua mãe. Com a Primeira Guerra Mundial em 1914, Arthur Klein, engenheiro químico, se afasta da família, ao passo que sua mãe morre. Apesar de muito amada e idealizada por Klein, sua mãe era provavelmente odiada no plano inconsciente devido a sua força na capacidade de cuidado com os netos e na sua tendência a se intrometer na vida das filhas. O ENCONTRO COM A PSICANÁLISE Em 1914, com 32 anos, Klein tem o primeiro contato com a Psicanálise ao ler um texto de Freud sobre os sonhos e ao iniciar sua análise com Ferenczi para se livrar da sua depressão. Ao mesmo tempo, seu filho caçula Erich começa a apresentar inibição intelectual e bloqueios de curiosidade, então com a ajuda de Ferenczi, Klein inicia uma intervenção em casa com o filho. Em 1918 ela participa do 5º congresso de Psicanálise em Budapeste, e no ano seguinte escreve seu primeiro artigo e ingressa na Sociedade de Psicanálise de Budapeste. Esse texto foi baseado no tratamento do filho sem que a identidade dele fosse exposta. Em 1921 ela se muda sozinha para Berlim, na Alemanha, pela primeira vez por vontade própria, e três anos mais tarde seu casamento acaba. Berlim e Viena disputavam a condição de maior centro de difusão da Psicanálise e formação de psicanalistas. O que marca sua “entrada oficial” na Psicanálise é o ingresso de Klein na Sociedade Psicanalítica de Berlim em 1922 (com 40 anos de idade). Em 1924 ela começa uma análise com Abraham e apresenta outro texto sobre a psicanálise de crianças para os colegas de Viena (em que os freudianos torciam o nariz). Em 1925 é convidada para dar algumas palestras em Londres, o que anuncia o passo mais decisivo da sua carreira que é a ida definitiva para a Inglaterra um ano depois. Essa mudança foi ocasionada tanto pelo crescente interesse dos analistas ingleses pelo seu trabalho ousado, quanto pela morte de seu segundo analista, Karl Abraham. Sem ele, Klein ficava exposta às críticas dos membros mais conservadores da Sociedade local e de Viena às suas ideias sobre o atendimento de crianças. Ela era acusada de violentar a inocência das crianças e atrapalhar a sua relação com seus pais. Klein se torna então membro da Sociedade de Psicanálise Britânica. DOIS FILHOS PERDIDOS Em 1934, seu filho pré-analítico Hans, morre acidentalmente ao escalar uma montanha. Na adolescência, foi um filho que tendia à depressão e havia uma suspeita de homossexualidade. Na elaboração dessa perda, Klein escreve seu primeiro texto realmente inovador, “Uma contribuição da psicogênese nos estados maníaco-depressivos”, em que o tema da perda e melancolia começam a fazer parte de seu campo teórico. Do outro lado, sua filha Melitta se casa com um seguidor de Freud, Walter Schmideberg, e a relação das duas fica conturbada. Melitta se formou médica, o grande primeiro sonho de Klein, e Schmideberg ingressou na Sociedade Britânica de Psicanálise. Melitta se tornou, mais tarde, uma das maiores opositoras de Klein. Melanie Klein se notabilizava pelo trabalho com crianças, mas nunca foi capaz de utilizar a Psicanálise de forma adequada com os próprios filhos. DÉCADA DE 1940 E 1950 Após ser quase excluída da Sociedade Britânica e se meter em muitas confusões, Klein atinge uma posição estável na Psicanálise, atraindo seguidores e formando um nicho sólido. Morre com 78 anos em 1960, com sua fama consolidada na Sociedade Britânica e em algumas sociedades mais novas como Argentina e Brasil. Em vida, ela nunca esteve no topo da Associação Psicanalítica Internacional.
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